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MODELO DE AÇÃO DECLARATÓRIA DE NULIDADE, CC PEDIDO DE CANCELAMENTO DE REGISTRO IMOBILIÁRIO

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA CÍVEL DA COMARCA DE BELO HORIZONTE, ESTADO DE MINAS GERAIS.
Juliana Faria Rodrigues, brasileira, divorciada, bióloga, portadora da cédula de identidade n.º.., e devidamente inscrita no Cadastro de Pessoa Física do Ministério da Fazenda n.º..., residente e domiciliada na Rua..., n.º..., Bairro..., Cidade de Barbacena, Estado de Minas Gerais, por intermédio de sua advogada e bastante procuradora (procuração em anexo - doc. 01), com escritório profissional sito à Rua..., nº..., Bairro..., Cidade de..., Estado de..., onde recebe notificações e intimações, vem mui respeitosamente à presença de Vossa Excelência interpor:
AÇÃO DECLARATÓRIA DE NULIDADE, C/C PEDIDO DE CANCELAMENTO DE REGISTRO IMOBILIÁRIO
em face de,
Raimundo Dutra Rodrigues, brasileiro, divorciado, profissional da área de..., portador da cédula de identidade n.º..., e devidamente inscrito no Cadastro de Pessoa Física do Ministério da Fazenda n.º..., residente e domiciliado na Rua..., n.º..., Bairro..., Cidade de..., Estado de...; Breno Santos Bernardes, brasileiro, profissional da área de..., portador da cédula de identidade n.º..., e devidamente inscrito no Cadastro de Pessoa Física do Ministério da Fazenda n.º... e Marta Guimarães Bernardes, brasileira, profissional da área de..., portadora da cédula de identidade n.º..., e devidamente inscrita no Cadastro de Pessoa Física do Ministério da Fazenda n.º..., casados entre si, residentes e domiciliados na Rua..., n.º..., Bairro..., Cidade de..., Estado de..., pelos motivos de fato e de direito a seguir aduzidos.
DOS FATOS 
A Requerente Juliana, manteve vínculo conjugal com o Requerido Raimundo sob o Regime de Separação Obrigatória de Bens (art. 1641, I, do Código Civil de 2002), vínculo este celebrado em 20/10/2005 e extinto pelo divórcio em 20/05/2016 (Certidão fornecida pelo Cartório de Registro Civil das Pessoas Naturais em anexo – doc. 02).
Raimundo, ainda enquanto solteiro, havia adquirido a título de doação de seus pais um terreno localizado na cidade de Belo Horizonte. Durante o matrimonio, à custa de esforço comum do casal, Juliana e Raimundo construíram uma casa neste terreno. Ocorre que em 2006, Raimundo, que se encontrava desempregado e com dificuldades, decide vender o imóvel sem a outorga de Juliana.
O Registro do Contrato de Promessa de Compra e Venda feito por Raimundo em favor do Requerido Breno ocorreu no dia 08/07/2006, no qual consta ainda que os promitentes compradores foram investidos na posse do imóvel mediante o constituto possessório.
O Registro da Escritura Pública de Compra e Venda foi, em 04/03/2010, outorgado por Raimundo em favor dos Requeridos Breno e Marta (Certidão de matrícula do imóvel em anexo – doc. 03).
O Divórcio de Juliana e Raimundo ocorreu em 2016 de forma consensual e pacífica, lavrado em Tabelionato de Notas por Escritura Pública, ato possível em decorrência da inexistência de filhos. Nesta ocasião, a Requerente solicita ao Requerido os seus direitos sobre metade do valor resultante da venda do imóvel (patrimônio do qual ambos se empenharam para construir), sem alcançar sucesso.
Dessa forma, como será demostrado a seguir, a autora tem direito a que seja declarada a nulidade do negócio jurídico efetuado entre os Requeridos, além do cancelamento do Registro Imobiliário do Imóvel, para que este possa voltar ao seu status quo anterior à venda e assim, ser novamente objeto de partilha dos cônjuges.
DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS
Trata-se de ação de anulação de negócio jurídico em razão da inexistência de outorga uxória, requisito este indispensável quando o objeto no negócio é bem imóvel do qual sua existência foi resultado de esforço comum dos cônjuges.
A esse respeito, o artigo 1.647, inciso I do Código Civil afirma que:
Art. 1.647. Ressalvado o disposto no art. 1.648, nenhum dos cônjuges pode, sem autorização do outro, exceto no regime da separação absoluta:
I – alienar ou gravar de ônus real os bens imóveis;
(...)
Somente a autoridade do Juiz tem a legitimidade necessária para suprir a outorga negada, conforme consta no artigo 1.648 do Código Civil descrito abaixo:
Art. 1.648. Cabe ao juiz, nos casos do artigo antecedente, suprir a outorga, quando um dos cônjuges a denegue sem motivo justo, ou lhe seja impossível concedê-la.
Não havendo a autorização, nem do cônjuge e nem do Juiz, o artigo 1.649 do Código Civil diz explicitamente que o ato é anulável dentro do período de até dois anos após o fim do vínculo conjugal, prazo este respeitado pela autora.
Art. 1.649. A falta de autorização, não suprida pelo juiz, quando necessária (art. 1.647), tornará anulável o ato praticado, podendo o outro cônjuge pleitear-lhe a anulação, até dois anos depois de terminada a sociedade conjugal.
 Parágrafo único. A aprovação torna válido o ato, desde que feita por instrumento público, ou particular, autenticado.
Por ser o Regime Obrigatório de Separação de Bens abaixo destacado, um instituto diverso do Regime de Separação Absoluta de Bens que é acordado via Pacto Nupcial, o Requerido não possuía legitimidade para a prática deste ato.
Art. 1.641. É obrigatório o regime de separação de bens no casamento:
(...)
III – de todos os que dependerem, para casar, de suprimento judicial.
Além disso, a Súmula 377 do Supremo Tribunal Federal descrita abaixo esclarece que os bens se comunicam, caso tenham sido adquiridos na constância do casamento, o que não ocorre no caso do terreno, mas é valido para toda e qualquer benfeitoria custeada conjuntamente pelo casal.
Súmula 377 do STF. 
No regime de separação legal de bens, comunicam-se os adquiridos na constância do casamento.
No mesmo sentido, o artigo 1.660 do Código Civil esclarece que: 
Art. 1.660. Entram na comunhão:
(...)
IV – as benfeitorias em bens particulares de cada cônjuge;
(...)
A jurisprudência pátria caminha para validar essa mesma tese, de acordo com a ementa descrita:
APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO DECLARATÓRIA DE ANULABILIDADE DE ESCRITURA PÚBLICA DE COMPRA E VENDA - AUSÊNCIA DE OUTORGA MARITAL - NULIDADE DO NEGÓCIO JURÍDICO - PRECEDENTES DO STJ - RECURSO CONHECIDO E NÃO PROVIDO. A ausência de consentimento ou outorga uxória em declaração de transferência de imóvel pertencente ao patrimônio do casal é ato jurídico absolutamente nulo e, por isso, imprescritível, podendo sua nulidade ser declarada a qualquer tempo, além de não produzir qualquer efeito jurídico. (REsp 38549-SP.Rel. Min. Antonio de Pádua Ribeiro. DJU de 28.8.2000, p. 70)
(TJ-PR 9009678 PR 900967-8 (Acórdão), Relator: Luiz Sérgio Neiva de Lima Vieira, Data de Julgamento: 18/09/2012, 7ª Câmara Cível)
Infere-se, portanto, que a autora tem direito a que seja reconhecida a Ação Declaratória de Nulidade do Ato Jurídico pactuado entre os Requeridos, além de ter seu pedido de Cancelamento de Registro Imobiliário atendido, resultando no retorno da propriedade ao ex-casal para viabilizar a partilha dos bens em razão do divórcio entre Juliana e Raimundo.
DOS PEDIDOS
Por todo o exposto, requer a vossa excelência:
a) a designação de audiência prévia de conciliação, nos termos do art. 319, VII, do CPC/2015;
b) ao final, seja dado provimento a presente ação, no intuito de declarar a nulidade do negócio Jurídico e o Cancelamento do Registro de Imobiliário, restabelecendo-se a propriedade a Autora e ao Requerido Raimundo, os Reintegrando na posse do imóvel;
c) seja os Requeridos condenados ao pagamento de custas processuais e honorários advocatícios;
Pretende-se provar o alegado por todos os meios de prova admitidos, em especial, pelos documentos acostados à inicial, por testemunhas a serem arroladas em momento oportuno e novos documentos que se mostrarem necessários.
Dá-se a causa o valor de R$...
Termos em que,
Pede deferimento.
Belo Horizonte, ...de ...de 2017.
Advogado
OAB/MG nº

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