Buscar

DIREITO CIVIL

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 11 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 11 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 11 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

DIREITO CIVIL
CLASSIFICAÇÃO DOS NEGOCIOS JUÍDICOS –
Quanto ao número de manifestações de vontade:
Unilaterais – quando a declaração de vontade emana apenas de uma parte (uma ou mais pessoas). Exemplo: testamento. Subdividem-se em receptícios – quando a declaração para produzir efeitos tem que ser do conhecimento do destinatário, como na revogação de um mandato – e não receptícios – quando o conhecimento do destinatário é irrelevante.
Bilaterais – são os casos em que concorrem duas manifestações de vontade, formando um consenso. Exemplo: contratos de compra e venda.
Plurilaterais – negócios pertinentes a mais de duas partes. Exemplo: consórcio.
Quanto ao exercício de direitos, podem ser:
Negócios de disposição – quando autorizam o exercício de amplos direitos, inclusive de alienação, sobre o objeto transferido. Exemplo: adoção.
Negócios de administração – estes admitem apenas a administração e uso do objeto cedido, como no comodato e no mútuo.
Quanto às vantagens, destacam-se:
Gratuitos – só uma das partes aufere vantagem, a exemplo de uma doação simples.
Onerosos – compreendem aqueles casos em que ambos os contratantes possuem ônus e vantagens recíprocas. Dividem-se em comutativos – as prestações de cada um são certas e determinadas – e aleatórios – quando há incerteza em relação às vantagens e às prestações, havendo um risco. Exemplo: um seguro.
Neutros – são destituídos de atribuição patrimonial, não se incluindo em nenhuma categoria específica, como no caso da instituição voluntária do bem de família.
Bifrontes – podem ser tanto gratuitos como onerosos. Tudo depende das partes. Exemplo: o contrato de depósito é, em tese, gratuito; pode ser, todavia, oneroso se as partes assim decidirem.
Quanto às formalidades:
Solenes – obedecem a uma solenidade especial, uma forma prescrita em lei, a exemplo do casamento.
Não solenes – a lei não exige formalidade para o seu aperfeiçoamento, podendo ser celebrado por qualquer forma. Exemplo: doação.
Quanto ao tempo em que devam produzir efeitos, são classificados em:
Inter Vivos – destinados a produzir efeitos durante a vida dos interessados, como nos contratos de compra e venda.
Mortis Causa – são aqueles pactuados para produzir efeitos após a morte do declarante, a exemplo do testamento.
Quanto à existência ou subordinação são assim classificados:
Principais – são aqueles que têm existência própria e não dependem de qualquer outro. Exemplo: locação.
Acessórios – exigem que haja um negócio principal, estando subordinados a eles, assim como ocorre com a fiança.
Quanto ao conteúdo:
Patrimoniais – relacionados com os bens ou direito pecuniários. Exemplo: negócios reais, obrigações.
Extrapatrimoniais – referem-se a direitos sem conteúdo econômico, como nos casos de direitos da personalidade.
Quanto aos efeitos são divididos em:
Constitutivos – se sua eficácia se opera ex nunc, ou seja, se o negócio se efetiva a partir do momento de sua conclusão, assim como num contrato de compra e venda.
Declaratórios – quando, diferentemente dos constitutivos, possui eficácia ex tunc – produz efeitos que retroagem no tempo. Exemplo: reconhecimento de um filho.
Vale ressaltar que este esquema prático não exaure o tema, uma vez que cada doutrinador possui sua própria classificação
.
ELEMENTOS DO NEGÓCIO JURÍDICO
ESPECIAIS. Também são essenciais, mas são específicos e próprios para alguns negócios jurídicos. Para outros, não são
EX Compra e venda. Tem todos os elementos essenciais gerais, mas também tem outros. Como o preço/onerosidade. Se não tem preço, não é compra e venda, é da essência desse negócio. Se não tem preço, vira outro negócio jurídico;
ELEMENTOS NATURAIS. Aquilo que está presente no negócio jurídico naturalmente. Não preciso colocar regra dizendo que ele estará presente. Mas ele não é um elemento essencial. Se eu o retirar, o negócio ainda vai valer da mesma maneira;
EX Numa compra e venda, o objeto vendido tem que funcionar. Se não, há um vício redibitório, a coisa não tem sua funcionalidade. O normal, numa compra e venda, é que a coisa funcione. Não preciso especificar o funcionamento natural, mas também eu posso vender uma coisa que não funcione;
RESUMO Natural vai acontecer mesmo – mas eu posso continuar fazendo meu negócio se eu escrever uma cláusula retirando
ELEMENTOS ACIDENTAIS. Não estão presentes no negócio jurídico, salvo se eu a colocar lá! Tem que escrever e colocar lá. São aqueles elementos que colocam uma “grife” no negócio jurídico;
ESCADA PONTEANA
Primeiro degrau: o plano da existência. Onde estão os elementos mínimos, os pressupostos de existência. Sem eles, o negócio não existe. Substantivos (partes, vontade, objeto e forma) sem adjetivos. Se não tiver partes, vontade, objeto e forma, ele não existe. Dúvida prática: O CC/2002 adota expressamente o plano da existência? Não, não há previsão contra a teoria da existência. No artigo 104, já trata do plano da validade. E também, só há regras para a nulidade absoluta: 166 e 167; e nulidade relativa ou anulabilidade, art 171. O plano da existência está embutido no plano da validade (implícito). Teoria inútil para alguns doutrinadores: casamento inexistente: resolve com a questão da nulidade; contrato inexistente se resolve com a teoria da nulidade. Mas é uma teoria didática. Vários autores são adeptos da teoria da inexistência.
Segundo degrau: o plano da validade. Os substantivos recebem os adjetivos. Requisitos de validade (art 104) -> partes capazes, vontade livre (sem vícios), objeto lícito, possível ou determinado ou determinável, e forma prescrita ou não defesa em lei. Temos aqui os requisitos da validade. Não há dúvida, o código civil adotou o plano da validade. Se tenho um vício de validade, ou problema estrutural, ou funcional, o negócio jurídico será nulo (166 e 167) ou anulável (171). (Palavras-chave)
Terceiro degrau: o plano da eficácia. Estão as consequências do negócio jurídico, seus efeitos práticos no caso concreto. Elementos acidentais (condição, termo e encargo).
AQUISIÇÃO DE DIREITOS
As aquisições dos direitos são os resultados dos efeitos dos fatos jurídicos, mas o que são os fatos jurídicos? São todos os eventos originados de atividade humana ou derivado de fatos naturais com a capacidade de influenciar na órbita do direito, por criarem, ou transferirem, ou conservarem, ou modificarem, ou extinguirem as relações jurídicas.
Tipo de Aquisição do Direito
Aquisição de Direito – Originária
É quando não existe direito anterior, ou seja, aparece pela primeira vez e é feita pelo titular sem nenhum relacionamento com um titular anterior, por exemplo: Compra de uma propriedade sem dono anterior.
Aquisição de Direito – Derivada
Já a aquisição de direito – derivada, possui um direito anterior. Nesse caso o direito era de um titular antecedente e o transfere para um novo titular, por exemplo: compra e venda.
A diferença entre as duas está na relação entre o sucessor e o sucedido, ou seja, quem passa o direito e quem o adquiri.
A aquisição de direito – derivada se dá quando há uma relação com o titular antecedente do direito, o titular já tem a posse e deseja transferi-lo para outra pessoa, sendo que este novo titular passa a ter o direito aquisitivo.
Na aquisição de direito – derivada, acontece o que chamamos de sucessão que pode ocorrer a título singular ou universal:
Aquisição de Direito – Singular
A aquisição de direito – singular, é pela sucessão que passa para o comprador ou om o legatário (pessoa que recebe herança)
Aquisição de Direito – Universal
A aquisição do direito – universal, é quando o titular adquiri um patrimônio ou conjunto de coisas indeterminadas deixado pelo “de cujos” como direito hereditário.
A aquisição do direito – universal, podem ser de forma gratuita ou onerosa. Nos casos em que não há lucro como doações, por exemplo, a aquisição será gratuita, quando uma das partes recebe algum lucro, compra e venda, é a forma onerosa.
A modificação dos direitos pode ocorrer por uma das seguintes formas:
a) Objetiva - atingea quantidade (quantitativa) ou a qualidade do objeto ou o conteúdo da relação jurídica (qualitativa);
b). Subjetiva - atinge algum ou alguns dos sujeitos da relação jurídica, sem que esta se extinga. Nem todos os direitos comportam modificação subjetiva, tendo em vista que alguns deles têm caráter personalíssimo. Os julgados têm aceitado a investigação de ancestralidade (relação avoenga) pelos herdeiros de indivíduo não reconhecido.
Defesa dos direitos:
A defesa dos direitos se exercita, dentre outras formas, através de alguns mecanismos extrajudiciais preventivos (ex.: cláusula penal, arras, fiança), de alguns mecanismos de autodefesa (ex.: legitima defesa da posse - desforço imediato – art. 1210, §1º, CC) e da via judicial (“a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito” – art. 5º, XXXV da CF/88).
Extinção do direito:
É importante distinguir, como o faz Venosa (2003, 387), a perda do direito da extinção propriamente dita. A perda do direito ocorre quando há o desligamento do direito do seu titular, passando a existir no patrimônio de outrem; já a extinção propriamente dita é conceito que enfoca o desaparecimento do direito para qualquer titular.
O perecimento do direito pode ocorrer quando:
a) o objeto perder suas qualidades essenciais (ex: terreno invadido por águas marítimas);
b) o objeto se confundir com outro de modo que não se possa distingui-lo (ex: mistura de líquidos);
c) o objeto cair em lugar de onde não possa ser retirado;
d) surgir a confusão;
e) o titular do direito aliená-lo de forma espontânea ou forçada.
Extingue-se o direito:
a) pela renúncia, quando o titular abre mão de seu direito sem transferi-lo a outrem. É o abandono voluntário. Regra geral os direitos privados são renunciáveis.
b) pelo falecimento do titular quando o direito for personalíssimo (ex: art. 509 do CC).
REQUSITOS DA VALIDADE DO NEGÓCIO JURÍDICO:
        Segundo Gonçalves, são os requisitos para que o negócio jurídico seja válido. Se os possui, é válido e dele decorrem os mencionados efeitos.
        Se, porém, falta-lhe um desses requisitos, o negócio é inválido, não produz o efeito jurídico em questão e é nulo ou anulável.
         Os requisitos de validade podem ser de caráter geral ou específico. Os requisitos da validade do negócio jurídico são elencados no art. 104º, I, II, III – CC, a saber: 
REQUISITOS DE CARATER GERAL 
·        Agente capaz;
·        Objeto lícito, possível, determinado ou determinável;
·        Forma prescrita e não defesa em lei;
AGENTE CAPAZ (CONDIÇÃO SUBJETIVA)
        A capacidade do agente é a aptidão para intervir em negócios jurídicos como declarante ou declaratório.
        A capacidade aqui é a de fato ou de exercício de direito, necessária para a prática dos atos da vida civil.
        Esta incapacidade é suprida pelos meios legais: a representação e a assistência (art. 1.634, V – CC).
        Os absolutamente incapazes não participam do ato, sendo representados pelos pais, tutores ou curadores.
        Já os relativamente incapazes participam do ato, junto com os referidos representantes, que assim os assistem.
Observação:
- Incapacidade x falta de legitimação – a incapacidade não se confunde com a falta de legitimação. Enquanto aquela é a inaptidão para exercer os atos da vida civil, a falta de legitimação é a incapacidade para a prática de determinados atos. O ascendente não estará legitimado a vender bens a um descendente enquanto não obtiver o consentimento do seu cônjuge e dos demais descendentes (art. 496), embora não seja um incapaz, genericamente, para realizar negócios jurídicos. A proibição imposta ao tutor de adquirir bens do pupilo, mesmo em hasta pública, cria um impedimento ou falta de legitimação que não importa em incapacidade genérica. 
 OBJETO LÍCITO, POSSÍVEL. DETERMINADO OU DETERMINÁVEL
OBJETO LÍCITO
        A validade do negócio jurídico requer, ainda, objeto lícito, que é aquele que não atenta contra a lei, a moral ou os bons costumes. Quando o objeto do contrato é imoral, os tribunais por vezes aplicam o princípio de direito de que ninguém pode valer-se da própria torpeza, também aplicado pelo legislador, por exemplo, no art. 150, que reprime o dolo ou torpeza bilateral.
OBJETO POSSÍVEL
        O objeto deve ser também, possível. Quando impossível, o negócio é nulo. A impossibilidade do objeto pode ser:
·        Impossibilidade física – é a que emana de leis físicas ou naturais. Deve ser absoluta, isto é, atingir a todos, indistintamente. A impossibilidade relativa, que atinge o devedor, mas não outras pessoas não constituem obstáculo ao negócio jurídico (art. 106).
   Impossibilidade jurídica – a impossibilidade jurídica do objeto ocorre quando o ordenamento jurídico proíbe, expressamente, negócios a respeito de determinado bem (ex.: herança de pessoa viva – art. 426, alguns bens fora do comércio, etc.).
OBJETO DETERMINADO OU DETERMINÁVEL     
        O objeto do negócio jurídico deve ser, também, determinado ou determinável (indeterminado relativamente ou suscetível de determinação no momento da execução). Admite-se, assim, a venda de coisa incerta, indicada ao menos pelo gênero e pela quantidade (art. 243), que será determinada pela escolha; bem como a venda alternativa, cuja indeterminação cessa com a concentração (art. 252).
FORMA PRESCRITA OU NÃO DEFESA EM LEI 
        O terceiro requisito de validade do negócio jurídico é a forma, que deve ser prescrita ou não defesa em lei. 
        Em regra, a forma é livre (art. 107 - CC). As partes podem celebrar o contrato por escrito público ou particular, ou verbalmente, a não ser nos casos em que a lei, para dar maior segurança e seriedade ao negócio, exija a forma escrita, pública ou particular. 
       É nulo o negócio jurídico quando não revestir a forma prescrita em lei ou for preterida alguma solenidade que a lei considere essencial para a sua validade (art. 166, IV e V - CC). 
       Em alguns casos, a lei reclama também a publicidade, mediante o sistema de Registros Públicos (art. 221 - CC). 
Segundo Silva (2008), podem ser distinguidas as seguintes espécies de formas:
FORMA LIVRE, ESPECIAL E CONTRATUAL:
FORMA LIVRE
        Forma livre é a predominante no direito brasileiro. É qualquer meio de manifestação da vontade, não imposto obrigatoriamente pela lei (palavra escrita ou falada, escrito público ou particular, gestos, mímicas, etc.).
FORMA ESPECIAL OU SOLENE
         A Forma especial ou solene é a exigida pela lei, como requisito de validade de determinados negócios jurídicos. 
        Em regra, a exigência de que o ato seja praticado com observância de determinada solenidade tem por finalidade assegurar a autenticidade dos negócios e garantir a livre manifestação da vontade, demonstrar a seriedade do ato e facilitar a sua prova. 
A forma especial ou solene pode ser:
FORMA ÚNICA – é a que, por lei, não pode ser substituída por outra, exemplo, o art. 108 - CC, que considera a escritura pública essencial à validade das alienações imobiliárias, não dispondo a lei em contrário; art. 1964 - CC, que autoriza a deserdação somente por meio de testamento; os arts. 1535 e 1536 - CC, que estabelecem formalidades para o casamento, etc.
FORMA MULTIPLA OU PLURAL – diz-se quando o ato é solene mas a lei permite a formalização do negócio por diversos modos, podendo o interessado optar validamente por qualquer um deles, exemplo, o art. 1609 - CC  – o reconhecimento voluntário dos filhos, que pode ser feito de quatro modos; art. 842 - CC – a transação, que pode efetuar-se por termo nos autos ou escritura pública; art. 62 - CC – a instituição de uma fundação, que pode ocorrer por escritura pública ou por testamento; art. 1806 - CC – a renúncia da herança, que pode ser feita por escritura pública ou termo judicial; etc.
FORMA CONTRATUAL – é a convencionada pelas partes. O art. 109 - CC dispõe que, no “negócio jurídico celebrado com a cláusula de não valer seminstrumento público, este é da substância do ato”. Os contratantes podem, portanto, mediante convenção, determinar que o instrumento público se torne necessário para a validade do negócio.
FORMA “ad solemnitatem” e “ad probationem tantum”:
Ad solemnitatem – diz-se que a forma é ad solemnitatem quando é da substância do ato, indispensável para que a vontade produza efeitos, exemplo, o art. 108 - CC – escritura pública na alienação de imóveis; art. 1609 - CC – modos de reconhecimento de filhos; etc.
Ad probationem tantum – diz-se que a forma é ad probationem tantum quando destina-se a facilitar a prova do ato. Exemplo clássico é a lavratura do assento de casamento no livro de registro (art. 1536 - CC), pois se destina a facilitar a prova do casamento, embora não seja essencial à sua validade.
CLAUSULAS ACIDENTAIS DO NEGOCIO JURIDICO
Elementos acidentais do negócio jurídico são cláusulas inseridas num negócio jurídico com o objetivo de modificar uma ou algumas de suas consequências naturais. Nada mais são do que categorias modificadoras dos efeitos normais do negócio jurídico, restringindo-os no tempo ou retardando seu nascimento ou exigibilidade. Esses elementos são o Termo, Condição e Encargo (ou Modo).
Lícitas: São aquelas que não contrariam as leis, a ordem pública e os bons costumes.
Ilícitas: é a condição contrária à lei, à ordem pública e aos bons costumes. Exemplo: a condição de matar alguém (contrária à lei); de instalar casa de prostituição (contrária à lei e aos bons costumes); a proibição de mudar de religião; a condição de não sair do país (viola o direito de ir e vir).
Possíveis: São passíveis de serem cumpridas.
Impossíveis: Não são passíveis de serem cumpridas.
Fisicamente Impossíveis: Humanamente impossíveis. (dar-te-ei R$ 1.000.000,00 se tocares o céu com o dedo)
Juridicamente Impossíveis: Existe proibição expressa no ordenamento jurídico, ou ferem a moral e os bons costumes. (condições ilícitas e imorais)
Fazendo um rápido panorama sobre “condição”, podemos ver que elas se dividem em:
Causais: São aquelas que dependem do fortuito, do acaso, fato alheio à vontade das partes. Exemplo: Dar-te-ei R$ 1.000,00 se chover amanhã.
Potestativas: Decorrem da vontade ou poder de uma das partes.
Puramente Potestativas: São ilícitas, pois dependem exclusivamente do puro arbítrio de uma das partes. Exemplo: O banco cobrar juros ao seu próprio critério, e não por tabela.
Simplesmente Potestativas: Lícitas, pois dependem não só da manifestação de vontade de uma das partes, mas também de algum acontecimento ou circunstância exterior que escapa ao seu controle. Exemplo: dar-te-ei este bem se fores a Paris.
Mistas: Dependem simultaneamente da vontade das partes e de um terceiro. Exemplo: dar-te-ei tal bem se casares com fulano.
Suspensiva: É aquela que impede que o ato produza efeitos até a realização do evento futuro e incerto. Exemplo: dar-te-ei tal bem SE obter a nota 10. (125/126 do CC)
Resolutiva: É aquela que extingue, resolve o direito, ocorrido o evento futuro e incerto. Exemplo: dar-te-ei R$ 1.000,00, ENQUANTO estudares o curso de graduação em Direito.
Quando falamos de “Termo”, trata-se de uma determinação acessória que se refere a um acontecimento futuro e certo, que subordina o início ou o fim da eficácia jurídica do negócio (Art. 131, CC).
Termo Convencional: É a cláusula contratual que subordina a eficácia do negócio a evento futuro e certo.
Termo de Direito: É o que decorre da Lei (prazo de prescrição ou de decadência).
Termo de Graça: É a dilação de prazo concedida ao devedor.
Termo Incerto: É o termo certo e inevitável, porém incerto quanto à data de sua realização (morte).
Termo Certo: Quando se reporta a determinada data do calendário ou a determinado lapso.
Termo Inicial e Final: dies a quo e ad quem.
O prazo é o intervalo entre o termo a quo e o termo ad quem, ou entre a manifestação de vontade e o advento do termo. (132 a 134 do CC). Os dias contam-se por inteiro, exclui-se o dia do começo e inclui-se o do vencimento.
Encargo ou Modo, consiste em um ônus oriundo de um negócio jurídico gratuito, ou seja, uma determinação que, imposta pelo autor de uma liberdade, a este adere, restrigindo-a. Exemplo: Doações feitas ao município, em geral com a obrigação de construir um hospital, escola, creche ou algum outro melhoramento público; Testamentos, em que se deixa a herança a alguém, com a obrigação de cuidar de determinada pessoa ou de animais de estimação.
Diante do exposto acima, podemos chegar a conclusão que:
Condição: Negócio dependente de evento futuro e incerto; Identificada pelas conjunções “se” ou “enquanto”; A condição suspensiva suspende os efeitos do negócio jurídico; A condição resolutiva põe fim aos efeito do negócio jurídico.
Termo: Negócio jurídico depende de evento futuro e certo; Identificado pela conjunção “quando”; O termo inicial suspende os efeitos do negócio jurídico e termo final põe fim a eles.
Encargo: É uma cláusula acessória de liberalidade impondo uma obrigação; Identificado pelas conjunções “para fim de” ou “ com fim de”; O encargo não suspende e nem resolve a eficácia do negócio jurídico; Não cumprido o encargo, cabe revogação da liberalidade.
REPRESENTAÇÃO 
A Representação Legal é sempre exercida no interesse do representado, corresponde a 
“múnus” (função ou encargo) posto que o rep resentante exerce atividade obrigatória, e é 
investido de um poder-dever. Tem caráter personalíssimo sendo, portanto, indelegável seu 
exercício. 
Ocorre também representação legal de pessoas capazes. É conferida aos sindicatos 
Quando da celebração de acordos coletivos; ao síndico ou administrador judicial da massa falida, 
e ao inventariante. 
A Representação Legal obviamente decorre da lei ou da nomeação pelo juiz (Judicial) 
em face d e processo, ocorre, por exemplo, com os pais em relação aos filhos menores (artigo 
115, 1ª parte; artigo 1.6 34, inciso V, e artigo 1.690 do Código Civil) e, nos casos de tutores, 
Curadores, inventariantes e outros. 
Já a Representação Convencional ou Voluntária tem por fim o auxílio ou a defesa ou 
A administração dos interesses alheios. Caracteriza-se pelo fim de cooperação jurídica. 
VICIOS E DEFEITOS DO NEGOCIO JURIDICO
ERRO                 
É uma noção equivocada sobre alguma coisa, há uma ideia distorcida de alguma coisa. No sentido jurídico o erro é os defeitos dos negócios jurídicos caracterizados pela falsa imagem que a declarante forma acerca do objeto da declaração, ou a pessoa a quem tal declaração se dirige, acerca da natureza do próprio negócio ou acerca da existência, ou da vigência o significado jurídico de uma lei. Esta imagem falta poderia ser sido formada por qualquer pessoa com atenção mediana. 
"Art. 138. São anuláveis os negócios jurídicos, quando as declarações de vontade emanarem de erro substancial que poderia ser percebido por pessoa de diligência normal, em face das circunstâncias do negócio." 
ERRO E IGNORÂNCIA
                 A ignorância é a ausência de conhecimento sobre alguma coisa. Em se tratando de negócios jurídicos as consequências de erro e ignorância, são passiveis de anulabilidade. Tanto o erro como a ignorância tem as mesmas consequências. Dispõe o artigo 138 do CC que ‘’ são anuláveis os negócios jurídicos quando as declarações de vontade emanarem de erro substancial que poderia ser percebido por pessoa de diligencia normal, em face das circunstâncias do negócio. No o artigo 147 ‘’ nos negócios jurídicos bilaterais, o silêncio intencional de uma das partes a respeito de fato ou qualidade que a outra parte haja ignorado, constitui omissão dolosa, provando-se que sem ela o negócio não se teria celebrado.”
DOLO
Pode-se dizer que dolo é qualquer meio utilizado intencionalmente para induzir ou manter alguém em erro na prática de um ato jurídico. O dolo se assemelha ao erro, e representa uma limitação à eficácia do ato jurídico, isto porque a vontade queconstituiu manifestou-se enganada. 
              Muitos escritores assimilam esses dois defeitos, por entenderem que a causa da anulabilidade do ato jurídico é sempre o erro, quer livre, quer provocado, isto é dolo. Dispõe o artigo 145 ‘’ são os negócios jurídicos anuláveis por dolo, quando este for a sua causa." E o artigo 150 ‘’ se ambas as partes procederem com dolo, nenhuma pode alegá-lo para anular o negócio, ou reclamar indenização."
Dolo Principal e Acidental
              O Dolo divide-se em: causam dans e incidens. O causam dans principal) é o único que dá lugar a anulação e também a perdas e danos. O incidens (incidental) não prejudica a validade do ato, mas dá ligar a perdas e danos.
              O Dolo principal se apresenta como causa determinante da declaração da vontade, nele se origina o ato. O dolo incidental, que só obriga a reparação do dano, não elimina a conclusão do ato, mas este se aperaria em condições diversas. O artigo 146 dispõe ‘’ o dolo acidental só obriga a satisfação das perdas e danos, e é acidental quando, a seu despeito, o negócio será realizado, embora por outro modo’’. 
Dolo Civil Criminal e Processual
              Importante não confundir o dolo civil (vicio de negócio e negócios jurídicos) com o dolo criminal com o dolo processual. De qualquer maneira é discutido se há diferença entre dolo civil e dolo penal. Porém em ambos os casos o agente procede com intenção de prejudicar. A diferença está em que num caso de dolo se verifica num ato não criminoso, porque a lei não o classifica como delito, e noutro caso se dá num ato classificado como crime. Em ambos os casos, ao agente é exigível a responsabilidade civil. 
COAÇÃO 
               É o constrangimento a uma determinada pessoa, feita por meio de ameaça com intuito de que ela pratique um negócio jurídico contra sua vontade.
O negócio jurídico tem por substrato a manifestação da vontade humana, mas para que ela alcance os efeitos desejados, é mister que ela se externe livre e consciente. Se o querer não se manifestou livremente, o negócio pode ser desfeito, por vicia-lo a coação. NO artigo. 155 subsistirá o negócio jurídico, se a coação decorrer de terceiro, sem que a parte a que aproveite dela tivesse ou devesse ter conhecimento; mas o autor da coação responderá por todas as perdas e danos que houver causado ao coacto."
Para Washington de Barros Monteiro (1988, p.201) especifica a coação como o vício mais profundo que possa afetar o ato jurídico, uma vez que seu impacto o atinge na própria base, a vontade livre do agente. Dispõe o artigo151 ‘’ A coação, para viciar a declaração da vontade, há de ser tal que incuta ao paciente fundado temor de dano iminente e considerável à sua pessoa, à sua família, ou aos seus bens."                                                  
Coação Absoluta (Vis Absoluta) e Coação Relativa (Vis Compulsiva).
              Vis absoluta, o ato se consegue pela força física, obrigando-se a vítima a assinar um documento, neste sentido não a o consentimento e consequentemente não há ato jurídico. Vis compulsiva vicio da vontade, seu mecanismo envolve uma escolha. A vítima tem como opção ou submeter-se ao ato exigido ou sofrer as consequências do ato ameaçado. 
O artigo 155 diz ‘’ subsistirá o negócio jurídico, se a coação decorrer de terceiro, sem que a parte a que aproveite dela tivesse ou devesse ter conhecimento; mas o autor da coação responderá por todas as perdas e danos que houver causado ao coacto."
ESTADO DE PERIGO
              É quando alguém, premido de necessidade de se salvar ou a outra pessoa de grave dano conhecido pela outra parte, assume obrigação excessivamente onerosa. O juiz pode também decidir que ocorreu estado de perigo com relação à pessoa não pertencente à família do declarante. 
              No estado de perigo o declarante não errou, não foi induzida a erro ou coagida, mas, pelas circunstâncias do caso concreto, foi obrigada a celebrar um negócio extremamente desfavorável. É necessário que a pessoa que se beneficiou do ato saiba da situação desesperadora da outra pessoa. 
              O artigo 156 ‘‘configura-se o estado de perigo quando alguém, premido da necessidade de salvar-se, ou a pessoa de sua família, de grave dano conhecido pela outra parte, assume obrigação excessivamente onerosa.”
LESÃO              Diante a desproporcionalidade de valores, surge a possibilidade de alegar se lesão. É o juízo que em contratante experimenta quando, em contrato comutativo, não recebe da outra parte, valor igual ao da prestação que forneceu. Art. 157 CC. 
§ 1o Aprecia-se a desproporção das prestações segundo os valores vigentes ao tempo em que foi celebrado o negócio jurídico.
§ 2o Não se decretará a anulação do negócio, se for oferecido suplemento suficiente, ou se a parte favorecida concordar com a redução do proveito.
FRAUDE CONTRA CREDORES
                                      Traduz-se fraude contra credores quando o devedor insolvente, ou na iminência de torna-se tal, pratica atos suscetíveis de diminuir seu patrimônio, reduzindo desse modo, a garantia que este presenta para resgate de suas dívidas. 
              Tal fato inspirasse no princípio do Direito das Obrigações, no princípio de que o patrimônio do devedor responde por suas dívidas. No artigo 158 ‘’ os negócios de transmissão gratuita de bens ou remissão de dívida, se os praticar o devedor já insolvente, ou por eles reduzido à insolvência, ainda quando o ignore, poderão ser anulados pelos credores quirografários, como lesivos dos seus direitos."

Outros materiais