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o currículo escolar e a experimentação

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O Currículo Escolar e a Experimentação na busca de uma 
Alfabetização Científica no Ensino da Química de qualidade e 
com utilidade no Ensino Médio
Lucilene Zacharias Salesse*
Reinaldo Aparecido Baricatti**
RESUMO: Um ensino que tenha uma utilidade real e leve a uma 
efetiva aprendizagem com significação de conceitos e íntima relação 
com o contexto social, histórico, político e econômico passa por 
estratégias como a experimentação que inter-relaciona teoria e prática. 
O objetivo é a formação de cidadãos e cidadãs alfabetizados 
cientificamente e, se apropriando do conhecimento alcancem 
consciência das sensíveis relações que existem na natureza fazendo 
com que se esforce em mudar o mundo para melhor. Esse é o objetivo 
do Ensino Médio. Neste artigo, procura-se mostrar a importância de se 
conhecer com clareza o currículo escolar, traçar um plano de trabalho 
docente fazendo a seleção de conteúdos a serem trabalhados e utilizar 
a experimentação em seu caráter investigativo e pedagógico como 
estratégia que levará o aluno à formulação de teses, problematização, 
desenvolvimento de idéias, discussão e na elaboração de novos 
conceitos. Dessa forma, a abordagem experimental trará 
(re)significação aos conceitos químicos. 
Palavras-chave: Currículo escolar. Ensino de Química. Experimentação. 
Alfabetização Científica.
ABSTRACT: An education that has a real utility towards to an effective 
learning with concepts meanings and an intimate relation with the 
social, historical, political and economic context, goes through 
strategies as the experimentation that interrelates practice and theory. 
The objective is the development of scientifically literate citizens and, 
with the knowledge appropriation they can reach conscience about the 
sensitive relations that exist in the nature, making them strive in 
changing the world for better. This is the objective of the High School. 
This article shows the importance of knowing the school curriculum 
clearly, tracing a plan of teaching work, making the contents selection 
to be worked and to use the experimentation in its investigative and 
pedagogical character as a strategy that will take the student to a 
thesis formulation, problematization, ideas development, discussion 
and in the elaboration of new concepts. In this way, the experimental 
approach will bring meanings to the chemical concepts.
* Professora graduada em Química pela Universidade Estadual de 
Maringá, UEM. Pós-graduada em Educação de Jovens e Adultos, 
pela Universidade Federal do Paraná UFPR. Atualmente, professora 
de Química e Ciências da Rede Estadual de Educação do Paraná.
**Professor graduado em Química pela Universidade Estadual de 
Campinas, UNICAMP. Mestrado e doutorado em físico-química 
também pela UNICAMP. Atualmente professor da Universidade 
Estadual do Oeste do Paraná, UNIOESTE,
KEY WORDS: School Curriculum, Chemistry Education, 
Experimentation, Scientific literacy.
INTRODUÇÃO:
O ensino de Química de Ensino Médio apresenta problemas.
Percebe-se que há uma baixa qualidade na compreensão da 
Química e que alguns alunos terminam a educação básica, sem ter 
o conhecimento mínimo sobre a Ciência o que dificulta a inter-
relação entre o conteúdo estudado e a compreensão do Universo 
em que vive.
Várias propostas para se fazer um ensino de Química com 
utilidade, que leve o aluno a uma alfabetização científica, têm sido 
sugeridas, mas muito pouco se muda porque, ao chegar à sala de 
aula, o professor se depara com pequeno número de aulas na grade 
curricular, turmas numerosas e um extenso programa a ser 
cumprido. Nessa realidade, é comum se fazer um ensino pautado no 
livro didático, estático, sem relação teoria-prática, sem dar tempo 
ao aluno para pensar, amadurecer idéias, relacionar e inter-
relacionar o conhecimento químico com o contexto social.
É importante dizer que, por ter um caráter experimental a 
disciplina de Química conta com uma quantidade insuficiente de 
aulas nas grades curriculares o que dificulta sua especificidade no 
Ensino Médio.
Nessa perspectiva, se faz necessária uma reflexão crítica dos 
conteúdos curriculares a serem trabalhados, dentro das 
possibilidades da carga horária da disciplina, encontrar estratégias 
para se fazer um ensino de Química de qualidade que leve à 
formação de cidadãos críticos. “O que queremos conseguir é que os 
conhecimentos dos alunos evoluam até torná-los rigorosamente 
úteis. Para isso, é necessário escolher, dentre a enorme quantidade 
de informação gerada, aquela que permita desenvolver as 
competências requeridas em um mundo cada vez mais cambiante e 
que pelo menos, prepare melhor para o futuro que não está 
determinado” (Chamizo, 2007; Izquierdo, 2007).
Como a escolha de conteúdos, (re)significando-os, 
relacionando-os e contextualizando-os com aulas experimentais, em 
laboratório ou em sala de aula, podem contribuir para mudar esta 
realidade permitindo que o aluno sinta prazer no conhecimento e 
apropriando-se dele, possa aplicá-lo para transformar o mundo para 
melhor?
DESENVOLVIMENTO
A química, como todas as Ciências, foi/é construída com o 
desenvolvimento, trabalho e lutas do ser humano, para 
compreender a natureza e na busca de soluções para seus 
problemas, para suas necessidades.
Para Marx e Engels, são os homens em seu relacionamento 
com a natureza e com seus semelhantes que, dentro de “certas 
condições”, promovem o desenvolvimento social. Em outras 
palavras, para Marx, é através do trabalho físico, realizado pelos 
homens com o intuito de satisfazer suas necessidades históricas, 
que os homens entram em uma relação dialética com o mundo e, 
nesse processo, transformam não só as idéias que possuem acerca 
do mundo, mas também o próprio mundo e a si mesmos. ( Silva, 
2004)
Neste processo de transformações pelas quais o ser humano 
passa, a escola tem papel muito importante, pois é onde a Ciência 
popular é sistematizada cientificamente, (re)significando os 
conceitos e atrelando-os ao contexto social, histórico, político e 
econômico.
É necessário que haja um resgate na importância da disciplina 
de Química no currículo escolar e também no resgate da identidade 
do Ensino Médio.
O objeto de estudo da Química é a matéria, suas propriedades 
e transformações. Ela está presente em tudo o que se possa 
imaginar e para que tenha uma utilidade real, cabe ao professor 
analisar criticamente as diretrizes curriculares, o programa, fazendo 
seleção e inter-relação entre os conteúdos, aprofundamento e 
atualização de seu conhecimento e dos conceitos fundamentais, sua 
metodologia de ensino e avaliação.
Para Neidson Rodrigues, (1995)
“A Ciência é uma produção humana e o conhecimento 
científico é o modo pelo qual o homem domina a natureza e a 
incorpora, transformando-a de acordo com sua necessidade”.
As Diretrizes Curriculares da Rede Pública de Educação Básica 
do Estado do Paraná (DCE) para a disciplina de Química, apontam 
algumas metodologias para superação de problemas que estão 
entre as principais causas nas dificuldades em se fazer um ensino 
de qualidade real e que leve a uma alfabetização científica. Dentre 
eles, podemos destacar: a importância da abordagem experimental; 
a contextualização; considerar os saberes populares e o senso 
comum para que não haja um distanciamento do que é ensinado 
com a realidade do aluno, sem se fazer um ensino simplista; a 
migração do esoterismo, que de certa forma é uma herança dos 
alquimistas, para o exoterismo, cuidando com a forma do discurso e 
com o excesso de formulismo na linguagem; tratar o conhecimento 
de maneira histórica;trabalhar com textos científicos atualizados 
que integrem os avanços da Ciência e, buscar avaliações em que 
haja participação do aluno, considerando o processo.
Para haver uma superação nas dificuldades de se fazer um 
ensino de Química com utilidade real, ultrapassando as abordagens 
tradicionais, que às vezes levam o aluno, ao final da educação 
básica, a ser um analfabeto científico, é necessário se (re)fazer uma 
reflexão de que a Química não é uma Ciência de conteúdo estático, 
pronto e acabado e levar em conta as questões sobre a construção 
desse conhecimento.
A primeira função da escola é ensinar os conhecimentos 
socialmente produzidos pelo homem ao longo da história. Para 
alcançar este objetivo é necessária uma busca de conteúdos 
significativos, com uma seqüência adequada, fazendo uma reflexão 
crítica e (re)significação dos conteúdos curriculares para que estes 
levem a uma verdadeira alfabetização científica e conseqüente 
formação de cidadãos e cidadãs críticos. Para que isto seja 
alcançado, faz-se necessário um aprofundamento dos conceitos 
fundamentais da Química e compromisso dos professores em fazer 
mudanças.
Na maioria das vezes os professores não sabem quem 
selecionou os conteúdos contidos no currículo e porque eles foram 
considerados importantes, dentro de uma imensidão de saberes e, 
porque eles são necessários para a formação de cidadãos críticos. 
Historicamente, os professores, em sua maioria, se acostumaram a 
reproduzir, a transmitir esse saber, sem muito questionar, e é nesse 
ponto que deve haver mudanças. Porém, no Paraná, os educadores 
tiveram participação na construção em documentos que orientaram 
o currículo, nas semanas pedagógicas, onde houve discussões e 
debates, por três anos, e alguns representantes de cada núcleo 
participaram de seminários e simpósios para a construção do 
documento. É preciso que agora, os professores leiam, discutam, 
conheçam a fundo estas diretrizes, aplicando em sua prática 
pedagógica, propondo mudanças e fazendo um esforço no sentido 
de “resgatar a especificidade da disciplina de Química; deixar de 
lado o modo simplista como a disciplina de Química foi tratada nos 
PCNs, entendida como área do conhecimento; e recuperar a 
importância da disciplina de química no currículo escolar”.(DCE - 
Química)
Segundo Beltran e Ciscato, 1991:
O conteúdo de Química é praticamente inesgotável. 
Cumpre ao professor fazer a escolha do que vai 
trabalhar com seus alunos. O programa deve ser amplo 
(...) porém a extensão não pode prejudicar a clareza dos 
conceitos, nem confundir suas conexões (...) É preciso 
trabalhar os conteúdos de maneira a incorpora-los 
definitivamente ao conhecimento do estudante.
Cada professor saberá adequar o ritmo de curso, tendo em 
vista a capacidade de seus alunos, a disponibilidade de tempo e, 
sobretudo do desenvolvimento harmônico dos assuntos.
Essa reflexão sobre os conteúdos curriculares nos leva a 
observar que, muitas vezes, a extensão do programa é incoerente 
ao número de aulas da grade curricular. Dessa forma, a seleção de 
conteúdos é importante, priorizando conceitos fundamentais, 
organizando-os em uma seqüência lógica, adequada, de forma que 
instrumentalize o estudante e o leve a um posicionamento diante 
da natureza e da sociedade.
“Ter noções básicas de química instrumentaliza o cidadão 
para que ele possa saber exigir os benefícios da aplicação do 
conhecimento químico para toda a sociedade (...) Saber como se 
processa o conhecimento químico pode dotar as pessoas de um 
pensamento crítico mais elaborado”. (Beltran & Ciscato, 1991)
O desenvolvimento do programa proposto deve ser assumido 
pelo professor. Este, além de levar em conta o número de aulas 
semanais, precisa observar também suas condições de trabalho, 
perfil e interesse de sua clientela e as particularidades regionais.
Segundo Beltran & Ciscato (1991)
 “O programa ideal deve ser amplo e pragmático. Deve-
se fazer todo o possível para se ensinar muita Química, 
mas levando em conta que a extensão do programa não 
é a prova da qualidade dele. Essa prova é a sua 
unidade, sua lógica interna e sua capacidade de 
transmitir claramente ao aluno, permitindo-lhe também 
vislumbrar a própria construção do conhecimento 
químico.
Após essa comprometida análise dos conteúdos curriculares, é 
necessário ter claro que objetivos se busca alcançar e que tipo de 
aluno se quer formar, buscando metodologias e questionamentos 
sobre os melhores caminhos que levam o cidadão a conhecer o 
mundo em que vive, modificando-o e se modificando, para que, 
dessa forma possa transformá-lo para melhor. 
Para Chassot deve-se perseguir “alternativas para um ensino 
com utilidade onde se busca mostrar uma educação através da 
Química que: contribua para a alfabetização científica do cidadão e 
da cidadã; faça a migração do esoterismo para o exoterismo, e 
assim, facilite a leitura de mundo. (CHASSOT, 1995).
Para que contribua com a efetiva alfabetização científica do 
cidadão, o ensino de Química deve inter-relacionar o conhecimento 
científico e contexto social, para que o estudante se torne capaz de 
compreender a realidade em que está inserido e assim, possa 
transformá-la.
Nessa perspectiva, é importante um compromisso do 
professor com o ensino-aprendizagem e com uma “busca de 
alternativas para oferecer uma alfabetização científica aos homens 
e mulheres, para fazê-los cidadãos e cidadãs mais críticos em nosso 
continuado, mas aparentemente novo desafio” (Chassot, 2000)
Um dos principais instrumentos que busca fazer um ensino de 
Química com utilidade, contribuindo para essa alfabetização 
científica do cidadão, favorecendo a migração do esoterismo para o 
exoterismo é a experimentação. “A Química, como todas as ciências 
naturais, funciona à base de experiências e análise de dados, 
através do que é possível formular teorias e enunciar leis cada vez 
mais precisas a respeito do funcionamento do Universo.” (Espósito, 
2003)
Um grave problema no ensino de química é tentar se construir 
o conhecimento somente com aulas teóricas, seguindo muitas vezes 
um livro texto. A experimentação é muito falada, mas, muitas vezes, 
pouco colocada em prática. “Para Maldaner, a idéia de 
experimentação é aquela formada na Universidade, que exige 
condições dificilmente encontradas na escola de Ensino Médio. Daí a 
necessidade de se refletir sobre o papel da experimentação no 
contexto do ensino da Química”. (QNEsc, nº 25, maio, 2007,). O 
professor encontra dificuldades em inter-relacionar aulas 
experimentais apropriadas ao conteúdo trabalhado, mas, este 
problema deve ser superado.
Segundo Vidal, (1986): 
A Química é hoje uma Ciência experimental. Enquanto 
ciência, ela estrutura, através de teorias, os nossos 
conhecimentos de natureza. Reagrupa a multiplicidade 
das observações e das experiências respeitantes às 
transformações da matéria em conjuntos cujos 
elementos são unidos por meio de leis, por meio de 
relações de tipo explicativo. As teorias orientam as 
investigações para novas descobertas. A química 
aproxima-se também de uma técnica pelo seu caráter 
experimental. É por isso que seu objetivo consiste em 
dominar a Natureza, em modificá-la. Para isso, analisa e 
sintetiza corpos; por um lado, aqueles que a própria 
natureza produz, por outro, aqueles que as leis da 
Natureza tornam possíveis. Aspecto prático e aspecto 
teórico mais não fazem que caminhar lado a lado. Não 
só ombreiam um como outro.
A Química muitas vezes se apresenta abstrata, dogmática, por 
sua própria caminhada histórica, herança tambémdeixada pelos 
alquimistas onde ela passou a ter um caráter esotérico. Faz-se 
necessário e urgente que essa visão seja superada e que se lance 
mão de novas metodologias para a desmistificação da disciplina. 
A proposta de se fazer um trabalho onde a experimentação 
seja uma prática cotidiana em sala de aula e no laboratório podem 
ajudar neste sentido, “uma vez que as noções fundamentais para a 
Química são muito abstratas, sugere-se que sejam utilizadas 
atividades experimentais como apoio concreto e material para 
auxiliar e fortalecer a conceituação. (QNEsc, nº 25, maio de 2007).
Com o acolhimento do aluno para chegar ao saber científico, 
indo além do senso comum, da visão empírica, a experimentação é 
estratégia de ensino que leva a uma aproximação qualitativa do 
aluno na busca do conceito desejado, já que a proposta é sócio-
histórica.
Segundo Beltran & Ciscato (1991):
As atividades experimentais constituem um ponto 
crítico prioritário na análise dos problemas e na 
proposta de alternativas para o ensino. Como Ciência 
experimental que é ela exige para seu estudo, 
atividades experimentais (...) O objeto da Química 
compreende a natureza, e os experimentos propiciam 
ao estudante uma compreensão mais científica das 
transformações que nela ocorrem.
A importância da experimentação está em seu caráter 
investigativo e pedagógico, auxilia o aluno na formulação de teses, 
problematização, explicitação, discussão e na elaboração de novos 
conceitos. Dessa forma, a abordagem experimental trará 
significação aos conceitos químicos. 
Os experimentos podem ser o ponto de partida para a 
compreensão de conceitos e sua relação com idéias discutidas em 
aula. Os estudantes, assim, estabelecem relações entre a teoria e a 
prática e, ao mesmo tempo, expressam ao professor suas dúvidas.
Ainda que a palavra laboratório tenha como elemento de 
composição o prefixo labor – realizar à custa de esforço ou trabalho, 
trabalhar com cuidado -, a atividade laboratorial implica não 
somente fazer com as mãos, sentir e experimentar, mas, também, 
está relacionada à análise criteriosa e à articulação da teoria com a 
prática.
“Uma aula experimental, seja ela com a manipulação do 
material pelo aluno ou demonstrativa, não está associada a um 
aparato experimental sofisticado, mas, sim, à sua organização, 
discussão e análise, que possibilitam, interpretar os fenômenos 
químicos e a troca de informações entre o grupo que participa da 
aula”. (DCE)
Na verdade, não há necessidade de laboratórios muito 
equipados. Muitos materiais podem ser elaborados e 
confeccionados pelo próprio aluno o que o levará a um maior 
interesse. Tendo o professor selecionado, construído, articulado 
atividades experimentais significativas para cada assunto, estes 
passam a fazer parte do contexto de sala de aula, levando teoria e 
prática a caminharem juntas, já que é impossível separá-las, pois se 
completam, reforçando e garantindo a solidez do conhecimento 
adquirido. Isto faz parte do processo que leva o aluno a se relacionar 
com os fenômenos sobre os quais estuda e o leva a sentir a 
importância da experimentação em seu aprendizado, e, assim, os 
conceitos serão (re)significados.
Sem experimentação e interpretação adequadas, a 
ciência é algo estático, livresco e sem desenvolvimento. 
Sem experimentação, o ensino de Química é apenas um 
arremedo do ensino, dogmático e sem atrativo, que 
afasta os alunos do estudo e compromete sua formação 
como cidadãos (...) As observações de laboratório 
devem ser sistematizadas cientificamente, ou seja, 
organizadas para fazer emergir os modelos e teorias. 
Tendo por alicerce as observações, os modelos e as 
teorias constituem os mais avançados e valiosos 
conteúdos do conhecimento. (Beltran e Siscato, 1991)
Para que este movimento aconteça, porém, é necessária uma 
desestabilização do que se tem feito reservar tempo para organizar 
aulas teóricas bem preparadas com produção de material a ser 
utilizado, o que leva ao ganho de tempo, como transparências de 
modelos, por exemplo, e aulas práticas significativas ao conteúdo 
trabalhado. Cabe ao professor fazer o máximo para que na 
construção do conhecimento pelo aluno, não falte elementos 
básicos. 
A experimentação como estratégia no Ensino de 
Química
Algumas aulas experimentais realizadas pelos estudantes 
partiram da problematização, pesquisa e análise dos resultados 
observados. Sendo sugerida a fundamentação teórica, 
procedimentos, objetivos da aula, os grupos fizeram inicialmente a 
realização previa dos experimentos, contando com a supervisão da 
laboratorista e a elaboração de questões que possibilitassem a 
reflexão dos resultados e principalmente aquelas que remetem a 
problemas sociais.
Todo resultado e modificações ocorridas foram anotados para 
posterior análise e discussão entre os alunos, sendo que questões 
devem ser elaboradas com o objetivo de elaborar explicações para 
uma melhor compreensão do fenômeno investigado. 
Com esse procedimento, o estudante se torna crítico, 
questiona, propõem explicações diversas para o mesmo fenômeno, 
interage com os colegas até que conceitos seja ressignificados.
1. Produção de etanol
Em 1975 foi lançado no Brasil o Programa Proálcool (Programa 
Nacional do Álcool) cujo objetivo seria a diminuição gradativa da 
dependência do petróleo importado. O etanol produzido pode ser 
utilizado como combustível ou pode ser misturado à gasolina com a 
vantagem de reduzir a produção de CO2 e aumenta a eficiência da 
gasolina podendo então substituir os aditivos que são muito poluentes. 
http://www.alcopar.org.br/estatisticas/merc_veic_alcool.htm
O etanol pode ser obtido da cana-de-açúcar, onde a sacarose 
presente no caldo (garapa), sob a ação de leveduras, serão 
fermentadas gerando etanol e dióxido de carbono.
O procedimento utilizado consiste em dissolver um tablete de 
fermento biológico em água morna e adicionar a um litro de caldo de 
cana, deixando a mistura em repouso por cinco dias. Após esse prazo 
de “descanso” faz-se a destilação da mistura. O líquido obtido é uma 
mistura de várias substâncias, entre elas o etanol é a principal. 
A adição de leveduras, do fermento biológico produz enzimas, 
tais como a Saccharomyces que transformam a sacarose (C12H22O11), 
que é um dissacarídeo, em etanol. A transformação ocorre em duas 
etapas:
Primeiro a sacarose se transforma em glicose e frutose, que são 
monossacarídeos (C6H12O6) na presença da enzima invertase, segundo 
a reação:
C12H22O11 C6H12O6 + C 6H12O6
Sacarose glicose frutose
Em seguida, glicose e frutose são fermentados, em presença da 
enzima zimase, e o etanol é produzido com liberação de gás carbônico:
C6H12O6 + C 6H12O6 2 C2H5OH + 2CO2
Glicose frutose etanol gás 
carbônico
A destilação é outro processo que pode ser trabalhado em aula 
experimental para explicar vários conceitos básicos, tais como: 
obtenção de álcoois, como foi realizada na prática acima, mudança de 
estado físico, fracionamento do petróleo, extração de essências e 
purificação de substâncias, considerando as diferenças em seus pontos 
de ebulição.
Segundo Maria H. Beltran (QNEsc, nº 04, 1996):
Atualmente, a destilação, processo baseado nas 
diferenças entre os pontos de ebulição das substâncias, 
é adequadamente explicada pela idéia de que a matéria 
é formada partículas que se movimentam e interagem.O fracionamento do petróleo, a obtenção de álcoois e a 
extração de essências são apenas alguns exemplos de 
processos em que a destilação é empregada na 
indústria. Além disso, a destilação é um dos principais 
métodos de purificação de substâncias utilizadas em 
laboratório. Assim, a importância desse processo tão 
bem conhecido e claramente interpretado por meio de 
modelos sobre as partículas que constituem a matéria 
justifica sua inclusão em qualquer curso de química de 
nível médio.
Outro aspecto importante que pode ser explorado é ciclo da água 
na natureza e soluções, considerando que a água na natureza não é 
encontrada pura. O professor pode utilizar esse processo fazendo um 
paralelo entre destilação e ciclo da água na natureza, enfocando o fato 
que a água vaporiza sem poluentes e vai depender da contaminação 
dos ecossistemas sua qualidade de potabilidade.
É de fundamental importância levar o cidadão e a cidadã a 
refletir sobre sua responsabilidade diante da natureza. 
Faz-se necessário a conscientização de que, enquanto o ser 
humano não se envolver e partir para ações significativas, enquanto 
ele estiver esperando pelos outros, pelo governo para tomar 
providências, acreditar que não há motivo para pânico, o futuro do 
planeta estará cada vez mais comprometido. 
É importante levar à reflexão de que o desequilíbrio que tem 
ocorrido na natureza é apenas um meio que o planeta tem de buscar 
seu equilíbrio. 
Somos apenas uma entre tantas espécies que habita este 
planeta. Se não buscarmos reais ações para o respeito à natureza, 
poderemos ser vomitados de sua face e, ele seguirá seu curso normal 
e certamente voltará a se reorganizar. Outras espécies, mais 
adaptadas, menos mercenárias permanecerão usufruindo das 
maravilhosas condições aqui oferecidas, pois ele é único, é singular e 
tem tudo o que os seres vivos precisam para viver confortavelmente. 
Dos nove planetas do nosso Sistema Solar, a Terra é o único que 
possui água em abundância e no estado líquido. Cerca de três quartos 
da superfície terrestre são cobertos por essa substância, o que propicia 
uma enorme biodiversidade. Sem ela é impossível a existência de vida 
como nós a conhecemos.
A contaminação e a degradação dos recursos hídricos estão 
comprometendo a qualidade da água potável e de todo meio ambiente, 
tornando-se um grave problema ecológico.
Levando o estudante a conhecer efetivamente o problema pode 
levá-lo a atitudes que busquem preservar, proteger e conservar esse 
bem precioso com a consciência de que o desenvolvimento sustentável 
é o que atende as necessidades do presente sem o comprometimento 
do futuro do planeta e das próximas gerações poderá levá-lo a uma 
efetiva aprendizagem com significação de conceitos e íntima relação 
com o contexto social, histórico, político e econômico inter-
relacionando teoria e prática e, se apropriando do conhecimento 
alcance consciência das sensíveis relações que existem na natureza 
fazendo com que se esforce em mudar o mundo para melhor.
Podem-se sugerir também temas sobre como Brasil e Estados 
Unidos competem pela dianteira na corrida dos combustíveis verdes, 
apostando na cana-de-açúcar e no milho, suas respectivas matérias-
primas ou como Pequenos agricultores descobrem a fórmula para ficar 
longe da bomba do posto e fabricam na propriedade seu próprio 
combustível.
Construindo um destilador
O destilador pode ser construído em laboratório utilizando os 
seguintes materiais e procedimentos: 
Utilizando uma lâmpada de vidro transparente (incandescente), 
quebre o fundo da lâmpada e retire o filamento de metal e seu suporte 
de vidro. A lâmpada funcionará como balão de destilação. Tampe a 
abertura com uma rolha fazendo um furo com diâmetro de uma 
mangueira com cerca 0,5 cm.
Uma garrafa de plástico de 2,0 litros pode ser utilizada como 
condensador, fazendo um furo em sua base e em seguida introduzindo-
se uma mangueira de cerca de 2,0 m de comprimento, procedendo, em 
seguida, a vedação do furo com cola ou massa epóxi e acrescentando 
água gelada ate o gargalo. A mangueira deve ser torcida de maneira 
que fique enrolada em espiral e saindo pela boca da garrafa e 
conectada à rolha da lâmpada. O suporte para o destilador poderá ser 
feito com madeira e arame conforme esquema abaixo.:
 Fonte: 
Beltran e Ciscato,1991
Dentro da lâmpada que serve como balão de destilação é 
recomendável colocar pequenos pedaços de porcelana para que 
acidentes sejam evitados no momento da ebulição.
Podem ser sugeridas questões para discussão:
a) Quais são as mudanças de estado físico que ocorrem no 
balão de destilação (lâmpada ) e no condensador 
(mangueira)?
b) Equacione as reações envolvidas na transformação da 
cana-de-açúcar em álcool.
c) Esquematize a aparelhagem de destilação utilizada em 
laboratório de química.
 Com esta aula outros aspectos podem ser explorados e 
relacionados a conteúdos significativos. Pode-se sugerir, por exemplo, 
a pesquisa sobre a produção do etanol nos alambiques enfocando 
métodos tais como: moagem, liquefação, fermentação, destilação, 
desidratação, desnaturalização do álcool e reaproveitamento das 
sobras.
Outro aspecto importante são os benefícios econômicos trazidos 
pela produção do etanol, que envolve a redução da dependência 
internacional, geração de empregos, produção de combustível 
alternativo diante da problemática dos combustíveis fósseis, domínio 
da tecnologia pelo Brasil, entre outros.
Na questão ambiental estão as possibilidades de diminuição da 
poluição do ar, utilização de combustível renovável, diminuição da 
emissão de poluentes como o chumbo.
2. Determinação de Álcool na Gasolina
O objetivo a Alcançar é relacionar os conteúdos, mistura de 
soluções, separação de misturas e concentração às aulas teóricas 
oportunizando ao estudante a formar a observação da qualidade do 
combustível disponibilizado pelos comerciantes e relacionar com a 
ética profissional, cuja máxima diz, "não faça ao outro o que você 
não quer que te façam", formando assim, uma consciência crítica.
Os recursos utilizados são laboratório e material de laboratório 
ou mesmo a sala de aula. Os conteúdos que podem ser relacionados 
nesta aula são: mistura de soluções, polaridade, separação de 
misturas, concentração e o conceito interdisciplinar sobre ética e 
cidadania.
 Pelas normas vigentes, o litro de álcool hidratado que 
abastece os veículos deve ser constituído, em volume, de 96% de 
álcool e 4% de água. (Densidades em g/L: álcool = 800, água = 
1000).
Utilizando uma proveta de 100 mL acrescenta-se um volume 
de 50 mL de gasolina e 50 mL de água (solução 1/1) agitando o 
sistema e anotando a quantidade final de gasolina e água. A fase 
aquosa sofrerá um aumento de volume pelo fato do álcool ser mais 
solúvel em água que em gasolina.
Como atividade para avaliação poderá ser calculado:
a) o volume de álcool que estava dissolvido na gasolina 
usando a operação:
 Válcool = Vinicial de gasolina - Vfinal da gasolina
b) A porcentagem do álcool na amostra da gasolina. Utilize 
a seguinte relação:
Vinicial de gasolina ---------------- 100%
Válcool dissolvido ------------------ X(quantidade de álcool na 
gasolina) 
O ideal é fazer o teste utilizando várias amostras recolhidas 
de diferentes postos e diferentes distribuidoras para se fazer uma 
comparação.
Após terem sido feitos os cálculos as observações e reflexões 
sobre os resultados é importante questionar sobre a problemática 
da ética e respeito às normas vigentes a verificaçãodo 
cumprimento ou não das normas do Conselho Nacional do Petróleo 
(CNP) por diferentes postos de gasolina da cidade e sugerir formas 
de conter o não cumprimento das normas vigentes.
Para contextualizar ainda mais os temas, propor questões de 
atualidades pode aumentar o interesse. São alguns exemplos:
 Questão 01:
O etanol é um combustível considerado como uma das melhores 
alternativas renováveis ao petróleo. A opção pelo etanol como 
alternativa mais amigável ao meio ambiente do que a gasolina está 
apoiada no fato de que
(A) as lavouras de cana-de-açúcar consomem CO2
(B) a queima o etanol em motores biocombustíveis não produz CO2
(C) o catalisador usado nos carros a etanol impede a formação de CO2
(D) o etanol contribui, de forma permanente, para o aumento da 
concentração atmosférica de CO2
(E) a combustão do etanol, independente da quantidade e das 
condições em que se realiza, é completa.
http://www.vunesp.com.br/vestibulares/uabc0601/ConhecGerais.pdf
 Questão 02
A adulteração da gasolina visa à redução de seu preço e compromete o 
funcionamento dos motores. De acordo com as especificações da 
Agência Nacional de Petróleo (ANP), a gasolina deve apresentar um 
teor de etanol entre 22% e 26% em volume.
A determinação do teor de etanol na gasolina é feita através do 
processo de extração com água. 
Considere o seguinte procedimento efetuado na análise de uma 
amostra de gasolina: em uma proveta de 100 mL foram adicionados 50 
mL de gasolina e 50 mL de água. Após agitação e repouso observou-se 
que o volume final de gasolina foi igual a 36 mL.
De acordo com as informações acima, assinale a(s) proposição(ões) 
CORRETA(S).
01. A determinação de etanol na amostra em questão atende as 
especificações da ANP.
 02. A parte alifática saturada das moléculas de etanol interage com as 
moléculas dos componentes da gasolina.
04. A água e o etanol estabelecem interações do tipo dipolo 
permanente-dipolo permanente. 
08. No procedimento descrito acima, a mistura final resulta num 
sistema homogêneo.
16. As interações entre as moléculas de etanol e de água são mais 
intensas do que aquelas existentes entre as moléculas dos 
componentes da gasolina e do etanol. 
32. Água e moléculas dos componentes da gasolina interagem por 
ligações de hidrogênio. http://www.vestibular2007.ufsc.br/ 
 
 Bafômetro 
É um tema atual e importante que desperta interesse, 
considerando que para combater motoristas embriagados no 
trânsito, a polícia vem utilizando desses aparelhos. 
Ao ingerir bebida alcoólica, o álcool é levado a todas as partes 
do corpo pela corrente sanguínea, comprometendo a capacidade da 
pessoa em dirigir um veículo, considerando que a intoxicação atinge 
o sistema nervoso afetando a coordenação motora e os reflexos.
O condutor do veículo suspeito deve soprar através de 
instrumentos chamados bafômetros, que indicará se está 
embriagado e o grau de embriagues. 
O material utilizado será o ácido sulfúrico, dicromato de 
potássio, álcool etílico, essência de hortelã e vinagre. 
O ácido sulfúrico deve ser diluído a 20 mL/L e a concentração 
do dicromato de potássio 0,1 mol/L, misturados na proporção de 1:1 
e apenas algumas gotas de álcool.
O que ocorre no bafômetro, em presença de álcool, é uma 
reação de oxidação do álcool em aldeído e a redução do dicromato 
(alaranjado) a cromo III (verde). 
• Equações da reação química que ocorre no bafômetro 
portátil (QNEsc, nº 5, MAIO 1997):
 K2Cr2O7(aq) + 4H2SO4(aq) + 3CH3CH2OH(g)  
 Alaranjado incolor
  Cr2(SO4)3(aq) + 7H2O(l) + 3CH3CHO(g) + 
K2SO4(aq) 
 Verde incolor
• Equação na forma iônica:
 Cr2O72-(aq) + 8H+(aq) + 3CH3CH2OH(g)  
  2Cr3+(aq) +7H2O(l) + 3CH3CHO(g) 
A essência de hortelã e o vinagre foram utilizados por 
sugestão de alguns estudantes que queriam comprovar se estes 
produtos realmente disfarçavam o álcool presente no organismo.
O procedimento utilizado investigou quatro situações 
diferentes:
 1º) 1 ml de dicromato de potássio (alaranjado) foi colocado 
em um tubo de ensaio juntamente com 1 ml de ácido sulfúrico e 
algumas gotas de álcool etílico;
2º) 1 ml de dicromato de potássio (alaranjado) foi colocado 
em um tubo de ensaio juntamente com 1 ml de ácido sulfúrico e 
algumas gotas de álcool etílico acrescentando bala de hortelã; 
3º) 1 ml de dicromato de potássio (alaranjado) foi colocado 
em um tubo de ensaio juntamente com 1 ml de ácido sulfúrico e 
algumas gotas de álcool etílico acrescentando vinagre;
4º) 1 ml de dicromato de potássio (alaranjado) foi colocado 
em um tubo de ensaio juntamente com 1 ml de ácido sulfúrico e 
sem álcool.
 Feito o experimento, todas as observações e resultados foram 
anotados em uma tabela:
Experimento Odor Cor
Somente com álcool Álcool Verde
Álcool com essência 
de hortelã
Hortelã Verde
Álcool com vinagre Vinagre Verde
Sem álcool ___________________ Alaranjado
O mesmo procedimento foi repetido usando o álcool produzido 
pelo alunos para comparação de resultados e comprovação do teor 
alcoólico da mistura produzida na primeira aula experimental.
Após observações e reflexões sobre os resultados é 
importante questionar sobre a problemática do álcool e trânsito e 
também a respeito da atitude de alguns condutores de veículo que 
tentam burlar a lei utilizando artifícios que mascarem a presença de 
álcool no sistema circulatório. 
O professor pode apresentar tabelas que apresentem as 
estatísticas de acidentes no trânsito por responsabilidade de 
motoristas alcoolizados, quantas vítimas fatais e, até dados sobre o 
quanto o Estado gasta com o tratamento de pessoas feridas nestes 
casos ou até mesmo encaminhar para que estes dados sejam 
pesquisados pelo alunos.
RESULTADOS
Esse modo de trabalho foi muito positivo, pois, além de ter 
sido atividades prazerosas, teve reflexos no desempenho escolar. Ao 
serem feitas avaliações quantitativas, a média da classe aumentou 
de 56 no primeiro bimestre para 72, no segundo. Este avanço no 
desempenho pode ser associado ao aumento da atenção do aluno 
referente ao tema escolhido e conseqüentemente aumento do 
rendimento.
Estas aulas experimentais, entre outras, foram aplicadas aos 
alunos do terceiro ano do Ensino Médio. O que se pode observar foi 
o interesse e o empenho com que desenvolveram seus trabalhos. 
Pesquisaram, testaram previamente as aulas com a colaboração da 
laboratorista questionaram, buscaram sanar as dúvidas com auxílio 
do professor e finalmente puderam fazer discussão e leitura 
consciente dos resultados, (re)construindo conceitos concluindo o 
trabalho com entrega de relatório.
CONCLUSÕES
As aulas experimentais interessam ao estudante, eles se 
engajam e participam das atividades com muito empenho e 
entusiasmo, sentem prazer em desenvolver o experimento e isto faz 
com que o conhecimento seja construído. 
A aceitação e o entusiasmo do aluno dependem, porém, da 
condição que ele possui de estar apto a aprender, que é um 
posicionamento dele diante do conhecimento. Dessa forma, 
envolve-lo, depende do incentivo do professor propondo e 
desenvolvendo temas instigantes, atuais, metodologias 
satisfatórias, procedimentos otimizados na questão do material 
utilizado, simplificado e com possibilidade de tempo para realização 
do experimento e discussão dos resultados.
Para um mesmo experimento muitas relações são feitas e 
perguntas relevantes aparecem dos grupos no desenvolvimentodas 
aulas. Saber descrever procedimentos, elaborar perguntas e propor 
soluções para resolvê-las são questões fundamentais e conduzem à 
formulação de teses, problematização, desenvolvimento de idéias, 
discussão e na construção de novos conceitos propiciando ao 
estudante ao desenvolvimento do conhecimento científico.
O maior contratempo observado é a carga horária pequena e 
o número excessivo de alunos em sala, o que complica o 
acompanhamento adequado aos grupos. Para superar este 
obstáculo é preciso ter bem clara a proposta curricular, organizar 
bem o Plano de trabalho Docente fazendo a reflexão crítica dos 
conteúdos curriculares a serem trabalhados e, preparar as aulas a 
serem ministradas, de forma que alcance o objetivo esperado.
Nesta turma, onde o projeto foi desenvolvido integralmente, 
os resultados foram bem satisfatórios e deve-se levar em 
consideração que se tratava de uma turma com número adequado 
de alunos para trabalhar no laboratório.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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