DISCIPLINA: SISTEMAS DE PRODUÇÃO DE BENS E SERVIÇOS AULA 4 Prof. Gil Fábio de Souza 2 CONVERSA INICIAL Já diz um velho ditado que “potência sem controle não é nada!”. Adaptando esse ditado popular para a nossa aula, significa dizer que de nada adianta termos uma grande capacidade produtiva se o controle é falho! Ou seja, produziremos muitos produtos fora do especificado, fora do planejado! O tema de controle de processos produtivos é muito importante tanto para manufatura de bens materiais quanto para operações de serviços, é claro. Tema geral: Controle dos sistemas de produção de bens e serviços. CONTEXTUALIZANDO Atualmente se fala muito sobre controle dos custos, da cadeia de suprimentos e de estoques. Toda organização objetiva reduzir os estoques (inventário) para a obtenção de vantagem competitiva em relação aos custos. Com o baixo valor agregado dos estoques, estas conseguem a oportunidade de investir o capital em vez desse permanecer ocioso em forma de inventário (inventário = estoque). Nesta aula, continuaremos a descrever as funções importantes dos estoques e como fazer um bom planejamento. O perfeito controle de suprimentos de materiais é fundamental para qualquer empresa: grande ou pequena! Para que haja um nível de estoque adequado, faz-se necessária uma previsão de demanda (ou de vendas) muito afinada! E essa é uma das tarefas mais difíceis em todo esse processo: casamento dos níveis de vendas (que sempre são sazonais) com a produção e consequentemente com os estoques! 3 Pesquise Assista ao vídeo a seguir da Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores de Produtos Industrializados (ABAD): <https://www.youtube.com/watch?v=yfC-zRQAcNQ>. Precisaremos dos conceitos apresentados neste vídeo para a nossa aula de hoje. TEMA 1: GESTÃO DA DEMANDA A gestão da demanda é um método unificado de controle e rastreamento de necessidades de compras. As organizações usam sistemas de gestão da demanda para lidar com fatores de gastos externos, organizar ordens de compra e erradicar desperdícios. Concentra-se no volume de produtos que são comprados, em vez de focar nos preços individuais dos produtos. A gestão da demanda também é conhecida como gestão de consumo ou gestão estratégica de gastos. A gestão da demanda começa com uma percepção aprofundada dos requisitos de negócios, do comportamento do histórico de compra e do requisito esperado para o serviço ou bens obtidos por uma organização. Essa pesquisa inclui uma avaliação de pedidos de compra, especificações de serviços ou bens e planos de negócios estratégicos. A gestão da demanda ajuda a simplificar as técnicas de compra. Ao aplicar o gerenciamento de demanda, as principais considerações incluem: Opções disponíveis para descontos por volume; Impacto do cronograma de pedidos sobre preços; Se os melhores fornecedores estão ou não sendo utilizados; Atenção aos acordos contratuais – Níveis de Serviço. 4 A figura abaixo ilustra a importância do processo de gestão de demanda. Figura 1: Gestão da Demanda Fonte: Ritzman at al. 2004. Construir medidas globais e indicadores de desempenho essenciais é vital para manter o controle da demanda. Os dados acumulados podem resultar em melhores previsões de demanda, que podem ser incorporadas pela relação fornecedor x comunicações. Esses detalhes ajudam os fornecedores a gerenciar os ativos de forma mais eficaz, o que reduz os gastos. As vantagens da gestão da demanda são as seguintes: Evidencia o crescimento e o declínio da quantidade de transações entre fornecedores; Monitora todas as despesas relacionadas; Estimula o raciocínio de fortalecimento das relações com fornecedores - internos e externos. Nas últimas décadas, observou-se uma crescente demanda por Sistemas Empresariais que podem agilizar os processos da cadeia de suprimentos e fornecer soluções sob a ótica de produção enxuta. No outro extremo da cadeia de abastecimento, as empresas têm avançado para terceirizar a sua distribuição de produtos, a fim de manter as despesas gerais de vendas em cheque sem 5 sacrificar a receita. Mas isso não é uma regra, ainda existem muitas exceções, como a brasileira BRF Foods, que tem toda a distribuição própria. A previsão de demanda (ou forecast) é um dos processos da gestão da demanda, não o único, mas o mais importante! Previsões precisas é a base para o sucesso de uma iniciativa de gerenciamento de demanda, mas a gestão da demanda é muito mais do que apenas previsões. Tradicionalmente, a previsão envolve a análise de dados de demandas anteriores para prever a demanda futura. A gestão da demanda vai além da previsão estática de ontem, substituindo-a por uma visão mais fluida e contínua de determinar a demanda que envolve todos os constituintes da cadeia de demanda. Atualmente, há um impulso para a sincronização em tempo real da cadeia de suprimentos para os sinais de demanda. Esse método colaborativo aumenta a precisão da previsão, uma vez que todos os fatores que afetam essa previsão podem ser visualizados por todas as partes interessadas, incluindo os clientes. As empresas podem começar a preencher a lacuna entre suas cadeias de oferta e demanda, fazendo o seguinte: Reformulando relacionamentos com parceiros de canal para garantir previsões precisas de demanda; Baseando as alocações de estoques em previsões de demanda em tempo real que incorporam informações de todos os canais — diretos e indiretos; Garantir que sua própria casa está em ordem, o que não é fácil; Garantir a presença de inteligência precisa, juntamente com colaboração e automação; Escolhendo sistemas de gerenciamento de demanda que abordam os desafios enfrentados pelo negócio. As empresas líderes geralmente adotam três estratégias contínuas de gerenciamento de demanda que incorporam circuitos de feedback de processos a jusante e condições de mercado: I) Vinculação de previsões baseadas em variáveis causais, como indicadores econômicos. Previsões de demanda sensíveis ao mercado que estabelecem as correspondentes recomendações de capacidade e estoques; II) Ligar a capacidade às mudanças na demanda para que as empresas possam otimizar os níveis de serviço, os estoques de 6 segurança e os níveis de estoque, mesmo em condições de súbita variabilidade da demanda; III) Ajustar o preço e as condições contratuais às condições de mercado em mutação. Vamos verificar um exemplo com a empresa Unilever. Na biblioteca virtual do ÚNICO, acesse o livro: RITZMAN, L. P.; KRAJEWSKI, L. J.; MALHOTRA, M. Administração da produção e operações. 8a. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall: 2009. Vá até a página 434, na qual há um bom texto a respeito da multinacional Unilever. TEMA 2: NATUREZA DO CONTROLE Uma Operação deve funcionar continuamente, a partir da aplicação das 04 funções gerenciais: após o planejamento e organização, vem a execução e, em seguida, o controle (verificação/monitoramento, visando checar se os resultados estão de acordo com o planejado): Caso não haja desvios, segue-se executando e controlando; Mesmo sem a ocorrência de desvios, pode-se analisar os processos buscando melhorias contínuas através da implementação de ações preventivas; Caso ocorram desvios, deve-se buscar identificar as possíveis causas e implementar ações corretivas, para que tais desvios não mais voltem