Buscar

trabalho de direito agrario

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 3, do total de 11 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 6, do total de 11 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 9, do total de 11 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Prévia do material em texto

CURSO BACHAREL EM DIREITO
ACADÊMICA
Grazielly Farias de Rezende
Direito Agrário 
PROFESSOR: Sérgio Alberto Botezini
Acadêmica:
Grazielly Farias de Rezende
Trabalho de Direito Agrário 
Evolução do Direito Agrário;
Função Social da Propriedade Rural, Aspectos Constitucionais e Históricos;
Imóveis Rurais,  de acordo com a CF;
Imóveis Objetos de Desapropriação para Reforma Agrária, destacando a Competência para tanto
Trabalho feito em exigência da Disciplina de Direito Agrário como requisito parcial para nota do 1º bimestral do 9° Semestre da Faculdade La Salle Lucas do Rio Verde-MT.
Sob a orientação do Professor: Sérgio Alberto Botezini
1 – A EVOLUÇÃO DO DIREITO AGRÁRIO
Com o surgimento do direito agrário criado ao período mais contemporâneo da sociedade humana, quando ainda os caçadores-coletores, aprimoraram suas técnicas de agricultura e abandonaram o modo de vida. O aumento na oferta de alimentos encorajou o sistema de trocas existente entre as pessoas, e os pequenos agrupamentos humanos se tornaram tribo se civilizações. Nessas aldeias, a população foram crescendo e ampliando-se gradativamente: por exemplo, uma pessoa com habilidade para fazer cerâmica podia trocar seus potes por alimentos e, assim, empregar a maior parte do seu dia produzindo cerâmica.
Para o professor Benedito Ferreira Marques o que expressou ter o direito agrário surgido dessa evolução foi na forma de produzir e de negociar do homem, no mesmo sentido e sendo completado pelo professor Alcir Gursen de Miranda que o Código de Hammurabi representou no mesmo sentido o primeiro Código Agrário da Humanidade. No Brasil, pode-se dizer que o Direito Agrário ganhou forma a partir do Tratado de Tordesilhas que dividiu o território tupiniquim entre Portugal e Espanha. Segundo dispunha o referido tratado, caberiam a Portugal as terras situadas à direita da linha imaginária que demarcava 370 léguas a oeste das ilhas de Cabo Verde, e à Espanha as terras que ficassem à esquerda dessa linha. 
Porem ainda há três grandes fases a ressaltar: o tempo das sesmarias, que se inicia já no primeiro século da colonização e se estende até a Independência, o período imperial e a era republicana. Para colonizar o Brasil, Portugal lançou mão do instituto jurídico das sesmarias que foi criado em Portugal por uma lei de D. Fernando, datada de 1375. Seu objetivo era remediar a série crise de abastecimento, que afligia então o reino. O monarca determinou, para tanto, o cultivo obrigatório de todas “as herdades que som pera dar pam”. Em conseqüência, se o proprietário não pudesse ou não quisesse cultivar diretamente o solo, deveria dá-lo em arrendamento a alguém que assumisse essa tarefa, sob pena de confisco, devolvendo-se a terra ao soberano. Esta, aliás, a origem da expressão “terras devolutas”.
Após o período, surgiram as Ordenações Filipinas (Livro Quarto, Título XLIII), do final do século XVI, definiram as sesmarias como “as dadas de terras, casais ou pardieiros, que foram ou são de alguns Senhorios e que já em outro tempo foram lavradas e aproveitadas e agora o não são”. Como se percebe, o rei, investido no domínio eminente de tais imóveis, decide impor o seu aproveitamento efetivo aos particulares, considerados meros titulares do domínio útil. A aplicação desordenada dos referidos institutos no Brasil acabou resultando em um sistema latifundiário caracterizado por latifúndios de efetiva produção agrícola, fundada no trabalho escravo; latifúndios totalmente improdutivos, mantidos como reserva de valor para venda no futuro; e latifúndios de escasso aproveitamento, para criação extensiva de gado. Já no período do Império, uma Resolução do Príncipe Regente, baixada em julho de 1822, suspendeu em todo o território nacional a concessão de sesmarias. Mas a sua substituição oficial por outro sistema agrário ainda demorou mais de dois decênios, devido à resistência dos potentados rurais. Temia-se um enfraquecimento do poder político e econômico dos grandes proprietários rurais, pois ele fundava-se inteiramente no trabalho escravo, o qual, por sua vez, dependia por completo do tráfico negreiro. 
Na esteira desses acontecimentos, já a partir do início do século, a Inglaterra começou a pressionar as autoridades portuguesas, e depois de 1822 as brasileiras, para suprimirem comércio ilegal de escravos. Uma primeira lei nesse sentido, datada de 1831, foi promulgada, contudo teve sua aplicação praticamente nula. Os traficantes souberam montar uma forte rede de corrupção, nos principais de portos de desembarque da carga humana. Tudo isso explica o fato de a Lei de Terras ter sido promulgada em 18 de setembro de 1850, quatorze dias apenas após a promulgação da Lei Eusébio de Queiroz, que aboliu - desta vez efetivamente - o tráfico de escravos africanos.
Conforme relata Benedito Ferreira Marques a Constituição de 1946 foi a que mais progrediu sobre o Direito agrário:
A Constituição Federal de 1946, entretanto, pode ser considerada a que impregnou avanços mais significativos, tendentes à institucionalização do nascente ramo jurídico. Em primeiro lugar, porque manteve as normas de conteúdo agraristas inseridas na Constituição anterior. Em segundo lugar, porque ampliou o raio de abrangência de situações ligadas diretamente ao setor rural, podendo-se destacar a criação da desapropriação por interesse social que, mais tarde, viria a ser adaptada para fins de reforma agrária. Em função dessa Carta Política, nasceu o Instituto Nacional de Imigração e Colonização (INIC) através da Lei no 2.163, de 1954, seguramente o embrião do atual INCRA. A criação desse órgão federal foi de fundamental importância, na medida em que começaram a ser elaborados os planos de reforma agrária, sendo os dois primeiros o de Coutinho Cavalcanti, em 1954, e o de Nelson Duarte, em 1955.(MARQUES, 2015, p.57)
Importante também foi a EC/10 que consagrou a União para legislar sobre tal matéria. Como passou a ser de grande importância, tanto para o meio social como econômico, a Constituição de 1988 inova mais ainda, e avança a função social da propriedade entre os direitos e garantias individuais e coletivas, assim transcrito: 
Art.5º: Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
 XXII - é garantido o direito de propriedade; 
XXIII - a propriedade atenderá a sua função social;
 XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvada os casos previstos nesta Constituição. 
XXV - no caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de propriedade particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano.
2 – FUNÇÃO SOCIAL DA PROPRIEDADE RURAL, ASPECTOS CONSTITUCIONAIS E HISTÓRICOS
O princípio da função social da propriedade rural foi consagrado na legislação brasileira pela Lei n. 4.504/64, denominada “Estatuto da Terra”, que constituiu um marco no regime jurídico pátrio, por traçar toda a disciplina das relações jurídicas agrárias, ensejando o desenvolvimento deste ramo do direito no país, que até então só contava com a Lei de Terras, de 1850. Recepcionado pelo artigo 5º, XXIII, da Constituição Federal Brasileira de 1988 e elencado no artigo 186 do mesmo diploma legal, que tem sido amplamente discutido no Brasil. Dispõe o artigo 2º:
Art. 2º(...)§1º. A propriedade da terra desempenha integralmente a sua função social quando, simultaneamente:
a) favorece o bem-estar dos proprietários e dos trabalhadores que nela labutam, assim como de suas famílias; 
b) mantém níveis satisfatórios de produtividade;
c) assegura a conservação dos recursos naturais; 
d) observa as disposições legais que regulam as justas relações de trabalho entreos que a possuem e a cultivam.
A função social da propriedade alcançou status constitucional em 1967, sendo incluída como princípio da ordem econômica e social, in verbis: 
“Art.157. A ordem econômica tem por fim realizar a justiça social, com base nos seguintes princípios: 
(...) III - função social da propriedade.”
A Constituição de 1967 foi submetida à Emenda Constitucional nº 1, de 17 de outubro de 1969, que alterou profundamente o diploma original, resultando praticamente na promulgação de uma nova Carta Política. Após a reforma constitucional, o direito de propriedade restou assegurado no art.153, § 22, ao tempo em que a função social foi transferida para o art.160, com uma pequena alteração no anterior texto do art.157, ficando com a seguinte redação:
“ Art.160. A ordem econômica e social tem por fim realizar o desenvolvimento social e a justiça social, com base nos seguintes princípios:
 (...) III - função social da propriedade.”
Apesar da edição de outras 26 (vinte e seis) Emendas Constitucionais no período compreendido entre 1974 e 1985, o art.160, acima transcrito, foi mantido até o fim do regime militar e a promulgação da Carta de 1988, pela Assembléia Nacional Constituinte.
Quando se trata da propriedade rural, a exigência desta destinação social torna-se ainda mais evidente, visto ser a terra - antes de tudo - um bem de produção, que tem como utilidade própria a produção de bens imprescindíveis à sobrevivência do ser humano. Não se trata, porém, de qualquer função, mas aquela de cunho social, que se destine ao interesse coletivo e não apenas ao interesse individual.
3 – IMÓVEIS RURAIS DE ACORDO COM A CONSTITUIÇÃO FEDERAL 
Com a promulgação da Constituição Federal de 1988, a antiga classificação do Estatuto da Terra foi substituída por novas terminologias: pequena propriedade, média propriedade, propriedade produtiva (art. 185, I, II), as quais foram regulamentadas pela Lei 8.629 de 23 fevereiro de 1993. A grande propriedade e a propriedade improdutiva não foram definidas na referida Lei, sendo a sua conceituação determinada por dedução, conforme veremos a seguir.
A Constituição Brasileira, não definiu a pequena propriedade. Essa definição ficou a cargo da Lei 8.629 de 25 de fevereiro de 1993, que regulamentou o texto constitucional. Em seu art. 4º, II, a pequena propriedade é caracterizada como sendo o imóvel rural de área compreendida entre 1 (um) e 4 (quatro) módulos fiscais.
Analisando, ainda, que a Constituição Federal de 1988, em seu Artigo 5º, Inciso XXVI, dá tratamento especial à pequena propriedade rural, defendo-a de possíveis execuções: "a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela família, não será objeto de penhora para pagamento de débitos decorrentes de sua atividade produtiva, dispondo a lei sobre os meios de financiar o seu desenvolvimento."
De igual modo, a média propriedade, também vem definida no art. 4º, III da Lei 8.629/93,  como sendo o imóvel rural de área superior a 4 (quatro) e até 15 (quinze) módulos fiscais.
A Constituição Federal de 1988, em seu art. 185, I, dá tratamento especial a pequena e a média propriedade rural, quando determina que elas sejam insuscetíveis de desapropriação para fins de reforma agrária, desde que seu proprietário não possua outra.
4 – IMÓVEIS OBJETOS DE DESAPROPRIAÇÃO PARA REFORMA AGRÁRIA, DESTACANDO A COMPETÊNCIA PARA TANTO
A desapropriação é transferência de bens privados para o poder público, tratando-se de um procedimento administrativo que engloba, em sua estrutura, um conjunto de atos coordenados destinados à obtenção de um fim.  A desapropriação ocorre em duas formas, observando-se os seguintes fatores declaração de utilidade, necessidade pública e interesse social, ou através do não cumprimento da função social na propriedade pelo proprietário ou possuidor que ali vive.
“Desapropriação, ou expropriação, é a transferência compulsória de bens privados para o domínio público. Trata-se de um procedimento administrativo que engendra, em sua tessitura, um conjunto de atos coordenados à consecução de um fim [...].”
O art. 182 da Constituição Federal estabelece a desapropriação para fins de reforma agrária, e nesta hipótese de expropriação, a indenização não será prévia, mas sim em títulos da divida agrária (TDA), conterão cláusula assecuratória de preservação do seu valor real, e será remissível a partir do segundo ano de sua emissão, em percentual proporcional ao prazo, através dos requisitos postulados no art. 5º, § 3º da Lei 8629/93, vide:
 “Art. 5º A desapropriação por interesse social, aplicável ao imóvel rural que não cumpra sua função social, importa prévia e justa indenização em títulos da dívida agrária.
[...]
§ 3º Os títulos da dívida agrária, que conterão cláusula assecuratória de preservação de seu valor real, serão resgatáveis a partir do segundo ano de sua emissão, em percentual proporcional ao prazo, observados os seguintes critérios:
 I - do segundo ao décimo quinto ano, quando emitidos para indenização de imóvel com área de até setenta módulos fiscais;
II - do segundo ao décimo oitavo ano, quando emitidos para indenização de imóvel com área acima de setenta e até cento e cinqüenta módulos fiscais; e
 III - do segundo ao vigésimo ano, quando emitidos para indenização de imóvel com área superior a cento e cinqüenta módulos fiscais.”  
Conforme está previsto no artigo 2º da Lei nº 8.629/93, a propriedade rural que não cumprir com a função social, prevista no artigo 9º da referida lei, quais sejam, aproveitamento racional e adequado; utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e preservação do meio ambiente; observância das disposições que regulam as relações de trabalho; exploração que favoreça o bem-estar dos proprietários e dos trabalhadores é passível de desapropriação.
Porém, para que ocorra a reforma agrária, devem ser cumpridas às fases de desapropriação. A Constituição previu a necessidade de uma Lei Complementar para regulamentar o processo de desapropriação para fins de reforma agrária, trata-se da lei nº 76/93, a qual ficou conhecida como Lei Processual da Reforma Agrária.
O caput do art. 184 da Constituição Federal vigente consagra competência privativa à União, através do INCRA, para desapropriar imóveis rurais que não estejam cumprindo sua função social.
Vejamos o que dispõe, neste sentido, a norma especial constitucional sobre o assunto:
“Art. 184. Compete a União desapropriar por interesse social, para fins de reforma agrária, o imóvel rural que não esteja cumprindo sua função social, mediante prévia e justa indenização em títulos da dívida agrária, com cláusulas de preservação do valor real, resgatáveis no prazo de um vinte anos, a partir do segundo ano de sua emissão, e cuja utilização será definida em lei.”
STJ entende que os Estados não possuem competência para ingressar com desapropriação para fins de reforma agrária. 
Art. 109, CF. Aos juízes federais compete processar e julgar: 
I - as causas em que a União, entidade autárquica ou Empresa Pública Federal forem interessadas na condição de Autoras, rés, assistentes ou oponentes, exceto as de falência, as de acidentes de trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e à 
Justiça do Trabalho; 
 
Compete a Justiça Federal julgar, conforme o artigo 109 inc. I da CF porem pode se aplicar de forma subsidiária o artigo 5º da Constituição Federal vindo a complementar que traz a competência a Justiça Federal do lugar do imóvel. 
BIBLIOGRAFIA
MARQUES, Benedito Ferreira. Direito Agrário Brasileiro. 11ª. Ed Editora Atlas: São Paulo, 2015.
BRASIL. Constituição Da República Federativa Do Brasil de 1988. Disponível em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm >. Acesso em: 23 de maio de 2018.
 Lei nº 4.504, de 30 de novembro de 1964. Estatuto da Terra. Disponível em < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L4504compilada.htm>. Acesso em: 23 de maio de 2018 
https://jus.com.br/artigos/37324/procedimento-de-desapropriacao-para-fins-de-reforma-agraria/2.Acesso em: 23 de maio de 2018
https://www.passeidireto.com/arquivo/10973602/desapropriacao-para-fins-de-reforma-agraria Acesso em: 23 de maio de 2018

Outros materiais