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Faculdade e Escola Técnica Egídio José da Silva 
 FATEGÍDIO 
 
 
 
 
APOSTILA DE ANATOMIA E 
FISIOLOGIA HUMANAS 
 
 
 
 
 
 
 
 MAIO/2009 
 3 
 
Organizador: 
Prof. MSc. RODRIGO ANTONIO MONTEZANO VALINTIN LACERDA 
 
Colaboradores: 
Prof. Esp. ADRÉ LUIS VELANO 
Prof. Esp. FABIANA PARO PEREIRA 
Prof. Esp. FABRICIO BRITO MUNIZ 
Prof. Esp. LEONARDO FIGUEIREDO SANTOS 
 
Capa: 
Prof. MSc. RODRIGO ANTONIO MONTEZANO VALINTIN LACERDA e 
Secretário SERGIO TELES 
 
 
Citações: 
Esta Apostila foi baseada em texto da Professora MSc. Maria Luisa Miranda Vilela, 
Licenciada em Ciências Biológicas pela PUC/MG, tem especialização nos cursos de Biologia 
dos Vertebrados pela PUC/MG e Genética Humana pela UnB e mestrado em Microbiologia 
pela UFMG (defesa de dissertação em genética molecular de Leishmania). Atualmente é 
doutoranda no Curso de Pós-Graduação em Biologia Animal da UnB, pelo Dept° de Genética 
e Morfologia, Laboratório de Genética.Lecionou Ciências no Ensino Fundamental, Biologia no 
Ensino Médio e Citologia nas Faculdades Metodistas Isabela Hendrix, em Belo Horizonte/MG. 
Em Brasília/DF, leciona biologia no ensino médio, desde 1994: em 1994 e 1995, nos Centros 
Educacionais La Salle e Sagrada Família; de 1996 até agora, no Centro Educacional 
Leonardo da Vinci. Cursos de atualização: Genética e Sociedade (UnB); Bioquímica, Nutrição 
e Saúde (UnB); Ecologia e Gestão Ambiental (UFMG). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 4 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aos alunos: 
 
O mestre disse a um dos seus alunos: Yu, 
queres saber em que consiste o 
conhecimento? Consiste em ter 
consciência tanto de conhecer uma coisa 
quanto de não a conhecer. Este é o 
conhecimento.. 
 
 
 5 
SUMÁRIO 
 
1 - INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA ANATOMIA ................................................. 6 
 
1.1 - CONCEITO DE ANATOMIA ...................................................................... 6 
1.2 - NORMAL E VARIAÇÃO ANATÔMICA ...................................................... 6 
1.3 - NOMENCLATURA ANATÔMICA ...............................................................6 
1.4 - POSIÇÃO ANATÔMICA .............................................................................7 
1.5 - DIVISÃO DO CORPO HUMANO.................................................................7 
1.6 - PLANOS DE DELIMITAÇÃO E SECÇÃO DO CORPO HUMANO..............8 
1.7 - TERMOS DE POSIÇÃO E DIREÇÃO.........................................................8 
1.8 - MÉTODOS DE ESTUDO ............................................................................9 
1.9 - VARIAÇÕES ANATÔMICAS NORMAI ...................................................... 9 
1.10 - PLANOS ANATÔMICO ..........................................................................10 
1.11 - TERMOS DE RELAÇÃO ANATÔMICA ..................................................10 
2 – SISTEMAS DE SUSTENTAÇÃO............................................................... 11 
2.1 - SISTEMA ESQUELÉTICO............................................................................... 11 
2.2 - SISTEMA ARTICULAR ....................................................................................21 
2.3 - SISTEMA MUSCULAR ............................................................................27 
3 - SISTEMA NERVOSO ..................................................................................36 
4 - SISTEMA CIRCULATÓRIO ........................................................................57 
5 - SISTEMA RESPIRATÓRIO ........................................................................66 
6 - O SISTEMA DIGESTÓRIO ........................................................................72 
7 - SISTEMA URINÁRIO/EXCRETOR .............................................................79 
8 - SISTEMA REPRODUTOR MASCULINO ...................................................83 
9 - SISTEMA REPRODUTOR FEMININO ........................................................85 
10 - SISTEMA ENDÓCRINO ............................................................................95 
11 – SISTEMA SENSORIAL ............................................................................99 
12 - SISTEMA TEGUMENTAR ......................................................................110 
 
 6 
 
1 - INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA ANATOMIA 
 
1.1 - CONCEITO DE ANATOMIA 
No seu conceito mais amplo, a Anatomia é a ciência que estuda, macro e 
microscopicamente, a constituição e o desenvolvimento dos seres organizados. 
Um excelente e amplo conceito de Anatomia foi proposto em 1981 pela American 
Association of Anatomists: anatomia é a análise da estrutura biológica, sua correlação com a 
função e com as modulações de estrutura em resposta a fatores temporais, genéticos e 
ambientais. Tem como metas principais a compreensão dos princípios arquitetônicos da 
construção dos organismos vivos, a descoberta da base estrutural do funcionamento das várias 
partes e a compreensão dos mecanismos formativos envolvidos no desenvolvimento destas. A 
amplitude da anatomia compreende, em termos temporais, desde o estudo das mudanças a longo 
prazo da estrutura, no curso de evolução, passando pelas das mudanças de duração intermediária 
em desenvolvimento, crescimento e envelhecimento; até as mudanças de curto prazo, associadas 
com fases diferentes de atividade funcional normal. Em termos do tamanho da estrutura 
estudada vai desde todo um sistema biológico, passando por organismos inteiros e/ou seus 
órgãos até as organelas celulares e macromoléculas. 
A palavra Anatomia é derivada do grego anatome (ana = através de; tome = corte). 
Dissecação deriva do latim (dis = separar; secare = cortar) e é equivalente etimologicamente a 
anatomia. Contudo, atualmente, Anatomia é a ciência, enquanto dissecar é um dos métodos 
desta ciência. 
Seu estudo tem uma longa e interessante história, desde os primórdios da civilização 
humana. Inicialmente limitada ao observável a olho nu e pela manipulação dos corpos, 
expandiu-se, ao longo do tempo, graças a aquisição de tecnologias inovadoras. 
Atualmente, a Anatomia pode ser subdividida em três grandes grupos: Anatomia 
macroscópica, Anatomia microscópica e Anatomia do desenvolvimento. 
A Anatomia Macroscópica é o estudo das estruturas observáveis a olho nu, utilizando 
ou não recursos tecnológicos os mais variáveis possíveis, enquanto a Anatomia Microscópica é 
aquela relacionada com as estruturas corporais invisíveis a olho nu e requer o uso de 
instrumental para ampliação, como lupas, microscópios ópticos e eletrônicos. Este grupo é 
dividido em Citologia (estudo da célula) e Histologia (estudo dos tecidos e de como estes se 
organizam para a formação de órgãos). 
A Anatomia do desenvolvimento estuda o desenvolvimento do indivíduo a partir do ovo 
fertilizado até a forma adulta. Ela engloba a Embriologia que é o estudo do desenvolvimento até 
o nascimento. Embora não sejam estanques, a complexidade destes grupos torna necessária a 
existência de estudos específicos. 
 
1.2 - NORMAL E VARIAÇÃO ANATÔMICA 
Normal, para o anatomista, é o estatisticamente mais comum, ou seja, o que é 
encontrado na maioria dos casos. Variação anatômica é qualquer fuga do padrão sem prejuízo 
da função. Assim, a artéria braquial mais comumente divide-se na fossa cubital. Este é o padrão. 
Entretanto, em alguns indivíduos esta divisão ocorre ao nível da axila. Como não existe perda 
funcional esta é uma variação. 
Quando ocorre prejuízo funcional trata-se de uma anomalia e não de uma variação. Se a 
anomalia for tão acentuada que deforme profundamente a construção do corpo, sendo, em geral, 
incompatível com a vida, é uma monstruosidade. 
 
1.3 - NOMENCLATURA ANATÔMICA 
 7 
Comotoda ciência, a Anatomia tem sua linguagem própria. Ao conjunto de termos 
empregados para designar e descrever o organismo ou suas partes dá-se o nome de 
Nomenclatura Anatômica. Com o extraordinário acúmulo de conhecimentos no final do século 
passado, graças aos trabalhos de importantes “escolas anatômicas” (sobretudo na Itália, França, 
Inglaterra e Alemanha), as mesmas estruturas do corpo humano recebiam denominações 
diferentes nestes centros de estudos e pesquisas. Em razão desta falta de metodologia e de 
inevitáveis arbitrariedades, mais de 20 000 termos anatômicos chegaram a ser consignados (hoje 
reduzidos a poucos mais de 5 000). A primeira tentativa de uniformizar e criar uma 
nomenclatura anatômica internacional ocorreu em 1895. Em sucessivos congressos de 
Anatomia em 1933, 1936 e 1950 foram feitas revisões e finalmente em 1955, em Paris, foi 
aprovada oficialmente a Nomenclatura Anatômica, conhecida sob a sigla de P.N.A. (Paris 
Nomina Anatomica). Revisões subseqüentes foram feitas em 1960, 1965 e 1970, visto que a 
nomenclatura anatômica tem caráter dinâmico, podendo ser sempre criticada e modificada, 
desde que haja razões suficientes para as modificações e que estas sejam aprovadas em 
Congressos Internacionais de Anatomia . A língua oficialmente adotada é o latim (por ser 
“língua morta”), porém cada país pode traduzi-la para seu próprio vernáculo. Ao designar uma 
estrutura do organismo, a nomenclatura procura utilizar termos que não sejam apenas sinais para 
a memória, mas tragam também alguma informação ou descrição sobre a referida estrutura. 
Dentro deste princípio, foram abolidos os epônimos (nome de pessoas para designar coisas) e os 
termos indicam: a forma (músculo trapézio); a sua posição ou situação (nervo mediano); o seu 
trajeto (artéria circunflexa da escápula); as suas conexões ou inter-relações (ligamento 
sacroilíaco); a sua relação com o esqueleto (artéria radial); sua função (m. levantador da 
escápula); critério misto (m. flexor superficial dos dedos – função e situação). Entretanto, há 
nomes impróprios ou não muito lógicos que foram conservados, porque estão consagrados pelo 
uso. 
 
1.4 - POSIÇÃO ANATÔMICA 
Para evitar o uso de termos diferentes nas descrições anatômicas, considerando-se que a 
posição pode ser variável, optou-se por uma posição padrão, denominada posição de descrição 
anatômica (posição anatômica). Deste modo, os anatomistas, quando escrevem seus textos, 
referem-se ao objeto de descrição considerando o indivíduo como se estivesse sempre na 
posição padronizada. Nela o indivíduo está em posição ereta (em pé, posição ortostática ou 
bípede), com a face voltada para a frente, o olhar dirigido para o horizonte, membros superiores 
estendidos, aplicados ao tronco e com as palmas voltadas para frente, membros inferiores 
unidos, com as pontas dos pés dirigidas para frente. 
 
1.5 - DIVISÃO DO CORPO HUMANO 
 O corpo humano divide-se em cabeça, tronco e membros. 
2.1. Cabeça 
 A cabeça é dividida em duas partes: crânio e face. Uma linha imaginária passando pelo 
topo das orelhas e dos olhos é o limite aproximada entre estas duas regiões. O crânio contém o 
encéfalo no seu interior, na chamada cavidade craniana. As lesões crânioencefálicas são as 
causas mais freqüentes de óbito nas vitimas de trauma. A face é a sede dos órgãos dos sentidos 
da visão, audição, olfato e paladar. Abriga as aberturas externas do aparelho respiratório e 
digestivo. As lesões da face podem ameaçar a vida devido ao sangramento e obstrução das vias 
aéreas. 
2.2. Tronco 
O tronco é dividido em pescoço, tórax, abdome e pelve. 
2.2.1. Pescoço 
Contém varias estruturas importantes. É suportado pela coluna cervical que abriga no 
seu interior a porção cervical da medula espinhal. As porções superiores do trato respiratório e 
digestivo passam pelo pescoço em direção ao tórax e abdome. Contém também vasos 
 8 
sangüíneos calibrosos responsáveis pela irrigação da cabeça. As lesões do pescoço de maior 
gravidade são as fraturas da coluna cervical com ou sem lesão medular, as lesões do trato 
respiratório e as lesões de grandes vasos com hemorragia severa. 
2.2.2. Tórax 
 Contém no seu interior, na chamada cavidade torácica, a parte inferior do trato 
respiratório (vias aéreas inferiores), os pulmões, o esôfago, o coração e os grandes vasos 
sangüíneos que chegam ou saem do coração. É sustentado por uma estrutura óssea da qual 
fazem parte a coluna vertebral torácica, as costelas, o esterno, as clavículas e a escápula. As 
lesões do tórax são a segunda causa mais freqüente de morte nas vítimas de trauma. 
 
1.6 - PLANOS DE DELIMITAÇÃO E SECÇÃO DO CORPO HUMANO 
Na posição anatômica o corpo humano pode ser delimitado por planos tangentes à sua 
superfície, os quais, com suas intersecções, determinam a formação de um sólido geométrico, 
um paralelepípedo. 
Tem-se assim, para as faces desse sólido, os seguintes planos correspondentes: dois 
planos verticais, um tangente ao ventre – plano ventral ou anterior – e outro ao dorso – plano 
dorsal ou posterior. Estes e outros a eles paralelos são também designados como planos 
frontais, por serem paralelos à “fronte”; dois planos verticais tangentes aos lados do corpo – 
planos laterais direito e esquerdo e, finalmente, dois planos horizontais, um tangente à cabeça – 
plano cranial ou superior – e outro à planta dos pés – plano podálico – (de podos = pé) ou inferior. 
O tronco isolado é limitado, inferiormente, pelo plano horizontal que tangencia o vértice 
do cóccix, ou seja, o osso que no homem é o vestígio da cauda de outros animais. Por esta 
razão, este plano é denominado caudal. 
Os planos descritos são de delimitação. É possível traçar também planos de secção: o 
plano que divide o corpo humano em metades direita e esquerda é denominado mediano. Toda 
secção do corpo feita por planos paralelos ao mediano é uma secção sagital (corte sagital) e os 
planos de secção são também chamados sagitais; os planos de secção que são paralelos aos 
planos ventral e dorsal são ditos frontais e a secção é também denominada frontal (corte 
frontal); os planos de secção que são paralelos aos planos cranial, podálico e caudal são 
horizontais. A secção é denominada transversal. 
 
1.7 - TERMOS DE POSIÇÃO E DIREÇÃO 
A situação e a posição das estruturas anatômicas são indicadas em função dos planos de 
delimitação e secção. 
Assim, duas estruturas dispostas em um plano frontal serão chamadas de medial e 
lateral conforme estejam, respectivamente, mais próxima ou mais distante do plano mediano do 
corpo. 
Duas estruturas localizadas em um plano sagital serão chamadas de anterior (ou ventral) 
e posterior (ou dorsal) conforme estejam, respectivamente, mais próxima ou mais distante do 
plano anterior. 
Para estruturas dispostas longitudinalmente, os termos são superior (ou cranial) para a 
mais próxima ao plano cranial e inferior (ou caudal) para a mais distante deste plano. 
Para estruturas dispostas longitudinalmente nos membros emprega-se, comumente, os 
termos proximal e distal referindo-se às estruturas respectivamente mais próxima e mais distante 
da raiz do membro. Para o tubo digestivo emprega-se os termos oral e aboral, referindo-se às 
estruturas respectivamente mais próxima e mais distante da boca. 
Uma terceira estrutura situada entre uma lateral e outra medial é chamada de intermédia. 
Nos outros casos (terceira estrutura situada entre uma anterior e outra posterior, ou entre uma 
superior e outra inferior, ou entre uma proximal e outra distal ou ainda uma oral e outra aboral) 
é denominada de média. 
Estruturas situadas ao longo do plano mediano são denominadas de medianas, sendo 
este um conceito absoluto, ou seja, uma estrutura mediana será sempre mediana, enquanto os 
 9 
outros termos de posição e direção são relativos, pois baseiam-se na comparação da posiçãode 
uma estrutura em relação a posição de outra 
A anatomia é o estudo da forma e da constituição do corpo, pré-requisito indispensável 
para o estudo da fisiologia dos órgãos. Seu estudo compreende tanto a evolução do indivíduo 
desde a fase de zigoto até a velhice (ontogenia), como o desenvolvimento de uma estrutura no 
reino animal (filogenia). 
 A anatomia macroscópica pode ser estudada de duas formas: (1) anatomia sistemática ou 
descritiva, que estuda os vários sistemas separadamente e (2) anatomia topográfica ou cirúrgica, 
que estuda todas as estruturas de uma região e suas relações entre si. 
 ORIGEM EMBRIOLÓGICA 
 Quanto à origem, os órgãos podem ser classificados em homólogos ou análogos. Diz-se que 
dois órgãos são homólogos quando possuem a mesma origem embriológica mas diferentes 
funções, como, por exemplo, os membros superiores do homem e as asas dos pássaros. A 
analogia, por sua vez, acontece quando dois órgãos tem funções semelhantes e diferentes 
origens embriológicas, como ocorre com os pulmões humanos e as guelras dos peixes. 
 
 1.8 - MÉTODOS DE ESTUDO 
 1. inspeção: analisando através da visão. A análise pode ser de órgãos externos (ectoscopia) ou 
internos (endoscopia); 
2. palpação: analisando através do tato é possível verificar a pulsação, os tendões musculares e 
as saliências ósseas, dentre outras coisas; 
3. percussão: através de batimentos digitais na superfície corporal podemos produzir sons 
audíveis, que ajudam a determinar a composição de órgãos ou estruturas (gases, líquidos ou 
sólidos); 
4. ausculta: ouvindo determinados órgãos em funcionamento (Ex.: coração, pulmão, intestino); 
5. mensuração: permite a avaliação da simetria corporal e de eventuais megalias; 
6. dissecção: consiste na separação minuciosa dos diferentes órgãos para uma melhor 
visualização; 
7. métodos de estudo por imagem: inclui o raioX, ecografia, ressonância nuclear magnética e 
tomografia computadorizada. 
 
1.9 - VARIAÇÕES ANATÔMICAS NORMAIS 
 Existem algumas circunstâncias que determinam variações anatômicas normais e que devem 
ser descritas: 
1. idade: os testículos no feto estão situados na cavidade abdominal, migrando para a bolsa 
escrotal e nela se localizando durante a vida adulta; 
2. sexo: no homem a gordura subcutânea se deposita principalmente na região tricipital, 
enquanto na mulher o depósito se dá preferencialmente na região abdominal; 
3. raça: nos brancos a medula espinhal termina entre a primeira e segunda vértebra lombar, 
enquanto que nos negros ela termina um pouco mais abaixo, entre a segunda e a terceira 
vértebra lombar; 
4. tipo morfológico constitucional: é o principal fator das diferenças morfológicas. Os principais 
tipos são: 
4.a- longilíneo: indivíduo alto e esguio, com pescoço, tórax e membros longos. Nessas pessoas 
o estômago 
geralmente é mais alongado e as vísceras dispostas mais verticalmente; 
4.b- brevilíneo: indivíduo baixo com pescoço, tórax e membros curtos. Aqui as vísceras 
costumam estar 
dispostas mais horizontalmente; 
4.c- mediolíneo: características intermediárias. 
 10 
 A identificação do tipo morfológico é importante devido às diferentes técnicas de abordagem 
semiológica, avaliação das variações da normalidade e até mesmo maior incidência de doenças, 
como por exemplo a hipertensão, que é sabidamente mais comum em brevilíneos. 
1.10 - PLANOS ANATÔMICOS 
 O corpo humano é dividido por três eixos imaginários: 
1. o eixo vertical ou longitudinal, que une a cabeça aos pés, classificado como heteropolar; 
2. o eixo de profundidade ou ântero-posterior, que une o ventre ao dorso, classificado como 
heteropolar; 
3. o eixo de largura ou transversal, que une o lado direito ao lado esquerdo, classificado como 
homopolar. 
 No momento em que projetamos um eixo sobre outro temos um plano. Existem quatro 
planos principais: 
1. o plano sagital, formado pelo deslocamento do eixo ântero-posterior ao longo do eixo 
longitudinal; 
2. o plano sagital mediano, formado pelo deslocamento do eixo ântero-posterior ao longo do 
eixo longitudinal na linha mediana, dividindo o corpo em duas metades aparentemente 
simétricas, denominadas antímeros; 
3. o plano transversal ou horizontal, formado pelo deslocamento do eixo de largura ao longo do 
eixo ântero-posterior. Uma série sucessiva de planos transversais divide o corpo em segmentos 
denominados metâmeros; 
4. o plano frontal ou coronal, formado pelo deslocamento do eixo de largura ao longo do eixo 
longitudinal, dividindo o corpo em porções chamadas de paquímeros. 
 
1.11 - TERMOS DE RELAÇÃO ANATÔMICA 
Inferior ou caudal: mais próximo dos pés; 
Superior ou cranial: mais próximo da cabeça; 
Anterior ou ventral: mais próximo do ventre; 
Posterior ou dorsal: mais próximo do dorso; 
Proximal: mais próximo do ponto de origem; 
Distal: mais afastado do ponto de origem; 
Medial: mais próximo do plano sagital mediano; 
Lateral: mais afastado do plano sagital mediano; 
Superficial: mais próximo da pele; 
Profundo: mais afastado da pele; 
Homolateral ou ipsilateral: do mesmo lado do corpo; 
Contra-lateral: do lado oposto do corpo; 
Holotopia: localização geral de um órgão no organismo. Ex.: o fígado está localizado no 
abdômen; 
Sintopia: relação de vizinhança. Ex.: o estômago está abaixo do diafragma, a direita do baço e a 
esquerda do fígado; 
Esqueletopia: relação com esqueleto. Ex.: coração atrás do esterno e da terceira, quarta e quinta 
costelas; 
Idiotopia: relação entre as partes de um mesmo órgão. Ex.: ventrículo esquerdo adiante e abaixo 
do átrio esquerdo. 
 
 
 
 11 
2 – SISTEMAS DE SUSTENTAÇÃO 
 
2.1 - SISTEMA ESQUELÉTICO 
 
Imagem: AVANCINI & FAVARETTO. Biologia – Uma abordagem 
evolutiva e ecológica. Vol. 2. São Paulo, Ed. Moderna, 1997. 
Além de dar sustentação ao 
corpo, o esqueleto protege os 
órgãos internos e fornece pontos 
de apoio para a fixação dos 
músculos. Ele constitui-se de 
peças ósseas (ao todo 208 
ossos no indivíduo adulto) e 
cartilaginosas articuladas, que 
formam um sistema de 
alavancas movimentadas pelos 
músculos. 
O esqueleto humano pode 
ser dividido em duas partes: 
1-Esqueleto axial: formado 
pela caixa craniana, coluna 
vertebral caixa torácica. 
2-Esqueleto apendicular: 
compreende a cintura escapular, 
formada pelas escápulas e 
clavículas; cintura pélvica, 
formada pelos ossos ilíacos (da 
bacia) e o esqueleto dos 
membros (superiores ou 
anteriores e inferiores ou 
posteriores). 
1-Esqueleto axial 
1.1-Caixa craniana 
Possui os seguintes ossos importantes: frontal, parietais, temporais, occipital, 
esfenóide, nasal, lacrimais, malares ("maçãs do rosto" ou zigomático), maxilar 
superior e mandíbula (maxilar inferior). 
 
Imagem: AVANCINI & FAVARETTO. Biologia – Uma abordagem evolutiva e ecológica. Vol. 2. São Paulo, Ed. 
Moderna, 1997. 
 12 
Observações: 
Primeiro - no osso 
esfenóide existe uma 
depressão denominada de sela 
turca onde se encontra uma 
das menores e mais 
importantes glândulas do corpo 
humano - a hipófise, no centro 
geométrico do crânio. 
Segundo - Fontanela ou 
moleira é o nome dado à 
região alta e mediana, da 
cabeça da criança, que facilita 
a passagem da mesma no canal do parto; após o nascimento, será substituída por 
osso. 
1.2-Coluna vertebral 
É uma coluna de vértebras que apresentam cada uma um buraco, que se 
sobrepõem constituindo um canal que aloja a medula nervosa ou espinhal; é 
dividida em regiões típicas que são: coluna cervical (região do pescoço), coluna 
torácica, coluna lombar, coluna sacral, coluna cocciciana (coccix). 
 
 
1.3-Caixa torácica 
É formada pela região torácica de coluna vertebral, osso esterno e costelas, 
que são em número de 12 de cada lado, sendo as 7 primeiras verdadeiras (se 
inserem diretamente no esterno), 3 falsas (sereúnem e depois se unem ao 
esterno), e 2 flutuantes (com extremidades anteriores livres, não se fixando ao 
esterno). 
 
 13 
2- Esqueleto apendicular 
2-1- Membros e cinturas articulares 
 
Cada membro superior é composto 
de braço, antebraço, pulso e mão. O 
osso do braço – úmero – articula-se no 
cotovelo com os ossos do antebraço: 
rádio e ulna. O pulso constitui-se de 
ossos pequenos e maciços, os carpos. 
A palma da mão é formada pelos 
metacarpos e os dedos, pelas 
falanges. 
Cada membro inferior compõe-se 
de coxa, perna, tornozelo e pé. O osso 
da coxa é o fêmur, o mais longo do 
corpo. No joelho, ele se articula com os 
dois ossos da perna: a tíbia e a fíbula. 
A região frontal do joelho está protegida 
por um pequeno osso circular: a rótula. 
Ossos pequenos e maciços, chamados 
tarsos, formam o tornozelo. A planta do 
pé é constituída pelos metatarsos e os 
dedos dos pés (artelhos), pelas 
falanges. 
Os membros estão unidos ao corpo mediante um sistema ósseo que toma o 
nome de cintura ou de cinta. A 
cintura superior se chama cintura 
torácica ou escapular (formada 
pela clavícula e pela escápula ou 
omoplata); a inferior se chama 
cintura pélvica, popularmente 
conhecida como bacia (constituída 
pelo sacro - osso volumoso 
resultante da fusão de cinco 
vértebras, por um par de ossos 
ilíacos e pelo cóccix, formado por 
quatro a seis vértebras 
rudimentares fundidas). A primeira 
sustenta o úmero e com ele todo o 
braço; a segunda dá apoio ao 
fêmur e a toda a perna. 
 
3 - Juntas e articulações 
Junta é o local de junção entre dois ou mais ossos. Algumas juntas, como as 
do crânio, são fixas; nelas os ossos estão firmemente unidos entre si. Em outras 
juntas, denominadas articulações, os ossos são móveis e permitem ao esqueleto 
realizar movimentos. 
 
 
 14 
4 - Ligamentos 
Os ossos de uma articulação mantêm-se no lugar por meio dos ligamentos, 
cordões resistentes constituídos por tecido conjuntivo fibroso. Os ligamentos estão 
firmemente unidos às membranas que revestem os ossos. 
 
5 - Classificação dos ossos 
Os ossos são classificados de acordo 
com a sua forma em: 
A - Longos: têm duas extremidades ou 
epífises; o corpo do osso é a diáfise; entre a 
diáfise e cada epífise fica a metáfise. A 
diáfise é formada por tecido ósseo compacto, 
enquanto a epífise e a metáfise, por tecido 
ósseo esponjoso. Exemplos: fêmur, úmero. 
 
Imagem: AVANCINI & FAVARETTO. Biologia – Uma abordagem 
evolutiva e ecológica. Vol. 2. São Paulo, Ed. Moderna, 1997, com 
adaptações 
B- Curtos: têm as três extremidades 
praticamente equivalentes e são encontrados 
nas mãos e nos pés. São constituídos por 
tecido ósseo esponjoso. Exemplos: calcâneo, 
tarsos, carpos. 
 
 
C - Planos ou Chatos: são formados por duas camadas de tecido ósseo 
compacto, tendo entre elas uma camada de tecido 
ósseo esponjoso e de medula óssea Exemplos: 
esterno, ossos do crânio, ossos da bacia, escápula. 
 
Revestindo o osso compacto na 
diáfise, existe uma delicada membrana - o 
periósteo - responsável pelo crescimento 
em espessura do osso e também pela 
consolidação dos ossos após fraturas (calo 
ósseo). As superfícies articulares são 
revestidas por cartilagem. Entre as epífises 
e a diáfise encontra-se um disco ou placa 
de cartilagem nos ossos em crescimento, 
tal disco é chamado de disco metafisário 
(ou epifisário) e é responsável pelo crescimento longitudinal do osso. O interior dos 
ossos é preenchido pela medula óssea, que, em parte é amarela, funcionando 
 15 
como depósito de lipídeos, e, no restante, é vermelha e gelatinosa, constituindo o 
local de formação das células do sangue, ou seja, de hematopoiese. O tecido 
hemopoiético é popularmente conhecido por "tutano". As maiores quantidades de 
tecido hematopoético estão nos ossos da bacia e no esterno. Nos ossos longos, a 
medula óssea vermelha é encontrada principalmente nas epífises. 
 
 
Diferenças entre os ossos do esqueleto masculino e feminino: 
 
6 - TECIDOS QUE FORMAM O ESQUELETO 
6.1 - O TECIDO ÓSSEO 
O tecido ósseo possui um alto grau de rigidez e resistência à pressão. Por isso, 
suas principais funções estão relacionadas à proteção e à sustentação. Também 
funciona como alavanca e apoio para os músculos, aumentando a coordenação e a 
força do movimento proporcionado pela contração do tecido muscular. 
Os ossos ainda são grandes armazenadores de substâncias, sobretudo de 
íons de cálcio e fosfato. Com o envelhecimento, o tecido adiposo também vai se 
acumulando dentro dos ossos longos, substituindo a medula vermelha que ali 
existia previamente. 
A extrema rigidez do tecido ósseo é resultado da interação entre o componente 
orgânico e o componente mineral da matriz. A nutrição das células que se localizam 
dentro da matriz é feita por canais. No tecido ósseo, destacam-se os seguintes 
tipos celulares típicos: 
• Osteócitos: os osteócitos estão localizados em 
cavidades ou lacunas dentro da matriz óssea. 
Destas lacunas formam-se canalículos que se 
dirigem para outras lacunas, tornando assim a 
difusão de nutrientes possível graças à 
comunicação entre os osteócitos. Os osteócitos 
têm um papel fundamental na manutenção da 
integridade da matriz óssea. 
 
 16 
 
• Osteoblastos: os osteoblastos sintetizam a 
parte orgânica da matriz óssea, composta por 
colágeno tipo I, glicoproteínas e 
proteoglicanas. Também concentram fosfato 
de cálcio, participando da mineralização da 
matriz. Durante a alta atividade sintética, os 
osteoblastos destacam-se por apresentar 
muita basofilia (afinidade por corantes 
básicos). Possuem sistema de comunicação 
intercelular semelhante ao existente entre os osteócitos. Os osteócitos 
inclusive originam-se de osteoblastos, quando estes são envolvidos 
completamente por matriz óssea. Então, sua síntese protéica diminui e o seu 
citoplasma torna-se menos basófilo. 
• Osteoclastos: os osteoclastos participam dos processos de absorção e 
remodelação do tecido ósseo. São células 
gigantes e multinucleadas, extensamente 
ramificadas, derivadas de monócitos que 
atravessam os capilares sangüíneos. Nos 
osteoclastos jovens, o citoplasma apresenta uma 
leve basofilia que vai progressivamente 
diminuindo com o amadurecimento da célula, até 
que o citoplasma finalmente se torna acidófilo 
(com afinidade por corantes ácidos). Dilatações dos osteoclastos, através da 
sua ação enzimática, escavam a matriz óssea, formando depressões 
conhecidas como lacunas de Howship. 
 
• Matriz óssea: a matriz óssea é composta por uma parte orgânica (já 
mencionada anteriormente) e uma parte inorgânica cuja composição é dada 
basicamente por íons fosfato e cálcio formando cristais de hidroxiapatita. A 
matriz orgânica, quando o osso se apresenta descalcificado, cora-se com os 
corantes específicos do colágeno (pois ela é composta por 95% de colágeno 
tipo I). 
A classificação baseada no critério histológico admite apenas duas variantes 
de tecido ósseo: o tecido ósseo compacto ou denso e o tecido ósseo esponjoso ou 
lacunar ou reticulado. Essas variedades apresentam o mesmo tipo de célula e de 
substância intercelular, diferindo entre si apenas na disposição de seus elementos e 
na quantidade de espaços medulares. O tecido ósseo esponjoso apresenta 
espaços medulares mais amplos, sendo formado por várias trabéculas, que dão 
aspecto poroso ao tecido. O tecido ósseo compacto praticamente não apresenta 
espaços medulares, existindo, no entanto, além dos canalículos, um conjunto de 
canais que são percorridos por nervos e vasos sangüíneos: canais de Volkmann e 
canais de Havers. Por ser uma estrutura inervada e irrigada, os ossos apresentam 
grande sensibilidade e capacidade de regeneração. 
Os canais de Volkmann partem da superfície do osso (interna ou externa),possuindo uma trajetória perpendicular em relação ao eixo maior do osso. Esses 
canais comunicam-se com os canais de Havers, que percorrem o osso 
longitudinalmente e que podem comunicar-se por projeções laterais. Ao redor de 
cada canal de Havers, pode-se observar várias lamelas concêntricas de substância 
intercelular e de células ósseas. Cada conjunto deste, formado pelo canal central 
 17 
de Havers e por lamelas concêntricas é denominado sistema de Havers ou 
sistema haversiano. Os canais de Volkmann não apresentam lamelas 
concêntricas. 
 
 
Tecido ósseo compacto 
 
 
 
Tecido ósseo esponjoso 
 
 
Os tecidos ósseos descritos são os tecidos mais abundantes dos ossos 
(órgãos): externamente temos uma camada de tecido ósseo compacto e 
internamente, de tecido ósseo esponjoso. Os ossos são revestidos externa e 
internamente por membranas denominadas periósteo e endósteo, respectivamente. 
Ambas as membranas são vascularizadas e suas células transformam-se em 
osteoblastos. Portanto, são importantes na nutrição e oxigenação das células do 
tecido ósseo e como fonte de osteoblastos para o crescimento dos ossos e 
reparação das fraturas. Além disto, nas regiões articulares encontramos as 
cartilagens fibrosas. Por ser uma estrutura inervada e irrigada, os ossos 
apresentam grande sensibilidade e capacidade de regeneração. 
No interior dos ossos está a medula óssea, que pode ser: 
vermelha: formadora de células do sangue e plaquetas (tecido reticular ou 
hematopoiético): constituída por células reticulares associadas a fibras reticulares. 
amarela: constituída por tecido adiposo (não produz células do sangue). 
 18 
 
No recém-nascido, toda a medula óssea é vermelha. Já no adulto, a medula 
vermelha fica restrita aos ossos chatos do corpo (esterno, costelas, ossos do 
crânio), às vértebras e às epífises do fêmur e do úmero (ossos longos). Com o 
passar dos anos, a medula óssea vermelha presente no fêmur e no úmero 
transforma-se em amarela. 
6.2 - O TECIDO CARTILAGINOSO 
O tecido cartilaginoso é uma forma especializada de tecido conjuntivo de 
consistência rígida. Desempenha a função de suporte de tecidos moles, reveste 
superfícies articulares onde absorve choques, facilita os deslizamentos e é 
essencial para a formação e crescimento dos ossos longos. A cartilagem é um tipo 
de tecido conjuntivo composto exclusivamente de células chamadas condrócitos e 
de uma matriz extracelular altamente especializada. 
 
 
É um tecido avascular, não possui vasos sanguíneos, sendo nutrido pelos 
capilares do conjuntivo envolvente (pericôndrio) ou através do líquido sinovial das 
 19 
cavidades articulares. Em alguns casos, vasos sanguíneos atravessam as 
cartilagens, indo nutrir outros tecidos. O tecido cartilaginoso também é desprovido 
de vasos linfáticos e de nervos. Dessa forma, a matriz extracelular serve de trajeto 
para a difusão de substâncias entre os vasos sangüíneos do tecido conjuntivo 
circundante e os condrócitos. As cavidades da matriz, ocupadas pelos condrócitos, 
são chamadas lacunas; uma lacuna pode conter um ou mais condrócitos. A matriz 
extracelular da cartilagem é sólida e firme, embora com alguma flexibilidade, sendo 
responsável pelas suas propriedades elásticas. As propriedades do tecido 
cartilaginoso, relacionadas ao seu papel fisiológico, dependem da estrutura da 
matriz, que é constituída por colágeno ou colágeno mais elastina, em associação 
com macromoléculas de proteoglicanas (proteína + glicosaminoglicanas). Como o 
colágeno e a elastina são flexíveis, a consistência firme das cartilagens se deve às 
ligações eletrostáticas entre as glicosaminoglicanas das proteoglicanas e o 
colágeno, e à grande quantidade de moléculas de água presas a estas 
glicosaminoglicanas (água de solvatação) que conferem turgidez à matriz. 
As cartilagens (exceto as articulares e as peças de cartilagem fibrosa) são 
envolvidas por uma bainha conjuntiva que recebe o nome de pericôndrio, o qual 
continua gradualmente com a cartilagem por uma face e com o conjuntivo 
adjacente pela outra. As cartilagens basicamente se dividem em três tipos distintos: 
1) cartilagem hialina; 2) fibrocartilagem ou cartilagem fibrosa; 3) cartilagem elástica. 
6.2.1 - Cartilagem hialina 
 
Distingue-se pela presença de uma 
matriz vítrea, homogênea e amorfa 
(figura ao lado). Por toda cartilagem há 
espaços, chamados lacunas, no interior 
das lacunas encontram-se condrócitos. 
Essas lacunas são circundadas pela 
matriz, a qual tem dois componentes: 
fibrilas de colágeno e matriz 
fundamental 
Essa cartilagem forma o esqueleto inicial do feto; é a precursora dos ossos que 
se desenvolverão a partir do processo de ossificação endocondral. Durante o 
desenvolvimento ósseo endocondral, a cartilagem hialina funciona como placa de 
crescimento epifisário e essa placa continua funcional enquanto o osso estiver 
crescendo em comprimento. No osso longo do adulto, a cartilagem hialina está 
presente somente na superfície articular. No adulto, também está presente como 
unidade esquelética na traquéia, nos brônquios, na laringe, no nariz e nas 
extremidades das costelas (cartilagens costais). 
 20 
 
Pericôndrio: a cartilagem hialina geralmente é circundada por um tecido 
conjuntivo firmemente aderido, chamado pericôndrio. O pericôndrio não está 
presente nos locais em que a cartilagem forma uma superfície livre, como nas 
cavidades articulares e nos locais em que ela entra em contato direto com o osso. 
Sua função não é apenas a de ser uma cápsula de cobertura; tem também a função 
de nutrição, oxigenação, além de ser fonte de novas células cartilaginosas. É rico 
em fibras de colágeno na parte mais superficial, porém, à medida que se aproxima 
da cartilagem, é mais rico em células. 
Calcificação: a calcificação consiste na deposição de fosfato de cálcio sob a 
forma de cristais de hidroxiapatita, precedida por um aumento de volume e morte 
das células. A matriz da cartilagem hialina sofre calcificação regularmente em três 
situações bem definidas: 1) a porção da cartilagem articular que está em contato 
com o osso é calcificada; 2) a calcificação sempre ocorre nas cartilagens que estão 
para ser substituídas por osso durante o período de crescimento do indivíduo; 3) a 
cartilagem hialina de todo o corpo se calcifica como parte do processo de 
envelhecimento. 
Regeneração: a cartilagem que sofre lesão regenera-se com dificuldade e, 
freqüentemente, de modo incompleto, salvo em crianças de pouca idade. No adulto, 
a regeneração se dá pela atividade do pericôndrio. Havendo fratura de uma peça 
cartilaginosa, células derivadas do pericôndrio invadem a área da fratura e dão origem a 
tecido cartilaginoso que repara a lesão. Quando a área destruída é extensa, ou mesmo, 
algumas vezes, em lesões pequenas, o pericôndrio, em vez de formar novo tecido 
cartilaginoso, forma uma cicatriz de tecido conjuntivo denso. 
6.2.2 - Cartilagem elástica 
Esta é uma cartilagem na qual a matriz 
contém fibras elásticas e lâminas de material 
elástico, além das fibrilas de colágeno e da 
substância fundamental. O material elástico 
confere maior elasticidade à cartilagem, como 
a que se pode ver no pavilhão da orelha. A 
presença desse material elástico (elastina) 
confere a esse tipo de cartilagem uma cor 
amarelada, quando examinado a fresco. A 
cartilagem elástica pode estar presente 
isoladamente ou formar uma peça 
cartilaginosa junto com a cartilagem hialina. Como a cartilagem hialina, a elástica 
possui pericôndrio e cresce principalmente por aposição. A cartilagem elástica é 
menos sujeita a processos degenerativos do que a hialina. Ela pode ser encontrada 
 21 
no pavilhão da orelha, nas paredes do canal auditivo externo, na tuba auditiva e na 
laringe. Em todos estes locais há pericôndrio circundante. Diferentementeda 
cartilagem hialina, a cartilagem elástica não se calcifica. 
6.2.3 - Fibrocartilagem ou Cartilagem fibrosa 
A cartilagem fibrosa ou fibrocartilagem é um tecido com características 
intermediárias entre o conjuntivo denso e a cartilagem hialina. É uma forma de 
cartilagem na qual a matriz contém feixes evidentes de espessas fibras colágenas. 
Na cartilagem fibrosa, as numerosas fibras colágenas constituem feixes, que 
seguem uma orientação aparentemente irregular entre os condrócitos ou um 
arranjo paralelo ao longo dos condrócitos em fileiras. Essa orientação depende das 
forças que atuam sobre a fibrocartilagem. Os feixes colágenos colocam-se 
paralelamente às trações exercidas sobre eles. Na fibrocartilagem não existe 
pericôndrio. A fibrocartilagem está caracteristicamente presente nos discos 
intervertebrais, na sínfise púbica, nos discos articulares das articulações dos 
joelhos e em certos locais onde os tendões se ligam aos ossos. Geralmente, a 
presença de fibrocartilagem indica que naquele local o tecido precisa resistir à 
compressão e ao desgaste. 
 
6.3 - Crescimento 
A cartilagem possui dois tipos de crescimento: aposicional e intersticial. 
Crescimento aposicional é a formação de cartilagem sobre a superfície de uma 
cartilagem já existente. As células empenhadas nesse tipo de crescimento derivam 
do pericôndrio. O crescimento intersticial ocorre no interior da massa cartilaginosa. 
Isso é possível porque os condrócitos ainda são capazes de se dividir e porque a 
matriz é distensível. Embora as células-filhas ocupem temporariamente a mesma 
lacuna, separam-se quando secretam nova matriz extracelular. Quando parte desta 
última matriz é secretada, forma-se uma divisão entre as células e, neste ponto, 
cada célula ocupa sua própria lacuna. Com a continuidade da secreção da matriz, 
as células ficam ainda mais separadas entre si. 
Na cartilagem do adulto, os condrócitos freqüentemente estão situados em 
grupos compactos ou podem estar alinhados em fileiras. Esses grupos de 
condrócitos são formados como conseqüência de várias divisões sucessivas 
durante a última fase de desenvolvimento. Há pouca produção de matriz adicional e 
os condrócitos permanecem em íntima aposição. Tais grupos são chamados de 
grupos isógenos. 
 
 
 
2.2 - SISTEMA ARTICULAR 
 
 Articulação ou juntura é a conexão entre duas ou 
mais peças esqueléticas (ossos ou cartilagens). Essas 
uniões não só colocam as peças do esqueleto em contato, 
como também permitem que o crescimento ósseo ocorra e 
que certas partes do esqueleto mudem de forma durante o 
parto. Além disto, capacitam que partes do corpo se 
movimentem em resposta a contração muscular. 
 Embora apresentem consideráveis variações entre 
elas, as articulações possuem certos aspectos estruturais e funcionais em comum 
que permitem classificá-las em três grandes grupos: fibrosas, cartilaginosas e 
 22 
sinoviais. O critério para esta divisão é o da natureza do elemento que se interpõe 
às peças que se articulam. 
 
2.1 - CLASSIFICAÇÃO DAS ARTICULAÇÕES 
 
 a- Quanto a duração; 
 
 b- Quanto a maneira de fixação aos ossos; 
 
 c- Quanto a natureza do tecido interposto; 
 
 d- Quanto ao número de eixos. 
 
 e- Quanto ao número de ossos. 
 
2.1.A - QUANTO A DURAÇÃO 
-Temporárias 
(Ex. Linha epifisiária) 
-Permanentes 
(Ex. Articulação do ombro 
 
2.1.B - QUANTO A MANEIRA DE FIXAÇÃO AOS OSSOS 
-Continuidade 
(Ex. Disco intervertebral) 
-Contigüidade 
(Ex. Articulação do cotovelo) 
 
2.1.C - QUANTO A NATUREZA DO TECIDO INTERPOSTO 
- Fibrosas (IMÓVEIS) 
- Cartilaginosas ou cartilagíneas (SEMI-MÓVEIS) 
- Sinoviais (MÓVEIS) 
 
Articulações fibrosas (móveis) 
As articulações nas quais o elemento que se interpõe às peças que se 
articulam é o tecido conjuntivo fibroso são ditas fibrosas (ou sinartroses). O grau de 
mobilidade delas, sempre pequeno, depende do comprimento das fibras 
interpostas. Existem três tipos de articulações fibrosas: sutura, sindesmose e 
gonfose. 
 As suturas, que são encontradas somente entre os ossos do 
crânio, são formadas por várias camadas fibrosas, sendo a união 
suficientemente íntima de modo a limitar intensamente os 
movimentos, embora confiram uma certa elasticidade ao crânio. 
A maneira pela qual as bordas dos ossos articulados entram em 
contato é variável, reconhecendo-se suturas planas (união linear 
retilínea ou aproximadamente retilínea), suturas escamosas 
(união em bisel) e suturas serreadas (união em linha “denteada”). 
No crânio, a articulação entre os ossos nasais é uma sutura 
plana; entre os parietais, sutura denteada; entre o parietal e o 
temporal, escamosa. 
 23 
 No crânio do feto e recém-nascido, onde a ossificação ainda é incompleta, a 
quantidade de tecido conjuntivo fibroso interposto é muito maior, explicando a 
grande separação entre os ossos e uma maior mobilidade. Estas áreas fibrosas são 
denominadas fontículos (ou fontanelas). São elas que permitem, no momento do 
parto, uma redução bastante apreciável do volume da cabeça fetal pela 
sobreposição dos ossos do crânio. Esta redução de volume facilita a expulsão do 
feto para o meio exterior. 
 Na idade avançada pode ocorrer ossificação do tecido interposto (sinostose), 
fazendo com que as suturas, pouco a pouco, desapareçam e, com elas, a 
elasticidade do crânio. 
 Nas sindesmoses os ossos estão unidos por uma faixa de tecido fibroso, 
relativamente longa, formando ou um ligamento interósseo ou uma membrana 
interóssea, nos casos, respectivamente de menor ou maior comprimento das fibras, 
o que condiciona um menor ou maior grau de movimentação. Exemplos típicos são 
a sindesmose tíbio-fibular e a membrana interóssea radio-ulnar. 
 Gonfose é a articulação específica entre os dentes e seus receptáculos, os 
alvéolos dentários. O tecido fibroso do ligamento periodontal segura firmemente o 
dente no seu alvéolo. A presença de movimentos nesta articulação significa uma 
condição patológica. 
CLASSIFICAÇÃO DAS ARTICULAÇÕES CARTILAGÍNEAS (semi-móveis) 
SINCONDROSE 
SÍNFISE 
 - Cartilagem Hialina 
 - Fribro-cartilagem 
Nas articulações cartilaginosas o tecido que se interpõe é a cartilagem. 
Quando se trata de cartilagem hialina, temos as sincondroses; nas sínfises a 
cartilagem é fibrosa. Em ambas a mobilidade é reduzida. As sincondroses são raras 
e o exemplo mais típico é a sincondrose esfeno-occipital que pode ser visualizada 
na base do crânio. Exemplo de sínfise é a união, no plano mediano, entre as 
porções púbicas dos ossos do quadril, constituindo a sínfise púbica. Também as 
articulações que se fazem entre os corpos das vértebras podem ser consideradas 
como sínfise, uma vez que se interpõe entre eles um disco de fibrocartilagem - o 
disco intervertebral. 
Articulações sinoviais 
CLASSIFICAÇÃO DAS ARTICULAÇÕES SINOVIAIS 
 PLANA 
 GÍNGLIMO 
 TROCÓIDE 
 CONDILAR 
 SELAR 
 ESFERÓIDE 
 A mobilidade exige livre deslizamento de uma superfície óssea contra outra e 
isto é impossível quando entre elas interpõe-se um meio de ligação, seja fibroso ou 
cartilagíneo. Para que haja o grau desejável de movimento, em muitas articulações, 
o elemento que se interpõe às peças que se articulam é um líquido denominado 
sinóvia, ou líquido sinovial. 
 Além da presença deste líquido, as articulações sinoviais possuem três outras 
características básicas: cartilagem articular, cápsula articular e cavidade articular. 
a cartilagem articular é a cartilagem do tipo hialino que reveste as superfícies 
em contato numa determinada articulação (superfícies articulares), ou seja, a 
cartilagem articular é a porção do osso que não foi invadida pela ossificação. Em 
virtude deste revestimento as superfícies articulares se apresentam lisas, polidas e 
 24 
de cor esbranquiçada. A cartilagem articular é avascular e não possui também 
inervação. Suanutrição, portanto, principalmente nas áreas mais centrais, é 
precária, o que torna a regeneração, em caso de lesões, mais difícil e lenta. 
a cápsula articular é uma membrana conjuntiva que envolve a articulação 
sinovial como um manguito. Apresenta-se com duas camadas: a membrana fibrosa 
(externa) e a membrana sinovial (interna). A primeira é mais resistente e pode estar 
reforçada, em alguns pontos, por ligamentos , destinados a aumentar sua 
resistência. Em muitas articulações sinoviais, todavia, existem ligamentos 
independentes da cápsula articular e em algumas, como na do joelho, aparecem 
também ligamentos intra-articulares. 
cavidade articular é o espaço existente entre as superfícies articulares, estando 
preenchido pelo líquido sinovial 
 Ligamentos e cápsula articular têm por finalidade manter a união entre os 
ossos, mas além disto, impedem o movimento em planos indesejáveis e limitam a 
amplitude dos movimentos considerados normais. 
 A membrana sinovial é a mais interna das camadas da cápsula articular. É 
abundantemente vascularizada e inervada, sendo encarregada da produção da 
sinóvia (líquido sinovial), o qual tem consistência similar a clara do ovo e tem por 
funções lubrificar e nutrir as cartilagens articulares. O volume de líquido sinovial 
presente em uma articulação é mínimo, somente o suficiente para revestir 
delgadamente as superfícies articulares e localiza-se na cavidade articular. 
 Além destas características, que são comuns a todas articulações sinoviais, 
em várias delas encontram-se formações fibrocartilagíneas, interpostas às 
superfícies articulares, os discos e meniscos, de função discutida: serviriam à 
melhor adaptação das superfícies que se articulam (tornando-as congruentes) ou 
seriam estruturas destinadas a receber violentas pressões, agindo como 
amortecedores. Meniscos, com sua característica forma de meia lua, são 
encontrados na articulação do joelho. Discos são encontrados nas articulações 
esternoclavicular e temporomandibular. 
movimentos das articulações sinoviais 
 As articulações fibrosas e cartilagíneas tem um mínimo grau de mobilidade. 
Assim, a verdadeira mobilidade articular é dada pelas articulações sinoviais. Estes 
movimentos ocorrem, obrigatoriamente, em torno de um eixo, denominado eixo de 
movimento. A direção destes eixos é ântero-posterior, látero-lateral e longitudinal. 
Na análise do movimento realizado, a determinação do eixo de movimento é feita 
obedecendo a regra, segundo a qual, a direção do eixo de movimento é sempre 
perpendicular ao plano no qual se realiza o movimento em questão. Assim, todo 
movimento é realizado em um plano determinado e o seu eixo de movimento é 
perpendicular àquele plano. Os movimentos executados pelos segmentos do corpo 
recebem nomes específicos e aqui serão definidos, a seguir, apenas os mais 
comuns: 
flexão e extensão são movimentos angulares, ou seja, neles ocorre uma 
diminuição ou um aumento do ângulo existente entre o segmento que se desloca e 
aquele que permanece fixo. Quando ocorre a diminuição do ângulo diz-se que há 
flexão; quando ocorre o aumento, realizou-se a extensão, exceto para o pé. Neste 
caso, não se usa a expressão extensão do pé: os movimentos são definidos como 
flexão dorsal e flexão plantar do pé. Os movimentos angulares de flexão e extensão 
ocorrem em plano sagital e, seguindo a regra, o eixo desses movimentos é látero-
lateral. 
adução e abdução que são movimentos nos quais o segmento é deslocado, 
respectivamente, em direção ao plano mediano ou em direção oposta, isto é, 
afastando-se dele. Para os dedos prevalece o plano mediano do membro. Os 
 25 
movimentos da adução e abdução desenvolvem-se em plano frontal e seu eixo de 
movimento é ântero-posterior. 
rotação que é o movimento em que o segmento gira em torno de um eixo 
longitudinal (vertical). Assim, nos membros, pode-se reconhecer uma rotação 
medial, quando a face anterior do membro gira em direção ao plano mediano do 
corpo, e uma rotação lateral, no movimento oposto. A rotação é feita em plano 
horizontal e o eixo de movimento, perpendicular a este plano é vertical. 
circundução, é o resultado do movimento combinatório que inclui a adução, 
extensão, abdução, flexão e rotação. Neste tipo de movimento, a extremidade distal 
do segmento descreve um círculo e o corpo do segmento, um cone, cujo vértice é 
representado pela articulação que se movimenta. 
 
2.1.D - CLASSIFICAÇÃO QUANTO AO NÚMERO DE EIXOS 
 -NÃO AXIAL 
 - Planas (deslizamento) 
 -UNI-AXIAL 
 - Gínglimo (flexão/extensão) (EIXO TRANSVERSAL) 
 - Trocóide (rotação medila/lateral) (EIXO LONGITUDINAL) 
 - BI-AXIAL 
 - Condilar (flexão/extensão; adução/abdução) (EIXOS TRANSVERSAL 
e SAGITAL). 
 - Selar (flexão/extensão; adução/abdução) (EIXOS TRANSVERSAL e 
SAGITAL). 
 -TRI-AXIAL 
 - Esferóide (Circundução) (TODOS OS EIXOS) (FLEXÃO/EXTENSÃO; 
ADUÇÃO/ABDUÇÃO; ROTAÇÃO MEDILA/LATERAL) 
 O movimento nas articulações depende, essencialmente, da forma das 
superfícies que entram em contato e dos meios de união que podem limitá-lo. Na 
dependência destes fatores as articulações podem realizar movimentos em torno 
de um, dois ou três eixos. Este é o critério adotado para classificá-las 
funcionalmente. Quando uma articulação realiza movimentos apenas em torno de 
um eixo, diz-se que é mono-axial ou que possui um só grau de liberdade; será bi-
axial a que os realiza em torno de dois eixos (dois graus de liberdade); e tri-axial se 
eles forem realizados em torno de três eixos (três graus de liberdade). Assim, as 
articulações que só permitem a flexão e extensão, como a do cotovelo, são uni-
axiais; aquelas que realizam extensão, flexão, adução e abdução, como a radio-
cárpica (articulação do punho), são bi-axiais; finalmente, as que além de flexão, 
extensão, abdução e adução, permitem também a rotação, são ditas tri-axiais, cujos 
exemplos típicos são as articulações do ombro e do quadril. 
Classificação morfológica das articulações sinoviais 
 O critério de base para a classificação morfológica das articulações sinoviais 
é a forma das superfícies articulares. Contudo, às vezes é difícil fazer esta 
correlação. Além disto, existem divergências entre anatomistas quanto não só a 
classificação de determinadas articulações, mas também quanto à denominação 
dos tipos. De acordo com a nomenclatura anatômica, os tipos morfológicos de 
articulações sinoviais são: 
plana, na qual as superfícies articulares são planas ou ligeiramente curvas, 
permitindo deslizamento de uma superfície sobre a outra em qualquer direção. A 
articulação acromioclavicular (entre o acrômio da escápula e a clavícula) é um 
exemplo. Deslizamento existe em todas as articulações sinoviais mas nas 
articulações planas ele é discreto, fazendo com que a amplitude do movimento seja 
bastante reduzida. Entretanto, deve-se ressaltar que pequenos deslizamentos entre 
 26 
vários ossos articulados permitem apreciável variedade e amplitude de movimento. 
É isto que ocorre, por exemplo, nas articulações entre os ossos curtos do carpo, do 
tarso e entre os corpos das vértebras. 
gínglimo, ou dobradiça, sendo que os nomes referem-se muito mais ao 
movimento (flexão e extensão) que elas realizam do que à forma das superfícies 
articulares. A articulação do cotovelo é um bom exemplo de gínglimo e a simples 
observação mostra como a superfície articular do úmero, que entra em contato com 
a ulna, apresenta-se em forma de carretel. Todavia, as articulações entre as 
falanges também são do tipo gínglimo e nelas a forma das superfícies articulares 
não se assemelha a um carretel. Este é um caso concreto em que o critério 
morfológico não foi rigorosamente obedecido. Realizando apenas flexão e 
extensão, as articulações sinoviais do tipo gínglimo são mono-axiais. 
trocóide, na qual, as superfícies articulares são segmentosde cilindro e, por 
esta razão, cilindróides talvez fosse um termo mais apropriado para designá-las. 
Estas articulações permitem rotação e seu eixo de movimento, único, é vertical: são 
mono-axiais. Um exemplo típico é a articulação radio-ulnar proximal (entre o rádio e 
a ulna) responsável pelos movimentos de pronação e supinação do antebraço. Na 
pronação ocorre uma rotação medial do rádio e, na supinação, rotação lateral. Na 
posição de descrição anatômica o antebraço está em supinação. 
condilar, cujas superfícies articulares são de forma elíptica e elipsóide seria 
talvez um termo mais adequado. Estas articulações permitem flexão, extensão, 
abdução e adução, mas não a rotação. Possuem dois eixos de movimento, sendo 
portanto bi-axiais. A articulação radio-cárpica (ou do punho) é um exemplo. Outros 
são a articulação temporomandibular e as articulações metacarpofalângicas. 
selar, na qual a superfície articular de uma peça esquelética tem a forma de 
sela, apresentando concavidade num sentido e convexidade em outro, e se encaixa 
numa segunda peça onde convexidade e concavidade apresentam-se no sentido 
inverso da primeira. A articulação carpo-metacárpica do polegar é exemplo típico. É 
interessante notar que esta articulação permite flexão, extensão, abdução, adução 
e rotação (conseqüentemente, também circundução) mas é classificada como bi-
axial. O fato é justificado porque a rotação isolada não pode ser realizada 
ativamente pelo polegar sendo só possível com a combinação dos outros 
movimentos. 
esferóide, que apresenta superfícies articulares que são segmentos de esferas 
e se encaixam em receptáculos ocos. O suporte de uma caneta de mesa, que pode 
ser movimentado em qualquer direção, é um exemplo não anatômico de uma 
articulação esferóide. Este tipo de articulação permite movimentos em torno de três 
eixos, sendo portanto, tri-axial. Assim, a articulação do ombro (entre o úmero e a 
escápula) e a do quadril (entre o osso do quadril e o fêmur) permitem movimentos 
de flexão, extensão, adução, abdução, rotação e circundução. 
 
2.1.E – CLASSIFICAÇÃO QUANTO AO NÚMERO DE ELEMENTOS 
ARTICULADOS (OSSOS) 
 - SIMPLES 
 2 ossos 
 - COMPOSTA (ou complexa) 
 3 ou mais ossosComplexidade de organização 
 Quando apenas dois ossos entram em contato numa articulação sinovial diz-
se que ela é simples (por exemplo, a articulação do ombro); quando três ou mais 
ossos participam da articulação ela é denominada composta (a articulação do 
cotovelo envolve três ossos: úmero, ulna e rádio). 
Inervação 
 27 
 As articulações sinoviais são muito inervadas. Os nervos são derivados dos 
que suprem a pele adjacente ou os músculos que movem as articulações. As 
terminações nervosas sensíveis a dor são numerosas na membrana fibrosa da 
cápsula e nos ligamentos e são sensíveis ao estiramento e à torção destas 
estruturas. Contudo, o principal tipo de sensibilidade é a propriocepção. Das 
terminações proprioceptoras da cápsula – fusos neurotendinosos – partem 
impulsos que interpretados no sistema nervoso central informam sobre a posição 
relativa dos ossos da articulação, do grau e direção de movimento. As vezes, essas 
informações são inconscientes, e atuam em nível de medula espinhal para controle 
dos músculos que agem sobre a articulação. 
 
2.3 - SISTEMA MUSCULAR 
 
O tecido muscular é de origem mesodérmica, sendo caracterizado pela 
propriedade de contração e distensão de suas células, o que determina a 
movimentação dos membros e das vísceras. Há basicamente três tipos de tecido 
muscular: liso, estriado esquelético e estriado cardíaco. 
 
Músculo liso: o músculo involuntário localiza-se na 
pele, órgãos internos, aparelho reprodutor, grandes vasos 
sangüíneos e aparelho excretor. O estímulo para a 
contração dos músculos lisos é mediado pelo sistema 
nervoso vegetativo. 
 
Músculo estriado esquelético: é inervado pelo sistema 
nervoso central e, como este se encontra em parte sob 
controle consciente, chama-se músculo voluntário. As 
contrações do músculo esquelético permitem os 
movimentos dos diversos ossos e cartilagens do esqueleto. 
 
 
 
 
 
Músculo cardíaco: este tipo de tecido muscular forma 
a maior parte do coração dos vertebrados. O músculo 
cardíaco carece de controle voluntário. É inervado pelo 
sistema nervoso vegetati 
 
 
 
 
 
 
 28 
 
Estriado esquelético 
 
Miócitos longos, multinucleados 
(núcleos periféricos). 
Miofilamentos organizam-se em 
estrias longitudinais e transversais. 
Contração rápida e voluntária 
Estriado cardíaco 
 
Miócitos estriados com um ou dois 
núcleos centrais. 
Células alongadas, irregularmente 
ramificadas, que se unem por 
estruturas especiais: discos 
intercalares. 
Contração involuntária, vigorosa e 
rítmica. 
Liso 
 
Miócitos alongados, 
mononucleados e sem estrias 
transversais. 
Contração involuntária e lenta. 
2.3.1 - Musculatura Esquelética 
O sistema muscular esquelético constitui a maior parte da musculatura do 
corpo, formando o que se chama popularmente de carne. Essa musculatura 
recobre totalmente o esqueleto e está presa aos ossos, sendo responsável pela 
movimentação corporal. 
 
 29 
Os músculos esqueléticos estão revestidos por uma lâmina delgada de tecido 
conjuntivo, o perimísio, que manda septos para o interior do músculo, septos dos 
quais se derivam divisões sempre mais delgadas. O músculo fica assim dividido em 
feixes (primários, secundários, terciários). O revestimento dos feixes menores 
(primários), chamado endomísio, manda para o interior do músculo membranas 
delgadíssimas que envolvem cada uma das fibras musculares. A fibra muscular é 
uma célula cilíndrica ou prismática, longa, de 3 a 12 centímetros; o seu diâmetro é 
infinitamente menor, variando de 20 a 100 mícrons (milésimos de milímetro), tendo 
um aspecto de filamento fusiforme. No seu interior notam-se muitos núcleos, de 
modo que se tem a idéia de ser a fibra constituída por várias células que perderam 
os seus limites, fundindo-se umas com as outras. Dessa forma, podemos dizer que 
um músculo esquelético é um pacote formado por longas fibras, que percorrem o 
músculo de ponta a ponta. 
No citoplasma da fibra muscular esquelética há muitas miofibrilas contráteis, 
constituídas por filamentos compostos por dois tipos principais de proteínas – a 
actina e a miosina. Filamentos de actina e miosina dispostos regularmente 
originam um padrão bem definido de estrias 
(faixas) transversais alternadas, claras e escuras. 
Essa estrutura existe somente nas fibras que 
constituem os músculos esqueléticos, os quais 
são por isso chamados músculos estriados. 
Em torno do conjunto de miofibrilas de uma 
fibra muscular esquelética situa-se o retículo 
sarcoplasmático (retículo endoplasmático liso), 
especializado no armazenamento de íons cálcio. 
 
As miofibrilas são constituídas por unidades que se repetem ao longo de seu 
comprimento, denominadas sarcômeros. A distribuição dos filamentos de actina e 
miosina varia ao longo do sarcômero. As faixas mais extremas e mais claras do 
sarcômero, chamadas banda I, contêm apenas filamentos de actina. Dentro da 
banda I existe uma linha que se cora mais intensamente, denominada linha Z, que 
corresponde a várias uniões entre dois filamentos de actina. A faixa central, mais 
escura, é chamada banda A, cujas extremidades são formadas por filamentos de 
actina e miosina sobrepostos. Dentro da banda A existe uma região mediana mais 
clara – a banda H – que contém apenas miosina. Um sarcômero compreende o 
segmento entre duas linhas Z consecutivas e é a unidade contrátil da fibra 
muscular, pois é a menor porção da fibra muscular com capacidade de contração e 
distensão. 
 30 
 
1- Bandas escuras (anisotrópicas – 
banda A). 
2- Faixas claras (isotrópicas – 
banda I,com linha Z central). 
3- Núcleos periféricos. 
 
2.3.2 - Contração 
 
Ocorre pelo deslizamento dos filamentos de actina sobre os de miosina c 
 sarcômero diminui devido à aproximação das duas linhas Z, e a zona H chega a 
desaparecer. 
 
 A contração do músculo esquelético é voluntária e ocorre pelo deslizamento 
dos filamentos de actina sobre os de miosina. Nas pontas dos filamentos de 
miosina existem pequenas projeções, capazes de formar ligações com certos sítios 
dos filamentos de actina, quando o músculo é estimulado. Essas projeções de 
miosina puxam os filamentos de actina, forçando-os a deslizar sobre os filamentos 
de miosina. Isso leva ao encurtamento das miofibrilas e à contração muscular. 
Durante a contração muscular, o sarcômero diminui devido à aproximação das duas 
linhas Z, e a zona H chega a desaparecer. 
 
Constatou-se, através de microscopia eletrônica, que o sarcolema (membrana 
plasmática) da fibra muscular sofre invaginações, formando túbulos anastomosados 
que envolvem cada conjunto de miofibrilas. Essa rede foi denominada sistema T, 
pois as invaginações são perpendiculares as miofibrilas. Esse sistema é 
 31 
responsável pela contração uniforme de cada fibra muscular estriada esquelética, 
não ocorrendo nas fibras lisas e sendo reduzido nas fibras cardíacas. 
2.3.3 - A química da contração muscular 
O estímulo para a contração muscular é geralmente um impulso nervoso, que 
chega à fibra muscular através de um nervo. O impulso nervoso propaga-se pela 
membrana das fibras musculares (sarcolema) e atinge o retículo sarcoplasmático, 
fazendo com que o cálcio ali armazenado seja liberado no hialoplasma. Ao entrar 
em contato com as miofibrilas, o cálcio desbloqueia os sítios de ligação da actina e 
permite que esta se ligue à miosina, iniciando a contração muscular. Assim que 
cessa o estímulo, o cálcio é imediatamente rebombeado para o interior do retículo 
sarcoplasmático, o que faz cessar a contração. 
 
A energia para a contração muscular é suprida por moléculas de ATP 
produzidas durante a respiração celular. O ATP atua tanto na ligação da miosina à 
actina quanto em sua separação, que ocorre durante o relaxamento muscular. 
Quando falta ATP, a miosina mantém-se unida à actina, causando enrijecimento 
muscular. É o que acontece após a morte, produzindo-se o estado de rigidez 
cadavérica (rigor mortis). 
A quantidade de ATP presente na célula muscular é suficiente para suprir 
apenas alguns segundos de atividade muscular intensa. A principal reserva de 
energia nas células musculares é uma substância denominada fosfato de creatina 
(fosfocreatina ou creatina-fosfato). Dessa forma, podemos resumir que a energia 
é inicialmente fornecida pela respiração celular é armazenada como fosfocreatina 
(principalmente) e na forma de ATP. Quando a fibra muscular necessita de energia 
para manter a contração, grupos fosfatos ricos em energia são transferidos da 
fosfocreatina para o ADP, que se transforma em ATP. Quando o trabalho muscular 
é intenso, as células musculares repõem seus estoques de ATP e de fosfocreatina 
pela intensificação da respiração celular. Para isso utilizam o glicogênio 
armazenado no citoplasma das fibras musculares como combustível. 
 
Uma teoria simplificada admite que, ao receber um estímulo nervoso, a fibra 
muscular mostra, em seqüência, os seguintes eventos: 
1. O retículo sarcoplasmático e o sistema T liberam íons Ca++ e Mg++ para 
o citoplasma. 
2. Em presença desses dois íons, a miosina adquire uma propriedade ATP 
ásica, isto é, desdobra o ATP, liberando a energia de um radical fosfato: 
 32 
3. A energia liberada provoca o deslizamento da actina entre os filamentos de 
miosina, caracterizando o encurtamento das miofibrilas. 
2.3.4 - Musculatura Lisa 
A estriação não existe nos músculos viscerais, que se chamam, portanto, 
músculos lisos. Os músculos viscerais são também constituídos de fibras 
fusiformes, mas muito mais curtas do que as fibras musculares esqueléticas: têm, 
na verdade, um tamanho que varia de 30 a 450 mícrons. Têm, além disso, um só 
núcleo e não são comandados pela vontade, ou seja, sua contração é involuntária, 
além de lenta. As fibras lisas recebem, também, vasos e nervos sensitivos e 
motores provenientes do sistema nervoso autônomo. 
 
 
 
Embora a contração do músculo liso também seja regulada pela concentração 
intracelular de íons cálcio, a resposta da célula é diferente da dos músculos 
estriados. Quando há uma excitação da membrana, os íons cálcio armazenados no 
retículo sarcoplasmático são então liberados para o citoplasma e se ligam a uma 
proteína, a calmodulina. Esse complexo ativa uma enzima que fosforila a miosina e 
permite que ela se ligue à actina. A actina e a miosina interagem então 
praticamente da mesma forma que nos músculos estriados, resultando então na 
contração muscular. 
2.3.5 - Musculatura Cardíaca 
O tecido muscular cardíaco forma o músculo do coração (miocárdio). Apesar 
de apresentar estrias transversais, suas fibras contraem-se independentemente da 
nossa vontade, de forma rápida e rítmica, características estas, intermediárias entre 
os dois outros tipos de tecido muscular 
As fibras que formam o tecido muscular estriado cardíaco dispõem-se em 
feixes bem compactos, dando a impressão, ao microscópio óptico comum, de que 
não há limite entre as fibras. Entretanto, ao microscópio eletrônico podemos notar 
que suas fibras são alongadas e unidas entre si através de delgadas membranas 
celulares, formando os chamados discos intercalares, típicos da musculatura 
cardíaca. 
 33 
 
A contração muscular segue praticamente os mesmos passos da contração no 
músculo estriado esquelético , com algumas diferenças : 
• os túbulos T são mais largos que os do músculo esquelético; 
• retículo sarcoplasmático menor; 
• as células musculares cardíacas possuem reservas intracelulares de íons 
cálcio mais limitada; 
• tanto o cálcio intracelular quanto o extracelular estão envolvidos na contração 
cardíaca: o influxo de cálcio externo age como desencadeador da liberação do 
cálcio armazenado na luz do retículo sarcoplasmático, provocando a contração 
ao atingir as miofibrilas e levando ao relaxamento ao serem bombeados de 
volta para o retículo. 
Características Lisa Estriada Esquelética Estriada Cardíaca 
Forma Fusiforme Filamentar 
Filamentar ramificada 
(anastomosada) 
Tamanho (valores médios) 
Diâmetro: 7mm 
Comprimento: 100mm 
30mm centímetros 15mm 100mm 
Estrias transversais Não há Há Há 
Núcleo 1 central Muitos periféricos (sincício) 1 central 
Discos intercalares Não há Não há Há 
Contração Lenta, involuntária Rápida, voluntária Rápida, voluntária 
Apresentação 
Formam camadas 
envolvendo órgãos 
Formam pacotes bem 
definidos, os músculos 
esqueléticos 
Formam as paredes do 
coração (miocárdio) 
2.3.6 - Musculatura Cardíaca 
O tecido muscular cardíaco forma o músculo do coração (miocárdio). Apesar 
de apresentar estrias transversais, suas fibras contraem-se independentemente da 
nossa vontade, de forma rápida e rítmica, características estas, intermediárias entre 
os dois outros tipos de tecido muscular 
As fibras que formam o tecido muscular estriado cardíaco dispõem-se em 
feixes bem compactos, dando a impressão, ao microscópio óptico comum, de que 
não há limite entre as fibras. Entretanto, ao microscópio eletrônico podemos notar 
que suas fibras são alongadas e unidas entre si através de delgadas membranas 
celulares, formando os chamados discos intercalares, típicos da musculatura 
cardíaca. 
 34 
 
A contração muscular segue praticamente os mesmos passos da contração no 
músculo estriado esquelético , com algumas diferenças : 
• os túbulos T são mais largos que os do músculo esquelético; 
• retículo sarcoplasmático menor;• as células musculares cardíacas possuem reservas intracelulares de íons 
cálcio mais limitada; 
• tanto o cálcio intracelular quanto o extracelular estão envolvidos na contração 
cardíaca: o influxo de cálcio externo age como desencadeador da liberação do 
cálcio armazenado na luz do retículo sarcoplasmático, provocando a contração 
ao atingir as miofibrilas e levando ao relaxamento ao serem bombeados de 
volta para o retículo. 
2.3.7 - Característica do Tecido Muscular 
 
O Tecido Muscular possui quatro características principais que são importantes na 
compreensão de suas funções: 
� Excitabilidade – capacidade do tecido muscular de receber e responder a estímulos; 
� Contratilidade - capacidade de encurta-se e espessar; 
� Extensibilidade – capacidade do tecido de distender-se; 
� Elasticidade – capacidade do tecido de voltar a sua forma após uma contração ou 
extensão. 
1.3.8 – TIPOS DE MÚSCULOS 
 
 
 35 
 
 
2.3.9 - ORIGEM E INSERÇÃO 
 
Origem (ponto fixo) é a extremidade do músculo que fica presa à peça óssea que não 
se desloca. Inserção (ponto móvel) é a extremidade do músculo presa à peça óssea que se 
desloca. 
Nos membros, geralmente a origem de um músculo é proximal e a inserção distal. Porém 
existem situações em que o músculo pode alterar seus pontos de origem e inserção. Exemplo: 
quando um atleta eleva seu corpo numa barra, é o braço que se flete sobre o antebraço e a 
peça óssea em deslocamento é o úmero. Considerando –se a ação do músculo braquial, agora 
sua extremidade ulnar será a origem e a extremidade umeral será a inserção, quando 
normalmente o músculo braquial prende-se na face anterior do úmero e da ulna atravessando 
a articulação do cotovelo, ao contrair-se executa a flexão do antebraço e consideramos sua 
extremidade umeral como origem e sua extremidade ulnar como inserção. 
� Origem: quando os músculos se originam por mais de um tendão, diz-se que apresentam 
mais de uma cabeça de origem. São então classificados como músculos bíceps, tríceps ou 
quadríceps, conforme apresentam 2, 3 ou 4 cabeças de origem. Exemplos clássicos 
encontramos na musculatura dos membros e a nomenclatura acompanha a classificação. 
Exemplo: músculo bíceps braquial, músculo tríceps da perna, músculo quadríceps da coxa. 
 
� Inserção: do mesmo modo os músculos podem inserir-se por mais de um tendão. Quando 
há dois tendões são bicaudados, quando possuem três ou mais policaudados. Exemplo: 
músculo flexor longo dos dedos do pé, músculos flexores e extensores dos dedos da mão. 
 
 
Ação: dependendo da ação principal resultante da contração do músculo ele pode ser 
classificado como flexor, extensor, adutor, abdutor, rotador medial, rotador lateral, 
pronador, supinador, flexor plantar flexor dorsal etc. 
 
 36 
2.3.10 - Ação Muscular 
 
 A analise do movimento é extremamente complexa, normalmente a ação envolve a 
ação de vários músculos e a ação em conjunto desses músculos damos o nome de 
coordenação motora. Estudamos os grupamentos musculares normalmente de acordo com a 
sua distribuição e respectivas funções: os músculos da região Ântero-medial do antebraço são 
flexores da mão ou dos dedos e pronadores, ao passo que os da região póstero-lateral são 
extensores da mão ou dos dedos e supinadores. No movimento voluntário há um grande 
numero de ações musculares que são automáticas e semi-automáticas. Exemplo: os músculos 
acionados para manter a estabilidade quando nos abaixamos para pegarmos algum objeto, o 
movimento principal e dos dedos da mão só que para que o objeto seja pego é necessário que 
vários outros músculos sejam solicitados a fim de realizar a função. 
Quando o músculo é o principal na execução de um movimento ele é chamado de 
agonista e quando ele se opõe ao trabalho muscular de agonista (seja para regular a rapidez 
ou a potencia de ação deste agonista) é chamado de antagonista, porém quando o músculo 
trabalha a fim de eliminar algum movimento indesejado que poderia ser produzido pelo 
agonista ele passa a se chamar sinergista. Exemplo: o músculo braquial quando se contrai é o 
agente ativo na flexão do antebraço sendo um agonista. Quando o músculo tríceps braquial se 
contrai para fazer a extensão do antebraço, o músculo braquial se opõe a este movimento 
retardando-o para que ele não execute bruscamente atuando como antagonista. Na flexão dos 
dedos, os músculos flexores dos dedos são os agonistas, como os tendões de inserção destes 
músculos cruzam a articulação do punho, a tendência natural é provocar também a flexão da 
mão, tal fato não ocorre porque outros músculos, como os extensores do carpo, se contraem e 
desta forma estabilizam a articulação do punho, impedindo assim aquele movimento 
indesejado sendo o sinergista. 
 
3 - SISTEMA NERVOSO 
 
 O sistema nervoso, juntamente com o sistema endócrino, capacitam o organismo a 
perceber as variações do meio (interno e externo), a difundir as modificações que essas 
variações produzem e a executar as respostas adequadas para que seja mantido o 
equilíbrio interno do corpo (homeostase). São os sistemas envolvidos na coordenação e 
regulação das funções corporais. 
No sistema nervoso diferenciam-se duas linhagens celulares: os neurônios e as células 
da glia (ou da neuróglia). Os neurônios são as células responsáveis pela recepção e 
transmissão dos estímulos do meio (interno e externo), possibilitando ao organismo a 
execução de respostas adequadas para a manutenção da homeostase. Para exercerem tais 
funções, contam com duas propriedades fundamentais: a irritabilidade (também 
denominada excitabilidade ou responsividade) e a condutibilidade. Irritabilidade é a 
capacidade que permite a uma célula responder a estímulos, sejam eles internos ou 
externos. Portanto, irritabilidade não é uma resposta, mas a propriedade que torna a célula 
apta a responder. Essa propriedade é inerente aos vários tipos celulares do organismo. No 
entanto, as respostas emitidas pelos tipos celulares distintos também diferem umas das 
 37 
outras. A resposta emitida pelos neurônios assemelha-se a uma corrente elétrica 
transmitida ao longo de um fio condutor: uma vez excitados pelos estímulos, os neurônios 
transmitem essa onda de excitação - chamada de impulso nervoso - por toda a sua 
extensão em grande velocidade e em um curto espaço de tempo. Esse fenômeno deve-se à 
propriedade de condutibilidade. 
Para compreendermos melhor as funções de coordenação e regulação exercidas pelo 
sistema nervoso, precisamos primeiro conhecer a estrutura básica de um neurônio e como a 
mensagem nervosa é transmitida. 
Um neurônio é uma célula composta de um corpo celular (onde está o núcleo, o 
citoplasma e o citoesqueleto), e de finos prolongamentos celulares denominados neuritos, 
que podem ser subdivididos em dendritos e axônios. 
 
Os dendritos são prolongamentos geralmente muito ramificados e que atuam como 
receptores de estímulos, funcionando portanto, como "antenas" para o neurônio. Os axônios 
são prolongamentos longos que atuam como condutores dos impulsos nervosos. Os 
axônios podem se ramificar e essas ramificações são chamadas de colaterais. Todos os 
axônios têm um início (cone de implantação), um meio (o axônio propriamente dito) e um 
fim (terminal axonal ou botão terminal). O terminal axonal é o local onde o axônio entra em 
contato com outros neurônios e/ou outras células e passa a informação (impulso nervoso) 
para eles. A região de passagem do impulso nervoso de um neurônio para a célula 
adjacente chama-se sinapse. Às vezes os axônios têm muitas ramificações em suas regiões 
terminais e cada ramificação forma uma sinapse com outros dendritos ou corpos celulares. 
Estas ramificações são chamadas coletivamente de arborização terminal.

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