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Tecnologia dos Materiais 01 UNIDADE VI LIGAS METÁLICAS CONTEÚDO DESTA UNIDADE Introdução. Difusão. Ligas Metálicas. Diagramas de Equilíbrio ou de Constituição. 02 Tecnologia dos Materiais Ligas Metálicas INTRODUÇÃO Os processos metalúrgicos geralmente produzem os metais com uma quantidade de impurezas que varia de menos de 0,01% até 2,0%, em peso. Essas impurezas afetam as propriedades dos metais. METAL COMERCIALMENTE PURO: com pureza de 99,0 a 99,999%. Alguns metais, como COBRE, ZINCO e o CHUMBO, podem ser produzidos com pureza próxima ou superior a 99,99%. Em geral, elementos estranhos são adicionados INTENCIONALMENTE a um metal, a fim de melhorar suas propriedades ou de se obter propriedades específicas. 03 Tecnologia dos Materiais Ligas Metálicas DIFUSÃO DIFUSÃO: processo de transporte de massa que ocorre através do movimento atômico causado por um GRADIENTE (DIFERENÇA) DE CONCENTRAÇÃO. Ocorre em materiais gasosos, líquidos e sólidos. Os átomos do material soluto se movem da região de MAIOR CONCENTRAÇÃO para as de MENOR CONCENTRAÇÃO. Está presente em diversos processos importantes: TRATAMENTOS TÉRMICOS. TRATAMENTOS DE CEMENTAÇÃO. TRANFORMAÇÃO DE FASES. 04 Tecnologia dos Materiais Ligas Metálicas Aquecimento por tempo prolongado, abaixo da temperatura de fusão dos materiais. Resfriamento até a temperatura ambiente. PAR DE DIFUSÃO 05 Concentração de Cu, Ni (%) Posição 100 0 Cu Ni Tecnologia dos Materiais Ligas Metálicas MECANISMOS DA DIFUSÃO DIFUSÃO POR LACUNA: envolve a AUTO-DIFUSÃO (ÁTOMOS DO PRÓPRIO MATERIAL) e a INTERDIFUSÃO (ÁTOMOS DE IMPUREZA). Condições: Existência de um sítio adjacente vazio. Átomo com energia suficiente para quebrar as ligações com seus vizinhos e causar uma distorção na rede. 06 LACUNA ÁTOMO HOSPEDEIRO OU SUBSTITUCIONAL LACUNA Tecnologia dos Materiais Ligas Metálicas Mecanismos da difusão DIFUSÃO INTERSTICIAL: é muito mais rápida do que a lacunar. 07 ÁTOMO INTERSTICIAL Tecnologia dos Materiais Ligas Metálicas VELOCIDADE DE DIFUSÃO Depende dos seguintes fatores: DIMENSÕES RELATIVAS DOS ÁTOMOS SOLUTOS E SOLVENTES: quanto maior a diferença de tamanho, mais rápido é o processo. GRADIENTE DE CONCENTRAÇÃO: a velocidade de difusão aumenta com o aumento da diferença de concentração do soluto no material. TEMPERATURA: fator que exerce grande influência sobre a difusão: o aumento da temperatura acelera o processo difusivo (aumenta a AGITAÇÃO ATÔMICA). TAMANHO DE GRÃO: materiais com granulometria mais fina apresentam maiores velocidades de difusão (o processo é mais rápido ao longo do contorno de grão do que dentro dos grãos). 08 Tecnologia dos Materiais Ligas Metálicas LIGAS METÁLICAS São misturas íntimas de dois ou mais elementos químicos (SENDO QUE PELO MENOS UM É METAL) que apresenta propriedades metálicas. Essa combinação de átomos diferentes resulta em um material com propriedades químicas e físicas diferentes dos constituintes puros. Ligas estudadas atualmente: 8.000 sistemas. Ligas ainda por estudar: 8x1025 (considerando-se apenas 86 elementos químicos) De acordo com o número de componentes, as ligas se classificam em: BINÁRIAS: formadas por dois componentes. TERCIÁRIAS: três componentes. QUATERNÁRIAS... 09 Tecnologia dos Materiais Ligas Metálicas Ligas metálicas Os componentes de uma liga metálica podem formar: MISTURAS HOMOGÊNEAS (SOLUÇÕES SÓLIDAS): as forças de ligação entre os átomos iguais são semelhantes às forças de atração entre átomos diferentes. Exemplos: Cu-Ni, Sb-Bi, Cu-Zn, Fe-Cr. MISTURAS HETEROGÊNEAS (SISTEMAS INSOLÚVEIS): as forças de atração entre átomos iguais são mais fortes do que entre átomos diferentes. Exemplos: Cd-Bi, Cu-Pb, Fe-Pb. COMPOSTOS: as forças de atração entre átomos diferentes são mais fortes que entre átomos iguais. Exemplos: Fe3C, CuAl2, SbSn, TiN. SOLUÇÕES SÓLIDAS MAIS PRECIPITADOS (SISTEMAS PARCIALMENTE SOLÚVEIS): uma parte da mistura forma uma solução sólida () e o excesso de soluto precipita. O precipitado pode ser: Outra solução sólida (). Um metal puro. Um composto (fase intermediária com composição química constante). Tecnologia dos Materiais Ligas Metálicas 10 SOLUÇÕES SÓLIDAS Podem ser de dois tipos: SUBSTITUCIONAIS: os átomos do soluto (impureza) tomam o lugar dos átomos do solvente (ÁTOMOS HOSPEDEIROS). Exemplo: Cu + Zn. INTERSTICIAIS: os átomos de impureza ocupam os interstícios entre os átomos do solvente. O raio atômico do soluto deve ser substancialmente menor do que o do solvente. Concentração máxima: <10%. Exemplo: Fe- + C (FERRITA). 11 Ferro Carbono Zinco Cobre Tecnologia dos Materiais Ligas Metálicas LIMITE DE SOLUBILIDADE Corresponde à concentração MÁXIMA de soluto, a uma dada TEMPERATURA, que pode se dissolver no solvente, formando SOLUÇÃO. 12 Solução líquida (água + açúcar) Solução líquida + açúcar Temperatura (ºC) Composição (% massa de açúcar) 20 40 60 80 100 20 40 60 80 100 Limite de solubilidade 0 ~65% Solvus Tecnologia dos Materiais Ligas Metálicas FASES 13 Porção homogênea de um sistema que possui características físicas e químicas uniformes. Tipos de fases: MATERIAIS PUROS. SOLUÇÕES (SÓLIDAS, LÍQUIDAS E GASOSAS). COMPOSTOS. Tecnologia dos Materiais Ligas Metálicas Fases 14 Aço ABNT 1006 Aço ABNT 1076 Tecnologia dos Materiais Ligas Metálicas MICROESTRUTURA Arranjo de fases, sujeito à observação microscópica direta. A microestrutura é caracterizada pelo número de fases presentes, suas proporções, distribuição e morfologia. Muitas vezes, as propriedades físicas e mecânicas de um material dependem de sua microestrutura. A microestrutura depende: ELEMENTOS DE LIGA PRESENTES. CONCENTRAÇÕES DOS ELEMENTOS. TRATAMENTOS TÉRMICOS: Aquecimento. Permanência na temperatura. Resfriamento. FASE NÃO É O MESMO QUE MICROESTRUTURA. 15 Tecnologia dos Materiais Ligas Metálicas ALGUMAS MICROESTRUTURA DOS AÇOS 16 Tecnologia dos Materiais Ligas Metálicas Ferrita Martensita PERLITA Cementita FASE X MICROESTRUTURA 17 Tecnologia dos Materiais Ligas Metálicas Aço hipoeutetóide com 0,38 %C. Ferrita pró-eutetóide (grãos claros) e perlita (grão lamelares) 2 FASES 1MICROESTRUTURA Descrevem as relações entre TEMPERATURA, PRESSÃO, COMPOSIÇÃO e as QUANTIDADES DE CADA FASE existente em condições de equilíbrio. Variáveis: TEMPERATURA. PRESSÃO. COMPOSIÇÃO. DIAGRAMAS DE FASES EM CONDIÇÕES DE EQUILÍBRIO Ponto triplo (-0,01 ºC, ~0,006 atm) 18 Diagrama de fases da água Tecnologia dos Materiais Ligas Metálicas Diagramas de fases em condições de equilíbrio A partir de um diagrama de equilíbrio (ou de FASES) é possível se obter as seguintes informações: QUAIS AS FASES PRESENTES. QUAIS A TEMPERATURAS DE INÍCIO E DE FIM DE SOLIDIFICAÇÃO DA LIGA. QUAL A COMPOSIÇÃO DE CADA FASE. QUAL A QUANTIDADE (%) DE CADA FASE. Para a maioria das aplicações em metalurgia, a pressão é constante (1 atm). Tipos: BINÁRIOS. TERNÁRIOS. Os diagramas mais simples são os das ligas binárias. A COMPOSIÇÃO é representada no EIXO HORIZONTAL, enquanto a TEMPERATURA é registrada no EIXO VERTICAL. 19 Tecnologia dos Materiais Ligas Metálicas Diagramas de equilíbrio ou de constituição Os diagramas de equilíbrio para as ligas binárias podem ser agrupados em 4 categorias: Ligas cujos componentes são totalmente miscíveis tanto no estado líquido, como no estado sólido (SISTEMAS ISOMORFOS). Ligas cujos componentes são completamente insolúveis no estado sólido. Ligas cujos componentes são parcialmente solúveis no estado sólido. Ligas cujos componentes podem formar compostos intermetálicos, os quais podem ser: Totalmente solúveis. Parcialmente solúveis. Completamente insolúveis. 20 Tecnologia dos Materiais Ligas Metálicas COMO IDENTIFICAR O TIPO DE FASE EM UM DIAGRAMA DE EQUILÍBRIO Considere um sistema binário formado por A e B: METAL PURO: 100% A e 0% B ou 0% A e 100% B. SOLUÇÃO SÓLIDA: x%A e y%B. A composição varia com a temperatura durante a sua formação. COMPOSTO: x% A e y% B. A composição não varia com a temperatura. Tecnologia dos Materiais Ligas Metálicas 21 SISTEMAS ISOMORFOS BINÁRIOS Os componentes apresentam MISCIBILIDADE TOTAL tanto na fase LÍQUIDA quanto na fase SÓLIDA (sistemas HOMOGÊNEOS). Exemplos: Cu + Ni, Sb + Bi. 22 1500 1400 1300 1200 1100 Ni puro 80% Ni 50% Ni 20% Ni Cu puro Tempo Temperatura (ºC) 1500 1400 1300 1200 1100 Temperatura (ºC) 20 40 60 80 100% Solidus Liquidus Líquido (L) 1455 ºC 1084 ºC L+ Percentagem ponderal de Ni Curvas de Resfriamento Diagrama Isomorfo 0 Tecnologia dos Materiais Ligas Metálicas 1290 1250 1265 1220 1180 23 L 35%p Ni +L L a b c d e ~46% L (35%p Ni) (46%p Ni) Solidus Liquidus ~43% (43%p Ni) ~32% L (32%p Ni) (35%p Ni) ~24% L (24%p Ni) 35% (35%p Ni) RESFRIAMENTO DE LIGA ISOMORFA EM CONDIÇÕES DE EQUILÍBRIO Tecnologia dos Materiais Ligas Metálicas A quantidade relativa de cada fase em uma região bifásica é determinada como se segue: W + WL = 1 Onde WL e W são as frações das fases líquida e sólida. E ainda: WC + WLCL = C0 WC + (1 - W)CL = C0 (C - CL)W = C0 - CL De modo análogo: A REGRA DA ALAVANCA 24 100 CL C0 C 0 T (ºC) %B T0 L L + R O C - CL C0 - CL F = 0: W + WL = R = 1 Mo = 0: W(C - CL) – R(C0 – CL) = 0 Tecnologia dos Materiais Ligas Metálicas SISTEMA ISOMORFO: Bi-Sb 25 C1 = 30%p Sb, T1 = 600ºC: 1 ~450ºC 2 ~320ºC 3 4 Início da solidificação: Fim da solidificação: C2 = 70%p Sb, T2 = 500ºC: CL ~84% C REGRA DA ALAVANCA: ~43% Bi-Sb, Bismuto-Antimônio Ti ~450ºC Tf ~320ºC ~43% ~84% Tecnologia dos Materiais Ligas Metálicas SISTEMAS EUTÉTICOS BINÁRIOS 26 Liquidus Solidus Materiais para Construção Mecânica Diagramas de Fase Solvus E B G + L + L A C H F 18,3 97,8 61,9 L (CE) (CE) (CE) + 183 ºC B Sistema Pb-Sn 327 ºC 232 ºC C = 10% C = 98% C = 40%p Sn, T = 150 ºC: DESENVOLVIMENTO DA MICROESTRUTURA EM LIGAS EUTÉTICAS 27 Materiais para Construção Mecânica Diagramas de Fase + + L L Liquidus Solidus Solvus C1 C0 L L ~6 Sistema Chumbo-Estanho Desenvolvimento da microestrutura em ligas eutéticas Materiais para Construção Mecânica Diagramas de Fase 28 Liquidus Solidus Solvus + L + L 18,3 97,8 61,9 L (CE) (CE) + 183 ºC Sistema Pb-Sn L REAÇÃO EUTÉTICA Desenvolvimento da microestrutura em ligas eutéticas Materiais para Construção Mecânica Diagramas de Fase 29 Liquidus Solidus Solvus + L + L L + 183 ºC Sistema Pb-Sn L REAÇÃO EUTÉTICA eutético 61,9 pró-eutético O DIAGRAMA DE EQUILÍBRIO FERRO-CARBONO 30 L Fe3C γ + L L + Fe3C 4,30 2,14 0,76 912 ºC 1394 ºC 1538 ºC 727 ºC A B C D E 1148 ºC F G S P N J K Solidus Liquidus Liquidus A1 Acm A3 Q 0,022 AÇOS 0,08 ≤ %C ≤ 2,11 FERROS FUNDIDOS %C ≥ 2,11 Fe Materiais para Construção Mecânica Diagramas de Fase DIAGRAMA DE EQUILIBRIO Cu-Zn (LATÕES) Materiais para Construção Mecânica Diagramas de Fase 31 * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * *
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