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Unid. 1 – Introdução a Máquinas Elétricas Rev. 2 – Revitalização total. João Marcos B. Dantas Disciplina de Máquinas Elétricas Centro Universitário UNA Belo Horizonte – Minas Gerais Objetivos Ao final desta sequência didática, os/as estudantes deverão ter conhecimento de: Conceito de transformadores, e a relação de transformação. Origem das perdas e queda de tensão em um transformador. Circuito equivalente de um transformador real e seus componentes. Circuito equivalente refletido ao primário de um transformador real. Diagrama fasorial de transformadores. Objetivos Ao final desta sequência didática, os/as estudantes deverão ser capazes de: Ilustrar um circuito equivalente de um transformador real. Identificar a razão de cada componente no circuito equivalente do transformador. Calcular os componentes do secundário do transformador referidos ao primário. Constituir e/ou interpretar o diagrama fasorial de um transformador referido ao primário ou não, com diferentes tipos de carga a partir de seu circuito equivalente e do tipo de carga. Transformadores Definição: Equipamento constituído por 2 ou mais enrolamentos isolados eletricamente, mas acoplados magneticamente entre sí através de um meio ferromagnético, proporcionando a conversão de energia entre dois sistemas. Transformadores Transformador ideal: sem perdas Como não existem perdas: S1=S2 V1=E1 V2=E2 S1=V1I1=E1I1 S2=V2I2=E2I2 De forma a manter a igualdade: E1 E2 𝑎 = 𝐸1 𝐸2 = 𝐼2 𝐼1 = 𝑁1 𝑁2 Transformador real Perdas por: histerese magnética correntes parasitas resistividade dos condutores Queda de tensão por: resistividade dos condutores dispersão magnética (potência reativa) Transformador real: circuito equivalente Im – Corrente de magnetização Ic – Corrente relativa às perdas por histerese e correntes parasitas (parte ativa) Iφ – Corrente magnetizante (parte reativa) Ib – Corrente de equilíbrio (para contrapor o efeito da fmm secundária) rc – Resistência relativa às perdas no núcleo xφ – Reatância magnetizante do núcleo r1- Resistencia primário x1- Reatância de dispersão primário r2- Resistencia secundário x2- Reatância de dispersão sec Transformadores Transformador real Relação de transformação: 𝑎 = 𝐸1 𝐸2 = 𝐼2 𝐼1 = 𝑁1 𝑁2 E1 = a E2 = E2’ V2’=a V2 I2’= I2/a Como temos que refletir ao primário, mantendo a potência P=RI2 e Q=XI2 R2I2 2=R2’I2’ 2 R2’= a 2 R2 X2’= a 2 X2 Circuito equivalente exato “T” refletido ao primário. Mais exato para o estudo do transformador. Transformadores Transformador real: Diagrama fasorial a vazio, a=1 Transformadores Transformador real: Diagrama fasorial de um trafo abaixador, com carga resistiva. Objetivos Ao final desta sequência didática, os/as estudantes deverão ter conhecimento de: Grandezas elétricas e magnéticas. Leis do eletromagnetismo aplicadas a máquinas elétricas. Princípio básico dos motores e geradores. Materiais ferromagnéticos e suas características. Conceitos contrutivos de máquinas elétricas. Tipos de campo magnéticos e suas características. Objetivos Ao final desta sequência didática, os/as estudantes deverão ser capazes de: Relembrar as grandezas magnéticas e sua relação com as elétricas. Aplicar as principais leis do eletromagnetismo, de forma a identificar sentidos de campo/força magnética, e/ou de corrente/tensão induzidas. Traçar a relação entre as leis do eletromagnetismo e os principios básicos de funcionamento de motor e gerador. Relembrar características dos materiais ferromagnéticos. Objetivos Ao final desta sequência didática, os/as estudantes deverão ser capazes de: Identificar as características de cada tipo de campo magnético. Demonstrar como é possível a criação de um campo magnético girante a partir de 3 fases e enrolamentos. Analogia entre Circuitos Experimento de Oersted Campo Eletromagnético Uma força magnética incide sobre uma carga somente quando a mesma está em movimento sob um campo magnético. Uma carga elétrica cria um campo magnético no espaço ao seu redor, somente quando esta está em movimento. Campo Magnético de um condutor Uma corrente percorrendo um condutor promove um campo magnético (B) de forma circular a seu redor. Este campo magnético tem seu sentido determinado pela regra da mão direita. Campo Magnético de um condutor Campo Magnético de uma carga Sentido do campo – Regra da mão direita As linhas de campo magnético são circunferências centralizadas na linha que contém o vetor v, movimento das cargas elétricas, e contidas em planos perpendiculares a esta linha. Análise: Segure o vetor v com a mão direita, de forma que seu polegar aponte no sentido de v (sentido da corrente). Em seguida seus dedos fazem uma rotação em torno de v, indicando a rotação das linhas de campo magnético. Força magnética entre condutores 𝜇 - Permeabilidade 𝑙 – Comprimento dos condutores (m) 𝑟 – Distância entre condutores (m) Lei de Ampère 𝐹 = 𝜇 𝐼1 2𝜋 𝑟 𝐼2𝑙 𝑟 𝑟 Força magnética entre condutores Lei de Faraday Sempre que ocorrer uma variação do fluxo magnético através de um circuito, aparecerá, neste circuito uma f.e.m. induzida, e respectivamente uma corrente induzida. Lei de Faraday Indução Eletromagnética Fluxo Magnético Indução Eletromagnética Indução Eletromagnética Lei de Lenz – Sentido da Corrente A corrente induzida em um circuito aparece sempre com um sentido tal que o campo magnético que ela cria tende a contrariar a variação do fluxo magnético através da espira. Lei de Lenz – Sentido da Corrente Fluxo magnético aumentando Tendência: encontrar o equilíbrio Diminuição do fluxo, com um campo em sentido oposto! B imã B induzido Lei de Lenz – Sentido da Corrente Fluxo magnético diminuindo Tendência: encontrar o equilíbrio Aumento do fluxo, com um campo em mesmo sentido! B imã B induzido Lei de Lenz – Sentido da Corrente Fluxo magnético aumentando Tendência: encontrar o equilíbrio Diminuição do fluxo, com um campo em sentido oposto! B imã B induzido Lei de Lenz – Sentido da Corrente Fluxo magnético diminuindo Tendência: encontrar o equilíbrio Aumento do fluxo, com um campo em mesmo sentido! B imã B induzido Motores elétricos Forças são produzidas sobre os condutores, que estão em uma estrutura livre para girar. Surge o Conjugado/Torque: T, e a velocidade ω. Princípio de funcionamento dos motores elétricos: um conjunto de espiras percorridas por corrente elétrica é colocado em um campo magnético. Geradores Aplicando força à espira (torque), fazemos a mesma girar, e assim varia o ângulo entre B e a normal da espira. Assim o fluxo que corta a espira varia provocando na mesma uma tensão/corrente induzida. Em repouso não há variação de fluxo e nem corrente induzida. Com a conexão de uma carga nos terminais do enrolamento, ocorre circulação de corrente. A interação entre esta corrente e o campo B produz um torque de reação, oposto ao torque mecânico aplicado ao eixo das espiras. Circuitos Elétricos/Magnéticos Relação principal do Eletromagnetismo com Conversão de Energia e Máquinas Elétricas Lei de Ampére => Força Eletromagnética (conjugado/torque): é o princípiobásico para a definição do torque/conjugado das máquinas rotativas, sejam CA ou CC. As formas finais das equações de conjugado são diferentes devido aos detalhes construtivos das máquinas. Lei de Faraday e Lens => Tensão Induzida: é o princípio básico para a geração da fem nas máquinas rotativas, sejam CA ou CC. As formas finais das equações da fem são diferentes devido aos detalhes construtivos das máquinas. Em Máquinas Elétricas tem-se uma produção de CONJUGADO (TORQUE) em função da interação entre campos magnéticos. Conversão de Energia Conversão Eletromecânica de Energia: Troca de energia elétrica para mecânica, ou vice versa. Sistema Elétrico Sistema Mecânico Campo de Acoplamento E x I T x ω Motor Gerador Torque Eletromagnético Conversão de energia: Elétrica x Mecânica Tensão E, Corrente I x Torque T, Velocidade ω Torque: força rotacional exercida sobre o eixo 𝑇 = 𝐹𝑟 Em Máquinas Elétricas tem-se uma produção de CONJUGADO (TORQUE) em função da interação entre campos magnéticos. Movimento dos elétrons em um átomo: • Ao redor do núcleo • Rotação, ao seu redor: SPIN Movimento gera MOMENTOS por elétron. MOMENTO: Força aplicada a certa distância de um eixo de rotação (TORQUE). Materiais Magnéticos Materiais Magnéticos Momento magnético do átomo: Torque resultante de reação do átomo quando colocado. Materiais magnéticos, este difere de zero. Domínio Magnético: conjunto de átomos de uma região do material cujos momentos estão alinhados, mesmo sentido. Materiais Magnéticos Classificação dos Materiais Magnéticos De acordo com o momento magnético, quando o material é submetido a um campo magnético: • Paramagnéticos • Diamagnéticos • Ferromagnéticos Materiais Magnéticos Materiais Ferromagnéticos • Forte presença dos domínios magnéticos. Quando inserido em um campo magnético, seus domínios se alinham ao campo, aumentando o mesmo. • Existe uma remanescência (manutenção) do campo após a retirada do campo externo, magnetização. • Permeabilidade muito superior à do vácuo, depende da intensidade de campo submetido. Exemplos: Ferro, níquel, cobalto. Materiais Magnéticos • Saturação: ocorre o alinhamento pleno dos domínios. Mesmo aumentando a força magnetizante, o material não consegue conduzir um nível maior de fluxo (densidade de fluxo). • Histerese Magnética: retenção da magnetização pelos domínios (não retornam no sentido inicial). Conceitos Construtivos de M.E. Máquinas Elétricas Rotativas: - Estator: parte fixa da máquina - Rotor: parte móvel, localizada no interior do estator. Máquinas CC: estator CC / rotor CC Máquinas CA: Síncrona => estator CA / rotor CC Assíncrona => estator CA/rotor induzido Conceitos Construtivos de M.E. - Enrolamento de Campo: produz o campo magnético principal B. - Enrolamento de Armadura: sofre ação do campo principal, possui a fem e corrente de trabalho, e onde ocorre a conversão de energia. O resultado da interação entre os campos magnéticos das duas partes, provoca uma força. Como um dos elementos é móvel (rotor), seu movimento promove a conversão de energia. Conceitos Construtivos de M.E. Tipo de enrolamentos Passo pleno: Bobina se estende por 180º elétricos. Passo encurtado ou fracionário: Passo inferior a 180º, um número de P pólos Conceitos Construtivos de M.E. Tipo de enrolamentos Concentrado: bobina em apenas 1 ranhura Distribuído: bobinas distribuídas por diversas ranhuras Conceitos Construtivos de M.E. • Enrolamentos Concentrados: - Produz campos e densidades de fluxo “achatadas” no espaço; - Típicos para enrolamentos de máquinas C.C.; • Enrolamentos Distribuídos: - Produz campos e densidades de fluxo que se aproximam de uma distribuição senoidal no espaço; - Típicos para enrolamentos de máquinas c.a.; Conceitos Construtivos de M.E. Classificação segundo sua Geometria: - Entreferro constante: Rotor cilíndrico - Pólos Salientes Campos Magnéticos em M.E. CAMPO MAGNÉTICO ESTACIONÁRIO Sua intensidade não varia no tempo e no espaço. Exemplo: campo de um solenóide alimentado em CC, ou de um imã. Campos Magnéticos em M.E. CAMPO MAGNÉTICO PULSANTE Uma bobina na armadura percorrida por uma CA da forma senoidal, o campo magnético que resulta é um campo que pulsa na mesma freqüência da corrente. Sua intensidade varia ao longo do eixo magnético à medida que a corrente varia, em fase com ela. Campos Magnéticos em M.E. CAMPO MAGNÉTICO GIRANTE A intensidade do campo é constante com o tempo, porém seu eixo magnético se desloca no espaço a cada instante. Ex. Giro do rotor abaixo. Campos Magnéticos em M.E. CAMPO MAGNÉTICO GIRANTE – 3 FASES Campos Magnéticos em M.E. CAMPO MAGNÉTICO GIRANTE – 3 FASES 3 campos magnéticos pulsantes defasados no tempo de 1/3 de período e no espaço de 120º elétricos produzem um campo magnético resultante girante da mesma natureza do produzido por imã permanente ou eletroímã que gira a uma velocidade constante. Tensões Induzidas As tensões induzidas podem ser geradas de três formas: a) Pela rotação mecânica dos enrolamentos num campo magnético estacionário; b) Pela rotação de um campo magnético próximo a um enrolamento; c) Pela variação da relutância conforme a rotação do rotor; 𝑒 = −𝑁 ∗ 𝑑∅ 𝑑𝑡 = − 𝑑λ 𝑑𝑡 Onde: N = nº de espiras ϕ = fluxo magnético λ = fluxo concatenado = N*ϕ Referências Bibliográficas DEL TORO, V. Fundamentos de Máquinas Elétricas. Rio de Janeiro: Prentice-Hall do Brasil, 1999 FITZGERALD, A. E. Máquinas Elétricas: com Introdução Eletrônica de Potência. 6a. Ed. São Paulo: Bookman, 2006
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