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USO DE TOXINA BOTULINICA NO TRATAMENTO DE DISPAREUNIA DE INTROITO

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FACULDADE ÚNICA DE IPATINGA 
BACHARELADO EM BIOMEDICINA 
 
 
 
 
BÁRBARA CRISTINA R. GOMES 
ISABELA LIMA LAGE 
SHARA ROSCELY A. SILVA 
VANESSA LUCIANA DE S. ALMEIDA 
 
 
 
 
 
 
TOXINA BOTULÍNICA NO TRATAMENTO 
 DE DISPAREUNIA DE INTROITO 
 
 
 
 
 
 
 
IPATINGA 
2018 
 
BÁRBARA CRISTINA R. GOMES 
ISABELA LIMA LAGE 
SHARA ROSCELY A. SILVA 
VANESSA LUCIANA DE S. ALMEIDA 
 
 
 
 
 
TOXINA BOTULÍNICA NO 
 TRATAMENTO DE DISPAREUNIA DE INTROITO 
 
 
 
 
 
 
 
Trabalho acadêmico elaborado e apresentado 
ao curso de Graduação de Biomedicina da 
Faculdade Única de Ipatinga, como requisito 
parcial para conclusão do 3º período. 
Orientador: Leonardo de Araujo Lopes 
 
 
 
 
 
 
 
IPATINGA 
2018 
 
RESUMO 
 A Dispareunia de Introito conhecida como uma disfunção sexual dolorosa é definida 
como dor persistente ou recorrente, muitas vezes confundida com o vaginismo por 
apresentar sintomas bem parecidos, sintomas esses originados de fatores orgânicos 
e psicológicos. O diagnóstico é baseado na anamnese e no exame físico, porem por 
se tratar de uma disfunção com uma etiologia multifatorial faz com que esse 
diagnóstico se torne bem complexo. Existem formas terapêuticas para o tratamento 
da dispareunia, no entanto, este estudo tem como objetivo o tratamento com a 
Toxina Botulínica- A. A dispareunia de introito após ser controlada proporciona à 
mulher uma qualidade de vida melhor, aumentando sua autoestima, autoconfiança, 
melhorando a vida sexual com seu parceiro. 
PALAVRAS CHAVE: Dispareunia, Dispareunia de Introito e Toxina Botulínica. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ABSTRACT 
 Dyspareunia of Introito known as a painful sexual dysfunction is defined as 
persistent or recurrent pain, often confused with vaginismus because it presents very 
similar symptoms, symptoms that originate from organic and psychological factors. 
The diagnosis is based on anamnesis and physical examination, but because it is a 
dysfunction with a multifactorial etiology, this diagnosis becomes very complex. 
There are therapeutical forms for the treatment of dyspareunia, however, this study 
aims at the treatment with Botulinum Toxin A. The introitus dyspareunia after being 
controlled gives women a better quality of life, increasing their self-esteem, self-
confidence, sex with your partner. 
KEYWORDS: Dyspareunia, Dyspareunia of Introito and Botulinum Toxin. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
INDICES DE ABREVIATURAS E SIGLAS 
 
ACh- Acetilcolina 
OMS- Organização Mundial da Saúde 
PRGC- Peptídeo Relacionado ao Gene da Calcitonina 
RSH- Resposta Sexual Humana 
TxB- Toxina Botulínica 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SÚMARIO 
 
1- INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 7 
2- OBJETIVO GERAL ................................................................................................ 8 
3- OBJETIVOS ESPECÍFICOS ................................................................................... 8 
4- JUSTIFICATIVA ..................................................................................................... 8 
5- METODOLOGIA ..................................................................................................... 8 
6- DESENVOLVIMENTO ............................................................................................ 9 
7- DIAGNÓSTICO DA DISPAREUNIA ..................................................................... 11 
8- TRATAMENTO ..................................................................................................... 12 
8.1- Toxina Botulínica .......................................................................................... 12 
8.2- Mecanismo de Ação da Toxina Botulínica.................................................. 13 
9- CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................. 15 
10- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................... 15 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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1-INTRODUÇÃO 
O transtorno sexual doloroso feminino é uma condição altamente prevalente e 
provoca um enorme impacto negativo na qualidade de vida das mulheres 
acometidas e de seu parceiro sexual. (BRASIL; ABDO, 2016). É estimado que cerca 
de 40 a 45% das mulheres sofre com alguma disfunção sexual. (BARROS; 
MEIRINHA; BALTAZAR, 2014). 
A dispareunia de introito é uma dessas disfunções sexual. A dispareunia é 
definida como dor persistente ou recorrente pela tentativa, penetração ou 
experiência do ato sexual, com penetração vaginal. (FLEURY, ABDO, 2013). Esse 
desconforto por sua vez interfere na resposta orgástica de modo a criar um 
verdadeiro ciclo vicioso: a dor leva ao temor da dor que, por sua vez, interfere na 
fase de excitação, diminuindo a lubrificação e reforçando o processo doloroso. 
(FRANÇA, 2005). Ocorre em maior frequência em adolescente no início da atividade 
sexual e em mulheres no período da menopausa. No Brasil, 17,8% das mulheres 
relatam dor na relação sexual. (BRASIL; ABDO, 2016). 
Essas dores no ato sexual podem ser divididas como superficial ou introito e a 
profunda. A primeira ocorre na entrada do canal vaginal, à medida que a outra 
envolve o baixo abdômen e os órgãos pélvicos. (FLEURY, ABDO, 2013). 
De acordo com Marques et al (2008). Pode-se pensar a resposta sexual 
humana (RSH) em três dimensões: a biológica, a psicológica e a social, todas elas 
entrelaçadas entre si. A RSH é uma resposta fisiológicas cuja função é preparar os 
corpos de dois parceiros para a união reprodutora. A resposta sexual feminina 
transforma o espaço potencial da vagina, apertada e seca, num receptáculo bem 
lubrificado e aberto para o pênis. 
Muitas as mulheres que sofrem com a dor genital, tem tendência a tolerar o 
desconforto sexual por muito tempo sem procurar ajuda, acreditando estar 
atendendo às necessidades do parceiro, apesar do impacto negativo dessa 
condição em si própria e na parceria. As mulheres que persistem em continuar sem 
assistência médica, correm o risco que o distúrbio se torne crônico provocando 
ainda mais um sofrimento emocional. (FLEURY, ABDO, 2013). 
 
8 
 
2- OBJETIVO GERAL 
 
Descrever sobre o tratamento da dispareunia de introito através da utilização da 
Toxina Botulínica. 
3- OBJETIVOS ESPECÍFICOS 
 
 Determinar as causas da Dispareunia de Introito; 
 Diferenciar Dispareunia de Vaginismo; 
 Apresentar uma forma de tratamento eficiente para melhora na autoestima da 
mulher. 
4- JUSTIFICATIVA 
 
O motivo pela escolha do tema foi a falta de diagnóstico sobre a dispareunia 
de introito, considerando que se trata de uma disfunção sexual que afeta 
principalmente as mulheres e apresenta múltiplas etiologias. 
5- METODOLOGIA 
 
 Este estudo baseou-se em uma estratégia qualitativa, de caráter descritivo, 
por meio da revisão bibliográfica de artigos encontrados em plataformas como 
Google Acadêmico, PubMed, Scielo, Biblioteca USP e Google Livros através da 
busca de palavras chaves como Dispareunia, Dispareunia de Introito e Toxina 
Botulínica. 
 
 
 
 
 
 
 
9 
 
6- DESENVOLVIMENTO 
 
 A partir da décadade sessenta Masters e Johnson estabeleceram um modelo 
linear da resposta sexual humana composta por quatro fases: excitação, platô, 
orgasmos e resolução. Anos após, Kaplan modificou o modelo proposto por Masters 
e Johnson acrescentando a fase do desejo sexual. Na reposta sexual de Kaplan 
(desejo, excitação e orgasmo) as fases seriam interligadas fisiologicamente e 
regidas por sistemas neurofisiológicos. Através da associação entre os dois modelos 
de resposta sexual a OMS (1993) definiu a última versão do modelo linear como 
desejo, excitação, orgasmo e resolução (BEDONE, 2010). 
As disfunções sexuais caracterizam-se por falta, excesso, desconforto e/ou 
dor no desenvolvimento do ciclo da resposta, afetando uma ou mais fases do 
mesmo e manifestando-se de forma persistente ou recorrente (ABDO, C.H.N.; 
FLEURY, H.J., 2006). 
 Abdo (2006) classificou dispareunia e vaginismo como uma disfunção sexual: 
 “Transtornos sexuais dolorosos – 302.76. Dispareunia (feminina e 
masculina): dor genital associada com intercurso sexual. Embora a dor seja 
experimentada com maior frequência durante o coito, também pode ocorrer 
antes ou após o intercurso. 
 – 306.51. Vaginismo: contração involuntária, recorrente ou persistente, dos 
músculos do períneo adjacentes ao terço inferior da vagina, quando é 
tentada a penetração vaginal com pênis, dedo, tampão ou espéculo”. 
Em 2013 entrou em vigor a quinta edição do Manual Diagnóstico e Estatístico 
de Transtornos Mentais (DSM) e as disfunções sexuais passaram a ser distinguidas 
quanto ao gênero; dificuldades de desejo e excitação femininos foram condensados 
em uma única categoria (ABDO, 2016): 
 “302.76 Transtorno de dor genitopélvica/ penetração: Dificuldades 
persistentes ou recorrentes em um ou mais dos seguintes: penetração 
vaginal durante intercurso; dor pélvica ou vulvovaginal intensa durante o 
intercurso ou tentativas de penetração; intenso medo ou ansiedade a 
respeito de dor pélvica ou vulvovaginal em antecipação, durante, ou como 
resultado da penetração vaginal; intensa tensão da musculatura do 
assoalho pélvico durante a tentativa de penetração vaginal. Estes sintomas 
10 
 
devem apresentar duração superior a 6 meses e devem causar sofrimento 
pessoal significativo. ” 
 A nova classificação foi proposta em função de que os transtornos sexuais 
dolorosos representam um grupo heterogêneo, no qual a distinção entre dispareunia 
e vaginismo nem sempre é possível durante avaliação clínica. Nos casos de 
vaginismo não se observam espasmos musculares e ocorre hipertonia da 
musculatura do assoalho pélvico em ambas condições. As pacientes que possuem 
vaginismo apresentam maior tônus e força muscular em relação as pacientes com 
dispareunia superficial. As mulheres com dispareunia continuam o intercurso sexual 
apesar da dor, motivadas por culpa, dever e preocupações com o parceiro, já as 
mulheres com vaginismo tendem a evitar a atividade sexual com penetração e 
exibem mais medo associado (BRASIL, 2016). 
A fisiologia da resposta sexual envolve o sistema nervoso central, periférico, 
cardiovascular e neuromuscular (SERRANO. Fátima, 2003). O desejo sexual leva a 
comportamentos que desencadeiam a estimulação física, sentida como excitação e 
prazer (SILVA, 2011). A estimulação sexual proporciona a mulher experimentar 
respostas psicossomáticas que provocam vasodilatação do clitóris, da vagina, e da 
vulva e, também, lubrificação da vagina. Essas alterações são responsáveis para 
que a relação ocorra de forma prazerosa e indolor. Durante a excitação a vagina 
expande-se e o útero é deslocado para cima, provocando a distensão da vagina. 
Quando essas alterações não ocorrem a mulher pode começar a sentir dor e quando 
localizada no introito vaginal é conhecida como dispareunia de introito (SERRANO. 
Fátima, 2003). 
A dispareunia é um sintoma que pode ser originado de fatores orgânicos e 
também de fatores psicológicos. Gerin (2008). Como causas orgânicas podemos 
citar algumas doenças (diabetes, hipertensão, hipotireoidismo, depressão, esclerose 
múltipla, insuficiência hepática e renal); infecções ginecológicas; prolapsos dos 
órgãos pélvicos; gravidez; patologias pélvicas; menopausa; alterações hormonais 
(aumento de prolactina e diminuição de testosterona); a ingestão excessiva de 
álcool; medicamentos (antidepressivos, anti hipertensores, ansiolíticos, 
contraceptivos) ou drogas e certas cirurgias (ooforectomias, cirurgias vaginais e 
pélvicas) (BARROS; MEIRINHA; BALTAZAR, 2014). Os fatores psicológicos podem 
11 
 
estar relacionados à timidez, evento sexual traumático, stress, problemas no 
relacionamento e educação rígida (GERIN, 2008). 
A etiologia da dispareunia devem ser considerados fatores anatômicos, 
patológicos e iatrogênicos. Os fatores anatômicos incluem situações congênitas 
como as malformações genitais. Os fatores patológicos são constituídos por 
doenças agudas ou crônicas como infecções do trato urinário. Por fim, os fatores 
iatrogênicos são resultados de procedimentos médicos como a episiotomia que 
podem causar dor na relação sexual. (PABLO, SOARES, 2004). 
 
7- DIAGNÓSTICO DA DISPAREUNIA 
 
O diagnóstico das disfunções femininas é eminentemente clínico, baseando-
se nos elementos da anamnese e exame físico (BARROS; MEIRINHA; BALTAZAR, 
2014; ANTONIOLI; SIMÕES, 2010). O principal propósito de uma anamnese é 
conseguir todas as informações básicas pertinentes para a doença do paciente e 
para a adaptação do paciente à doença (SWARTZ, 2015). O entrevistador médico 
tem como papel guiar o paciente através dos detalhes da saúde e da doença sem 
subverter os “fatos”, registrando-os como o paciente os apresenta (ROCCO, 2011). 
Na investigação das disfunções sexuais femininas deve-se ter em conta a 
idade, a experiência sexual, doenças subjacentes, procedimentos médicos e drogas 
(BARROS; MEIRINHA; BALTAZAR, 2014), devem-se investigar as condições do(a) 
parceiro(a), para se afastar possíveis equívocos de interpretação ante o quadro 
referido pela paciente (ABDO; FLEURY,2006). 
 Estudos da nova conceptualização da dispareunia como um distúrbio da dor 
em vez da tradicional categoria de disfunção sexual, devem ser avaliadas por vários 
aspectos de dor: musculares, afetivo, neurológicos e interpessoais (SERRANO 
Fátima, 2003). Os critérios de diagnóstico são a duração (> 6 meses, persistente ou 
recorrente), presença de sofrimento ou desconforto e as dificuldades interpessoais 
(BARROS; MEIRINHA; BALTAZAR, 2014). É de suma importância o conhecimento 
dos aspectos da dor, a intensidade, a localização e até os intervalos em que ocorre. 
Sabendo a localização da dor, se é profunda ou superficial, se restringe a uma área 
12 
 
determinada ou é generalizada, se é descrita como uma sensação de “queimadura”, 
de “corte” ou de “pancada” e se esta é reprodutível com o exame ginecológico, 
introdução de tampão ou pressão, são importantes para o diagnóstico (SERRANO 
Fátima, 2003) 
O exame ginecológico é fundamental no estudo da dispareunia. Devem ser 
sempre realizados testes bacteriológicos, micológico e parasitológicos (SERRANO 
Fátima, 2003). Deve-se avaliar a existência de atrofia genital, infecções vulvo-
vaginais, a determinação da força e flexibilidade dos músculos do pavimento pélvico, 
incontinência urinária, focos de endometriose no fundo do saco vaginal posterior, 
útero em retroflexão e mobilidade uterina diminuída (PAULETA; MENDES-DA-
GRAÇA, 2011; SERRANO, 2003). 
 
8- TRATAMENTO 
 
8.1- Toxina Botulínica 
 
 A Toxina Botulínica (TxB) é considerada uma das maispotentes toxinas 
bacterianas conhecidas. É obtida através do produto da fermentação do Clostridium 
botulinum, bactéria anaeróbia Gram-positiva, em forma de esporo. (FIGUEIREDO, 
2015). A Txb é composta por uma cadeia leve e uma pesada ligadas entre si através 
de uma ponte não covalente de dissulfeto, e, nessa formatação apresenta-se 
relativamente inativa. Quando a ligação entre a cadeia leve e a cadeia pesada é 
quebrada que ela se torna ativa. (NETO, 2015). A cadeia pesada é responsável pela 
incorporação da TxB nos terminais colinérgicos pré-sinápticos. Em contrapartida, a 
cadeia leve é responsável pelos efeitos tóxicos. Através da realização de trabalhos 
bioquímicos tem-se observado que essas toxinas são proteases específicas que 
clivam proteínas SNARE pré-sinápticas envolvidas no processo de exocitose de 
vesículas sinápticas em terminais nervosos. A destruição das proteínas pré-
sinápticas é a base para a ação da toxina sobre a liberação de neurotransmissores 
(FIGUEIREDO, 2015). 
 Existem sete sorotipos diferentes de TxB identificados como A, B, C, D, E, F e 
G. Apesar de todos os sorotipos inibirem a liberação de acetilcolina (ACh) na fenda 
13 
 
sináptica, as proteínas alvo, a característica de ação e a potência variam 
consideravelmente. A TxB- A é o sorotipo que tem sido mais estudado para fins 
terapêuticos (NETO, 2015). 
8.2- Mecanismo de Ação da Toxina Botulínica 
 
 A cadeia pesada da TxB- A é dividida em domínio de terminação amino (Cpn) 
e um domínio de terminação carboxila (Cpc). O domínio de terminação carboxila da 
TxB- A é responsável por acoplá-la a receptores específicos de membrana pré-
sináptica da terminação nervosa, desencadeando o processo de endocitose e 
internalização da TxB- A em uma vesícula. Dentro da vesícula, o domínio de 
terminação amino é responsável por translocar a cadeia leve para fora da vesícula, 
liberando-a no citoplasma. A cadeia leve que foi liberada provoca a quebra da 
SNAP- 25, que é uma proteína do complexo SNARE localizadas na membrana pré-
sináptica das células neurais. O complexo SNARE é responsável por acoplar e 
intermediar o processo de fusão da vesícula que contem neurotransmissores como a 
ACh à membrana pré-sináptica de células neurais, e promover a liberação na fenda 
sináptica. Dessa forma, a proteólise da SNAP- 25 pela TxB-A impede a liberação da 
ACh na fenda sináptica (NETO, 2015). 
 A aplicação da injeção muscular de TxB, em dose e localização apropriada, 
provoca a desnervação parcial e diminuição da contratura sem ocasionar paralisia 
completa. A ação clínica evidente é a fraqueza ou paralisia no músculo esquelético 
nas terminações nervosas motoras. O primeiro efeito na musculatura é sobre a 
função do neurônio motor alfa, responsável pela estimulação das fibras musculares. 
Porém, a TxB pode afetar os neurônios motores gama que inervam o fuso muscular, 
e a inibição desses neurônios provocam a diminuição do tônus muscular 
(COLHADO, BOEING E ORTEGA, 2009). Ao bloquear a liberação de ACh o 
impulso nervoso que leva à despolarização da membrana do musculo e a 
consequente contração muscular também é bloqueada (MATURANA; CAMARGO). 
A grande especificidade da TxB-A para neurônios colinégicos na presença de 
receptores específicos provoca ação sobre outros neuroreceptores como a 
norepinefrina. A TxB-A também é capaz de inbir a liberação de subatância P e 
reduzir o estímulo de liberação do peptídeo relacionado ao gene da calcitonina 
14 
 
(PRGC). A substância P é um neurotransmissor peptídeo liberado pelos aferentes 
primários nociceptivos e o PRGC é um neuropeptídeo inflamatório existente nos 
gânglios de neurônios sensoriais. Através da inibição desses neurotransmissores 
pela ação da TxB-A que se observa o quadro de melhora da dor (SPOSITO, 2009). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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9- CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
De acordo com os aspectos trabalhados, é notório que a dispareunia de 
introito pode decorrer através de fatores orgânicos e psicológicos e, por isso, torna-
se o seu diagnóstico muito complexo. Geralmente, confunde-se a dispareunia de 
introito com o vaginsmo, já que seus sintomas são parecidos, entretanto a ultima 
não ocorre espasmos. 
Torna se evidente, portanto, que a aplicação da Toxina Botulínica- A para o 
tratamento da dispareunia de introito é extremamente eficaz, uma vez que ela age 
inibindo a liberação de acetilcolina na feda sináptica e consequentemente bloqueia a 
contração muscular. Além disso, a TxB-A é capaz de inibir a liberação da substância 
P e reduzir o estímulo para liberação de PRGC, que são neuropeptídios 
relacionados com a dor. 
Dessa maneira, é certo que a dispareunia de introito pode ser controlada, 
proporcionando à mulher uma qualidade de vida melhor, a fim de levantar sua 
autoestima, autoconfiança e melhorar a vida sexual com o seu parceiro (a), 
permitindo de ocorra de forma prazerosa para ambos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
16 
 
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