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AULA 05 e 06

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5 – A ECONOMIA CAFEEIRA COM TRABALHO LIVRE
Sites importantes:
http://www1.folha.uol.com.br/folha/educacao/ult305u9385.shtml - A imigração - necessidade e risco
Bibliografia:
Celso Furtado – Formação Econômica do Brasil – Ed. Nacional – 1995
Caio Prado Junior – História Econômica do Brasil – Ed. Brasiliense – 1970
Stanley Stein – Aspectos do crescimento e declínio da lavoura de café no médio Paraíba – Revista de História da Economia Brasileira - 1953
OBJETIVOS
	- Identificar a importância dos imigrantes na lavoura de café;
	- Parceria x Colonato
	- Reconhecer as limitações no Sistema de Parceria
CICLO DO CAFÉ
	Período abrangente – 2ª metade do século XIX até fim da República Velha
	Causas do fim no Vale do Paraíba: Precariedade das condições da terra e uso de mão de obra pouco adaptada á produção e pouco qualificada.
	Conseqüências: Mudança no eixo da produção para o Oeste paulista e uso de imigrantes como mão de obra.
O CAFÉ NO OESTE PAULISTA
	- Causas do desenvolvimento do café nessa região: 
		Solo de melhor qualidade,
		Crescimento dos investimentos britânicos na AL = ferrovias
		Crescimento populacional dos EUA = aumento do consumo de café
A abolição da escravatura dá início ao processo de imigração para o Brasil
	- Principais aspectos:
		Data de início do processo: 1884
		Total de imigrantes que chegaram no período 1884-1933: 4 milhões
		Principais nacionalidades:
			Italianos: 35%
			Portugueses: 28%
			Espanhóis: 14%
			Japoneses: 3,5 %
O uso do imigrante substituindo o trabalho escravo estava cristalizado apenas na produção de café, de maneira que as demais atividades produtivas necessitavam de recursos para sua recuperação.
PARCERIA X COLONATO - Aproveitamento da mão de obra imigrante no Oeste Paulista.
PARCERIA: Problemas na ideologia dos contratantes
	Cooptação de pessoas na Europa por agentes contratados;
	Pagamento da prestação de serviço na lavoura com “cotas” de pés de café adultos para sua própria produção em seus lotes de terra (metade da colheita menos o custo de transporte, imposto e comissões dos agentes aliciadores);
	Comercialização e contabilidade a cargo do proprietário da terra.
	Principais aspectos negativos do Sistema de Parcerias:
- Péssimas condições de traslado;
- Cobrança do custo de transporte imediatamente após a chegada;
- Cobrança de juros de 6% a.a. pelo adiantamento oferecido para sua manutenção no 1º ano;
- Obrigação de permanecer por no mínimo 4 anos na fazenda;
- Dificuldade de adaptação do imigrante às condições climáticas do Brasil = Doenças provenientes da baixa condição de higiene do Brasil agrícola – Senzalas = casas dos colonos
- Dificuldades de adaptação cultural e ideológica dos fazendeiros à nova condição dos empregados – escravidão x questões trabalhistas
O sistema de Parcerias não tinha em suas bases de criação perspectivas de sobrevivência em longo prazo.
COLONATO:
	Propaganda negativa do sistema de Parceria na Europa afugentava vinda de novos imigrantes, contrastando com o crescimento da demanda = Falta de mão de obra para expansão.
	Principais mudanças em relação ao sistema de Parceria:
		Pagamento direto ao colono;
		Fazendeiro arcando com despesas de viagem e pelo 1º ano de trabalho;
		Concessão de fatia de terra para plantio de subsistência;
		Participação do Governo paulista no custeio do transporte para o Brasil;
Colonato
Origem: Wikipédia. O colonato é uma forma de organização econômica e social rural na qual o trabalhador arrenda uma porção de terra de outro sob condição de destinar parte de sua produção ao seu proprietário. Uma outra forma de colonato é reservar um ou mais dias da semana para dedicar-se ao cultivo da terra do proprietário.Na Europa, durante o feudalismo também encontramos o colonato, onde o servo teria que trabalhar alguns dias da semana no manso senhorial ou no manso comunal
Parceria (organização rural)
Origem: Wikipédia. Prática de trabalho no campo, em que um trabalhador aluga a terra de um proprietário, sendo o pagamento em produtos ( meia parte- meeiro; terça parte- terceiro...).
me.ei.ro masculino
(Direito) aquele que tem direito a metade do bem 
agricultor que planta em terra alheia e divide os resultados com o dono 
§ 8º O produtor, o parceiro, o meeiro e o arrendatário rurais, o garimpeiro e o pescador artesanal, bem como os respectivos cônjuges, que exerçam suas atividades em regime de economia familiar, sem empregados permanentes, contribuirão para a seguridade social mediante a aplicação de uma alíquota sobre o resultado da comercialização da produção e farão jus aos benefícios nos termos da lei.
Aspectos importantes a considerar:
1-razões que motivaram a política brasileira de estímulo à imigração?Contexto: No Brasil do século XIX, a escravatura se tornou uma situação insustentável. O mundo precisava a cada dia mais de novos mercados consumidores, em decorrência do sucesso da Revolução Industrial. A mão-de-obra assalariada, nesse contexto, se tornava muito mais interessante do que a escrava.O café, mostrava franca expansão em decorrência da qualidade do solo de terra para o plantio deste grão.A Europa, passava por uma série de crises. Neste contexto, o Brasil começou a estimular a vinda de estrangeiros para nossas terras, para que eles trabalhassem como empregados dos grandes latifúndios cafeeiros. Isso aumentou ainda mais a produção cafeeira, que tinha à sua disposição formas eficientes de escoamento: a malha ferroviária, que permitia maior acesso a zonas portuárias.
2-razões que contribuíram para o fracasso do sistema de parceria?
	As péssimas condições de transporte. Os estrangeiros não encontraram, por ocasião de sua chegada, nada do que lhes havia sido prometido: não havia terras para que eles cultivassem seu próprio café, e sim muito trabalho na lavoura do fazendeiro. Estes imigrantes nunca alcançariam suas expectativas, pois deviam enormes somas em dinheiro ao proprietário da fazenda, devido aos altos custos da viagem. Some-se a isso o fato de que os imigrantes precisavam fazer compras no armazém da fazenda, onde os produtos tinham preços a sabor da vontade do latifundiário, as dívidas só aumentavam e o trabalho passava a ser um regime de semi-escravidão.
3-diferenciar o sistema de colonato do sistema de parceria.
Sistema de colonato: favorecendo a imigração no Brasil
Leia os trechos a seguir: (...) Os gastos com transporte e as demais despesas não constituíam dívida da família imigrante e o sistema de remuneração era misto. Além disso, as famílias podiam produzir parte dos gêneros de subsistência que consumiam e vender o excedente em mercados próximos.
(...) tanto os custos com o transporte do imigrante da Europa para o Brasil como as despesas com a fixação e a sobrevivência das famílias nas fazendas corriam por conta do fazendeiro e constituíam uma dívida dos imigrantes.
O colonato permitiu uma forte aceleração na vinda de imigrantes para o Brasil. Quais foram as duas principais diferenças em relação ao sistema de parceria que contribuíram para isso?
Ao contrário do sistema de parceria, o colonato não impunha condições de vida tão degradantes aos imigrantes para a atividade produtiva. O financiamento de sua vinda pelo Estado e a possibilidade de manter aceso o sonho de progredir em uma terra nova favoreceram fortemente o aumento do fluxo de imigrantes para o país.
No sistema de parceria, o imigrante arcava com todos os custos da viagem e estadia, acumulando uma dívida praticamente impagável, e sofria com condições de vida extremamente precárias, o que determinou um fim muito rápido para sua utilização. No colonato, com a participação do Estado no financiamento do fluxo migratório, aliada a um processo mais geral de imigração européia para o resto do mundo, a imigração encontrou condições bem mais favoráveis para deslanchar.
 
Atividade Final
reconhecer a importânciada entrada dos imigrantes como mão-de-obra para a lavoura. 
Propomos que, neste momento, você reflita sobre o que teria acontecido à economia nacional daquela época se não tivesse ocorrido a entrada de um enorme contingente de imigrantes para trabalhar na lavoura de café. Mais ainda, propomos que você pense em que conseqüências poderíamos vivenciar atualmente se o café não tivesse sustentado nosso país durante mais de meio século.
Lembre-se de pensar em como se sustentou a economia do país durante todo o período de colônia e também no início da fase independente. Pense, ainda, na política brasileira do início do século XX.
RESPOSTA: Desde que o Brasil foi descoberto, parte expressiva de seus recursos (quer para a metrópole portuguesa, quer para a pátria independente) foi gerada a partir da exportação de produtos do setor primário. Houve exploração do pau-brasil, cana-de-açúcar, ouro, café. O esgotamento de um determinado produto levava à busca de um novo que rendesse o sustento da economia (metropolitana ou nacional). A impossibilidade de produzir o café por falta de mão-de-obra numa época em que esta mercadoria era tão valorizada no mercado internacional decerto promoveria uma alteração muito grande nas trilhas seguidas pela nossa economia
6 – POLÍTICAS DE SUSTENTAÇÃO DA RENDA DA CAFEICULTURA NA REPUBLICA VELHA
Sites importantes:
www.historianet.com.br
http://www.ceap.g12.br/pagina/republicavelha.htm.
http://64.233.169.104/search?q=cache:zA4SUgaeakYJ:www.abphe.org.br/congresso2003/Textos/Abphe_2003_108.pdf+%22tarifa-ouro%22&hl=pt-BR&ct=clnk&cd=1&gl=br&lr=lang_pt
Bibliografia:
Antonio Delfim Netto – O problema do café no Brasil – USP – 1981
João Manuel Cardoso Melo – O Capitalismo tardio – Ed. Brasiliense – 1982
Celso Furtado – Formação Econômica do Brasil – Ed. Nacional – 1995
Caio Prado Junior – História Econômica do Brasil – Ed. Brasiliense – 1970
Stanley Stein – Aspectos do crescimento e declínio da lavoura de café no médio Paraíba – Revista de História da Economia Brasileira - 1953
OBJETIVOS
Reconhecer as razões da desvalorização cambial na República Velha;
Identificar as mudanças da política Econômica de Campos Sales;
Correlacionar essas mudanças com as decorrentes do Convenio de Taubaté.
* CONTEXTUALIZAÇÃO NO TEMPO:
A REPÚBLICA VELHA (ou Primeira República, 1889-1930) começou com a proclamação da República e teve fim na Revolução de 1930.
* PANORAMA POLÍTICO DA REPUBLICA VELHA
- O povo passou a escolher os governantes, ainda que sujeito a grandes restrições, 
- a Igreja foi legalmente separada do Estado, por meio de uma nova Constituição.	
*FATORES QUE CONTRIBUÍRAM PARA A IMIGRAÇÃO NO BRASIL
Os fatores de expulsão na Europa (como o violento processo de unificação na Itália e na Alemanha), bem como a crise econômica que se iniciou nos Estados Unidos a partir de 1893.
1889/1898: DESVALORIZAÇÃO CAMBIAL E SUSTENTAÇÃO DA RENDA DA CAFEICULTURA
No final da década de 1880, os preços internacionais do café seguiram uma trajetória de alta, ampliando as margens de lucro do setor. 
MOTIVO: crescimento da demanda norte-americana, responsável por cerca de 60% das compras de café no mercado internacional e pela quebra da safra brasileira em 1887/88 e 1889/90, o que reduziu significativamente a oferta.
A partir de 1891, no entanto, o contínuo avanço da produção entrou em descompasso com o crescimento do mercado externo, principalmente após o início da prolongada crise econômica que passou a assolar a economia norte-americana em 1893.
Nosso país produzia mais café (aumentava a oferta) e não havia resposta da economia mundial na mesma medida. Houve uma queda sensível do preço internacional do café, revertendo a tendência de alta dos preços até então registrada, determinando uma redução da receita das exportações.
CONSEQUENCIA: Em decorrência da queda de preços do café, o Balanço de Pagamentos sofreu um impacto importante, promovendo mudanças na condução da política econômica do Brasil. Esse movimento causou o início de um ciclo de desvalorização da taxa de câmbio que marcou de maneira expressiva os primeiros anos da República Velha.
O CÍRCULO VICIOSO DA DESVALORIZAÇÃO CAMBIAL E SUAS PRINCIPAIS CONSEQÜÊNCIAS
CAUSAS DA DESVALORIZAÇÃO CAMBIAL:
(1) redução da entrada de moeda estrangeira no país, devido à queda do preço internacional do café, 
(2) pressão política exercida pelos cafeicultores, visando preservar seus ganhos em moeda nacional.
RUI BARBOSA INICIA PROGRAMA DE POLITICA MONETÁRIA – O ENCILHAMENTO
ENCILHAMENTO "Política financeira de estímulo à indústria. Baseava-se no incremento do meio circulante com a criação de bancos emissores (...). Por isso, incentivou-se intensamente a criação de sociedades anônimas, concitando-se o público a investir em capital na indústria e no comércio.
(...) O resultado foi uma espiral inflacionária e de falências (...)"
O encilhamento teve efeitos diretos sobre a taxa de câmbio e contribuiu fortemente para uma desvalorização cambial mais intensa. a depreciação do câmbio invertia a trajetória dos preços internacionais quando convertidos para os preços em mil-réis: enquanto os preços internacionais do café caíam expressivamente, os cafeicultores recebiam mais, em mil-réis, pela venda do produto.
CONSEQUENCIAS DESSA POLÍTICA MONETÁRIA
Curto e Médio prazos: a desvalorização cambial afetava também as finanças públicas. A redução nas importações diminuía sistematicamente a receita do governo, que tinha nas arrecadações de impostos sobre os produtos importados sua maior fonte.
A longo prazo, manter essas condições mostrava-se inviável. A desvalorização cambial determinava uma elevação dos preços dos produtos importados – base da cesta de consumo brasileira, uma vez que pouco era produzido para o mercado interno. Assim, a subsistência tornava-se mais cara em moeda nacional, forçando o aumento dos salários, base dos custos de produção da cultura cafeeira.
Seguindo esta tendência, o aumento dos custos seria responsável pela redução da margem de lucro da cafeicultura, reduzindo seu espaço para acumulação de capital em longo prazo [ pagina 106 – esquema]
O GOVERNO CAMPOS SALES (1898-1902) E O “SANEAMENTO MONETÁRIO” 
Política econômica do governo Campos Sales citava a ineficiência produtiva no Brasil como justificativa para uma mudança radical nos rumos do país.
A meta primordial do presidente era a obtenção de novos recursos externos para resolver o problema de solvência das finanças públicas.
O objetivo principal da nova política econômica: definir uma trajetória de saneamento monetário capaz de impor uma inversão dos movimentos da taxa cambial, permitindo a valorização da moeda nacional.
Como realiza-la: a redução do déficit e a retirada de circulação de moeda no valor equivalente à dívida a ser paga. 
Do ponto de vista fiscal, foi novamente aplicada a tarifa-ouro para as compras de importados, o que garantia para o governo uma receita em moeda estrangeira.
TARIFA-OURO - Imposto cobrado pelo governo em ouro. Este procedimento evitava que o governo perdesse dinheiro na troca de moeda, aumentando as reservas do Estado. Além disso, por se manter à parte do mercado de câmbio, minimizava a especulação em cima das trocas de moedas, evitando, por conseqüência, o aumento do preço de moeda estrangeira no país. 
CONSEQUENCIAS:
Pesada diminuição do nível de atividade econômica decorrente de uma forte retração da oferta de moeda e crédito e da DEFLAÇÃO associada a essa retração (cerca de 30%).
Em conseqüência, o câmbio foi efetivamente valorizado e mantido sob controle durante a vigência dessas medidas de política econômica. Em contrapartida, a economia brasileira acabou sofrendo os efeitos dessa política com o PÂNICO BANCÁRIO NO RIO DE JANEIRO EM 1900 (dada a retração da oferta de moeda) e uma importante recessão – afetando os negócios em geral e, particularmente, os cafeicultores, que pressionavam para uma mudançanos rumos da política adotada.
A NOVA FORMA DE VALORIZAÇÃO DO CAFÉ – O CONVÊNIO DE TAUBATÉ
A estabilidade monetária e a constante pressão para valorização cambial deixavam insatisfeitos os cafeicultores, que viam suas receitas recorrentemente reduzidas ou ameaçadas.
Havia, portanto, a ameaça de mais uma crise de superprodução.
Conhecida como Convênio de Taubaté, esta solução foi firmada em 1906 pelos presidentes das províncias de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro.
O Convênio estabeleceu que:
(a) haveria a compra de excedentes de produção pelos governos estaduais envolvidos;
(b) a compra seria viabilizada por meio de um financiamento de 15 milhões de libras esterlinas;
(c) o gasto com a compra do excedente de café seria coberto pela criação de um imposto em ouro aplicado a cada saca exportada de café;
(d) um fundo seria criado para estabilizar a taxa de câmbio, impedindo sua constante valorização – que funcionaria na forma de uma CAIXA DE CONVERSÃO;
(e) seriam tomadas medidas para desencorajar a expansão das lavouras no longo prazo, como a definição de taxas proibitivas.
Essas medidas mudariam significativamente a orientação da política econômica do país no que diz respeito às exportações de café. O Convênio de Taubaté determinou, nesse sentido, a institucionalização da prática de controle de estoques para regular o preço internacional, artifício permitido pela enorme parcela do mercado internacional ocupada pela produção brasileira.
Todavia, apesar do sucesso alcançado na estabilização dos preços internacionais, a prática acabou induzindo uma forte concentração na atividade cafeeira. Os maiores lucros acabaram direcionados para os operadores do mercado financeiro, com destaque para os banqueiros internacionais e as casas comissárias, que compravam o produto na baixa e vendiam na alta.
Taxa de câmbio e mercado cambial
As transações financeiras e comerciais entre países diferentes sempre acontecem usando uma moeda como referência.
Taxa de câmbio é o valor da moeda nacional em relação a uma moeda estrangeira (quantos reais custa um dólar, por exemplo). Ela é determinada, fundamentalmente, pelas transações de compra e venda de moeda estrangeira, que acontecem em um “ambiente virtual”, o mercado de câmbio. Os agentes envolvidos neste mercado são, em geral, demandantes e ofertantes de moeda estrangeira. As fontes de demanda por moeda estrangeira são:
• gastos com importações de bens e serviços;
• pagamentos de dívidas contraídas anteriormente com outros países;
• remessas de lucros para matriz de empresa multinacional;
• aplicações financeiras no exterior.
Já a oferta de moeda estrangeira caracteriza-se por:
• receitas de exportação de bens e serviços;
• dívidas contraídas;
• rendas recebidas;
• aplicações financeiras de estrangeiros no Brasil.
O Banco Central é o gestor da política cambial, pois aumenta ou diminui a oferta de moeda estrangeira, podendo controlar, por esse mecanismo de oferta e procura, as taxas de câmbio. Suas principais atribuições no mercado de câmbio são:
• a regulamentação do mercado cambial;
• a aplicação de medidas relativas ao regime cambial (fixo ou flutuante) definidas pela política governamental.
Uma desvalorização da taxa de câmbio representa o aumento do preço da moeda estrangeira, encarecendo os produtos importados e aumentando as receitas de exportações em moeda nacional. Ao contrário, uma valorização cambial reduz o preço da moeda estrangeira e, conseqüentemente, o preço pago por produtos importados – ao mesmo tempo que diminui as receitas de exportações em moeda nacional.
O principal instrumento de análise dos efeitos das operações no mercado cambial para o país é o Balanço de Pagamentos. Nesse balanço, são registradas todas as operações realizadas entre empresas ou pessoas residentes em um país e aquelas não residentes. 
Aspectos importantes a considerar:
1- como você explicaria a frase: “A desvalorização cambial sustentou a renda dos cafeicultores no final do século XIX.”
Resposta Comentada
O café experimentou uma crise de superprodução no final do século XIX. Isso fez com que os preços despencassem no cenário internacional. Para conter a onda de falências que aconteceria caso essa queda fosse repassada para os cafeicultores, o governo brasileiro adotou uma política de desvalorização cambial. Isso significou reduzir o valor da nossa moeda em relação à libra, a fim de manter elevada a renda dos cafeicultores em moeda local. 
A desvalorização do câmbio fazia os preços do café aumentarem em moeda nacional, embora estivesse ocorrendo uma rápida queda dos preços internacionais. Dessa forma, os cafeicultores recebiam uma remuneração maior em mil-réis, mesmo com a redução do preço no mercado internacional.
2- Liste as duas principais causas da preocupação dos cafeicultores em estabelecer medidas de valorização do café no início de 1906. Em seguida, assinale aquela que tem relação direta com o saneamento financeiro de Campos Sales, justificando sua resposta.
Resposta Comentada
A previsão de uma grande safra de café e a conseqüente expectativa de queda significativa dos preços internacionais, em um cenário de câmbio estável, fariam despencar os rendimentos da atividade cafeeira.
A manutenção das taxas de câmbio estáveis, parte do processo chamado de saneamento financeiro de Campos Sales, preocupava os cafeicultores, pois, naquele momento de nossa economia, nada asseguraria a renda que os grandes senhores do café estavam acostumados a manter.
Com as medidas defendidas no Convênio de Taubaté, a oferta de café seria reduzida, mantendo estável o preço internacional do produto.
 
Atividade Final
A crise dos preços do café se manteve também nos primeiros anos do século XX, promovendo quedas expressivas do preço desta mercadoria. Esta alteração no valor do produto apresentava relação direta com a sua oferta. Assim, quanto maior a produção, menor o valor do café.
Existiram duas estratégias distintas de manutenção da renda dos cafeicultores. Quais são essas estratégias? Mencione em sua resposta a correlação entre os cenários financeiros, nacional e o internacional
Resposta Comentada
Como a política de desvalorização cambial favorecia a receita das exportações de café, pois o preço interno da saca de café aumentou significativamente, apesar da queda do preço internacional.
A manutenção do preço internacional do café apesar do enorme aumento da produção. Isso só foi possível através da compra dos excedentes de produção pelo governo, o que foi acordado no Convênio de Taubaté.
Por meio dessa atitude, o Brasil reduzia a oferta de café no mercado internacional e mantinha, assim, os preços constantes em vez de em queda.

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