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Neuropa(as II Alex Eduardo da Silva Prof Dr José Luiz Weffort Ambulatório de Doenças Neuromusculares -‐ UFTM Neuropa(as periféricas Ø Prevalência de 2,4 a 10% na população geral (???) Ø Acomete todas as faixas etárias, sendo maior nas idades mais avançadas. Ø Muitas vezes são extremamente debilitantes. Ø Pode-‐se chegar ao diagnós(co e(ológico em 76 a 87% dos casos, com uso de inves(gação intensiva Felix e Oliveira, Rev Neuroc 18(1):74-‐80, 2010; Garbino, Acta Fisiatrica 5(1): 11-‐17, 1998. Hanewinckel, Ikram, Van Doorn. Handb Clin Neurol. 2016;138:263-‐82. Neuropa(a (e(ologia) América do Norte (%) América do Sul (%) Imuno-‐mediada 19,7 18 Diabé(ca 13,5 23 Hereditária [Doença de Charcot-‐Marie-‐Tooth] 26,7 [84,2] 10 [58] Infecciosa/inflamatória 4,8 14 Sistêmica/tóxica/metabólica 6,5 12 Criptogênica 28,5 23 (Pasnoor et al, 2013) Departamento de Neurociências e Ciências do Comportamento Caso Clínico I • JHF, 42 anos, previamente hígido, procurou o PS com história de que há 4 dias iniciou sensação de formigamentos nas pontas dos dedos dos pés, persistentes. Ao se deitar, percebeu que os formigamentos estavam alcançando os calcanhares. Quando se levantou no outro dia, percebeu que os pés pareciam mais fracos, pois não conseguiu erguer as pontas dós pés do solo para calçar as meias. Ao longo do dia, parece que as pernas foram ficando mais pesadas, “cansadas”, tanto que ao voltar para casa teve muita dificuldade para subir e descer do ônibus. Há dois dias, procurou atendimento, já queixando também dores nas pernas, sendo diagnos(cado “virose” e prescrito paracetamol, se dor. Hoje pela manhã não conseguiu se levantar e sua esposa o trouxe para atendimento. Nega doenças prévias. Há duas semanas teve diarréia após comer um cachorro-‐quente. Trabalha como auxiliar administra(vo em um supermercado. Nega quadros parecidos na família. Caso Clínico I • Ao exame: BEG, cor, hidratado, acian, anict, afebril. Pulmões limpos, eupneico. BRNF, 2T, s/ sopros, FC=112, PA=110/70mmHg. Abdome sem alterações. Consciente, orientado, sem amiotrofias, sem fasciculações, sem alterações de fâneros. Força: tetraparesia com predomínio distal, pior em membros inferiores. Sensibilidade: normal. ROT: arreflexia global. Polineuropa(a Inflamatória Desmielinizante Aguda (“Sd de Guillain-‐Barre”) Ø A Síndrome de Guillain-‐Barré (SGB) é uma paralisia flácida de instalação aguda secundária ao envolvimento do Sistema Nervoso Periférico (SNP) Ø A forma mais comum da SGB é a polineuropa(a inflamatória desmielinizante aguda, que é uma doença auto-‐imune do SNP acometendo a bainha de mielina e está associada ao aumento das proteínas no líquido cefalorraquidiano (LCR) e ce lu la r idade preservada (d i s s soc iação proteinocitológica). Sd de Guillain-‐Barre: variantes. Polineuropa(a Inflamatória Desmielinizante Aguda (“Sd de Guillain-‐Barre”) Ø Incidência da SGB q Es(mada em 1.2 casos por 100.000 habitantes q Acomete indivíduos de qualquer idade porém com 2 picos de maior incidência q Estudos epidemiológicos não detectam variações sazonais Ø Fatores desencadeantes da SGB q Infecções virais q Infecções bacterianas q Imunizações q Linfomas q LES Fiopatologia SGB Peripheral neuropathies in clinical prac(ce / Steven Herskovitz, Stephen N. Scelsa, Herbert H. Schaumburg, 2010. Ed Oxford University Press, Inc. Polineuropa(a Inflamatória Desmielinizante Aguda (“Sd de Guillain-‐Barre”) Ø Quadro clínico da SGB q Evolução subaguda q Dores transitórias na região lombo-‐sacra e/ou panturrilhas q Fraqueza muscular geralmente com progressão centrípeta q A progressão da fraqueza pode ocorrer por um período de até 4 semanas q Comprome(mento motor é simétrico e acompanhado de diminuição ou abolição dos reflexos osteotendíneos. Polineuropa(a Inflamatória Desmielinizante Aguda (“Sd de Guillain-‐Barre”) • Tratamento não específico • apoio psicólogico • suporte familiar • cuidados de enfermagem • fisioterapia motora e respiratória • prevenção de trombose venosa profunda e embolia pulmonar • Tratamento específico Polineuropa(a Inflamatória Desmielinizante Aguda (“Sd de Guillain-‐Barre”) • Tratamento não específico • suporte nutricional • proteção gástrica • prevenção de arritmias cardíacas • hipotensão arterial • profilaxia de infecção urinária • alívio da dor • Tratamento específico Polineuropa(a Inflamatória Desmielinizante Aguda (“Sd de Guillain-‐Barre”) • Plasmaférese: opção terapêu(ca. Hanseníase Epidemiologia Hanseníase Quadro clínico. ü Forma neurí(ca pura: Este é um (po clínico de lepra encontrado mais comumente na Índia. As lesões são exclusivamente dos nervos, sendo a pele poupada. Quando não existem lesões de pele e um paciente se apresentacom anestesia em meias e luvas, lepra deve sempre ser excluída, principalmente em áreas endêmicas. Anestesia periférica e espessamento dos nervos correspondentes reforçam o diagnós(co. Quando o espessamento do nervo for duvidoso, biópsia de nervo cutâneo deve ser realizada. Felizmente, o envolvimento neural na lepra tuberculóide e borderline é frequentemente restrito a apenas um nervo ou poucos funículos de um nervo. Estes funículos espessados podem ser facilmente iden(ficados por uma lupa (aumento de 2X) e acessados com instrumental mais delicado. O risco de causar uma perda sensorial significa(va pode ser minimizado se a biópsia for realizada no ramo indicador do nervo cutâneo radial.; a perda sensorial é mínima e se recupera em três meses. h|p://www.projetodiretrizes.org.br/diretrizes11/ hanseniase_neural_primaria.pdf Hanseníase: exame de sensibilidade e palpação dos nervos periféricos. Hanseníase: sinais e sintomas da neuropa(a. Hanseníase: sinais e sintomas da neuropa(a. Hanseníase: tratamento h|p://www.who.int/lep/mdt/MDT_Regimens.pdf Caso Clínico III • HEC, 38 anos, advogado, procurou o ambulatório com história de que há 18 anos iniciou fraqueza nos pés, lentamente progressiva. No início, notou que estava tendo dificuldade para levantar as pontas dos pés. Com o passar dos anos, os pés se tornaram caídos. Fez fisioterapia e passou a usar órteses para caminhar melhor. Notou que os pés foram ficando mais “encavados” e os dedos retraídos. Há uns cinco anos notou que as mãos também começaram a ficar com fraqueza. Nos úl(mos dois anos vem sen(ndo dores nos pés. Já teve hepa(te A e catapora. Usa an(-‐ inflamatórios quando tem muita dor nos pés. Tabagista e e(lista social. Mãe e três irmãos saudáveis. O avô paterno, o pai, dois (os, irmãos de seu pai, e uma prima têm quando semelhante. Caso Clinico III • Ao exame: BEG, cor, hidratado, acian, anict, afebril. Pulmões limpos, eupneico. BRNF, 2T, s/ sopros, FC=68, PA=120/70mmHg. Abdome sem alterações. Consciente, orientado, amiotrofias em interósseos dorsais, tenar , hipotenar e extensor curto dos pododác(los, sem fasciculações, pés cavos e dedos dos pés “em martelo”. Diminuição de pelos no terço distal das pernas. Força: tetraparesia distal, pior em membros inferiores. Sensibilidade: tá(l e dolorosa normal, apalestesia até tuberosidade da (bia, hipopalestesia em quirodac(los. ROT: arreflexia global. Doença de Charcot-Marie-Tooth – Grupo clínica e gene(camente heterogêneo – Amiotrofia, fraqueza, perda sensi(va geralmente mais grave na porção distal – Incidência de até 1:2500 – Fase pré-‐gené(ca: 1986 a 1991 • CMT1 X CMT2 (VCM<38m/s) Reilly, MM; Murphy, SM; Laura, M. Charcot-‐Marie-‐Tooth disease. Journal of the Peripheral Nervous System 16:1–14; 2011. Schenone, A; Nobbio, L; Bragadin, MM; Ursino, G; Grandis. M. Inherited Neuropathies. Current Treatment Op(ons in Neurology 13:160–179, 2011. Doença de Charcot-Marie-Tooth • 1991: duplicação de 1,4Mb do cromossomo 17 contendo o gene PMP22 é iden(ficada como causa da CMT1A. • Até o momento mais de 44 genes/sí(os de ligação foram iden(ficados. • Diagnós(co gené(co acurado possível em mais de 70% dos pacientes Reilly, MM; Murphy, SM; Laura, M. Charcot-‐Marie-‐Tooth disease. Journal of the Peripheral Nervous System 16:1–14; 2011. Wilmshurst, JM; Ouvrier, R. Hereditary peripheral neuropathies of childhood: An overview for clinicians. Neuromuscular disorders, doi: 10.1016/j.nmd.2011.05.013 (in press) Reilly, MM; Murphy, SM; Laura, M. Charcot-‐Marie-‐Tooth disease. Journal of the Peripheral Nervous System 16:1–14; 2011. Caso Clínico II • EAF, 58 anos, previamente hígido, procurou o PS com história de que há 4 meses iniciou sensação de formigamentos nas pontas dos dedos dos pés, persistentes. Não incomodavam muito. Quinze dias depois, percebeu que os formigamentos estavam alcançando os calcanhares. Ao fim de um mês alcançaram a metade da perna. Nessa época começou a caminhar com certo desequilíbrio e (nha dificuldade para ficar na ponta dos pés. Cerca de 45 dias após o início, as dormências alcançaram os joelhos e já necessitava de apoio para caminhar. Notou que começou a apresentar formigamentos nos dedos das mãos. Há um mês vem tendo dificuldade para abotoar a camisa e segurar objetos. Nega doenças prévias. Nega uso de medicamentos. Tabagista. Nega e(lismo. Trabalha como corretor de imóveis. Nega casos parecidos na família. Caso Clinico II • Ao exame: BEG, cor, hidratado, acian, anict, afebril. Pulmões limpos, eupneico. BRNF, 2T, s/ sopros, FC=84, PA=120/80mmHg. Abdome sem alterações. Consciente, orientado, amiotrofias em interósseos dorsais, tenar , hipotenar e extensor curto dos pododác(los, sem fasciculações,sem alterações de fâneros. Força: tetraparesia com predomínio distal, pior em membros inferiores. Sensibilidade: hipoestesia tá(l e dolorosa em bota e luva, apalestesia artelho-‐melolar. ROT: arreflexia global. Polineuropa(a inflamatória desmielinizante crônica – Ausência de marcador biológico específico até o momento – Prevalência • Inglaterra 1,24/100.000 (Lunn et al, 1999) • Japão 1,61/100.000 (Iijima et al, 2008) • Austrália 1,9/100.000 (McLeod et al, 1999) • Itália 3,58/100.000 (Chiò et al, 2007) – Diagnós(co • Variação nos critérios diagnós(cos (Bromberg, 2011; Brannagan III, 2011) PIDC: Tratamento • Tratamento não específico • apoio psicólogico • suporte familiar • cuidados de enfermagem • fisioterapia motora e respiratória • suporte nutricional • proteção gástrica • hipotensão arterial • alívio da dor • Tratamento específico • Imunossupresores: cor(coisteroides, aza(oprina, micofenolato mofe(l, ciclofosfamida etc. • Imunomoduladores: imunoglobulina humana hiper-‐imune em altas doses, plasmaférese Neuropa(as metabólicas e carenciais • Eiologias mais fequentes. – Diabetes mellitus • EUA: 8%b da população geral • Neuropa(a periférica: 60% – Vitamina B12
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