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Métodos de treinamento
Taciana Lucas de Afonseca Salles
Introdução
Os métodos de treinamento são diversos e envolvem variadas técnicas que podem ser uti-
lizadas de acordo com os objetivos da formação. Neste encontro, vamos aprofundar os estudos 
sobre eles.
Objetivos de aprendizagem
Ao final desta aula, você será capaz de:
 • identificar métodos de treinamento e desenvolvimento;
 • distinguir formas de aplicação de treinamentos e seus principais usos.
1 Treinamento em sala
Primeiramente, é preciso entender que o avanço tecnológico tem revolucionado e ampliado 
os métodos e técnicas de formação e aperfeiçoamento. 
Saiba que existe uma diferença entre método e técnica. Método é um conjunto de princípios 
que regulam e norteiam as ações de treinamento, abordando desde a apresentação do assunto 
à avaliação da aprendizagem. Já a técnica é a aplicação desses princípios, isto é, são os procedi-
mentos didáticos que conduzirão ao aprendizado (CARVALHO; NASCIMENTO, 2011).
EXEMPLO
A partir do método de treinamento em grupo podemos aplicar a técnica de 
brainstorming, cujo principal objetivo é gerar novas ideias.
Assim, tenha em mente que o mesmo método pode ser usado em todos os treinamentos, 
mas diferentes técnicas de aprendizagem podem ser empregadas em cada caso, conforme mos-
tra a figura a seguir.
Figura 1 – Métodos e técnicas de treinamento
MÉTODO GRUPAL MÉTODO
INDIVIDUAL
MÉTODO
EXPOSITIVO
TÉCNICAS TÉCNICAS TÉCNICAS
Reunião de
debates;
Dramatização;
Brainstorming;
Estudo de caso;
Painel;
Simpósio; Jogos 
de empresas.
No serviço;
Rodízio de
funções;
Instrução 
programada;
À distância.
Palestra;
Conferência.
Fonte: adaptada de CARVALHO e NASCIMENTO, 2017.
O treinamento em sala é, portanto, uma modalidade em que se pode utilizar o método grupal 
e o expositivo, bem como suas respectivas técnicas. Assim, no método grupal em sala, é necessá-
ria a presença de um instrutor que irá desenvolver habilidades técnicas ou interpessoais, conheci-
mentos e experiências, a partir da interação e discussão entre os treinandos.
Já no método expositivo, apesar de também envolver um instrutor, a comunicação se dá em 
via de mão única, ou seja, com pouca ou nenhuma interação. As técnicas expositivas são indica-
das quando se quer rapidez na transmissão, resumir conteúdos extensos e complexos e quando 
não há outra técnica mais eficiente. Entretanto, alguns cuidados são necessários para que a expo-
sição seja atrativa, incluindo:
 • ter objetivos claros; desenvolver os tópicos com antecedência;
 • adequar a linguagem ao público;
 • utilizar recursos didáticos variados (vídeos, músicas etc.);
 • não exagerar na duração da exposição;
 • fazer um resumo final para consolidar a aprendizagem. (CARVALHO; NASCIMENTO, 2011).
FIQUE ATENTO!
 O método expositivo, embora geralmente seja realizado de forma coletiva, não é 
considerado grupal porque não pressupõe a participação dos alunos.
O treinamento no cargo, por outro lado, por envolver o exercício prático de uma tarefa e reque-
rer a utilização de máquinas, equipamentos e materiais, é um método individual em que o cola-
borador adquire habilidades, conhecimentos e atitudes realizando o serviço em si. É uma técnica 
que transmite informação, conhecimento e experiência relacionados ao cargo, como a instrução 
programada, uma técnica de autoinstrução na qual o treinando aplica a si mesmo uma aprendiza-
gem já sistematizada (CARVALHO; NASCIMENTO, 2011).
Conheça a seguir outras técnicas de aprendizado e treinamento!
2 Treinamento on-line e a distância
O antigo método a distância, via correspondência, foi substituído pelo treinamento via inter-
net, graças à evolução das tecnologias, mas seu objetivo continua o mesmo, ou seja, alcançar o 
treinando onde quer que ele esteja (CARVALHO; NASCIMENTO, 2011).
Tenha em mente que o treinamento à distância, e-learning ou virtual, é uma técnica individual com 
transmissão das informações via internet, sem precisar se deslocar até uma escola ou sala física.
Figura 2 – Treinamento à distância
Fonte: Dmitry Kalinovsky/Shutterstock.com.
É importante ressaltar que esse método deve ter algumas características:
 • apresentação funcional e fácil acesso aos assuntos;
 • atualizado e adaptável;
 • apresentar a matéria de modo lógico e inteligível;
 • texto de tamanho adequado para reter a atenção;
 • ilustrações pertinenetes, bem feitas e adequadamente distribuídas; testes, provas e 
casos claros, objetivos e relacionados ao assunto (CARVALHO; NASCIMENTO, 2011).
O treinamento pode ser realizado de forma sincrônica, quando a transmissão ocorre ao 
mesmo tempo em que o treinando está assistindo, ou assincrônica, na qual o estudante pode 
acessar o arquivo a qualquer momento (CHIAVENATO, 2009).
Note que, pelo método sincrônico ou on-line, a empresa pode aplicar treinamentos por meio de 
aplicativos que permitem a interação professor-aluno, ou por meio de sites e plataformas específicos.
EXEMPLO
Aplicativos de troca de mensagem instantânea são bastante usados em treina-
mentos on-line, pois permitem a transmissão de conteúdos via vídeo, áudio e texto, 
separadamente ou simultaneamente, dependendo da necessidade.
Outra opção de treinamento à distância para as organizações são os cursos técnicos de gra-
duação e pós-graduação, por meio de convênios com escolas e universidades.
2.1 Vantagens e desvantagens
Algumas vantagens do treinamento à distância são baixo custo, facilidade de acesso, ritmo 
ditado pelo treinando e o tempo, que depende, entre outros fatores, da disponibilidade e vontade 
de cada um. Sendo assim, as horas diárias dedicadas ao estudo podem variar entre indivíduos 
(CHIAVENATO, 2009).
SAIBA MAIS!
Connheça as circunstâncias em que o treinamento à distância é mais vantajoso lendo 
o artigo de Zerbini e Abbad: http://www.scielo.br/pdf/paideia/v20n47/a04v20n47.pdf.
Uma desvantagem dessa modalidade é que, via de regra, são treinamentos prontos desti-
nados ao público geral, já que nem sempre é possível conhecer o perfil e necessidades de cada 
treinando. Por isso, deve ser preparado utilizando diversos recursos didáticos (áudio, visual, escrito 
e prático), que proporcionem a assimilação do conteúdo pela maioria dos estudantes.
Saiba mais sobre as técnicas de jogos, simulações e estudos de casos a seguir!
3 Jogos, simulações e estudos de casos
Os jogos, as simulações e os estudos de caso são técnicas de treinamento grupais muito 
utilizadas e possuem diversas finalidades, dentre as quais destacam-se:
 • avaliar e fixar os conceitos aprendidos;
 • estimular a análise e a visão crítica;
 • favorecer a criatividade na solução de problemas;
 • proporcionar condições psicológicas favoráveis para discussão de problemas;
 • sensibilizar e conscientizar sobre um problema para construir uma solução adequada 
(CARVALHO; NASCIMENTO, 2011).
Os jogos de empresa são um tipo de simulação que prepara o treinando para momentos crí-
ticos de decisão. Eles variam em complexidade, simulando situações organizacionais que reque-
rem decisões sobre finanças, vendas, produção, pesquisa e desenvolvimento e recursos humanos, 
podendo durar de horas a dias (CHIAVENATO, 2009). 
SAIBA MAIS!
Geralmente, os jogos são divididos em fases e cada decisão interfere no cenário 
seguinte, simulando o contexto organizacional.
Já o estudo de caso consiste na apresentação de fatos ou resumos sobre situações empre-
sariais, verídicas ou não, que incluem declarações dos envolvidos, organogramas, demonstrativos 
financeiros, relatórios ou outros elementos para que as pessoas façam uma apreciação crítica ou 
proponham soluções aos problemas. O intuito é prepará-los para analisar situações e desenvolver 
senso crítico, considerando os prós e os contras antes da decisão final (GIL, 2013).
Figura 3 – Estudo de caso
Fonte: Andrey_Popov/Shutterstock.com.Tenha em mente que o estudo de caso é diferente das dramatizações, que são representa-
ções teatrais de situações reais de trabalho, visando desenvolver atitudes, habilidades interpesso-
ais e controle emocional dos participantes. (CARVALHO; NASCIMENTO, 2011).
A seguir, saiba o que é uma dinâmica de grupo e como realizar sua aplicação!
4 Dinâmicas de grupo
É preciso entender que, diferente dos jogos e simulações, as dinâmicas não necessariamente 
envolvem a representação de um personagem em situação de trabalho. Caracteristicamente, são 
vivências de situações lúdicas, brincadeiras, expressões ou situações problema, que posterio-
mente são correlacionadas às situações de trabalho que se deseja melhorar ou ao conteúdo teó-
rico abordado anteriormente.
FIQUE ATENTO!
O objetivo principal é praticar o conteúdo aprendido e/ou conscientizar sobre uma 
problemática real.
Tais vivências podem ser realizadas por meio de desenho, pintura, modelagem, dança, música, 
expressão corporal, teatro, imaginação, comunicação, sensibilização, sociabilização, meditação, 
relaxamento, reflexão, visualização mental, entre outros meios, que irão proporcionar autoconhe-
cimento, valorização de si e do outro, melhor relacionamento interpessoal, empatia, comunicação, 
conscientização, diminuição de resistências, espírito de cooperação, etc (SOARES, 2017).
Dinâmicas são, portanto, “exercícios pedagógicos e arteterapêuticos que facilitam o desen-
volvimento humano nos seus diversos aspectos: físico, social, psíquico, emocional intelectual e 
afetivo” (SOARES, 2017, p. 12).
FIQUE ATENTO!
A dinâmica facilita a expressão dos sentimentos por meio da vivência lúdica, a fim 
de que um novo comportamento seja adotado.
Lembre-se que, assim como em qualquer treinamento, a aplicação de uma dinâmica de 
grupo envolve ações que devem ser realizadas antes, durante e depois do exercício, resumidas na 
tabela a seguir. 
Tabela 1 – Ações para dinâmicas de grupo
MOMENTO AÇÕES
Preparação
Escolher a dinâmica adequada ao objetivo;
Definir o tempo e os recursos;
Preparar o material;
Definir e divulgar data e local.
Condução/ 
Aplicação
Explicar claramente o que deve ser feito;
Garantir que todos sejam incluídos e participem;
Observar o comportamento das pessoas;
Determinar e cobrar o tempo limite da atividade.
Finalização
Proporcionar espaço para discussão e exposição das percepções e sensações;
Comparar com as situações de trabalho;
Buscar solução consensual para o problema;
Finalizar reforçando o novo comportamento ou atitude a ser estabelecida.
Fonte: elaborada pela autora, 2017.
Dessa forma, as dinâmicas de grupo, assim como as simulações e as dramatizações, são 
muito indicadas para problemas de comunicação, de percepção de si e do outro, de cooperação, 
de competição interna e de relacionamento interpessoal, pois revelam os comportamentos exis-
tentes e diluem as diferenças, proporcionando melhoras significativas nas atitudes.
Fechamento
Nesta aula, você teve a oportunidade de:
 • conhecer os métodos e as técnicas de treinamento;
 • distinguir as técnicas, bem como suas aplicações.
Referências
CARVALHO, Antonio Vieira de; NASCIMENTO, Luiz Paulo do. Administração de recursos humanos. 
São Paulo: Cengage Learning, 2011.
CHIAVENATO, Idalberto. Treinamento e desenvolvimento de recursos humanos: como incremen-
tar talentos na empresa. 7. ed. São Paulo: Manole, 2009.
GIL, Antônio Carlos. Gestão de pessoas: enfoque nos papéis profissionais. 13. reimpr. São Paulo: 
Atlas, 2013.
SOARES, Vilmabel. Dinâmicas de grupo e jogos: psicodrama, expressão corporal, criatividade, 
meditação, artes. Rio de Janeiro: Vozes, 2017.
ZERBINI, Thaís; ABBAD, Gardênia. Qualificação profissional a distância: avaliação da transferência 
de treinamento. Paidéia. Ribeirão Preto: São Paulo, v. 20, n. 47, p. 313-323, Dec. 2010. Disponível 
em: <http://www.scielo.br/pdf/paideia/v20n47/a04v20n47.pdf>. Acesso em: 05 out. 2017.