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LIDANDO COM A MORTE E O SENTIMENTO DE PERDA DESENVOLVIMENTO HUMANO PAPALIA E FELDMAN CAPÍTULO 19 As muitas faces da morte Morte: é um fato biológico Aspectos sociais Aspectos culturais Aspectos religiosos Aspectos legais Aspectos psicológicos Aspectos clínicos Aspectos éticos Aspectos de desenvolvimento Aspectos culturais: Hoje em dia: critérios de morte mais complexos com os aparatos médicos que prolongam a vida Cuidados relativos aos terminais e mortos Ambiente onde a morte ocorre Costumes e rituais de luto Revolução da mortalidade Década de 1900 Causas de morte: Doenças que afetavam crianças e jovens: Pneumonia Gripe Tuberculose Diarréia Enterite Revolução da mortalidade Anos 2000 Três quartos dos óbitos entre indivíduos de 65 anos e mais Doenças cardíacas, câncer e derrame Quando passa a ser um fenômeno do final da idade adulta: invisível e abstrata Idosos morrem em asilos Cuidados com terminais e mortos transferidos para profissionais Já teve conotação de falha médica e não fim natural da vida Revolução da mortalidade Nova Mudança: Violência Drogas Pobreza Desastres naturais AIDS Tanatologia: Estudo da Morte e do Morrer Assistência ao terminal Cuidados pessoais para o paciente e a família Foco nos cuidados paliativos: alívio da dor Controle dos sintomas para manter a qualidade de vida Permitir que o paciente morra em paz e com dignidade Geralmente em casa Familiares com participação ativa Enfrentando a Morte e a Perda: Questões Psicológicas Face a face com a própria morte Pessoas em torno dos 100 anos: Declínios funcionais Perda de interesse por comer e beber Morte natural Declínio terminal: Redução em várias capacidades cognitivas observadas antes da morte prevêem a morte com 11 anos de antecedência Experiências de quase morte Visão de luzes Fora do corpo Interpretadas como resultantes de mudanças fisiológicas que acompanham o processo de morrer Elizabeth Kubler-Ross Psiquiatra Em 1970 realizou um estudo com 500 pacientes terminais Propôs cinco estágios da morte: Negação Raiva Barganha Depressão Aceitação Elizabeth Kubler-Ross Críticas: Nem todos passam pelos mesmos estágios e não na mesma ordem Não são um modelo de boa morte Modelo clássico de elaboração do luto: 3 estágios 1) Choque e descrença: Várias semanas, sobretudo ante a morte súbita ou inesperada Sentimentos de confusão 2) Preocupação com a memória do falecido Seis meses a dois anos Tenta resolver o problema da morte, mas ainda não pode aceitá-la Sentimentos de que o falecido está presente 3) Resolução Renovação do interesse pelas atividades cotidianas Sentimentos de afeto misturados com tristeza (não dor aguda ou ansiedade) Luto: múltiplas variações Estudos sobre reações a perdas importantes: Morte do ente querido Perda da mobilidade por danos na coluna vertebral 1) Padrão normalmente esperado: A pessoa passa do sofrimento intenso ao leve 2) Luto ausente: Sem sofrimento intenso no começo nem mais tarde 3) Luto crônico: Sofrimento por um longo tempo Mitos ligados ao luto 1) Depressão não é universal 2) Sofrimento intenso no começo não evita problemas a longo prazo 3) Nem todos precisam “lidar” com a perda ou se beneficiam disso 4) Nem todos voltam rapidamente ao normal 5) Nem sempre as pessoas conseguem resolver o seu luto e aceitar a perda Psicoterapia do luto Ajudar a pessoa a expressar sentimentos de: Pesar Culpa Hostilidade Raiva Encoraja o paciente a rever seu relacionamento com o falecido e integrar a morte às suas vidas Muitas vezes inútil ou prejudicial Mais efeito em enlutados crônicos Morte e perda ao longo do curso da vida Infância e adolescência Pesquisa neopiagetiana 5 e 7 anos: Criança entende que a morte é irreversível, universal e inevitável Antes disso: Alguns dos grupos de pessoas (pais, professores e crianças) não morrem Os espertos podem evitar a morte A criança viverá para sempre Um morto pode pensar e sentir Compreensão completa da morte só no período escolar Ajudar a criança a entender a morte: Apresentar o conceito desde pequena Incentivar que ela fale sobre isso A morte de animal de estimação pode ajudar A Criança – o Luto e a Perda Modos da criança e expressar o luto: Depende do desenvolvimento cognitivo e emocional Pode ser com raiva Pode ficar confusa com os eufemismos dos adultos Perda mais difícil se o relacionamento com o morto foi conturbado Ajudar a criança lidar com a perda: Ajudá-la a entender que a morte inevitável e é o fim Que não causou a morte por causa de maus comportamentos ou pensamentos Não fazer mudanças no ambiente ou na rotina Responder perguntas de maneira simples e sincera Incentivar a criança a falar sobre seus sentimentos sobre o morto Morte na Idade adulta Jovens: Vêem seu mundo ruir de repente em face da morte Meia idade: Percebem com mais clareza a finitude. Pensam no tempo que resta e em como aproveitá-lo Idosos: Sentimentos diversos: medo, negação Perdas importantes Cônjuge Mulheres Viúvas mais cedo Difícil para as que estruturam suas vidas como esposa se para agradar os maridos Essas mulheres perdem o companheiro e a função Qualidade do relacionamento afeta o grau com que a viuvez afeta a saúde mental Pode afetar a saúde física Problemas práticos: financeiros Muitas não querem casar de novo Perdas importantes Perda de um dos pais na idade adulta Perda de ambos os pais no início da vida adulta: experiência não normativa que pode afetar negativamente a saúde física ou mental Mudança nos outros relacionamentos Assumir responsabilidades Mais liberdade Perdas importantes Perda do segundo genitor: Mais impactos Reconhecimento da fatalidade da morte pode fazer com que algumas pessoas procurem resolver problemas de vínculo enquanto ainda é tempo Perdas importantes Perda de filho Sempre um choque terrível, independente da idade do filho Evento prematuro, fora do curso natural Pais podem sentir que falharam Muitos pais têm dificuldade em falar da morte com um filho terminal Os que conseguem referem-se à sensação de fechamento que ajuda a enfrentar a perda Casais unidos podem se unir mais Em alguns casos: a perda enfraquece união e destrói o casamento Muitos se voltam para o trabalho, outros relacionamentos e grupos de apoio Perdas importantes Luto do aborto Pais: Desesperados com a frustração e o sentimento de impotência Encontravam conforto no apoio que deram a companheira Questões médicas legais e éticas Suicídio Em muitos países não é crime Ainda muito estigma contra por questões religiosas Estatísticas subestimam o número: Acidentes de carro ou overdoses não classificados Tentativas não incluídas Taxas aumentam com a idade Mais altas entre homens idosos deprimidos e socialmente isolados Tendem a ter sucesso na primeira tentativa Afastamento do convívio com a família e amigos Conversas sobre morte e suicídio Desfazer-se de objetos estimados Abuso de álcool e drogas Mudanças depersonalidade (raiva, tédio, apatia) Podem negligenciar a aparência Afastar-se do trabalho Queixar-se de problemas físicos quando não existem Dormir ou comer mais ou menos que o normal Sinais de depressão Dificuldade de concentração Perda de auto-estima Desamparo, Desesperança, Ansiedade, Pânico Parentes: as outras vítimas do suicídio SINAIS DE ADVERTÊNCIA Ajuda para morrer Eutanásia: Boa Morte Ativa: ação empreendida direta e deliberadamente para abreviar a vida Passiva: retirar ou interromper tratamentos que poderiam prolongar a vida Suicídio assistido: O paciente pede ajuda para pôr fim à própria vida Ajuda para morrer Formas EUTANÁSIA Morte provocada direta e deliberadamente para abreviar a vida (ativa ou passiva). Não é permitida por Lei (pode ser enquadrada em homicídio, mas se for um caso de suicídio assistido (com autorização antecipada pode ter atenuantes) DISTANÁSIA: Prolongamento artificial do processo de morte e por consequência prorroga também o sofrimento da pessoa. Muitas vezes o desejo de recuperação do doente a todo custo, ao invés de ajudar ou permitir uma morte natural, acaba prolongando sua agonia. ORTOTANÁSIA: Significa morte correta, ou seja, a morte pelo seu processo natural. Neste caso o doente já está em processo natural da morte e recebe uma contribuição do médico para que este estado siga seu curso natural. Não é considerada crime pois não é causa da morte, uma vez que o processo de morte já está instalado. Ajuda para morrer Autorização antecipada A pessoa sã mentalmente pode expressar num documento instruções para quando e como interromper assistência TESTAMENTO VITAL (TV) É uma resolução, não tem poder de Lei, portanto é passível de processos. Instruções específicas quanto à interrupção de tratamento e gerenciamento da dor. A Lei atual já respeita a autonomia do paciente e família, contudo, garantindo a manutenção da vida. O TV pode limitar ações terapêuticas em concordância com a família (ORTOTANÁSIA). O testamento Vital não substitui o desejo da família. Suicídio assistido: prós e contras Argumentos éticos a favor: • Princípio de autonomia e de autodeterminação: pessoas devem ter direito a controlar a própria vida, momento e natureza da sua morte • Preservação da dignidade e personalidade do indivíduo que está morrendo Argumentos clínicos a favor • Médico deve abreviar o sofrimento • O paciente é que toma a iniciativa Argumentos legais a favor • Legalização permite regulamentação de práticas que hoje ocorrem de qualquer maneira • A favor da legalização de todas as formas de eutanásia voluntária • Questão: não como a morte ocorre, mas quem toma a decisão Suicídio assistido: prós e contras Argumentos éticos contra • Tirar a vida é errado • Preocupação com a proteção aos menos favorecidos • Autonomia limitada pela pobreza ou incapacidade • Pacientes poderão desejar a morte para impedir que famílias gastem dinheiro Argumentos clínicos contra • Erro diagnóstico • Possibilidade futura de novos tratamentos • Prognóstico incorreto • Incompatível com o papel do médico Argumentos legais contra: • Preocupação com processos legais quando a família discorda Questões especiais: Recém-nascidos com condições incuráveis ou prognósticos muito ruins de qualidade de vida: interromper tratamento nessas condições é uma prática médica amplamente aceita Desenvolvimento: um processo para a vida toda Morrer: uma experiência de desenvolvimento Coisas a serem ganhas e realizadas quando se morre: Tempo com e para aqueles que nos são próximos Realização de um derradeiro e duradouro senso de auto-valor Estar preparado para se desligar Elementos inestimáveis da boa morte Vida Humana Tensão entre as possibilidades de crescimento e o tempo finito em que ocorre o crescimento Cada pessoa contribui para a história inacabada do desenvolvimento ao escolher com que vai se ocupar e se dedicando ao máximo a isso.
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