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AULA 07 e 08 - REVISADA em 01-09

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7 – ORIGENS DOS DESEQUILÍBRIOS REGIONAIS NO BRASIL
Sites importantes:
www.ibge.gov.br ; www.ipeadata.gov.br ; www.worldbank.com 
Bibliografia:
Wilson Cano – Raízes da concentração industrial em S.P. - 1977
Antonio Barros Castro – A herança regional no desenvolvimento brasileiro – Ed. Forense Universitária – 1975
Paulo Gala – Origens do desequilíbrio regional no Brasil – Ed. Saraiva 2003
Darcy Ribeiro – O povo brasileiro: Formação e o sentido do Brasil – Cia das Letras – 2003
José Márcio Rego e – Formação econômica da Brasil – Ed. Saraiva – 2003
OBJETIVOS
	- Reconhecer que a principal causa das desigualdades do Brasil são decorrentes de seu modelo de ocupação;
	- Razões históricas do desequilíbrio econômico do Brasil
	- Comparar dados estatísticos atuais com as causas que os provocaram
Brasil – um país de desigualdades ( ? ! )
O equilíbrio econômico entre as regiões distingue os países mais desenvolvidos dos menos desenvolvidos. Canadá e EUA, são países onde há pouca discrepância em relação ao desenvolvimento entre os estados.
Indicadores: Equilíbrio entre regiões, distribuição da população no território, IDH�.
Em nosso país, até meados do século XIX, as regiões eram caracterizadas como ilhas regionais, sem guardar relações econômicas entre si.
Causa principal:
	Influência da economia centrada em ciclos econômicos.
- NORDESTE - O Nordeste viveu um processo secular de estagnação tornando-se uma área de emigração. 
Pecuária e o algodão:
	– fator positivo
Importante instrumento de ocupação do interior.
	– fator negativo
Baixa produtividade não contribuiu para formação de um mercado interno que sustentasse o desenvolvimento regional.
- MINAS GERAIS – Por se tratar de atividade que não dependia de possuir terras, atraiu todo tipo de trabalhadores para a região. Devido à inexistência de agricultura nas áreas de garimpo, o abastecimento da população garimpeira gerou um comércio de longa
distância. 
	– fator positivo
Movimento migratório para o interior, inclusive dos portugueses.
	– fator negativo
Isolamento geográfico e baixa duração do ciclo não tornou as atividades manufatureiras voltadas para o mercado interno sustentáveis.
Segundo Castro (1971) “a crise da economia do ouro, ao contrário dos demais casos na história brasileira, teve origem na incapacidade de sustentação da oferta”
- SUL DO PAÍS - colonização de povoamento, imigrante europeu estabelecendo-se como pequeno proprietário, não estando aí presente o trabalhador escravo.
Foi caracterizada pela pecuária baseada no latifúndio e empregando pequeno número de trabalhadores e na agricultura, com base no trabalho extensivo que a imigração européia propiciou.
Como a pacuária é caracterizada pela baixa geração de emprego, o mercado consumidor não se desenvolveu. Já no espaço ocupado pela agricultura, produziu-se um amplo mercado consumidor, ainda que de baixa renda. Nestas condições, surgiram cidades que geravam mercado para a agricultura mercantil, cuja renda estimulava as atividades manufatureiras urbanas. Produziu-se, assim, um círculo virtuoso que sustentou o dinamismo da economia local, articulando agricultura, pecuária e indústria. Diferentemente das economias cafeeira e mineira, a economia do extremo sul encontrou, no mercado interno, sua estratégia de desenvolvimento.
	– fator positivo
Desenvolvimento baseado no desenvolvimento do mercado interno tornando-se um celeiro do país no fornecimento de alimentos.
	– fator negativo
Primeiro movimento separatista brasileiro.
- AMAZÔNIA (borracha)
	– fator positivo
Anexação do Acre ao Brasil.
	– fator negativo
Pouca fixação do trabalhador à terra (característica nômade);
Pouca circulação de dinheiro não favoreceu o surgimento de cidades;
Não desenvolvimento de uma agricultura mercantil (subsistência e proibição por parte dos senhores da terra);
Infra-estrutura de transportes baseada em rios e canais, ou seja, sem investimentos em malha ferroviária (*sic – Madeira/Mamoré);
A conjugação desses fatores não permitiu que, ao final do ciclo da borracha, a região continuasse ou tivesse um desenvolvimento sustentável.
*Falar de ciclos na economia colonial não significa que, ao final do período de predomínio daquele produto, há um retrocesso às condições econômicas anteriores. 
*A experiência dessas atividades quase sempre tem impacto favorável na economia local.
SÃO PAULO: DO CAFÉ À INDUSTRIALIZAÇÃO
São Paulo foi a única região em que uma atividade agro-exportadora teve sua crise superada pelo surgimento de uma atividade mais dinâmica: a indústria.
A partir de 1880, São Paulo tornou-se o maior produtor do país. Esse desempenho está associado a quatro fatores principais:
Técnicas de produção que sustentavam a fertilidade do solo por mais tempo do que no cultivo da província fluminense;
Disponibilidade de terras,
Implantação da malha ferroviária e
Mão-de-obra livre.
A CULTURA DO CAFÉ E O SURGIMENTO DE CIDADES
Crise da economia cafeeira causada pela super-produção a reação foi sustentada através de apoio e políticas governamentais :
	Desvalorizações cambiais = encarecimento das importações e conseqüente estímulo à industrialização substitutiva.
	Política de sustentação da renda da cafeicultura = Compra dos excedentes de produção e conseqüente manutenção da renda e do nível de emprego.
**(citar exemplo do New Deal americano de 1929)
MANUTENÇÃO DO NIVEL DE EMPREGO + ENCARECIMENTO DAS IMPORTAÇÕES = Lucro da atividade cafeeira financiando empreendimentos industriais
ATIVIDADES
ATIVIDADE 3 - Tamanho não é documento
Segundo o IBGE, a participação percentual do estado do Amazonas no PIB do país era equivalente a 1,7%, em 2000. Quando se considera que o estado ocupa uma grande parte do território nacional, sua participação no PIB brasileiro parece insignificante. Já Minas Gerais, com um território muito menor, tem uma participação de 7,7% no PIB do Brasil. 
Como você explicaria estes resultados? Para responder a esta pergunta, lembre-se de como foi a ocupação destas áreas e em que época. O tipo de atividade desenvolvida em cada região também é um fator muito importante.
Resposta comentada
A economia amazônica teve seu auge durante o ciclo da borracha, entre fins do século XIX e início do século XX. Neste período, por ser o principal produtor, o Amazonas foi beneficiado com elevados preços internacionais. A situação se modificou com a entrada de produtores concorrentes, o que fez declinar o preço da borracha e levou à crise da economia estadual. 
As características dessa atividade extrativista não concorreram para a fixação da população nem para que surgissem cidades – e o mercado consumidor que poderia viabilizar o surgimento de atividades manufatureiras.
No Estado de Minas Gerais, o ciclo do ouro levou à intensificação da ocupação do território, à criação de cidades e ao estímulo à atividade manufatureira. Esta, contudo, foi bloqueada pela Coroa Portuguesa. Após a independência de Portugal, a região pôde experimentar maior desenvolvimento.
(DIFICULDADES IMPOSTAS PELA DISTÂNCIA, DIFICULDADES EM CRIAR CONDIÇÕES DE OCUPAÇÃO, CLIMA, E O ASPECTO AMBIENTAL QUE É RECENTE!
MINAS GERAIS EXPERIMENTOU UM MAIOR CRESCIMENTO COM A INTERIORIZAÇÃO DO PAÍS PROMOVIDA POR GV E JK BEM COMO AS INDUSTRIAS DE BASE QUE ALI ENCONTRARAM CONDFIÇÕES FAVORAVEIS)
ATIVIDADE FINAL *página 141
As regiões Sudeste e Nordeste são aquelas de ocupação mais antiga no Brasil e constituem as regiões de maior percentual na população do País. No caso do PIB, entretanto, estas regiões têm indicadores extremamente diferentes. A participação do Sudeste é maior no PIB (57,12%) do que na população brasileira (42,6%). Já a do Nordeste é de 13,12% e corresponde à metade da participação na população (28,1%).
Qual a origem deste desequilíbrio?Resposta comentada
Durante o período colonial, o Nordeste foi a principal região econômica do País, pois lá se desenvolveu a economia canavieira. Pela condição de economia colonial dependente dos interesses metropolitanos (Coroa Portuguesa), introduziu o trabalho escravo para baixar custos de produção e permitir lucros mercantis com a exportação. Após o declínio dos preços internacionais da cana-de-açúcar no século XVII, a região enfrentou uma crise que não foi superada pelo dinamismo interno, pois a frágil ligação entre o setor externo (a agro-exportação canavieira) e o setor de economia interna (abastecimento de animais e madeira) não permitiu a formação de um mercado interno que estimulasse o surgimento de novas atividades voltadas para a economia interna. 
Na economia cafeeira foi diferente, especialmente após o fim do tráfico escravo e o abastecimento de trabalhadores por meio da imigração européia. Foi constituído um mercado de trabalho que favoreceu o surgimento do mercado consumidor, em numa época em que o Brasil já deixara de ser colônia portuguesa (livre, portanto, do Pacto Colonial) e a industrialização já se tornara na principal estratégia de desenvolvimento econômico.
8 – REVOLUÇÃO DE 30 – MARCO POLÍTICO ENTRE O MODELO PRIMÁRIO EXPORTADOR E O DA INDUSTRIALIZAÇÃO SUBSTITUTIVA DE IMPORTAÇÕES.
Sites importantes:
www.rio.rj.gov.br/memorialgetuliovargas ; www.cpdoc.fgv.br ; http://www.tvcultura.com.br/aloescola/historia/cenasdoseculo/nacionais/revolucaode30.htm
http://www.unicamp.br/unicamp/unicamp_hoje/ju/abril2004/ju248pag08.html
http://www.geocities.com/Athens/Troy/9288/indice.html - revolução constitucionalista
http://www.conhecimentosgerais.com.br/historia-do-brasil/economia-na-era-vargas.html – Economia do Brasil no inicio da era Vargas
http://paginas.terra.com.br/educacao/br_recursosminerais/1890_2000.html – Exploração de minério no Brasil
Bibliografia:
Boris Fausto – A Revolução de 30 – Bertrand Brasil - 1990
Celso Furtado – Formação Econômica do Brasil – 1971
Octávio Ianni –Estado e Planejamento Econômico no Brasil – 1977
Lourdes Sola – O Golpe de 37 e o Estado Novo – 1990
OBJETIVOS
Reconhecer as razões da desvalorização cambial na República Velha;
Identificar as mudanças da política Econômica de Campos Sales;
Correlacionar essas mudanças com as decorrentes do Convenio de Taubaté.
REVOLUÇÃO DE 30 – CARACTERÍSTICAS PRINCIPAIS
-Marco político que separa dois modelos de desenvolvimento econômico: 
O modelo primário-exportador X o desenvolvimento de industrialização substitutiva de importações�;
-Mudança no papel do Estado: Intervencionismo estatal na economia;
-Rompimento institucional com a ordem política vigente: Tomada do poder por revolucionários;
-Mudança no eixo da economia brasileira de agro-exportadora para industrialização.
OS ANTECEDENTES DA REVOLUÇÃO DE 1930
REPUBLICA VELHA 
* características: 
	- Interesses econômicos identificados com a cafeicultura 
- dominação do poder e da coisa pública
		* conseqüência
- Surgimento de novos grupos sociais (classe média urbana, militares e industriais)
Insatisfações políticas e a formação da Aliança liberal � que viabilizou a ruptura institucional (queda do governo) potencializada pela quebra da bolsa de NY em 29
DEPRESSÃO DE 29 – Principais Conseqüências Econômicas
Diminuição dos fluxos de comércio internacional, derivada das políticas protecionistas com as quais os países procuravam se defender; 
Redução dos preços internacionais dos produtos comercializados; 
No caso brasileiro, paralisação dos fluxos financeiros internacionais utilizados no financiamento da compra dos estoques excedentes de café.
Necessidade de mudança do papel do Estado e o apoio que ele dava à economia cafeeira. A crise ainda causou impactos no país, ao suscitar uma consciência mais clara dos problemas brasileiros. 
Segundo Ianni (1977), as perspectivas transitórias de investimento industrial impediam a formação de um grupo social estável, dotado de coesão interna e que constituísse um contraponto aos interesses da cafeicultura. Em lugar de disputas ideológicas entre industrialistas e agropecuaristas, portanto, os conflitos tomaram a forma de disputas regionais pelo poder central.
AS TRANSFORMAÇÕES POLÍTICAS E ECONÔMICAS OCASIONADAS PELA REVOLUÇÃO DE 1930
A Revolução de 1930 delimita a passagem de um modelo de desenvolvimento voltado “para fora”, isto é, para o mercado externo (o modelo primário-exportador), para um modelo “voltado para dentro”, isto é, para o mercado interno – o modelo de industrialização substitutiva de importações (ISI). Nessa passagem, houve significativa mudança no papel do Estado, que se tornou um importante ator econômico nesse novo modelo de desenvolvimento.
Transformações políticas
Fortalecimento do poder do governo central diante dos governos estaduais.
Outorga de uma nova constituição autoritária, inaugurando o chamado Estado Novo.
TRANSFORMAÇÕES DEMOGRÁFICAS E ECONÔMICAS: NASCE UM NOVO PAÍS
Industrialização = Migração do Nordeste para o Sudeste
Surgimento de uma nova classe social: Operariado (PCB)
A Era Vargas Divide-se em 2 etapas: 
GOVERNO PROVISÓRIO: 1930-1937 - CARACTERÍSTICAS PRINCIPAIS
O governo provisório foi marcado pela acomodação, no interior das classes dominantes, de novos interesses econômicos. 
	POLÍTICA: Disputa entre o movimento TENENTISTA e os políticos tradicionais – Derrota de ambos e vitória de Vargas Conseqüência direta: REVOLUÇÃO CONSTITUCIONALISTA Constituição de 34.
	ECONOMIA: Crise econômica enfrentada com a declaração de moratória da dívida externa e a política de queima de parte da produção cafeeira.
	SOCIAL: Novas leis trabalhistas e previdenciárias com benefício imediato à classe trabalhadora urbana e manutenção desse contingente sob o jugo do Estado que controlava os Sindicatos.
ESTADO NOVO: 1937-1945
	POLÍTICA: Regime autoritário imposto por Vargas = Golpe de Estado – apoio de lideranças políticas e militares;
	ADMINISTRATIVA: Centralização do poder público, criação e burocratização da administração pública civil e militar
	ECONOMICAS: Abolição das taxas interestaduais de exportações contribuindo para o desenvolvimento do mercado interno; plano qüinqüenal e criação das empresas estatais; Siderurgia e industrialização (base para a industria automobilística de JK),
Diante do desinteresse de capitais privados nacionais e estrangeiros, o Estado se responsabilizou pelo empreendimento, a primeira grande planta siderúrgica do País.
Segundo Ianni (1977):
O Estado Novo era uma reelaboração das relações entre sociedade e Estado, em que o poder público tomou a frente nos projetos de desenvolvimento econômico. Implicava também uma reestruturação interna do Estado, com os governos subnacionais submetendo-se às definições de políticas adotadas pelo governo central. Esse Estado, hipertrofiado e autoritário criou instrumentos que aceleraram a transformação do eixo econômico do país rumo à industrialização. 
Mudanças estruturais
Um aspecto de suma importância no Estado Novo foi seu impacto sobre a estrutura federativa do país, em direção à centralização do poder público. No plano ideológico, a perda de autonomia dos governos estaduais frente ao governo central pode ser ilustrada com o episódio da queima das bandeiras estaduais durante a festa em homenagem à bandeira nacional, apenas nove dias após a instituição do Estado Novo: tratava-se da submissão dos estados à União.
Finalmente, cabe mencionar outro importante elemento característico do Estado Novo: o avanço da legislação trabalhista e previdenciária. É verdade que ainda no governo provisório foi iniciado esse movimento; no entanto, o cumprimento desses direitos somente iria ser efetivo após 1937, com a criação da Justiça do Trabalho.
É importante lembrar, todavia, que ao mesmo tempo que criava ou ampliava direitos,o Estado Novo tratava de liquidar a autonomia da organização dos trabalhadores. 
Mudanças econômicas
Uma das primeiras medidas tomadas pelo Estado Novo foi a abolição das taxas interestaduais de exportações, contribuindo decisivamente para o desenvolvimento do mercado interno.
Quanto a outras realizações econômicas, deve ser mencionada a elaboração de um plano qüinqüenal, cumprido apenas em parte, mas que previa a atuação direta do Estado através da criação de empresas estatais. Com isso foram criadas as bases institucionais para a geração de uma burocracia – civil e militar – bem remunerada e prestigiada, muito importante para a experiência desenvolvimentista do país, para muito além do próprio governo Vargas.
O avanço da industrialização brasileira pela intervenção estatal, direta ou indireta, transformou o país. Vargas ficou muito identificado com a hipertrofia do Estado. Quando Getúlio foi deposto, em 1945, havia a expectativa de enfrentar o autoritarismo mediante a reversão de muitas de suas ações – o que, entretanto, mostrou-se impossível. 
O Brasil havia se transformado em um país de base urbano-industrial, para o qual foi necessária a intervenção do Estado no domínio econômico.
-Primeiro Congresso Brasileiro de Economia: Eugênio Gudin x Roberto Simonsen
A intensificação do processo de industrialização, tendo o Estado como agente condutor, foi discutido no Primeiro Congresso Brasileiro de Economia, ocorrido em 1943.
O debate teve por contendores o economista liberal Eugênio Gudin e o líder empresarial Roberto Simonsen, ambos importantes intelectuais e conselheiros do governo federal.
Suas divergências sobre planejamento econômico ultrapassaram o âmbito das discussões no Conselho Nacional de Política Industrial e Comercial e na Comissão de Planejamento Econômico.
(...) Simonsen defendia uma decidida intervenção governamental na economia, para viabilizar um grande esforço de investimento capaz de lançar o país na rápida eliminação do atraso econômico, buscando quadruplicar a renda nacional. Gudin divergia, ponderando que um crescimento tão acelerado seria impossível, uma vez que, atingido o pleno emprego, os novos investimentos levariam apenas à inflação, e não ao crescimento da produção. Simonsen replica que a dinâmica econômica de países como o Brasil é distinta da prevalecente em países avançados, onde se elaboraram as bases teóricas da ciência econômica, o que retiraria a validade do paradigma utilizado por Gudin (apud SANTOS, 2000).
Apesar de teoricamente mais bem fundamentado, Gudin seria derrotado pela visão mais pragmática de Roberto Simonsen. Essa vitória, entretanto, deve ser entendida no contexto de uma ordem internacional econômica indefinida, antes da ascensão da hegemonia norte-americana acontecida após a Segunda Guerra Mundial. Ao fim da guerra, porém, a economia brasileira havia avançado significativamente em direção à industrialização.
O avanço da industrialização brasileira pela intervenção estatal, direta ou indireta, transformou o país, tornando impossível um retorno ao Estado de antes da Revolução de 1930. Apesar disso, Vargas ficou muito identificado com a hipertrofia do Estado. Quando Getúlio foi deposto, em 1945, havia a expectativa de enfrentar o autoritarismo mediante a reversão de muitas de suas ações – o que, entretanto, mostrou-se impossível. O Brasil havia se transformado em um país de base urbano-industrial, para o qual foi necessária a intervenção do Estado no domínio econômico.
ATIVIDADES
2- página 19
Verdadeiro ou falso?
Esta atividade é para você verificar os pontos mais importantes apresentados até aqui. Identifique as seguintes afirmativas como verdadeiras (V) ou falsas (F), justificando-as:
1. a regulação nas relações capital-trabalho favoreceu o desenvolvimento de uma sociedade de base urbano-industrial;
2. o fortalecimento do governo estadual paulista foi resultado da derrota do governo federal na Revolução Constitucionalista;
3. o fortalecimento do Estado Nacional incluiu a criação de um corpo burocrático profissional estabelecido segundo critério meritocrático;
Resposta Comentada
1. V, pois a regulação nas relações de trabalho indicava para o empresário industrial o custo do trabalho urbano, não obstante essa regulação garantir direitos ao trabalhador.
2. F, pois o governo federal fortaleceu-se sobre os governos estaduais e, apesar de vencer os paulistas na Revolução Constitucionalista de 1932, atendeu os principais interesses de São Paulo ao criar um órgão regulador da produção de café, o IBC, e convocar uma Assembléia Constituinte que iria elaborar a nova Constituição Federal.
3. V, pois a criação de inúmeros órgãos governamentais seria seguida da criação do Dasp, departamento que instituiu o acesso através de critério de mérito – concurso público – em muitos dos cargos do funcionalismo público (o que não significa que tenham sido extintas as contratações segundo interesses políticos para alguns cargos públicos). Nesse período, o avanço industrial era limitado pela capacidade do país em importar os bens de capital que permitissem ampliar a capacidade produtiva interna. A superação dessa “INDUSTRIALIZAÇÃO RESTRINGIDA” passava pela maior participação dos interesses industriais no poder central, seja para receber financiamento para produzir internamente os bens de produção de que necessitava, seja para receber algum benefício fiscal ou cambial para importar esses bens.
3 - Estado, Estado meu...
O governo Vargas criou, na década de 1930, o Ministério do Trabalho, da Indústria e do Comércio; declarou a moratória da dívida externa; introduziu a política de queima dos estoques excedentes de café e criou agências reguladoras para os principais produtos agrícolas: o Instituto Brasileiro do Café (IBC) e o do Açúcar e do Álcool (IAA). Analise o papel do Estado após a Revolução de 1930, destacando suas diferenças com o governo liberal da República Velha.
Resposta Comentada
A Revolução de 1930 rompeu com a visão liberal do Estado. Inicialmente, Vargas enfrentou o estrangulamento externo, dando uma solução drástica para o acúmulo dos estoques excedentes de café e o aumento da dívida externa (em grande parte para financiar a política de manutenção dos estoques de café), mas também interveio na estrutura econômica do país, seja organizando as relações capital-trabalho (via legislação trabalhista), seja pela regulação das principais atividades agrícolas, por meio da criação do Instituto Brasileiro do Café (IBC) e do Instituto do Açúcar e do Álcool (IAA).
4- Estado interventor x Estado regulador
Segundo o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (1995-2002), o país precisa superar a herança varguista para permitir que o “Estado interventor” seja sucedido pelo “Estado regulador” na atual ordem econômica globalizada. Apresente, pelo menos três, iniciativas do governo Vargas (1930-1945) identificadas com o intervencionismo estatal que caracterizou o desenvolvimento econômico no Brasil a partir de 1930.
Resposta Comentada
Com Getúlio Vargas, o Estado passou a intervir no domínio econômico por meio de diversas iniciativas, dentre as quais podemos mencionar: a) legislação trabalhista; b) criação de empresas públicas (casos da Petrobras, da CSN e da Cia. Vale do Rio Doce); e c) criação da Superintendência de Moeda e Crédito (Sumoc), instituição
responsável pela regulação da oferta monetária no país. Somente a última estaria identificada com a função exclusiva de regulação econômica. A primeira, apesar de regular as relações capital-trabalho, é considerada uma intervenção indevida, pois não protege adequadamente o trabalhador no mundo atual, onde prevalecem relações flexíveis de produção. Isto resultaria em crescente informalidade no mercado de trabalho. Por último, a criação de empresas estatais somente se justificaria em um contexto em que a iniciativa privada se mostrasse incapaz de empreender em setores necessáriosao processo de desenvolvimento econômico, sendo o processo de privatizações uma evidência de que isso não acontece mais. Ao longo do seu curso de Administração, você terá oportunidade de se deparar com muitas opiniões parecidas com a do ex-presidente. Você vai verificar, também, que muitos discordam destas opiniões. Na verdade, há muita disputa entre diferentes pontos de vista a propósito da intervenção estatal na economia.
QUESTÕES DA AP1 DE 2008
Falso ou verdadeiro (6,0 pontos) – (justifique a resposta quando falso).
O fato de não encontrar metais preciosos no Brasil no início da colonização facilitou a defesa do território americano nas mãos dos portugueses, pois a produção de cana-de-açúcar era pouco cobiçada pelas outras potências à época.
R: F
A mineração no Brasil foi a principal responsável pela passagem do centro econômico da região nordeste para o centro-sul brasileiro, principalmente em função da crise da economia açucareira do nordeste.
R: V
As invasões holandesa e francesa na costa brasileira foram as principais responsáveis pela crise das bases da economia colonial no Brasil, contribuindo decisivamente para o processo de independência.
R: F
A rápida expansão das exportações de café no Brasil resultou, em boa medida, das condições excepcionalmente favoráveis no que se refere aos recursos necessários para o seu cultivo nas regiões norte e nordeste, sobretudo na Amazônia, marco inicial da produção para o mercado externo.
R: F
A industrialização paulista determinou uma clara polarização espacial no Brasil e, conseqüentemente, o acirramento dos desequilíbrios regionais que vinham sendo observados.
R: V
O primeiro governo de Getúlio Vargas (Revolução de 30) marcou o fortalecimento do governo central frente aos governos estaduais, que perderam parcela substancial de sua autonomia, iniciando uma mudança significativa no papel do Estado na condução do desenvolvimento brasileiro.
R: V
Explique de maneira sucinta as principais diferenças entre as bases de produção do café no oeste velho e no oeste novo paulista (2,0 pontos).
A resposta deve focar nas diferenças entre a imigração no sistema de parceria (suas motivações e limites) e no sistema de colonato, que permitiu o deslanche definitivo da cultura cafeeira em São Paulo
QUESTÃO DA AD1 DE 2008
Examine os principais determinantes da crise da economia colonial no Brasil;
RESPOSTA: Explicar como o aumento da atividade econômica interna no Brasil (e a conseqüente consolidação de uma nova elite cujos interesses concentravam-se na colônia) entra em choque com as bases do pacto colonial imposto por Portugal. No plano externo, explicar os efeitos da Revolução Industrial (cada vez mais visíveis na Europa), e a necessidade de busca e incorporação de novos mercados pelas unidades industriais em formação.
Analise a associação entre a emergência do trabalho livre na cafeicultura brasileira no século XIX e:
A grande expansão da produção do café para exportação
O aumento substancial do mercado interno no Brasil
O início da industrialização no país
RESPOSTA: Associar a emergência da imigração sob a forma de colonato e a monetização das relações de trabalho (ainda que parcialmente) à formação de um mercado interno mais importante, impulso chave para o início do processo de industrialização no país.
� IDH
Criado pela Organização das Nações Unidas (ONU), o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é composto da conjugação de três indicadores: a renda per capta; o número de anos de escolaridade e a taxa de expectativa de vida. Trata-se de um índice criado para comparar o desenvolvimento entre países, introduzindo indicadores de condições de vida ao tradicional cálculo do PIB e da renda per capta. 
� INDUSTRIALIZAÇÃO SUBSTITUTIVA DE IMPORTAÇÕES Processo caracterizado pela intervenção do Estado na economia,
visando diminuir a vulnerabilidade externa por meio da industrialização interna, disponibilizando recursos para a indústria nacional. Tinha como objetivo conquistar a auto-suficiência na produção de matérias-primas (ferro, petróleo etc.) e produtos necessários ao país que tinham preços elevados no mercado externo. Iniciado a partir da década de 1930, teve seu auge com a indústria automobilística nos anos 1950.
� ALIANÇA LIBERAL Conseqüência de disputas regionais pela conquista do poder central, surgiu de um acordo entre estados que não se identificavam com os interesses da cafeicultura. Seus integrantes, na maioria políticos e militares, reivindicavam mudanças políticas: a luta
pela representação mediante o voto popular e secreto; reforma administrativa e do ensino, bem como a independência do Judiciário. A Aliança Liberal depôs o presidente Washington Luís, em 1930, estabelecendo o fim da República Velha (1889-1930) e inaugurando a Era Vargas (1930-1945). 
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