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PORTFÓLIO ESCOLA E OS TIPOS DE INCLUSAO

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A ESCOLA E OS TIPOS DE INCLUSÃO:
A DIFERENÇA ENTRE INTEGRAÇÃO E INCLUSÃO
SANTANA, Thiara Caroline Palmieri RU 221556.
POLO INDAIATUBA
UNINTER
Resumo
O artigo acadêmico a seguir traça um paralelo entre o que é integração e inclusão, deixando claro através de dois exemplos quais as melhores opções para uma criança com deficiência em fase escolar e como o esforço coletivo entre escola, pais, professores e alunos pode beneficiar o todo. 
Palavras-chave: inclusão; integração; crianças; deficiência; escola.
	*Numa pequena cidade da região Campineira de São Paulo, duas crianças nasceram no mesmo dia, no mesmo hospital, cada uma delas com um tipo de deficiência diferente: Ana tem síndrome de down e Mauro tem transtorno do espectro autista. Durante a primeira infância dessas crianças, poucas diferenças puderam ser notadas, ambas nasceram em lares amorosos, seus pais, apesar toda adaptação, souberam lidar com as adversidades de cada um e trataram seus filhos atípicos, como se típicos fossem. 
	Chegou a hora dessas vidas ganharem um pouco de independência e a matrícula da escola foi o primeiro grande desafios para essas famílias. Apesar da lei ser clara: "o Decreto nº 6.094/2007, que estabelece nas diretrizes do Compromisso Todos pela Educação, a garantia do acesso e permanência no ensino regular e o atendimento aos estudantes com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação, fortalecendo seu ingresso nas escolas públicas"¹, somente Mauro - que nasceu em família abastada - conseguiu matrícula de imediato, Ana, porém, teve que esperar por mais de seis meses, uma vaga no ensino público. As diferenças então, começaram a aumentar. Logo no primeiro ano, Mauro se viu em meio à professores queridos, amáveis, preparados para incluí-lo nas brincadeiras e seu salto cognitivo e sociocultural foi realmente visível , enquanto Ana, sentia-se abandonada em seu mundinho. Os professores não davam conta de tantas crianças. Como disse João Ribas (antropólogo)²: "Será que essa inclusão educacional criará condições para que no futuro esses alunos venham a se tornar profissionais competentes, que de fato desenvolvam as tarefas solicitadas, que atingem metas e, portanto, alcancem resultados?" Será que a obrigação de receber essas crianças que necessitam de um olhar mais preparado é, de fato, inclusão? 
	Personagens escolhidos, preparei-me para conhecer ambas as escolas: A do Mauro - que custa quase três salários mínimos - e a escola da Ana, pública, dita como uma das melhores da região. 
	Na chegada, nenhuma diferença entre elas: fachadas coloridas, professoras amáveis, solidárias, crianças correndo pra lá e pra cá, vida, muita vida havia ali, em ambas. Sentei-me com as mesmas perguntas preparadas e de cara a primeira grande diferença - no colégio privado todo professor passa por workshops mensais sobre os mais diversos temas e entre eles incluem-se profissionais como fonoaudiólogos, psicólogos, médicos, terapeutas ocupacionais, professores de teatro entre outros, tudo para que o melhor de cada criança seja extraído, sem que ela perceba estar sendo analisada. E isso vale para todos. Lá (chamarei de escola A), todas as salas de aula tem alunos de inclusão - TODAS - porque na escola A, entende-se que a diversidade gera igualdade, maturidade e bondade, enquanto na escola pública (chamarei de escola B) o último curso para o corpo docente foi há mais de um ano e era para explicar para os novos professores concursados que nenhuma criança seria descartada, que era obrigação da escola matriculá-las e uma cartilha - preparada pela coordenadora, fora entregue ao time, para que eles estudassem os possíveis casos de inclusão, logo, nenhum preparo, somente a vontade de ensinar é que ficou para os profissionais da escola B. 
	Visto essa primeira grande dificuldade na escola B, não entendo como a educação especial configurou -se como um sistema paralelo de ensino dirigido ao atendimento direto dos portadores de necessidades especiais, e diz-se que agora ela se volta, prioritariamente, para dar suporte à escola regular no recebimento destes alunos, já que a educação inclusiva tem como objetivo garantir o direito de todos à educação. A escola, portanto deveria ser acolhedora para todos os alunos se sentirem inclusos. Este direito está assegurado na Lei Brasileira da Inclusão (LBI) ou Estatuto da Pessoa com Deficiência, sancionada em 06 de julho de 2015³. Porém, como presenciei na escola B, o fato de constar em Lei, não significa muito se as ações almejadas para a inclusão das pessoas com necessidades especiais não sejam planejadas e estruturadas de modo que elas tenham seus direitos plenamente respeitados. 
	Minha conversa diante da afirmação da professora da escola B enveredou-se para o lado humano e qual não foi minha surpresa ao saber que noventa por cento das professoras da escola B produziam muito mais do que impunham seus jobs descriptions. É bem comum passarmos do horário, porque muitas mães trabalham e 	quando elas atrasam para buscar as crianças, nós ficamos na salinha, 	brincando com elas. Temos nossos filhos para cuidar também, mas muitas vezes esse momento é excelente para que possamos avaliar as dificuldades dos alunos de inclusão, já que poucos deles ficam até mais tarde, revela a professora carinhosa. 
	Já na escola A, o brilho no olhar da professora vem por todo aprendizado que ela recebe e consegue colocar em prática: "Esses dias um aluno com TDAH teve um surto, foi bem complicado, ele chutava as crianças e falava palavras de baixo calão para eles, ele só se acalmou quando me viu. Logo me abraçou e pediu para eu ajudá-lo. Levei-o para a sala de teatro e fizemos um jogo de confiança. Essa conexão com os alunos de inclusão veio através de muito trabalho e muito estudo", relata a professora. Traçando um paralelo pude perceber que ambas tem a profissão como escolha, dom e amor, o que as difere, é a capacitação. Enquanto uma faz mais do que lhe é devido, sem ter preparo nenhum para isso, a outra, além de ter seus benefícios assegurados, ainda leva conhecimento e aprimoramento para além dos portões da escola. 
		Hoje, com a política de inclusão, a educação infantil é a porta de 			ingresso ao sistema educacional para boa parte das crianças, devendo o 			atendimento educacional especializado ser ofertado na própria creche ou 			pré-escola em que a criança está matriculada.
						 (Revista Criança Nov/ 2007, pág. 21). 
	
	Ainda não estou certa de que a obrigação de acolher toda criança com necessidades especiais seja o caminho para um futuro melhor à essas vidas. As escolas públicas, baseada na minha experiência, tem se tornado um "depósito" de crianças e não um lugar onde elas avançam e ganham autoconfiança, aprendem e seguem suas histórias. 
	A escola A preparou uma sala climatizada, com café e petit-four para que eu pudesse conversar com a mãe de Mauro. Ela, alias, foi única mãe que aceitou conversar comigo. A escola tem por regra não apontar quais são os alunos de inclusão e nesse caso, contei com o auxílio de uma amiga em comum e aí sim, a escola A concordou em nos ceder um espaço. Esse também foi um grande diferencial entre as escolas. Na escola B, todos os matriculados sabem quem são as crianças de inclusão e em tempos de grupos de mães no whatsapp, as mães de crianças atípicas precisam ter cuidado com o que falam e/ou leem. Foi num desses grupos que consegui o contato da mãe de Ana e ela, gentilmente me encontrou na saída da escola B, minutos antes do sinal tocar."No inicio foi bem difícil. Eram muitas crianças na sala de aula, Ana não entendia o que estava acontecendo, mas sempre foi uma criança 	amorosa. A professora dela, de maneira espontânea, me pediu se poderia ficar com ela depois do período para ajudá-la com as tarefinhas, foi um salto e tanto. Percebo que a escola não tem muitosrecursos, mas o amor dos professores supera as divergências", diz a mãe da menina. 
	Na escola A, um plano de ação foi traçado assim que Mauro fora matriculado na escola. Como o autismo dele é leve, pouca coisa precisou ser mudada com relação à estrutura, somente uma sala mais perto da mata, onde há menor incisão de barulho e que tivesse um número reduzido de alunos. 
"Quando decidi colocar o Mauro na escola, estava preparada para enfrentar o pior. Achava que ele sofreria todo tipo de preconceito, tanto das crianças, como dos pais. Mas a política da escola em não comunicar quem são os alunos de inclusão, fez com que meu filho fosse só mais uma criança. Foi um grande alívio saber que todos o aceitaram bem, tanto que houve uma comoção na última festa junina e todos os amiguinhos votaram para que o Mauro fosse o noivinho da quadrilha junto com uma amiga. O som da música fora diminuído e eles foram os primeiros a dançar, para que a escola estivesse mais vazia. Essa ação 	mudou ainda mais o olhar das crianças em relação ao Mauro e com um simples gesto, transformou a alegria do meu filho", relatou a mãe de Mauro. 
	As evidencias demonstram claramente qual a diferença entre integração e inclusão: Na escola A, há inclusão, os professores estão preparados para acolher todo tipo de criança com deficiência, já na escola B, há integração, onde todos são acolhidos, mas nem todos conseguem se envolver nas atividades, é preciso um esforço coletivo das professoras (chegando a segregar esses alunos por alguns momentos) para que haja certa integração. Sendo assim, meu plano de ação para a proposta inclusiva se dedicará exclusivamente à Ana, na escola B. 
	Chegamos à conclusão (a professora entrevistada e eu) de que um esforço coletivo, pode fazer grande diferença na vida da Ana. Por via agenda, um convite mensal será enviado para os pais para que na última sexta-feira de cada mês, haja uma aula de circo - proposta pela própria professora - e um pique-nique para celebrar a diversidade. Cada pai, mandará um prato simples com poucas unidades para que não hajam sobras, assim, as crianças poderão experimentar as guloseimas umas das outras. Espera-se que a quebra do protocolo das aulas tradicionais, unida a um momento de alimentação coletivo e leve, possa ajudar a Ana à ser inclusa na turma e não precise mais ficar até mais tarde para que a professora possa auxiliá-la. 
	Acredito que nenhum de nós estamos totalmente preparados para conviver com crianças com deficiência, nem elas próprias, para que possam viver com qualidade é preciso que as adaptações se tornem orgânicas e creio que é necessário sim, que haja um esforço coletivo daqueles que cercam essas vidas, para que todos nós saiamos vitoriosos - nós que apreenderemos olhar para outro com maior compaixão e respeitaremos as diferenças, ensinando assim as crianças desta geração à importância do amar ao próximo e consequentemente gerando na criança com deficiência um adulto muito mais seguro, pronto para enfrentar as adversidades que a vida irá lhe impor. 
 
Referências
¹ http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/direitoaeducacao.pdf
² http://diversa.org.br/artigos/a-educacao-inclusiva-e-o-mundo-do-trabalho/
³http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=16690-politica-nacional-de-educacao-especial-na-perspectiva-da-educacao-inclusiva-05122014&Itemid=30192
*Dados fictícios para preservar a identidade dos personagens e criar uma atmosfera de dualidade. 
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