a ocorrer. Controle é o processo de lidar com tais desvios, podendo iniciar ações corretivas (replanejamentos) e, também, pode-se intervir na operação implementando ações preventivas (corrigir possíveis desvios vindouros). Isso é realizado basicamente com um GPS (aquele aparelho que usamos para nos guiar nos carros), conforme vimos no nosso exemplo do Waze®. Traçamos uma rota (planejamento) e depois, quando estamos guiando para direção indicada (execução), verificamos (controle) se estamos seguindo a rota planejada. Caso não, ele recalcula a rota para nos colocar no caminho correto. 7 A figura abaixo nos mostra a importância do controle, como realimentação para o replanejamento das atividades produtivas, sejam elas no longo, médio ou curto prazos. Figura 2: Visão geral das atividades do PCP Fonte: Tubino, 2009. Como se vê acima, a etapa de controle, que é o Acompanhamento da Produção, por meio da coleta e análise dos dados, busca garantir que o programa de produção emitido seja executado a contento. (Lembre-se do nosso GPS). Quanto mais rápido os problemas forem identificados, mais efetivas serão as medidas corretivas, visando ao cumprimento do programa de produção. Planejamento Estratégico da Produção Plano de Produção Planejamento-Mestre da Produção Plano-Mestre de Produção Programação da Produção •Administração dos Estoques •Seqüenciamento •Emissão e Liberação de Ordens Ordens de Montagem Ordens de Fabricação Ordens de Compras Fabricação e Montagem Departamento de Compras Pedido de Compras EstoquesFornecedores Departamento de Marketing Previsão de Vendas Pedidos em Carteira A co m p a n h a m e n to e C o n tr o le d a P ro d u çã o A va lia çã o d e D e se m p e n h o Clientes 8 Figura 3: O sistema de PPCP como um harmonizador entre o fornecimento dos produtos e a demanda Fonte: Slack et al., 1995. Basicamente, o sistema de PPCP é uma área de decisão da empresa que objetiva planejar e controlar os recursos alocados ao processo produtivo visando atender a demanda dos clientes. Esse conceito pode ser analisado na da figura 3 (PEDROSO; CORREA, 1996). Se por um lado baixos níveis de estoque podem levar a perdas de economia de escala e altos custos por causa da falta, por outro lado o excesso de estoques representa custos operacionais e de oportunidade do capital empatado. Dimensionar os parâmetros de estoque com base neste trade-off não é uma tarefa simples, tendo em vista as diversas incertezas e restrições do ambiente logístico. Trade-off ou tradeoff é uma expressão em inglês que significa o ato de escolher uma coisa em detrimento de outra e muitas vezes é traduzida como "perde e ganha". O trade-off implica um conflito de escolha e uma consequente relação de compromisso, porque a escolha de uma coisa em relação à outra implica não usufruir dos benefícios da coisa que não é escolhida. Isso implica que, para que aconteça o trade-off, o elemento que faz a escolha deve ser conhecedor dos lados positivos e negativos das suas oportunidades. Estamos perante um 9 cenário de trade-off quando é preciso sacrificar alguma coisa para obter um bem maior, o que muitas vezes causa um tipo de dilema. O objetivo do controle é garantir o nível de serviço desejado ao menor custo logístico possível, buscando otimizar o somatório dos custos de manutenção de estoques, colocação de pedidos e falta (ruptura de estoque). Lembrando que ainda estamos considerando a programação da produção sob a ótica dos sistemas empurrados da produção, conforme iniciamos na aula passada. A figura abaixo mostra as atividades de curto prazo de um sistema de produção, considerando como programação da produção. Figura 4: Planejamento e Programação da Produção Fonte: Tubino, 2000. O sequenciamento busca gerar um programa de produção que utilize inteligentemente os recursos disponíveis, promovendo produtos com qualidade e custos baixos. A emissão e liberação de ordens implementa o programa de produção, emitindo a documentação necessária para o início das operações (compra, fabricação e montagem) e liberando-a quando os recursos estiverem disponíveis. Agora que exercitamos, vamos ver nossa aula! A Figura a seguir ilustra um esquema com o fluxo de informações e materiais dentro de um sistema produtivo tradicional. 10 Figura 5: Esquema do fluxo de informações e materiais em um sistema produtivo Fonte: Schafranski; Tubino, UFSC. As caixas em destaque (cor laranja) indicam as principais funções de um sistema de controle de ressuprimento. Os traços cheios da Figura 5 representam o fluxo de materiais, enquanto os tracejados mostram o fluxo de informações. Legenda: PA – Estoques de Produtos Acabados WIP – Work-in-process – Estoque (de produtos) em processamento (não acabados) OC – Ordem de Compra OF – Ordem de Fabricação OM – Ordem de Montagem Existem dois Grupos de Modelos de ressuprimento: 1) Os modelos que indiretamente se encarregam de determinar o momento da emissão das ordens de reposição, quais são: Por Ponto de pedido, e Por Revisões periódicas 2) Os modelos que buscam diretamente emitir as ordens de reposição: São aqueles com base na lógica do MRP (Material Requirement Planning), também chamado de cálculo das necessidades de materiais, que 11 emprega o conceito de dividir os itens em itens de demanda dependente e itens de demanda independente. Controle por Ponto de Pedido O modelo de ressuprimento por ponto de pedido para controle de estoques consiste em determinar uma quantidade de itens em estoque, chamada de ponto de pedido ou de reposição, que, quando atingida, dá início ao processo de reposição do item (ordem de compra). A quantidade de estoque mantida pode ser separada em duas partes: uma que atende à demanda do item até ser atingido o ponto de pedido e outra que deve ser suficiente para atender à demanda do item durante o seu tempo de ressuprimento (ou lead time de reposição), mais um nível de estoque de segurança ou reserva (Qs), que serve para absorver as variações aleatórias de demanda e/ou variações no próprio tempo de ressuprimento. Figura 6: Ressuprimento por ponto de pedido Fonte: Tubino, 2000. 12 Na figura acima é possível observar que o estoque, à medida que o tempo passa, cai desde o estoque máximo (Qmax) até o Ponto de Pedido (PP), quando então é disparada uma ordem de compra, que será reposta no tempo de ressuprimento (t), mantido o estoque de segurança (Qs). Controle por Revisões Periódicas O modelo por revisões periódicas trabalha no eixo dos tempos, estabelecendo datas nas quais serão analisadas a demanda e as demais condições dos estoques, para decidir pela reposição dos mesmos. Figura 7: Ressuprimento por revisões periódicas Fonte: Tubino, 2000. t Q Qmax Qs = Qmin Quantidade Tempo d tr t t N Q t Dr ano ano* * * tr * = tempo ótimo entre revisões; tano = número de dias no ano. Q d t t Q Q Q Qr f p r s Qf = quantidade de saldo final em estoque; Qp = quantidades pendentes de entrega; Qr = quantidade solicitada e não atendida; Qs = estoque de segurança. t Q Qmax Qs = Qmin Quantidade