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Escolas Penais na Criminologia

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Matéria: Criminologia (VT)
Alunos: Gustavo de O. Coutinho (600591401)
Hugo Duarte de Souza (600591406)
João Victor de A. Martins (600733401)
Keysi Lanny dos S. Ferreira (600767434)
Escolas penais predominantes na época
Escola clássica 
 Cesare Beccaria abre caminho para o movimento da “Escola Clássica de Criminologia”, e é nesse momento em que a Criminologia surge, como ciência, com os positivistas.
 A Escola Clássica tem como característica sua linha filosófica, de cunho liberal e humanitário, onde seu principal alicerce era a ideologia da defesa social.
 Para essa escola, a pena é um mal imposto ao indivíduo merecedor de um castigo por motivo de uma falta considerada crime, cometida voluntária e conscientemente e a finalidade da pena é o restabelecimento da ordem externa na sociedade.
 A escola clássica foi dividida em dois grandes períodos:
- Filosófico/teórico: no qual teve destaque de Beccaria, construindo um sistema baseado na legalidade, onde o estado deve punir o delinquente, porem deve se submeter as limitações da lei 
- Jurídico ou prático: em que o grande nome foi Franchesco Carrara, ele estuda o crime e não se preocupa com a figura do criminoso. Dizia que o crime era uma infração da lei do Estado e era impelido por duas forças: a física, movimento corpóreo que produzirá o resultado, e a moral, a vontade consciente e livre de praticar um delito 
Escola positiva 
 Esta nova corrente filosófica teve como precursor Augusto Comte, que representou a ascensão da burguesia emergente após a Revolução de 1789.
 Para essa escola o crime não decorre do livre-arbítrio e sim de fatores sociais e naturais, sua conduta é determinada por fatores internos e externos. Analisa- se o criminoso, usando o método experimental de pesquisa.
 A escola positiva pode ser dividida em três fases:
 Antropologia Criminal – Cesare Lombroso: Os delinquentes estão propensos aos crimes devido às suas características físicas, levado pelo efeito de sua natureza. Examinando delinquentes, estudando a anatomia de crânios, cérebros e vísceras e comparando com homens não delinquentes, Lombroso chegou a conclusão de que há características biológicas e psicológicas nos criminosos. Daí chegando na conclusão do criminoso nato com os seus caracteres morfológicos. É o direito tratado como uma ciência empírica.
 Este criminoso nato tem características psicológicas, morais e intelectuais.
Sociologia criminal- Para Ferri a pena deveria ter dupla finalidade, quais sejam, punir e ao mesmo tempo recuperar o criminoso, ou seja, a medida preventiva e retributiva. A pena deve ser indeterminada, sendo necessária até ao eficaz reajuste da vida do criminoso em sociedade, a pena para guardar a defesa social, classificou o criminoso em nato, louco, passional, ocasional e habitual.
 Fase jurídica- entendia que existiam dois tipos de delitos, os naturais e os legais. Os delitos legais variavam de país a país. Enquanto que os delitos naturais ofendiam aos sentimentos altruístas, desprovido de piedade ou benevolência, e para este preconizava guerra ao inimigo. Favorável a pena de morte, entendia que a sociedade não tem dever algum com os criminosos mais perigosos, devendo então eliminá-lo do convívio social, pois estes não se adaptariam à vida em sociedade. São seres inferiores e devem ser eliminados.
ESCOLA SOCIOLÓGICA ALEMÃ
 Busca desenvolver uma nova Política Criminal. E Von Liszt cria a primei Teoria do Delito, a chamada Teoria Causalista (conditio sine qua non). Almeja um equilíbrio entre livre arbítrio e determinismo.
 Defende a pena intimidativa para os criminosos normais, com fulcro a desestimular a prática de novos delitos e a medida de segurança para os anormais e reincidentes. É o conceito finalista da pena.
 Os principais fundamentos dessa corrente:
 O direito penal é ciência independente que se ocupa da posição dogmática do Direito e emprega o método lógico-abstrato;
 A criminologia, a penologia e a política criminal, embora ligadas ao direito penal são ciências autônomas e aplicam o método experimental;
 A imputabilidade tem como base a responsabilidade penal e, sem entrar no âmago da questão do livre arbítrio e do determinismo, deve ser declarado culpado o sujeito que tenha capacidade de se conduzir socialmente. No entanto, para determinada categoria de infratores, a natureza das medidas aplicáveis dependerá de sua periculosidade;
 O delito é, ao mesmo tempo, considerado como conceito jurídico proporcionado pelo Direito Penal e como fenômeno natural, suscetível de investigações criminológicas quanto à sua etiologia e formas de apresentação;
Abordagem sobre a origem das penas e o fundamento do direito de punir.
Origem das penas e do direito de punir
“As penas que vão além da necessidade de manter o deposito da salvação pública são injustas por sua natureza; e tanto mais justas serão quanto mais sagradas e inviolável for a segurança e maior a liberdade que o poder soberano propiciar aos súditos”. Por dever ser posta de lado a liberdade, escolhe-se a menor parcela dela, somente a que se faz necessária. A reunião das pequenas parcelas de todos fundamenta a possibilidade de punir do Direito. Quando não houver este fundamento, não haverá justiça e nem poder de direito; é um poder de fato, porém, usurpado. Na origem das agrupações, as liberdades foram sacrificadas para haver mais segurança; entra, então, em cena o poder soberano. O depósito destas liberdades seria a lei; a qual não é o suficiente para evitar o despotismo. Por este fato, e para este motivo, foram criadas penas a estas leis.
Consequência desses princípios
“A crueldade nos castigos é inútil, sendo, então, odiosa e injusta”. Deve haver intermédio do magistrado para decidir se o soberano ou o acusado está correto quanto a um determinado caso, pois a terceira pessoa é imparcial. Ao soberano não compete julgar.  As leis penais podem indicar penas de cada delito, e o direito de estabelecê-las cabe ao legislador, apenas. O magistrado não pode aplicar pena não prevista em lei (“nulla poena sine praevia lege”); ele é injusto, também, quando é mais severo que a lei, aumentando, por exemplo, o efeito da lei.
Da Interpretação das leis
 Literalmente, a lei o cidadão é protegido de abuso de tiranos e, também, pode desviar-se da prática criminosa ao identificá-la de tal forma, pois o texto da lei diz. Deve haver essa prisão ao texto da lei, pois cada homem tem uma opinião, pode haver paixões decidindo e julgando, e há frequente mudança de ideias e ideais; logo a lei assegura que o delito seja julgado e punido da mesma maneira em dois tribunais diferentes, faz com que haja uma mesma justiça.
“As leis tomam sua força da necessidade de guiar os interesses particulares para o bem geral”.
 Beccaria, coloca o poder soberano como interprete da lei; verifica-se, então, com o juiz se fora cometido algum delito. O juiz deve fazer um silogismo; a premissa maior seria a lei; a ação, a menos; e a sentença; a consequência. Se houve excesso a esta ação, há incerteza quanto ao julgamento. Para Beccaria, consultar o espírito das leis penais é um erro, devendo manter-se apenas às letras delas.
Da obscuridade das leis
 Segundo o autor, se não há instante estável no pacto social, não existirá resistência quanto ao tempo e as vontades humanas. Essa disseminação é feita através da imprensa, que faz do público o depositário das leis; a obscuridade das leis é um mal tanto quanto é a arbitrariedade, pois aquela precisa ser interpretada. Para livrar o domínio da lei de um pequeno grupo, deve-se traduzir os códigos legais, e tornar a lei conhecida do povo; assim, com “o texto sagrado das leis nas mãos do povo”, há menos delitos. Com isso é esperado que o conhecimento e a certeza das penas freiem as paixões, que levam ao cometimento de delitos.
 Da prisão
 Beccaria afirma que serão possíveis prisões com provas mais fracas quando as penas forem mais suaves e as prisões não forem um lugar horrível de desespero e fome. Aponta-sealguns erros na justiça criminal: há emprego de força e poder, não justiça; há, na mesma prisão, detentos inocentes (suspeitos) e criminosos convictos; entre outros. “As leis e os usos de um povo estão sempre atrasados vários séculos em relação aos progressos atuais (...)”
 Trata-se do direito de prender os cidadãos de modo discricionário, o poder que tem o magistrado. A prisão continua tendo o caráter essencial que apenas à lei cabe indicar, entretanto, é indicado pelo juiz. Esclarece-se aqui que a lei deve estabelecer fixamente quais indícios de delito um acusado pode ser preso.
Dos indícios do delito e da forma dos julgamentos
 Cabe ao juiz a constatação dos fatos, quando a lei é clara e exata; quando necessárias destreza e habilidade na investigação das provas, o bom senso é suficiente ao magistrado. O melhor julgamento, de fato, seria o feito por iguais, não ocorrendo, então, sentimentos de desigualdade; o julgamento deve, ainda, ser público e obter legitimidade. As perfeitas não existem possibilidade de inocentar o acusado, as imperfeitas mantêm a possibilidade de inocência. Há dois tipos de
prova quanto à quantidade, as de um fato que se apoiam todas entre si, e as que independem uma das outras. Quanto à qualidade, também, há outros dois grupos, perfeitas e imperfeitas.  Às primeiras não importam o número de provas, pois destruindo uma (mais verossimilhante) as outras não valem; ao segundo tipo, quanto mais provas melhor.
Das testemunhas
  É dada maior importância às testemunhas quanto mais atrozes os crimes. A confiança que se deposita em uma testemunha deve ser medida pelo interesse que ela tem em dizer ou não a verdade; deve-se, portanto, ceder à testemunha maior ou menor confiança, na proporção do ódio ou da amizade que tem ao acusado e de outras relações mais ou menos estreitas que ambos mantenham. O discurso da testemunha é, também, muito importante, pois se ele tiver a intenção de incriminar e não puder ser repetido com a mesma intensidade e tonalidade não pode ser considerado.
 Houve abusos diversas vezes cometidos, como considerar nulos os testemunhos de condenados e de mulheres. Arrolar testemunhas pode parecer adiar um processo, entretanto, procrastinações são necessárias, pois, assim, não há arbítrio do juiz e faz o povo entender que julgamentos são feitos formalmente e não pelo interesse.
Dos interrogatórios sugestivos
 Assim como as confissões não são necessárias quando provas comprovam a autoria do crime; também não são necessários interrogatórios quando se foi verificado o crime. O único interrogatório deve ser sobre a forma do cometimento do crime e de suas circunstâncias. Quem se negar a responder o interrogatório ao juiz deve sofrer pena pesada estabelecida por leis; deve ser muito pesada devido a ofensa para a justiça.
Dos juramentos
 O juramento é uma contradição entre leis e sentimentos naturais, não há como exigir de um acusado que diga a verdade, quando seu interesse é esconder. Destrói-se a força do sentimento religioso [ao jurar em nome de Deus]; por este motivo, entre outros, o juramento é uma mera formalidade, tanto é inútil que o juramento nunca faz com que o acusado diga a verdade.
Da tortura
 A tortura é uma barbárie consagrada pelo uso na maioria dos governos até a época de Beccaria; porém, ela demonstra o direito da força, pois inflige pena ao cidadão quando não se sabe se é inocente ou não. Pode haver crime certo ou incerto, se é certo deve ser punido pela lei fixa, se não deve ser considerado inocente. Esta prática [tortura] assemelha-se ao ordálio, usado no direito divino (Direito Canônico na Idade Média), a única diferença é que o foco da tortura é a confissão, enquanto no ordálio as marcas eram provas de crime.
Da duração do processo e da sua prescrição
 São separados, dentre outros critérios, pela verossimilhança, sendo o primeiro menos verossimilhante e o segundo mais. O tempo que é empregado na investigação das provas e o que determina a prescrição não devem ser aumentados em virtude da gravidade do delito que se persegue. Separa- se então duas categorias de delitos: Grandes e Pequenos. 
 Para crimes hediondos não deve haver qualquer prescrição em favor do culpado. “Cabe tão-somente às leis determinar o espaço de tempo que se deve utilizar para a investigação das provas do crime, e o que se deve conceder ao acusado para que se defenda”.
Dos crimes iniciados; dos cúmplices; da impunidade
 A impunidade pode encorajar o povo e prevenir grandes delitos; propõe que seja feita lei geral para isto, ao invés de declaração especial num caso particular. Busca-se prevenir até tentativas iniciais do crime; porém, a punição deve ser mais branda para também fazer com que a pessoa que iniciou o crime não busque completá-lo. Há tribunais que oferecem impunidade para cúmplice que trair seus colegas, considerado uma covardia do legislativo e, logo, do soberano, mas que pode funcionar. O princípio de um crime deve ser castigado, mas de forma mais branda, por se tratar da vontade de cometer um crime.
Da moderação das penas
  O autor expõe que o rigor das penas deve estar de acordo com o atual estado do país.  Historicamente, verifica-se que onde as penas foram mais cruéis, foram os lugares onde cometeu-se maior número de crimes hediondos. Quanto mais terríveis forem os castigos, tanto mais cheio de audácia será o culpado em evitá-los. Praticará novos crimes, para subtrair-se à pena que mereceu pelo primeiro.
 A função dos castigos é de impedir o culpado de tornar-se futuramente prejudicial à sociedade, e afastar a sociedade do caminho do crime, ou seja, a função da pena é utilitarista. Nota-se que para surtir efeito, o mal causado pela pena deve superar o bem retirado pelo crime.
 Porém, a crueldade das penas tem dois resultados: é difícil estabelecer proporção entre delito e pena, pois sempre haverá superação do limite humano; os tormentos mais terríveis podem provocar impunidade.
Da pena de morte
 Esta pena não é baseada em direito algum, é, apenas, uma guerra considerada necessária contra um cidadão da sociedade; fora isto, ela nunca pôs fim ao cometimento de delitos. Este castigo tem menos efeito do que uma pena de longa duração; uma pena perpétua pode afastar o crime de qualquer cidadão. 
 Do banimento e as confiscações
 É discutido se deve ser feita confiscação de bens devido ao banimento, a perda de bens é pena maior que o exílio. Se a lei determinar que todos os laços entre o condenado e a sociedade estão quebrados, pode haver confiscação. Porém, isto pode fazer de um inocente um criminoso.
 Da infâmia
 Não é uma pena que decorre das leis, mas do povo; deve ser rara para não abalar o poder da opinião pública, e sua própria força. Também, não deve recair sobre muitas pessoas.
 Da publicidade e da presteza das penas
  O autor indica o contraste entre a demora do magistrado e a pressa do acusado. “Uma pena muito retardada torna menos estreita a união dessas duas ideias: crime e punição” Trata-se da prisão preventiva, encarceramento tempo suficiente para a instrução do processo.
Dos asilos
 Para o autor, há pouca diferença entre impunidade e asilo, que é abrigo contra a ação das leis. Porém, ele entende que um crime deve ser castigado somente no país em que foi cometido.
Do uso de pôr a cabeça a prêmio
 Entre os diversos argumentos do autor, os que mais são gravados são: o que ele tece quanto a debilidade da nação que precisa de ajuda para se defender, por não ter força; e o da criação de mais cem crimes para a prevenção de um.
 Que as penas devem ser proporcionais aos delitos
 É necessário que sejam estabelecidas divisões principais na distribuição das penas proporcionadas aos crimes. Busca-se uma proporção entre delito e pena. O meio utilizado pela legislação para prevenir o crime deve ser mais forte à medida que é mais danoso ao bem público. Se não há essa proporção não se faz na mente da população diferença entre crimes. 
Da medida dos delitos
 A exata medida é o prejuízo causadoà sociedade. A intenção não infere na grandeza do crime, pois tal sentimento varia em todos os homens e no próprio indivíduo.
Divisão dos delitos
 Visando o bem público: São considerados delitos somente ações que tendam à destruição da sociedade ou aos que a representam, ações que afetam o cidadão quanto à existência, bens ou honra, ou ações que executem atos contrários aos determinados em lei ou executem atos os quais a lei proíbe.
Dos crimes de lesa-majestade
 Grande crime, prejudicial à sociedade. Deve ser considerada a moral e, também, o local do ato.
Dos atentados contra a segurança dos particulares e sobretudo das violências
 Beccaria inclui no primeiro grupo violências por parte da nobreza e dos juízes. Afirma que as penas devem ser as mesmas independentemente da posição social. Existem atentados contra existência, contra honra e contra propriedade. 
 Das injúrias
 A injúria tem como fundamento a honra, que é algo complexo, composto tanto de ideias complexas como de ideias simples. Elas são punidas pela infâmia, a punição tem força vinda da opinião pública; esta evita os males que não podem ser evitados pela lei. É possível a ação da opinião pública num ambiente de extrema liberdade política, no caso, as monarquias modernas, com tirania controlada pela lei.
Dos duelos
 O autor defende que quem incitou o duelo deve ser castigado, enquanto o outro participante não, por, apenas, defender sua honra.
Do roubo
 É punido com pena em dinheiro, não tendo essa possibilidade para não gerar pobreza e mais violência pode ser punido com a escravidão. Deve ser acrescido pena corporal. Há divisão entre roubo com violência e sem o que dá base para a diferença entre assalto e furto.
Do contrabando
 A vantagem do contrabando é diretamente proporcional ao número de direitos existentes. O contrabando produz ofensa ao soberano e à nação, mas não deve haver infâmia, pois não afeta suficientemente o povo para provocar sua indignação. 
Das falências
 Previne-se as falências por fraude, e recuperam-se a economia dos homens de boa-fé. Diferença entre a falência por ação de má-fé e de boa-fé, há de existir em lei a distinção entre faltas graves e leves, não se pode deixar à arbitrariedade de um magistrado.
Dos crimes que perturbam a tranquilidade pública/Da ociosidade
 Não se admite ociosidade por parte do governo, devendo ele ser partícipe nas relações sociais; porém, há um tipo de ociosidade que é aceitável e pode ser vantajosa, dando maior liberdade e riqueza ao cidadão. Os cidadãos devem conhecer o que precisam fazer para serem culpados, e o que necessitam evitar para serem inocentes.
Do suicídio
 A pena ou lei para este delito é injusta e sem utilidade, porque a pena recairia sobre a família, que é inocente. Embora seja um crime, o autor acredita que não é um delito que deve ser punido pelo homem, mas sim por Deus, que é o único que pode punir após a morte. 
 De alguns delitos difíceis de serem constatados
 As leis não procuram prevenir estes delitos com os melhores meios possíveis. A pederastia é um desvio das paixões do homem escravizado pela sociedade. Trata-se do adultério, da pederastia e do infanticídio. O primeiro é comum porque as leis não são fixas e porque é natural a atração pelo sexo oposto, não deve haver embora exista quase punição, pois ela é um incentivo.
 De uma espécie particular de crime
 Trata aqui da Inquisição, ou Tribunal do Santo Ofício. Diz-se que somente religiões com fundamentos pouco estáveis recorrem à força.
De algumas fontes gerais de erros e de injustiças na legislação
 As injustiças são próprias da sociedade, e não da natureza; o delito cometido em natureza é vantajoso, por vezes, em sociedade não há proveito no prejuízo de outrem. Um exemplo de falsa ideia de utilidade é observar mais as necessidades particulares que as públicas. Sendo assim, essas falsas ideias são fonte de erros e injustiça.
Do espírito de família/do espírito do fisco
 Pelas leis serem obras dos chefes de família, a sociedade é dividida por família, assim o espírito monárquico penetra na república. É fonte de injustiças na legislação; quanto ao legislador, ele considerou a sociedade um conjunto de famílias e não de indivíduos para criar barbaridade e vícios. As penas eram, apenas, de ordem pecuniária. A preocupação do juiz era em conseguir confissão do acusado para benefício do fisco; buscava-se, assim, um culpado no réu, e não a verdade.
Dos meios de prevenir crimes
  A melhor maneira de prevenir os delitos seria a formulação de legislação com maior clareza; a legislação exata substitui a incerteza da lei – através de revoluções. Atos não prejudiciais que são tidos como proibidos fazem, simplesmente, com que ocorra novos crimes. É preferível prevenir os delitos a puni-los, tenta-se proporcionar o máximo possível de bem aos homens e livrá-los do máximo de males. 
A importância da obra de Beccaria no contexto histórico em que foi produzida.
 O autor ressalta a importância de se analisar os crimes e quais as penas a ele deveriam ser imputadas, de forma justa, mas diz que em seu livro pretende tratar apenas dos princípios gerais que deveriam reger o sistema criminal. Para Beccaria, já era momento de sua nação rever às leis penais, os abusos de poderes tirânicos, e buscar construir um sistema justo de leis criminais; não deveria haver mais espaço para condenações de crimes sem provas, torturas, penas a crimes insignificantes, prisões e masmorras monstruosas. A sociedade geralmente, em um primeiro momento, negligencia a construção de leis justas e sábias, deixando ao acaso e às leis provisórias a função de promover justiça e tranquilidade. Cabe à atualidade, aprender cada vez mais com Cesare Beccarria, e tentar projetar visões futuras de assuntos da época, para que os crimes e as penas tenham um entendimento mais simplificado pela sociedade em geral, mas principalmente, a jurídica.
A importância da obra de Beccaria no contexto histórico em que foi produzida
 CESARE BECCARIA, em sua obra “Dos Delitos e Das Penas”, nos apresenta várias conceituações com relação à ciência do Direito Penal, a Criminologia e sua abrangência, no desejo de colaborar para a fundamentação teórica dos estudantes dessa área.
 Ao ingressar no curso superior uma das primeiras dificuldades que nós alunos enfrentamos é a de conceituar tal ciência, pois nos deparamos com muitas possibilidades que em um momento parecem ser definições isoladas umas das outras, e em outro momento se completam.
 Para auxiliar nesse desafio, Cesare Beccaria escreveu essa obra que se mantém atual, pois discute as relações existentes entre a Criminologia e temas como justiça, ideologias e conflito social
 O livro “Dos delitos e das penas” consiste em uma verdadeira riqueza, pois seu conteúdo aborda várias dimensões do Direito Penal e da criminologia de maneira clara, correta, concisa, completa e precisa. Vale ressaltar que não há pretensão de se esgotar um conteúdo que, justamente pela riqueza dos ensinamentos que apresenta, mantém-se atual e em perfeita harmonia com as constantes transformações da ciência do Direito.
Existência de pontos em comum da obra e o sistema penal ora vigente em nosso País, em especial com os princípios penais constitucionais preconizados no Art. 5° da Constituição Federal.
 Cesare Beccaria jurista italiano que escreveu, na metade do século XVIII, uma verdadeira obra prima intitulada de “Dos delitos e das Penas” que tinha por função criticar o sistema penal da época, pois era muito severo e Beccaria, por ser humanista e agir de acordo com a razão, acreditava que as punições aplicadas na época eram severas e não se baseavam na razão como fator de mesurar o certo e o grau da pena a ser aplicada.
 Ele acreditava que a pena não deveria ter caráter de punição e, sim, de sanção para aqueles que agissem contra a legislação, portanto o criminoso não é mais alguém paralelo à sociedade, mas alguém que não se adaptou às normas preestabelecidas, criadas para buscara ordem social.
 No Direito Penal brasileiro, a pena segue o mesmo viés da ideia relatada por Beccaria, uma vez que, a pena constitui-se em principal resposta do programa de política penal do Estado para o crime e criminalidade.
 No trecho em que o autor transcreve “Advém, ainda, dos princípios firmados precedentes que os julgadores dos crimes não podem ter o direito de interpretar as leis penais, pela própria razão de não serem legisladores” ele mostra como deve ser a imparcialidade dos juízes na hora de interpretar o caso que deve ser feito sob a luz da jurisdição atual.
 No Direito Brasileiro, a de se analisar que o juiz tem que interpretar a lei, almejando que com a aplicação de sua interpretação chegue à justiça, de forma que não contrarie a lei e sempre tendo a Constituição como a lei maior.
Diante dessa afirmativa, podemos perceber que os princípios descritos por Beccaria estão de acordo com que é visto e aplicado no Direito atual Brasileiro.
 No Brasil, através da instituição do DECRETO-LEI Nº 4.657, DE 1942 em conformidade com o artigo 1º, todas as leis devem ser públicas no diário oficial, como forma de todos os cidadãos terem acesso e conhecimento as leis vigentes.
 Para ele “(...) a lei deve estabelecer, de maneira fixa, por que indícios de delito um acusado pode ser preso e submetido a interrogatório”.
 Fazendo referência ao Brasil, a prisão só poderá ser feita conforme a determinação da lei nos artigos do código penal e código processual penal retirando assim todos os possíveis abusos de poder que possam ocorrer por parte de entidades que tenham a capacidade de prender alguém. Pode-se comprovar ao ler o inciso LIV do artigo 5º da CF/88 “ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal”. E o caráter essencial de que cabe a lei determinar em qual caso a pena de prisão deve ser empregada também pode ser encontrada na Constituição Federal Brasileira no inciso XLVI do artigo 5º “a lei regulará a individualização da pena, e adotará, entre outras, as seguintes:
a) privação ou restrição de liberdade
 Ao abordar a questão da liberdade religiosa, Beccaria traz um assunto de extrema relevância no século XVIII e continua tendo grande importância nos dias atuais, pois, apesar de garantia de liberdade ao culto, a crença religiosa como é descrito no artigo 5º, inciso VI da Constituição Federal de 1988, há ainda crimes desta natureza sendo praticados.
 “Desejais prevenir os crimes”? Fazei leis simples e claras; e esteja o país inteiro preparado a armar-se para defendê-las, sem que a minoria de que falamos se preocupe constantemente em destruí-las.
 Que elas não favoreçam qualquer classe em especial; protejam igualmente cada membro da sociedade; tema-os o cidadão e trema apenas diante delas. “O temor que as leis inspiram é saudável, o temor que os homens inspiram é uma fonte nefasta de delitos”.
 A partir desses parágrafos, é possível observar vários incisos [18] do artigo 5ºda Constituição Federal de 1988 como fundamentos dos direitos e garantias dos cidadãos. O Brasil, por ter uma Constituição conhecida como cidadã, tem vários princípios que defendem a igualdade perante a lei, à clareza das leis dentre outras características que fazem parte do ideal de Constituição Cidadã.

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