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UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP
INSTITUTO DE CIÊNCIA JURIDICA – ICJ
 
ASSASSINATO DE PRIMEIRO GRAU
 
UNIP/SP
I – INTRODUÇÃO
Este estudo apresenta uma reflexão sobre o filme ‘’ASSASSINATO DE PRIMEIRO GRAU’’. É um gênero de Drama. O filme é baseado em fatos reais, Em 1938 Henri Young (Kevin Bacon) ao 17 anos é condenado a cumprir pena em Alcatraz por roubar 5 dólares. Numa tentativa frustrada de fuga com outros três prisioneiros, Young é levado de volta à prisão, e como punição é confinado na solitária por 19 dias. Dezenove dias que se estendem por três anos, recluso em um fosso escuro, sem nenhuma roupa, sem banheiro sendo espancado constantemente pelos guardas. Ao sair da solitária é colocado junto aos outros presos, Young, enlouquecido e vingativo, assassina o companheiro que o delatou. Comete um assassinato na frente de 200 presos .Young será julgado e conta com a defesa do inexperiente advogado público, James Stamphill (Christian Slater), para enfrentar o perverso diretor Gleen (Gary Oldman) e provar que a instituição Alcatraz e sua diretoria são os verdadeiros culpados pelos crimes. 
“O tema central do filme é a dicotomia entre: Reeducação Adequada ou Estímulo à Impunidade”, no filme é citado o conceito de Reabilitação que nada mais é A reabilitação é um processo global e dinâmico orientado para a recuperação física e psicológica entretanto mostra claramente o desrespeito a dignidade humana dos condenados, principalmente aqueles que para eles ameaçam desmascarar o modelo “ perfeito” de reabilitação americana.
Há vários momentos no filme que são marcantes, entretanto alguns merecem destaques:
O primeiro ponto lançado de discussão, é a dificuldade de Young em conseguir um emprego, a condição social em que está inserido, o fato social, são seus medos, suas angústias, suas mágoas e suas dificuldades financeiras o ato de roubo praticado resultando na quebra do contrato social. O curioso é que o advogado Stamphill também praticou o mesmo ato, mas as regras de sociedade definiram a pena, enquanto Young roubou R$ 5 dólares de uma pessoa jurídica e foi levado a Alcatraz, o advogado roubou do irmão mais velho recebeu um sermão e foi perdoado. Fica nítido que ambos cometeram o mesmo crime, porém os fatos, a condição social e a forma de punição mudaram suas vidas.
 No que refere-se a Reabilitação apresentada, vimos a falta de humanidade, as fortes cenas de torturas, humilhação e principalmente o estado psicológico apresentado pelos condenados, segundo relatos do filme aos que conseguem cumprir a pena e saem vivos ,ou morrem em seguida ou enlouquecem. São marcantes as cenas em que o ator principal fica catatônico, ele cria um mundo para fugir dos seus medos, a dignidade humana é degradada de tal forma que o ator não consegue sentir prazer, ele se distancia da felicidade, ele não se importa com a própria vida, sente medo por uma questão de instinto não de razão.
 Foi escolhido um advogado aparentemente inexperiente para não correr o risco de mostrar as falhas de uma reabilitação decadente que até então era modelo mundial. È nítida a falta de crença na mudança do comportamento do individuo, no momento em que o responsável pela escolha do defensor vira-se e diz que “Um macaco não poderia piorar o caso” dando o caso como perdido, ao mesmo tempo, indiretamente desite de um ser humano. Abrem-se ali o momento de reflexão para vida, a ética, a moral e o dinheiro. James Stamphill (Christian Slater) , é recém formado querendo se firmar no mercado de trabalho, é idealista, íntegro e corajoso, capaz de lutar contra todo o sistema apenas para ver a justiça prevalecer.
Diante massacres psíquicos sofridos pelo réu é quase impossível manter um dialogo com o advogado, logo o advogado percebe que é necessário participar de forma ativa do mundo dele para assim conquistar a confiança. A partir desse momento Young nota que esta sendo ouvido, começa a etapa de superação das primeiras dificuldades, é como uma terapia os momentos que Young passa com Stamphill, fica claro quando ele diz que tudo que ele necessita é de um amigo. O respeito e autoconfiança é resgatado,junto com nova realidade possível de transformação, Young sai da condição de marginal e retoma a condição de cidadão , voltando para possibilidade de recuperação do individuo excesso de lotação dos presídios, a saúde é precária, as drogas e as armas são outros fatores determinantes no problema do sistema penitenciários brasileiro. Quem tem força ou poder subordina os mais fracos. Gangues comandam os presídios. Segundo os Direitos Humanos um indivíduo que cometeu um crime deve ser julgado segundo o devido processo legal e, se condenado, sujeito a um sistema que objetive sua reintegração a sociedade. As penas da forma que esta sendo aplicadas, estão longes de serem ressocializadora. O filme Assassinato em Primeiro Grau traz na como reflexão a avaliação do Sistema Penal , o resgate e a valorização do “Homem”, recomendamos ao público de graduação ou especialização em Direito , para juntos refletirmos e criar uma meio de promover algum tipo de ação que possibilite um futuro onde o sistema carcerário brasileiro seja mais digno e justo para todos.
1.1 Problema
Quando eu era criança, ficava pensando o porquê de os presos não morarem nos presídios para sempre, já que, pelo que me diziam, eles estavam ali por terem feito coisas ruins.
A medida que ia crescendo, ouvia que os presídios eram lugares que reeducavam as pessoas, que davam a elas uma nova chance de seguir um caminho dentro das leis, então achava estranho falarem tanto em crimes cometidos dentro dos presídios e também naquelas pessoas que continuavam no "mundo do crime" após cumprir suas penas. 
Hoje, estudo que o papel do Estado é dar condições para que a população carcerária se reinsira na sociedade, por isso não temos prisões perpétuas e, teoricamente, as torturas não são permitidas, mas sei também que muitas vezes eles não se reinserem na sociedade porque o Estado não cumpre o seu papel.
Assassinato em primeiro grau conta a história verídica de Henri Young, homem que entrou na prisão por roubar 5 dólares, teve os seus direitos tirados e terminou como assassino. Quem é o culpado pela morte: Henri Young, o assassino, ou o Estado, que transformou Young em um assassino?
Não preciso falar que não se trata de uma história feliz, né?! Trata-se de uma história real, com pessoas reais, com cenas fortes, daquelas que não saem da sua cabeça tão fácil assim (tanto que eu estou aqui falando do filme pra vocês).
	
	Alcatraz foi desativada e hoje é um museu nos Estados Unidos
Henri Young era um órfão que, com 17 anos, foi preso por ter roubado 5 dólares de uma agência dos Correios, ele foi condenado a cumprir pena em Alcatraz, um presídio de segurança máxima dos EUA.
Young participou de um tentativa frustrada de fuga de Alcatraz que foi denunciada por Rufus McCain, da qual ele foi o único sobrevivente, e por isso foi condenado a passar 19 dias na solitária (que era, segundo as regras do presídio, o prazo máximo para um detento ficar nessa cela). Entretanto, Henri Young ficou na solitária por 3 anos, sofrendo todos os tipos de tortura, tendo direito a apenas um banho de sol de 30 minutos por ano. No primeiro dia em que ele pôde sair da solitária e voltar a conviver com os outros presos, com suas faculdades físicas e mentais totalmente afetadas, ele assassinou Rufus McCain e foi acusado de assassinato em primeiro grau - que é a classificação americana para assassinatos brutais e com intenção.
Claro que eu não vou contar o final do filme, mas digo que o julgamento de Henri Young trouxe pela primeira vez a discussão sobre os direitos humanos e o questionamento de que nem sempre o que está no Código é só o que importa, que a justiça também é importante. Hoje, décadas depois desse julgamento,temos nos nossos códigos leis humanistas, entretanto, não adianta termos leis humanistas se elas não saírem dos códigos e atingirem a realidade. Na maioria das vezes, tudo o que queremos é não ter criminosos na rua, mas na verdade, tudo o que deveríamos querer é não ter criminosos em lugar algum.
 E, para isso, essa reeducação dos detentos precisa ocorrer e ela não irá acontecer enquanto nós não ligarmos para o que ocorre dentro dos presídios.
Assassinato em primeiro grau conta a história infeliz de um preso, entretanto, nós temos muitos Youngs anônimos por aí.
II - SINOPSE 
“Assassinato em primeiro grau” conta a história de Henri Young, interpretado pelo ator Kevin Bacon. Em 1938 Henri Young é condenado a cumprir pena em Alcatraz por roubar 5 dólares. Numa tentativa frustrada de fuga com outros três prisioneiros, Young é levado de volta à prisão, e como punição é confinado na solitária por 19 dias. Mas ele passa três anos reclusos em um fosso escuro, sem nenhuma roupa, sendo espancado constantemente pelos guardas. Ao sair da solitária é julgado e conta com a defesa do inexperiente advogado público James Stamphill (Christian Slater), para enfrentar o perverso diretor Gleen (Gary Oldman) e provar que a instituição Alcatraz e sua diretoria são os verdadeiros culpados pelos crimes.Direitos Fundamentais 
Em relação aos direitos fundamentais resta evidente que está configurado um excesso na atividade de persecução criminal , ou ainda, mais precisamente , evidencia-se típico caso de violação ao princípio da proporcionalidade, também denominado de princípio do devido processo legal , ou ainda, princípio da proibição do excesso, constituindo uma exigência positiva e material relacionada ao conteúdo de atos restritivos de direitos fundamentais , de modo a estabelecer um limite do limite ou a uma proibição de excessos na restrição de tais direitos.. A máxima da proporcionalidade, na expressão de Alexy, coincide igualmente com o chamado núcleo essencial dos direitos fundamentais concebido de modo relativo. Nesse sentido , o princípio ou máxima da proporcionalidade determina o limite último da possibilidade de restrição legítima de determinado direito fundamental.
São três as máximas parciais do princípio da proporcionalidade: a adequação, a necessidade e a proporcionalidade, pois há de perquirir-se , na aplicação do princípio da proporcionalidade, se em face do conflito entre dois bens constitucionais contrapostos, o ato de restrição é apto para produzir o resultado desejado, necessário (isto é, insubstituível por outro meio menos gravoso e igualmente eficaz) e proporcional em sentido estrito (ou seja, se estabelece uma relação ponderada entre o grau de restrição de um princípio e o grau de realização do princípio contraposto).A manutenção do preso por três meses incomunicável e em um lugar escuro, sendo espancado constantemente não atende ao requisito da proporcionalidade. 
Nesse sentido é necessário aferir a existência de proporção entre o objetivo perseguido, o fim da pena que é de retribuição e ressocialização e o ônus imposto ao acusado e no caso do filme se afiguram absolutamente desproporcional o ônus sofrido pelo acusado sendo constantemente torturado e o caráter da pena para o caso do crime cometido por Henri, em que poderia ter sido aplicado o Princípio da Insignificância ou da Bagatela e ao acusado não teria sido aplicada a pena de restrição de liberdade pelo furto de pequeno valor e nem as atrocidades praticadas contra ele na prisão após sua tentativa de fuga.
A desproporcionalidade torna-se gritante se considera o significado especial que a ordem constitucional conferiu ao princípio da Dignidade humana, como postulado essencial da ordem constitucional ( art. 1º, III). Na sua acepção originária, este princípio proíbe a utilização ou transformação do ser humano em objeto de degradação dos processos e ações estatais. O Estado está vinculado ao dever de respeito e proteção do indivíduo contra a exposição a ofensas ou humilhações.
III - Direito à Vida 
O condenado foi mantido em solitária por quase 3 anos. É proteção constitucional. A vedação à pena capital constitui limitação material explicita ao poder de emenda; cláusula pétrea, núcleo constitucional intangível, nos termos do parágrafo 4º, inciso IV, do artigo 60, da Constituição Federal. Considerando que a constituição veda a pena de morte, temos que o Estado deve garantir a vida do preso durante a execução da pena.Todo ser humano tem direito à integridade física e moral. Os direitos humanos nos garante a proteção: “Ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano e degradante” e inciso XLIX: “É assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral” 
O que não ocorreu, pois diretor da penitência para coagi-lo e impor autoridade utilizou de agressões físicas e psicológicas.
IV - Direito Penal 
A pena exerce duas funções primordiais: a função preventiva e a função retributiva. A primeira tem como premissa a ideia de que a prevenção é a melhor solução. Ou seja, ao imaginar a possibilidade de se ver privado de sua liberdade, o indivíduo não ousa cometer o delito pois não deseja se submeter a essa situação. E a segunda pressupõe que a finalidade da pena é o restabelecimento da ordem violada pelo autor do delito, na medida em que a pena deve ser proporcional ao crime cometido. 
O Estado necessita de meios adequados para disciplinar aquele que está sob sua guarda, no sentido de reeducar a atividade do individuo até que possa assimilar regras que devem fazer parte de seu novo comportamento.
Neste sentido, o filme “Assassinato em primeiro grau” deixa evidente a falta de proporcionalidade entre o crime praticado e a pena aplicada. O pobre Henri foi submetido a um sistema carcerário sujo e muito distante de reeducar infratores. Como vitima deste sistema, aprendeu a cultivar um ódio mortal pelo outro detento que o delatou na ocasião da tentativa de fuga. Como consequência, acabou por praticar um homicídio contra ele, o que agravaria ainda mais a sua situação. O que vemos é que por atos de total descaso por parte da direção de Alcatraz, uma pessoa que não apresentava o mais alto grau de periculosidade teve seu perfil psicológico/psíquico absolutamente transformado.
4.1 Analise do art. 129 CP 
Capítulo II 
Das lesões corporais 
Art. 129 – Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem: 
Lesão corporal de natureza grave. 
Parágrafo único se resulta: 
I - Incapacidade para as ocupações habituais [...]; 
II - Perigo de vida; 
III - Debilidade permanente de membro, sentido ou função;
4.2 Analise do art. 129 CP 
Este artigo foi ferido, por exemplo, quando o tendão de aquiles de Young foi cortado, tornando difícil a locomoção deste. 
De outra parte, mesmo o motivo que levou ao encarceramento de Henry Young – o furto de apenas cinco dólares e com a intenção de usar o dinheiro para das de comer à irmã mais nova (ainda hoje pode resultar em prisão). Não sendo reconhecida progressivamente em tal hipótese a incidência do “crime de bagatela”, adotando o princípio da insignificância e intervenção mínima do Estado e qualificando a conduta desnecessária tutela pelo direito penal. O desrespeito aos preceitos ínsitos à execução da pena e as condições apresentadas por estabelecimentos destinados a tal fim.
V- Análise
 O que é liberdade?A ausência de possibilidade de escolha é a ausência de liberdade. Ser livre é possuir autonomia. A liberdade é a própria condição humana. Todos vivemos em constantes possibilidades de escolhas e essas escolhas constituem o que somos.A Constituição Federal assegura o Direito à Liberdade, que está no Caput do art. 5. “Todos são iguais perante a lei, sem distinção... garantindo-se a inviolabilidade do direito a vida, a liberdade a igualdade, à segurança e à propriedade...” No entanto, tal direito só é assegurado para aqueles que agem de maneira lícita, sem ferir os valores éticos e morais da sociedade.
   A partir daí chegamos à conclusão de que o Estado é autorizado a retirar aliberdade de alguém quando há uma necessidade de proteção de determinados bens que são essenciais para sociedade. Tais bens são dotados de uma determinada importância, pois o Estado não pode privar o cidadão de sua liberdade por um motivo insignificante.
 Uma jovem com fome, a irmã do jovem, poderia ser a minha, a sua, de qualquer um. Menor de idade, órfã de pai e mãe com fome, por vários dias. O irmão num momento crucial de fome e desespero rouba cinco dólares da caixa registradora. Poderia ser qualquer uma, se fosse experiente teria escolhido de um armazém, um café de beira de estrada, mas era um jovem inexperiente, também órfão, com fome, em desespero, escolheu o primeiro lugar, um posto do correio.
  Poderia ter sido qualificado como motivo insignificante, uma bagatela, não fosse o azar e ter caído em um local federal, segundo as leis vigentes do país onde ocorreu o fato. O crime cometido pelo jovem Henry com seus 17 anos de idade,roubou cinco dólares para alimentar sua irmã. Por uma quantia de cinco dólares foi julgado e condenado por crime federal de roubo do correio, e por isso foi enviado a uma prisão de segurança máxima.O roubo ou furto de uma loja postal, que é um órgão de concessão federal, constituiu em crime federal e o levou a ser condenado e punido de uma forma destrutiva.Sua irmã foi levada para ser criada em um orfanato. 
VI- princípio limitador do Direito Penal poderia ser aplicado ao primeiro crime
Seu primeiro crime foi o roubo de cinco dólares da caixa registradora de um Posto do Correio, a fim de dar o que comer a sua irmã. O principio limitador poderia ser aplicado logo no inicio. Qual seria ele? O principio da Insignificância ou Bagatela: Originário do Direito Romano, e de cunho civilista, o princípio da insignificância ou bagatela funda-se no conhecido brocardo de "minimis non curatpraetor". Em 1964, acabou sendo introduzido no sistema penal por ClausRoxin, tendo em vista sua utilidade na realização dos objetivos sociais traçados pela moderna política criminal.O furto privilegiado (bagatela - pequeno valor) se encontra previsto no § 2º do art. 155 do Código Penal, que criminaliza o furto. Dispõe a referida norma: “Se o criminoso é primário, e de pequeno valor a coisa furtada, o juiz pode substituir a pena de reclusão pela de detenção, diminuí-la de um a dois terços, ou aplicar somente a pena de multa”. Fácil notar, portanto, que o pequeno valor da res (coisa) (além da primariedade) leva à aplicação de um dos três benefícios previstos em lei. Entretanto, o privilégio se distingue por completo da subtração de bagatela, onde o intérprete aplica o princípio da insignificância. “O direito penal, por sua natureza fragmentária, só vai até onde seja necessário para a proteção do bem jurídico. Não deve ocupar-se de bagatelas”. A aplicação de tal princípio “permite que o fato penalmente insignificante seja excluído da tipicidade penal”. (A TIPICIDADE é um juízo de verificação se o fato é ou não é típico. O fato tem que se encaixar no modelo previsto no tipo penal, como uma figura geométrica)
 Diante de tais considerações, fácil notar a distinção entre os dois institutos. No furto privilegiado, a subtração de coisa de pequeno valor leva à caracterização da tipicidade. Portanto, haverá crime, ainda que o agente seja beneficiado na fase de aplicação da pena. Já na subtração de coisa de valor ínfimo ou irrisório, sequer haverá tipicidade, em razão do princípio da insignificância. Isto porque o caráter subsidiário do direito penal impede que este se ocupe de lesões manifestamente irrisórias, deixando a intervenção do ordenamento jurídico para outros ramos do direito.
 Sendo assim, o intérprete deverá analisar, diante de cada caso concreto, se a res (coisa) subtraída tinha valor insignificante, levando assim à ausência de tipicidade; ou se o valor da coisa não é irrisório, porém pequeno – caracterizando crime de furto privilegiado, com benefício na aplicação da pena.
  No caso do jovem preso em Alcatraz não foi considerado nem uma coisa e nem outra. Foi preso para cumprir pena em uma prisão de segurança máxima e depois de uma tentativa de fuga foi capturado. Sendo tirados seus privilégios foi começado o processo de reabilitação.
 Definição de reabilitar segundo a administração de Alcatraz: “Restaurar o bem estar físico”. Ao contrário do que a direção de Alcatraz julga ser bem estar físico mostrando como agem no decorrer dos fatos, a câmara filmadora mostra um dos guardas jogando um balde de água fria no corpo nu do detento. O bem-estar é, a nível geral, o estado de uma pessoa que permite o bom funcionamento da sua atividade psíquica e somática. E não foi esse o processo que a vida do jovem detento sofreu dali por diante. Depois de uma tentativa fracassada de fuga, foi colocado em uma solitária,um pequeno cubículo por três anos. Três anos esquecido em uma solitária. Cela solitária, ou simplesmente solitária, é uma forma especial de punição onde o detento é encarcerado numa cela individual e isolado de qualquer contato humano, muitas vezes com exceção de membros do pessoal do presídio. É por vezes usada como um castigo para além da prisão, e é referida como uma medida adicional de proteção contra os criminosos ou atribuída como castigo aos detentos que violem as regras da prisão em alguns países.É considerada pelos críticos como uma forma de tortura psicológica quando o período de encarceramento é mais longo do que algumas semanas ou é mantido indefinidamente. Quais as consequências? O corpo estava na solitária, mas a sua mente estava ausente, o que lhe permitia passar o tempo sem dar por ele, mesmo em condições muito adversas isso era possível. No geral, pode tornar o ser humano mais agressivo, como apático ou até mesmo provocar a sua morte. Somos semelhantes, mas todos diferentes quanto ao aceitar as coisas.
6.1 Á base da defesa do primeiro crime
  Deveria ter tido como base o crime previsto no §2º do art. 155 do Código Penal - furto de coisa de pequeno valor. Como isso não ocorreu, as consequências se transformaram em uma bola de neve de torturas maiores e penosas para o detento. Poderia ter se valido do princípio da bagatela.Segundo entendimento do Supremo Tribunal Federal, para aplicação de tal princípio da insignificância em direito penal, é necessário à concomitância de que quatro requisitos sejam preenchidos: Conduta minimamente ofensiva; Ausência de periculosidade social da ação; Reduzido grau de reprovabilidade do comportamento; E lesão jurídica inexpressiva. Isto posto que, Henry não ameaçou o atendente da loja e nem qualquer outro cliente. Apoderou-se de quantia irrisória, a conduta não era ofensiva à sociedade.
 Henry tinha 17 anos quando ocorreu o fato poderia ter sido declarado inimputável. Quais são os critérios da inimputabilidade? Resposta: são eles: a) sistema biológico: foi adotado, como exceção, no caso dos menores de 18 anos, nos quais o desenvolvimento incompleto presume a incapacidade de entendimento e vontade (CP, art. 27). Quando o infrator é primário, ele também  merece a pena alternativa, merece uma segunda chance, se o crime não tiver sido violento.Quais são as principais penas alternativas?A principal é a prestação de serviços à comunidade. A comunidade só sai ganhando: além de o condenado não estar ocupando um espaço indevido numa cadeia, sustentado pelo dinheiro do contribuinte, os cidadãos ainda vão receber uma prestação de serviço.
VII- os princípios limitadores do direito penal na execução da pena
7.1 PRINCÍPIO DA DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA
 O dicionário Houaiss foi muito feliz em sua menção do significado da palavra dignidade: “consciência do próprio valor; honra; modo de proceder que inspira respeito; distinção; amor próprio.” Em outras palavras, a dignidade nada mais é do que uma “qualidade moral que infunde respeito.”
“[...] pessoa humana, pela condição natural de ser, com sua inteligência e possibilidade de exercício de sua liberdade, se destaca na natureza e diferencia do ser irracional. Estas características expressamum valor e fazem do homem não mais um mero existir, pois este domínio sobre a própria vida, sua superação, é a raiz da dignidade humana. Assim, toda pessoa humana, pelo simples fato de existir, independentemente de sua situação social, traz na sua superioridade racional a dignidade de todo ser.”
 Assim, rege o Princípio da Dignidade Humana o artigo 1º, inciso III da Constituição Federal, em garantia ao Estado Democrático de Direito, “... A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: III – a dignidade da pessoa humana”.
 A doutrina pátria considera o referido princípio como valor supremo do Estado Democrático de Direito, além de ser fator de legitimação do exercício do poder estatal, exigindo que a atuação dos poderes públicos e de toda a sociedade tenha como finalidade precípua respeitar e promover a dignidade da pessoa humana.
Dessa forma, a dignidade humana deve sempre ser buscada e protegida pela legislação e judiciário, para garantir a ordem jurídica e alicerçar os demais princípios constitucionais fundamentais, proporcionando ao indivíduo, mesmo em situação de ilicitude penal em sua conduta, o direito de ser a sanção punitiva aplicada em consonância com os seus direitos humanos.
7.2 - PRINCÍPIO DA CULPABILIDADE
 Culpabilidade é elemento de crime, é um juízo de censura que recai sob o autor de um fato, para analisar se determinado autor é ou não merecedor de punição penal. Devendo seguir a ideia de proporcionalidade, ou seja, na medida de sua conduta será aplicada à punição individualizada proporcionalmente à sua culpabilidade.
Culpabilidade diz respeito ao juízo de censura, ao juízo de reprovabilidade que se faz sobre a conduta típica e ilícita praticada pelo agente. Reprovável ou censurável é aquela conduta levada a efeito pelo agente que, nas condições em que se encontrava, podia agir de outro modo. Devem estar presentes na culpabilidade três elementos, quais sejam: Imputabilidade – capacidade de punibilidade, de receber pena -, Exigência de conduta adversa – um comportamento não pode ser considerado censurável, se não se podia exigir uma conduta conforme o direito -, e Potencial consciência de ilicitude – ter o agente à consciência sobre o caráter ilícito do que esta fazendo. Tinha o jovem Henry Young na época com 17 anos, plena consciência de sua ilicitude?
7.3 - PRINCÍPIO DA PROPORCIONALIDADE
Foi levado em conta o principio da proporcionalidade, ou seja uma medida de equilíbrio, proporcional, entre a gravidade do fato ilícito e a pena cominada a ser aplicada, na sentença do jovem Henry Young?A pena é na realidade uma resposta punitiva estatal de um crime e deve guardar proporção com o mal infligido na sociedade, isto é, deve ser proporcional à extensão do dano. De acordo com Cesare Beccaria (1998, p.162-163): “para que toda a pena não seja uma violência de um ou de muitos contra um cidadão particular, deve ser essencialmente pública, pronta, necessária, a menor possível nas circunstâncias dadas, proporcional aos delitos, fixadas pelas leis.”.
 O Art. 5°, XLVI da CF exige a individualização da pena como forma de garantir que a sanção deve ser aplicada de acordo com a gravidade do delito. É de suma importância que o sentimento de vingança de quem foi vítima do delito não se confunda com a proporcionalidade da sanção a ser aplicada, pois qualquer excesso de severidade torna a pena supérflua. Tendo em mente o principio da proporcionalidade o legislador deve considerar uma cominação legal proporcional à prática do ilícito, bem como o Estado – juiz, no caso concreto, deve aplicar dentro dos limites cominados legalmente e proporcionalmente ao injusto penal praticado. Não deve haver uma exacerbação em ambas as ordens, nem na previsão da proteção e muito menos na aplicação da pena cominada. O princípio da proporcionalidade, em sentido estrito, exige um liame axiológico e, portanto, graduável, entre o fato praticado e a cominação legal/ consequência jurídica, ficando evidente a proibição de qualquer excesso. Desse modo, no tocante à proporcionalidade entre os delitos e as penas, deve existir sempre uma medida de justo equilíbrio – abstrata (legislador) e concreta (juiz) – entre a gravidade do fato ilícito praticado, do injusto penal e a pena cominada ou imposta. A pena deve estar proporcionada ou adequada à intensidade ou magnitude da lesão ao bem jurídico representado pelo delito e a medida de segurança à periculosidade criminal do agente. A proporcionalidade, no âmbito do Direito Penal, deve ser de contínuo buscada e respeitada, para não ferir direitos constitucionalmente protegidos, pois penas arbitrárias e desproporcionais levam à violação da liberdade e dignidade da pessoa humana, desvirtuando o objetivo de ressocialização do apenado. Pena desproporcional é pena injusta, às margens da crueldade subjetivista de legisladores e operadores do direito inerte à ideia garantista das penas.
7.4 - PRINCÍPIO DA HUMANIDADE
 Desde o início do filme, fica evidenciado que com a perda da família com apenas 10 anos de idade, o Estado tem como dever fundamental resguardar e garantir os subsídios de sua vida e de sua irmã, que se vêem abandonados. O direito à vida, sendo esse considerado o de maior valor dentre os outros direitos. O direito à vida é pressuposto de direito de permanecer vivo e além disso, ter uma vida digna.
 A humanidade das penas liga-se diretamente ao respeito à dignidade da pessoa humana, macro princípio explicitamente previsto na Carta Magna de 1988. A humanidade das penas afirma o desestímulo e a proibição de aplicação de penas degradantes, discrepantes com a dignidade do ser humano. Destarte: Consequentemente, a Constituição veda de forma expressa a adoção da pena de morte (salvo no caso de guerra declarada), de caráter perpétuo, de trabalhos forçados, de banimento e cruéis (CF, art. 5º, XLVII), mesmo porque claramente incompatíveis com uma sociedade que se pretende civilizada. São, assim, inadmissíveis, por atentarem contra a dignidade humana, a castração, a mutilação de membros, a esterilização de órgãos e toda sorte de pena que converta o infrator num inválido, parcial ou totalmente, ou, ainda, que o impossibilite de cumprida a pena, reintegrar-se à vida social. Disso também resulta que as penas constitucionalmente admitidas, em especial as privativas da liberdade, hão de ser executadas condignamente, em condições mínimas de higiene, salubridade, etc., assegurando-se o livre exercício dos direitos não atingidos pela privação da liberdade, sob pena de se tornarem inconstitucionais na sua execução, por degradarem a condição humana, inviabilizando a reintegração social do cidadão infrator.
VIII- O segundo crime poderia ser contemplado por uma excludente de culpabilidade
 Depois de uma tentativa frustrada de fuga Henry Young é preso em virtude da delação de um outro detento, chamado Rufus McCain.
 Rufus MacCain recebe uma punição de deleção premiada. A delação premiada não se encontra em uma excludente de culpabilidade, mas sim uma maneira do Ministério Público chegar aos finalmente e na punição do líder.
 A delação premiada se perfaz num acordo entre o Ministério Público e o acusado, onde este recebe uma vantagem em troca das informações que fornecerá ao parquet. Quanto mais informação for dada por aquele que delata, maior será o benefício a ele proporcionado. Como benefício ao delator temos a substituição, redução ou isenção da pena, ou mesmo o estabelecimento de regime penitenciário menos gravoso, a depender da legislação aplicável ao caso.Sendo assim, a natureza da delação premiada variará conforme a situação do caso concreto, podendo ser, por exemplo, uma causa de diminuição de pena, incidente na terceira etapa do sistema trifásico de aplicação da pena, ou uma causa extinção da punibilidade, pois pode resultar na concessão do perdão judicial, nos termos do art. 13 da Lei 9.807/99, abaixo transcrito:
“Art. 13. Poderáo juiz, de ofício ou a requerimento das partes, conceder o perdão judicial e a consequente extinção da punibilidade ao acusado que, sendo primário, tenha colaborado efetiva e voluntariamente com a investigação e o processo criminal, desde que dessa colaboração tenha resultado:
I - a identificação dos demais coautores ou partícipes da ação criminosa;
II - a localização da vítima com a sua integridade física preservada;
III - a recuperação total ou parcial do produto do crime.
Parágrafo único. A concessão do perdão judicial levará em conta a personalidade do beneficiado e a natureza, circunstâncias, gravidade e repercussão social do fato criminoso.”
Sobre aspectos jurídicos rompe com o princípio da proporcionalidade da pena, já que se punirão com penas diferentes pessoas envolvidas no mesmo fato e com idênticos graus de culpabilidade.
 Henry Young é severamente punido elevado para a solitária onde foi extremamente maltratado, castigado e torturado, acabou ficando sem sol e sem contato com qualquer ser humano pelo absurdo prazo de três anos em condições sub-humanas, sendo que o máximo permitido por lei na época para tal castigo era de apenas 19 dias. Ele ficou três anos, com direito a banho de sol uma vez por ano de apenas meia hora. Sendo que a legislação vigente estipulava banho de sol por 30 minutos diários. Passado os três anos, Henry Young sai da solitária à beira da loucura. No refeitório durante a refeição dos detentos, Henry com a própria colher avança contra McCain com um golpe preciso acertando assim, a artéria jugular levando-o à morte. Henry foi denunciado por assassinato em primeiro grau, que no Brasil seria o equivalente ao homicídio doloso qualificado (com intenção de matar e praticado por agente que já estava preso). No modelo americano, o detento iria a julgamento com pena de morte. No modelo brasileiro, ele iria a julgamento com o agravante de reincidência.
 Referente a Henry foi desconsiderado o fato do jovem ter atingido alto grau de doença mental, sendo que não podia mais cumpri a pena e esta poderia ser convertida a pena em medida de segurança. O tempo que ele permanecesse no hospital de custodia seria considerado tempo de pena cumprido. Mas, isso não ocorreu. Em nosso país aconteceu  na década de 1960, um caso famoso em que um bandido conhecido como bandido da luz vermelha invadia residências para cometer furtos e estupros, foi condenado por ser imputável. No início do cumprimento da pena, ficou louco . Foi transferido para o hospital de custodia para tratamento.
Poderia ser aplicado a Henry, assim que saiu da solitária em estado de loucura a medida de segurança. Então surge a pergunta: Quem foi condenado a cumprir pena pode ser submetido à medida de segurança?  Não. Se a pessoa é condenada a uma pena é porque entendeu-se que ela não era portadora de doença mental e só os doentes mentais necessitam do tratamento proporcionado pela medida de segurança. O que pode ocorrer é que durante o cumprimento da pena, o sentenciado apresente distúrbios mentais e, somente nesse caso, o Juiz da execução pode substituir a pena por internação para o tratamento que se fizer necessário (art. 183 da LEP).
8.1 - O erro da defesa no segundo crime.
        O art. 37, 6 º, da CF, estabelece expressamente que o Estado responde de forma objetiva pelos danos causados aos administrados por atos dos agentes públicos. Em razão deste preceito estabelecido  na norma constitucional basta ao administrado provar o nexo de causalidade existente entre o dano e a lesão suportada, para que possa ser indenizado por danos materiais e até mesmo morais e estéticos. Segundo a doutrina que cuida da responsabilidade do Estado, os atos podem ser praticados por ação ou omissão.
        A responsabilidade do Estado, ou como preferem alguns da Administração Pública, alcança também os atos decorrentes da omissão do Poder Público na preservação dos direitos e garantias fundamentais, sem os quais o status de dignidade a todos assegurado perde o seu sentido.
       A morte de um detento no interior de uma Delegacia de Polícia, Cadeia Pública, Penitenciária, Colônia Penal Agrícola, ou qualquer outra unidade integrante do Sistema Prisional, é de responsabilidade do Estado, União, ou     Estados-membros, que devem responder de forma objetiva por sua omissão, que ocasionou a morte do reeducando.
       Todo o discurso acima apontam o principal erro da defesa do caso, não houve responsabilização do Estado. O estado tem responsabilidade objetiva nesses casos, afinal todo o dano causado ao reeducando foi conseqüência de todo tratamento desumano a qual ele foi submetido.
8.2 - Que falhas podemos apontar em relação ao dever do Estado em relação: Às crianças que cresceram nas ruas; à política da prisão de Alcatraz; à responsabilidade em relação aos maus tratos que o réu sofreu na prisão.
         As crianças que vivem nas ruas hoje não são órfãs, não passam fome, elas vivem na rua por que fogem e de quem fogem? “A violência doméstica é o principal motivo pelo qual crianças e adolescentes deixam suas casas e passam a viver nas ruas”, disse uma reportagem em O Estado de S. Paulo. Uma recente pesquisa envolvendo 1.000 crianças de rua recolhidas pela Fundação para Infância e Adolescência, do Rio de Janeiro, revelou que 59% eram vítimas de maus-tratos ou presenciavam conflitos em casa. “Essas crianças saem de casa em busca de dignidade. Elas têm a ilusão de que vão encontrá-la na rua”, disse a socióloga Leni Schmitz. O estudo revelou que 44% dessas crianças estão na rua para trabalhar ou mendigar; 20% por causa de envolvimento com drogas; 24% saíram por opção própria. Segundo os pesquisadores, a última razão geralmente inclui outros assuntos, como abuso sexual em casa. Cerca de 81% moravam nas ruas com outros meninos de rua, criando “uma hierarquia familiar, [identificando] o colega de rua como irmão, tio, pai ou mãe”, disse Schmitz.Um estudo que chegou a conclusões similares. Dizia: “As crianças que são criadas sem muitos abraços, carinho ou afagos . . . têm níveis anormalmente altos de hormônios do estresse.” De fato, a negligência física na infância “pode ter sérios efeitos a longo prazo sobre o aprendizado e a memória”.
         Essas descobertas enfatizam a necessidade de os pais estarem presentes. Se não for assim, como será possível desenvolver vínculos fortes entre pais e filhos? Mas é triste dizer que, mesmo em países ricos, a tendência atual é tentar suprir as necessidades da criança longe dos pais. As crianças são mandadas à escola, à escola maternal, depois ao pré-primário, a uma enormidade de cursos, ao trabalho, a acampamentos de verão, recebem dinheiro e vão a centros de shopping. Jogadas para fora do núcleo familiar, orbitando à distância, por assim dizer, é natural que milhões de crianças acabem se sentindo - mesmo que apenas inconscientemente - negligenciadas, indesejadas e não amadas, cercadas por um mundo hostil de adultos. Esse sentimento tão comum entre as crianças talvez seja uma das razões para haver, tantas crianças de rua no Brasil.
        Jovens sem amor e indesejados às vezes se sentem tentados a fugir de casa para escapar dos problemas. Mas acabam encontrando problemas ainda maiores nas cidades assoladas por crimes, drogas e imoralidade. Foram descritos como “o produto de lares desfeitos e da brutalidade, muitas vezes provocada por pais alcoólatras e viciados. Eles vão para as ruas, vendem o corpo para sobreviver e depois, espancados por cafetões e privados da autoestima, vivem com medo de represálias caso tentem fugir das ameaças”. Infelizmente, apesar de esforços honestos para mudar essa situação deplorável, ela persiste.
       As crianças que crescem nas circunstâncias descritas acima se tornam adultos desequilibrados, muitas vezes incapazes de criar direito os próprios filhos. Visto que foram rejeitadas e não foram amadas, mais tarde criam uma nova geração de crianças rejeitadas e sem amor. Um professor resumiu a questão do seguinte modo: “Crianças sem amor se tornam adultos cheiosde ódio”
       O ódio não era um sentimento inerente a Henry Young, mas sim ele foi vitima desse ódio por pessoas que deveriam zelar pelo seu bem estar. O próprio detento, num raro momento de lucidez, acabaria por afirmar que fora ele somente o instrumento, o meio, a arma com a qual se cometera o assassinato. O Estado e seus agentes são responsabilizados judicialmente pelo descumprimento do dever de tutelar pela saúde física e mental dos detentos sob guarda durante a reclusão. Henry Young foi espancado, chutado e jogado por uma escada, teve seu rosto rebentado por cassetete e o tornozelo cortado com uma lâmina. Alcatraz foi fechado por não cumprir com o que lemos hoje em nosso código,o artigo 38 do CPB fala que o preso conserva todos os direitos não atingidos pela sentença penal condenatória e só podem ser limitados nos casos expressamente previstos pela Lei de Execução Penal.Tanto a Constituição Federal como a Lei de Execução Penal asseguram aos presos o direito à vida, à liberdade, à dignidade dentre outros.Aos presos será garantido também o direito de cumprir pena perto de seus familiares, liberdade de expressão, sigilo à correspondência dentre outros, é o que chamamos de princípio da humanização da pena.
        A Lei de Execuções Penais elenca em seus artigos 40, 41, 42 e 43 todos os direitos dos presos. Observa-se pela leitura do artigo 40 que o legislador preocupou-se em garantir tanto os direitos elementares, como direito à alimentação, vestuário, educação, instalações higiênicas, assistência médica, farmacêutica e odontológica; como também os direitos que tem por finalidade tornar a vida do preso o mais parecido possível com a vida em liberdade, são eles: continuidade do exercício das atividades profissionais, artísticas e desportivas anteriores à prisão, desde que compatível; assistência social e religiosa; trabalho remunerado e previdência social, proporcionalidade entre o tempo de trabalho, de descanso e de recreação; visita do cônjuge, da companheira, de parentes e amigos. Henry Young só chegou a ver sua irmã na semana do seu julgamento, demonstrando nenhum sentimento. A forma como os presos pagam por suas penas é cruel e desumana, não há respeito algum aos direitos fundamentais. Na teoria temos diversas garantias constitucionais assegurando um tratamento humano ao preso durante o cumprimento da pena. No entanto, essas garantias não são postas em prática, pois o que se vê no dia-a-dia dentro de uma instituição penitenciara é um verdadeiro desrespeito a dignidade humana. Trata-se de um crime do Estado contra o cidadão, e isso é comprovado com o grande número de rebeliões, fugas e pelo alto índice de reincidência dos presos. Os estabelecimentos prisionais que deveriam promover a tão sonhada ressocialização, acabam por tornar-se verdadeiros “espaços de ninguém”, onde os condenados, ao arrepio da Lei de Execuções Penais, tem seus direitos sistematicamente desrespeitados pelo Estado, são subjugados por facções criminosas e não desenvolvem nenhuma atividade útil.
        O filme mostra claramente a responsabilidade do estado pelos maus tratos que Henry Young sofreu. Em 1963, graças aos esforços do promotor Robert Kennedy, a penitenciária de Alcatraz chegou ao seu fim. Para que isso fosse possível, Kennedy demonstrou que o custo gerado para a manutenção dos presos e funcionários naquela ilha era cerca de três vezes maior do que qualquer outra prisão. Dessa maneira, seus presos e funcionários acabaram  removidos para a Penitenciária de Marion, no estado do Illinois. Depois disso, um mal fadado projeto de construção de um centro cultural, ecológico e educacional indígena levou diversos nativos a ocuparem o território. Contudo, a falta de ordenação impediu o seu sucesso. Sucesso esse que foi dada a largada após a Primeira Guerra Mundial, o presídio insular começou a ganhar maiores contingentes com a ação criminosa de contrabandistas e marginais que se multiplicariam com a criação da Lei Seca (1919 – 1933) e o já citado estouro da Crise de 1929. Nesse meio tempo, a segura e eficaz penitenciária havia ficado pequena demais para o número de contraventores detidos. Por isso, houve interesse do governo em transformar Alcatraz em uma cadeia federal.
       Dessa forma, no dia 1 de janeiro de 1934, James A. Johnston, primeiro administrador do presídio federal, viria a estabelecer as rígidas regras que transformaram Alcatraz em uma prisão de segurança máxima. Nesse mesmo tempo, um programa disciplinar foi estabelecido com o intuito de regenerar seus presos com o uso do trabalho e de uma rotina cheia de restrições. Entre outras imposições, os presos não deveriam cantar, ouvir rádio e só tomavam banho duas vezes por semana.
        Com isso, a partir de 1976, a Ilha de Alcatraz foi paulatinamente transformada em patrimônio histórico. Hoje em dia, apesar da oposição de alguns, a ilha se transformou em enigmático ponto turístico que conta os crimes e repressões de um período da história norte-americana. Seria tão bom se acontecesse o mesmo com as prisões do Brasil. Mas para isso seria preciso não existir mais crimes. Tem solução? A solução não é adotar um estado policial opressivo. Nem é qualquer outra proposta para reformar o presente sistema. Torna-se óbvio que qualquer reforma é fútil, visto que o crime se acha, deveras, no próprio tecido da sociedade.
IX- Considerações Finais
Este trabalho teve como objetivo maior integrar o aluno do curso de direito a um tema de sumula importância que a cada dia é vivenciada pela sociedade. Ao aprofundar-se na história do jovem Young, Embora a narrativa aborde evento ocorrido nos Estados Unidos da América do Norte há quase um século, a realidade do sistema prisional ali e no mundo não mudou muito desde então. Exemplo disso é o Brasil, onde não é incomum a localização de cadeias superlotadas, centenas de homens amontoados em espaço no qual mal caberiam poucas dúzias, ou a utilização de contêineres como prisão Unida. De outra parte, mesmo o motivo que levou ao encarceramento de Henry Young – o furto de apenas cinco dólares e com a intenção de usar o dinheiro para dar de comer à irmã mais novo –, ainda hoje pode resultar em prisão. Casos análogos, infelizmente, existem aos montes.
Pessoas são detidas ao saírem de supermercados levando pacote de bolachas não pago ou pequeno outras coisas, irrelevantes ao patrimônio do furtado. Não se deve esquecer, no entanto, que juízes e Tribunais, ao menos no Brasil, vêm reconhecendo progressivamente, em tais hipóteses, a incidência do “crime de bagatela”, adotando o princípio da insignificância e da intervenção mínima do Estado e qualificando as condutas como de desnecessária tutela pelo Direito Penal. Neste ponto, congratule-se o Judiciário. Quanto ao desrespeito aos preceitos ínsitos à execução da pena e as condições apresentadas por estabelecimentos destinados a tal fim, alternativos não tem havido senão a censura.
Ao associar-se este trabalho a princípios fundamentais que são fundadores da Constituição Federal Brasileira, há uma visualização do momento crítico vivenciado pela sociedade brasileira e principalmente a paulista. Onde um Estado punidor e vingativo dominado por uma classe elitista que deveriam atacar a raiz do problema preferem a truculência, ou seja, em vez de criarem um sistema prisional inteligente, onde seria feita uma triagem separando os presos perigosos daqueles menos perigosos, objetivando a reintegração desses, últimos, aos poucos a sociedade. Porém, com esse sistema medieval o próprio Estado está criando a escola de monstros e, dessa forma, fortalecendo esses grupos que se auto titulam como grupo de resistência. Também, foi de grande valeria para os futuros operadores do direito a ousadia empregada pelo novato defensor James Stamphill diante de um caso praticamente perdido ao colocar o Estado como ente vingativo e cruento em vez de cumpridor do seu papel social-educacional.
 O conceito de prisão como castigo para impedir as pessoas de cometer crimes nãofuncionou realmente. Com efeito, o crime cresceu.
         Nem foram beneficiados aqueles que cumpriram sentenças. Usualmente, a prisão teve efeito negativo. Isto é irônico, pois a Sociedade prendeu o ofensor por ele ser ruim à sociedade, mas, devido ao lastimável ambiente carcerário, o ofensor se tornou pior. Daí,foi libertado, voltando ao convívio da sociedade, não raro para acabar sendo preso de novo por um termo mais longo!
        A ideia básica sobre prisões sofreu considerável mudança. A nova ideia promovida pelos reformadores sinceros era de fazer a reabilitação, a reforma dos presos, um dos alvos principais da vida carcerária. O confinamento era considerado um castigo suficiente em si mesmo. Nenhuns maus-tratos físico deveria ser infligido ao preso, como com frequência era o caso antes.
 “As autoridades do sistema carcerário proíbe estritamente de usar qualquer coisa parecida à ação direta ou qualquer coisa que possa ser entendida como castigo físico, contudo. Não usam, em parte, porque isto é indesejável e também porque é menos eficaz do que a remoção de privilégios, a mudança de serviço, ou o cancelamento de visitas prezadas.”
       Os presos não cooperativos também poderão perder ‘créditos de boa conduta’ que os tornariam elegíveis mais cedo ao livramento condicional, resultando numa permanência maior na prisão. O temor desta perda, segundo se pensava, seria um estímulo ao bom comportamento.
        Mas, além de se abandonar a brutalidade e de se melhorarem as condições de vida, em que se basearia a reabilitação? Supostamente em ensinar ao preso a desviar-se de seu proceder intratável através da educação correta. Isso significaria treiná-lo em novas perícias de trabalho, de modo que, ao ser liberto, seria um membro mais útil à sociedade.
       Aconteceu isto realmente? Não pode haver dúvida de que as condições carcerárias em geral melhoraram muito em comparação com os horrores de um século ou dois atrás. Todavia, são as condições tais que têm bom efeito sobre as pessoas, aprimorando seu conceito mental? As condições carcerárias são quase que universalmente deploráveis e têm um efeito desumanizante. O sistema de correções é uma completa desgraça nacional.”
        A violência é grandemente incontrolável. Drogas e o álcool prevalecem. Um promotor público disse sobre a prisão: “É absolutamente insensato enviar um homem para aquela prisão, porque irá sair pior do que foi.”
       Recentemente uma carta de um presidiário que fora liberto, escreveu ele: “Era insalutarmente apinhada e as dependências sanitárias eram tão escassas que ‘imunda’, no pior sentido possível, é a única palavra para descrevê-la. . . . Uma sentença de prisão talvez seja uma humilhação, uma degradação, e uma nódoa para o orgulho e caráter da pessoa . . . O que não é de nenhuma maneira, forma ou sentido é um período reformativo para o criminoso, ou um preventivo contra outros crimes.”
       Tal avaliação se baseia em evidência de todos os lados. As prisões modernas não impedem o crime, visto que ‘explode’ em quase todo país da terra. E as prisões não fazem aquilo que os reformadores esperavam, não reabilitam os criminosos para vidas mais úteis após retornarem ao convívio da sociedade. “O fracasso das prisões em reformar criminosos é evidenciado pelas estatísticas que mostram que cerca de 89% de todos os crimes capitais [crimes graves] são cometidos por reincidentes.
        Como todos problemas complexos – e a questão penitenciária certamente é muito complexa – não há uma solução mágica. A solução do problema vai depender de altos investimentos e de muita vontade política. É preciso acreditar menos no “poder mágico” da prisão e mais no potencial transformador da cidadania como garantidora de direitos fundamentais. A cidadania, entendida como a universalização dos direitos, tem que ser a pauta das políticas de segurança pública tanto na prevenção quanto na reação ao crime. Tanto as autoridades quanto a sociedade precisam se conscientizar de que os presos são pessoas titulares de direitos fundamentais, que mais cedo ou mais tarde voltarão para o convívio social. A questão que se coloca é uma só: como queremos que eles voltem? Mortos como Henry Young?
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X- FICHAS TÉCNICA
Diretor: Marc Rocco
Elenco: Christian Slater, Kevin Bacon, Gary Oldman, Embeth Davidtz, Brad Dourif, William H. Macy, R. Lee Ermey, Stephen Tobolowsky, Brad Dourif, Kyra Sedgwick
Duração: 120 min.
Ano: 1995
País: França/EUA
Gênero: Drama
Cor: Colorido
Distribuidora: Não definida
XI - Referências Bibliográficas
Vista do filme Assassinato em Primeiro Grau. 
Analise das aulas de Direito Fundamental. 
Palestras da Semana contribuíram para o desenvolvimento deste trabalho 
Jornal do Brasil - 14 de novembro de 2014
A lendária prisão de Alcatraz - História do mundo - Hainer Souza
http://www.historiadomundo.com.br/idade-contemporanea/a-lendaria-prisao-de-alcatraz.htm
http://www.centraljuridica.com/doutrina/161/todas/da_culpabilidade_como_pressuposto_da_pena.html
Responsabilização do Estado
http://www.advogado.adv.br/direitomilitar/ano2004/pthadeu/responsabilidadeestado.htm;
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. 20ª ed. São Paulo : Malheiros, 1995.

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