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2. Conteúdos I a III

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I. TEXTO
Texto, independente de sua extensão, é um todo significativo. Assim como a frase não é um amontoado de palavras, o texto também não é um aglomerado de frases. Esse só existe quando as ideias são combinadas entre si – e não meramente superpostas. A própria palavra texto, na origem latina, significa tecido, textura, tessitura, isto é, um todo formado do entrelaçamento de várias partes. 
Num texto, o significado das partes não é independente, não é autônomo. Como tecido que é, o significado do todo só pode ser realmente compreendido em confronto com as demais partes constituintes. Aliás, é grave erro a leitura fragmentária. Além do entendimento de cada parte individualmente, é importante a depreensão das relações estabelecidas entre elas. A interferência do contexto é decisiva para definir sentidos.
Declarações descontextualizadas têm sido uma arma muito explorada nas disputas sociais, com a finalidade de incriminar adversários (sobretudo no debate político) ou indispô-los contra a opinião pública.
Um texto pode ser construído apenas de linguagem verbal, como ocorre com a notícia e a carta ou a anedota, também pode ser construído de linguagem não verbal, como o desenho, a fotografia etc. E pode, ainda, ser construído pelo cruzamento de mais de uma linguagem, como, por exemplo, as histórias em quadrinhos (linguagens verbal e não verbal). Nesse caso, temos os textos em linguagem mista. 
II. TIPOLOGIA TEXTUAL
1. Descrição
1.1 Descrição subjetiva
É recriar imagens sensoriais na mente do leitor/ouvinte: ele percebe o objeto por meio de seus cinco sentidos, e sua imaginação criadora “traduz” em palavras o objeto com riqueza de detalhes, minuciosa e inventivamente.
Exemplo:
“A faca desce macia, cortando sem esforço o pedaço de picanha. Dourada e crocante nas bordas, tenra e úmida no centro. Você põe a carne na boca e mastiga devagar, sentindo o tempero, a maciez, a temperatura. O sumo que escorre dela enche a boca e, com ele, o sabor incomparável. Carne é bom.
Mas que tal assistir à mesma cena de outra perspectiva? No prato jaz um pedaço de músculo, amputado da região pélvica de um animal bem maior que você. Com a faca, você serra os feixes musculares. A seguir, coloca o tecido morto na boca e começa a dilacerá-lo com os dentes. As fibras musculares, células comprimidas – de até 4 centímetros – e resistentes, são picadas em pedaços. Na sua boca, a água (que ocupa até 75% da célula) se espalha, carregando organelas celulares e todas as vitaminas, os minerais e a abundante gordura que tornavam o músculo capaz de realizar suas funções, inclusive a de se contrair. Sim, meu caro, por mais que você odeie pensar que a comida no seu prato tenha sido um animal um dia, você está comendo um cadáver.” (Revista Superinteressante, abril de 2002.)
Depois da leitura dos textos, você percebeu que o ato de descrever exige percepção e imaginação criadora. Só existe uma boa descrição a partir da percepção do objeto. É preciso, portanto, desenvolver a acuidade sensorial, ativando sentidos, às vezes adormecidos, anestesiados por uma civilização predominantemente audiovisual. Somente uma percepção aguçada permite revelar facetas novas do objeto descrito.
1.2 Descrição objetiva / conceitual / técnica
A descrição objetiva trabalha com a função referencial, os traços objetivos referem-se ao objeto, independentemente de quem o vê ou sente. O vocabulário é preciso, os pormenores exatos e seu objetivo é esclarecer, informar, comunicar. Ela está presente em manuais de instrução ou de estudos e em relatórios.
Exemplo 1: Salada de tomates recheados com arroz
* Ingredientes (para 6 pessoas):
6 tomates redondos graúdos; 1 1/2 xícara de chá de arroz cozido; 2 colheres de sopa de alcaparras; 1 lata de sardinha; 1/2 xícara de chá de maionese; 2 colheres de sopa de salsinha picada; água; sal; molho vinagrete com mostarda; azeitonas pretas.
* Tempo de preparação: 20 minutos
* Tempo de repouso: 30 minutos
* Modo de fazer:
Faça um corte na parte superior dos tomates, retire as sementes, lave-os e deixe-os de molho em água e sal por 30 minutos. Enquanto isso, misture ao arroz a maionese, as alcaparras, as sardinhas amassadas no óleo da lata e a salsinha. Reserve. Retire os tomates da água, enxugue-os e tempere-os com o molho vinagrete. Recheie os tomates com a mistura de arroz e enfeite cada um com uma azeitona.
* Sugestão:
As sardinhas podem ser substituídas por atum.
Exemplo 2: Catapora
O início da moléstia é discreto, temperatura de 37,5° a 39,5°C. O doentinho não apresenta sintomas alarmantes; inapetência, pouca disposição, dor de cabeça; de 24 a 48 horas depois, aparecem sobre a pele manchas vermelhas, que se transformam em vesículas, mantendo um halo de inflamação. O líquido desta vesícula acaba por se romper, transformando-se depois numa crosta que se desprende de 15 a 21 dias, podendo deixar ou não cicatriz.
2. Narração
O texto narrativo conta uma história – real ou fictícia. A narração é um relato de fatos ordenados numa sequência lógica e temporal, por isso ela se caracteriza pelo emprego de verbos de ação que indicam a movimentação das personagens no tempo e no espaço.
 A estrutura narrativa compõe-se das seguintes sequências: apresentação, complicação, clímax, desfecho. Se os fatos se apresentarem nessa ordem, o enredo será linear; do contrário, será alinear. 
Os elementos da narrativa são: personagem, ação, tempo, espaço, narrador.
Quanto às personagens, há o protagonista (personagem principal); o antagonista (personagem que tenta impedir que o protagonista realize sua tarefa); e os coadjuvantes (personagens secundárias). Essas personagens podem ser apresentadas de forma direta pela descrição física ou psicológica, ou a partir de dados esparsos no texto, como comportamento e fala.
O tempo, na narrativa, pode ser cronológico ou psicológico.
Para contar a história, é fundamental a presença do narrador. Ele é o intermediário entre a ação narrada e o leitor. O narrador (ou foco narrativo) pode ser de dois tipos:
◈ 3ª pessoa:
Discurso de um narrador objetivo, não personagem, que narra só o que vê sem opinar, fotografa apenas;
Discurso de um narrador não personagem que narra objetiva e subjetivamente, pois dá opinião.
◈ 1ª pessoa:
Discurso de um narrador-testemunha, personagem secundária;
Discurso de um narrador-protagonista, personagem central;
O mais simples dos roteiros em que se pode inserir um fato a ser narrado consiste na fórmula do lead: 3Q+O+P+C.
Quem? apresenta as personagens geradoras da ação;
Quê? trata do enredo, o inventário dos fatos;
Quando? responde à situação dos fatos narrados no tempo;
Onde? responde à situação dos fatos narrados no espaço;
Por quê? indica as causas dos acontecimentos, sua origem;
Como? trata das singularidades do fato narrado, da maneira como se desenvolvem.
Esse é o roteiro prototípico das narrativas jornalísticas e serve de base para narrativas literárias, bem mais complexas quanto à sua estrutura. 
A narrativa ficcional compreende, tradicionalmente, gêneros distintos como a fábula (hoje pouco frequente), a crônica, o conto, a novela e o romance.
Fábula: narrativa curta, inverossímil, com fundo didático, cujo objetivo é transmitir um ensinamento moral. Suas personagens são animais e seres inanimados (menos frequente). 
Crônica: é o gênero literário produzido geralmente para ser veiculado na imprensa – revista ou jornal. Ela é feita com uma finalidade utilitária e predeterminada: agradar aos leitores dentro de um espaço sempre igual e com a mesma localização, criando, assim, no transcurso dos dias ou das semanas, uma familiaridade entre o escritor e aqueles que o leem. Em geral, a crônica é um comentário leve e breve sobre algum fato do cotidiano. O comentário pode ser poético ou irônico, mas seu motivo, na maioria dos casos, é o fato miúdo: a notícia na qual ninguém prestou atenção, o acontecimento insignificante, a cena corriqueira. Nessas trivialidades, o cronista surpreende a beleza, a comicidade, os aspectos singulares.Conto: narrativa curta que apresenta unidade de enredo – há apenas um núcleo de ação com um único clímax. Há contos, no entanto, que não têm no enredo seu aspecto mais importante, centrando-se no interior da personagem, como faz Clarice Lispector.
Novela: texto de tamanho intermediário entre o conto e o romance. Nela há vários episódios entrelaçados pelas personagens e cada um desses episódios possui um pequeno conflito com clímax próprio. Geralmente suas personagens são simples, não têm densidade psicológica.
Romance: narração de um fato complexo, com seus antecedentes e desdobramentos. O romance abarca situações mais complexas e mais densas do que a novela e suas personagens tendem a ser mais trabalhadas. De acordo com o destaque ou a importância de cada um dos elementos da narrativa, o romance pode classificar-se como policial, psicológico, regionalista, romântico etc.
Os morangos
A vizinha espiou por cima do muro.
– Bom dia, seu Agenor!
– Bom dia.
– Que lindos estão esses morangos, que maravilha!
	....................................................................................................................................
– O senhor não colhe, seu Agenor? Estão no ponto.
– Não gosto de morangos.
– Que pena, aqui em casa somos todos loucos por morangos. As crianças, então, nem se diga. Se não colher, vão apodrecer no pé, uma judiação.
– É.
– Se o senhor não se incomodasse eu colhia um pouco, já que o senhor não gosta de morangos.
– Com licença, preciso pegar o ponto na repartição.
– À vontade, seu Agenor, mas... e os morangos?
– Não prestam para comer, têm gosto de terra.
– Pena, tão lindos!
Saiu para a repartição. Voltou à noite. O luar batia em cheio no canteiro de morangos. Acercou-se em silêncio. Estavam bonitos mesmo. De dar água na boca. Pena que não se pudessem comer. Suspirou fundo.
Mariana, tão linda. Linda como uma flor. Mas tão desleixada, tão preguiçosa. Comida malfeita, roupa por lavar, pratos gordurosos. E aquele gênio! Sempre descontente, exigindo tudo o que não lhe podia dar, espezinhando-o diariamente pelo seu magro ordenado.
Fora realmente uma gentil ideia plantar os morangos depois que a enterrara no jardim.
(Giselda Laporta Nicolelis)
3. EXposição 
O texto expositivo é de natureza dissertativa. Trata-se da apresentação, explicação ou constatação, de maneira impessoal, sem julgamento de valor e sem o propósito de convencer o leitor.
A formação da mensagem
De um modo geral, a mensagem da televisão – assim como a do rádio – visa a uma universalidade (atingir todo e qualquer receptor indistintamente) que, mal compreendida, pode levar o veículo a uma relação falsa com o grupo social. A tv é levada a tratar como homogêneos fenômenos característicos de apenas alguns setores da sociedade. A busca de um suposto denominador comum, que renda o máximo de aceitação por parte do público, preside à elaboração da mensagem. O êxito de um programa é aferido pelo índice de audiência: quanto maior o público, maior o sucesso. 
4. Argumentação
O texto argumentativo também é de natureza dissertativa. Ele consiste na apresentação, explicação ou constatação de um fato para:
a) convencer o leitor por meio de um raciocínio lógico, consistente e baseado na evidência das provas;
b) persuadir o leitor pela emoção.
Exemplos:
Viva a caça
Para resolver o problema ambiental no Brasil, é preciso olhar a natureza pragmaticamente e pensar: precisamos de montanhas de dinheiro. É um erro imaginar que um país falido tenha capacidade de exercer uma boa fiscalização. Com a legalização da caça será possível gerar recursos que revertam em benefício da própria fauna.
Quando se olha o aspecto caça, o que ele é? É o uso autossustentado de um recurso natural renovável. O desaparecimento das espécies tem a ver com a destruição dos habitats pela atividade econômica e não pela caça amadora. Não há casos de animais extintos pela caça esportiva. 
Normalmente os animais de caça são os mais abundantes, aqueles que se renovam com grande rapidez. Isto porque o esporte da caça tem como prerrogativa certo grau de dificuldade e exercício das habilidades de caçador. Mas se o animal for tão raro que o obriga a um grande esforço, ele perde o interesse.
Só os caçadores podem salvar a natureza. É uma questão de sobrevivência. Sem a caça o caçador desapareceria. As pessoas que nos criticam o fazem sem nunca ter se perguntado por que o caçador caça.
Caçar é uma forma de resgatar a sua origem e viver em contato íntimo com a natureza. Um processo muito difícil de definir num papel, numa regrinha do tipo: “Você caça porque é violento”. As pessoas que nos julgam assim são censoras de comportamento alheio. Ainda vivem numa ditadura.
Cláudio Noschese 
Presidente da Associação Brasileira de Caça
Abaixo a caça
Não tem fundamentação científica nenhuma essa tentativa de transformar a caça numa atividade de equilíbrio ecológico. É sim uma atividade de ricos urbanoides, que nos finais de semana resolvem liberar suas tensões.
A caça não resolve problema de extinção de espécies, não preserva a natureza. Na verdade, o caçador é um ser nocivo à sociedade e ao meio ambiente. Ao meio ambiente porque destrói a fauna silvestre. E à sociedade porque é um ser bélico.
Na medida em que a caça é proibida no Brasil, não se pode admitir a existência de uma Associação Brasileira de Caça nem de lojas de caça e pesca. Um novo capítulo da Constituição brasileira proíbe essas atividades.
Caça não é esporte, porque esporte pressupõe igualdade de condições entre os contendores, um conhecimento prévio, de ambas as partes, das regras do jogo, e a existência de um juiz que faça cumprir essas regras.
Se a fauna já sofre com o desmatamento, as lavouras, as queimadas, os agrotóxicos, as hidrelétricas, por que legalizar mais uma atividade que contribui para o extermínio dos animais? Com suas propostas, os caçadores tratam a fauna silvestre como um recurso natural renovável, cujo superávit precisa ser eliminado para que haja equilíbrio da natureza. São economistas e não ecologistas. Aceitar, oficializar, estimular essa matança é antiético, ilegal e inconstitucional.
Cacilda Lanuza
Membro do grupo ecológico Seiva
III. AS QUALIDADES ESSENCIAIS DE UM TEXTO
1. Clareza
A clareza é a expressão límpida do pensamento, é ela que o torna inteligível. Os romanos diziam que, quando o texto é claro, cessa a interpretação (In claris interpretatio cessat.) 
Aspectos negativos 
Ambiguidade: frases com dois ou mais sentidos possíveis: 
Ex.: O ciúme da mulher levou-o ao suicídio.
Ex.: Conheci-o quando ainda era criança.
♦ Os pronomes possessivos “seu”, “sua”, com duas terceiras pessoas, obscurecem o texto. 
Ex.: O policial prendeu o ladrão em sua casa. (casa de quem? Do policial? Do ladrão?) 
Ex.: Renato foi à casa de Tiago e depois saiu com a sua noiva. (noiva do amigo? A sua própria noiva?)
Figuras de sintaxe: o deslocamento dos termos da oração e o excesso de significantes ao enunciar uma ideia comprometem o entendimento de um texto. 
Ex.: Entre todos os funcionários, antes de novembro, corre a informação de que os salários a empresa reajustará (é de difícil entendimento; escreva-se: Entre todos os empregados corre a informação de que a empresa reajustará os salários antes de novembro). 
A ordem direta dos termos na oração se dá pela sequência: sujeito – verbo – objeto (agente / ação / consequência) ou sujeito – verbo – predicativo (coisa / estado / qualidade). Ela favorece a compreensão do texto e é a estrutura que deve prevalecer nos textos acadêmicos: Paulo não recebeu a gratificação (sujeito / verbo / objeto direto); Este projeto é inconstitucional (sujeito / verbo / predicativo).
Preciosismos: emprego de palavras, expressões e construções antigas ou em desuso, que prejudicam o entendimento.
Ex.: Outrossim, sopitados os ânimos, foi possível constatar como claudicava aquela pletora léxica da comunicação organizacional.
2. Concisão
A concisão é a busca da forma breve, incisiva para o pensamento. Breve ecerto, doutrinavam os latinos: Esto brevis, et placedis. Para apresentarmos o texto conciso, uma norma apreciável é escrevermos períodos curtos. Os trechos longos, entremeados de orações subordinadas, de relativos e conjunções, geram a obscuridade. O ponto final, o encerramento de um período, obriga a quem lê a uma pausa para pensar em nossa ideia. Quando indicamos o período curto para a realização de textos claros e concisos, não vamos ao exagero do estilo telegráfico. Muitas vezes, a necessidade de ligar uma série de ideias nos conduz a períodos mais longos. Nesse caso, o uso adequado do ponto-e-vírgula dará a solução.
Aspectos negativos 
Frases longas, com termos supérfluos
Ex.: A aplicação pragmática dessas ponderadas considerações pede estritas salvaguardas para garantir que o setor de informática atinja a maturidade e competitividade internacional dentro de um período de tempo razoável, evitando assim um interminável fardo para o resto da economia. 
Circunlóquio: uso de número desnecessário de termos, em busca de pretensa beleza estilística ou demonstração de erudição: amigo do alheio, por ladrão; astro-rei, por sol; precioso líquido, por água; lei maior, ou, Magna Carta por Constituição.
Digressões: caso em que abandona o assunto principal para discorrer sobre pormenores irrelevantes.
Ex: A execução da reforma hidráulica, em que esta diretoria tem se empenhado dia e noite para realizar a contento, estará terminada no prazo. 
Prolixidade: termos excessivos 
Ex.: Se pararmos para pensar, constataremos que as sucessivas agressões ao meio ambiente são tantas e tão diversas que se torna difícil analisá-las e, mais importante, combatê-las.
Ex.: O fumo faz mal à saúde porque prejudica o organismo.
3. Precisão
Devemos empregar os termos necessários à transmissão da mensagem, atentando para a escolha da palavra certa. Vocabulário preciso facilita o entendimento. Não devemos considerar que o uso de vocabulário variado e de palavras raras impressiona. Linguagem precisa não significa linguagem inacessível; é, sim, linguagem exata. 
A escolha de palavras deve ser rigorosa. Veja os exemplos: “honorários”, “mensalidade”, “ordenado”, “cachê”, “salário”, “comissão” “soldo”, “jetom”, “gorjeta”, “pensão”, “benefício”, “mesada”, “Bolsa Família”, “auxílio reclusão”, “seguro desemprego”, “esmola” e outras que precisam ser empregadas com critério. 
Aspectos negativos
Expressões vagas: expressões que deixam a redação sem sentido. Frases como “seu depoimento tem estreita relação com nosso parecer” não esclarecem se o depoimento confirma, contraria, reforça, rebate, corrobora ou refuta o parecer.
Palavras inadequadas: devemos evitar palavras que impliquem opinião, convicção, interpretações afetivas, que variam segundo o contexto (conotação/palavra conotativa), em favor das palavras chamadas referenciais, que não deixam margem para interpretações errôneas, e significam o mesmo para quem escreve e para quem lê (denotação/palavra denotativa). Exemplo de palavras que criam obstáculo à comunicação: superado; qualidade; desejável; progresso; desenvolvimento; estrutural; melhor. Porém, se essas palavras estiverem dentro de um contexto que as restrinja, dando-lhes sentido específico, não há porque recriminar o seu uso. 
Ex.: Este projeto não é bom porque não atende às especificações exigidas. (sem margem de dúvida). O trabalho solicitado pelo coordenador é perigoso. (perigoso – sentido conotativo ou denotativo?)
4. Objetividade
Objetividade consiste em transmitir a mensagem sem equívocos. Precisamos manter evidente o propósito da comunicação. Devemos usar apenas as palavras imprescindíveis à compreensão, sem omitir pontos essenciais ao incluir dados irrelevantes. 
Aspectos negativos
Intromissão
Ex.: No meu ponto de vista, a base da cidadania é a escola.
Projeção da oralidade
Ex.: Porque aí nós pegamos e pensamos: quando o homem irá se conscientizar?
Gerundismo
Ex.: É importante estar planejando visitas frequentes às livrarias para poder estar apreciando os lançamentos que devem estar surgindo.
Ex.: Ainda hoje vou estar mandando o orçamento que o senhor nos tinha solicitado.
Exercícios
1. Apresente as possíveis interpretações de leitura das frases abaixo:
a) Pessoas que consomem bebidas alcoólicas com frequência apresentam sintomas de irritabilidade e depressão. 
b) O guarda deteve o sujeito em sua casa.
c) Pedro e João saíram e levaram a sua bolsa. 
d) Os eleitores revoltam-se contra os deputados por causa dos seus salários.
e) O pai chamou a atenção do filho porque bateu o seu carro.
2. Elimine os gerúndios presentes nas frases abaixo de forma a deixá-las em conformidade com a norma culta da língua:
a) Um minuto, que eu vou estar transferindo a ligação.
b) O senhor tem que estar pegando uma senha.
c) A empresa vai poder estar fornecendo as peças.
d) Agora o senhor vai ter que estar me dizendo em que rua eu vou ter que estar entrando.
e) Estarei lhe enviando o documento amanhã e lhe estarei encaminhando ao departamento financeiro para os ajustes finais.

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