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Resumo Manual de Direito Civil Francisco Amaral

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DIREITO PRIVADO - 2018.1 
 
1. SUJEITOS DE DIREITO. A PESSOA NATURAL 
 
1. Os sujeitos de direito. A personalidade. 
 
● Sujeito de direito: ​elemento subjetivo das 
relações jurídicas são os sujeitos de direito. É 
quem participa da relação jurídica, sendo titular de 
direitos e deveres. São sujeitos de direito as 
pessoas ​físicas ou naturais​, isto é, os seres 
humanos, e as pessoas jurídicas, grupos de 
pessoas ou de bens a quem o direito atribui 
titularidade jurídica​. Os animais não são sujeitos. 
São coisas e, como tal, passíveis objetos de 
direito. 
 
● Pessoa: ​é o homem ou entidade com 
personalidade com aptidão para a titularidade de 
direitos e deveres; qualificação jurídica da 
condição natural do indivíduo, em uma 
transposição do conceito ético de pessoa para a 
esfera do direito privado, e no reconhecimento de 
que são inseparáveis as construções jurídicas da 
realidade social, na qual se integram e pela qual se 
justificam. 
 
● Titularidade de um direito:​ é a união do sujeito 
com esse direito. Não há sujeitos sem direitos e 
não há direitos sem titular. No direito moderno, há 
pessoas que não são seres humanos, como as 
associações, as sociedades, as fundações: 
 
● Concepção naturalista​, todos os indivíduos 
têm personalidade, inerente a condição 
humana​; 
● Concepção formal​: pessoa seria o sujeito 
de direito criado pelo direito objetivo. 
 
2. Personalidade e capacidade: 
 
● Capacidade jurídica:​ materialização da 
personalidade. É a manifestação do poder de ação 
no conceito de personalidade. Enquanto a 
personalidade é valor ético que emana do 
indivíduo, a capacidade é atribuída pelo 
ordenamento jurídico. ​ART. 1​O​ TODA PESSOA É CAPAZ 
DE DIREITOS E DEVERES NA ORDEM CIVIL; 
● Pode existir personalidade sem capacidade, como 
se verifica no nascituro (que ainda não tem 
capacidade) e nos falecidos (que já a perderam); 
enquanto a personalidade é um valor, a 
capacidade é a projeção desse valor.  
● Assim, é correto afirmar que todo ente dotado de                 
personalidade, também possui capacidade para         
ser titulares de direitos e deveres. Cumpre             
ressaltar que a capacidade jurídica se difere entre               
as pessoas e entre as fases da vida de uma                   
mesma pessoa. 
● Vale frisar que a privação absoluta da capacidade               
acarretaria na frustração da personalidade, dada a             
relação de reciprocidade existente entre as duas. 
 
3. A pessoa física. Aquisição da capacidade jurídica: 
 
Pessoa natural ou física:​ é o ser humano como sujeito de 
direitos e deveres. Sua teoria obedece a três princípios 
fundamentais: 
a) Todo ser humano é pessoa, pelo simples fato de 
existir, e por isso é capaz de direitos e deveres na 
ordem civil - CC. art. 1º; 
b) Todos tem a mesma personalidade porque todos 
tem a mesma aptidão para a titularidade de 
relações jurídicas - CF, art. 5º; 
c) Ela é ​irrenunciável​. 
 
A pessoa natural começa sua vida com o ​nascimento​ da 
vida e, com isso, a sua capacidade jurídica (CC. art. 2º), 
mesmo que este venha a morrer, já adquiriu direitos que 
serão transmitidos aos herdeiros. O nascimento deve ser 
registrado no lugar em que tiver ocorrido o parto, no 
prazo de quinze dias, ampliando-se até três meses para 
os lugares distantes mais de 30 km da sede do cartório 
(CC, art. 9º, I, e Lei nº 6015, de 31.12.73, art. 50) O 
registro é importante por sua função probatória. 
 
4. O problema da personalidade jurídica do nascituro: 
 
“Nascituro é o que está pra nascer mas já concebido no 
ventre materno. O Código Civil brasileiro, no art. 2º, 
nega-lhe personalidade jurídica​, mas garante-lhe 
proteção para os direitos de que possa ser titular. 
Quando se inicia a personalidade humana, com a 
concepção ou com o nascimento?” ​É direito subjetivo 
com eficácia suspensa ou em formação (art. 2º, CC)​. Na 
CF/88, art.5º, caput, garante-se o direito a vida, direito 
subjetivo a vida. A maioria dos autores defende que não 
há personalidade. 
 
“Não se pode, assim, de modo lógico, negar-se ao 
nascituro a ​titularidade jurídica​. O nascimento não é 
condição para que a personalidade exista, mas para que 
se consolide. De tudo isso se deduz que a questão da 
personalidade jurídica do nascituro é puramente de 
política legislativa, pois existem códigos que a 
reconhecem e outros que a nega.” 
 
 
 
 
 
5. Extinção da capacidade jurídica. A morte. 
 
Término da capacidade jurídica: ​morte​ (CC, art. 6º). 
Prova-se a morte com a certidão e óbito (CC, art. 9º, I), 
sem a qual não faz sepultamento. 
A morte extingue as relações jurídicas intransmissíveis, 
como ocorre com as de personalidade e de família e 
algumas patrimoniais.  
As transmissíveis, como a maioria das patrimoniais, 
passam a herdeiros, por meio da ​sucessão legítima ou 
testamentária. 
“​A personalidade humana, existe, assim, antes do 
nascimento, e projeta-se para além da morte.​ ‘O 
testamento, o respeito ao cadáver, a sepultura, a 
autorização da autópsia e para transplantes, a proteção 
da memória do falecido contra injúria e difamação, 
demonstram a permanência de traços da personalidade 
post-mortem​.” 
 
6. Presunção de morte. Ausência. 
 
“Presume-se a morte da pessoa quando se decreta a sua 
ausência e decorrem dez anos da abertura provisória da 
sucessão, ou quando o ausente contar oitenta anos e 
tiverem decorrido cinco anos de suas últimas notícias 
(CC, arts. 37 e 38) [...] provoca incerteza jurídica sobre a 
sua existência.” 
 
7. Comoriência  
 
“É a presunção de morte simultânea de pessoas 
reciprocamente herdeiras (CC, art. 8º) [...] a importância 
da comoriência está, portanto, no seu efeito, que é a 
intransmissibilidade de direitos entre os comorientes, 
como se entre eles não tivesse havido qualquer vínculo 
sucessório.” 
 
8. Capacidade de direito. Capacidade de fato. 
Legitimidade. Regime de incapacidades 
 
Capacidade de fato: ​é a aptidão para a pessoa praticar 
os atos da vida civil criando, modificando ou extinguindo 
relações. É algo dinâmico, não é atribuída a todas as 
pessoas. É a aptidão para exercer por si só os atos da 
vida cível. É uma qualificação baseada em critérios 
psíquicos estabelecidos em moldes conceituais 
genéricos. Por exemplo, os menores de idade não 
possuem capacidade plena por não preencherem certos 
requisitos materiais. 
Dessa forma, visando proteger essas pessoas, o             
ordenamento sonega-lhes a capacidade de exercer           
pessoalmente e diretamente certos atos da vida civil,               
exigindo a participação de um representante ou de               
alguém que o assista na tomada de decisões. Ao se                   
tratar da capacidade negocial é possível verificar a               
aplicação do princípio da bagatela ou da insignificância.               
Em alguns atos, como comprar um sorvete, por sua                 
eminente simplicidade, não será invalidado caso           
realizado por alguém incapaz. 
 
Capacidade jurídica:​ é ​estática​, se destina a todos, 
sendo inerente ao ser humano desde o seu nascimento, 
sem que seja feito nenhum tipo de distinção. Constitui 
um conceito quantitativo e variado. Pode ser definido 
como a extensão de direitos e deveres que alguém 
abstratamente pode vir a titularizar. Sua presença 
independe do caso concreto e do seu exercício. 
 
Legitimidade:​ é o poder da pessoa de atuar 
concretamente em determinada relação jurídica. 
 
Obs: Capacidade não se confunde com legitimação. A 
legitimação consiste em averiguar se uma pessoa, 
perante determinada situação jurídica, tem ou não 
capacidade para exercê-la. Assim, capacidade é uma 
aferição feita abstratamente, já legitimação depende do 
ato específico a ser realizado. 
 
REGIME DE INCAPACIDADES: 
 
Este instituto foipensado e constituído sobre uma razão                 
moralmente elevada, qual seja: a proteção daqueles que               
possuem uma manifestação de vontade “alterada”. 
No Brasil, o Estatuto da Pessoa com deficiência (Lei                 
13.146/2015) alterou expressamente o Artigo 3° e 4° do                 
Código Civil, modificando o regime dos incapazes, que               
antes não considerava os deficientes plenamente           
capazes, fazendo com que eles dependessem da figura               
do representante ou de um assistente no processo de                 
tomada de decisão. 
O Estatuto em seu Artigo 2° define deficiente da                 
seguinte maneira: 
ART. 2​O CONSIDERA-SE PESSOA COM DEFICIÊNCIA AQUELA QUE TEM                 
IMPEDIMENTO DE LONGO PRAZO DE NATUREZA FÍSICA, MENTAL,               
INTELECTUAL OU SENSORIAL, O QUAL, EM INTERAÇÃO COM UMA OU                   
MAIS BARREIRAS, PODE OBSTRUIR SUA PARTICIPAÇÃO PLENA E EFETIVA                 
NA SOCIEDADE EM IGUALDADE DE CONDIÇÕES COM AS DEMAIS                 
PESSOAS.   
 
O ​objetivo dessa nova lei é, portanto, garantir autonomia                 
aos indivíduos com deficiência, dando-lhes o poder de               
autodeterminação. Frente a essa garantia, espera-se           
diminuir os obstáculos presentes na vida desses para a                 
integração social. 
Ao maximizar, dessa maneira, a autonomia dos agentes,               
o Estatuto veda a substituição de vontades. Assim, são                 
apoiados apenas para algumas decisões pontuais, para             
as quais não apresenta o grau de discernimento               
necessário. Isto é, auxiliados pela figura do ​apoiador​,               
sem que a vontade desse se sobreponha a do deficiente. 
Vale ressaltar, que somente por apresentar um grau de                 
discernimento distinto e diferentes percepções da           
realidade, não significa que essas pessoas não sejam               
detentoras de vontade. Na verdade, a vontade delas               
apenas não é enquadrada nos paradigmas de             
normalidade. 
Dessa forma, a partir da lei supracitada, neste regime as                   
pessoas nunca regridem (exceção: invalidação de           
emancipação extraordinária voluntária), progredindo de         
modo contínuo à medida que os indivíduos vão               
alcançando as idades necessárias para subir de patamar,               
visto que atualmente prevalece o critério etário. 
Em determinados casos, é possível invocar a figura do                 
curador. ​Todavia, o processo de curadoria é denso e                 
específico com o intuito de diferenciar as faculdades de                 
cada pessoa. Assim, será possível saber quais atos elas                 
podem ou não realizar de forma autônoma. 
Prevalece, atualmente, portanto, apenas o critério etário,             
classificando: 
 
Absolutamente incapazes: ​aqueles menores de         
16 anos, os quais são totalmente  inaptos para os     
atos da vida civil. Possuem direitos, podendo             
adquiri-los, porém não são habilitados para           
exercê-los. Aqui é demandada a presença de um               
representante​, estabelecendo com esse uma         
relação marcada pela hierarquia das vontades, em             
que a vontade do representante se sobressai em               
relação à vontade do representado. Isso pode,             
muitas vezes, engendrar um mecanismo de           
opressão e de subjugação dos menores. 
 
ART. 3​O SÃO ABSOLUTAMENTE INCAPAZES DE EXERCER             
PESSOALMENTE OS ATOS DA VIDA CIVIL OS MENORES DE 16                   
(DEZESSEIS) ANOS.   
 
Relativamente incapazes: aqueles maiores de 16           
anos e menores de 18 anos, os quais são                 
incapazes à prática de determinados atos da vida               
civil. Esses demandam a existência de um             
assistente​, estabelecendo com este uma relação           
em que não há hierarquia das vontades, mas um                 
auxílio na tomada de decisão. Nesse caso é               
necessário que haja um consenso. 
 
Ademais, são considerados relativamente       
incapazes: 
ART. 4​O SÃO INCAPAZES, RELATIVAMENTE A CERTOS ATOS OU                 
À MANEIRA DE OS EXERCER:   
I - OS MAIORES DE DEZESSEIS E MENORES DE DEZOITO ANOS; 
 II - OS ÉBRIOS HABITUAIS E OS VICIADOS EM TÓXICO 
III - AQUELES QUE, POR CAUSA TRANSITÓRIA OU                 
PERMANENTE, NÃO PUDEREM EXPRIMIR SUA VONTADE; 
IV - OS PRÓDIGOS. 
PARÁGRAFO ÚNICO. A CAPACIDADE DOS INDÍGENAS SERÁ             
REGULADA POR LEGISLAÇÃO ESPECIAL.   
 
Plenamente capazes: aqueles maiores de 18 anos             
ou os emancipados.   
 
Um dos problemas na estruturação do regime das               
incapacidades, é que este foi ​concebido e pensado no                 
ambiente patrimonial​, sendo rígido, inflexível e           
escalonado. Portanto, sua aplicação no plano existencial             
pode ser inadequada. 
No ambiente patrimonial quando há conflitos de             
interesses entre o representante e representado ou o               
assistente e o assistido, esses podem ser resolvidos               
posteriormente por meio de uma indenização ao             
prejudicado. Já no campo existencial, um conflito possui               
o condão de gerar um dano irreparável. 
Assim, mesmo o critério etário é controverso, já que a                   
maturidade não é medida pela idade, mas por critérios                 
psicológicos subjetivos. Essa é a estabilidade na             
manifestação de vontades, sendo, dessa maneira, a             
imaturidade uma constante alternância de seus estados             
subjetivos, marcado por manifestação de vontade           
voluntarista e impulsiva que impedem que o indivíduo               
assuma responsabilidades pelas consequências dos atos           
realizados pelo mesmo. Daí a necessidade de protegê-lo               
no ambiente patrimonial e garantir estabilidade e             
previsibilidade nas relações negociais. 
Nesse contexto surge, na Inglaterra, mais           
especificamente no campo da medicina, a ​teoria do               
menor maduro​. Essa defende que os menores de idade,                 
apesar de não apresentarem pleno discernimento para             
todo e qualquer ato da vida civil, poderiam decidir sobre                   
os tratamentos médicos a que se submeteriam ou não. 
Dentro desse panorama, há quem acredite que o               
questionamento levantado pela teoria do menor maduro             
deve ser estendido para outras áreas, sendo aplicada em                 
situações diversas. Propõe-se, portanto, que a           
capacidade de fato dos agentes para a prática de                 
determinado ato da vida civil não seja medida de forma                   
abstrata, mas sim concreta. 
 
 
EMANCIPAÇÃO 
 
A emancipação pode ser ordinária – indivíduo alcança os                 
18 anos – ou extraordinária. Assim, pode-se atingi-la               
pela capacidade antes dos 18 anos, desde que uma das                   
seguintes hipóteses se configure: 
 
1) Emancipação voluntária: ocorre através de um           
ato de vontade dos pais ou tutores e do menor                   
(tem que ter, pelo menos, 16 anos). 
 
Para que a emancipação seja válida ​ambos pais tem que                   
concordar​, sendo que a morte ou ​perda do poder                 
familiar são hipóteses que permitem a ausência de um                 
dos pais. Nota-se que caso essas hipóteses não sejam                 
verificadas e que, mesmo assim, o menor seja               
emancipado, pode-se exigir a nulidade do ato, sendo               
essa a única forma de regredir no regime das                 
capacidades. 
 
2) Emancipação legal pelo casamento: ​essa pode           
ocorrer independenteda idade e uma vez             
adquirida a plena capacidade, a mesma é             
definitiva mesmo que haja divórcio. O casamento             
gera a cessão da incapacidade civil como natural               
consequência da constituição de família, ou seja, a               
pessoa a partir desse momento necessita da plena               
capacidade para exercer atos inerentes a vida de               
casado (EX: alugar imóvel). 
 
3) Emancipação legal pelo exercício público efetivo:           
essa hipótese é letra de  lei morta, pois só se         
pode ser titular de cargo público efetivo os               
maiores de 18 anos. 
 
4) Emancipação legal pela colação de grau em nível               
superior:​ Independe do curso  e da idade.   
 
5) Emancipação legal pelo estabelecimento civil ou           
empresarial: ​no caso do menor com 16 anos que                 
possui economia própria, a lei presume aptidão             
para a vida civil.   
 
 
2. DIREITOS DA PERSONALIDADE 
 
Direitos da personalidade. Conceito e razão de ser. 
 
Direitos da personalidade são ​direitos subjetivos 
privados​ que têm por objeto os bens e valores essenciais 
da pessoa, no seu aspecto físico, moral e intelectual 
(dignidade - princípio fundamental do ordenamento - 
constitucionalização do direito civil). O titular tem o poder 
de agir em defesa dos bens e valores essenciais da 
personalidade. 
 
Esses bens podem ser:  
Aspecto físico:​ direito à vida, ao próprio corpo; 
Aspecto intelectual:​ à liberdade de pensamento, direito 
de autor e inventor; 
Aspecto moral:​ liberdade, honra, segredo, recato, 
imagem, identidade e o direito de poder exigir de 
terceiros o respeito a esses direitos. 
 
● A razão de ser dos direitos de personalidade está 
na necessidade de uma construção normativa que 
discipline o reconhecimento e à proteção jurídica 
que o direito e a política vêm reconhecendo à 
pessoa. 
● Por disciplinarem matéria de natureza privada 
como são os direitos subjetivos e a personalidade, 
e por terem guarida no texto constitucional, pode 
reconhecer-se que ​os direitos da personalidade 
são o terreno de encontro privilegiado entre o 
direito privado, as liberdades públicas e o direito 
constitucional​. 
● Viés menos patrimonial do direito civil​; conceito 
aberto, não instrumentalização (indivíduo como si 
mesmo); sua essência é suficiente para garantir 
sua proteção; 
● Autonomia: ​pessoa pode decidir sobre sua vida 
por si mesma - livre desenvolvimento da 
personalidade; 
● Cláusula geral de tutela: ​a dignidade da pessoa é 
o valor máximo do ordenamento; hall de direitos 
da personalidade não é taxativo em nosso 
ordenamento (no CC é meramente 
exemplificativo); interpretação mais ampla 
possível; novos direitos podem se desenvolver e 
devem ser tutelados mesmo se não 
previstos/positivados; 
● Não basta tutelar a vida, mas uma vida digna; 
● Aspecto positivo:​ ​ação​ do Estado para 
concretização; 
● Aspecto negativo:​ ​omissão​ para concretização - 
abstenção; 
 
 
 
 
Código civil brasileiro/2002: 
 
● Dignidade e direitos à personalidade: arts. 11 - 21; 
● Concretização e proteção de valores essenciais à 
pessoa; 
❖ Caráter existencial; valores individuais; 
❖ Desvinculação patrimonial; 
● Direitos marcados pela flexibilidade: 
❖ Mudanças na sociedade exigem novos 
direitos; 
❖ Legislador não consegue prever tudo; 
 
Características dos direitos de personalidade: 
 
● ABSOLUTOS: ​eficácia contra todos, oponibilidade 
erga omnis, o Estado deve se abster e garantir 
esses direitos; dever geral de abstenção da 
sociedade, de respeito; 
● IMPRESCRITIBILIDADE:​ inexiste um prazo 
instintivo para o término desses direitos; o 
decorrer do tempo não é apto para terminar esse 
direito;  
● EXTRAPATRIMONIALIDADE:​ viés de proteção 
existencial; esses direitos não são submetidos a 
valorações comerciais; 
● IMPENHORABILIDADE:​ a penhora é a apreensão 
dos bens do devedor para fins de quitar dívida; 
isso não é possível no direito de personalidade 
pois não estão presentes na lógica; 
● VITALICIDADE: ​permanece até a morte; o art. 12, 
pár 1 (violação de personalidade dos mortos, os 
parentes colaterais até quarto grau podem pleitear 
judicialmente que os direitos sejam preservados). 
Ex: biografia do garrincha; não é absoluta essa 
questão já que se considerados os direitos de 
personalidade, pode-se limitar, ex: direito de 
imagem; 
● INATOS:​ nascem com o indivíduo, não é 
necessário nenhum outro registro; 
● GERAIS:​ não há classificação, princípio da 
igualdade; 
 
★ TITULAR =/ PROPRIETÁRIO 
★ Direito personalíssimo: inerentes à 
pessoa; 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Direitos de personalidade em espécie 
 
● Direitos físicos: ​questões pertinentes ao corpo, à 
vida, à integridade física e à dignidade humana, 
ex: direito do cadáver - inviolabilidade; CP: 
homicídio, lesões corporais…; refere-se tanto ao 
corpo inteiro quanto a suas partes;   
❖ Art 13, CC é muito vago (“bons costumes”); 
há disposições temporárias ou mesmo 
permanentes que são aceitas (cirurgias 
estéticas, tatuagens…). Há a questão da 
autonomia e da dignidade; 
❖ Art. 14, CC: disposição do corpo post 
mortem; doação de órgãos para fim de 
pesquisa; Lei de Transplante de órgãos - 
escolha da família; interesse coletivo de 
desenvolvimento científico e interesse 
individual de integridade do corpo; enxertos 
e próteses que o corpo aceita são objetos 
de personalidade 
❖ Art. 15, CC: pessoa não pode ser 
constrangida a realizar tratamento médico; 
deve haver consentimento informado; as 
internações forçadas são extremamente 
excepcionais; 
 
● Direitos Morais: ​questões incorpóreas, 
psicológicas; ex: honra, dignidade pessoal, 
consideração social, boa reputação…  
 
❖ Objetiva: ​boa forma, respeitabilidade, 
forma como a sociedade vê; 
❖ Subjetiva: ​varia de acordo com o sujeito, 
auto-avaliação; 
❖ Crimes​: difamação, injúria, etc. lesão à 
honra; 
 
❖ Honra:​ predicados que lhe conferem 
consideração social e estima própria; 
❖ Liberdade:​ ausência de impedimentos 
(escolha pela melhor forma de viver); se 
dirige contra as pessoas e contra o Estado; 
❖ Imagem:​ art. 20, CC; direito de não ter sua 
imagem divulgada sem autorização; 
★ Lugar público: ​não indenizável; 
★ Pessoa pública: ​não indenizável; 
Súmula 403, STJ: o uso comercial é 
sempre indenizável mesmo para 
pessoa pública; 
★ Consentimento:​ deve ser expresso 
ou tácito; 
★ Autonomia:​ não necessariamente 
vinculada a honra; o pár único do art. 
12, CC concede maior alcance 
(herdeiros, proteção ao morto ou 
ausente, personalidade depois da 
morte); 
★ Captação de imagem x divulgação 
de imagem: ​autorizações diferentes 
e independentes; 
 
❖ Privacidade: ​mais ampla que intimidade;  
★ Relações pessoais do indivíduo; 
★ Intimidade: questões internas do 
indivíduo; dignidade (menos 
abrangente); 
★ Proteção de dados; 
★ Sigilo bancário e fiscal sob caso de 
permissão judicial; 
★ Inviolabilidade de domicílio (certas 
excessões, abarca dom. profissional); 
★ Sigilo das comunicações: em regra o 
emissor escolhe o receptor; 
★ PRINCIPAL POLÊMICA: quais os 
limites da liberdade de expressão? 
Discurso de ódio; direito de sátira; 
biografias não autorizadas; 
 
❖ Direito ao esquecimento; 
 
 
 
❖ Identidade pessoal. Nome:​ muito 
referenciado pela doutrina e pela legislação 
(art. 16-19, CC); é absoluto, efeito erga 
omnes; (prenome, sobrenome) 
❖ Principal composição da identidade 
pessoal (reconhecimento social); 
❖ É inalterável, por regra; alto grau de 
importância; 
❖ Lei de Registros Públicos: proteção 
do nome; 
★ Alterabilidade - inclusão, 
mudança, exclusão; o 
prenome é definitivo ​salvo 
quando háerro gráfico ou 
exposição ao ridículo​; o 
patronímico é mutável em 
casos de a) modificação do 
estado de filiação; b) 
casamento; c)alteração do 
nome do pai e 
consequentemente do filho; 
também podem haver causas 
voluntárias por quaisquer 
motivos que possam 
fundamentar uma autorização 
judicial; 
★ Nome artístico é digno de 
proteção também; 
★ Uso proibido em propagandas 
comerciais sem autorização; 
★ Transsexuais: mudança de 
nome mais facilitada (sem 
cirurgia de resignação sexual 
e sem processo judicial); 
 
● Direitos à integridade intelectual: 
❖ Direito à proteção à liberdade de 
pensamento e no direito autoral de 
personalidade; 
❖ Aspecto patrimonial: utilizar, fruir e dispor 
das produções do espírito e autorizar essas 
ações por terceiros (art. 29) por meio de 
edição, transmissão ou adaptação; 
 
 
3.PESSOA JURÍDICA 
 
● É um conjunto de pessoas ou de bens, dotado de 
personalidade jurídica; por analogia às pessoas 
físicas os reconhecemos como sujeitos de direito;  
● O que é? ​É a unidade de pessoas naturais ou 
patrimoniais que visa à concepção de certos fins, 
reconhecida essa unidade como sujeito de direitos 
e obrigações (Maria Helena Diniz); 
● O ordenamento concede capacidade de direito 
(personalidade jurídica) a certo grupo de pessoas 
ou a conjunto de patrimônio; 
 
● História:​ fruto do desenvolvimento da sociedade 
civil, necessidade de organização em grupos com 
a mesma finalidade (interesses econômicos e 
sociais); interesses em comum; 
❖ Evolução de complexidade; união de 
conhecimentos, esforços e patrimônios;  
❖ Maior estabilidade (não envelhecem, não 
podem sofrer intervenção em sua 
integridade física; se alonga no tempo e no 
ordenamento);  
 
● Características:  
❖ Autonomia e independência ​em relação às 
pessoas físicas que as compõem. Todo 
orgânico com vontade própria; 
❖ Sujeitos de direito via ​passiva ou ativa​; 
❖ No âmbito público visa valores coletivos; 
 
● Função social:  
❖ Proteção à dignidade da pessoa humana; 
❖ Objetivo de lucro não deve sobrepor-se à 
proteção do indivíduo; 
❖ Deve cumprir certos requisitos e ocasionar 
bem à sociedade; ex: lei anti-truste; acesso 
para pessoas com deficiência; 
❖ “Responsabilidade social da empresa”; 
 
● Criação da pessoa jurídica: 
❖ Vontade humana criadora; - ato 
constitutivo (no caso privado); 
★ Ato constitutivo: declaração de 
vontade coletiva no caso de 
associações e individual, no caso de 
sociedade; 
❖ Organização das pessoas e do patrimônio: 
destinação para certo fim; 
❖ Observância das condições legais - 
requisitos legais - registro civil; (no caso 
privado 
❖ Licitude dos propósitos; 
 
● Princípio da separação patrimonial:​ o patrimônio 
das pessoas físicas que compõe a empresa é 
diferente do patrimônio da empresa jurídica; art. 
47, CC; 
 
 
 
 
 
● Natureza:  
❖ Teorias negativistas:​ contrárias à 
existência da pessoa jurídica; negam sua 
personalidade; 
❖ Teoria da ficção: ​o homem é sujeito de 
direito e a pessoa jurídica é uma criação do 
legislador, contrária a realidade, mas 
imposta pelas circunstâncias; finge-se que 
existe uma pessoa. Pessoa jurídica como 
ficção jurídica; criação legal ou doutrinária; 
ente abstrato; sem realidade concreta; mas 
e a responsabilização? 
 
❖ Teorias realistas: 
★ Objetiva/orgânica: ​pessoa jurídica é 
como o corpo humano, com a 
administração sendo o cérebro e os 
funcionários seriam os membros 
(analogia à pessoa natural); pessoa 
jurídica não tem tal existência 
concreta, e a responsabilização? 
★ Técnica:​ a pessoa jurídica resulta de 
um processo técnico, a 
personalização, pelo qual a ordem 
jurídica atribui personalidade a 
grupos em que a lei reconhece 
vontade e objetivos próprios. São 
uma realidade, não uma ficção. São 
entes de existência própria, são 
autônomos; realização de negócios 
jurídicos; dotadas de patrimônio; 
sujeito de direitos e deveres; 
instituída e regulada pelo Direito; 
 
● Classificação: ​art. 40, CC 
❖ De direito público​ - interno (estados, 
cidades, autarquias, sindicatos) ou externo 
(Estados e comunidade internacional); 
❖ De direito privado ​- associações, 
sociedades e fundações; não se 
compreende no conceito de pessoa jurídica 
a empresa, pois pode ser desenvolvida 
tanto por uma pessoa física quanto por 
pessoa jurídica (sociedade empresária); 
 
Pessoas jurídicas de direito privado 
 
● União de vontades; voluntarismo dos particulares;  
● Art. 44 (quais são as pessoas jurídicas de direito 
privado?); 
 
 
 
 
 
 
● Nascimento da pessoa jurídica (formalmente): 
❖ Sucessão de atos (complexidade): 
I. Ato constitutivo: ​declaração da 
vontade coletiva; concretização da 
vontade dos sócios, define objetivos, 
capital empregado, regras 
disciplinadoras. Dele consta o 
estatuto, ato pelo qual se disciplina a 
a atividade da pessoa jurídica: 
regimento interno em acordo com a 
lei; 
II. Registro:​ ato constitutivo no 
Registro Público competente. 
Momento essencial para a criação. 
Natureza constitutiva do ente 
(aquisição da personalidade jurídica); 
deve ser feita pelo órgão 
competente: 
 
A. Sociedade empresarial - junta 
comercial; 
B. Sociedade simples, 
associação e fundação - 
cartório de registro de pessoa 
jurídica; 
C. Empresas bancárias, 
empresas de mineração 
(excessão) - prévia 
autorização do Estado - áreas 
estratégicas; 
 
● Diferença de capacidade jurídica entre pessoa 
física e jurídica: 
❖ Ente não tem existência psicofísica: 
★ Capacidade ligada principalmente a 
aspectos patrimoniais; 
★ Pode passar por transformações 
pelas quais pessoas jurídicas não 
passam (ex: fusão); 
❖ Vontade da pessoa jurídica: 
★ Teoria da representação necessária: 
não tem existência física, não pode 
estar presente (diferente dos 
incapazes); 
❖ Direitos de personalidade da pessoa 
jurídica: ​nas pessoas físicas a 
personalidade é autônoma e original e nas 
pessoas jurídicas é meramente 
instrumental, meio de realização de 
vontades sociais; 
★ Art, 52 - protege a personalidade; só 
pode ser aplicado em questões 
patrimoniais como no direito de 
imagem, nome e honra; 
★ SÚMULA 722, STJ: pessoa jurídica 
pode sofrer dano moral (é 
indenizável);  
Crítica: no fundo, todas as questões 
convergem para o viés patrimonial; 
I. Dano moral: dificuldade de 
quantificação, valoração do 
dano?; capacidade econômica 
do agente é seu grau de 
culpa; 
II. Dano material: extensão do 
dano; princípio da correlação 
(dano e reparação); excessão: 
art. 944, par único 
(solidariedade); dano material 
pode ser calculado por:  
➔ Danos emergentes 
(imediato, concreto); 
➔ Danos cessantes: 
período de cessação de 
lucros; 
 
● Responsabilidade civil:​ obrigação de indenizar 
decorrente de ato ilícito; negócio jurídico lícito; 
representante legal válido - pessoa jurídica é 
responsabilizada; (art. 47 
representação/responsabilidade) 
❖ Aparência: ​representante ilegítimo deve ser 
punido; Se os agentes ou representantes 
desta tiverem pessoalmente cometido o 
delito ou forem co-autores dele, merecem 
punição por estas circunstâncias, porque, 
sendo pessoalmente imputáveis, 
respondem pelo ato delituoso. Mas a 
pessoa jurídica, como entidade abstrata, 
não poderia ser criminalmente responsável. 
❖ Responsabilidade extracontratual 
(aquiliana): 
★ Representante realiza ato ilícito - 
empresa realiza responsabilidade; 
“ação de regresso” - análise da 
culpa; proteção do indivíduo (vítima) 
já que a empresa tem maior poder 
aquisitivo; responsabilidade indireta; 
❖ Teoria dos atos “ultra vires”: ​o 
representante age além do que estava 
previsto, em excesso e representante é 
responsabilizado (proteção da pessoa 
jurídica);❖ Pessoa jurídica não pode ser penalizada 
pois é abstrata; hoje podem ser 
sancionadas por crimes ambientais; 
assunto controverso na doutrina; direito 
penal como ultima ratio; 
 
● Nacionalidade nacional ou estrangeira: 
❖ Questão das multinacionais: capital e 
membros de várias nacionalidades. Qual a 
nacionalidade: 
❖ Teoria da constituição: ​local do 
regramento jurídico da pessoa jurídica; se a 
nacionalidade da pessoa moral traduz a sua 
subordinação a uma ordem jurídica 
determinada, ou a sua dependência 
originária a um ordenamento legal, o que se 
tem a examinar é a sua articulação com a 
ordem jurídica que presidiu à sua criação. 
❖ Características da nacionalidade: 
permanente; 
 
● Desconsideração da personalidade jurídica: 
❖ Princípio da separação patrimonial: total 
independência patrimonial e individual da 
nova entidade relativa aos membros que a 
constituem; 
★ Separação entre pessoa física e 
jurídica em relação ao patrimônio 
pode suscitar fraude; confusão de 
patrimônios; a disregard doctrine 
tem sido usada como barreira; 
★ “Disregard doctrine” - EUA; 
desconsidera a separação 
patrimonial, o patrimônio individual 
pode ser usado para garantir 
responsabilização pessoal; 
desconsidera-se, diante de caso 
concreto, a personalidade jurídica; 
desaparece a autonomia patrimonial; 
★ Desconsideração é sempre 
episódica;  
★ Ex: art. 55 - ​Em caso de abuso da 
personalidade jurídica, caracterizado pelo 
desvio de finalidade, ou pela confusão 
patrimonial, pode o juiz decidir, a requerimento 
da parte, ou do Ministério Público quando lhe 
couber intervir no processo, que os efeitos de 
certas e determinadas relações de obrigações 
sejam estendidos aos bens particulares dos 
administradores ou sócios da pessoa jurídica. 
★ Teoria maior da desconsideração: 
mais requisitos para a pessoa 
jurídica - casos de maior ilicitude 
(CC);  
★ Teoria menor da desconsideração: 
menos requisitos;​ ​mais hipóteses 
para considerar, sempre que for 
interesse dos credores, a pessoa 
jurídica poderá ser desconsiderada 
(CDC); 
★ A separação de patrimônio é muito 
importante para a segurança jurídica; 
★ “Função social da empresa”; 
● Modificação das pessoas jurídicas: ​a partir de 
uma transformação, a pessoa pode mudar sua 
espécie (art. 113 e ss, CC); (as sociedades simples 
não se transformam) 
❖ Transformação: mudança de classificação 
quanto a espécie; modificação do estatuto 
social; deve haver previsão no ato 
constitutivo; maioria ou unanimidade dos 
sócios; 
❖ Incorporação: pessoas jurídicas menores 
são incorporadas a uma maior; há a 
continuação da existência da sociedade 
incorporadora; ela passa a suceder as 
incorporadas em direitos e obrigações; 
❖ Fusão: criação jurídica de uma nova pessoa 
jurídica com a junção de duas sociedades 
originárias; se extingue as antigas; há 
junção de patrimônio e absorção de dívidas; 
há novo ato constitutivo; novo registro; 
❖ Cisão: separação de certa sociedade; 
divisão de patrimônios, direitos e 
obrigações. Pode haver criação de novas 
pessoas jurídicas (oq geralmente acontece); 
 
● Fim da pessoa jurídica:​ (art. 1033 ss, CC) 
❖ Causas de três naturezas: 
I. Convencional: no decurso do tempo 
da pessoa jurídica, se houver prazo 
determinado desde sua criação; 
dissolução deliberada entre os 
sócios; falta de pluralidade entre os 
sócios por exemplo; 
II. Legal: possibilidade de extinção 
prevista em lei; 
III. Judicial: perda de autorização do 
poder público; o fim social da 
empresa é violado; 
❖ Fase da liquidação: apuração dos bens e 
patrimônios e consequente pagamento de 
seus débitos de qualquer natureza ; 
❖ Fse da dissolução: cancelamento no órgão 
de inscrição da pessoa jurídica, dada por 
registro; art. 51, CC; 
 
● Tipos de pessoas jurídicas:​ art. 44, CC 
 
❖ Sociedades:​ objetivo sempre de natureza 
lucrativa, necessário um patrimônio; 
direitos e obrigações recíprocos;  
★ Simples:​ união intelectual; artística, 
sem fins de empresa; 
★ Empresária:​ atividade econômica 
organizada; administradores; 
 
 
 
❖ Associações:​ conjunto de pessoas que se 
reúnem com interesses não econômicos;  
★ Não visam lucro; finalidades 
específicas, por exemplo, esportivas, 
filantrópicas, etc; é possível haver 
ganho financeiro, não é dividido 
entre os sócios, mas investido na 
própria associação; 
★ Organizações religiosas e partidos 
políticos; 
★ Regidas por estatuto social - art. 54, 
CC; elementos essenciais; 
★ Vincula membros originais a todos 
que entram posteriormente; 
★ Igualdade dos associados: é possível 
criar critérios objetivos de 
diferenciação - art. 55; 
★ Qualidade de associado é 
intransmissível - art. 56; 
★ Associados podem ser excluídos por 
justa causa - art. 57; 
★ Extinção da associação: bens não 
são divididos, são apenas 
ressarcidos os sócios e o patrimônio 
remanescente é destinado a ações 
de fins semelhantes, se não houver, 
o patrimônio vai para a União; 
❖ Fundações:​ arts. 62 ss, CC: conjunto de 
bens destinado a uma finalidade específica 
definida pelo instituidor, dotado de 
personalidade jurídica; 
★ Elementos: patrimônio + finalidade + 
afetação do patrimônio; 
★ Existência de bens livres: não podem 
estar vinculados, ter ônus nem ser 
objetos de hipoteca; 
★ Finalidade: assistência social, 
educação… Deve ser produtiva para 
a sociedade, sem visar o lucro; 
★ Constituição: (???) 
★ Registro + atuação do MP: 
aprovação do estatuto; avaliação 
durante existência; 
★ Art. 63; 
★ Art. 64; 
★ Art. 69; 
 
 
 
 
 
 
 
 
❖ Empresa individual de responsabilidade 
limitada (EIRELI): 
★ Criação mais recente, lei de 2011; 
★ Art. 980-A; 
★ Inovação: pessoa jurídica constituída 
por um único indivíduo; 
★ Há separação de patrimônio; 
★ Capital mínimo de criação: 100 
salários mínimos;  
★ Não abrange microempresários; 
★ Pode haver desconsideração; 
 
❖ Entes atípicos:​ não são vistos como pessoa 
jurídica regular; são grupos 
despersonalizados que realizam 
negociações jurídicas; não tem ato 
constitutivo;  
★ Doutrina: como são sujeitos de 
direito? Apesar de não serem 
pessoas, eles tem capacidade de 
agir, processualmente inclusive; 
★ Art. 75, CPC - representação judicial; 
ex: sociedade irregular, família, 
massa falida, condomínio... 
 
 
 
 
DOMICÍLIO 
 
● É a sede jurídica do indivíduo, o lugar onde ela se 
presume presente para os efeitos do direito e 
onde exerce ou pratica, habitualmente, seus atos e 
negócios jurídicos; 
● Há a concretização da privacidade, principalmente 
na vida moderna; 
❖ Protegido pela inviolabilidade: art. 5º, XI, 
CF; 
● Moradia - provisória; ex: aluguel p temporada; 
● Residência - permanência, estabilidade relativa; 
● Domicícilio: 
❖ elemento objetivo; 
❖ Elemento subjetivo; 
❖ Domicílio múltiplo: pessoa pode ter mais de 
um domicílio (art. 71); 
❖ Domicílio ocasional e aparente: lugar onde 
a pessoa se encontra; 
 
● Classificação:  
 
I. Necessário ou legal:​ decorre da lei; em 
razão da situação: art. 76: tem domicílio 
necessário o servidor público, o incapaz, o 
marítimo e o preso; 
 
 
 
II. Voluntário: (regra) 
A. Geral; 
B. Especial/de eleição:​ art. 78 - 
referente à contratos, as partes 
indicam o local; refere-se à 
temporalidade e limitação;  
i) Cláusula de eleição de foro: ligada 
à região/cidade, as partes 
determinam um foro para dirimir 
eventuais problemas do negócio 
jurídico; 
ii) Cláusulas abusivas: pode 
acontecer na cláusula de foro 
quando, por exemplo o foro for 
muito longe. Ex: negócio em jf, foro 
no Acre; o art. 63, par 3 do NCPC 
alarga a possibilidade de considerar 
cláusula abusiva em contratos de 
adesão (quando não há negociação 
entreas partes); ex: contratos 
bancários; 
C. Domicílio profissional:​ (art. 72, 
CC) mora em jf mas trabalha em SD, 
o trabalho é o domicílio profissional; 
 
● Mudança de domicílio: ​art. 74; elementos 
objetivos e subjetivos; intenção de mudar e 
mudança de fato; o par. Único não acontece; a 
mudança se concretiza a partir de elementos 
objetivos (compra da casa, matrícula em escola…); 
transferência de título de eleitor é comum 
(domicílio eleitoral); 
 
● Importância:​ tanto no direito processual (onde há 
ação, obrigação…); sucessão; direito das 
obrigações, há importância factual; 
 
DOMICÍLIO DA PESSOA JURÍDICA 
 
● Art. 75: sua sede jurídica, onde se constitui, se 
estabelece; em regra é criado no ato constitutivo;  
● Pessoas de direito público; 
● Pessoas de direito privado; 
❖ Domícilio legal:​ pár. 2: sede no exterior 
mas com domicílio no Brasil; 
❖ Domicílio convencional: ​regra; 
❖ Multiplicidade:​ pár. 1; 
❖ SÚMULA 363, STF:​ concretiza a 
multiplicidade de domicílios; se facilita a 
promoção de ações; “​A pessoa jurídica de 
direito privado pode ser demandada no 
domicílio da agência, ou estabelecimento, em 
que se praticou o ato.” 
 
 
4. BENS 
 
4.1) Conceito:​ aqueles suscetíveis de valoração jurídica, 
possuem utilidade e importância; 
❖ Relação jurídica: ​sujeito ativo, passivo e 
objeto; objeto da relação: bem sobre o qual 
irá recair o direito subjetivo desse sujeito 
ativo e a partir do qual o sujeito ativo exige 
ao passivo alguma coisa; ex: bens 
economicamente apreciáveis; direito de 
personalidade; PI... 
 
● Não precisam ter existência física; há uma 
amplitude, alguns visualizam o meio ambiente 
como bem jurídico, por exemplo, ou mesmo a 
informação; 
 
4.1.2) Bens e coisas:  
❖ Coisa é um gênero e bem é uma espécie; o 
bem teria valoração jurídica ou econômica, 
úteis, raros, importantes e específicos; 
(Francisco Amaral); 
❖ Bem é mais amplo e coisa é mais 
específico, bens são tudo que satisfaz os 
seres humanos como “um belo pôr do sol”; 
★ Bens jurídicos: podem ser ou não 
materiais; satisfazem nosso desejo; 
★ Coisas: análise da materialidade, 
existência concreta; (Caio Mário); 
 
4.1.3) Classificação: 
 
1) Bens considerados em si mesmos: 
a) Incorpóreos e corpóreos: ​não está claro no cc; 
possibilidade de serem tocados, materiais, 
perceptíveis; corpóreo: material; incorpóreo: 
abstrato; 
I) Bens móveis e imóveis: ​(art. 79 a 84) 
A. Imóveis:​ não podem ser 
transportados sem que haja 
alteração em sua essência, 
constituição; solo e 
incorporados ao solo: 
a) Natureza; 
b) Cessão artificial:​ ser 
humano incorpora ao 
solo (casa); 
c) Cessão natural: 
alevião; 
d) Legal: ​quando a lei 
prevê que aquilo vai 
ser visto como imóvel 
(art. 80) 
 
 
 
B. Móveis:​ transportáveis; art. 80; 
➔ Natureza: ​capacidade natural 
de deslocamento; ex: navios 
automóveis; antes, aeronaves 
e navios eram considerados 
imóveis por seu porte e $$ 
mas hj a doutrina 
majoritariamente os considera 
móveis; 
➔ Antecipação: ​inicialmente 
imóveis que o ser humano 
torna móvel; ex: tronco de 
árvore, frutos; 
➔ Casas móveis são 
consideradas pelo 
ordenamento como imóveis; 
ex: trailer; 
➔ Bens imóveis antes tinham 
maior proteção, hoje isso nem 
sempre se justifica pelos altos 
preços atuais de bens 
imóveis; 
 
 
 
 
 
III) Fungíveis e infungíveis:  
A. Fungíveis:​ substituíveis, 
vinculados aos bens móveis; 
ex: dinheiro (pensar no troco); 
art; 85; geralmente 
determinados por peso, 
números, o que possibilita a 
troca pela mesma espécie; 
B. Infungíveis: ​insubstituíveis, 
ex: obra do Picasso; raros, 
específicos, especiais; 
➔ Consequência: art. 303 
- não se pode exigir 
substituição, pode ser 
tornada infungida ao 
longo do tempo; 
 
IV) Consumíveis e 
inconsumíveis:  
A. Consumíveis:​ se perdem após 
o uso; ex: alimentos; perde a 
substância, sua qualidade, 
seu valor; 
 
 
 
➔ Consumibilidade 
natural:​ se exaure no 
primeiro uso; 
➔ Consumibilidade 
jurídica: ​art. 86 - parte 
final; destinado à 
alienação; à venda 
como finalidade por 
exemplo; transmitido a 
outra pessoa; 
B. ​ Inconsumíveis: ​podem ser 
utilizados várias vezes e sua 
integridade não se perde; 
 
V) Divisíveis e indivisíveis: 
A. Divisíveis: ​capacidade de ser 
dividido sem perder valor; ex: 
saco de feijão; pode ser 
fracionado; medidos em 
determinada quantidade; 
B. Indivisíveis:​ não podem ser 
divididos pois perdem sua 
capacidade essencial; 
a) Natureza: animais; 
b) Legal: art. 88; 
possibilidades soltas 
pelo código; 
c) Partes: acordo entre 
contratantes 
(prestações $ em à 
vista) art. 259; 
 
VI) Singulares e coletivos:  
A. Coletivos: vários bens 
singulares; ex: obra de arte, 
galeria/ livro, biblioteca/ 
árvore, floresta; 
a) Universalidade de fato: 
determinados pela 
realidade; reunião clara 
dos bens; 
b) Universalidade de 
Direito: entes atípicos; 
herança; massa falida; 
confere-se unidade aos 
bens; o patrimônio é 
unido; união de bens 
pelo direito, antes 
espalhados; art. 90 e 
91; 
 
 
 
 
b) Reciprocamente considerados: considerados 
em relação ao outro: 
 ​ I) Principais e acessórios: 
A. Principais: ​existência autônoma; 
independente; função por si mesmo; 
B. Acessórios:​ vinculados; dependem; ex: 
solo-principal; árvore-acessório/ 
crédito-principal; juros-acessório; 
➔ Princípio da gravitação jurídica: 
ideia de subordinação e dependência 
do bem acessório e do bem jurídico; 
se o principal é extinto, o acessório 
também é; art. 92; 
➔ Pertenças: ​art. 93; há divergências 
na doutrina; são um tipo de bem 
acessório; bens que se destinam a 
facilitar e tornar mais útil a coisa 
principal; NÃO é parte integrante do 
bem; casa + ar cond./carros + som; 
não seguem o princípio da 
gravitação jurídica; 
1) Frutos: produzidos de forma 
periódica pelo bem principal; frutos 
e vegetais;  
1. Periodicidade; 
2. Inalterabilidade substancial 
da coisa principal; 
3. Destacável da coisa 
principal; 
 
➔ Naturais; 
➔ Industriais: ​dependem da 
ação humana; 
➔ Civis: ​rendimentos; 
 
➔ Pendentes: ​ainda unidos à 
coisa principal; 
➔ Percebidos:​ separados da 
coisa principal; 
➔ Estantes: ​separados e 
armazenados; 
➔ Percipiendos:​ deveriam ter 
sido separados mas não 
foram; 
➔ Consumidos:​ foram 
consumidos; 
 
2) Produtos: ​se tirados, há alteração da 
coisa principal; o bem principal sofre 
esgotamento; ex: petróleo - posto 
(principal); pedras preciosas nas minas; 
 
3) Rendimentos:​ prestações periódicas 
em dinheiro; aluguel; em razão do bem 
principal; 
 
4) Benfeitoria:​ despesas, serviço, todo 
o processo, pode-se confundir com 
pertenças; melhoramento da coisa 
principal; 
➔ Necessárias:​ evitam 
deteriorização da coisa; 
➔ Úteis:​ aumentam o valor e 
utilidade do bem; ex: piscina; 
➔ Voluptuárias: ​recreação, 
prazer; ex: fonte de jardim; 
 
c) Bens considerados em relação ao sujeito:​ arts. 
98 ao 103 
A. Públicos:​ titular é a pessoa jurídica de 
direito público; em regra não podem ser 
alienados; 
➔ Comum:​ qualquer cidadão pode 
utilizar; pode exigir pagamento; 
➔ Uso comercial: ​utilizado pelo poder 
público para instalação do poder 
público; 
➔ Dominicais: ​patrimônio estatal 
disponível; sem utilidade, nesse 
caso, pode ser alienado; oab 
B. Privados:​ os que não são públicos; art. 98; 
 
d) Bens dentro e fora do comércio:​ existia no CC 
de 99; há alguns bens que podem ser alienados, 
transferidos; fora do comércio não podem; (ar, 
água, bens públicos - exceção dominicais, corpo 
humano.

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