Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Alimentação no primeiro ano de vida Tatiana Palmeira Nutricionista ALIMENTAÇÃO COMPLEMENTAR • Entende-se por alimento complementar todo o alimento nutritivo, sólido ou líquido, sendo este diferente do leite humano oferecido ao lactente (GIULIANI; VICTORA, 2000). • Alimentação complementar, como o próprio nome diz, é para complementar o leite materno e não para substituí-lo e deve ser iniciada a partir do 6º mês, porque a partir dessa idade a criança já está pronta para receber novos alimentos. Importância A introdução de alimentos na dieta da criança após os seis meses de idade deve complementar as numerosas qualidades e funções do leite materno, que deve ser mantido preferencialmente até os dois anos de vida ou mais. Além de suprir as necessidades nutricionais a alimentação complementar aproxima progressivamente a criança aos hábitos alimentares de quem cuida dela e exige todo um esforço adaptativo a uma nova fase do ciclo de vida, na qual lhe são apresentados novos sabores, cores, aromas e texturas. • Para promover o crescimento e desenvolvimento adequados, a partir dessa idade é necessário começar a introdução de novos alimentos. Só o leite materno já não atende mais às necessidades da criança, podendo levar a uma desaceleração do seu crescimento e a um aumento do risco de ela ficar desnutrida e apresentar falta de alguns micronutrientes essenciais para a sua saúde, como o ferro, a vitamina A e o zinco, entre outros. • No início a quantidade de alimentos que a criança ingere é pequena e a mãe pode oferecer o peito logo após as refeições. ALIMENTAÇÃO COMPLEMENTAR Aspectos relevantes • Alimentação deve propiciar o crescimento e desenvolvimento adequados • Otimizar funcionamento dos órgãos • Reduzir o risco de doenças (obesidade, anemia e outros) Aspectos relevantes • Considerar as limitações do organismo dos lactentes • Imaturidade do trato gastrointestinal, rins, fígado e do sistema imunológico • Proteger contra a absorção de substâncias alimentares alergênicas e não excedam a capacidade funcional dos sistemas orgânicos Diretrizes a seguir • Sociedade Brasileira de Pediatria • Ministério da Saúde Dez passos para a alimentação saudável em Crianças menores de dois anos Quando iniciar a alimentação complementar? • Até 6 meses de vida: ALEITAMENTO MATERNO • Crianças em aleitamento artificial – 6 meses Antes Aleitamento artificial – início “desmame” com 4 meses Crescimento no 1º ano de vida • Peso: triplica em relação ao peso de nascimento • Aproximadamente 6-7 kg em 1 ano • Comprimento: aumenta em 50% • Aproximadamente 25cm em 1 ano Crescimento a partir do 2º ano de vida • Potencial genético passa a influenciar o crescimento da criança; • Redução da velocidade de crescimento; • Ajuste das necessidades nutricionais. Introdução de alimentos • Paladar da criança – ADOCICADO • Descoberta de novos sabores • Necessidades nutricionais aumentadas • Crescimento acelerado 1º ano Esquema alimentar de 6-12 meses Após completar 6 meses Após completar 7 meses Após completar 12 meses Aleitamento materno sob livre demanda - Papa de frutas no meio da manhã - Papa salgada no final da manhã - Papa de frutas no meio da tarde Aleitamento materno sob livre demanda - Papa de frutas no meio da manhã - Papa salgada no final da manhã - Papa de frutas no meio da tarde - Papa salgada no final da tarde Aleitamento materno sob livre demanda - Refeição pela manhã (pão ou fruta com aveia) - Fruta - Refeição básica da família no final da manhã - Fruta - Refeição básica da família no final da tarde Fonte: BRASIL, Ministério da Saúde. Saúde da criança: nutrição infantil: aleitamento materno e alimentação complementar. Brasília, Ed Ministério da Saúde, 2009. 112p. Exemplo de composição da papa Cereal ou tubérculo (arroz, milho, aveia, batata, mandioca, mandioquinha) + Leguminosas (feijão, ervilha, lentilha) + Proteína de origem animal (carne ou frango) + Hortaliça (verduras e legumes) Hábitos alimentares da família Anorexia Pode estar relacionada com: • Desaceleração do crescimento • Zinco – alteração paladar • Importante: investigar se houver prejuízo no crescimento Tende a persistir de 3 à 10% dos casos Woods e col, 2010; Ramji, 2009; Bernard-Bonnin, 2006 Fatores relacionados com anorexia • Maior interesse pelo ambiente • Necessidade de atenção • Lanches inadequados • Preferências alimentares • Controle da ingestão alimentar Neofobia alimentar • Neo = novo • Fobia = medo • Dificuldade de consumir alimentos novos • Fenômeno normal e esperado Seletividade alimentar • Aversão à determinados alimentos • Alternância de preferências • Predominância de poucos alimentos e forma de preparo/ apresentação O que fazer?! • Respeitar o apetite da criança • Não oferecer “recompensas” • Evitar a supervalorização de alimentos Recompensas estimulam o consumo somente a curto prazo! Rossi et al, 2008, Vitolo, 2008 O que fazer?! • Educação alimentar! • Incentivo à mudança de comportamento • Despertar o interesse pelos alimentos • Descoberta de sabores, texturas e aromas Cervato e col, 2005 O que fazer?! • Fator cognitivo! • O conhecimento sobre os alimentos também propicia melhor aceitação na idade escolar • Construção de conceitos de forma gradativa associado aos benefícios de cada grupo de alimentos Taylor et al, 2004; Birch, 1999 NECESSIDADES NUTRICIONAIS DO LACTENTE • NECESSIDADES ENERGÉTICAS • Requerimento energético do lactente compreende: metabolismo basal+ termogênese + termorregulação + crescimento + perdas + atividade física • A adequação da oferta energética pode ser monitorada pelos dados do crescimento. • ⇒ Recomendações da DRI (2005): • Estimativa do gasto energético calculado com base na técnica da água duplamente marcada. • Os requerimentos de energia decrescem após o 3o mês de vida, não são diferenciados por sexo (até os 3 anos) e não incluiu o fator atividade física. • Consistente com a ingestão de lactentes alimentados com leite materno (500kcal/dia considerando volume de 0,78L/dia, densidade calórica média de 650kcal/L). Necessidade Energética Estimada • NEE = gasto energético total + energia de estoque • Idade (meses) Fórmulas • 0–3 (89 × peso[kg] − 100) + 175 kcal • 4–6 (89 × peso [kg] − 100) + 56 kcal • 7–12 (89 × peso [kg] − 100) + 22 kcal • 13–36 (89 × peso [kg] − 100) + 20 kcal Recomendações energéticas até dois anos de vida Recomendações energéticas Idade kcal/ kg/ dia 0 – 6 meses 108 6 – 12 anos 98 1 a 3 anos 102 4 a 6 anos 90 7 a 10 anos 70 RDA, 1989 Densidade Energética da Dieta (Kcal/ g de alimento) • Recomendação da SBAN (1990): • - Fase de ingestão de dieta líquida = 0,60 a 0,75kcal/mL • - Fase de dieta sólida = 2kcal/g NECESSIDADES PROTÉICAS • Dose mais baixa de ptn ingerida que compensa as perdas orgânicas de N exigidas para o crescimento. • Importante o oferecimento de proteínas de alto valor biológico • Excesso de proteínas: sobrecarga renal, excreção urinária de cálcio. • Deficiência de ptn: Kwashiorkor (desnutrição, edema, diarréia, irritabilidade, lesões na pele) • Causas da deficiência protéica: superdiluição de fórmulas lácteas, aleitamentomaterno exclusivo após 6 meses. NECESSIDADES DE LIPÍDIOS, CARBOIDRATOS E FIBRAS • Lipídeos: fonte concentrada de energia, funções estruturais (constituinte de membranas), desenvolvimento cerebral, veículo de vitaminas lipossolúveis. • - Importância do fornecimento de ácidos graxos essenciais (w-3, w-6). • - As recomendações para de gordura para crianças entre 7 e 12 meses dev ser de 35% do VET. • - Quanto aquelas entre 1 a 3 anos, os lipídeos devem ser de aproximadamente 30% das calorias da dieta, gordura saturada menos que 10% e colesterol até 300mg. • - Deficiência de ácidos graxos: retardo no crescimento, dermatite, deficiência de aprendizagem, acuidade visual alterado. • Carboidratos: para lactentes em aleitamento artificial recomenda-se de 40 a 45% das necessidades calóricas. No final do primeiro ano de vida, os CHO devem atingir de 50 a 60% das necessidades. • Fibras: necessidades= qtde mín. que assegure o funcionamento intestinal normal 170 a 300mg/kg/dia (Barness,1992) NECESSIDADES DE LIPÍDIOS, CARBOIDRATOS E FIBRAS
Compartilhar