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Analise das demonstrações contábeis

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Prévia do material em texto

EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
PROFESSORA ME. EDNA MITIKO OTA
ANÁLISE DAS 
DEMONSTRAÇÕES
CONTÁBEIS
ANÁLISE DAS 
DEMONSTRAÇÕES
CONTÁBEIS
UNIDADE I
UNIDADE II
UNIDADE III
PANORAMA GERAL DA ANÁLISE
PROCEDIMENTOS E FERRAMENTAS DE ANÁLISE
INDICADORES DE ANÁLISE
usuários e tomada
de decisão
procedimentos
para análise
indicadores 
de rentabilidade 
Viver e trabalhar em uma sociedade global é um 
grande desafio para todos os cidadãos. A busca por 
tecnologia, informação, conhecimento de qualida-
de, novas habilidades para liderança e solução de 
problemas com eficiência tornou-se uma questão 
de sobrevivência no mundo do trabalho.
Cada um de nós tem uma grande responsa-
bilidade: as escolhas que fizermos por nós e pelos 
nossos fará grande diferença no futuro.
Com essa visão, o Centro Universitário 
Cesumar – assume o compromisso de democra-
tizar o conhecimento por meio de alta tecnologia 
e contribuir para o futuro dos brasileiros.
No cumprimento de sua missão – “promo-
ver a educação de qualidade nas diferentes áreas 
do conhecimento, formando profissionais cida-
dãos que contribuam para o desenvolvimento 
de uma sociedade justa e solidária” –, o Centro 
Universitário Cesumar busca a integração do 
ensino-pesquisa-extensão com as demandas 
Reitor 
Wilson de Matos Silva
palavra do reitor
Direção UniceSUMar
reitor Wilson de Matos Silva, Vice-reitor Wilson de Matos Silva Filho, Pró-reitor de administração Wilson 
de Matos Silva Filho, Pró-reitor de eaD Willian Victor Kendrick de Matos Silva, Presidente da Mantenedora 
Cláudio Ferdinandi.
neaD - núcleo De eDUcação a DiStância
Direção de operações Chrystiano Mincoff, coordenação de Sistemas Fabrício Ricardo Lazilha, coordenação 
de Polos Reginaldo Carneiro, coordenação de Pós-Graduação, extensão e Produção de Materiais Renato 
Dutra, coordenação de Graduação Kátia Coelho, coordenação administrativa/Serviços compartilhados 
Evandro Bolsoni, Gerência de inteligência de Mercado/Digital Bruno Jorge, Gerência de Marketing Harrisson 
Brait, Supervisão do núcleo de Produção de Materiais Nalva Aparecida da Rosa Moura, Design educacional 
Nalva Moura, Diagramação José Jhonny Coelho, revisão textual Keren Pardini, Fotos Shutterstock.
neaD - núcleo de educação a Distância
Av. Guedner, 1610, Bloco 4 - Jardim Aclimação - Cep 87050-900 
Maringá - Paraná | unicesumar.edu.br | 0800 600 6360
institucionais e sociais; a realização de uma 
prática acadêmica que contribua para o desen-
volvimento da consciência social e política e, por 
fim, a democratização do conhecimento aca-
dêmico com a articulação e a integração com 
a sociedade.
Diante disso, o Centro Universitário Cesumar 
almeja ser reconhecido como uma instituição univer-
sitária de referência regional e nacional pela qualidade 
e compromisso do corpo docente; aquisição de com-
petências institucionais para o desenvolvimento de 
linhas de pesquisa; consolidação da extensão univer-
sitária; qualidade da oferta dos ensinos presencial e 
a distância; bem-estar e satisfação da comunidade 
interna; qualidade da gestão acadêmica e adminis-
trativa; compromisso social de inclusão; processos 
de cooperação e parceria com o mundo do trabalho, 
como também pelo compromisso e relacionamento 
permanente com os egressos, incentivando a edu-
cação continuada.
CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação a Distância:
C397 
 Análise das Demonstrações Contábeis / Edna Mitiko Ota. 
 Publicação revista e atualizada, Maringá - PR, 2014.
 96 p.
 “Pós-graduação Núcleo Comum - EaD”.
 1. Demonstrações contábeis. 2. Controladoria. . 3. EaD. I. Título.
CDD - 22 ed. 657.3
CIP - NBR 12899 - AACR/2
Prezado(a) Acadêmico(a), bem-vindo(a) à Comunidade do 
Conhecimento. 
Essa é a característica principal pela qual a UNICESUMAR tem sido 
conhecida pelos nossos alunos, professores e pela nossa sociedade. 
Porém, é importante destacar aqui que não estamos falando mais 
daquele conhecimento estático, repetitivo, local e elitizado, mas de um 
conhecimento dinâmico, renovável em minutos, atemporal, global, de-
mocratizado, transformado pelas tecnologias digitais e virtuais.
De fato, as tecnologias de informação e comunicação têm nos 
aproximado cada vez mais de pessoas, lugares, informações, da edu-
cação por meio da conectividade via internet, do acesso wireless em 
diferentes lugares e da mobilidade dos celulares. 
As redes sociais, os sites, blogs e os tablets aceleraram a informa-
ção e a produção do conhecimento, que não reconhece mais fuso 
horário e atravessa oceanos em segundos.
A apropriação dessa nova forma de conhecer transformou-se hoje 
em um dos principais fatores de agregação de valor, de superação das 
desigualdades, propagação de trabalho qualificado e de bem-estar. 
Logo, como agente social, convido você a saber cada vez mais, a co-
nhecer, entender, selecionar e usar a tecnologia que temos e que está 
disponível. 
Da mesma forma que a imprensa de Gutenberg modificou toda 
uma cultura e forma de conhecer, as tecnologias atuais e suas novas fer-
ramentas, equipamentos e aplicações estão mudando a nossa cultura 
e transformando a todos nós.
Priorizar o conhecimento hoje, por meio da Educação a Distância 
(EAD), significa possibilitar o contato com ambientes cativantes, ricos 
em informações e interatividade. É um processo desafiador, que ao 
mesmo tempo abrirá as portas para melhores oportunidades. Como 
já disse Sócrates, “a vida sem desafios não vale a pena ser vivida”. É isso 
que a EAD da UNICesumar se propõe a fazer. 
Pró-Reitor de EaD
Willian Victor Kendrick 
de Matos Silva
boas-vindas
sobre pós-graduação
a importância da pós-graduação
O Brasil está passando por grandes transformações, em especial 
nas últimas décadas, motivadas pela estabilização e crescimento 
da economia, tendo como consequência o aumento da sua impor-
tância e popularidade no cenário global. Esta importância tem se 
refletido em crescentes investimentos internacionais e nacionais 
nas empresas e na infraestrutura do país, fato que só não é maior 
devido a uma grande carência de mão de obra especializada.
Nesse sentindo, as exigências do mercado de trabalho são cada 
vez maiores. A graduação, que no passado era um diferenciador 
da mão de obra, não é mais suficiente para garantir sua emprega-
bilidade. É preciso o constante aperfeiçoamento e a continuidade 
dos estudos para quem quer crescer profissionalmente. 
A pós-graduação Lato Sensu a distância da UNICESUMAR 
conta hoje com 21 cursos de especialização e MBA nas áreas de 
Gestão, Educação e Meio Ambiente. Estes cursos foram planejados 
pensando em você, aliando conteúdo teórico e aplicação prática, 
trazendo informações atualizadas e alinhadas com as necessida-
des deste novo Brasil. 
 Escolhendo um curso de pós-graduação lato sensu na 
UNICESUMAR, você terá a oportunidade de conhecer um conjun-
to de disciplinas e conteúdos mais específicos da área escolhida, 
fortalecendo seu arcabouço teórico, oportunizando sua aplicação 
no dia a dia e, desta forma, ajudando sua transformação pessoal 
e profissional.
Professor Dr. Renato Dutra
Coordenador de Pós-Graduação , Extensão e Produção de Materiais 
NEAD - UNICESUMAR
“Promover a educação de qualidade nas diferentes áreas do conhecimento, 
formando profissionais cidadãos que contribuam para o desenvolvimento 
de uma sociedade justa e solidária”
Missão
apresentação do material 
Caro(a) aluno(a),
Sou a professora Edna Mitiko Ota, sou graduada em Ciências Contábeis 
pela Universidade Estadual de Maringá, especialista em Gerência 
Contábil, Financeira e Auditoria pela Faculdade Estadual de Ciências 
Econômicas de Apucarana, e mestre em Contabilidade e Controladoria 
pela Universidade Norte do Paraná. Atuo na área contábil, tanto na área 
empresarial como na área de ensino, na graduaçãoe pós-graduação.
Esse material foi elaborado especialmente para que você possa com-
preender a análise das demonstrações contábeis, que pode ser utilizada 
para determinar o perfil financeiro e econômico da empresa e auxiliar 
na tomada de decisões. Também são expostas, no material, as ferra-
mentas utilizadas pela análise e a sua interpretação.
Sabe-se que a conjuntura econômica mundial passa por mudanças 
rápidas solicitando decisões também rápidas por parte de seus usu-
ários, para tanto, é imprescindível a geração de informações claras, 
objetivas e acertadas para que cada usuário possa sustentar suas de-
cisões. Nesse contexto, cabe ressaltar que o processo de geração das 
informações também deve estar alinhado com o processo decisório, 
de forma que as informações realmente atendam às necessidades exi-
gidas, tendo em vista que estas são elaboradas para os usuários.
A análise das demonstrações, que tem por finalidade auxiliar nesse pro-
cesso de decisões, fornece, a partir de dados extraídos da contabilidade, 
conforme já dito, informações sobre a situação econômica e financeira 
das empresas. Informações essas sobre: a capacidade de efetuar o pa-
gamento das dívidas, bem como o nível de endividamento; a geração 
de lucros para retorno dos recursos investidos aos seus sócios ou para 
Professora Mestre 
edna Mitiko ota
aplicação em novos investimentos na própria empresa; a adequação 
da política de prazos médios pelos gestores. Todas essas informações 
podem ser utilizadas em decisões por usuários como: os gestores, in-
vestidores, financiadores e concorrentes.
No entanto, para que o analista das demonstrações contábeis faça o 
seu trabalho, é necessário que a contabilidade elabore os relatórios 
contábeis, evidenciando que os relatórios elaborados devem atender 
à legislação vigente, bem como as normas contábeis, demonstrando 
o que realmente ocorre na empresa, dessa forma, o relatório de análise 
não incorrerá em erros, que podem comprometer decisões de novos 
investimentos por parte dos investidores (acionistas), como também 
a concessão de créditos por financiadores (instituições financeiras, for-
necedores de materiais e serviços).
Dessa forma, para que as demonstrações contábeis geradas pela con-
tabilidade possam transmitir credibilidade e segurança, não incorrendo 
em prejuízos aos seus usuários, existem órgãos regulamentadores 
como: Conselho Federal de Contabilidade - CFC; Conselhos Regionais 
de Contabilidade – CRCs; Comissão de Valores Mobiliários – CVM. Esses 
órgãos estão sempre atentos, realizando fiscalizações e implementan-
do legislações e procedimentos.
Portanto, para a execução do trabalho de análise das demonstrações 
contábeis, inicialmente devem ser identificados os usuários, para definir 
as informações a serem geradas, as demonstrações a serem analisadas, 
bem como o período a ser utilizado.
O material a seguir, de forma a facilitar o entendimento, foi dividido 
em três unidades: 
Na Unidade I, são apresentados os conceitos básicos de análise das 
demonstrações contábeis, o conteúdo do relatório de análise, os co-
nhecimentos básicos sobre os relatórios contábeis, finalizando com 
os usuários das informações produzidas pela análise e as decisões 
que podem ser tomadas. Esta unidade tem o propósito de introduzir 
os conceitos básicos de análise, mostrando a base na qual será apli-
cada a análise, bem como as informações a serem fornecidas para os 
seus diversos usuários. Também se ressalta a importância de associar 
os indicadores de análise aos fatores externos à empresa que podem 
impactar na explicação dos indicadores obtidos.
Na Unidade II, são trabalhados os procedimentos necessários e as téc-
nicas utilizadas para que a análise possa ser realizada, e finalizando a 
unidade, serão abordadas a análise horizontal e a análise vertical, tendo 
como objetivo mostrar como é o processo de análise, que necessita de 
todo um procedimento preliminar para a aplicação das ferramentas.
E na última parte, Unidade III, são apresentados os indicadores de análise 
econômicos e financeiros, mostrando os mais utilizados, a saber: indi-
cadores de liquidez, indicadores de estrutura de capital, indicadores de 
rentabilidade, indicadores de capital de giro e prazos médios. O objetivo 
desta unidade é mostrar a utilização de cada grupo de indicadores, pas-
sando pelo cálculo e interpretação dos mesmos e as informações por 
eles geradas para a tomada de decisões. O primeiro grupo, indicadores 
de liquidez, demonstra a capacidade de pagamento das empresas; o 
segundo grupo, indicadores de estrutura de capital, permite observar 
o grau de endividamento, bem como a composição do endividamen-
to, se em curto ou longo prazo, e também se o endividamento pode 
estar associado ao grande investimento no ativo não circulante.
O último grupo de indicadores, capital de giro e prazos médios, mostra 
a política de prazos médios adotada na empresa e o reflexo disso no 
capital de giro da empresa. Também é apresentada, nesta unidade, a 
relação existente entre os indicadores, sendo recomendado que os 
grupos de indicadores sejam utilizados de forma conjunta, para que a 
informação gerada seja mais real possível.
Espero que o material possa atender às suas expectativas, contribuin-
do ao aprendizado! Sucesso e bons estudos!
su
m
ár
io 01
14 análise das demonstrações contábeis
18 relatórios contábeis
27 parecer do conselho fiscal
29 usuários e tomada de decisão
32 considerações finais
PANORAMA GERAL 
DA ANÁLISE
02 03
42 procedimentos para análise
48 técnicas para análise
50 análise horizontal
53 análise vertical
57 considerações finais
68 indicadores de liquidez
70
aplicação prática:indicadores de 
liquidez
71 indicadores de estrutura de capital
73 aplicação prática: indicadores de estrutura de capital
74 indicadores de rentabilidade
76 aplicação prática: indicadores de rentabilidade
77 indicadores de capital de giro e prazos médios
79 aplicação prática: indicadores de capital de giro
81 aplicação prática: indicadores de prazos médios
82 considerações finais
PROCEDIMENTOS E 
FERRAMENTAS DE ANÁLISE
INDICADORES 
DE ANÁLISE
1 PANORAMA GERAL DA ANÁLISE
Professora Mestre Edna Mitiko Ota
Plano de estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estu-
dará nesta unidade:
•	 Análise das demonstrações contábeis
•	 Relatório de análise
•	 Relatórios contábeis
•	 Usuários e tomada de decisão
objetivos de aprendizagem
•	 Propiciar o conhecimento da análise das demons-
trações contábeis.
•	 Identificar os itens necessários em um relatório de 
análise.
•	 Conhecer os relatórios contábeis obrigatórios de 
divulgação.
•	 Identificar os usuários da análise e as informações 
que eles necessitam.
Com as mudanças no mercado econômico mundial, atu-
almente é crescente a concorrência entre as empresas e, 
por consequência, a exigência dos consumidores. Assim, 
os gestores dessas empresas, para maximizar seus lucros, 
precisam tomar decisões rápidas e acertadas; os investi-
dores também precisam garantir que seus investimentos 
terão retorno, bem como os financiadores, garantias de 
recebimento dos valores cedidos. Para tanto, os gestores 
necessitam de informações que possam sustentar essas 
decisões.
As demonstrações contábeis de acordo com as normas 
e procedimentos exigidos por órgãos regulamentadores, 
bem como a legislação vigente fornecem a base para que 
a análise em seu relatório apresente o perfil econômico 
e financeiro da empresa. Dentro desse perfil estão infor-
mações sobre o desempenho da empresa aos gestores, 
como: capacidade de pagamento das dívidas, grau de 
endividamento da empresa, condições de realizar novos 
investimentos, retorno dos investimentos realizados pela 
empresa e pelos investidores.O analista, no cumprimento de seu trabalho, não pode 
se restringir ao contexto da empresa em si, mas deve 
também avaliar a representatividade da empresa diante 
do meio econômico e financeiro em que está inserido, 
ou seja, é necessário aliar fatores externos que impac-
tam na empresa, como: a inflação, a política tributária do 
governo, poder de compra dos consumidores, variação 
do dólar, concorrência, entre outros.
Análise das Demonstrações Contábeis
14
Entender como as demonstrações contábeis 
têm auxiliado as empresas em seu processo 
de adaptação e sobrevivência no mercado 
requer, também, o entendimento de como 
começou o uso dessas demonstrações ao 
longo da história.
O surgimento da análise das de-
monstrações contábeis está intimamente 
relacionado com o surgimento da contabili-
dade por volta de 4.000 a.C., período em que 
a principal atividade econômica desenvolvi-
da era o pastoreio, e para manter o controle 
sobre o rebanho, eram realizados inventá-
rios dando, assim, informações básicas sobre 
a evolução deste rebanho criado durante 
os anos, para isto, eram feitas comparações 
entre os inventários já anteriormente reali-
zados (MARION, 2010).
Ainda conforme Marion (2010), o desen-
volvimento da análise das demonstrações 
contábeis intensificou-se com o surgimen-
to dos bancos governamentais, interessados 
pelas informações econômicas das empresas 
e pela abertura do capital das empresas no 
mercado de ações, aumentando a necessi-
dade de divulgação das demonstrações para 
os possíveis acionistas que estão em busca 
de futuros investimentos, proporcionando 
informações sobre a rentabilidade, situação 
econômica e financeira da empresa.
ANÁLISE DAS 
DEMONSTRAÇÕES 
CONTÁBEIS
Pós-Graduação | Unicesumar
15
A partir de 1968 é que se passou a utili-
zar a análise das demonstrações contábeis 
no Brasil de forma definitiva, nesse mesmo 
ano, foi criada a SERASA, servindo como uma 
central de análise de balanços para os bancos 
comerciais, avaliando as demonstrações das 
empresas tomadoras de empréstimos ban-
cários (MATARAZZO, 2010).
E, desde então, a análise das demonstra-
ções contábeis vem sendo utilizada como 
forma de obter informações sobre o desem-
penho econômico e financeiro das empresas, 
relativo à liquidez, endividamento, lucrativi-
dade, realização de investimentos. 
Matarazzo (2010) afirma que a análise 
é a tradução da escrituração contábil e dos 
relatórios com uma visão voltada para as 
informações gerenciais que estão conti-
das neles. Seu foco é revelar aspectos que 
não foram deixados claros pela contabilida-
de, com o objetivo de ser utilizada para a 
avaliação das condições econômicas e finan-
ceiras, e para o controle e o gerenciamento 
das entidades.
Portanto, o objetivo não é atender às 
obrigações legais; este papel é desempe-
nhado pela escrituração contábil. O trabalho 
do analista consiste, com base nas de-
monstrações contábeis, em procurar gerar 
informações úteis e acertadas para atender 
seus usuários. 
Assaf Neto (2012) complementa, ainda, 
que mediante a análise das demonstrações 
contábeis, extraem-se informações sobre a 
posição econômica e financeira passada, 
presente, e pode-se projetar a posição 
futura da empresa, sendo fundamental 
que o trabalho da contabilidade tenha sido 
desempenhado com qualidade e confiabi-
lidade, espelhando adequadamente suas 
atividades econômico-financeiras para que 
a análise tenha possibilidade de se desen-
volver plenamente.
Isso implica que, para um bom trabalho 
do analista, é necessário que a escrituração 
contábil também faça um bom trabalho, 
porque os relatórios gerados de forma incor-
reta resultam em análises também incorretas.
O Sebrae elaborou uma 
lista de dez erros triviais e 
perigosos que podem - iso-
ladamente ou em conjun-
to - contribuir para o fe-
chamento de um negócio 
de pequeno porte. Dentre 
eles, estão: confundir os gas-
tos pessoais com os gastos 
da empresa; começar uma 
empresa sem um plano de 
negócios; ausência de con-
trole; adequação dos pra-
zos de venda com o capital 
de giro; acumular dívidas; 
análise criteriosa a respei-
to da situação financeira 
de quem está comprando; 
remuneração dos sócios ser 
incompatível com a situa-
ção financeira da empresa 
e o empresário não buscar 
capacitação constante.
Fonte:<http://www.sebraepr.com.
br/PortalInternet/Noticia/ci.Dez
-erros-que-podem-levar-qualquer
-empresa-%C3%A0-fal%C3%AAn-
cia.print>. Acesso em: 1 ago. 2014.
Análise das Demonstrações Contábeis
16
Após todas as análises realizadas, o analista conclui em relatório todo o proces-
so da análise. Silva (2012, p. 319) cita alguns pontos importantes que devem ser 
observados na elaboração de um relatório de análise:
•	 a linguagem deve ser acessível para leigos, mesmo que não tendo conhecimento de 
contabilidade;
•	 as conclusões devem auxiliar os usuários para as suas tomadas de decisões;
•	 os relatórios devem apresentar informações sobre a situação econômica e financeira e 
também a tendência para o futuro, explicando de forma sintética a causa de tais resulta-
dos encontrados, não necessitando de um grande número de informações;
•	 as informações vão variar de acordo com as análises levantadas e a necessidade da orga-
nização ao saber a profundidade dos resultados da análise;
•	 Não existe um relatório ideal de análise.
relatório de análise
Pós-Graduação | Unicesumar
17
então, como não existe um relatório padrão, quanto mais simples e auto-explicativo for o relatório, melhor será sua compreensão; a utilização de quadros, gráficos, tabelas pode auxiliar nesse processo, eles auxiliam para 
uma leitura fácil e agradável.
Hale (apud SILVA, 2012) complementa o assunto, apontando seis regras para ela-
boração de um relatório: 
1. seja um analista e não um escritor;
2. faça quadros que falem por si;
3. use palavras simples;
4. omita palavras desnecessárias;
5. apresente primeiro o sumário e a conclusão, e, por fim,
6. siga uma estrutura planejada.
O relatório de análise, portanto, seria a “cereja do bolo” de todo o processo de 
análise; deve expressar de forma clara e objetiva as conclusões de todo o pro-
cesso de análise, evidenciando fatos relevantes sobre a empresa e o mercado no 
qual está inserido, de forma a fornecer informações para a tomada de decisão 
do usuário.
A contabilidade elabora os relatórios contábeis a partir de dados passados que 
podem ser: mês, trimestre, ano. Como relatórios de períodos passados podem 
auxiliar na tomada de decisões futuras?
Fonte: a autora
Análise das Demonstrações Contábeis
18
Os relatórios contábeis podem ser definidos como o conjunto de demonstrati-
vos elaborados pela contabilidade no seu objetivo de fornecer informações para 
a tomada de decisões de seus usuários. 
A contabilidade parte dos fatos que ocorrem nas empresas, fatos esses pos-
síveis de registro. Os fatos são registrados, processados e, após, são apresentados 
em forma de relatórios contábeis.
Matarazzo (2010) afirma que as demonstrações contábeis/financeiras são as ma-
térias-primas para a análise das demonstrações contábeis, sendo assim, é necessário 
o conhecimento de suas estruturas e de cada uma das contas representadas por elas.
Conforme pode ser observado na lei 6.404/76 (BRASIL, 2014) e suas alterações, 
as empresas devem elaborar e divulgar: Balanço Patrimonial - BP, Demonstração 
de Lucros ou Prejuízos Acumulados - DLPA ou Demonstração das Mutações do 
Patrimônio Líquido - DMPL, Demonstração do Resultado do Exercício - DRE, 
Demonstração dos Fluxos de Caixa – DFC (somente para empresas com patri-
mônio líquido superiora R$ 2.000.000,00), Demonstração do Valor Adicionado 
– DVA (somente para empresas que transacionam ações na bolsa de valores), 
bem como todos os outros relatórios auxiliares como: Notas Explicativas, Parecer 
da Auditoria, Relatório da Administração e Parecer do Conselho Fiscal.
Além da referida lei, outros órgãos normatizam alguns procedimentos para a 
elaboração e estruturação das demonstrações contábeis, como: o Conselho Federal 
de Contabilidade – CFC, com as suas resoluções e, principalmente, os princípios 
fundamentais de contabilidade; Conselhos Regionais de Contabilidade – CRCs, 
na fiscalização e orientação no cumprimento das normas e resoluções; Comitê 
de Pronunciamentos Contábeis - CPC, com a centralização das normas contábeis, 
adequando-as às normas internacionais; Comissão de Valores Mobiliários – CVM, 
com a regulamentação das companhias de capital aberto; a Secretaria da Receita 
Federal ; Secretaria da Receita Estadual e Municipal, que fiscaliza o atendimento 
das empresas relativamente aos tributos.
Na sequência, são apresentados os demonstrativos e relatórios complemen-
tares solicitados pela lei 6.404/76 (BRASIL, 2014).
relatórios 
contábeis
Pós-Graduação | Unicesumar
19
balanço patrimonial
Tem a finalidade de apresentar a situação financeira e patrimonial da empresa em 
determinado momento. Ele se configura como uma fotografia dos bens, direitos 
e obrigações de uma empresa em uma data (FAVERO et al., 2011; MARION, 2010).
Portanto, trata-se de um demonstrativo estático, no qual são apresentados os 
saldos das contas naquele exato momento, podendo ser definido como a foto-
grafia da empresa naquele momento, tendo como foco os saldos de suas contas.
Divide-se em Ativo, Passivo e Patrimônio Líquido, conforme pode ser obser-
vado na Figura 1.
ATIVO
(aplicações) Bens e Direitos
PASSIVO 
(origens de recursos de terceiros) Obrigações
PATRIMÔNIO LÍQUIDO 
(origens de recursos – próprios)
Figura 1: Balanço Patrimonial
Fonte: A autora
No ativo, estão registradas as contas que representam os bens e diretos; seriam 
os valores dos itens que a empresa possui em seu nome, como exemplos: caixa, 
bancos, contas movimento, duplicatas a receber, estoques, veículos, entre outros. 
Análise das Demonstrações Contábeis
20
O ativo se divide em dois grandes grupos: o ativo circulante (bens e direitos 
que se convertem em dinheiro em um prazo de 360 dias) e o ativo não circu-
lante (bens e direitos que se convertem em dinheiro em um prazo após 360 
dias). No ativo, as contas devem ser dispostas em ordem de liquidez decres-
cente, ou melhor, devem ser dispostas de forma que apresentem primeiro as 
contas que mais rapidamente se transformam em dinheiro.
No Passivo, estão registradas as obrigações ou dívidas com terceiros, seriam 
os fornecedores, os empréstimos e financiamentos, contas a pagar, impostos a 
recolher e outros. O Passivo também se divide em dois grandes grupos: o passivo 
circulante (dívidas que vencem em um prazo de 360 dias) e o passivo não cir-
culante (dívidas que vencem em um prazo após 360 dias). No Passivo, as contas 
são dispostas em ordem de exigibilidade; aquelas que devem ser quitadas com 
mais rapidez devem estar registradas, primeiramente.
No Patrimônio Líquido, registram-se os valores pertencentes aos sócios ou 
investidores que serão devolvidos a eles quando de seu afastamento da entida-
de. O Patrimônio Líquido é composto pelo capital investido pelos acionistas e as 
suas alterações, por meio de lucros ou prejuízos acumulados, reservas de capital, 
reservas de lucros. Pode-se dizer que patrimônio líquido contempla o capital dos 
sócios e as suas alterações, decorrente de lucro ou prejuízo.
Outro enfoque para as contas do Ativo é que representam valores aplica-
dos na empresa, enquanto as contas do Passivo são as origens de recursos de 
capital de terceiros que está em poder da empresa, e, finalmente, o Patrimônio 
Líquido, origens de recursos dos sócios e acionistas em poder da empresa. Por 
isso, o total do balanço patrimonial deve ser igual para o Ativo e a somatória do 
Passivo e Patrimônio Líquido, pois a empresa não pode ter mais valores aplica-
dos do que as origens de recursos na empresa.
Todas as sociedades, independentemente 
de seu porte ou seu setor, têm a obrigato-
riedade de divulgar e publicar as suas de-
monstrações contábeis, principalmente as 
que transacionam ações na bolsa de valores, 
denominadas de capital aberto. Essas di-
vulgam as suas demonstrações contábeis 
no site da Comissão de Valores Mobiliários 
e, muitas vezes, em seu próprio site. Você 
pode visualizar algumas em: 
<http://investidorpetrobras.com.br/pt/central-de
-resultados/4t13.htm>.
<http://www.voegol.com.br/pt-br/investidores/
paginas/default.aspx>.
<http://www.mzweb.com.br/renner/web/default_
pt.asp?idioma=0&conta=28>.
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21
Na figura 2, é demonstrado um balanço patrimonial:
BALANÇO PATRIMONIAL - em 31/12/XX
ATIVO PASSIVO
Ativo Circulante Passivo Circulante
Disponibilidades Obrigações operacionais
Caixa Fornecedores
Bancos c/ Movimento Obrigações financeiras
Créditos Empréstimos Bancários
Duplicatas a Receber Obrigações Trabalhistas
Outros Créditos Obrigações Sociais e Fiscais
Estoques Obrigações Provisionadas
Mercadorias para Revenda Outras Obrigações
Despesas do Exercício Seguinte 
Prêmios de Seguros a Apropriar Passivo não Circulante
Obrigações financeiras
Ativo não Circulante Obrigações Sociais e Fiscais
Ativo Realizável a Longo Prazo 
Créditos PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Duplicatas a Receber Capital Social
Investimentos Capital Social
Ações de Outras Companhias (-) Capital a Integralizar
Imobilizado Reservas de Capital
Imóveis para Uso Reservas de Lucros
Veículos Ações em Tesouraria
Móveis e Utensílios Prejuízos Acumulados
Máquinas e Equipamentos
(-) Depreciação Acumulada
Intangível
Fundo de Comércio
Marcas e Patentes
(-) Amortização Acumulada
Figura 2: Estrutura do Balanço Patrimonial.
Fonte: adaptada de Favero et al. (2011, p. 67)
Análise das Demonstrações Contábeis
22
demonstração do resultado 
do exercício (dre)
Demonstra de forma ordenada as receitas e gastos (custos, despesas e deduções) 
de um determinado período, confrontando-os entre si, obtendo como resultado 
desta equação o lucro ou prejuízo do exercício, conforme pode ser observado 
na Figura 3.
CUSTOS, DESPESAS, DEDUÇÕES 
Gastos (diminuem o lucro)
RECEITAS 
Ganhos (aumentam o lucro)
RESULTADO 
(lucro ou prejuízo)
Figura 3: Contas de Resultado
Fonte: a autora
Para Matarazzo (2010, p. 30):
A Demonstração do Resultado do exercício é uma demonstração dos aumentos e 
reduções causados no Patrimônio Líquido pelas operações da empresa. As recei-
tas representam normalmente aumento do Ativo, através de ingressos de novos 
elementos, como duplicatas a receber ou dinheiro proveniente das transações. 
Aumentando o ativo, aumenta o Patrimônio Líquido. As despesas representam 
redução do Patrimônio Líquido, através de um entre dois caminhos possíveis: redução 
do Ativo ou aumento do Passível Exigível.
A demonstração de resultado do exercício é apresentada de forma dedutiva, 
ou seja, das receitas são retiradas as deduções da receita, os custos e as despe-
sas para no final ser obtido o resultado que pode ser lucro ou prejuízo, que será 
transferido para o balanço patrimonial, compondo o patrimônio líquido da en-
tidade (capital dos sócios).
Então, tem a finalidade de mostrar o resultado apresentado pela empresa 
ao final de um determinado período, portanto, um demonstrativo dinâmico 
que pode se alterar dependendo do período compreendido, expondo as re-
ceitas geradas e os gastos para obtenção das mesmas, conforme observadona Figura 4.
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DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO - Período de ____/____/____ a ____/____/____
RECEITA BRUTA DE VENDAS E SERVIÇOS
(-) Deduções, abatimentos, devoluções
(-) Impostos sobre vendas
(=) RECEITA LÍQUIDA DE VENDAS
(-) Custo dos Produtos Vendidos, Custo das Mercadorias Vendidas, Custo dos Serviços Prestados
(=) LUCRO BRUTO
(-) Despesas Operacionais
(+/-) Outras Receitas / Despesas
(=) RESULTADO ANTES DO IR E CS E PARTICIPAÇÕES
(-) Imposto de Renda e Contribuição Social
(=) RESULTADO ANTES DAS PARTICIPAÇÕES E CONTRIBUIÇÕES
(-) Participações e contribuições
(=) RESULTADO DO EXERCÍCIO
Figura 4: Demonstração do Resultado do Exercício
Fonte: Lei 6.404/76 (BRASIL, 2014)
demonstração dos lucros ou prejuízos 
acumulados ou demonstração das mutações 
do patrimônio líquido (dmpl) e demonstração 
dos Fluxos de Caixa(dFC)
Enquanto a Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL) apre-
senta as movimentações ocorridas em todo o grupo de contas do patrimônio 
líquido durante determinado período, a Demonstração de Lucros ou Prejuízos 
Acumulados (DLPA) visa demonstrar especificamente a movimentação e desti-
nação dos lucros ou prejuízos acumulados, no Patrimônio Líquido.
A lei 6.404/76 estabelece a obrigatoriedade na divulgação da demonstra-
ção dos lucros ou prejuízos acumulados, e não prevê tal obrigatoriedade para a 
DMPL. Porém, como já verificado, o art. 186 § 2° dispõe que se a DLPA for incluí-
da na DMPL, esta poderá ser publicada em substituição à primeira.
Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC) - Sobre o objetivo da DFC, Iudícibus 
et al. (2010, p. 565) comenta que:
Análise das Demonstrações Contábeis
24
O objetivo primário da Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC) é prover informa-
ções relevantes sobre os pagamentos e recebimentos, em dinheiro, de uma empresa, 
ocorridos durante um determinado período, e com isso ajudar os usuários das demons-
trações contábeis na análise da capacidade da entidade de gerar caixa e equivalentes 
de caixa, bem como suas necessidades para utilizar esses fluxos de caixa.
Pode-se dizer que o demonstrativo fornece informações sobre o comporta-
mento financeiro da empresa no período, ou seja, a entrada e saída de dinheiro 
dentro de um determinado período, permitindo verificar todo fluxo financeiro 
da empresa, tanto operacional, como de investimento e financiamento. É obri-
gatória para as companhias abertas e também para demais companhias com 
patrimônio líquido superior a R$ 2.000.000,00.
Existem dois métodos para elaboração da Demonstração do Fluxo de Caixa, 
podendo ser:
a. Método Direto: o Método Direto, segundo Marion (2010), demonstra 
as entradas e saídas brutas de dinheiro dos principais componentes das 
atividades operacionais, atividades como, recebimentos pelas vendas de 
produtos e serviços e os pagamentos a fornecedores e empregados. O saldo 
final das operações procura demonstrar o total líquido de caixa provido ou 
consumido pelas operações durante o período.
b. Método Indireto: este método, também conforme Marion (2010), mostra 
as alterações provocadas pelos aumentos e diminuições no caixa, sem 
especificar as entradas e saídas de dinheiro. Então, faz a conciliação entre 
o lucro líquido e o caixa gerado pelas operações.
demonstração do valor adicionado
Conforme Iudícibus et al. (2010), é uma demonstração contábil que tem por obje-
tivo demonstrar o valor agregado que a empresa gerou em determinado período, 
e se assemelha muito com a Demonstração de Resultado do Exercício (DRE), com 
a diferença de que a DRE tem o poder de expor o resultado do período em que as 
informações são basicamente voltadas para os sócios e acionistas, enquanto a DVA 
complementa essas informações de forma positiva, ou seja, demonstrando a geração 
de riqueza e sua respectiva distribuição entre os esforços para a obtenção dessas ri-
quezas, como: gastos com empregados, gerentes, insumos produtivos, governo etc.
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Conclui-se que esse demonstrativo revela o valor agregado (riqueza) que a empresa 
gerou em determinado período, e como essa riqueza foi distribuída, entre funcionários 
(salários e benefícios), investidores (dividendos), financiadores (juros e encargos sociais) 
e governo (impostos). Sendo esse demonstrativo obrigatório de apresentação somente 
para as empresas que transacionam ações na bolsa de valores (companhias abertas).
Notas explicativas
A Lei nº 6.404/76 (BRASIL, 2014) e suas alterações, em seu art. 176, § 4º, explicitam que: 
“As demonstrações serão complementadas por notas explicativas e outros quadros 
analíticos ou demonstrações contábeis necessárias para esclarecimento da situação 
patrimonial e dos resultados do exercício”. Portanto, não se trata de uma demonstra-
ção, mas devem ser apresentadas juntamente com as demonstrações contábeis, e 
evidenciam dados e informações que devem ser destacados no sentido de auxiliar o 
usuário das demonstrações financeiras a melhor entendê-las, objetivando detalhar os 
fatos e eventos que mereçam tratamento especial ou critérios diferenciados particula-
res de cada entidade, como: critérios e formas de cálculo utilizados nos registros, bem 
como informações sobre taxas e datas de vencimento de valores a receber a valores 
a pagar. Podem ser expressas de forma descritiva ou em forma de quadros e tabelas.
parecer da Auditoria
A auditoria pode ser externa e interna, sendo a primeira executada por profissional 
contratado pela empresa, que verifica principalmente as atividades e responsabilida-
des operacionais; e a segunda, por um profissional externo que deve ser legalmente 
habilitado e registrado na Comissão de Valores Mobiliários – CVM, não possuindo 
qualquer vínculo com a empresa, que vem a verificar a situação econômica e pa-
trimonial da empresa. Ambos, após seus trabalhos de análise e verificação, devem 
emitir opinião sobre os mesmos, o parecer de auditoria.
O parecer de auditoria externa deve argumentar sobre a correção e veracida-
de das demonstrações financeiras, uma vez emitido traz maior confiabilidade e 
credibilidade às demonstrações contábeis, pois confirma que os relatórios contá-
beis apresentados refletem as normas legais e a situação econômica e financeira 
da empresa. Dessa forma, traz maior segurança para as decisões a serem tomadas 
pelos usuários, principalmente para os investidores e financiadores.
Análise das Demonstrações Contábeis
26
relatório da Administração
É um relatório administrativo, em linguagem mais acessível aos usuários, que deve 
ser apresentado juntamente com as demonstrações, no qual são apresentadas 
tendências futuras para a empresa e setor, planos de crescimento, pesquisas em 
desenvolvimento, enfim, mostra indícios da política da empresa.
AuDItorIA InternA De uMA eMpresA De cosMétIcos
A equipe de auditoria interna da empresa reporta-se ao comitê de auditoria, 
gestão de riscos e finanças, em uma estrutura que garante a independência de 
atuação dos auditores, sem a interferência de qualquer outra área da companhia.
Contempla, dentro de sua atuação, testes e procedimentos que avaliam o 
ambiente de controle, incluindo as possibilidades de fraude e corrupção, 
sendo em 2013 registrados um total de nove manifestações, ante 15 no ano 
anterior. Desse total, quatro foram comprovadas e geraram 20 desligamentos 
de colaboradores, as manifestações trataram, sobretudo, de temas como uso 
indevido de recursos e desvio de ativos, além de um caso de favorecimento 
de fornecedor.
Ao longo do ano de 2013, foram realizadas 31 auditorias na Cosmética, uma a 
mais em relação ao ano de 2012. O foco de atuação da auditoria interna foi: os 
processos terceirizados de manufatura (dentro e fora do Brasil),os centros de 
distribuição e os processos relevantes no Brasil, tais como: comercialização e 
relacionamento. Também houve evolução nos processos de prevenção a frau-
des, com a intensificação de ambientes cada vez mais transparentes e éticos, 
em decorrência, especialmente, da implementação de código de conduta ética.
Fonte: http://goo.gl/rGg5rn. p. 25. Acesso em: 1 ago. 2014.
As empresas que divulgam as demonstrações contábeis também apresentam 
o relatório de administração que mostra, em uma linguagem bem acessível, 
como se encontra a empresa, suas tendências de mercado e as perspectivas de 
ampliação. Nos links a seguir, é possível conhecer o relatório de administração 
de algumas empresas de capital aberto:
<http://static.grendene.mediagroup.com.br/relatorio/886_Relat_ADM_2013.pdf>.
<http://ri.marfrig.com.br/port/downloads/demonstracoes/RADM_2013_PORT_08MAR2014_
VFINAL.pdf>.
<http://ri.lasa.com.br/upload/anual/00005360.pdf>.
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parecer do CONSELhO fISCAL
Trata-se de um relatório complementar às demonstrações contábeis. Um docu-
mento no qual membros da comunidade, sejam da área de atuação da empresa 
ou não, (conselheiros) eleitos em Assembleia Geral de Acionistas, emitem um 
parecer concordando que as demonstrações contábeis refletem a situação eco-
nômica e financeira da empresa, respaldado no Parecer dos Auditores.
Na sequência, um modelo de Parecer do Conselho Fiscal de uma empresa.
parecer do conselho fiscal
O Conselho Fiscal da empresa, no desempenho de suas atribuições legais, tendo 
examinado o Relatório Anual da Administração, as Demonstrações Contábeis 
do Exercício Social de 2006 e as Propostas dos Órgãos de Administração para 
Destinação do Lucro Líquido do exercício e para Aumento do Capital Social, me-
diante incorporação de reservas de lucros e ante os esclarecimentos prestados 
pela Diretoria da Companhia e pelo representante dos auditores externos, e fun-
damentado no Parecer, sem ressalvas, emitido em 07 de fevereiro de 2007, são 
de opinião que os referidos documentos estão em condições de serem exami-
nados e votados pela Assembleia Geral Ordinária.
Jaraguá do Sul, 12 de fevereiro de 2007
Conselheiro Fiscal 1 Conselheiro Fiscal 2 Conselheiro Fiscal 3 Conselheiro Fiscal 4 Conselheiro Fiscal 5
Fonte: <http://www.marisolsa.com.br/relacao_investidores/demonstrativo_financeiro_2006.pdf>.
Na sequência, a Figura 5 mostra as demonstrações contábeis que ajudam a ex-
plicar os saldos do Balanço Patrimonial. Os saldos do disponível, resultado das 
entradas e saídas de dinheiro são detalhados na Demonstração do Fluxo de Caixa 
– DFC. A demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados mostra o detalha-
mento da variação do saldo do grupo lucros ou prejuízos acumulados, de um 
período para o outro. A demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido explica 
a movimentação, ou seja, as alterações que ocorreram em todas as contas que 
compõem o elemento Patrimônio Líquido, inclusive o lucro no período. E o lucro 
líquido é apresentado na Demonstração de Resultado do Exercício, que mostra 
o detalhamento das receitas e gastos que compõem o resultado no período.
Análise das Demonstrações Contábeis
28
Então, todas as demonstrações contábeis têm a sua finalidade no auxílio e ex-
plicação dos fatos que ocorreram na empresa. No entanto, duas demonstrações 
são fundamentais para a análise, o Balanço Patrimonial e a Demonstração do 
Resultado do Exercício, que será o foco deste material.
ATIVO PASSIVO E P. LÍQUIDO
Circulante Ano 1 Ano 2 Circulante Ano 1 Ano 2
Disponível 120 190 Dívidas c. prazo 850 1.000 
Dupl. Receber 480 510 
Estoques 500 600 Não circulante
Total circulante 1.100 1.300 Dividas l. prazo 150 200 
Não Circulante Patrimônio Líquido
Realizável longo prazo 100 150 Capital 1.000 1.000 
Investimentos 200 300 Reservas Capital 400 500 
Imobilizado 800 800 Reservas Lucros 100 150
Intangível 300 300 
Total não circulante 1.400 1.550 Total P. líquido 1.500 1.650 
TOTAL 2.500 2.850 TOTAL 2.500 2.850 
A variação da conta de 
reservas de lucros de R$ 50 é 
explicada pela DLPA.
A principal variável que aumenta o PL. É o Lucro Líquido que é 
identificado na DRE: Demonstração do Resultado do Exercício.
Variação de R$ 70 (do ano 1 para o 2) / (R$ 120 – R$ 190)
Demonstração de Fluxo de Caixa (DFC)
A variação de todas as contas do PL é 
explicada na Demonstração das 
Mutações do Patrimônio Líquido 
(DMPL)
Figura 5: Balanço Patrimonial e suas explicações
Fonte: adaptado de Marion (2012)
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29
Antes de preparar qualquer relatório, é preciso definir qual o propósito que ele 
pretende alcançar, a quem ele se direciona. Se o objetivo dessas informações é 
influenciar a tomada de decisões, auxiliar no gerenciamento das organizações e a 
avaliação das condições econômicas das mesmas, então, no relatório, devem ser 
apresentadas essas informações de forma a serem entendidas por seus usuários. 
Para Favero et al. (2011, p. 2), “os usuários são as pessoas ou entidades que neces-
sitam de alguma informação contábil para tomarem decisões [...]”.
Os relatórios e análises são preparados para beneficiar os usuários da con-
tabilidade, visando ao conhecimento sobre seu objeto de estudo, no caso, o 
patrimônio das entidades e os fatos que geram alterações dentro dele. É possível 
tanto atender aqueles que estão dentro da entidade, quanto os que estão fora 
dela. Parte-se da ideia de que o fim é o mesmo, os meios para alcançá-lo podem 
ser diferentes. Iudícibus et al. (2011, p. 36) concordam que:
USUÁRIOS E TOMADA 
DE DECISÃO
Análise das Demonstrações Contábeis
30
O objetivo das demonstrações contábeis é fornecer informações sobre a posição 
patrimonial e financeira, o desempenho e as mudanças na posição financeira da 
entidade, que sejam úteis a um grande número de usuários em suas avaliações e 
tomadas de decisão econômica.
Os usuários podem ser internos e externos. Segundo Favero et al. (2011), os usuá-
rios internos são aqueles que trabalham na empresa e necessitam de informações 
direcionadas para suas necessidades. Estas informações são de ordem gerencial, 
sendo moldadas pelo tipo de informação necessária a cada usuário.
Enquanto usuários externos, conforme Favero et al. (2011) e Marion (2010), 
temos como exemplos: governo, instituições financeiras, fornecedores, que neces-
sitam de informações sobre tributação, garantias de recebimento, fornecimento 
de mercadorias, entre outros. Para atender de forma geral todos esses usuários, 
a eles são fornecidas informações padronizadas, geralmente os relatórios exigi-
dos pela legislação societária.
Essas informações serão a base para que os diversos usuários possam tomar 
decisões. No quadro 1, há alguns exemplos de usuários e as informações por eles 
requisitadas:
USUáRIOS INFORMAÇãO
Administradores
Acompanhar e avaliar as decisões financeiras tomadas pela empresa, bem como verificar o 
resultado das suas políticas de investimentos e financiamentos.
Fornecedores e Clientes
Conhecer a capacidade de pagamento de seus clientes, ou seja, avaliar o risco de crédito de 
seus clientes.
Instituições Financeiras
Avaliar a capacidade de a empresa gerar caixa para honrar o compromisso no vencimento, 
conhecendo a posição de curto e longo prazos da empresa.
Acionistas
Identificar o retorno de seus investimentos, assim verificando a capacidade da empresa gerar 
lucros e remunerar os recursos próprios apontados.
Investidores
Subsidiar decisões sobre compra de ações, títulos ou participação em carteiras de investimen-
tos, entre alternativas.
Governo
Conhecer a posição financeira dos diferentes ramos e setores de atividade como forma de sub-
sidiar a formulação de políticas econômicas; controlar empresaspúblicas e privadas; verificar o 
desempenho empresarial de empresas em processo de concorrência pública.
Concorrentes
Conhecer melhor o seu mercado e comparar sua posição econômico-financeira com relação 
ao setor de atividade.
Tabela 1: Usuários da contabilidade
Fonte: Assaf Neto (2012), Silva (2012) e Matarazzo (2010)
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31
Lembrando que os usuários necessitam de informações para respaldar decisões, 
então, os relatórios e demonstrativos contábeis e de análise devem ser elabora-
dos de forma a atender a essas necessidades.
Por exemplo: os administradores necessitam de informações sobre a capa-
cidade de pagamento, a liquidez de suas empresas e os resultados (lucros ou 
prejuízos) para traçar novas estratégias para alavancar as vendas, bem como 
efetuar novos investimentos; os credores, como fornecedores e instituições 
financeiras, solicitam informações sobre a capacidade de pagamento das 
parcelas das dívidas geradas pela concessão de créditos; os investidores e acio-
nistas, para conhecer em o retorno dos investimentos realizados por eles na 
empresa; o governo, para conhecer os diversos setores empresariais no objeti-
vo de implementar políticas públicas, bem como conhecer o perfil econômico 
e financeiro das empresas que estão participando de concorrências públicas.
A apresentação das demonstrações contábeis obrigatórias pela legislação 
vigente é suficiente para atender a todas as necessidades de informações dos 
usuários?
Fonte: a autora
Venda de medicamentos cresce 13% no acumulado até maio de 2014.
As farmacêuticas registraram receita de R$ 25,636 bilhões (valor bruto, sem 
os descontos concedidos no varejo) entre janeiro e maio, alta de 13% sobre 
o mesmo período do ano passado, de acordo com dados da consultoria IMS 
Health. Desse total, a divisão de genéricos atingiu R$ 6,248 bilhões em vendas, 
aumento de 12% em relação aos cinco meses do ano de 2013.
Fonte: texto extraído de: <http://economia.estadao.com.br/noticias/geral,venda-de-me-
dicamentos-cresce-13-no-acumulado-ate-maio-imp-,1511775>. Acesso em: 1 ago. 2014.
Análise das Demonstrações Contábeis
32
considerações finais
A análise das demonstrações contábeis tem como objetivo fornecer informações 
para que seus diversos usuários possam tomar decisões, como investir no capital 
da empresa, por parte de investidores, conceder créditos por parte dos financia-
dores, implementar políticas governamentais por parte do governo, dentre outros.
Portanto, antes mesmo do início do processo de análise, existe a necessidade 
de identificar os usuários da informação, aliando a informação à necessidade do 
usuário, isso não sendo possível o analista deve apresentar um conjunto básico 
contemplando informações gerais, de forma que possa atender ao maior número 
de usuários.
As demonstrações contábeis que servirão de base para o trabalho de análise 
são regidas pela lei 6.404/76, sendo na legislação apresentada a exigência de de-
monstrativos e relatórios complementares com as suas devidas estruturas. As 
empresas de capital aberto devem, além de atender as exigências da lei, atender 
às normativas da Comissão de Valores Mobiliários – CVM. Ressalta-se que o pro-
fissional não deve se restringir às exigências da lei, havendo necessidade da 
elaboração de outros relatórios para atender às necessidades de seus usuários.
O processo de análise compreende desde a determinação da amostra, com 
definição das demonstrações e o período a ser analisado, passando pela padro-
nização e atualização das demonstrações contábeis para após aplicar as técnicas 
de análise: análise horizontal, análise vertical e análise por meio de indicadores 
econômicos e financeiros: Essas técnicas, bem como os indicadores, devem ser 
selecionados de acordo com a informação a ser gerada.
Efetuados os cálculos dos indicadores, resultados da aplicação das técnicas 
de análise, esses devem ser avaliados e apresentados de forma clara e objetiva, 
em linguagem acessível a qualquer usuário, em um relatório, compreendendo 
também dados da conjuntura econômica e características do setor de atuação 
da empresa analisada.
O relatório será o fruto de todo o processo de análise, portanto a elaboração 
desse deve merecer especial atenção, pois se o seu conteúdo apresentar erros, 
pode inviabilizar todo o trabalho da análise. Também deve ser observado que a 
base para a realização da análise são as demonstrações contábeis, então, essas 
devem ser elaboradas com cuidado e atenção à legislação e normas legais vigen-
tes, de forma a não distorcer as informações apresentadas no relatório de análise.
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33
atividades de autoestudo
1. A lei 6.404/76 torna obrigatória a apresentação das demonstrações financeiras pelas 
empresas. Associe as duas colunas, relacionando as demonstrações contábeis com o 
seu objetivo:
1. Balanço Patrimonial.
2. Demonstração do Resultado do Exercício.
3. Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados.
4. Demonstração de Fluxo de Caixa.
( ) Apresentar o resultado de um determinado período e o seu detalhamento durante 
um determinado período.
( ) Mostrar os bens, direitos e obrigações em um determinado momento ou data.
( ) Demonstrar as entradas e saídas de caixa e equivalentes, que são distribuídas em 
atividades operacionais, atividades de investimento e atividades de financiamento.
( ) Apresentar as variações ocorridas na conta de lucros ou prejuízos acumulados, 
durante um determinado período.
A sequência correta dessa associação é:
a. (1), (2), (3), (4).
b. (2), (1), (3), (4).
c. (1), (4), (3), (2).
d. (2), (1), (4), (3).
e. (3), (2), (1), (4).
2. Associe as duas colunas, relacionando os grupos com as respectivas contas:
1. Ativo.
2. Passivo Circulante.
3. Passivo Não Circulante.
4. Patrimônio Líquido.
( ) Capital de terceiros de longo prazo. 
( ) Capital próprio.
( ) Aplicações de recursos, de curto e longo prazo.
( ) Capital de terceiros de curto prazo. 
Análise das Demonstrações Contábeis
34
A sequência correta dessa associação é:
a. (3), (4), (1), (2).
b. (2), (4), (1), (3).
c. (4), (1), (2), (3).
d. (4), (1), (3), (2).
e. (1), (4), (3), (2).
2. Por meio da análise das demonstrações e relatórios contábeis elaborados pela con-
tabilidade, os usuários extraem informações para a tomada de decisões. Identifique 
informações que podem ser extraídas da análise das demonstrações contábeis:
I. A empresa está endividada em curto prazo.
II. A concorrência a cada ano aumenta.
III. O preço de venda não é compatível com o praticado no mercado.
IV. Os custos dos seus produtos estão a cada ano se elevando.
As afirmativas corretas são:
a. I e IV.
b. I e II.
c. I, II e III.
d. II, III e IV.
e. III e IV.
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35
Livro 
Título: Contabilidade: teoria e prática
Autor: Hamilton Luiz Favero, Massakazu Takakura, Mário Lonardoni e Clóvis de Souza
Editora: Atlas
Sinopse: Os autores buscam um equilíbrio entre a teoria e prática contábil, evidenciando a ligação 
entre o que fazer, por que fazer e como fazer a Contabilidade, de modo a gerar informações com a 
qualidade necessária aos diversos usuários.
Comentário: Este livro procura mostrar as demonstrações contábeis, sua importância e estrutura, bem 
como a sua utilização pelos usuários para tomada de decisão. Mostra também os procedimentos ne-
cessários para a elaboração dos demonstrativos contábeis.
Gestão de Negócios
36
Quer Que Dê QuAnto? porQue As contAs não fechAM?
Há algum tempo, uma fabricante nacional de pistões e bronzinas abriu o capital na 
Bolsa de Valores de São Paulo. Levando em conta o valor do patrimônio da empresa, 
constante de seu balanço, cadaação teve o preço fixado em $ 2,65. à Moeda da 
época. Após a abertura do capital, o valor das ações se multiplicou várias vezes 
até estabilizar na casa dos $15. Esse caso mostra como uma empresa não vale pelo 
patrimônio que está registrado em seu balanço. Vale pelo que o mercado acredita 
que ela (ação) pode gerar de lucro no futuro.
Toma-se como exemplo uma fabricante americana de equipamentos de teleco-
municação e energia que teve seus ativos contabilizados no balanço de 1999 em 
14,7 bilhões de dólares, mas é avaliada pelo mercado acionário em mais de 470 
bilhões de dólares, ou 32 vezes o valor declarado. A diferença nos valores acontece 
por um motivo simples: os ativos mais importantes das empresas não são as fábricas 
ou as máquinas, declaradas como patrimônio no balanço. São as marcas, os clien-
tes ou as tecnologias que desenvolvem, conhecidos como ativos intangíveis. Pelos 
critérios tradicionais, uma marca ou um software não podem ser contabilizados 
como ativos e mesmo não existindo contabilmente, têm grande valor de mercado. 
Eis o grande problema da contabilidade convencional aplicada a empresas basea-
das no intangível: como registrar no balanço aquilo que o mercado mais valoriza? 
Uma empresa de software, por exemplo, gastou em determinado 33,2 milhões de 
dólares em pesquisa de novas tecnologias e produtos e 53,4 milhões em marketing 
e vendas. A empresa foi obrigada pelas regras contábeis dos Estados Unidos (país 
onde está sediada) a contabilizar tudo como despesa. Isso contribuiu para seu pre-
juízo de 90,7 milhões de dólares, daquele ano. Boa parte do mito que circunda os 
prejuízos das empresas da Internet pode ser atribuída a essa distorção. 
O que as empresas gastam com pesquisa, desenvolvimento e marketing pode 
gerar benefícios por anos, citando exemplos como marcas, bases de clientes, co-
nhecimento tecnológico. E as regras contábeis americanas dizem que eles devem 
ser lançados no balanço como despesas. Isso faz com que muitas vezes, empresas 
que não confiem em seus balanços elaborados com base em critérios tradicionais, 
assim o mercado acaba valorizando demais os intangíveis e gera a discrepância exis-
tente entre a avaliação das empresas e o que elas representam de fato em termos 
econômicos.
Fonte: <http://exame.abril.com.br/revista-exame/edicoes/0714/noticias/por-que-as-contas-nao-
fecham-m0051094>. Acesso em: 1 ago. 2014.
Pós-Graduação | Unicesumar
37
relato de 
caso
estuDo DA sItuAção econôMIco-fInAnceIrA DAs eMpresAs InteGrAntes 
Do ArrAnjo proDutIVo LocAL De tecnoLoGIA DA InforMAção DA cIDADe 
De VIçosA – MG: uMA AnáLIse coMpArAtIVA DAs eMpresAs IncubADAs e 
não IncubADAs
O estudo apresenta o resultado de uma pesquisa realizada entre os meses de abril e maio 
de 2008, contemplando 12 empresas, com dados coletados por meio de questionários, e 
teve como objetivo identificar a situação econômico-financeira das empresas aglomeradas 
no Arranjo Produtivo Local de Tecnologia da Informação (APL – TI) da cidade de Viçosa-MG, 
por meio da técnica do Balanço Perguntado, fazendo uma comparação entre a situação 
das empresas que já foram, ou estão, incubadas e as que nunca passaram pela incubação.
Relativamente à incubação, há necessidade de esclarecer que no sentido de tentar di-
minuir o índice de mortalidade das médias e pequenas empresas no Brasil, surgiram as 
incubadoras de empresas, as quais buscam oferecer a essas, apoio estratégico nos pri-
meiros anos de existência. Essas incubadoras têm sido bastante utilizadas no Brasil e no 
mundo, fornecendo facilidades físicas, rede de conhecimentos pessoais, animação, con-
sultorias e diversos outros apoios aos novos empreendedores. Elas permitem acelerar o 
processo de desenvolvimento empresarial assegurando uma taxa alta de sucesso para 
as empresas que são incubadas.
Também surgiram os Arranjos Produtivos Locais (APL) no intuito de beneficiar os micro 
e pequenos empreendedores. Através desses Arranjos, as empresas aglomeradas têm 
menor chance de mortalidade, uma vez que constituem subsídio importante para o 
desenvolvimento de projetos em determinada área, sendo beneficiadas através de com-
partilhamento de atividades comuns; maios acesso à informação tecnológica; maior 
acesso a sistemas de informação e assistência técnica; melhoria de processos produti-
vos; acesso a créditos, entre outros.
Para a pesquisa, foi utilizada a técnica do Balanço Perguntado, no sentido de diminuir 
as dificuldades de obtenção de informações e relatórios contábeis e possibilitando a re-
alização de análises de qualidade de desempenho econômico, isso pelo fato de muitas 
empresas não conhecerem a real situação em que se encontram. 
A partir do questionamento dos gestores das empresas da amostra, constatou-se que:
•	 a grande maioria tem mais de cinco anos de existência e que a mesma proporção 
de empresas está aglomerada ao APL-TI há mais de dois anos;
•	 a maior parte das empresas possui dois ou mais sócios e grande parte deles possui 
bom nível de escolaridade, com graduação e pós-graduação.
•	 a maioria das entidades possui menos de seis funcionários e apenas três contam com 
os serviços de estagiários.
•	 metade delas não foi incubada; na outra metade, grande parte já foi incubada e as 
demais estão para ser, o que é um fator positivo, já que a incubação oferece uma 
gama extensa de benefícios ao empreendimento, diminuindo assim a taxa de mor-
talidade das empresas.
•	 muitas empresas possuem dificuldades quanto à contabilização de seus dados, o 
que foi refletido na falta de informações a algumas questões dessa pesquisa, as 
empresas apresentam um bom grau de liquidez, no entanto, observou-se que as 
empresas não incubadas se utilizam mais de capital de terceiros que as incubadas, 
notando-se, também, que em ambos os casos, as empresas contraem, preferencial-
mente, dívidas de curto prazo, especialmente as não incubadas que só se utilizam 
desse tipo de endividamento.
Gestão de Negócios
38
relato de 
caso
•	 na rentabilidade, observou-se que as empresas não incubadas se encontram em 
uma situação mais favorável, pois apresentam indicadores satisfatórios. Em contra-
partida, as incubadas apresentaram uma rentabilidade insatisfatória, indicando que 
ações devem ser tomadas para sanar esse problema, como rever os preços e investi-
mentos feitos pelas entidades e estudar uma forma de reduzir seus custos e despesas.
Observa-se que a utilização de ferramentas de análise pode apontar, por meio de indica-
dores, como se encontra a empresa em termos de rentabilidade, liquidez e endividamento. 
A avaliação dos indicadores obtidos pode mostrar prováveis problemas que a empresa 
está enfrentando, daí a possiblidade de tomar decisões para sanar esses problemas; ou 
mesmo, mostrar tendências favoráveis que permitam novos investimentos. 
Fonte: <http://www.fucape.br/premio_excelencia_academica/upld/trab/11/33.pdf>. 
Acesso em: 1 ago. 2014.
Trata-se de resultado da pesquisa da autora Vanessa de Castro Ferreira apresentado no evento 
9º Prêmio de Excelência Acadêmica da FUCAPE.
2 PROCEDIMENTOS EFERRAMENTAS DE ANÁLISE
Professora Mestre Edna Mitiko Ota
Plano de estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará 
nesta unidade:
•	 Procedimentos para análise
•	 Técnicas para análise
•	 Análise Horizontal
•	 Análise Vertical
objetivos de aprendizagem
•	 Apresentar os procedimentos iniciais para a análise.
•	 Conhecer as técnicas utilizadas para análise.
•	 Apresentar a metodologia de cálculo para efetuar a 
análise horizontal e sua interpretação.
•	 Apresentar a metodologia de cálculo para efetuar a 
análise vertical e sua interpretação.
Caro(a) acadêmico(a)!
Nos dias atuais, as informações para auxiliar a tomada de decisão são 
imprescindíveis, tendo em vista a necessidade das empresas em ge-
renciar seus gastos e investimentos com o intuito de cumprir assuas 
metas de lucros. A análise das demonstrações contábeis auxilia nesse 
processo de fomentar os usuários, com informações decisoriais.
No entanto, antes de iniciar propriamente a análise, é necessária a realiza-
ção de alguns procedimentos, como a determinação das demonstrações 
contábeis a serem analisadas, bem como o período a ser analisado.
Definido essa amostra, devem ser padronizadas, atualizadas e apli-
cadas as técnicas de análise, que podem ser a análise horizontal, a 
análise vertical e a análise por meio de indicadores, no caso dessa 
última, é necessária a seleção dos indicadores a serem utilizados de-
pendendo da informação a ser gerada.
Lembre-se de que a análise deve sempre utilizar a associação das téc-
nicas de análise e os fatores externos que afetam as transações da 
empresa, isso porque os fatores inflação, demanda, política tributária 
do governo podem afetar diretamente nos resultados da instuição.
Como no caso de empresas automobilísticas, com a redução da carga 
de impostos sobre os produtos, as empresas diminuem seus custos 
e podem repassar essa redução nos preços de venda, e consequen-
temente aumentar suas vendas; o inverso também pode ocorrer, 
aumentando-se a carga de impostos, os custos aumentam, o preço 
de venda também, e as vendas diminuem. Então, para o governo in-
centivar a rentabilidade de um determinado setor, pode se valer de 
políticas tributárias, dentre elas a redução de impostos. 
Nesta unidade, pretende-se abordar os procedimentos e as técnicas 
de análise, sendo apresentados os pontos mais importantes de todo o 
processo de padronização e atualização das demonstrações contábeis, 
bem como as técnicas de análise utilizadas, e, por fim, dentro dessas téc-
nicas, o cálculo e a interpretação da análise horizontal e análise vertical.
Análise das Demonstrações Contábeis
42
Para Matarazzo (2010, p. 70), “(...) as demonstra-
ções financeiras devem ser preparadas para a 
análise, da mesma forma que um paciente que 
vai submeter-se a exames médicos”, portanto, 
a fim de iniciar a análise das demonstrações 
financeiras, é necessário submetê-las a proces-
sos que tornem possível sua comparabilidade, 
uma vez que estão atendendo à finalidade de 
sintetizar o seu conteúdo para os usuários.
Matarazzo (2010) evidencia que os 
motivos que levam à padronização das 
demonstrações contábeis são: simplificação 
das contas, comparabilidade com outros de-
monstrativos, adequação aos objetivos de 
análise, precisão nas classificações de contas, 
descoberta de erros, intimidade do analista 
com as demonstrações contábeis.
As demonstrações devidamente pa-
dronizadas devem, no passo seguinte, ser 
atualizadas para que a inflação não interfi-
ra nos indicadores a serem calculados e, por 
consequência, no parecer de análise.
PROCEDIMENTOS 
pArA ANÁlISe
Pós-Graduação | Unicesumar
43
Desta forma, se faz necessária a uti-lização de índices que permitam atualizar os valores com base no per-
centual de inflação do período, assim, para a 
análise das demonstrações contábeis de uma 
empresa, é necessária a utilização de índice 
adequado a fim de reajustar os valores das 
contas, evitando divergências dos resultados. 
Portanto, índice de inflação é um indicador 
que revela a evolução dos preços de bens 
e serviços em determinado período, sendo 
que cada índice possui um valor direciona-
do para o que se deseja avaliar.
Indicadores que podem ser utilizados na 
atualização monetária são: o Índice Nacional 
de Preços ao Consumidor (INPC), o Índice 
Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 
(IPCA), o Índice Geral de Preços (IGP), Índice 
de Preços ao Consumidor (IPC), o Índice 
Nacional de Custo da Construção (INCC), 
entre outros. Em substituição a esses indica-
dores, é possível converter as demonstrações 
para uma moeda forte, como o dólar.
Por exemplo, a análise tem como amostra 
o período de 2012 e 2013; é necessário que 
os valores sejam trazidos para 2013, isto, para 
que o fator inflação não interfira na análise. 
Considerando que o valor de 2012 seja R$ 
100.000,00 e o IPCA acumulado seja de R$ 
928,3759, então, divide-se R$ 100.000,00 por 
R$ 928,3759, que será 107,71, multiplicado 
por 983,2715, totaliza R$ 105.908,17, dessa 
As demonstrações contábeis devem estar em 
um padrão para facilitar o trabalho do analis-
ta. Assim, é possível efetuar a comparação das 
contas, bem como saber que prováveis erros 
de classificação foram sanados. Apresenta-se 
na sequência o modelo de padronização do 
balanço patrimonial e da demonstração do 
resultado do exercício.
A atualização dos valores das demons-
trações contábeis, conforme dito, pode 
se utilizar de vários indicadores. Os per-
centuais de IPCA, utilizados nesse es-
tudo, você encontra em:<http://www.
portalbrasil.net/ipca.htm>. Acesso em: 
1 ago. 2014.
forma, os R$ 100.000,00 de 2012 represen-
tam R$ 105.908,17. A diferença de R$ 5.908,17 
trata-se da inflação do período.
Dessa forma, determinada a amostra, 
todos os valores dos períodos da amostra 
devem ser estar atualizados para o mesmo 
período. Caso o exemplo anterior contem-
plasse como amostra o período de 2010 a 
2013, então, todos os valores de 2010, de 
2011 e também de 2012 devem ser atualiza-
dos para 2013, para que o fator inflação não 
influencie no relatório de análise.
Análise das Demonstrações Contábeis
44
 
BALANÇO EM:
31-12-X1 31-12-X2 31-12-X3
VA AV AH VA AV AH VA AV AH
ATIVO 
 ATIVO CIRCULANTE 
 FINANCEIRO 
 Disponível 
Aplicações financeiras 
OPERACIONAL 
 Clientes 
Impostos a recuperar 
 Estoques 
Despesas antecipadas 
ATIVO NÃO CIRCULANTE 
REALIZÁVEL A LONGO PRAZO 
INVESTIMENTOS 
IMOBILIZADO 
INTANGÍVEL 
PASSIVO 
PASSIVO CIRCULANTE 
OPERACIONAL 
Fornecedores 
Obrigações fiscais 
Salários e encargos sociais 
Provisões 
FINANCEIRO 
Empréstimos e financiamentos 
Dividendos a pagar 
Duplicatas descontadas 
PASSIVO NÃO CIRCULANTE 
TOTAL - CAPITAIS DE TERCEIROS 
 PATRIMÔNIO LÍQUIDO 
Quadro 2: Modelo de Balanço Patrimonial Padronizado
Fonte: adaptado de Matarazzo (2010)
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45
No balanço patrimonial, conforme o Quadro 2, 
os ajustes observados pela padronização con-
sistem na divisão do ativo circulante e passivo 
circulante em: operacional e financeiro.
No ativo circulante financeiro, devem ser 
apresentadas as contas relativas a valores mo-
netários disponíveis para utilização, como: 
caixa, banco conta movimento, aplicações 
financeiras, dividendos a receber, enquanto 
no ativo circulante operacional, as contas re-
sultam de atividades operacionais que ainda 
demandam algum tempo para serem conver-
tidos em dinheiro, como: duplicatas a receber, 
estoques de mercadorias, estoques de pro-
dutos acabados, impostos a recuperar etc.
No passivo circulante financeiro, são clas-
sificadas as contas de captação de recursos, 
como empréstimos, financiamentos, descon-
to de duplicatas, debêntures ou contas que 
não originadas de atividades operacionais, 
como dividendos a pagar. No passivo circu-
lante operacional, já são registradas as contas 
que representam dívidas decorrentes da 
atividade operacional, como: fornecedores, 
duplicatas a pagar, contas a pagar, impostos 
a recolher, salários a pagar etc.
Essa reclassificação permite ao analista 
verificar as origens e recursosdecorrentes 
da atividade operacional ou financeira, ou 
seja, se as aplicações nas atividades opera-
cionais da empresa estão sendo financiadas 
pelas origens de recursos operacionais ou fi-
nanceiros do Passivo Circulante.
Os demais grupos de contas não ne-
cessitam de reclassificação, podendo ser 
apresentados de forma mais sintética; tudo 
depende do detalhamento da informação 
a ser gerada. Então, o Ativo Não Circulante 
é subdividido em Realizável a Longo Prazo, 
Investimentos, Imobilizado e Intangível, en-
quanto o Passivo Não Circulante e Patrimônio 
Líquido não precisa ser subdividido. O que 
precisa ser observado é que deve ser inserida 
a somatória de Passivo Circulante e Passivo 
Não Circulante como capital de terceiros, 
antes do Patrimônio Líquido.
Análise das Demonstrações Contábeis
46
DRE EM:
31-12-X1 31-12-X2 31-12-X3
DEMONSTRAÇãO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO VA AV AH VA AV AH VA AV AH
 
RECEITA OPERACIONAL BRUTA 
RECEITA BRUTA DE VENDAS E SERVIÇOS 
(-) DEDUÇÕES DA RECEITA BRUTA 
(=) RECEITA OPERACIONAL LÍQUIDA 
(-) CUSTO DAS MERCADORIAS/PRODUTOS/SERVIÇOS 
(=) RESULTADO OPERACIONAL BRUTO 
(-) DESPESAS OPERACIONAIS 
 DESPESAS COM VENDAS 
 DESPESAS ADMINISTRATIVAS 
(=) LUCRO OPERACIONAL I 
 RESULTADO FINANCEIRO LÍQUIDO 
 (-) DESPESAS FINANCEIRAS 
 RECEITAS FINANCEIRAS 
(=) LUCRO OPERACIONAL II 
OUTRAS DESPESAS/RECEITAS OPERACIONAIS 
 (+/-) Resultado da equivalência patrimonial 
(=) LUCRO OPERACIONAL III 
(=) RESULTADO OPERACIONAL LÍQUIDO 
(+/-) OUTRAS RECEITAS E OUTRAS DESPESAS 
(=) RESULTADO ANTES DA PROVISÃO PARA IRPJ E CSLL 
 (-) Provisão para IRPJ e CSLL 
(=) RESULTADO ANTES DAS PARTICIPAÇÕES 
 (-) PARTICIPAÇÕES 
(=) RESULTADO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO 
(=) RESULTADO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO POR AÇÃO 
Quadro 3: Modelo de Demonstração do resultado do exercício Padronizada
Fonte: adaptado de Silva (2012) e Matarazzo (2010)
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Observa-se, no Quadro 3, a padronização da demonstração do resultado do exer-
cício que, segundo Silva (2010), pode dividir o lucro operacional em:
•	 Lucro operacional I: Compreende o desempenho da empresa em sua 
atividade principal, antes de computar o impacto das despesas e receitas 
financeiras, e o resultado da equivalência patrimonial.
•	 Lucro operacional II: Compreende o resultado após deduzir todas as 
receitas e despesas estritamente financeiras da empresa.
•	 Lucro operacional III: Reflete o resultado da empresa após computar 
o resultado da equivalência patrimonial, que é o reconhecimento da 
participação no capital social de outras empresas.
A estrutura da Demonstração do Resultado do Exercício quase não sofre alteração 
até o lucro operacional, somente a partir daí começam as reclassificações. Essa 
reclassificação permite observar se a empresa tem gastos ou ganhos com ativi-
dades que não fazem parte das atividades operacionais da empresa. Isso porque 
as despesas e receitas financeiras não são decorrentes da atividade operacional 
(manuseio dos recursos financeiros), nem os investimentos de participações em 
outras empresas.
Não esquecendo que antes da efetiva aplicação das técnicas de análise, há 
a necessidade de atualizar os valores da amostra para que o fator inflação não 
afete os índices obtidos e, por consequência, a análise.
Análise das Demonstrações Contábeis
48
Para analisar a situação econômica e financeira de uma empresa, não basta apenas 
visualizar itens das demonstrações contábeis isoladamente, é preciso ter uma base 
de comparação entre eles. Para estabelecer essa base, as contas do balanço pa-
trimonial e da demonstração do resultado são relacionadas umas às outras para 
que sejam extraídas informações sobre a situação da organização.
Dentro da análise das demonstrações contábeis essas relações são amplamen-
te utilizadas, recebendo a denominação de índices. Silva (2012, p. 225) conceitua 
índices como “relações entre contas ou grupos de contas das demonstrações 
contábeis, que têm por objetivo fornecer-nos informações que não são fáceis de 
serem visualizadas de forma direta nas demonstrações contábeis”.
Com o cálculo desses indicadores, são medidos diversos aspectos econômi-
cos e financeiros das empresas, podendo ser mais aprofundados em uma área 
do que em outra. O analista responsável pela elaboração dos relatórios pode uti-
lizar qualquer um dos indicadores, mas para obter informações de qualidade, ele 
deve avaliar quais são os indicadores que melhor se encaixam na proposta de 
sua análise e qual o aprofundamento ao qual quer chegar.
Os indicadores da empresa, por si só, podem não ser uma medida suficiente 
sobre o desempenho da mesma. Assaf Neto (2012) afirma que para serem extraídas 
as melhores conclusões, é necessário que os indicadores sejam comparados com 
uma média estabelecida mediante a análise de desempenho de outras organi-
zações do mesmo ramo de atividade, para verificar se está dentro dos padrões 
aceitáveis de normalidade para a área, quais os pontos em que se destaca e em 
quais áreas carece de mais atenção. Também é necessário verificar o contexto 
econômico no qual está inserida a empresa.
PARA ANÁLISE
TÉCNICAS 
Pós-Graduação | Unicesumar
49
Matarazzo (2010) explica que depois de efetuada a avaliação geral da empresa, 
através dos índices econômico-financeiros, pode-se aprofundar a análise com o 
uso de técnicas adicionais denominadas: Análise Vertical e Horizontal. Desse modo, 
o autor concluiu que a sistemática da análise para avaliação de uma empresa, ob-
servando que: “a análise de Balanço deve partir do geral para o particular, assim, 
inicia-se a análise propriamente dita (após o trabalho de preparação – padroniza-
ção) com o cálculo dos índices. Em seguida, se aplica a Análise Vertical/Horizontal” 
(MATARAZZO, 2010, p. 170).
A análise das demonstrações contábeis pode contar com as seguintes téc-
nicas de análise:
•	 Análise horizontal;
•	 Análise vertical;
•	 Análise por meio de indicadores econômicos e financeiros.
A análise horizontal demonstra a evolução de cada conta ao longo do período da 
amostra, enquanto a análise vertical tem a finalidade de mostrar a participação de 
cada conta com relação ao seu total e, por fim, a análise por meio de índices apre-
senta indicadores específicos da situação econômica e financeira em cada ano. 
Sendo recomendada a utilização das três técnicas para viabilizar tendências 
para os próximos períodos, com resultados mais acertados e detalhados dos 
fatos e, consequentemente, melhorando o nível e a qualidade das informações 
expressas no relatório de análise.
Os indicadores de análise horizontal e vertical podem mostrar o desempenho 
econômico e financeiro da empresa?
Fonte: elaboração própria
Análise das Demonstrações Contábeis
50
hORIZONTAL
ANÁLISE 
Assaf Neto (2012) diz que é um processo bastante simples, no qual se toma como 
base os valores obtidos na data inicial a ser analisada; os valores subsequentes são 
divididos por esse valor inicial e depois multiplicados por cem, representando, no 
fim, o valor percentual dessa conta no período em relação ao período anterior.
Segundo Matarazzo (2010, p. 172), “baseia-se na evolução de cada conta de 
uma série de demonstrações financeiras em relação à demonstração anterior e/
ou em relação a uma demonstração financeira básica, geralmente a mais antiga 
da série”.
A análise horizontal, portanto, pode ser utilizada para

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