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dos crimes contra a paz pública - resumo

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Titulo IX
Dos Crimes contra a Paz Pública
Incitação ao crime 
Art. 286 - incitar, publicamente, a prática de crime: 
Pena - detenção, de três a seis meses, ou multa.
Qual o objeto jurídico protegido? “É a paz pública, ou seja, o sentimento de tranqüilidade e segurança imprescindível à convivência social.” (Mirabete).
É crime de perigo abstrato ou concreto? Abstrato: “não havendo, portanto, necessidade de demonstração da situação de risco ocorrida pelo bem juridicamente protegido”. Trata-se de crime formal dispensando a efetiva prática de crime por parte dos que receberam a mensagem.
Sujeito Ativo: qualquer pessoa (crime comum).
Sujeito Passivo: a coletividade (crime vago).
Qual o tipo objetivo?
>Incitar: Induzir, instigar, provocar, excitar, estimular.
Obs.: a incitação pode se dar por qualquer meio: panfletos, cartazes, discursos, gritos em público, e-mail, sites na internet, entrevistas nos meios de comunicação, etc. Ex.: quem mantém site dizendo que marido traído deve espancar a esposa; quem, em entrevista, aconselha as pessoas a não pagar por serviços, devendo fazer ligações clandestinas de água, luz, telefone; líder sindical que, em discurso, diz que os operários devem depredar as indústrias em que trabalham.
Qual o tipo subjetivo? “O dolo é a vontade de incitar, ou seja, de instigar a prática de crime, tendo o agente ciência de que está dirigindo-se a número indeterminado de pessoas” (Mirabete).
Obs.: Induzir pessoa certa e determinada à prática de um crime específico constitui participação no delito efetivamente praticado.
Obs.: A incitação à prática de crime que envolva preconceito racial constitui infração mais grave prevista no art. 20 da lei 7.716/89.
Obs.: a conduta de estimular genericamente o ingresso de pessoas à delinquência não constitui crime.
Obs.: Não caracteriza o delito a simples opinião no sentido de ser legalizada certa conduta.
Publicamente: “tudo aquilo que é dirigido ao público é aberto a qualquer pessoa, ao povo em geral, e é percebido por número indeterminado de pessoas.” (Rúbia Girão).
“A publicidade é constituída também pelo lugar, o momento e outras circunstâncias que tornam possível a audição, por indeterminado número de indivíduos, do incitamento ao delito” (Magalhães Noronha). 
A incitação deverá ser dirigida a um número indeterminado de pessoas? “É indiferente que o incitamento se dirija in incertam personam ou a pessoa determinada, contanto que percebido ou perceptível por indefinido número de pessoas.” (Rogério Greco).
Jurisprudência:
Incitação ao crime: caracterização – TJDF:
“Incitação ao crime – caracterização – agente que publicamente, incita moradores a desobedecerem ordem legal de desocupação de imóvel objeto de invasão, incentivando-os a agredirem os policiais mediante o uso de paus e pedras, de molde a impedir que os agentes públicos executassem o ato – inteligência do art. 286 do cp.”
TACRSP: “incitação ao crime. Configuração, em tese. Prefeito municipal que, publicamente, exorta posseiros a desobedecerem ordem judicial, consistente na medição perimétrica de imóvel que detém. Habeas corpus denegado ”.
Exigência de publicidade – TACRSP: “é mister que a incitação se faça perante certo número de pessoas; sem o que se poderá falar em perturbação da paz pública, em alarma social.” (JTACRIM 84/221).
Como ocorre a consumação?
“O delito se consuma quando o agente, incitando publicamente a prática de crime, coloca, efetivamente, em risco a paz pública, criando uma sensação de instabilidade social, de medo, de insegurança no corpo social.” (Rogério Greco).
“Consuma-se o crime coma simples incitação, com a instigação pública. É indispensável, porém, que um número indeterminado de pessoas tome conhecimento da incitação, ainda que seja dirigida a pessoas determinadas.” (Mirabete).
“A consumação ocorre com a incitação dirigida a número indeterminado de pessoas, independentemente da prática do crime incitado (perigo abstrato)” (Rogério Sanches).
O que acontece com o agente se o crime incitado por ele for praticado?
“O instigado poderá (se comprovado o nexo causal) responder também por ele em concurso material (art. 69 do CP).” (Rogério Sanches).
“Se o destinatário da instigação for único e efetivamente cometer o crime, pode o autor da incitação ser considerado partícipe (art. 29 do CP). Nessa hipótese, o crime de perigo (art. 286) é absorvido pelo crime de dano cometido. Entretanto, se forem vários os destinatários da incitação e apenas um deles cometer o crime, haverá concurso formal, isto é, o gente da incitação responde pelo delito do art. 286 e também pelo crime cometido pela pessoa que praticou a infração estimulada.” (Nucci).
É possível a tentativa?
“Dependendo do meio utilizado pelo agente para incitar publicamente a prática de crime, será possível ou não o reconhecimento da tentativa.” (Rogério Greco).
“A tentativa é admissível, desde que não se trate de incitação oral” (Rogério Sanches e Mirabete).
Ação penal: pública incondicionada, de competência do Juizado Especial Criminal.
Apologia de crime ou criminoso
Art. 287 - fazer, publicamente, apologia de fato criminoso ou de autor de crime:
Pena - detenção, de três a seis meses, ou multa. 
O que significa fazer apologia?
“... É elogiar, louvar, enaltecer, gabar, exaltar, defender.” (Mirabete).
“Conseqüentemente é elogiar , enaltecer, exaltar o crime ou delinqüente, de modo que constitui um incitamento implícito a prática do delito. É mister que o agente elogie o crime em si, ou o criminoso como tal, ou noutras palavras, aplauda o fato vedado pela lei ou seu autor.” (Magalhães Noronha).
É enaltecer um crime já ocorrido ou o autor do delito por tê-lo cometido. Ex.: pessoa que em entrevista elogia empresário que comprovadamente sonegou impostos, ou elogia assassino porque matou determinada pessoa.
Obs.: não configura crime quando agente se limita a tentar justificar as razões do criminoso ou simplesmente narra o fato.
Diferença: difere da incitação porque se refere a fato pretérito. 
Obs.: pode se dar por qualquer meio: panfletos, cartazes, discursos, gritos em público, e-mail, sites na internet, entrevistas nos meios de comunicação, etc.
Obs.: com a revogação da lei de imprensa – ADPF nº 130, este delito pode ser praticado por meio de rádio, televisão ou jornal.
(De fato criminoso: “neste tipo penal, utiliza-se a expressão como sinônimo de crime, não se considerando a contravenção penal” (Nucci). 
“Para que se configure o delito em estudo, o fato sobre o qual o agente faz apologia deve ser classificado como um delito, não se podendo cogitar da mencionada infração penal quando o agente, por exemplo, enaltecer a prática de uma contravenção penal.” (Rogério Greco).
Jurisprudência
Apologia de contravenção: inexistência de crime – STJ: “apologia de crime ou criminoso. Contravenção penal. Paz pública. A denúncia deve descrever a infração penal, com todas as suas circunstâncias. No caso do art. 287 do CP, indicar a conduta que elogia ou incentiva ‘fato criminoso’ ou ‘autor de crime. A apologia de contravenção penal não satisfaz elemento constitutivo desse delito”.
Sujeito Ativo: qualquer pessoa
Sujeito Passivo: a coletividade
Qual o tipo objetivo? Fazer apologia
Qual o tipo subjetivo “O dolo é a vontade de fazer a apologia incriminada. É indispensável que o agente tenha ciência de que está dirigindo-se a número indeterminado de pessoas, embora dirigi-la diretamente a pessoas certas” (Mirabete).
Como ocorre a consumação?
“O delito se consuma quando o agente, levando a efeito a apologia de crime ou criminoso, coloca, efetivamente, em risco a paz pública, criando uma sensação de instabilidade social, de medo, de insegurança no corpo social.” (Rogério Greco).
“Consuma-se o crime com a apologia, independentemente da efetiva perturbação da ordem pública (perigo abstrato)” (Rogério Sanches).
É possível a tentativa?
“A tentativa é possível, como no delito de incitação ao crime, quando não se tratar deapologia oral” (Mirabete). 
Ação penal: pública incondicionada, de competência do Juizado Especial Criminal.
Associação Criminosa
Art. 288 - associarem-se três pessoas ou mais pessoas, para o fim de cometer crimes:
Pena - reclusão, de um a três anos. 
A denominação “associação criminosa” surgiu com a Lei 12.850/13. 
Ocorreu abolitio criminis em relação ao delito de quadrilha ou bando? O fato de ter sido excluída a denominação “quadrilha ou bando” do art. 288 do CP, não significa que houve abolitio criminis em relação a fatos anteriores à Lei 12.850/13, uma vez que a conduta não deixou de ser considerado crime com a nova redação – ao contrário, passou a ser mais fácil sua configuração.
Sujeito Ativo: qualquer pessoa (crime comum). Trata-se de crime de concurso necessário.
Sujeito Passivo: a sociedade
Qual o tipo objetivo? Associar-se
O que é associar-se? “Reunião não eventual de pessoas, com caráter relativamente duradouro” (Rogério Greco).
Qual o tipo subjetivo
“O dolo. Exige-se elemento subjetivo específico, consistente na finalidade de cometer crimes” (Nucci). 
Obs.: O tipo exige o mínimo de três pessoas, sendo que nesta contagem incluem-se os menores, os associados que morrerem, os comparsas que não foram identificados ou que foram referidos apenas por meio de alcunhas. 
Diferença: o delito de associação criminosa diferencia do concurso comum de pessoas (coautoria e participação), pois na associação criminosa as pessoas se reúnem de forma estável, enquanto no concurso elas se unem de forma momentânea. Também, na associação criminosa os agentes visam a prática de um número indeterminado de infrações, existindo, portanto, intenção de reiteração.
TJSP: se os agentes não se unem para delinquir de modo indeterminado e permanente, mas em caráter transitório, ocorre, na realidade, ocasional concurso de agentes.
Em suma, se dez pessoas se juntam para roubar um banco e depois cada um vai para um canto, não há delito de associação criminosa – apenas roubo.
Obs.: se três pessoas estava associadas para praticar crimes antes da lei 12.850/13, não haverá crime. Porém, se continuarem associadas após a entrada em vigor da citada lei, podem ser punidas em virtude do caráter permanente dessa infração. (súmula 711 do STF).
A associação pode ser montada para praticar crimes determinados, como exemplo, grupo que se associa para montar um desmanche de veículos, torcedores que se organizam para agredir torcida rival. Porém, nada obsta que o grupo pratique infrações diversificadas.
A associação para a prática de contravenção penal não constitui associação criminosa, já que o art. 288 se refere expressamente à união para a prática de crimes.
Associação armada:
Parágrafo único - a pena aumenta-se até metade se a associação é armada ou se houver a participação de criança ou adolescente. 
Quantos membros devem portar armas para configurar o aumento da pena?
“Não há necessidade, ainda, de que todos os elementos que integram a quadrilha estejam armados para aplicação da majorante, bastando que apenas um deles se encontre nessa condição, para que todos tenham sua pena especialmente agravada.” (Rogério Greco).
“Parece-nos possível configurar a causa de aumento quando apenas um dos membros da quadrilha está armado.” (Nucci). 
Armado: “como o tipo penal não estabelece qualquer restrição, entende-se ser possível configurar a causa de aumento tanto a arma própria como a imprópria” (Nucci). 
Arma imprópria: instrumento utilizado extraordinariamente como arma, embora sem ter essa finalidade, como ocorre com a faca de cozinha, pedaços de pau, entre outros
Arma própria: instrumento destinado a servir de arma, como armas de fogo, punhais, espadas.
A nova redação é mais benéfica que a anterior que permitia o aumento no dobro. Assim, tratando-se de lei mais favorável, retroagirá para beneficiar pessoas que já tenham sido condenadas pelo crime de quadrilha armada.
Figura qualificada:
O art. 8º da Lei 8.072/90 dispõe que será de 3 a 6 anos de reclusão a pena prevista no art. 288 do CP quando se tratar de união visando à prática de crimes hediondos, tortura ou terrorismo. Este mesmo dispositivo do art. 8º também menciona a associação para a prática do tráfico de drogas, porém, atualmente, a união de duas ou mais pessoas para a prática de tráfico, de forma reiterada ou não, constitui o crime do art. 35 da lei 11.343/06, punido com reclusão de 3 a 10 anos, chamado de associação para o tráfico. Além disso, o art. 35, § único, da mesma lei, pune com a mesma pena a associação de duas ou mais pessoas para o financiamento reiterado do tráfico. 
Delação premiada:
O art. 8º, § único da lei dos crimes hediondos dispõe que o participante ou associado que denunciar à autoridade (juiz, promotor, delegado) o bando ou quadrilha, possibilitando seu desmantelamento, terá a pena reduzida de um a dois terços. Apesar de o dispositivo mencionar expressamente o crime de “quadrilha ou bando”, aplica-se ao atual art. 288 do CP, uma vez que é norma benéfica que gera redução de pena. Deve haver efetivamente o desmantelamento do grupo. No caso concurso material entre o delito de associação criminosa e outros delitos praticados por seus integrantes, a redução da pena atingirá apenas à associação. 
Organização criminosa x associação criminosa:
O art. 2º, caput, da lei 12.850/13 tipificou um novo crime de concurso necessário denominado “organização criminosa”. A nova tipificação penal consiste em “promover, constituir, financiar ou integrar, pessoalmente ou por interposta pessoa, organização criminosa”. Trata-se de delito mais grave que associação criminosa com pena de 3 a 8 anos de reclusão. O art. 1º, § 1º da lei 12.850/13 definiu organização criminosa: considera-se organização criminosa a associação de 4 (quatro) ou mais pessoas estruturalmente ordenada e caracterizada pela divisão de tarefas, ainda que informalmente, com objetivo de obter, direta ou indiretamente, vantagem de qualquer natureza, mediante a prática de infrações penais cujas penas máximas sejam superiores a 4 anos, ou que sejam de caráter transnacional. 
Assim, não basta haver a associação de quatro ou mais pessoas para a prática de crimes, devendo o bando ter uma estrutura organizada e divisão de tarefas, caso contrário teremos o delito de associação criminosa (art. 288 do CP).
Como ocorre a consumação?
“O delito se consuma no momento em que ocorre a associação criminosa, não havendo necessidade de ser praticado qualquer crime em virtude do qual a associação foi formada.” (Rogério Greco). Trata-se de crime formal.
“O momento consumativo do crime é o momento associativo, pois com este já se apresenta um perigo suficientemente grave para alarmar o público ou conturbar a paz ou tranqüilidade de ânimo da convivência social.” (Nelson Hungria).
A associação criminosa é autônomo em relação aos delitos que efetivamente venham a ocorrer. Assim, haverá concurso material entre o delito de associação criminosa e as demais infrações efetivamente praticadas.
Obs.: quando os delitos cometidos forem de roubo ou furto, que já possuem qualificadoras ou causa de aumento de pena pelo envolvimento de pelo menos duas pessoas, há divergência na doutrina e na jurisprudência, quanto ao correto enquadramento, caso tais crimes sejam praticados por três ou mais membros de uma associação criminosa. Para alguns, os agentes respondem por associação criminosa em concurso material com furto ou roubo simples, porque a aplicação da qualificadora ou causa de aumento seria bis in idem. Para outros, os agentes respondem por associação criminosa e pelos crimes qualificados, porque a associação é um crime de perigo contra a coletividade decorrente da mera formação do grupo em caráter estável, enquanto a qualificadora decorre da maior gravidade da conduta contra a vítima do caso concreto. Esse é o entendimento que vem sendo adotado pelo STF e STJ.
É possível a tentativa?
“Não admite tentativa em razão da estabilidade e permanência requeridas” (Nucci).Constituição de milícia privada
Art. 288-A. Constituir, organizar, integrar, manter ou custear organização paramilitar, milícia particular, grupo ou esquadrão com a finalidade de praticar qualquer dos crimes previstos neste código;
Pena: reclusão, de 4 a 8 anos.
Tipo objetivo: 
Este dispositivo foi introduzido pela lei 12.720/12. Também traz uma associação de pessoas com a finalidade específica de cometer crimes. Por expressa previsão legal, entretanto, só se configura se a intenção for a de cometer crimes do código penal. Se a milícia visar o cometimento de crimes de lei especial, o enquadramento será no crime de associação criminosa.
O dispositivo se refere às milícias privadas que se unem para prestar serviços de segurança em certa localidade e que, nesta condição praticam diversos crmes como roubo, extorsão, etc.
O aspecto que diferencia o delito de milícia privada do crime de associação criminosa é a sua forma de atuação. Nas milícias, um grupo de pessoas previamente organizado toma, mediante violência e ameaça, determinado território e passa a atuar de forma ostensiva, fazendo as vezes de polícia preventiva.
Condutas típicas:
>Constituir: criar, fundar;
>organizar: estruturar, estabelecer bases para o funcionamento;
>integrar: unir-se às atividades do grupo, fazer parte da milícia;
>manter: após a constituição , colaborar para que prossiga em suas atividades;
>custear: colaborar financeiramente para a existência da organização.
Haverá concurso matéria entre os crimes de constituição de milícia privada com os delitos efetivamente praticados pelos integrantes do grupo.
A doutrina entende, pela posição geográfica ao lado do delito de associação criminosa, que o número mínimo para a formação de uma milícia privada é de três pessoas. 
Sujeito ativo: qualquer pessoa (crime comum). Não há como requisito a exigência de que seja policial.
Sujeito passivo: qualquer pessoa.
Consumação: se dá com a constituição da milícia. Trata-se de crime permanente e exige estabilidade, ou seja, intenção de agir de forma reiterada. 
Ação penal: pública incondicionada.

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