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Auditoria Empresarial

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Prévia do material em texto

EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Conceito da
Auditoria Contábil
Parecer de
auditoria
Planejamento
de auditoria
Unidade II
ESTRUTURA E 
NORMAS DA ATIVIDADE
DE AUDITORIA NO BRASIL
Unidade III
PLANEJAMENTO
E EXECUÇÃO DA
AUDITORIA CONTÁBIL
AUDITORIA
EMPRESARIAL
Unidade I
FUNDAMENTOS 
DE AUDITORIA
Professor Me. Jorge Leandro Delconte Ferreira
Viver e trabalhar em uma sociedade global é um 
grande desafio para todos os cidadãos. A busca por 
tecnologia, informação, conhecimento de qualida-
de, novas habilidades para liderança e solução de 
problemas com eficiência tornou-se uma questão 
de sobrevivência no mundo do trabalho.
Cada um de nós tem uma grande responsa-
bilidade: as escolhas que fizermos por nós e pelos 
nossos fará grande diferença no futuro.
Com essa visão, o Centro Universitário 
Cesumar – assume o compromisso de democra-
tizar o conhecimento por meio de alta tecnologia 
e contribuir para o futuro dos brasileiros.
No cumprimento de sua missão – “promo-
ver a educação de qualidade nas diferentes áreas 
do conhecimento, formando profissionais cida-
dãos que contribuam para o desenvolvimento 
de uma sociedade justa e solidária” –, o Centro 
Universitário Cesumar busca a integração do 
ensino-pesquisa-extensão com as demandas 
Reitor 
Wilson de Matos Silva
palavra do reitor
DIREÇÃO UNICESUMAR
Reitor Wilson de Matos Silva, Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho, Pró-Reitor de Administração Wilson 
de Matos Silva Filho, Pró-Reitor de EAD Willian Victor Kendrick de Matos Silva, Presidente da Mantenedora 
Cláudio Ferdinandi.
NEAD - NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Direção de Operações Chrystiano Mincoff, Coordenação de Sistemas Fabrício Ricardo Lazilha, Coordenação 
de Polos Reginaldo Carneiro, Coordenação de Pós-Graduação, Extensão e Produção de Materiais Renato 
Dutra, Coordenação de Graduação Kátia Coelho, Coordenação Administrativa/Serviços Compartilhados van-
dro Bolsoni, Gerência de Inteligência de Mercado/Digital Bruno Jorge, Gerência de Marketing Harrisson Brait, 
Supervisão do Núcleo de Produção de Materiais Nalva Aparecida da Rosa Moura, Supervisão de Materiais 
Nádila de Almeida Toledo, Diagramação Fernando Henrique Mendes, Thayla Daiany Guimarães Cripaldi, Revisão 
Textual Hellyery Agda, Ilustração Nara Emi Tanaka Yamashita, Fotos Shutterstock.
NEAD - Núcleo de Educação a Distância
Av. Guedner, 1610, Bloco 4 - Jardim Aclimação - Cep 87050-900 
Maringá - Paraná | unicesumar.edu.br | 0800 600 6360
institucionais e sociais; a realização de uma 
prática acadêmica que contribua para o desen-
volvimento da consciência social e política e, por 
fim, a democratização do conhecimento aca-
dêmico com a articulação e a integração com 
a sociedade.
Diante disso, o Centro Universitário Cesumar 
almeja ser reconhecida como uma instituição univer-
sitária de referência regional e nacional pela qualidade 
e compromisso do corpo docente; aquisição de com-
petências institucionais para o desenvolvimento de 
linhas de pesquisa; consolidação da extensão univer-
sitária; qualidade da oferta dos ensinos presencial e 
a distância; bem-estar e satisfação da comunidade 
interna; qualidade da gestão acadêmica e adminis-
trativa; compromisso social de inclusão; processos 
de cooperação e parceria com o mundo do trabalho, 
como também pelo compromisso e relacionamento 
permanente com os egressos, incentivando a edu-
cação continuada.
CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação a Distância:
C397 
 Auditoria empresarial / Jorge Leandro Delconte Ferreira 
 Publicação revista e atualizada, Maringá - PR, 2014.
 109 p.
“Pós-graduação Núcleo Comum - EaD”.
 1. Contabilidade. 2. Auditoria. 3.Controladoria. 4.EaD. I. Título.
CDD - 22 ed. 657
CIP - NBR 12899 - AACR/2
Prezado(a) Acadêmico(a), bem-vindo(a) à Comunidade do 
Conhecimento. 
Essa é a característica principal pela qual a UNICESUMAR tem sido 
conhecida pelos nossos alunos, professores e pela nossa sociedade. 
Porém, é importante destacar aqui que não estamos falando mais 
daquele conhecimento estático, repetitivo, local e elitizado, mas de um 
conhecimento dinâmico, renovável em minutos, atemporal, global, de-
mocratizado, transformado pelas tecnologias digitais e virtuais.
De fato, as tecnologias de informação e comunicação têm nos 
aproximado cada vez mais de pessoas, lugares, informações, da edu-
cação por meio da conectividade via internet, do acesso wireless em 
diferentes lugares e da mobilidade dos celulares. 
As redes sociais, os sites, blogs e os tablets aceleraram a informa-
ção e a produção do conhecimento, que não reconhece mais fuso 
horário e atravessa oceanos em segundos.
A apropriação dessa nova forma de conhecer transformou-se hoje 
em um dos principais fatores de agregação de valor, de superação das 
desigualdades, propagação de trabalho qualificado e de bem-estar. 
Logo, como agente social, convido você a saber cada vez mais, a co-
nhecer, entender, selecionar e usar a tecnologia que temos e que está 
disponível. 
Da mesma forma que a imprensa de Gutenberg modificou toda 
uma cultura e forma de conhecer, as tecnologias atuais e suas novas fer-
ramentas, equipamentos e aplicações estão mudando a nossa cultura 
e transformando a todos nós.
Priorizar o conhecimento hoje, por meio da Educação a Distância 
(EAD), significa possibilitar o contato com ambientes cativantes, ricos 
em informações e interatividade. É um processo desafiador, que ao 
mesmo tempo abrirá as portas para melhores oportunidades. Como 
já disse Sócrates, “a vida sem desafios não vale a pena ser vivida”. É isso 
que a EAD da UNICesumar se propõe a fazer. 
Pró-Reitor de EaD
Willian Victor Kendrick 
de Matos Silva
boas-vindas
sobre pós-graduação
a importância da pós-graduação
O Brasil está passando por grandes transformações, em especial 
nas últimas décadas, motivadas pela estabilização e crescimento 
da economia, tendo como consequência o aumento da sua impor-
tância e popularidade no cenário global. Esta importância tem se 
refletido em crescentes investimentos internacionais e nacionais 
nas empresas e na infraestrutura do país, fato que só não é maior 
devido a uma grande carência de mão de obra especializada.
Nesse sentindo, as exigências do mercado de trabalho são cada 
vez maiores. A graduação, que no passado era um diferenciador 
da mão de obra, não é mais suficiente para garantir sua emprega-
bilidade. É preciso o constante aperfeiçoamento e a continuidade 
dos estudos para quem quer crescer profissionalmente. 
A pós-graduação Lato Sensu a distância da UNICESUMAR 
conta hoje com 16 cursos de especialização e MBA nas áreas de 
Gestão, Educação e Meio Ambiente. Estes cursos foram planejados 
pensando em você, aliando conteúdo teórico e aplicação prática, 
trazendo informações atualizadas e alinhadas com as necessida-
des deste novo Brasil. 
 Escolhendo um curso de pós-graduação lato sensu na 
UNICESUMAR, você terá a oportunidade de conhecer um conjun-
to de disciplinas e conteúdos mais específicos da área escolhida, 
fortalecendo seu arcabouço teórico, oportunizando sua aplicação 
no dia a dia e, desta forma, ajudando sua transformação pessoal 
e profissional.
Professor Dr. Renato Dutra
Coordenador de Pós-Graduação , Extensão e Produção de Materiais 
NEAD - UNICESUMAR
“Promover a educação de qualidade nas diferentes áreas do conhecimento, 
formando profissionais cidadãos que contribuam para o desenvolvimento 
de uma sociedade justa e solidária”
Missão
apresentação do material 
Caro(a)aluno(a), apresento-lhe com muita satis-
fação este livro, que irá auxiliá-lo na disciplina 
de Auditoria Empresarial. Sou o professor Jorge 
Leandro Delconte Ferreira, contador, especialista 
em Auditoria Contábil, mestre em Administração 
pela UFPR - Universidade Federal do Paraná - e dou-
torando em Economia pelaUEM - Universidade 
Estadual de Maringá.
Preparei este material para você, utilizando 
não apenas meus conhecimentos acadêmicos, 
mas também buscando a orientação de mais de 
dez anos de atuação em consultoria empresarial e 
gestão de projetos, tanto como consultor indepen-
dente quanto com a minha experiência profissional 
como consultor de negócios no Sebrae- PR. 
Por isso, procurei organizar os conteúdos desta 
obra em três unidades independentes, de forma 
que pudesse facilitar ao máximo o seu processo de 
adquirir conhecimento sobre o assunto que nos in-
teressa aqui: Auditoria Empresarial!
Este livro está organizado em três unidades, 
de uma forma que acredito ser a mais interessante 
e pedagógica para você: inicialmente, convido-o 
a compreender alguns conceitos fundamentais 
na área de Auditoria, na primeira unidade, in-
clusive fazendo as devidas correlações com a 
Contabilidade. 
A segunda unidade do livro trata da estrutura 
profissional do Auditor e das normas relacionadas 
Professor Mestre 
Jorge Leandro Delconte Ferreira
a essa importante atividade do meio empresa-
rial. Esses assuntos são fundamentais não só para 
quem deseja trabalhar com Auditoria Empresarial, 
mas também para aqueles que, mesmo que não 
pretendam atuar na área, desejam conhecer um 
pouco mais sobre o tema de Auditoria. Além disso, 
comento também sobre a lei Sarbanes-Oxley, ou 
simplesmente Sox, lei norte-americana que virou 
referência internacional na prevenção de fraudes 
nas Demonstrações Contábeis.
Concluo este livro na unidade três, apresen-
tando, em linhas gerais, o caminho mais comum 
trilhado para quem deseja, de fato, auditar. Abordo, 
nessa unidade, desde o planejamento da Auditoria 
até a elaboração dos chamados papéis de trabalho. 
Meu objetivo ao escrever este livro não foi o 
de transformá-lo em um Auditor ou de esgotar o 
assunto, mas apresentar a você pontos fundamen-
tais da teoria e da prática relacionadas à Auditoria 
Empresarial. Se decidir atuar na área, com certeza, 
muitas obras indicadas nas referências lhe serão 
úteis. 
Mas, para fazer um bom uso deste material, é 
necessário também o empenho da sua parte. Leia 
atentamente o material preparado, faça anotações, 
responda às atividades de autoestudo, anote suas 
dúvidas, assista aos vídeos sugeridos, acompanhe 
as indicações de leitura. Tudo isso poderá aumen-
tar em muito o seu aprendizado. 
su
m
ár
io 01
12 contabilidade: conceitos gerais
16 princípios de contabilidade
20 origem e evolução da auditoria contábil
25 classificações da auditoria contábil
31 principais diferenças entre auditoria interna e auditoria externa.
FUNDAMENTOS DE 
AUDITORIA
02 03
38 a profissão de auditor
46 organismos relacionados à auditoria no brasil
50 normas brasileiras de auditoria
58 parecer de auditoria
72 conteúdo
76 conteúdo
82 conteúdo
87 conteúdo
95 conteúdo
96 conteúdo
ESTRUTURA E NORMAS DA 
ATIVIDADE DE AUDITORIA 
NO BRASIL
TÍTULO
03
PLANEJAMENTO E EXECUÇÃO 
DA AUDITORIA CONTÁBIL
76 planejamento da auditoria
85 controle interno
92 revisão analítica
93 execução de procedimentos de auditoria
98 papéis de trabalho
1 FUNDAMENTOS DE AUDITORIA
Professor Me. Jorge Leandro Delconte Ferreira
Plano de estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estu-
dará nesta unidade:
• Contabilidade: Conceitos Gerais
• Princípios de Contabilidade 
• Conceito de Auditoria Contábil
• Origem e Evolução da Auditoria Contábil
• Classificações da Auditoria Contábil
• Principais diferenças entre Auditoria Interna e 
Auditoria Externa.
Objetivos de Aprendizagem
• Conhecer os fundamentos contábeis relativos ao 
meio empresarial.
• Compreender a atividade de Auditoria como um 
dos mecanismos essenciais da Contabilidade.
• Analisar a origem e o desenvolvimento da 
Auditoria como prática de controle.
• Conhecer as principais classificações da ativida-
de de Auditoria.
A dinâmica crescente do mercado competitivo exige das empresas 
maior qualificação das informações, de modo a produzir transparên-
cia e confiabilidade. A Auditoria contábil é um meio de não apenas 
certificar a exatidão das Demonstrações Contábeis, mas também 
prevenir irregularidades conscientes (suborno, fraude, desfalque) 
ou não conscientes (erro) no registro das informações contábeis, 
gerando benefícios preventivos, concomitantes ou posteriores. 
Nesta unidade você verá, inicialmente, alguns conceitos gerais 
da Contabilidade, fundamentais para compreender a importân-
cia e os meios de operação de um dos seus ramos de atuação: a 
Auditoria. A seguir, fazemos uma verificação de diversos conceitos 
para, em seguida, ao analisá-los, consolidar um conceito unificador. 
A terceira seção mostra o histórico da auditoria como prática de 
controle patrimonial. É importante que o leitor observe também a 
evolução da auditoria como prática e como instrumento científico 
e normativo em terras brasileiras. Por fim, apresentamos as classi-
ficações da auditoria baseadas em diversos critérios. O destaque 
desta seção fica por conta das diferenças entre a auditoria interna 
e auditoria externa. A auditoria, como instrumento organizacional, 
é fundamental tanto para públicos externos à entidade, quanto 
como instrumento a ser utilizado pela própria gestão, no processo 
de administração organizacional.
Ao final desta unidade, esperamos que o leitor tenha claro o 
conceito de auditoria, a sua importância no universo da gestão 
organizacional, a sua evolução ao longo da história e ainda suas 
principais classificações e subdivisões.
A auditoria, como elemento de uma ciência social (a 
Contabilidade), está em constante evolução. Tais aperfeiçoamen-
tos contribuem para aproximar-se cada vez mais da razão de ser 
da auditoria: assegurar que os relatórios contábeis apresentem a 
real situação patrimonial e financeira de uma entidade, de forma a 
auxiliar os usuários da informação contábil na tomada de decisões.
Auditoria Empresarial
12
CONCEITOS GERAIS
CONTABILIDADE:
Pós-Graduação | Unicesumar
13
Para estudar Auditoria Contábil, entendemos 
que é necessário, primeiramente, compre-
ender o signifi cado e a abrangência da 
Contabilidade como ciência social. Nesse 
sentido, a contabilidade pode ser conceitu-
ada da seguinte forma:
Observando a defi nição acima, perceba que 
estão destacados alguns termos, que são 
fundamentais para entender o conceito de 
Contabilidade. A seguir, serão comentados 
cada um desses termos:
Objeto da Contabilidade: diz respeito 
ao foco de estudo, ou seja, aquilo que con-
centra toda a atenção da Ciência Contábil. 
Qualquer procedimento contábil (seja ele 
a elaboração de um relatório, o registro de 
uma informação, ou a execução de uma au-
ditoria), estará sempre focado no objeto da 
Contabilidade, que é o Patrimônio.
Patrimônio: pode ser compreendido 
como o conjunto dos bens, direitos e obri-
gações da entidade, ou seja, tudo o que a 
entidade possui, o que ela tem em haveres 
(ou seja, que receberá de terceiros no futuro) 
e o que tem de obrigações, isto é, dívidas 
que deverão ser pagas a terceiros no futuro). 
Patrimônio, portanto, tem um alcance maior 
do que apenas as posses da empresa, abran-
gendo também as dívidas e os valores a 
receber.
Entidades: diz respeito a qualquer tipo 
de agente econômico que tenha autono-
mia para executar ações com outros agentes, 
que impliquem em efeitos econômico-fi nan-
ceiros. Portanto, ao se referir a entidades, a 
abrangência é muito ampla, alcançando, por 
exemplo, empresas estruturadas na forma de 
sociedade, fi rmas individuais, empresas de 
capital aberto (S/As), associações, cooperati-
vas, sindicatos, empresas públicas (governos, 
estatais, fundações, entre outros) e tambémpessoas físicas (sejam assalariados, autôno-
mos, produtores rurais e outros). 
Objetivo: refere-se ao motivo pelo qual 
é feita a Contabilidade. Basicamente, o obje-
tivo da contabilidade é medir e controlar o 
Patrimônio (que é seu objeto), ou seja, pro-
duzir informações a respeito do tamanho, da 
variedade e diversidade, das características 
do Patrimônio (e de cada um de seus compo-
nentes), bem como demonstrar a evolução 
do patrimônio ao longo do tempo.
Finalidade: pode ser entendida como a 
razão de ser da Contabilidade, ou seja, para 
que ela é feita: o fi m último da Contabilidade 
é contribuir para o processo de tomada de 
decisão dos agentes econômicos (ou das 
Entidades), de forma que essas entidades 
possam atingir seus objetivos (no caso de 
empresas, maximização dos lucros; para 
pessoas, maximização da satisfação; para go-
vernos, maximização do bem-estar).
Contabilidade é uma ciência social cujo 
objeto é o Patrimônio das Entidades
(públicas e privadas), e que tem como ob-
jetivo mensurar e controlar a evolução do 
Patrimônio, com a fi nalidade de oferecer in-
formações úteis para o processo de tomada 
de decisão dos gestores da entidade.
Auditoria Empresarial
14
Para que a Contabilidade possa desem-
penhar seu papel, atingindo assim sua 
fi nalidade, ela recorre a quatro técnicas con-
tábeis fundamentais, que são:
• Escrituração ou registro dos fatos ou 
fenômenos que afetam o Patrimônio.
• Elaboração e publicação de relatórios, 
chamados de Demonstrações 
Contábeis ou Demonstrações 
Financeiras (como o Balanço 
Patrimonial, por exemplo). 
• Auditoria Contábil
• Análise das Demonstrações 
Contábeis ou Análise de Balanços.
A primeira técnica descrita acima implica 
em registrar, de modo ordenado (cronolo-
gicamente) e com a atribuição de valores 
e de outras informações necessárias, todos 
os fatos que causam efeitos diretos ou indi-
retos, presentes ou futuros, no patrimônio 
das entidades.
As Demonstrações Financeiras consis-
tem na publicação de relatórios que possam 
oferecer aos usuários da contabilidade in-
formações sufi cientes para seu processo de 
tomada de decisão. Incluem tanto os rela-
tórios obrigatórios pela Legislação (como 
o Balanço Patrimonial) quanto os relatórios 
não compulsórios, mas que são úteis para 
os usuários (por exemplo, o Balanço Social).
A Auditoria Contábil também é uma das 
técnicas contábeis fundamentais e será con-
ceituada mais à frente neste material. Por 
ora, podemos dizer que a auditoria consis-
te na verifi cação sistemática se as técnicas 
anteriores (escrituração e elaboração de 
demonstrações contábeis) refl etem adequa-
damente todas as informações relevantes 
relacionadas do patrimônio.
Por fi m, a análise das Demonstrações 
Contábeis consiste em, a partir desses relató-
rios e com o uso de ferramentas específi cas, 
elaborar análises que permitam avaliar tanto 
a situação atual da empresa quanto as suas 
perspectivas futuras (em relação a si mesma 
e a outras empresas concorrentes).
O fl uxograma expresso na fi gura 1 permite 
compreender mais adequadamente como a 
Contabilidade se estrutura e se organiza, de 
forma a atender à sua fi nalidade. Observe 
que a Auditoria Contábil é uma das técnicas 
empregadas pela Contabilidade para atingir 
à sua fi nalidade, ou seja, produzir informa-
ções para a tomada de decisão. Acompanhe 
a fi gura e verifi que como a Auditoria se insere 
no contexto da Contabilidade.
o signifi cado e a 
abrangência da
ciência social
contabilidade como
Pós-Graduação | Unicesumar
15
Quer conhecer detalhes sobre o Balanço Social? O Instituto Ethos (uma Organização da 
Sociedade Civil de Interesse Público - OSCIP) publicou um guia bastante detalhado, que 
apresenta a história, os principais modelos e os passos para elaboração de um Balanço 
Social consistente e coerente. Faça o download gratuito no endereço:
<http://www.uniethos.org.br/docs/conceitos_praticas/guia_relatorio/default.htm>. Acesso 
em: 13 mai. 2014
Contabilidade é a Ciência que tem
como �nalidade produzir informações
sobre o Patrimônio das Entidades que
auxilie na tomada de decisão
Objeto: patrimônio
das Entidades
Objetivo: medir e
controlar as variações
no Patrimônio
Meios para atingir
a sua �nalidade
(técnicas contábeis)
Registro
dos fatos:
Escrituração
Exposição do 
Patrimônio e sua evolução:
Demonstrações Contábeis
Exame e avaliação
de registros e 
demonstrações:
Auditoria
Análise, comparação
e interpretação das
Demonstrações
Dimensão Estática
do Patrimônio:
Dimensão Dinâmica
do Patrimônio:
Inventários;
Balanço Patrimonial
Balanço Orçamentário;
Outras
Demonstração
de Resultados;
Fluxo de Caixa;
Outras
Análises
Comparações
Interpretações
Figura 1 – Estrutura Lógica da Contabilidade
Fonte: Adaptado de Franco e Marra (2001)
Auditoria Empresarial
16
princípios de 
contabilidade
Pós-Graduação | Unicesumar
17
Os princípios para a contabilidade servem 
como uma base de apoio que orienta 
sobre os procedimentos a serem adota-
dos na realização e escrituração dos registros 
contábeis, estabelecendo regras que serão 
utilizadas para elaboração das demons-
trações contábeis e análise das variações 
sofridas pelo patrimônio. A estrutura con-
ceitual básica da contabilidade trata dos 
seguintes tópicos: Objetivo da Contabilidade, 
Cenários Contábeis, Princípios de contabili-
dade (postulados, princípios propriamente 
ditos e convenções), porém, estudaremos 
somente o disposto sobre a Resolução do 
CFC nº750/93, conforme segue:
a) Princípio da Entidade: reconhece 
o Patrimônio como objeto da 
Contabilidade, separando o que 
pertence à pessoa jurídica (empresa) 
e às pessoas físicas nela envolvida 
(sócios, administradores, entre outros).
É o que acontece no caso com as 
empresas coligadas e controladas, 
que têm seu patrimônio, ou parte 
dele, controlados por outras 
empresas. Utilização de veículos por 
parte dos funcionários ou sócios para 
atividades alheias.
b) Princípio da Oportunidade: refere-
se à tempestividade e à integridade 
do registro do patrimônio e das suas 
mutações, independentemente das 
causas que as originaram, que podem 
ser eventos de origem externa que 
afetam o Patrimônio, transações 
realizadas em outras entidades como 
compra, venda, entre outros. Registro 
de compra de mercadorias em período 
diferente da data da nota fiscal, registro 
de venda para entrega futura apenas 
pela saída das mercadorias.
c) Princípio da Continuidade: refere-se 
à continuidade normal dos negócios, 
bem como sua vida definida ou 
provável, deve ser considerada quando 
da classificação e avaliação das 
mutações patrimoniais, quantitativas 
e qualitativas. A observância neste 
princípio é indispensável para aplicação 
do Princípio da Competência. 
Em resumo, pressupõe-se que a 
continuidade é que irá refletir sobre 
o resultado das demonstrações 
contábeis, pois se trata da continuidade 
das atividades operacionais da empresa, 
se os ativos podem transformar-se em 
determinado momento em despesa. 
Registro de bens do ativo pelo valor de 
venda.
d) Princípio do Registro pelo Valor 
Original: diz que os valores dos 
bens, direitos e obrigações devem 
ser registrados pelo valor da 
aquisição, na data da transação, que 
consta no documento suporte, que 
supostamente deve ser original. Os 
valores originais podem ser ajustados 
quando ocorrer perda ou ganho 
do valor econômico, porém seu 
registro inicial deve ter como base o 
valor ocorrido na data da transação. 
Bem adquirido por valor inferiore 
Auditoria Empresarial
18
registrado a valor de mercado.
e) Princípio da Atualização 
Monetária: a correção monetária das 
demonstrações financeiras é muito 
importante em países com inflação 
elevada, pois ocorre naturalmente a 
perda do poder aquisitivo da moeda, 
sendo necessário para demonstrar 
adequadamente a situação 
patrimonial e os resultados. A Lei 6404, 
de 15 de dezembro de 1976 dispõe 
sobre a correção monetária do ativo 
e do resultado, bem como o ativo 
permanente e patrimônio líquido. 
Porém, com o possível controle 
inflacionário do Brasil, o Governo 
Federal extinguiu a correção monetária 
a partir de 01 de janeiro de 1996. 
Ressalta-se ainda que a referida lei teve 
alterações com as Leis 11638, de 28 
de dezembro de 2007, e 11941, de 27 
de maio de 2009. Para fins gerenciais, 
é de muita importância a correção 
monetária, pois na verdade irá 
demonstrar a real situação da empresa 
em determinado período de tempo. 
Porém, não é obrigatória por lei.
f) Princípio da Competência: este 
princípio diz respeito ao momento 
correto de registraras receitas e 
despesas. O ideal, do ponto de 
vista contábil, é que as receitas 
e as despesas sejam registradas 
quando da ocorrência do seu fato 
gerador, independente de terem 
sido transformadas em dinheiro ou 
não. Exemplificando, uma venda 
a prazo deve ser contabilizada 
quando da sua realização, ou seja, do 
fechamento da venda, independente 
do seu recebimento. Assim, despesas 
e receitas devem ser registradas 
independentemente de terem sido 
pagas ou incorridas, ou seja, deve 
ser efetuado o seu reconhecimento 
observando o exercício em acontecer 
o seu fato gerador. Considerando 
separadamente as despesas, elas estão 
representadas por esforços realizados 
e consumo de ativos necessários 
para a atividade da empresa, podem 
ser pagas antecipadamente, no 
momento em que ocorrerem ou pagas 
no futuro. Já a definição de receita 
pode ser considerada no momento 
em que ocorre a venda de bens e 
mercadorias ou na prestação do 
serviço. A transação ocorre por meio 
de documento comprobatório, ou seja, 
nota fiscal, e pode ser tanto à vista, a 
prazo ou recebidas antecipadamente. 
As receitas são obtidas por meio 
do desenvolvimento das atividades 
operacionais ou venda de algum ativo 
da empresa. Registro de despesas pelo 
pagamento das mesmas.
g) Princípio da Prudência: determina 
adoção do menor valor para as contas 
do Ativo e maior valor para as contas 
do Passivo, sempre que se apresentem 
alternativas igualmente válidas que 
alterem o patrimônio líquido.
Pós-Graduação | Unicesumar
19
Agora que você já tem uma noção inicial da 
Contabilidade, como ciência social, perce-
beu seus elementos fundamentais (objeto, 
objetivo e finalidade), viu os princípios nor-
teadores da prática contábil e tem uma visão 
geral de sua estrutura lógica, é possível nos 
adiantarmos para compreender com mais 
profundidade o que é, para que serve e a 
quem serve a Auditoria Contábil, que é o que 
veremos em nossa próxima seção.
A título de curiosidade, apresentamos abaixo um quadro do CFC que mostra a evolução 
quantitativa da atividade contábil entre 2004 e 2013. Observe que o quadro está organizado 
em profissionais (subdivididos entre contadores - ou bacharéis - e técnicos) e em organi-
zações contábeis (no modelo de firmas individuais, profissionais autônomos e sociedades 
empresariais).
Profissionais e Organizações Ativos nos Conselhos Regionais de Contabilidade
Posição em 31/12
ANO
Contador Técnico Contábil
TOTAL
Organização Contábil
TOTAL
Masc. Fem. Masc. Fem. Ind. (1) E. I. (2) Soc. (3)
2004 104.978 61.692 131.846 60.503 359.019 46.835 - 21.172 68.007
2005 115.512 74.291 134.847 65.679 390.329 43.528 - 21.62 65.148
2006 119.846 79.825 129.975 64.942 394.588 44.194 - 21.421 65.615
2007 123173 82551 129026 64588 399338 44746 - 22275 67021
2008 127.594 85.433 128.292 64.234 405.553 46.039 - 23.341 69.380
2009 130.239 88.797 127.268 64.307 410.611 47.095 - 26.156 73.251
2010 161.85 130.54 129.877 73.317 495.584 46.972 1.759 27.552 76.283
2011 161.064 129.144 126.403 71.116 487.727 45.326 4.043 29.601 78.970
2012 162.928 129.758 123.718 69.094 485.498 43.829 6.250 31.020 81.099
2013 168.573 135.669 121.640 68.070 493.952 41.747 6.926 33.970 82.643
Fonte: CFC, 2014.
(1): Escritórios individuais: organizações unipessoais não personificadas.
(2): Empresários individuais: organizações unipessoais personificadas.
(3): Sociedade: pessoas jurídicas registradas nos Conselhos de Contabilidade.
Se quiser conhecer mais a respeito de Contabilidade e de 
como ela se estrutura no Brasil, acesse a página eletrônica 
do Conselho Federal de Contabilidade (<www.cfc.org.br>). 
Auditoria Empresarial
20
E EVOLUÇÃO
DA AUDITORIA
ORIGEM 
CONTÁBIL
A fim de conhecer de forma adequa-
da a atividade de auditoria contábil, é 
fundamental compreender não apenas 
como ela se originou, mas também a 
forma como se desenvolveu até os dias 
atuais. As duas próximas seções deste 
material irão abordar esse assunto.
Pós-Graduação | Unicesumar
21
Tomando por base Franco e Marra (2001), pri-
meiramente podemos dizer que a Auditoria 
moderna surgiu na Inglaterra, com a 
criação do cargo de auditor do Tesouro 
da Inglaterra, que controlava as contas pú-
blicas. Attie (1998) também concorda com a 
afirmação, devido ao fato de a Inglaterra ser 
um dos países mais desenvolvidos economi-
camente na época, em relação aos demais 
países da Europa, dominando os mares e o 
comércio. A Inglaterra foi o primeiro país a 
cobrar imposto de renda com base nos lucros 
obtidos pelas empresas. 
No entanto, há indícios de que a audi-
toria, mesmo que não tão estruturada, seja 
uma prática muito mais antiga. Morais (2009) 
aponta a existência de provas arqueológi-
cas de inspeções e verificações de registros 
realizadas na Suméria que datam de mais 
de 4.500 anos antes de Cristo. Além disso, o 
autor também destaca que relatos de práti-
cas de auditoria podem ser encontrados nos 
documentos relativos às províncias romanas. 
Segundo Morais (2009), teria sido muito com-
plicado a um império tão grande, poderoso 
militar e politicamente, e com elevado grau 
cultural (incluído aí práticas de registro con-
tábil), assegurar seu desenvolvimento sem 
mínimas práticas de auditoria, as quais são 
reveladas nas cartas a Trajano (97-117 d.C.), 
de autoria de Plínio. 
Na Idade Média, Morais (2009) destaca a 
existência de organismos semelhantes a as-
sociações profissionais em diversos países 
europeus, cuja principal atividade consistia 
em realizar verificações semelhantes aos pro-
cedimentos modernos de auditoria. Dentre 
esses organismos, o autor destaca os conse-
lhos londrinos, instalados em 1310; o Tribunal 
de Contas parisiense, implantado em 1640, 
o Collegio dei Raxonati, criado em 1581 em 
Veneza, e a Academia dei Ragionieri, instau-
rada em 1658, na capital do reino de Milão1.
Mas é fácil compreender porque a origem 
da Auditoria Contábil moderna se deu na 
Inglaterra: o império Britânico, no final da 
Idade Média e início da Idade Moderna, era 
composto por inúmeras províncias ou co-
lônias. A riqueza do império era mantida 
justamente pela dependência das Colônias 
em relação à Matriz, a Inglaterra. E tal de-
pendência dependia de controles diretos da 
produção das províncias, bem como do ade-
quado recolhimento de tributos.
Mais tarde, com o advento da revolução 
industrial, é criado o ambiente propício para 
que a Auditoria Contábil moderna se conso-
lide como prática indispensável a grandescorporações. E, como o berço da revolução 
1 É importante lembrar que a Itália, em seu formato moderno de Estado, só se 
consolidou com a Unificação, que aconteceu no final do século XIX. Até então, 
era dividida em vários reinos independentes, como o da Sardenha e Piemonte, 
o de Veneza, os Ducados de Parma, Módena e Toscana, e outros.
origem e desenvolvimento
da auditoria contábil
Auditoria Empresarial
22
industrial foi exatamente a Inglaterra, isso 
explica porque aquele país é tido como 
principal responsável pelo desenvolvimen-
to dessa prática contábil tão importante 
nos dias atuais.
Conforme apontam Boynton, Johnson e 
Kell (2002), a auditoria aplicada ao contexto 
empresarial tomou corpo a partir da criação 
de legislação específica, em território britâ-
nico. Tal legislação ocorreu exatamente no 
auge da primeira Revolução Industrial, em 
meados do século XIX. 
E os Estados Unidos da América, que 
então já eram ex-colônia britânica, e que 
mantinham fortes relações comerciais com 
a Inglaterra, também foram campo fértil 
para o desenvolvimento industrial e para a 
consolidação da Auditoria. Com a mudança 
do cenário econômico para a América do 
Norte houve instalações de novas empresas. 
Acredita-se que, a partir do século XX, com a 
predominância da “Escola Norte Americana”, 
ocorreu grandes avanços na Contabilidade, 
como Análise de Balanços, Auditoria, Custos, 
Contabilidade Gerencial, entre outros. 
O quadro 03 apresenta uma compila-
ção dos principais fatos relacionados ao 
desenvolvimento da moderna auditoria. 
Acompanhe os acontecimentos nele des-
tacados para saber mais.
ANO ACONTECIMENTO
1756 A Revolução Industrial na Inglaterra e a expansão do capitalismo propiciaram grande impulso para a profissão devido ao surgimento das primeiras fábricas com uso intensivo de capital [...].
1880 Criação da Associação dos Contadores Públicos Certificados na Inglaterra.
1887 Cria-se, nos EUA, a Associação dos Contadores Públicos Certificados. 
1894 É criado na Holanda o Instituto Holandês de Contabilidade Pública. 
Início do séc. XX Surgimento das grandes corporações americanas e rápida expansão do mercado de capitais.
1916 Surgimento do IPA (Institute of Public Accountants), que sucede a Associação supra citada em 1887. 
1917 Redenominação do IPA para AIA (American Institute of Accountants). 
1929 Crash da Bolsa de Valores. 
anos 30 O AIA propõe ao Congresso Norte-Americano a regulamentação de normas e padrões contábeis por profissionais altamente capacitados. 
1934 Criação da SEC (Security and Exchange Comission), nos EUA, aumentando a importância da profissão do auditor como guardião da transparência das informações contábeis das organizações e sua divulgação para o mercado de capitais [...].
1947 Declaração de Responsabilidade do auditor interno. 
1957 Redenominação do AIA para AICPA (American Institute of Certified Public Accountants), instituto que teve importância decisiva para o desenvolvimento das práticas contábeis e de auditoria.
1971 Criação do IBRACON (Instituto Brasileiro de Contadores) [...]. 
1973 Surgimento do FASB (Financial Accounting Standards Board), nos EUA, com o objetivo de determinar e aperfeiçoar os procedimentos, conceitos e normas contábeis.
1976 Com a Lei nº. 6404 - Lei das Sociedades por Ações - foram normatizados as práticas e relatórios contábeis.
1976
Com a Lei nº. 6385, é criada a CVM (Comissão de Valores Mobiliários), que tem a 
responsabilidade de normatizar as normas contábeis e os trabalhos de auditoria das empresas de capital aberto, além de fiscalizar.
1977
Surgimento do IFAC (International Federation of Accountants), que substituiu o 
International Coordination Committee for Accountancy Profession, com a missão de emitir padrões profissionais e guias de 
recomendação, além de buscar a convergência internacional desses padrões.
2001
Surgimento do IASB (International Accounting Standards Board), com sede na Grã-
Bretanha, que assume a responsabilidade de estudo de padrões contábeis, antes dirigidos pelo IASC (International Accounting Standards 
Comitte), com o objetivo de harmonizá-las internacionalmente.
Quadro 03 - Evolução da Auditoria Moderna
Fonte: Oliveira & Diniz Filho (2001), apud Pacheco, Oliveira e La Gamba (2007).
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23
De forma conclusiva, podemos dizer que a 
Auditoria se modernizou em decorrência da 
evolução do capitalismo, provocada pelo apa-
recimento das grandes empresas, que abriram 
seu capital para novos investidores, provocan-
do a necessidade de assegurar a fidedignidade 
das demonstrações geradas por elas, o que se 
traduz na importância da Auditoria Contábil 
para o meio empresarial.
A Auditoria foi uma forma encontrada 
para que os investidores tenham conhe-
cimento sobre a situação patrimonial e 
financeira, a capacidade de geração de lucro, 
rentabilidade, e que estas e outras informa-
ções demonstrem a realidade da empresa 
naquele momento.
Portanto, é necessário o exame dessas de-
monstrações por profissionais competentes, 
principalmente sem nenhuma relação com 
a preparação e divulgação das mesmas, essa 
pessoa recebe o nome de auditor. Assim, a 
Contabilidade acompanha o desenvolvimen-
to das empresas, sendo que esta evolução 
contribui muito para demonstrar a importân-
cia da Auditoria, dando ênfase na necessidade 
de sua utilização dentro das organizações.
A Auditoria no Brasil iniciou-se a partir do 
momento que algumas empresas multinacio-
nais começaram a se instalar, trazendo junto a 
elas as empresas de auditoria independente, 
pois os Estados Unidos exigiam que as de-
monstrações financeiras fossem auditadas. 
Com a Lei das Sociedades Anônimas, houve 
a determinação de que todas as sociedades 
de capital aberto, tanto em bolsa de valores 
ou expostas no balcão, estariam obrigadas a 
realizar a auditoria de suas demonstrações.
De acordo com Attie (1998, p. 29), as 
principais influências que possibilitaram o de-
senvolvimento da Auditoria no Brasil foram:
• Filiais e subsidiárias de firma estrangeira.
• Financiamento de empresas 
brasileiras por meio de entidades 
internacionais.
• Crescimento das empresas brasileiras 
e necessidade de descentralização 
e diversificação de suas atividades 
econômicas.
• Evolução do mercado de capitais.
• Criação das normas de auditoria pelo 
Banco Central do Brasil.
• Criação da Comissão de Valores 
Mobiliários e da Lei das Sociedades 
Anônimas.
auditoria no Brasil
evolução da
Auditoria Empresarial
24
Esses e outros fatores foram primordiais para 
que a Auditoria se divulgasse, levando os 
profi ssionais de contabilidade a se adapta-
rem ao desenvolvimento, buscando melhor 
aperfeiçoamento das técnicas de auditoria 
para atender as necessidades das empre-
sas S/A. Em 13 de setembro de 1984, a CVM 
emitiu a instrução nº 38, que dispõe sobre 
algumas normas, contendo os deveres e 
responsabilidade do auditor independen-
te, impedindo a ligação com a empresa a 
ser auditada.
Morais (2009) também faz uma análise da 
evolução da auditoria no Brasil, destacando 
não apenas o fato em si que é importante 
para atividade profi ssional do auditor, mas 
também o procedimento relacionado ao fato. 
Veja no Quadro 04:
ANO FATO PROCEDIMENTO
1972 Profi ssionalização da Auditoria Criação das Normas de Auditoria Geralmente Aceitas por ato conjunto do Bacen/Ibracon/CFC.
1976 Promulgação da Lei 6.404 Obrigatoriedade de auditoria externa para SA de capital aberto.
Promulgação da Lei 6.385 Criação da CVM.
1997 Resoluções CFC 820/821 Aprovação das Normas Profi ssionais de Exame e Avaliação pelo CFC.
1999 Publicação da Instrução CVM n. 308 Regulamenta e defi ne Normas deAuditoria Independente das SA.
2001 Instrução 01/2001/SFC/MF Regulamenta e defi ne Normas de auditoria Governamental no âmbito do Poder Executivo 
Federal.
2004 Resolução Bacen/3.198/2004 Normas sobre auditoria no mercado fi nanceiro.
Quadro 04 - Evolução da Auditoria no Brasil
Fonte: Morais (2009).
Hoje, a auditoria independente é obrigatória 
em empresas que negociam suas ações em 
Bolsa de Valores, ou seja, Mercado de Capitais, 
bem como as instituições integrantes do 
Sistema Financeiro. Existe um vasto campo 
para o desenvolvimento da auditoria, no qual 
cabe ao profi ssional difundir sua importân-
cia dentro de todas as organizações. 
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25
CLASSIFICAÇÕES 
DA AUDITORIA 
CONTÁBIL
Auditoria Empresarial
26
CRITÉRIO TIPOS DESCRIÇÃO 
Processo de 
Questionamento
1. Geral ou de Balanços
Também chamada de auditoria sintética, de balanço ou financeira, é a mais usada 
e incide sobre todos os componentes do patrimônio e se situa mais na análise das 
peças dos balanços e de suas conexões.
2. Analítica ou Detalhada
Abrange o exame de todas as transações, verificando todos os documentos, contas e 
valores fisicamente comprováveis, confrontando também informações de outras em-
presas que se relacionem com a examinada. Por ser mais cara, é feita apenas quando 
imprescindível (por exemplo, nos casos de desvios, em que é necessário identificar 
quem desviou o que e para onde).
Forma de Intervenção
1. Interna
Realizada por funcionários da própria empresa, constituindo uma seção ou um 
departamento independente na organização.
2.Externa (ou independente)
Feita por profissional liberal ou por associação de profissionais liberais e, portanto, 
elementos estranhos à empresa.
Tempo Demandado
1. Contínua
Realizada de modo ininterrupto, por períodos certos (normalmente mensais, 
bimestrais ou trimestrais). Normalmente, seu propósito é mais pedagógico que de 
fiscalização (ou seja, visa mais aperfeiçoar sistemas e prevenir fraudes).
2. Periódica
Realizada em períodos mais longos (geralmente semestrais ou anuais), não tendo 
necessariamente conexão entre uma e outra auditoria.
Natureza de Controle
1. Preventiva
Ao analisar os processos e resultados da empresa, visa oferecer alternativas de 
soluções, com base em cenários futuros possíveis. Normalmente, trabalha com um 
cenário pessimista, um otimista e um intermediário.
2. Concomitante
São realizadas com o propósito de atuar em tempo real sobre os atos e os efeitos 
potenciais positivos e negativos de uma matéria auditável. Visam melhorar processos 
e resolver gargalos na entidade. 
3. Subsequente ou de avaliação.
Visam emitir opinião sobre o alcance de objetivos delineados para a organização. Na 
área pública, investigam principalmente a observância da legalidade, impessoali-
dade, publicidade, moralidade e eficiência dos atos praticados pelos gestores.
Limite de Execução
1. Total
Tem como objeto de investigação todo o patrimônio, não deixando qualquer compo-
nente do mesmo sem ser auditado.
2. Parcial
O exame é focado apenas em alguns pontos, seja porque tem objetivos especiais 
(por exemplo, conferir a exatidão dos estoques) ou porque usa critérios de amostra-
gem.
Quadro 05 - Classificações de Auditoria Contábil
Fonte: adaptado de Morais (2009).
A seguir, iremos verificar com mais detalhes 
as auditorias segundo a forma de inter-
venção, observando aspectos específicos 
das auditorias interna e externa, que re-
presentam a mais importante classificação 
da auditoria. 
A classificação de um procedimento científico 
pode se dar de diversas formas, com relação 
aos critérios escolhidos para se fazer a classifica-
ção. Dessa maneira, quanto mais critérios forem 
empregados, mais tipos de auditoria podem ser 
identificados. Morais (2009) aponta cinco crité-
rios possíveis para classificar a auditoria Contábil, 
conforme se verifica no Quadro 05 abaixo:
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27
A auditoria interna é uma atividade de ava-
liação independente e de assessoramento 
da administração, voltada para o exame e 
avaliação da adequação, eficiência e eficá-
cia dos sistemas de controle, e verificação 
da qualidade do desempenho das áreas 
em relação às atribuições dos objetivos, 
planos e metas definidos pelas mesmas. 
O auditor interno é um funcionário da 
empresa, dependendo economicamente 
dela, porém, deve manter independência 
em relação ao trabalho a ser realizado. Tem 
a finalidade de atender às necessidades mais 
prementes da administração em particular. 
A Auditoria Interna cumpre papel fundamen-
tal na empresa que é subsidiar o administrador 
com dados e informações verdadeiras, pois 
ele não tem condições de realizar os proce-
dimentos necessários para tal comprovação 
mediante alguns exames, tais como:
“Apontar problemas ou desvios em 
uma organização é relativamente 
simples, no entanto, direcionar os 
passos a serem dados é o grande di-
ferencial de uma Auditoria Interna 
Eficaz”. 
Ibrahim Lisboa, Auditor e colunista 
do Portal de Auditoria. 
Fonte: <http://www.portaldeauditoria.com.
br/artigos/POR-QUE-FAZER-UMA-AUDITORIA-
-INTERNA-EM-RECURSOS-HUMANOS.asp>.
auditoria 
interna
• Integridade das informações e 
registros.
• Verificar a eficácia e eficiência dos 
controles.
• Utilizar métodos para salvaguardar os 
ativos e comprovação da existência, 
entre outros.
Auditoria Empresarial
28
O auditor interno deve ter acesso a todas as áreas e informações da empresa, não limitar-se apenas às 
contábeis e financeiras. Isso significa abran-
ger tudo o que envolve a organização e aos 
métodos utilizados para proteger seus ativos, 
verificar a eficiência e eficácia operacional e do 
sistema de informação, dar segurança quanto 
ao funcionamento das operações internas. 
Deve estar disposto a informar sobre qual-
quer irregularidade detectada em algum setor.
O profissional auditor interno tem maior 
facilidade no desenvolvimento das técnicas 
de auditoria por já conhecer as políticas e 
diretrizes adotadas pela empresa, podendo 
assim verificar se estão em conformidade 
com o que está sendo aplicado.
Existem vários tipos de auditoria interna, 
variando de acordo com a finalidade, e trans-
cendendo a atividade contábil. Veja abaixo 
diversos tipos de auditoria interna:
a) Auditoria Interna Financeira: está 
relacionada com a área financeira 
e contábil, tem por objetivo 
examinar a adequação dos registros 
e procedimentos efetuados pela 
empresa, a qualidade do controle 
interno, a aplicação dos Princípios 
de Contabilidade e as Normas 
Brasileiras de Contabilidade. 
Refere-se à auditoria mais utilizada 
por sócios e administradores da 
empresa, a fim de encontrar algum 
erro ou irregularidade por parte de 
funcionários que estão afetando a 
situação patrimonial e financeira.
b) Auditoria Interna Operacional: 
tem por objetivo assessorar a 
administração nas áreas operacionais, 
ou seja, tem por foco as atividades 
operacionais da organização, seja 
em suas atividades administrativas, 
seja em suas atividades de 
produção. Por meio dela, verifica 
se as funções e responsabilidades 
estão sendo cumpridas, avaliando 
se a organização, departamentos, 
atividades, sistemas, funções, 
operações e programas auditados 
estão atingindo os objetivos 
organizacionais e gerenciais com 
eficiência, eficácia e economia. 
A auditoria operacional serve, portanto, 
para verificar o andamento das atividades 
essenciais para a continuidade da empresa, 
auxiliando a administração no processo de 
seleção de procedimentos e técnicas para 
melhorar as operações.
c) Auditoria Administrativa: em 
nível de gestão,as atividades são 
desempenhadas com participações 
em reuniões da diretoria e outros 
grupos relacionados à administração. 
Está relacionado ao planejamento 
estratégico e tático, bem como ao 
processo de tomada de decisão e 
definição das políticas e diretrizes 
a serem adotadas. Esta auditoria é 
Pós-Graduação | Unicesumar
29
feita por um auditor independente 
ou externo. O auditor deve estar 
preparado para o desenvolvimento 
da auditoria, por meio de estudos 
e práticas relacionadas às normas 
administrativas da empresa, de 
modo a desempenhar um bom 
trabalho e alcançar os objetivos 
traçados pela administração para o 
desenvolvimento das atividades.
d) Auditoria de Sistemas: realizada 
nos sistemas informatizados, ou 
seja, verifica a adequação, eficácia 
e eficiência destes sistemas e os 
respectivos procedimentos de 
segurança no ambiente de tecnologia 
de informações. A informatização 
fez com que os auditores revisassem 
alguns de seus procedimentos, 
auxiliando no processo de 
planejamento e desenvolvimento. O 
auditor deve avaliar os sistemas de 
informações utilizados pela empresa, 
a fim de verificar se estão adequados 
em efetivo funcionamento, serve 
para compreender as atividades 
computadorizadas efetuadas pela 
entidade.
e) Auditoria de Qualidade: em função 
da globalização dos mercados, 
passa-se a exigir maior qualidade 
dos produtos e serviços, a auditoria 
efetua uma avaliação sobre 
determinada área para verificar 
o sistema implantado, opinando 
sobre o aperfeiçoamento que 
poderá ser feito. O auditor irá ajudar 
a administração e opinar sobre 
meios que ajudarão a reduzir custos, 
melhorar as técnicas utilizadas, 
para alcançar um produto ou 
serviço competitivo no mercado. 
Hoje existem alguns programas de 
qualidade, também conhecidos 
como ISO 9001 e 9002, entre outros, 
em que a empresa passa por exames, 
e estes que irão garantir se suas 
atividades estão em um bom padrão 
de qualidade. 
f) Auditoria Ambiental: onde se 
analisa os possíveis impactos e danos 
que as empresas podem causar no 
meio ambiente, avaliando os efeitos 
da atividade da empresa sobre a vida 
da população e do meio ambiente 
próximo à empresa. 
g) Auditoria de Gestão: cumpre o 
exame e a avaliação sobre os sistemas 
políticos, critérios e procedimentos 
utilizados pela empresa na sua área 
de planejamento estratégico e 
principalmente no processo decisório. 
Sua função é desempenhada em 
nível de planejamento e no processo 
de tomada de decisão, tem como 
base a auditoria operacional, 
participando de reuniões da diretoria, 
grupos de áreas específicas.
Auditoria Empresarial
30
É a auditoria realizada por um profi ssional 
independente em relação à empresa, sem 
nenhum vínculo empregatício. Dessa maneira, 
possui maior grau de independência, com o 
objetivo de examinar as demonstrações con-
tábeis, e fi nalidade de emitir um parecer sobre 
adequação das mesmas, se elas refl etem a 
realidade da situação patrimonial e fi nancei-
ra naquele momento e se estão de acordo 
com os Princípios de Contabilidade. Observe 
abaixo o conceito de auditoria externa:
Atendendo ao fi m que se destina a au-
ditoria, o auditor independente poderá 
realizá-la com seus próprios métodos e 
conveniências, desde que simplesmente 
obedeçam às normas usuais de auditoria e 
obtenha os elementos de convicção com 
os quais possa dar parecer sobre a matéria 
examinada (FRANCO; MARRA, 2001, p. 174).
Assim, é imprescindível na auditoria externa 
a emissão de um parecer que manifeste a 
opinião do auditor em relação aos registros 
e informações contábeis examinados.
Os usuários da informação para auditoria 
externa são, na maioria das vezes, os acio-
nistas (para saber assuntos relacionados à 
rentabilidade), instituições fi nanceiras (para 
confi rmar a capacidade de pagamento das 
empresas tomadoras de empréstimos bancá-
rios), governos (no que se refere à verifi cação 
dos lucros obtidos e os impostos correspon-
dentemente devidos, checando se foram 
adequadamente calculados e recolhidos), 
entre outros. 
O auditor externo presta serviços de 
auditoria às empresas e mantém-se indepen-
dente a ela na realização de seus trabalhos 
de auditoria. Pode-se considerar de muita im-
portância a qualidade dos serviços prestados 
pelo auditor externo, devendo este adaptar-
se às novas situações que o mercado coloca, 
com menor custo para assim gerar benefícios.
Como a auditoria externa tem por carac-
terística básica não estar operacionalmente 
vinculada à empresa que está sendo auditada, 
tal independência da auditoria externa é es-
sencial, segundo Boynton, Johnson, Kell (2002), 
para assegurar transparência, confi abilidade e 
imparcialidade às demonstrações contábeis.
O objetivo do auditor externo é emitir 
sua opinião sobre as demonstrações contá-
beis examinadas, normalmente examinando 
os seguintes relatórios contábeis:
• Balanço Patrimonial.
• Demonstração do Resultado do 
Exercício.
• Demonstração do Lucro ou prejuízo 
acumulado.
• Demonstrações de Fluxo de Caixa.
• Notas explicativas.
auditoria externa 
ou independente
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31
Embora a auditoria contábil possa ser aplica-
da tanto por auditor interno quanto externo, 
há uma série de diferenças entre as duas prá-
ticas, que se dão principalmente em virtude 
da maior dessas diferenças: as diversas fina-
lidades de uma e outra prática. 
Crepaldi (2009) faz uma extensa e interessan-
te discussão a respeito das diferenças entre 
auditoria interna e externa, com o propósito de 
fazer o leitor perceber que ambas são impor-
tantes e têm suas justificativas de existência.
Além disso, diversos autores, como 
Crepaldi (2009), Morais (2009), Araújo, Arruda 
e Barreto (2008) destacam as diferenças entre 
a auditoria interna e a auditoria externa, e as 
mesmas são apresentadas no quadro 06:
principais diferenças entre 
auditoria interna e externa
ELEMENTOS AUDITORIA INTERNA AUDITORIA EXTERNA
Profissional Empregado da organização auditada, o que implica 
em uma independência relativa (pode ser tercei-
rizada também).
Profissional que obrigatoriamente não possua vínculo empregatício 
nem relação de interesse com a empresa auditada.
Independência Obrigatória a independência em relação às ativi-
dades e pessoas cujo trabalho está sob exame, mas 
subordinado às necessidades da administração.
Totalmente independente. Não pode ser influenciado por fatores estra-
nhos, preconceitos ou quaisquer elementos que causem perda, efetiva 
ou potencial, da sua independência.
Escopo do 
Trabalho
Definida em função dos anseios e demandas da 
direção da empresa.
Direcionada a atender necessidades de terceiros interessados pela em-
presa auditada, no que tange à adequação das informações contábeis.
Finalidade Promover melhorias nos controles da empresa de 
forma a assegurar a proteção ao patrimônio.
Emitir opinião sobre as Demonstrações Financeiras.
Relatório principal Recomendações de controle interno e eficiência 
administrativa
Parecer técnico.
Responsabilidade Trabalhista. Profissional, civil e criminal.
Número de áreas 
Examinadas 
Menor em um período. Maior em um período.
Intensidade dos 
trabalhos
Maior em cada área. Menor em cada área.
Continuidade do 
trabalho
Definida pela administração. Periódica, geralmente em base anual. 
Quadro 06 - Diferenças entre Auditoria Interna e Auditoria Externa 
Fonte: adaptado de Morais (2009), Crepaldi (2008) e Araújo, Arruda e Barreto (2008).
É importante destacar que, embora tenham 
uma série de diferençasentre si, tanto a 
Auditoria Interna quanto a Auditoria Externa 
empregam técnicas de trabalho semelhantes 
entre si. Portanto, o aprendizado de conceitos, 
ferramentas e técnicas de auditoria pode ser 
útil tanto para quem trabalha ou pretende 
trabalhar com a atividade de auditoria interna, 
quanto para aqueles que pretendem trabalhar 
como consultores externos ou independentes.
Auditoria Empresarial
32
Para compreender a Auditoria Contábil, como ferramenta do dia-a-dia organizacional, é im-
portante relembrar alguns conceitos-chave da própria Contabilidade. Esses conceitos são úteis 
porque permitem que você, estudante, possa se familiarizar com algumas terminologias, mas 
também porque possibilita que você entenda a relevância da Auditoria no meio empresarial. 
Como você pode perceber, ao longo desta unidade, a Auditoria é tão importante que 
mesmo organizações que não são obrigadas por Lei a realizá-la acabam contratando servi-
ços de Auditores Independentes.
Além disso, você também pode acompanhar a origem e o desenvolvimento da Auditoria 
como prática de controle. Conhecer a evolução de um conjunto de técnicas e ferramen-
tas de gestão importantes, como a Auditoria dá condições para que você possa agregar os 
conhecimentos das unidades seguintes. Além disso, ao ter acesso às formas tradicionais de 
classificação da atividade de Auditoria permite também um panorama amplo dessa ativida-
de contábil, possibilitando que você possa escolher com mais clareza seu direcionamento 
profissional, caso deseje credenciar-se como auditor. 
considerações finais 
atividades de autoestudo
1. Apresente um conceito de Contabilidade que contemple o objeto, o objetivo e a fina-
lidade dessa ciência social. 
2. Quais são as quatro técnicas fundamentais da Contabilidade? Descreva cada uma delas.
3. Qual a utilidade dos Princípios de Contabilidade?
4. Quais são os princípios de Contabilidade? Descreva cada um deles.
5. A partir dos conceitos de Auditoria apresentados, formule um conceito dessa técnica 
contábil. 
6. Qual o objeto da Auditoria? 
7. Crepaldi (2009) apresenta três tipos de ação decorrentes da auditoria: preventi-va, sa-
neadora e moralizadora. Explique cada uma delas.
8. Quais benefícios a auditoria pode trazer para a riqueza patrimonial?
9. A Inglaterra se destaca quando analisamos o surgimento da auditoria moderna. Explique 
as razões pelas quais esse país tem papel de destaque nessa análise histórica da auditoria.
10. Quais os fatos mais importantes da evolução da auditoria no Brasil?
11. Comente sobre os tipos de auditoria, com relação à natureza de controle.
12. Explique a diferença entre auditoria interna e externa.
Pós-Graduação | Unicesumar
33
A Lei Sarbanex-Oxley (SOX)
Adaptado de: DIAS, Sergio V. F. Auditoria de Processos Organizacionais. 
3ª. Edição. São Paulo: Atlas, 2011.
A lei Sarbanes-Oxley é uma Lei Federal norte-americana que objetiva ga-
rantir a criação de mecanismos de auditoria e segurança empresariais 
críveis, visando mitigar riscos nos negócios, evitar fraudes ou garantir que 
elas possam ser identificadas, produzindo mais transparência na gestão 
e mais segurança para investidores.
Ela leva esse nome porque os líderes dos principais partidos adversá-
rios que firmaram um acordo para votação da Lei eram Paul Sarbanes 
(democrata) e Michael Oxley (republicano). Essa lei se aplica a todas as 
companhias de capital aberto registradas na Securities and Exchange 
Comission, a CVM norte-americana. 
Motivada pelos escândalos contábeis de grandes firmas (como a Enron, 
que afetou a credibili-dade da auditoria Arthur Andersen), a lei impede 
que os dirigentes das empresas aleguem desconhecimento de práticas 
contábeis indevidas (como o reconhecimento incorreto de recei-tas). 
Os executivos das empresas, pela SOX, são obrigados a atestar como ver-
dadeiras as informa-ções contábeis das firmas, bem como os relatórios 
de controle interno e de procedimentos para divulgação de resultados. 
Declarações falsas são puníveis com até 20 anos de cadeia.
Além disso, a SOX também impõe boas práticas de governança corporati-
va, dentre as quais podemos citar:
1. Código de ética corporativo;
2. Restrição a empréstimos para diretores;
3. Códigos de ética para executivos financeiros e insiders;
4. Restrição a contratação de serviços de auditores externos (audi-
tores só podem fazer auditoria nas firmas, não mais consultoria);
5. Quarentena para contratação de funcionários que já tenham sido 
auditores externos da empresa;
6. Comitê de auditoria;
7. Monitoramento sistemático dos controles internos;
8. Gestão e gerenciamento de riscos.
A SOX é inovadora por dar importância crítica ao papel dos controles 
internos, buscando asse-gurar a eficiência e eficácia das operações, a 
confiança nos relatórios contábeis e a submissão a leis e regulamentos 
aplicáveis.
Além disso, a SOX tem alcance não apenas para empresas de capital esta-
dunidense, mas atin-ge também as empresas estrangeiras que desejam 
negociar ações e papéis na bolsa de valores de Nova York (NYSE). Assim, 
mesmo empresas brasileiras como a PETROBRAS, COPEL, VALE e outras, 
são obrigadas a atender às exigências da Sarbanes Oxley.
Para saber mais sobre essa lei, consulte os endereços abaixo:
<http://www.fraudes.org/showpage1.asp?pg=312>.
<http://www.soxlaw.com>.
<http://gestaotransparente.org/?page_id=146>.
Auditoria Empresarial
34
1. Leia o artigo “Será o auditor um investigador de fraudes?”, dis-
ponível em <http://www.ibracon.com.br/ibracon/Portugues/
detArtigo.php?cod=3>. 
2. O artigo O Controle da Gestão dos Recursos Públicos faz 
uma discussão muito interessante sobre práticas de contro-
le e o resultado que elas produzem. Trata-se de uma leitura 
bastante importante e que proporciona reflexões interes-
santes . Acesse em: <http://www.tce.ce.gov.br/component/
jdownloads/finish/195-revista-controle-volume-ix-n-n-2-jul-
dez-2011/883-artigo-6-o-controle-da-gestao-dos-recursos-
-publicos-bases-conceituais-e-o-falso-dilema-regularidade-
versus-resultados?Itemid=592>
Artigos:
1. Tem interesse em saber mais sobre a história da 
Contabilidade? Assista ao vídeo “História da Contabilidade”, 
disponível em: 
<http://www.youtube.com/watch?v=qw5wbbPwXTg>.
2. A Importância da Auditoria Contábil para a Credibilidade das 
Empresas, disponível em: <http://www.contabeis.com.br/
artigos/962/a-importancia-da-auditoria-contabil-para-a-cre-
dibilidade-das-empresas/>. Leitura rápida e interessante.
3. A importância da Auditoria na Detecção de Fraudes, disponível 
em <http://internet.sefaz.es.gov.br/informacoes/arquivos/pu-
blicacoes/publicacao_11.pdf>. O artigo ajuda a compreender 
como a gestão pública pode se beneficiar da auditoria contábil. 
Filme: Wall Street: o dinheiro nunca dorme (2010). 
Elenco: Michael Douglas, Oliver Stone, Carey Mulligan.
Duração: 136 minutos.
País: EUA.
Gênero: Drama.
Classificação: 12 anos.
Sinopse: Após cumprir pena por fraudes financeiras, Gordon 
Gekko (Michael Douglas) deixa a prisão. Impossibilitado de 
operar no mercado financeiro, ele dedica seu tempo a realizar 
palestras e a escrever um livro, no qual critica o comportamen-
to de risco dos mercados. Um dia, após uma das palestras, ele 
é abordado por Jacob Moore (Shia LaBeouf), um operador ide-
alista do mercado de Wall Street. Ele vive com Winnie (Carey 
Mulligan), filha de Gekko que não fala mais com ele, e usa esta 
proximidade para conseguir sua atenção. Jacob quer conselhos 
sobre como agir com Bretton James (James Brolin), um grande 
investidor que fez com que seu mentor, Lewis Zabel (Frank 
Langella), tivesse que vender sua tradicional empresa por uma 
ninharia. Gekko decide ajudá-lo, pedindo em troca que Jacob 
o ajude a se reaproximar de Winnie.
Comentário: Filme ambientado no mercado de ações deNova 
York permite entender um pouco mais sobre a importância da 
prevenção de fraudes. A interpretação de Michael Douglas lhe 
rendeu o Oscar de Melhor Ator.
filme
2 ESTRUTURA E NORMAS DA ATIVIDADE DE AUDITORIA NO BRASIL
Professor Me. Jorge Leandro Delconte Ferreira
Plano de estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará 
nesta unidade:
• A Profissão de Auditor
• Organismos relacionados à Auditoria no Brasil 
• Normas Brasileiras de Auditoria
• Parecer de Auditoria
Objetivos de Aprendizagem
• Compreender a estrutura da profissão de auditor no 
Brasil.
• Conhecer os principais organismos relacionados à 
atividade de Auditoria.
• Relacionar as Normas Brasileiras de Auditoria com a 
atividade profissional.
• Compreender como se estrutura o Parecer de 
Auditoria.
Nesta Unidade, vamos conhecer mais a respeito da organização da ativi-
dade de Auditoria Contábil no Brasil. A primeira seção aborda a estrutura 
em que baseia a profissão de auditor. Observe que a carreira profissional 
de auditoria pode ser desempenhada tanto de forma interna às organi-
zações (públicas ou privadas) quanto de modo independente. 
A seção seguinte apresenta os principais organismos que se relacionam 
com o contexto da auditoria contábil no país. Nessa seção, ficará clara 
a relação entre auditoria e mercado de capitais, ou seja, o processo de 
emissão de ações por empresas e da negociação de tais ações. Também 
conhecerá aspectos relacionados à organização da atividade de audi-
toria e sua vinculação a órgãos representativos, tais como os Conselhos 
de Contabilidade. É desses organismos tanto a atribuição de credenciar 
profissionais de auditoria quanto de fiscalizar sua prática profissional.
Em seguida, veremos as principais normas de auditoria vigentes no 
Brasil. Não serão discutidas cada uma das normas, mas serão apresen-
tados agrupamentos de normas, de forma a permitir que você possa se 
familiarizar não com os números das normas, mas com os temas por elas 
abordados. Isso é importante porque as normas têm sofrido constante 
atualização, no processo de internacionalização das práticas contábeis 
que tem sido colocado em prática no Brasil desde 2007.
Por fim, esta unidade traz detalhes importantes sobre um dos principais 
elementos da auditoria, e que se configura como o seu principal resulta-
do: o parecer da auditoria. Se qualquer trabalho de auditoria visa opinar 
sobre a qualidade e a confiabilidade das Demonstrações Contábeis, a 
opinião do auditor é expressa exatamente por meio do parecer. Você 
conhecerá nesta seção os tipos de parecer, bem como a estrutura básica 
dos pareceres de auditoria.
Ao final da unidade, preparamos novamente atividades de autoestudo 
para que você possa verificar o seu nível de compreensão dos temas 
estudados, bem como sugestões de leitura e vídeo para complemen-
tar o seu aprendizado. Bom estudo!
Auditoria Empresarial
38
Auditoria Empresarial
38
A PROFISSÃO 
DE AUDITOR
Pós-Graduação | Unicesumar
39
Segundo Kell, Boynton e Ziegler (1986), as 
pessoas engajadas em realizar auditorias con-
tábeis para indivíduos e entidades formais são 
normalmente classifi cados em três grupos: os 
auditores independentes, os auditores inter-
nos e os auditores governamentais. Embora 
divergindo um pouco nos termos, Morais 
(2009) apresenta classifi cação semelhante, 
defi nindo ainda auditor contábil como:
o profi ssional que, possuindo competência 
legal como Contador e conhecimentos em 
áreas correlatas aliadas aos conhecimentos 
de normas e procedimentos de auditoria, 
procurará obter elementos de satisfação 
que o levem a fundamentar e a emitir sua 
opinião sobre o objeto de estudo (MORAIS, 
2009, p. 2).
Para fi ns de classifi cação, preferimos adotar as 
terminologias deste último autor, assumindo 
as categorias profi ssionais do auditor como:
Auditor externo 
ou Independente
Considerando o grau de sua qualifi cação, nível 
educacional, treinamento e experiência, Kell, 
Boynton e Ziegler (1986) afi rmam que essa ca-
tegoria de profi ssional tem condições técnicas 
para exercer qualquer uma das demais cate-
gorias de auditor. Segundo Crepaldi (2008), 
o auditor externo pode exercer sua ativida-
de de forma individual, associado a outros 
profi ssionais ou ainda ligado a uma entidade 
(empresa de auditoria) que mantenha diver-
sos profi ssionais da área em atividade.
No segundo caso, a responsabilidade 
(técnica e civil) pelos trabalhos de auditoria 
é compartilhada solidariamente pelos audi-
tores associados. Já quando o auditor atua de 
forma vinculada a uma empresa de audito-
ria (pessoa jurídica), a responsabilidade é da 
pessoa jurídica. Nesses casos, é possível es-
truturar equipes de trabalho, de forma a dar 
cabo de trabalhos de grande complexida-
de e abrangência (ou seja, executar serviços 
de auditoria em empresas de grande porte, 
com abrangência de atuação não circunscri-
ta a poucas unidades, por exemplo). 
Mas as empresas de auditoria constituídas 
podem ainda executar outros serviços profi s-
sionais, além daqueles relacionados à auditoria. 
É o que explica Crepaldi (2008), ao informar que 
tais empresas não raro executam trabalhos de 
assessoria tributária, consultoria organizacional 
em geral, implantação de sistemas em geral (de 
custos, de gestão integrada e outros), apoio na 
elaboração de projetos e orçamentos, e uma 
Auditor Interno
empregado de alto nível 
dentro de uma empresa.
Auditor Público Fiscal
servidor do Poder Público.
Auditor Externo
profi ssional independente e 
autônomo.
Vamos conhecer um pouco mais sobre essas 
atividades a seguir.
Auditoria Empresarial
40
infinidade de outras tarefas correlatas.
Considerando que a atividade profissional 
do auditor independente é de extrema rele-
vância para dar credibilidade e transparência 
às Demonstrações Contábeis, as exigências 
para se inserir nessa categoria da profissão 
são elevadas. Pedroso (2010) destaca algumas 
dessas exigências: primeiramente, o profis-
sional que deseja ser auditor independente 
deve ter exercido a atividade de auditoria de 
demonstrações contábeis, no território nacio-
nal, por no mínimo cinco anos. Além disso, 
precisa ter graduação em Ciências Contábeis 
e registro como contador junto ao órgão es-
pecífico (no caso, o Conselho Regional de 
Contabilidade) ao longo desse período. Por 
fim, não pode ter impedimentos cíveis, tais 
como declaração judicial de insolvência, con-
denação em processo infamante ou por crime 
de natureza econômica, tampouco estar im-
pedido de ingressar em carreira pública. 
Evolução de Carreira do 
Auditor Independente
Somente a vivência e a prática conferem ao 
profissional a competência necessária para o 
exercício da profissão. O trabalho de audito-
ria geralmente é executado por uma equipe 
de profissionais de diversos níveis técnicos e 
hierárquicos, conforme segue:
• Sócio responsável pelo trabalho: após 
em média cinco anos como gerente, 
poderá ser convidado pelos sócios 
a fazer parte da sociedade, sendo 
necessária a aprovação de todos os 
demais sócios. Deve possuir algumas 
qualificações como: capacidade 
técnica, relacionamento com clientes 
e com os sócios, habilidade de 
negociação, entre outros. O sócio é 
responsável perante os demais sócios 
por todo trabalho executado e pela 
emissão do relatório. Leva em média 
15 anos para chegar a esse posto.
• Gerente: após dois anos como 
supervisor, será promovido a gerente 
e passará a gerenciar trabalhos de 
auditoria de diversos clientes e 
supervisionar diversas equipes de 
auditoria. Entre as funções estão: 
elaborar planejamento de auditoria, 
programar e supervisionara equipe, 
revisar os papéis de trabalhos, elaborar 
o esboço do relatório de auditoria. 
• Supervisor: após um período de 
quatro anos como sênior, ficará em 
média dois anos sendo treinado para 
ser gerente. Como supervisor receberá 
treinamento específico e passará 
a atuar como sênior em grandes 
clientes, reportando-se ao gerente e 
como gerente de pequenas empresas.
• Auditor Sênior: após quatro anos 
como assistente, passará a chefiar a 
equipe de auditores. É responsável 
pela distribuição, orientação e 
supervisão dos trabalhos dos 
assistentes. Geralmente é classificado 
em três categorias:
Pós-Graduação | Unicesumar
41
Sênior A – dois anos
Sênior B – um ano
Sênior C – um ano
• Assistentes: geralmente é dividido em 
três categorias, conforme segue:
Assistente A – dois anos
Assistente B – um ano
Assistente C – um ano
À medida que vai sendo promovido, o as-
sistente passa a executar trabalhos mais 
complexos, sempre sob orientação e super-
visão do chefe da equipe.
• Assistente trainee: é o estudante 
universitário que se enquadra 
no perfil exigido pelas firmas de 
auditoria, geralmente estudando 
o último ano do curso de ciências 
contábeis, idade máxima de 23 anos, 
solteiros, com conhecimento em 
inglês. Cada categoria requer um 
nível de treinamento e experiência.
Auditor Interno
Como já comentado anteriormente, o auditor 
interno é nada mais que um empregado da 
empresa ou entidade que está sendo au-
ditada. Pode ser compreendido como um 
profissional ligado a uma área independen-
te dentro da empresa que está sob exame. O 
objetivo do seu trabalho é auxiliar o gestor da 
entidade no exercício de suas funções, e para 
tanto, o profissional de auditoria interna de-
senvolve seus trabalhos conforme a demanda 
da direção da empresa.
Como os resultados do trabalho do 
auditor interno são de uso restrito (ou seja, 
são usados apenas pelos gestores da enti-
dade), não há a obrigatoriedade de que o 
auditor interno seja graduado em Ciências 
Contábeis, a não ser que as regulamen-
tações específicas da entidade (normas 
internas) assim determinem. Todavia, Attie 
(2007) esclarece que os auditores inter-
nos devem observar o código de ética do 
Instituto de Auditores Internos, que versam 
sobre padrões de fidelidade, honestidade, 
objetividade e diligência para o exercício da 
atividade de auditoria interna. 
Além disso, a atividade de auditoria 
interna, embora demande menos inde-
pendência que a da auditoria externa, 
também implica que o auditor possa 
gozar de suficiente autonomia para que 
tenha condições de executar seu traba-
lho a contento. 
Embora não seja necessária a gradua-
ção em Ciências Contábeis ou a inscrição no 
Conselho Regional de Contabilidade para o 
exercício da auditoria interna, nada impede 
que auditores independentes exerçam a ati-
vidade de auditoria interna. No entanto, se 
o fizerem, incorrerão em limitações à sua 
atividade de auditoria independente (por 
exemplo, um mesmo profissional não pode, 
ao mesmo tempo, ser auditor interno e 
externo de uma entidade; não pode também, 
por razões óbvias, auditar externamente uma 
empresa concorrente direta da que ele audita 
internamente).
Auditoria Empresarial
42
Auditor Governamental 
ou Fiscal
Auditores governamentais ou fiscais são pro-
fissionais ligados a agências governamentais 
de âmbito municipal, estadual ou federal, cuja 
atuação é diretamente vinculada às questões 
de arrecadação e fiscalização tributária ou 
atividade de corregedoria ou similares (por 
exemplo, a atuação em órgãos da Receita 
Federal, Estadual ou Municipal ou ainda a 
atuação em Tribunais de Contas).
Segundo a Unafisco Sindical (2007), diver-
sos são os motivos que tornam importante a 
atividade do auditor fiscal. Dentre eles, é des-
tacada a atuação pelo combate à sonegação, 
considerando que muito da elevação da ar-
recadação de tributos no Brasil tem a ver não 
com a elevação da carga tributária, mas com 
o aumento da eficiência na fiscalização dos 
órgãos responsáveis por isso.
Outra destacada função exercida pelo 
auditor fiscal diz respeito ao controle do fluxo 
comercial em fronteiras no país (tanto nos 
portos e aeroportos quanto nos locais de fron-
teira dita seca. Segundo o Unafisco Sindical 
(2007), o auditor fiscal tem papel importante 
ao proteger a indústria doméstica da compe-
tição desproporcional e desleal com produtos 
que poderiam entrar clandestinamente no 
país e, portanto, com desigualdade de condi-
ções em detrimento dos produtos nacionais. 
Logo, a atuação do auditor preserva empre-
gos e empreendimentos domésticos.
A CGU (2014) destaca também que o 
objeto de atuação do auditor público é mais 
abrangente que apenas as questões tributá-
rias e de arrecadação. Assim, dentre outros, a 
entidade listada cita como objetos da ação do 
auditor público os seguintes elementos:
• Sistemas administrativos e 
operacionais de controle interno 
utilizados na gestão orçamentária, 
financeira, patrimonial, operacional e 
de recursos humanos.
• Planos, programas, projetos e 
atividades que envolvam aplicação de 
recursos públicos.
• Contratos firmados entre entidades 
públicas e privadas para prestação 
de serviços, execução de obras e 
fornecimento de materiais.
• Licitações, suas dispensas e 
inexigibilidades.
• Processos de caráter investigativo em 
geral (sindicâncias, inquéritos e outros).
• Processos de contratação e 
desligamento de pessoal e os de 
aposentadoria e pensão.
Assim, fica evidente que a atuação do auditor 
público é bem mais abrangente que aquela 
apenas vinculada à arrecadação tributária.
Para ingressar na carreira de auditor go-
vernamental, é obrigatória a realização de 
concurso público, que pode incluir, além da 
prova de conhecimentos técnicos e gerais, 
também a prova de títulos. Na sua atuação, 
pode desenvolver atividades similares à do 
auditor interno ou a do auditor independen-
te (nesse sentido, os auditores dos Tribunais 
de Contas ou das Controladorias, por exemplo, 
têm papel similar ao do auditor externo).
Pós-Graduação | Unicesumar
43
Segundo Crepaldi (2009), é essencial a um 
auditor que siga um padrão de comporta-
mento dentro de um rígido código de ética, 
dado que essa é uma condição indispensá-
vel para que possa alcançar os resultados 
que dele se espera (ou ainda que dele exige 
a administração da empresa à qual está su-
bordinado, no caso de um auditor interno). 
A ética na auditoria é orientada por uma 
série de resoluções do Conselho Federal de 
Contabilidade - CFC, a saber: Resoluções CFC 
803/1996, 819/1997, 942 e 950/2002, 972 e 
983/2003 e 1307/2010. 
Uma das questões fundamentais no que 
diz respeito ao exercício da atividade de audi-
toria está fundamentada nas recomendações 
do código de ética do profissional de contabi-
lidade, conforme destacado pela compilação 
feita pelo CRC-SP (2011), ao destacar que o 
auditor deverá:
• Recusar trabalhos para os quais não 
se achar apto.
• Manter-se imparcial no 
desenvolvimento de seus trabalhos.
• Restringir suas opiniões e 
manifestações às questões técnicas, 
sem incluir aspectos de suas 
convicções pessoais.
ética profissional 
na auditoria
O Mercado de trabalho de Auditoria
O espaço para os auditores está crescendo 
rapidamente no país. As razões são várias, 
mas a principal é a chegada de investi-
dores estrangeiros, que forçam a profis-
sionalização das empresas. A profissão é 
um dos melhores caminhos para o pro-
fissional formado em Ciências Contábeis.

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