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Direito e Estado 1

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Direito e Estado 
• Há uma interdependência e compenetração entre Direito e Estado 
• O Direito emana do Estado; este é uma instituição jurídica 
• O Direito depende do Poder Político para se organizar 
• Ao mesmo tempo, a ordem jurídica impõe limites à atuação do Estado Introdução ao Estudo do Direito Professor João Ademar de Andrade Lima Direito e Estado 
• Direito e Estado constituem um meio ou instrumento a serviço do bem-estar da coletividade 
“Não se pode chegar em nossa época a um conceito do Direito que, pelo menos em certa medida, seja universalmente aceito, nem tampouco se chegou a um conceito do Estado que reúna essa mesma condição.” (Hermann Heller) 
• A estadualidade, que é a participação ou chancela do Estado, é uma nota inseparável do Direito Positivo
 • A única ordem jurídica que independe da organização política é a natural, que expressa ditames da natureza
 • As leis emanam de poderes constituídos do Estado; Se o costume é aplicável, o é em face da permissibilidade estatal 
Natureza e Elementos do Estado
 “Estado é um complexo político, social e jurídico, que envolve a administração de uma sociedade estabelecida em caráter permanente em um território e dotado de poder autônomo.” (Montesquieu) 
• Nortes doutrinários acerca do Estado
 – Sociológico
 – Político 
– Jurídico 
Natureza e Elementos do Estado
 • Natureza do Estado
 – Naturalista (de origem natural; espontânea) – De Dominação (de origem artificial) 
• Elementos
 – População (elemento material)
 – Território (elemento material)
 – Soberania (elemento formal)
Teorias sobre a origem do Estado 
• Teoria do Contrato Social → quando os homens passaram do status naturæ para o status societatis, houve um pacto de harmonia (pactum unionis), por força do qual se obrigariam a viver pacificamente 
• Teoria Patriarcal → no passado, a única organização social era representada pelas famílias separadas; evolução: família patriarcal, clã, tribo, cidade, Estado 
• Teoria Matriarcal → a filiação feminina antecedeu à masculina e a chefia da família competia à mãe; só adiante a família teria se organizado com a preeminência do pai 
• Teoria Sociológica → o Estado teria surgido como decorrência da evolução dos clãs para territorial, em que os laços espirituais já não decorriam do totemismo, mas do fato de ocuparem uma igual área geográfica
Fins do Estado (concepções)
 • Concepção Individualista → tanto os valores culturais como os coletivistas devem subordinar-se dos valores individuais
 • Concepção Supraindividualista → tanto os valores individuais como os culturais devem subordinar-se aos valores coletivistas
 • Concepção Transpersonalista → tanto os valores individuais como os coletivistas devem subordinar-se aos valores culturais
 Teorias sobre a relação Direito e Estado
 • Teoria Dualística → Direito e Estado constituem duas ordens inteiramente distintas
 • Teoria Monística → Direito e Estado constituem uma só entidade
 •Teoria do Paralelismo → Direito e Estado são entidades distintas, mas que se acham interligadas e em regime de mútua dependência 
 • Arbitrariedade → conduta antijurídica praticada por órgãos da administração pública e violadora de formas do Direito 
• Arbitrariedade e Direito são ideias antitéticas, inconciliáveis 
• Combate à arbitrariedade → eliminação do arbítrio judicial; controle jurídico dos atos administrativos; o controle da constitucionalidade das leis 
• Estado de Direito
 Tem, como fundamento, a proteção efetiva aos chamados Direitos Humanos
 • A plenitude do Estado de Direito pressupõe a participação do povo na administração pública, por seus legítimos representantes
 • Estado Democrático de Direito → conjuga dois conceitos distintos que, juntos, remetem ao funcionamento tipicamente assumido pelo Estado de inspiração ocidental
Fontes do Direito
 “Inquirir sobre a fonte de uma regra jurídica é buscar o ponto pelo qual sai das profundidades da vida social para aparecer na superfície do Direito.” (Claude Du Pasquier)
 • Espécies de fontes do Direito
 – Históricas → época, local, razões
 – Materiais → fatos sociais; fatores do Direito
 – Formais → normas jurídicas 
Conceito de Lei 
• Lei é a produção do Direito Positivo
 • É ato do Poder Legislativo, que estabelece normas de acordo com os interesses sociais
 • Sua fonte material é representada pelos fatos e valores que a sociedade oferece
 • Etimologia → 
legere (ler);
 ligare (ligar);
 eligere (escolher)
 Lei em Sentido Amplo
 • Jus scriptum; atinge à lei propriamente, à medida provisória e ao decreto Lei em Sentido Estrito
 • Preceito comum e obrigatório, emanado do Poder Legislativo, no âmbito de sua competência 
• Possui duas ordens de caracteres: substanciais e formais 
Lei em Sentido Formal
 • Possui aos requisitos de forma (processo regular de formação, poder competente), faltando-lhe característica(s) de conteúdo 
Lei em Sentido Formal-Material 
• Além de atender os requisitos de forma, possui conteúdo próprio do Direito, reunindo todos os caracteres substanciais e formais 
Lei Substantiva (ou material) 
• Reúne normas de conduta social que definem os direitos e deveres das pessoas, em suas relações de vida
 Lei Adjetiva
 • Agrupamento de regras que definem os procedimentos a serem cumpridos no andamento das questões forenses 
• Leis (códigos) de Processo Introdução ao Estudo do Direito 
Leis de Ordem Pública 
• Reúne preceitos de importância fundamental ao equilíbrio e à segurança da sociedade, disciplinando os fatos de maior relevo ao bem-estar da coletividade 
Formação da Lei
 • Iniciativa da Lei ... Exame pelas Comissões Técnicas ... Discussões ... Aprovação ... Revisão ... Sanção ... Promulgação ... Publicação 
Obrigatoriedade da Lei (teorias)
 • da Autoridade → decorrência da força 
• da Valoração → subordinação no seu conteúdo ético
 • Contratualistas → enquanto houver anuência 
• Neocontratualista → adesão ou reconhecimento dos subordinados
 • Positivista → último elo de uma corrente da ordem jurídica existente 
 Aplicação da Lei (etapas)
 • Diagnose do Fato → tarefa preliminar de definição dos fatos, consiste no levantamento e estudo da quæstio facti
 • Diagnose do Direito → indagação da já existência de lei que discipline os fatos
 • Crítica Formal → exame se o ato legislativo se reveste de todos os requisitos de caráter formal 
 Aplicação da Lei (etapas)
 • Crítica Substancial → se dirige para o teor das normas jurídicas, verificando os elementos intrínsecos da validade e da eficácia da lei
 • Interpretação da Lei → conhecer e o revelar o sentido e o alcance das normas jurídicas.
 • Aplicação da Lei → projeção dos fatos na lei, a subsunção, a sentença judicial
Costume 
• Como órgão gerador do Direito, o costume se apresenta com pouca expressividade, com função apenas supletiva da lei 
• O Direito escrito já absorveu a quase totalidade das normas consuetudinárias 
• Lei → base em fatos (opinião do Estado) 
• Costume → prática gerada espontaneamente pelas forças sociais, de forma inconsciente
Direito Costumeiro 
• Conjunto de normas de conduta social, criadas espontaneamente pelo povo, através do uso reiterado, uniforme e que gera a certeza de obrigatoriedade, reconhecidas e impostas pelo Estado .
“Os costumes são o tácito consenso do povo, inveterado por longo uso.” (Eneo Domitius Ulpianus)
 • ≠ Regras de Trato Social 
Elementos dos Costumes 
• Material (objetivo) → repetição constante e uniforme de uma prática social (inveterata consuetudo)
 • Psicológico (subjetivo ou interno) → (opinio iuris seu necessitatis) pensamento, convicção de que a prática social reiterada, constante e uniforme, é necessária e obrigatória; certeza de que a norma adotada espontaneamente pela sociedade possui valor jurídico 
Espécies de Costumes
 • Secundum Legem → costume interpretativo; prática que decorre da lei (para alguns, não é um costume) 
• Præte Legem → se aplica supletivamente, na hipótese de lacuna da lei 
• Contra Legem → consuetudo abrogatoria; se caracterizapelo fato da prática social contrariar as normas de Direito 
Valor dos Costumes 
• Para o Direito brasileiro, a lei é a principal fonte formal, assim, a aplicabilidade do costume é exceção Prova dos Costumes
 • Na justiça ou perante órgãos administração pública, os costumes podem ser provados mediante documentos, testemunhas, vistorias, certidões etc. 
Desuso das leis 
• É espécie do costume contra legem, problema comum às legislações de tradição romano-germânica 
• Não se dá apenas com a não-aplicação da lei pelos órgãos competentes; quando uma lei cai em desuso, realizam-se os fatos descritos no suposto ou hipótese da norma jurídica, mas não há a aplicação da consequência ou disposição prevista 
 Causas do Desuso da Lei
 • Leis anacrônicas → leis que envelheceram durante o seu período de vigência e não foram revogadas por obra do legislador
 • Leis artificiais → leis que não têm por base a experiência social 
• Leis injustas → que negam ao homem aquilo que lhe é devido ou que lhe confere o indevido 
• Leis defectivas → leis que não fornecem todos os recursos técnicos para a sua aplicação 
Jurisprudência 
 Ação do Poder Judiciário 
• Ao revelar o sentido e o alcance das leis, o Poder Judiciário beneficia a ordem jurídica, tornando-a mais definida, mais clara e, em consequência, mais acessível ao conhecimento
 • Para se conhecer o Direito que efetivamente rege as relações sociais, não basta o estudo das leis, mas também a consulta aos repertórios de decisões judiciais 
Tipos de Jurisprudência
 • Em sentido amplo → é a coletânea de decisões proferidas pelos juízes ou tribunais sobre uma determinada matéria jurídica, podendo ser uniforme ou contraditória 
• Em sentido estrito → consiste apenas no conjunto de decisões uniformes, prolatadas pelos órgãos do Poder Judiciário, sobre urna determinada questão jurídica
 Espécies de Jurisprudência 
• Secundum Legem → se limita a interpretar determinadas regras definidas na ordem jurídica 
• Præter Legem → se desenvolve na falta de regras específicas, quando as leis são omissas; os juízes declaram o Direito 
• Contra Legem → aplicada e surge quase sempre em face de leis anacrônicas ou injustas 
Grau de liberdade dos Juízes 
• Livre estimação → propõe liberdade para os juízes, que poderiam aplicar o Direito consoante bases principiológicas 
• Limitação à subsunção → juízes julgam sob critérios rígidos das normas jurídicas 
• Complementação coerente e dependente do preceito → concilia os interesses de Segurança Jurídica com uma indispensável margem de liberdade aos juízes 
Doutrina Jurídica 
Direito Científico 
• A Doutrina, ou Direito Cientifico, compõe-se de estudos e teorias, desenvolvidos pelos juristas, com o objetivo de sistematizar e interpretar as normas vigentes e de conceber os institutos jurídicos, reclamados pelo momento histórico; 
communis opinio doctorum 
• Atividade Criadora → produção de neologismos, novos conceitos, teorias e institutos jurídicos 
• Função Prática → aplicação de postulados que desenvolvem o conhecimento jurídico 
• Atividade Crítica → ponderação das leis, com vistas ao encontro de falhas e deficiências, do ponto de vista lógico, sociológico e ético 
Doutrina como Fonte Indireta do Direito
 • A Doutrina não é fonte formal, porque não possui estrutura de poder, indispensável à caracterização das formas de expressão do Direito; contudo, ao submeter o Direito Positivo a uma análise crítica e ao conceber novos conceitos e institutos, a Doutrina favorece o trabalho do legislador e assume a condição de fonte indireta do Direito
Analogia Legal 
Noções de Integração e de Lacunas
 • As leis, por mais bem planejadas que sejam, não conseguem disciplinar toda a grande variedade de acontecimentos sociais; para tal, vale-se a integração, um processo de preenchimento de lacunas, existentes na lei, por elementos que a própria legislação oferece ou por princípios jurídicos, mediante operação lógica e juízos de valor, por meio da Analogia e dos Princípios Gerais de Direito 
Noções de Integração e de Lacunas 
• A integração da lei não se confunde com as fontes formais, nem com os processos de interpretação do Direito 
• A lacuna se caracteriza não só quando a lei é omissa em relação ao caso, mas quando o legislador deixa o assunto a critério do julgador ou quando a lei, anomalamente, apresente duas disposições contraditórias 
Teorias sobre as Lacunas 
• Realismo Ingênuo → a evolução social cria espaços vazios, brancos, não apenas na lei, mas no próprio sistema jurídico, de modo que muitos casos não podem ser resolvidos com base em normas preexistentes 
• Empirismo Científico → com a norma de liberdade, pela qual tudo o que não está proibido está juridicamente permitido, inexistem lacunas; não há vácuos 
Teorias sobre as Lacunas 
• Ecletismo → enquanto a lei apresenta lacunas, a ordem jurídica não as possui 
• Pragmatismo → há lacunas no ordenamento jurídico, mas, para efeitos práticos, o Direito sempre dispõe de fórmulas para regular todos os casos emergentes
 • Apriorismo Filosófico → não há lacunas; está em concordância com o empirismo científico, mas dele se diferencia na fundamentação 
Analogia 
• Recurso técnico que consiste em se aplicar, a uma hipótese não-prevista pelo legislador, a solução por ele apresentada para um outro caso àquele fundamentalmente semelhante 
• Onde há a mesma razão, deve-se aplicar a mesma disposição legal (princípio norteador) 
• O Direito Natural fundamenta a analogia, pois preconiza igual tratamento para situações em que haja idênticos motivos ou razões 
Analogia 
• A analogia não se confunde com a Interpretação Extensiva; nesta, o caso é previsto pela lei diretamente, mas com insuficiência verbal; não se fala em lacuna da lei, mas em impropriedade de linguagem 
• Com a analogia o aplicador não luta contra a insuficiência de um dispositivo, mas com a ausência de dispositivos 
Princípios Gerais de Direito 
• Semanticamente... 
– Princípios = ideia de fundamento, origem, começo, razão, condição e causa 
– Gerais = ideia de distinção entre o gênero e a espécie e a oposição entre a pluralidade e a singularidade
 – Direito = caráter de juridicidade; o que está conforme a reta; o que dá a cada um o que lhe pertence 
Princípios Gerais de Direito 
• Os princípios são importantes na vida do Direito em duas fases principais: na elaboração das leis e na aplicação, pelo preenchimento das lacunas da lei 
• Ao Direito, os princípios dão consistência e os valores, sentido, assim, a qualidade da lei depende, entre outros fatores, dos princípios escolhidos pelo legislador 
Função (primeira) 
• Elaboração das leis e aplicação do Direito, pelo preenchimento das lacunas da lei
 • Para a composição de um ato legislativo, parte-se da seleção dos valores e princípios que se quer consagrar 
• A qualidade da lei depende, entre outros fatores, dos princípios e valores escolhidos para a elaboração do texto normativo (método dedutivo) 
Função (segunda) 
• Preencher as lacunas legais 
• O aplicador do Direito deverá indagar os princípios e valores que nortearam a formação do ato legislativo
 • A direção metodológica é inversa à primeira, já que o exame das regras jurídicas se realiza por indução, indo a revelar os valores e os princípios que informaram o ato legislativo 
Natureza
 • Numa perspectiva positivista, os Princípios Gerais de Direito são os consagrados pelo próprio ordenamento jurídico e, para aplicá-los, o juiz deverá ater-se objetivamente ao Direito vigente, sem subjetivismo
 • Para a corrente jusnaturalista, os Princípios Gerais de Direito são de natureza suprapositiva, constantes de princípios eternos, imutáveis e universais 
Sequência da Pesquisa
 • No instituto que aborda a matéria
 • Em vários institutos afins 
• No ramo jurídico como um todo 
• No Direito Público ou no Direito Privado (dependendo da localização da matéria)
 • Em todo o Direito Positivo 
• No Direito em sua plenitude 
Direito Comparado
 • Os sistemas jurídicos de quase todosos países incluem os princípios gerais de Direito como processo de integração jurídica,vide
 – Silenciam: francês, alemão, japonês
 – Consagram: “Equidade Natural” (suíço, chileno); “Princípios Gerais do Direito Natural” (austríaco); “Princípios Gerais de Direito” (brasileiro, argentino, mexicano, espanhol); “Princípios do Ordenamento Jurídico do Estado” (italiano)
Codificação do Direito 
Código 
• Conjunto orgânico e sistemático de normas jurídicas escritas e relativas a um amplo ramo do Direito; reúne, em um só texto, disposições relativas a uma ordem de interesse
 • Não é a quantidade de normas que identifica o código; este pode apresentar maior ou menor extensão; há leis que são extensas, mas não constituem códigos. 
 • Código é obra de realização complexa, difícil, que exige anos de trabalho e a participação de muitos. 
• Nem todos os ramos do Direito oferecem condições para ser codificados; apenas aqueles que já alcançaram maturidade científica; possuem uma estrutura sólida de princípios e o seu resíduo cambiante é pequeno. 
Incorporação
 • Modelo de organização do Direito Positivo, que se distingue da codificação pelo conteúdo e forma; o resultado da incorporação é a consolidação, isto é: reunião de normas já existentes, sem apresentar, geralmente, rigor lógico 
• Entre o código e a consolidação há um denominador comum: a condensação do Direito Positivo sobre determinado ramo
Códigos antigos
 • Entre as codificações mais antigas que alcançaram projeção, citam-se: 
– Código de Hamurabi – Legislação Mosaica – Lei das XII Tábuas – Código de Manu – Alcorão 
modernos
 • Código Civil da Prússia (1794), • Código Napoleão (Civil Francês, 1804) • Código Civil da Áustria (1812) 
Códigos Brasileiros • Civil, de Processo Civil, Penal, de Processo Penal, Penal Militar, de Processo Penal Militar, Tributário Nacional, Eleitoral, Florestal, Comercial, de Defesa do Consumidor, de Trânsito Brasileiro, de Aeronáutica, de Águas, de Minas, de Telecomunicações Incorporação • Consolidação das Leis do Trabalho
Elemento Técnico do Direito 
 Técnica
 • O papel das ciências é o de fornecer ao homem o conhecimento necessário quanto às diversas ordens de fenômenos em seu aspecto individual e social 
• A técnica não é uma escrava da ciência; ciência e técnica se aliam para atender aos interesses humanos; o mundo da cultura, composto das realizações humanas, é também o mundo da técnica 
Técnica Jurídica
 • Se a Ciência do Direito estabelece princípios estruturais para a organização do sistema jurídico, tais conquistas permanecerão sem qualquer alcance prático se se ao conhecimento teórico do Direito não for associado o prático 
• Técnica Jurídica → conjunto de meios e de procedimentos que tornam prática e efetiva a norma jurídica 
Técnica Jurídica (espécies) 
• Técnica de Elaboração → engloba a fase de composição e apresentação do ato legislativo 
• Técnica de Interpretação → objetiva a revelação do significado das expressões jurídicas; o espírito do conhecimento jurídico 
• Técnica de Aplicação → tem por finalidade a orientação aos juízes e administradores, na tarefa de julgar; pressupõe o conhecimento da técnica de 
Técnica Jurídica (conteúdo) 
• Meios Formais → dizem respeito às formalidades e a seus elementos estruturais, necessários aos atos da vida jurídica; são:
 – Linguagem → elemento essencial; deve primar pela simplicidade, clareza e concisão; abarca os Vocábulos, a Fórmula, os Aforismos e o Estilo
 – Forma → fundamental; o rito é uma constante
 – Sistema de Publicidade → à efetivação, os atos jurídicos precisam de registros públicos 
Técnica Jurídica (conteúdo)
 • Meios Substanciais
 – Definição → tarefa da Doutrina, a quem compete estudar, interpretar e explicar os fenômenos jurídicos 
– Conceito → representação intelectual da realidade; operado, no Direito, pela experiência comum, pelas ciências e com as noções que ele própria elabora; quanto mais evolui a Ciência do Direito, mais o legislador dispõe de conceitos 
– Categoria → gênero jurídico, criado pela Doutrina, que reúne diversas espécies que guardam afinidades entre si
 – Presunção → ilação que se tira de um fato conhecido para provar a existência de outro desconhecido, considerando verdadeiro aquilo que é apenas provável; pode ser uma presunção simples ou uma presunção legal e esta, juris et de jure, juris tantum ou mista
 – Ficção → “mentira técnica” necessária Introdução ao Estudo do Direito 
Cibernética e Direito 
• As possibilidades da cibernética em relação ao Direito acham-se ainda definidas apenas parcialmente 
• Embora alguns juristas ainda sejam céticos, já se fala na existência da juscibernética, com a possibilidade, até, de se confiarem aos computadores, futuramente, as decisões judiciais 
• Algumas possibilidades
 – Elaboração das Leis → ao Poder Legislativo é disponibilizado um controle informatizado da situação dos projetos 
– Administração da Justiça → nosso melhor exemplo é processo eletrônico, presente em nosso sistema desde 2007 
– Pesquisa cientifica → possibilidades sem limite
 – Advocacia → precisão, rapidez
Técnica Legislativa
 “Arte de dar às normas jurídicas expressão exata; de vestir com as palavras mais precisas os pensamentos que encerra a matéria de um Direito positivo; a arte que todo legislador deve dominar, pois o Direito que surge tem de achar suas expressões em normas jurídicas.” (Rudólf Stammler) 
• Abarca o processo legislativo e a apresentação formal e material do ato legislativo 
Apresentação Formal do Ato Legislativo
 • Preâmbulo → preliminar às disposições normativas do ato
 – Epígrafe → contém a indicação da espécie ou natureza do ato (lei, medida provisória, decreto), o seu número de ordem e a data em que foi assinado 
– Rubrica ou ementa → define o assunto disciplinado pelo ato, com concisão, precisão de termos, clareza e realidade 
Apresentação Formal do Ato Legislativo 
– Autoria e fundamento legal da autoridade 
– Causas justificativas → considerandos e exposição de motivos; ocorre só eventualmente, pelo qual o legislador declara as razões que o levaram a editar o ato 
– Ordem de execução ou mandado de cumprimento → parte em que se encerra o preâmbulo e se identifica, de fórmula imperativa, o cumprimento do complexo normativo que a seguir é apresentado 
Apresentação Formal do Ato Legislativo 
• Corpo ou Texto → parte substancial do ato, onde se concentram as normas propriamente 
• Disposições Complementares → orientações diversas à aplicação do novo texto normativo
 – Preliminares → fornece esclarecimentos prévios
 – Gerais e Finais → têm vinculação direta às questões materiais da lei, como normas ou princípios gerais de interesse 
– Transitórias → regulam situações passageiras 
• Cláusulas de Vigência e de Revogação → as primeiras consiste na referência à data em que o ato se tornará obrigatório e as segundas ao(s) ato(s) que perderão a sua vigência 
• Fecho 
• Assinatura 
• Referenda Apresentação Material do Ato Legislativo 
• Artigos▼ – Parágrafos (§) – Incisos (I. II. III. ...) – Alíneas (a. b. ...) – Itens (1. 2. ...) – Códigos – Partes – Livros – Títulos – Capítulos – Seções – Subseções • Artigos▲
Eficácia da Lei no Tempo e no Espaço 
Vigência e Revogação da Lei
 • O conjunto normativo é preparado de acordo com o modelo fático, em consonância com a problemática social que se desenrola; atende, pois, as circunstâncias temporais 
• Vacatio Legis → prazo legal (de sua publicação até o início de sua vigência) que uma lei tem para entrar em vigor; no Brasil, em geral, é de 45 dias, mas o legislador pode optar por diferente período ou até suprimi-lo Introdução ao 
• A lei começa a envelhecer a partir de seu nascimento; durante a sua existência, por critérios hermenêuticos, a Doutrina concilia o texto com os novos fatos e aspirações coletivas, até que se chega a um momento em que a lei se revela imprópria para novas adaptações e a sua substituição por uma outra lei torna-se um imperativo 
• A perda de vigência pode ocorrer nasseguintes hipóteses
 – Revogação por outra lei
 – Decurso do tempo 
– Desuso (sem consenso) 
• A revogação de uma lei por outra pode ser total (ab-rogação) ou parcial (derrogação) 
– Expressa 
– Tácita 
Conflito de Leis no Tempo 
• Se dá quando um fato jurídico, ocorrido na vigência de uma lei, estende os seus efeitos até a vigência de uma outra; os princípios que regem essa matéria constituem o chamado Direito Intertemporal 
Princípio da Irretroatividade 
• Lei nova não alcança os fatos produzidos antes de sua vigência; se fosse admitida a retroatividade, não haveria o Estado de Direito, mas insegurança jurídica 
“O direito existente deve ser respeitado tanto quanto a sua persistência não sirva de embaraço aos fins culturais da sociedade, que a nova lei pretende satisfazer.” (Clóvis Beviláqua) 
Admissão da Retroatividade
 • A lei pode retroagir 
– No Direito Penal, quando as disposições novas beneficiam aos réus na exclusão do caráter delituoso no ato ou no sentido de minorarem a penalidade 
– No tocante às leis interpretativas
 – Quanto às leis abolitivas, que extinguem instituições sociais ou jurídicas, incompatíveis com o novo sentimento ético da sociedade Efeito imediato da nova lei 
• Admite-se o efeito imediato da nova lei
 – Em relação às normas processuais 
– Quanto às normas cogentes ou taxativas, como as de Direito de Família – Quanto às normas de ordem pública
 – Quanto ao Direito das Obrigações, no tocante às regras imperativas 
Teorias sobre a Irretroatividade
 • Doutrina Clássica ou dos Direitos Adquiridos
 • Teoria da Situação Jurídica Concreta 
• Teoria dos Fatos Cumpridos 
• Teoria de Paul Roubier 
• Concepção de Planiol
 • Princípio Ratione Materiæ 
• Caracteriza-se pela concorrência de leis pertencentes a diferentes Estados soberanos em decorrência da mobilidade do homem entre os territórios; os princípios que regem essa matéria constituem o chamado Direito Interespacial 
Teoria dos Estatutos 
• Estatutos pessoais
 • Estatutos reais 
• Estatutos mistos Doutrinas quanto à Extraterritorialidade 
• Sistema da Comunidade de Direito • Sistema da Nacionalidade
Hermenêutica Jurídica 
Hermenêutica e Interpretação
 • No mundo do Direito, hermenêutica e interpretação (termos que não se confundem) constituem um dos muitos exemplos de relacionamento entre princípios e aplicações
 – Hermenêutica → é teórica e visa a estabelecer princípios, critérios, métodos e orientação geral 
– Interpretação → de cunho prático, aplicando os ensinamentos da hermenêutica 
• Interprete → probo, sereno, coerente, curioso 
Interpretação em geral 
• Interpretação → possui amplo alcance, não se limitando à Dogmática Jurídica; interpretar é o ato de explicar o sentido de alguma coisa, revelando o significado de uma expressão verbal, artística ou constituída por um objeto, atitude ou gesto 
• Todo objeto cultural, sendo obra humana, está impregnado de significados, que impõem interpretação 
 • O trabalho do intérprete é o de decodificar e, para isto, percorre inversamente o caminho seguido pelo codificador
 • Pode-se afirmar que todo conhecimento pressupõe a interpretação que, às vezes, opera no plano da consciência para revelar ao próprio indivíduo o significado da emoção ou o alcance de um sentimento; a interpretação é uma relação entre sistemas de signos 
 Um pouquinho de semiótica 
Símbolos verbais (palavras)
 Símbolos não-verbais (imagens) 
Significado 
• Signo → aquilo que produz significado 
• Significante → impressão sensorial do signo 
• Significado → conceito abstrato que o signo invoca Signo = Significação Significado Significante 
Interpretação do Direito 
• Como todo objeto cultural, o Direito encerra significados, interpretar o Direito representa revelar o seu sentido e alcance 
“A essência do Direito é a sua realização prática.” (Rudolf von Ihering) 
• Interpretação do Direito → atividade que tem por escopo levar ao espírito o conhecimento pleno das expressões normativas, a fim de aplicá-lo às relações sociais 
Interpretação do Direito 
• A Hermenêutica Jurídica, para além das regras jurídicas genéricas, fornece princípios e regras aplicáveis na interpretação das sentenças judiciais e negócios jurídicos O Princípio In Claris Cessat Interpretatio 
• Texto bem redigido e claro dispensa interpretação; olvidando que os textos são claros para uns, mas oferecem dúvidas a outros 
Vontade do Legislador e a Mens Legis 
• O Sentido da Lei → o intérprete deve pesquisar a vontade do legislador ou o pensamento da lei? 
• A Teoria Subjetiva → inicio na Escola da Exegese; valor semântico de cada palavra, para evitar os conflitos e contradições 
• A Teoria Objetiva → leva o intérprete a pesquisar a vontade da lei (não do legislador) 
Interpretação ao resultado e à fonte 
• Declarativa → dosa as palavras com adequação aos significados que deseja imprimir na lei 
• Restritiva → elimina a amplitude das palavras, quando o legislador disse mais do que queria dizer 
• Extensiva → hipótese contrária à anterior, alarga a amplitude das palavras, quando o legislador disse menos do que queria dizer 
Interpretação dos Negócios Jurídicos 
• Princípios a serem observados no momento da interpretação do negócio jurídico 
– de Integração → o intérprete deverá examinar cada parte do todo em conexão com as demais
 – da Fixação Genérica → sem considerar “ao que é pessoal a cada figurante, ou ao destinatário” 
– da Classificação Técnica → classificando o Negócio Jurídico, a fim de determinar-lhe as consequências jurídicas 
 Elementos de interpretação do Direito
 • Gramatical → análise do valor semântico das palavras empregadas no texto 
• Lógico → traz subsídios para a interpretação 
– Lógica Interna → submetendo a lei à ampla análise, considerando a própria inteligência do texto legislativo
 – Lógica Externa → orientando-se pela observação dos acontecimentos que provocaram a formação do fenômeno jurídico
– Lógica do “razoável” → considerando as finalidades das normas jurídicas 
“Razão impregnada de pontos de vista estimativos, de critérios de valoração, de pautas axiológicas.” (Recaséns Siches) 
• Sistemático → inserção da norma num sistema; somente há interpretação e efetivação quando se analisa no conjunto das normas relacionadas a determinada matéria 
Elementos de interpretação do Direito
 • Histórico → insere a norma num contexto próprio da História, em observância às mudanças sociais 
• Teleológico → investiga os fins que a lei visa a atingir; fins colimados pela lei; não o fim pensado pelo legislador, mas o fim que está implícito na mensagem da lei; cumpre ao intérprete revelar os novos fins que a lei tem por missão garantir
 Métodos de interpretação do Direito
 Escola da Exegese
 • Método tradicional, clássico; se vale do meio gramatical e da lógica interna
 • Pensamento predominante: codicista “Os textos acima de tudo!” (Jean-Charles Demolombe
 • O principal objetivo da Exegese era o de revelar a vontade do legislador, daquele que planejou e fez a lei 
• Como os tradicionalistas não admitiram outra fonte normativa, a sociedade ficava impedida de criar o Direito costumeiro 
• Os postulados básicos da Escola da Exegese foram: 
– Dogmatismo Legal 
– Subordinação à Vontade do Legislador
 – O Estado como Único Autor do Direito 
Método Histórico-Evolutivo
 • O intérprete não fica adstrito à vontade do legislador, pois a lei tem vida autônoma, independente; uma vez criada, a lei perde a vinculação com o seu autor
 • Ao intérprete cumpre fazer uma interpretação atualizadora, o que não significa alterar o espírito da lei, mas transportar o pensamento da época para o presente 
Livre Investigação Científica do Direito
 • Se denomina livre, porque o intérprete não fica condicionado às fontes formais do Direito e, científico, porque a solução se funda em critérios objetivos, baseados na organização social 
• O Direito possui duas categorias: o dado (realidade observada pelo legislador; fontes materiais) e o construído (operação lógica eartística subordinadas aos fatos) 
 Corrente do Direito Livre
 • Oposto da Escola da Exegese; prescreve ampla liberdade ao intérprete na aplicação do Direito; o julgador, ao decidir uma questão, poderia abandonar o texto legal, se o considerasse incapaz de fornecer uma solução justa para o caso; três teses 
– Repúdio à doutrina da suficiência absoluta da lei
 – O juiz deve realizar um labor pessoal e criador
 – A função do julgador aproximar-se da legislativa
Sujeitos de Direito
 Personalidade Jurídica 
• O permanente objetivo do Direito, em suas manifestações diversas, é o ser humano, que se constitui, pois, o centro de determinações do Direito
 • Personalidade jurídica, atributo essencial ao ser humano, é a aptidão para possuir direitos e deveres, que a ordem jurídica reconhece a todas as pessoas 
Pessoa Natural ou Física 
• Portador de direitos e obrigações 
• Inicia-se, no Direito brasileiro, a partir do nascimento com vida, embora, desde a concepção, se prevejam os direitos do nascituro 
• Cessa com a morte ou declaração de ausência por ato do juiz Introdução ao Estudo do Direito Professor João Ademar de Andrade Lima Capacidade de Fato 
• Aptidão reconhecida à pessoa natural para exercitar os seus direitos e deveres 
• Enquanto a personalidade jurídica se estende a todas as pessoas incondicionalmente, a capacidade de fato está condicionada a vários requisitos que a legislação apresenta e se refere à possibilidade de a pessoa praticar os atos da vida civil 
Capacidade de Fato 
• A incapacidade de fato se divide em duas 
– Os absolutamente incapazes (menores de 16 anos, loucos de todo o gênero, surdos-mudos que não puderem exprimir a sua vontade e ausentes) são impedidos de praticar quaisquer atos da vida civil, devendo ser representados 
– Os relativamente incapazes (maiores de 16 anos e menores de 18 anos, pródigos e silvícolas) podem praticar atos da vida civil, desde que assistidos 
Registro, Nome e Domicilio Civil 
• Os acontecimentos mais importantes na vida da pessoa, do ponto de vista da organização social (nascimentos, casamentos, divórcios, separações judiciais, óbitos, emancipações, interdições, declarações de ausência e morte presumida...) 
• O primeiro ato registral para a vida civil, indispensável, é a atribuição do nome, para efeito de identificação 
• O nome civil possui dois componentes: o prenome e o cognome ou nome patronímico 
– O prenome é individual e decorre da preferência e livre escolha dos pais
 – O patronímico corresponde ao próprio cognome dos pais e é básico para a vinculação da pessoa à família 
• Domicílio e o local onde a pessoa estabelece, com ânimo definitivo, sua residência 
Pessoa Jurídica 
• Construção elaborada pelo Direito, em decorrência da necessidade social de criação de entidades capazes de realizar fins não alcançados normalmente pela atividade individual isolada 
“Conjunto de pessoas ou bens destinados à realização de um fim a quem o direito reconhece aptidão para ser titular de direitos e obrigações na ordem civil.” (Jefferson Daibert)
 Pessoa Jurídica
 • Às pessoas jurídicas, têm-se como princípios 
– As pessoas jurídicas têm existência distinta da de seus membros 
– Dado o anterior, o que deve a pessoa jurídica não devem os indivíduos que a integram e vice-versa 
– As pessoas jurídicas têm equivalentes direitos e obrigações aos das pessoas naturais 
– A administração dos interesses da pessoa jurídica desenvolve-se por pessoas naturais 
Natureza Jurídica das Pessoas Jurídicas
 • Teoria da Ficção → parte premissa de que personalidade jurídica é atributo próprio dos seres dotados de vontade 
• Teoria dos Direitos sem Sujeitos → a base da pessoa jurídica localiza-se em uma distinção de natureza patrimonial: pessoal e impessoal
 • Teorias Realistas → a pessoa jurídica não constitui uma ficção, mas uma realidade 
Classificação das Pessoas Jurídicas 
• de Direito Público Interno → União, Estados, Distrito Federal, Municípios, autarquias, associações públicas e demais entidades de caráter público 
• de Direito Público Externo → Estados e órgãos análogos, como a ONU 
• de Direito Privado → empresas individuais, associações, sociedades, fundações, organizações religiosa e partidos políticos
Relação Jurídica 
Relação Jurídica (conceito) 
“Vínculo entre pessoas em virtude do qual uma delas pretende algo a qual a outra está obrigada.” (Friedrich Carl von Savigny)
 “Laço que, sob a garantia da ordem jurídica, submete o objeto ao sujeito.” (Clóvis Beviláqua) 
• Faz parte do elenco dos conceitos jurídicos fundamentais, entrelaçando dos fatos sociais e as normas jurídicas 
Relação Jurídica (formação)
 • Formam-se da própria convivência entre as pessoas; pela incidência de normas jurídicas em fatos sociais; da ocorrência de determinado acontecimento regulado por regras de Direito (mas nem todo relação social ingressa no mundo do Direito!) 
• Fatos jurídicos → acontecimentos que instauram, modificam ou extinguem as relações jurídicas 
Relação Jurídica (elementos)
 • Sujeito ativo → ocupa a situação jurídica ativa; poder de exigir do sujeito passivo 
• Sujeito passivo → ao sujeito ativo, tem a obrigação de uma conduta ou prestação 
• Vínculo de atributividade → poder de pretender ou exigir algo determinado ou determinável 
• Objeto → no qual recai a exigência e o 
 Direito Subjetivo 
Direitos Subjetivos e Objetivos 
• De significado tão amplo, que se pode dizer, ainda, que o próprio Direito Positivo é instituído para defini-los e para determinar a sua forma de aquisição e tutela; é a ideia do Direito como atributo da pessoa e que lhe proporciona benefício; facultas agendi 
• Noutro sentido, tem-se o Direito Objetivo → conjunto de preceitos que organiza a sociedade; normas; norma agendi 
• O Direito Subjetivo apresenta-se sempre em relação jurídica; apesar de relacionar-se com o Direito Objetivo, não se opõe a esta, mas correlativamente ao Dever Jurídico
 • Apresenta duas esferas: a da licitude e a da pretensão 
• Decorre da incidência de normas jurídicas sobre fatos sociais 
• É o Direito Objetivo que define os Direitos Subjetivos
 “Direito objetivo é a regra jurídica, antes, pois, de todo direito subjetivo e não-subjetivado. Só após a incidência de regra jurídica é que os suportes fáticos entram no mundo jurídico, tornando-se fatos jurídicos. Os direitos subjetivos em todos os demais efeitos são eficácia do fato jurídico.” (Pontes de Miranda)
 Situações Subjetivas
 • O Direito Subjetivo é uma espécie do gênero situação subjetiva, possibilidade de ser, pretender ou fazer algo, de maneira garantida, nos limites atributivos das regras de Direito 
• Outras espécies 
– Interesse legítimo 
– Poder
 – Faculdade
 • Interesse legítimo é a condição preliminar indispensável à postulação em juízo, segundo a qual o interessado evidencia a relevância do objeto questionado 
• Poder é a situação subjetiva que retrata a condição da pessoa que está obrigada, por força de lei, a fazer alguma coisa em benefício de alguém, investindo-se de autoridade 
• Faculdade Jurídica é o poder que o sujeito possui de obter, por ato próprio, um resultado jurídico independentemente de outrem 
– Faculdade de criar efeitos jurídicos 
– Faculdade de extinguir efeitos jurídicos 
– Faculdade de alterar efeitos jurídicos
 – Faculdade de transmitir efeitos 
Teorias da Natureza do Direito Subjetivo 
• da Vontade 
• do Interesse 
• Eclética 
• de Duguit 
• de Kelsen Introdução ao Estudo do Direito Professor João Ademar de Andrade Lima Classificação dos Direitos Subjetivos
 • Direitos Subjetivos Públicos 
• Direitos Subjetivos Privados
 – Direitos absolutos e relativos 
– Direitos transmissíveis e não transmissíveis 
– Direitos principais e assessórios 
– Direitos renunciáveis e não renunciáveis 
Aquisição, Modificações e Extinção
 • Aquisição → por determinação da lei ou por ato de vontade via ato jurídico 
• Modificações → subjetiva (mudança do titular do direito ou do dever jurídico) e objetiva (transformaçãono objeto)
 • Extinção → por perecimento do objeto, por alienação, por renúncia, por prescrição e por decadência
Dever Jurídico (conceito) 
• Enquanto o Direito Subjetivo expressa sempre um poder sobre algum bem, oponível a outrem, o dever jurídico impõe, ao seu titular, a sujeição àquele poder 
• Dever Jurídico é a conduta exigida 
• Consiste na exigência que o Direito Objetivo faz a determinado sujeito para que assuma uma conduta em favor de alguém 
Dever Jurídico (conceito) 
“Obrigação moral absoluta de fazer ou omitir algum ato, conforme as exigências das relações sociais; obrigação moral ou necessidade moral, da qual só é capaz o ente moral.” (Alves da Silva) 
• Nasce e se modifica de um fato jurídico 
“Não é mais que a individualização, a particularização de uma norma jurídica aplicada a um sujeito.” (Hans Kelsen)
 Dever Jurídico (espécies) 
• Por certas características, o Dever Jurídico se apresente por diferentes formas
 – Contratual (dever que decorre de um acordo de vontades, cujos efeitos são regulados em lei) e Extracontratual (decorre de uma norma jurídica) 
– Positivo (obrigação de dar ou fazer) e Negativo (obrigação de não fazer; omissão)
 – Permanente (não se esgota com o seu cumprimento) e Transitório (que se estinguem) 
Axiomas de Lógica Jurídica
 • Axioma de Inclusão → tudo o que está juridicamente ordenado está juridicamente permitido 
• Axioma de Liberdade → o que estando juridicamente permitido, não está juridicamente ordenado, pode-se livremente fazer ou omitir-se 
 • Axioma de Contradição → a conduta juridicamente regulada não pode ser, ao mesmo tempo, proibida e permitida 
• Axioma de Exclusão do Meio → se uma conduta está juridicamente regulada, está proibida, ou está permitida 
• Axioma de Identidade → todo objeto do conhecimento jurídico é idêntico a si mesmo 
 Efetividade do Direito 
• Pelo cumprimento do Dever Jurídico que o Direito alcança efetividade 
• A efetividade jurídica caracteriza-se quando as regras de Direito são acatadas nas relações intersubjetivas e aplicadas; possui graus
 – É plena quando é aceita de forma generalizada 
– É relativa quando há desvios de conduta 
– É nula quando não é acatada genericamente
Fato Jurídico 
“A órbita da vida social move-se em uma contínua produção, modificação e extinção dos direitos subjetivos. Sob a influência dos diversos fatos, desloca-se a agrupação dos interesses humanos como os coloridos fragmentos de um caleidoscópio, e correlativamente trocam de posição direitos e obrigações.” (Theodor Sternberg)
 Fato Jurídico 
• Fato → qualquer transformação da realidade; transformação do mundo exterior
 • Fato Jurídico → espécie do gênero fato 
• Em sentido amplo, é qualquer acontecimento que gera, modifica ou extingue uma relação jurídica; a realização da hipótese ou suposto da norma jurídica
 • Se A (hipótese) é, B (consequência) deve 
Relação entre Hipótese e Consequência
 • Se A é, B deve ser
 • Suposto Jurídico
 – Simples → composto por apenas um requisito
 – Complexo → pressupõe mais de um requisito Hipótese ou Suposto Realização do Suposto ou 
 (Relação I) Dever Jurídico Cumprimento 
(Relação II) Direito Subjetivo Exercício (Relação III
 Caracteres e Classificação 
• O Fato Jurídico necessariamente reúne dois elementos: suporte fático e regra de Direito
 – Suporte fático é o fenômeno definido na hipótese ou suposto da norma jurídica; é o fato que, ocorrido, provoca a aplicação da disposição ou consequência da regra jurídica
 – Para ser regra de Direito é indispensável que o fato seja regulado pelo ordenamento jurídico 
Caracteres e Classificação
 • Entre os caracteres dos fatos jurídicos, a doutrina apresenta os seguintes
 – O acontecimento é sempre relevante para o bemestar da coletividade
 – Os fatos jurídicos podem ser produzidos por ato de vontade do homem
 – Possuem alteridade, pois dizem respeito sempre a um vínculo entre duas ou mais pessoas – Possuem exterioridade 
Caracteres e Classificação 
• Classificação (aceita por vários autores) 
• Em sentido estrito, dividem-se em 
– Acontecimentos naturais ordinários
 – Acontecimentos naturais extraordinários 
Fato Jurídico 
(lato sensu) Fato Jurídico (stricto sensu) Ato Jurídico (lato sensu) Ato Lícito Ato Jurídico (stricto sensu) Negócio Jurídico Ato Ilícito
Negócios Jurídicos 
• Os atos lícitos (realização da vontade, cujos efeitos são os apontados em lei) são o ato jurídico stricto sensu e o Negócio Jurídico
 • O Negócio Jurídico aperfeiçoa-se com a simples declaração (não qualquer declaração, mas as que o Direito Objetivo admite efeitos) da vontade e seus efeitos são os definidos pela própria declaração e dentro do que a ordem jurídica permite 
Relação entre Negócio e Ordenamento 
• Situações quanto às relações entre os Negócios Jurídicos e o Direito Objetivo 
– Proibição da prática de negócio jurídico, tendo em vista a natureza de seu objeto
 – O negócio jurídico é permitido, mas a legislação coloca obstáculos à determinadas cláusulas 
– Há negócios jurídicos cujos efeitos de direito são programados inteiramente pelo ordenamento jurídico
– Determinados negócios jurídicos, não previstos pelo ordenamento do Estado, são disciplinados integralmente pelas partes, que dispõem livremente quanto aos seus efeitos jurídicos
 – Quando há normas jurídicas de natureza dispositiva, aplicáveis, portanto, na falta de disposições ajustadas pelos interessados, podem ocorrer situações diferentes 
Relação entre Negócio e Ordenamento
 – Situações
 – O negócio jurídico regula inteiramente a matéria
 – O negócio jurídico estabelece o vínculo, mas sem regulamentá-lo; nesta hipótese os efeitos jurídicos são os definidos em lei
 – As partes firmam o negócio jurídico definindo apenas parcialmente os seus efeitos jurídicos; neste caso o preenchimento das lacunas será feito pelos critérios da lei
Negócios Jurídicos (classificação) 
• Unilateral e Bilateral
 • Oneroso e Gratuito
 • Inter Vivos e Mortis Causa
 • Solene (Formal) e Não-Solene
 • Típico e Atípico 
Negócios Jurídicos (elementos)
 • Essenciais Exigências à validade
 • Agente capaz
 • Objeto lícito
 • Forma legal 
• Acidentais
 – Condição
 – Termo
 – Modo ou Encargo 
Negócios Jurídicos (defeitos) 
• Erro ou Ignorância 
• Dolo 
• Coação 
• Estado de perigo
 • Lesão 
• Fraude contra os Credores
 • Simulação Requisitos à nulidade: 
• temor de dano ao declarante, à sua família ou a seus bens 
• perigo atual ou iminente 
• que o objeto da ameaça seja de valor igual ou superior ao do negócio 
• ser a causa determinante do negócio 
• ser ilegal 
Ato Ilícito 
• Conduta humana violadora da ordem jurídica 
• Só pratica ato ilícito quem possui dever jurídico 
• É sempre uma conduta humana 
• Para sua configuração, concorrem os elementos conduta e antijuridicidade (elementos objetivos), imputabilidade e culpa (elementos subjetivos) 
• A antijuridicidade significa que a ação praticada é proibida pelas normas jurídicas 
• A imputabilidade é a responsabilidade do agente pela autoria do ilícito
 • A culpa é o elemento subjetivo referente ao animus do agente ao praticar o ato; lato sensu abrange o dolo e a culpa propriamente dita 
• Decomposição do conceito de Ato Ilícito 
Causa e Elemento Conceptual
 1. Eficiente Conduta Humana
 2. Material Dano ou Perigo
 3. Formal Culpa (ou Risco) 
4. Final Ressarcimento/Penalidade 
Ato Ilícito (categorias) 
• Há duas categorias de ilícito: o civil e o penal 
• Há quem cite, ainda, o ato ilícito administrativo, que pode ser: ilícito disciplinar, ilícito de polícia e ilícito fiscal 
• Outra classificação (Marcel Planiol) 
– Contra a honestidade
 – Contra a habilidade
 – Contra a lei Classificação do Elemento Culpa 
• Intensidade 
– Grave 
– Leve 
– Levíssima 
• Conteúdo
 – In faciendo
 – In non faciendo (in omittendo) 
Classificação do Elemento Culpa
 • Critérios de Avaliação 
– In abstracto – In concreto
 • Natureza da Relação
 – Contratua
 – Extracontratual 
Classificação doElemento Culpa 
• Agente – Culpa in vigilando – Culpa in eligendo – Culpa in custodiendo 
 Excludentes do Ilícito 
• Legitima Defesa
 • Exercício Regular de um Direito 
• Estado de Necessidade 
– Na existência um perigo atual e inevitável para um bem jurídico qualquer do agente ou de outrem
 – Que não tenha sido o perigo provocado voluntariamente pelo agente 
– Que não se possa exigir o sacrifício do bem e que compense este a destruição da coisa alheia 
Teoria Subjetiva da Responsabilidade
 • Para a teoria subjetiva, na esteira das grandes legislações, a culpa é essencial à caracterização do ilícito; sem ela, não há ilícito, não há responsabilidade 
Teoria Objetiva da Responsabilidade
 • Também chamada de Teoria do Risco, atribui a responsabilidade a existência de ação ou omissão, dano e nexo de Abuso do Direito
 • Forma especial de prática do ilícito, que pressupõe a existência de um Direito Subjetivo, o seu exercício anormal e o dano ou mal-estar provocado às pessoas 
• A necessidade de se proteger os interesses coletivos torna inadmissível que o espírito de emulação ou capricho de um possuidor de Direito prejudique o bem-estar social
Ramos do Direito Público 
Direito Constitucional 
• Ramo do Direito Público que dispõe sobre a estrutura do Estado, define a função de seus órgãos e estabelece as garantias fundamentais da pessoa 
• Direito que limita a ação do governo, com o estabelecimento de faixas de competência para os Poderes 
Direito Administrativo
 • Regula uma estrutura definida de poder, o desenvolvimento e prestação de serviços públicos 
“Conjunto de princípios e normas jurídicas que presidem ao funcionamento das atividades do Estado, à organização e ao funcionamento dos serviços públicos, e às relações da administração com os indivíduos.” (Themístocles Cavalcanti)
 Direito Financeiro 
• Para realizar os serviços públicos, o Estado necessita de recursos financeiros, que são obtidos mediante a cobrança de impostos, contribuições, taxas, bem como por sua atividade empresarial; esses recursos são objeto de estudo do Direito Financeiro, ramo do Direito Público que disciplina a receita e a despesa pública 
Direito Internacional
 • Público → Ramo jurídico que disciplinas relações entre Estados soberanos e organismos análogos 
• Privado → “Direito dos Limites” 
“Conjunto de normas que têm por objetivo solucionar os conflitos de leis entre ordenamentos jurídicos diversos, no plano internacional, indicando a lei competente a ser aplicada.” (Agenor Pereira de Andrade)
 Direito Penal 
• Ramo do Direito Público que define os crimes, estabelece as penalidades correspondentes e dispõe sobre as medidas de segurança
 “Conjunto de normas jurídicas que regulam o poder punitivo do Estado, ligando ao delito, como pressuposto, a pena como consequência.” (Edmund Mezger) 
Direito Processual
 • Ramo jurídico que reúne os princípios e normas que dispõem sobre os atos judiciais tendentes à aplicação do Direito aos casos concretos
 • É caracterizado como um Direito adjetivo ou formal, como meio de distinção do que regula diretamente os fatos sociais, caracterizado como Direito substantivo ou material
 Ramos do Direito Privado 
Direito Civil 
• Conjunto de normas que regulam os interesses fundamentais do homem, pela simples condição de ente humano 
“Complexo de normas jurídicas relativas às pessoas, na sua constituição geral e comum, nas suas relações recíprocas de família e em face dos bens considerados em seu valor de uso.” (Clóvis Beviláqua)
Direito Empresarial
 • Gira em torno da figura do empresário, definido como pessoa física ou jurídica que desenvolve atividade de natureza econômica, produzindo ou promovendo a circulação de bens ou serviços 
Direito do Trabalho 
• Disciplina as relações entre empregador e empregado 
“Corpo de princípios e de normas jurídicas que ordenam a prestação do trabalho subordinado ou a este equivalente, bem como as relações e os riscos que dela se originam.” (Messias Pereira Donato)
Direito Natural (conceito)
 • Chama-se jusnaturalismo a corrente de pensamento que reúne todas as ideias que surgiram, no correr dá história, em torno do Direito Natural, sob diferentes orientações 
• A convicção do Direito ideal, mas ideal não no sentido utópico, e sim um ideal alcançável; o Direito Natural está centralizado na origem e fundamentação desse 
 • O raciocínio que nos conduz à ideia do Direito Natural parte do pressuposto de que todo ser é dotado de uma natureza e de um fim 
• O adjetivo Natural, agregado à palavra Direito, indica que a ordem de princípios não é criada pelo homem e que expressa algo espontâneo, revelado pela própria natureza 
• Apresenta-se em dois níveis: o ontológico e o deontológico 
• Direito Natural ontológico → admite o Direito Natural como ser do Direito, como o legítimo Direito
 • Direito Natural deontológico → representa esse Direito apenas como um conjunto de valores imutáveis e universais, mais identificado com a Ética 
Origem e Via Cognoscitiva 
• A origem do Direito Natural se localiza no próprio homem, em sua dimensão social, e o seu conhecimento se faz pela conjugação da experiência com a razão 
• Fulcro religioso → o Direito Natural é também uma revelação feita por Deus aos homens 
• Falsa compreensão → julgamento ao Direito Natural como uma ideia metafísica ou de fundo religioso 
Direito Natural (caracteres) 
• O jusnaturalismo atual concebe o Direito Natural apenas como um conjunto de amplos princípios (direito à vida, à liberdade, à participação na vida social, à união entre os seres para a criação da prole, à igualdade de oportunidades...), a partir dos quais o legislador deverá compor a ordem jurídica
 • Caracteres → ser eterno, imutável e universal 
Escola do Direito Natural 
• Enquanto que por jusnaturalismo entende-se a corrente de juristas-filósofos que consagram aqueles princípios de proteção à dignidade do homem, a Escola do Direito Natural compreende a fase racionalista 
• Caracteres → racionalista no método, subjetivista no critério, anti-histórica nas exigências e humanitária no conteúdo Revolucionário ou Conservador? 
• Se a ideia do Direito Natural é útil no processo de aperfeiçoamento das instituições jurídicas, por outro lado, pode falsamente ser utilizada como instrumento de conservação de uma ordem jurídica injusta e ilegítima
 • Cabe não acusar o Direito Natural, mas a falsa definição dos direitos naturais, os sofismas, os artifícios de toda ordem, que sim, podem desempenhar esse papel desastroso 
Crítica ao Direito Natural 
• Se divide em dois níveis
 – A dos que se opõem ao substantivo “Direito” → visa contestar a concepção do Direito Natural ontológico, segundo a qual esta ordem expressa o ser do Direito 
– A dos que atacam o adjetivo “Natural” → crítica propriamente ao Direito Natural deontológico, com suporte à negativa de qualquer tipo de influência e de importância ao jusnaturalismo, recusando-lhe até a condição de valor ético
Direitos do Homem e o Direito Natural 
• Direitos do Homem → conjunto de normas e princípios enunciados sob a forma de declarações
 – ancoradas no convencionalismo, fruto do acaso ou contingências 
– por organismos internacionais, dentro do propósito de despertar consciência à necessidade de organização para a preservação dos valores fundamentais de garantia e proteção ao homem 
• Os Direitos do Homem estabelecem parâmetros básicos, estruturais, e formam um núcleo de condições essenciais ao relacionamento dos homens entre si e com o Estado 
• Apesar de participarem de igual faixa ontológica e cultivarem idênticos valores, não se confundem os conceitos de Direito Natural e os Direitos do Homem 
Direitos do Homem e o Direito Natural 
• O Direito Natural → pesquisa a natureza humana e dela extrai os princípios modelares do Direito Positivo 
• Direitos do Homem → se desprendem do Direito Natural, de vínculo umbilical, para apresentarem, de uma forma menos abstrata, aqueles princípios já transformados em normas básicas 
Positivismo jurídico• O positivismo jurídico é a espécie jurídica do gênero positivismo, sendo, portanto, a projeção do positivismo filosófico no setor do Direito 
• O método experimental, adotado pelo positivismo, compõe-se de três fases 
– Observação
 – Formulação de Hipótese 
– Experimentação 
Positivismo Filosófico 	
•Aspectos comtiano da Filosofia Positiva 
– A Lei dos Três Estados → o pensamento humano, historicamente, passa por três etapas e, correlativamente, as organizações sociais: a teológica ou mitológica, a metafísica e a positiva
 – Classificação das Ciências → ciências da matéria: Matemática, Astronomia, Física, Química, Biologia, Sociologia 
Positivismo Jurídico 
• O positivismo jurídico, fiel aos princípios do positivismo filosófico, rejeita todos os elementos de abstração na área do Direito, a começar pela ideia do Direito Natural, por julgá-la metafísica e anticientífica
 • Focaliza apenas os dados fornecidos pela experiência, desprezando os juízos de valor, para se apegar apenas aos fenômenos observáveis 
• Para a corrente do positivismo jurídico, o objeto da Ciência do Direito tem por missão estudar as normas que compõem a ordem jurídica vigente; sua preocupação é com o Direito existente 
• Apenas juízos de constatação ou de realidade; nunca os juízos de valor
 • Em relação à justiça, a atitude positivista é a de ceticismo absoluto 
• Com a ótica das ciências da natureza, ao limitar o seu campo de observação e análise aos fatos concretos, o positivismo reduziu o significado humano 
• Identificando o Direito com a lei, o positivismo é uma porta abertas aos regimes totalitários, seja na fórmula comunista, fascista ou nazista
 • É uma doutrina que não satisfaz às exigências sociais de justiça
Normativismo jurídico 
Teoria Pura do Direito
 • Para Kelsen, a ordem jurídica formaria uma pirâmide normativa hierarquizada, onde cada norma se fundamentaria em outra e a chamada Norma Fundamental seria aquela que legitimaria toda a estrutura normativa; o objeto da Ciência do Direito seria o estudo apenas da norma jurídica 
• Assim, a Teoria Pura reduz a expressão do Direito a um só elemento: lei 
 • Kelsen adotou uma ideologia essencialmente positivista no setor jurídico, desprezando os juízos de valor, rejeitando a ideia do Direito Natural, combatendo a metafísica 
• O Direito seria um grande esqueleto de normas, comportando qualquer conteúdo fático e axiológico e a justiça, apenas um valor relativo 
• Se A (suposto) é, B (consequência) deve 
Norma Fundamental ou Norma Hipotética
 Atos de Execução 
Sentença
 Lei
 Constituição 
 Crítica à Teoria Pura do Direito 
• Duas são as vertentes
 – Uma delas se refere a pontos concretos da doutrina de Kelsen, como a obscuridade do conceito da norma fundamental; outra restrição nessa vertente é em relação à identidade entre Direito e Estado, que se considera como perigosa
 – A outra vertente refere-se ao sentido global da doutrina, ao pretender, principalmente, isolar o fenômeno jurídico de todos os demais fenômenos sociais
 Tridimensionalidade do Direito 
Teoria Tridimensional do Direito 
• O fenômeno jurídico, qualquer que seja a sua forma de expressão, requer a participação dialética do fato, do valor e da norma que, no geral, se vinculam como em uma adição, quase sempre com alguma prevalência 
• Para Reale, a realidade fático-axiológiconormativa se apresenta como uma unidade, havendo, nos três fatores, uma implicação dinâmica 
Teoria Tridimensional do Direito 
• A experiência jurídica pressupõe sempre três elementos: fato, valor e norma, ou seja, um elemento de fato ordenado valorativamente em um processo normativo 
• O Direito não possui uma estrutura simplesmente factual, valorativa ou normativa; essas visões são parciais e não revelam toda a dimensão do fenômeno jurídico, que congrega a todos, mas não em uma simples adição 
• Somente por abstração o Direito pode ser apreciado em três perspectivas:
 – Direito como valor do justo: pela Deontologia Jurídica e pela Política Jurídica
 – Como norma jurídica: pela Dogmática Jurídica e, no plano epistemológico, pela Filosofia do Direito – Como fato social: pela História, Sociologia e Etnologia Jurídica, Filosofia do Direito, no setor da Culturologia Jurídica 
• O fenômeno jurídico, pois, é uma realidade fático-axiológico-normativa, que se revela como produto histórico-cultural, dirigido à realização do bem comum
 “Uma realidade histórico-cultural tridimensional, ordenada de forma bilateral atributiva, segundo valores de convivência.” (Miguel Reale)

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