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1° Caso Hipotético: Alisson atira na cabeça de Iara e esta vem a morrer durante operação por erro médico. Qual crime que Alisson comete?
De acordo ao art. 18, II do Código Penal, Alisson praticou crime culposo. Como diz na lição de Mirabete: 
“A conduta humana voluntária (ação ou omissão) que produz resultado antijurídico não querido, mas previsível, e excepcionalmente não previsto, que podia, com a devida atenção, ser evitado”.
 Manual de direito penal-parte geral, p.41.
Em conformidade do art. 129, § 3° do código penal, diz que: se resulta morte e as circunstâncias evidenciam que o agente não quis o resultado, ele enquadra-se no referido parágrafo. Portanto, o crime praticado por Alisson e consumado com a morte de Iara, se torna uma tipicidade material, resultado naturalístico, ou seja, a mudança no mundo exterior. 
A conduta de disparar a arma contra a vítima e a modificação do exterior provocada pela morte da vítima-resultado. O que era um ser com vida deixa de sê-lo, acarretando consequências jurídicas em razão da morte. Portanto, a tipicidade material só se consuma com a produção do resultado naturalístico, como a morte no homicídio.
Diante do exposto, entende-se que o resultado da morte da vítima não teria ocorrido se Alisson não desse causa em ter atirado em Iara, mesmo que ela tenha morrido em razão de operação por erro médico. Não obstante, não existe um nexo causal, por ter rompido a sua ligação entre o momento da ação e o resultado.
Em conformidade a causa, tem se que a ação de Alisson não é causa direta do resultado, entretanto sua conduta está ligada à causa provocadora do resultado, ou seja, o resultado somente ocorreu porque o sujeito ativo realizou a conduta. (causa relativamente independente)
Qual crime o médico comete?
Em acordo ao art.18, II do Código Penal, diz que o erro médico é relacionado a homicídio culposo sendo o comportamento voluntário desatencioso, voltado a um determinado objetivo, embora produza resultado ilícito, não desejado, mas previsível, que podia ser evitado, isto é, segundo a imprudência, negligência ou imperícia. 
Conforme esse entendimento segue-se outro conceito: 
É o que advém do descumprimento de um dever de cuidado objetivo, resultado da imprudência, imperícia ou negligência do autor. E apesar de ser esperado o resultado, ele não é consentido. Por certo, os demais elementos do crime também devem estar presentes para que o delito se constitua (tipicidade, antijuridicidade, culpabilidade etc.).
Seguindo essa mesma linha, o código penal comentado, e em relação a um julgado do STJ, Rel. Min. Rogério Schietti Cruz, 6ª T., DJe 18/04/2016. Diz que:
O fundamento da responsabilidade penal pelo crime culposo reside na violação do dever objetivo de cuidado exigido do agente nas circunstâncias concretas. 
Em correlação ao delito, reforçando a causalidade do resultado, existe uma Concausa superveniente ou concomitante: 
É a que ocorre depois do nexo causal inicial, e concorre para o agravamento do resultado. Só exerce influencia quando o dano produzido resulta exclusivamente desse fato. Ex: um cidadão que ao ser atropelado vem a fraturar o braço, e quando atendido pela ambulância, no caminho do hospital, essa ambulância capota e a vítima do atropelamento morre, em decorrência do capotamento.
Sendo assim, em relação a nexo de causalidade, não há que se falar. Exige-se tal relação quando é ligado o momento inicial do delito ao resultado consumando da ação, sem nenhuma interferência neste vínculo. 
Nesse sentido, nexo causal que é o vínculo existente entre a conduta do agente e o resultado por ela produzido; examinar o nexo de causalidade é descobrir quais condutas, positivas ou negativas, deram causa ao resultado previsto em lei. Assim, para se dizer que alguém causou um determinado fato, faz-se necessário estabelecer a ligação entre a sua conduta e o resultado gerado, isto é, verificar se de sua ação ou omissão adveio o resultado. Trata-se de pressuposto inafastável tanto na seara cível. Apresenta dois aspectos: físico (material) e psíquico (moral). Vide relação de causalidade material. Vide relação de causalidade psíquica
2° Caso Hipotético: Alisson atira na cabeça de Iara e esta vem a morrer em razão de atraso no atendimento médico. Quem responde por crime?
Em razão do delito descrito acima e em consonância ao art.18, II do código penal, que diz- crime culposo, quando o agente deu causa ao resultado por imprudência, negligência ou imperícia. Portanto, Alisson praticou homicídio culposo, isto é, sendo ele responsável pelo crime.
Em conformidade ao art.13 do código penal, ressalta o resultado, de que depende a existência do crime, somente é imputável a quem lhe deu causa, ou seja, a relação de causalidade, ou seja, para o direito penal, a causalidade relevante é aquela em que o sujeito age tendo uma previsibilidade do resultado. Para efeitos de obtenção de resultado, considera-se a causa à ação ou omissão sem a qual o resultado não teria acontecido. 
Diante disso, existe uma superveniência de causa independente, isto é, embora Alisson tenha realizado a conduta tendente a um resultado, esse liame, a ligação entre a conduta e resultado pode não ocorrer por força da conduta realizada, mas sim por outra causa que se interponha no desdobramento da conduta. Superveniência é aquilo que vem depois, o sujeito realiza uma conduta, enquanto esta não atinge o resultado, outra causa se antecipa àquela conduta e provoca, portanto, o objetivo final.
Em continuidade, e desse modo, não configura crime ao médico, razão pela qual não existir a ligação da iniciação do fato ao fim do objetivo, o resultado. Portanto, não há neste momento nexo de causalidade, em detrimento ao não atendimento de socorro. Dessa forma, com a adoção da teoria finalista da ação, o código penal diz que- não existindo dolo ou culpa na conduta humana, o fato é atípico. Não se faz mais necessário o exame no momento da apreciação da estrutura do crime para, ao final, excluir a culpabilidade pela inexistência de dolo ou culpa. Portanto, exclui responsabilidade penal ao médico.
Exemplo. Tiago é alvejado por Marcos, que intencionava matá-lo, tudo isso em um prédio em construção. Logo após, o prédio desaba. Marcos, sobrevivente, descobre que apenas responderá por tentativa de homicídio, pois restou comprovado que a morte da vítima decorreu dos ferimentos provocados por esmagamento. 
Causa da morte, aqui, será o atraso no atendimento. Trata-se, assim, de uma “causa superveniente absolutamente independente” em relação à conduta do agente. A conduta deste último, como anteriormente, não configura uma causa do resultado morte.
REFERÊNCIAS
Código penal-comentado

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