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BIBLIA DE ESTUDO DE GENEBRA - 30. Amós

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r O Livro de , 
AMOS 
~p;ll!9' Autor Te coa era o lar do profeta Amós ( 1 .1). 
1 
Esta vila ficava em Judá, a cerca de 8 km ao sul de 
Belém. Amós era um homem de diversos ofícios: 
pastor (1.1 ). boieiro e colhedor de sicômoros (7.14). 
Embora Amós tenha vivido num meio rural e aparentemente iso-
lado dos centros de conhecimento. ele certamente conhecia as 
nações circunvizinhas e estava familiarizado com a história in-
ternacional (1.3-2.3). Ele também conhecia a história do povo 
da aliança de Deus e a própria aliança, como o demonstram 
suas numerosas referências à Lei. Amós não tinha estudado 
para ser um profeta (7.14). mas o Senhor soberanamente o cha-
mou para esse ofício. O ministério de Amós voltou-se principal-
mente para o reino do Norte de Israel (7.15). embora suas 
profecias também tenham sido endereçadas aos pecados de 
Judá (2.4-5; cf. 9.11). 
·~ Data e Ocasião O ministério profético de 
1 / • • ~ Amós se realizou durante os reinados de Uzias (às 
~~ vezes, denominado Azarias). de Judá (792-740 a.C.), 
'"=-'- e de Jeroboão li. de Israel (793-753 a.C.). Durante o 
reinado de Jeroboão havia paz entre Judá e Israel. Ele restaurou as 
fronteiras de Israel de acordo com a profecia de Jonas, filho de 
Amitai (2Rs 14.25). O reino do Norte havia enriquecido e vivia uma 
falsa sensação de segurança, encorajado pelo enfraquecimento do 
Egito. da Babilônia e especialmente da Assíria, que entrou num de-
clínio temporário após a morte de Hadade-Nirare Ili (810-783 a.C.). 
Por cerca de quarenta anos, Israel não sofreu nenhuma séria amea-
ça dos exércitos assírios. 
Sob Tiglate-Pileser Ili (745-727 a.C.). a Assíria ganhou força e 
expandiu-se para o norte e o oeste. Judá logo tornou-se vassalo da 
Assíria. e o estado de Damasco. que estivera entre Israel e a Assí-
ria, passou a fazer parte do Império Assírio (2Rs 16. 7-9). 
Tiglate-Pileser Ili foi sucedido por seu filho, Salmaneser V 
(727-722 a.C.). que continuou a política do seu pai de expansão 
para o oeste, e forçou Oséias. rei de Israel, a tornar-se seu vassalo. 
Contudo, Oséias se rebelou e. erroneamente. buscou no Egito uma 
ajuda que jamais recebeu. Então Salmaneser sitiou a Samaria; de-
pois de três anos, a capital israelita foi conquistada (722 a.C.) e o 
reino do Norte de Israel teve o seu fim (2Rs 17.3-6). 
Esbo90 de Ain6s 
1. Cabeçalho e Iríttoliüção ( 1.1-2r 
li. Juíms pronunciados contra as nações (1.3-2. l 6) 
A.~ contr,aJ!a ioimigos ~ 1$1'1el 0.3-2.$~ 
B. Oráculos contra Judá e Israel (2-4-16) 
Ili. Profecias contra Israel (caps. 3-6) 
A. O julgamento divino é iminente (cap. 3) 
1. Origem histórica e confirmação da profecia (3.1-8) 
2. Convocação às testemunhas pagãs (3.9-10) 
141 Características e Temas Amós deve 
IU'J'IJJai ter proferido as profecias do seu livro em diferentes 
~ lugares do reino do Norte. tais como Samaria e Betel. 
É certo apenas que ele exerceu parte do seu minis-
tério profético em Betel (7.12-13). Diferentemente das mensagens 
dos profetas anteriores a ele (com exceção, talvez. de Joel). as 
palavras de Amós foram preservadas em escritos. como os dos 
seus contemporâneos Isaías e Oséias. Era essencial que essas 
grandes mensagens a respeito da aliança fossem preservadas, 
tanto como lembrança da história de Israel. como também pelas 
promessas de restauração e redenção que continham. 
Amós ataca duas grandes áreas do pecado geralmente con-
denadas pelos profetas: a idolatria e a injustiça social. A raiz do pro-
blema de Israel era sua falsa religiosidade - "tendo forma de 
piedade, negando-lhe. entretanto, o poder" (2Tm 3.5). Embora 
Israel mantivesse as formalidades rituais da lei e até se excedesse 
nelas (4.4-5). a idolatria era muito comum (2Rs 17.9-17; Am 5.26). 
assim como a violência e a injustiça (2.6-8; 4.1 ). 
O Deus que encontramos em Amós é o mesmo Criador que fez 
o homem à sua imagem e semelhança. Ele é Deus e não há outro. 
Ele não tolera a idolatria. que é, na verdade, a adoração a demônios 
(Dt 32.16-17; 1Co10.20). O Senhor é soberano e é capaz de levan-
tar uma nação contra outra em julgamento (1.3-2.3). um proces-
so que continuará até a sua volta. Deus é também o Juiz de Israel, 
o povo da sua aliança. e está disposto a levantar contra ele uma ou-
tra nação (6.14). Mas, apesar de tudo isso, ele é um Deus de amor 
que deseja a vida, e não a morte do seu povo. Acima de tudo, seu 
desejo é "buscai-me e vivei" (5.4; 1Tm 2.3-4). 
O Senhor enviou advertências a Israel em forma de fome. 
sede. desgraças, gafanhotos. pragas e derrotas militares, mas o 
povo recusou-se a ver a mão de Deus nesses acontecimentos 
(4.6-11 ). O julgamento era inevitável (4.12-5.20). e a punição é 
retratada em uma série de profecias verbais e visionárias que pre-
disseram a destruição total e o exílio. Mas o Senhor castiga aque-
les que ama, e o seu julgamento é realmente um sinal de fidelidade 
ao povo da sua aliança. Sua promessa de restaurar "o tabernáculo 
caído de Davi" (9.11). e o futuro decisivo do seu povo são retrata-
dos em uma descrição final que se assemelha ao Éden em sua fer-
tilidade e bênçãos (9.13-15). 
3~i'j;Jiluamantoé~fl:1t-t5). 
B.1$11él não mostrá aiTe)Je'ndirilento (cep. 4) 
1.(:0l\d~·-··--·!~(4.1~51 
2. Retrospecto histórico dos julgamentos (4.6-11) 
3. O julgamento futuro é anunciado (4.12-13) 
C. Lamentação e chamado ao arrependimento (5.1-17) 
1. Lamentação por Israel decaída (5.1-3) 
2. Admoestações e acusações (5.4-17) 
1027 AMÓS 1 
\ ti. ~ão há como escapar do julgamento de Deus 
1 
(5.18-6.14) 
1
1 
1. Oráculos de ais contra o sincretismo 
e a complacência de Israel (5. 18-6. 7) 
2. Juízo contra a soberba e a injustiça 
(6.8-14) 
1 IV. Visões da justiça de Deus (7.1-9.10) 
\ A. O juízo é evitado pela intercessão (7 .1-6) L 1. Visão dos gafanhotos (7.1-3_1 ___ _ 
--------i 
2. Visão do fogo (7.4-6) 1 
B. O juízo torna-se inevitável (7.7-9.10) 
1. Visão de um muro e de um prumo (7.7-9) 
2. Confronto com o sacerdote Amazias (7 .10-17) 
3. Visão dos frutos de verão (cap. 8) 
4. Visão do Senhor junto ao altar (9.1-1 O) 
V. Restauração e bênção (9.11-15) 
A. Restauração da dinastia de Davi (9.11-12) 
B. Bênçãos de fartura (9.13-15) 
Ameaças contra dwersas nações e por quatro, não sustarei o castigo, porque itriJharam a Gileade 
1 Palavras que, em visão, vieram a Arnós, que era entre ªos com trilhos de ferro. 4 iPor isso, meterei fogo à casa de Hazael, pastores de bTecoa, a respeito de Israel, nos dias de cuzias, fogo que consumirá os castelos de 1Ben-Hadade. s Quebrarei 
rei de Judá, e nos dias de dJeroboão, filho deJoás, rei de Israel, mo ferrolho de Damasco e eliminarei o morador de Biquea-
dois anos antes do eterremoto. 2 Ele disse: O SENHOR/rugirá te-Áven e ao que 1tem o cetro de 2 Bete-Éden; e o povo da Sí-
de Sião e de Jerusalém fará ouvir a sua voz; os prados dos pas- ria será levado em cativeiro a Ouir, diz o SENHOR. 
tores estarão de luto, e secar-se-á o cimo do gCarmelo. 6 Assim diz o SENHOR: Por três transgressões de n Gaza e por 
3 Assim diz o SENHOR: Por três transgressões de hDamasco quatro, não sustarei o castigo, porque levaram em cativeiro 
·-C~PÍTULO 1 1 ª2Rs3.4; Am 7.14 b2Sm 14.2 C2Cr26.1-23 dAm 7.10ezc14~~2fJI 3~g1s~ 252; Is 339 3 hl~~A; 171~3; ~r-~ 
49.23-27; Zc 9.1 i2Rs 10.32-33 4 i Jr 49.27; 51.30 11Rs 20 1; 2Rs 6.24 S m 2Rs 14.28; Is 8.4; Jr 51.30; Lm 2.9 1 Governa 2 Lit Casa de 
Éden 6 n 1 Sm 6.17; Jr 47.1,5; SI 24 
•1.1 Amós apresenta aqui a si mesmo e à sua profecia, especificando a época 
em que a palavra de Deus lhe foi dada. 
Palavras que, em visão, vieram a Amós. As mensagens proféticas são intro-
duzidas com essa fórmula lcf. Jr 1.1 ). A frase tem um pano de fundo alicerçado 
na aliança IDt 1 .1: "São estas as palavras que Moisés falou a todo o Israel"). 
Especificamente. Amós, o profeta, é o mensageiro do processo jurídico movido 
por Deus contra a desobedientenação de Israel. 
pastores. O termo hebraico se refere, provavelmente, a pastores de um tipo es-
pecial de ovelhas. conhecidas por seu tipo de lã extremamente fina. O rei de Moa-
be é identificado como alguém que possuía tais ovelhas l2Rs 3.4) 
Tecoa. Essa vila ficava a 8 km ao sul de Belém. Por causa de suas boas terras de 
pastagem, sustentava a muitos pastores com os seus rebanhos. 
terremoto. Visto que esse era um evento memorável em uma região su1eita a 
terremotos. seria relembrado como um ato de juízo divino, conforme se vê em Zc 
14.5. 
•1.2 O SENHOR. Ver notas em Êx 3.15. 
rugirá. Na qualidade de pastor, Amós conhecia bem o rugido aterrorizante de um 
leão quando atacava 11 Sm 17.34-37) O próprio Senhor ruge de Sião para anunciar 
o seu julgamento IJr 25.30; JI 3.16). Essas palavras de abertura, ameaçando o 
julgamento, estabelecem o tom para aquilo que vem em seguida. 
prados ... secar-se-á. O julgamento do Senhor afetará a terra inteira, desde os 
campos de pastagem até o topo do monte Carmelo, rico em pomares e vinhedos 
llv 26.19; Dt 28.23-24). 
•1.3--2.16 Essa série de profecias começa com seis nações gentílicas: Síria. Fi-
lístia, Fenícia. Edom. Amam e Moabe. E então, dramaticamente, os oráculos vol-
tam-se contra Judá 12.4-5) e Israel 12.6-16) 
•1.3 Por três transgressões ... e por quatro. Esse refrão, repetido a cada pro-
fecia, é um exemplo de paralelismo que usa números ascendentes para efeito de 
ênfase lcf. SI 62.11; Mq 5.5). Esse artifício padrão da poesia antiga do Oriente 
Próximo não deve ser entendido literalmente, mas significa "por muitas trans-
gressões". 
Damasco. Davi derrotou e guarneceu de soldados essa cidade real da Síria l2Sm 
8.6) Durante o reinado de Salomão, porém, Damasco se desvencilhou do jugo is-
raelita, tendo Rezam como rei 11 Rs 11.23-25). 
trilhos de ferro. Os trilhos eram uma tábua de madeira munida com dentes de 
ferro ou de basalto, fixados na parte de baixo. Um boi puxava o trilho sobre os 
grãos, enquanto aquele que o manuseava ficava de pé sobre o mesmo. Os sírios 
são acusados de ter tratado Gileade com extrema crueldade 12Rs 13.7). 
•1.4 meterei fogo. Esse refrão, que aparece em cada uma das mensagens. 
também se acha em Oséias 18.14) e Jeremias 117.27; 21.14; 29.27; 50.32) O 
fogo era largamente compreendido no antigo Oriente Próximo como um instru-
mento de julgamento divino. Com freqüência também era usado na guerra, e era 
considerado uma maneira pela qual um deus expurgava um povo rebelde qual-
quer. Essa compreensão pagã também reflete uma verdade revelada nas Escritu-
ras: o verdadeiro Deus, de fato. julgará pelo fogo l2Pe 3.7, nota). 
Hazael. O rei da Síria lc. de 841-801 a C ). cujo reinado foi predito pelo profeta Eli-
seu (2Rs 8.13). 
castelos. Esses "castelos" parecem ter sido fortalecidos à posição de paláci-
os-cidadelas da nobreza antiga. 
Ben-Hadade. Esse é um título de trono, como o "Faraó" do Egito. Provavelmen-
te, o terceiro rei com esse nome estivesse em pauta. O primeiro ajudou o rei de 
Judá, Asa. contra o rei Baasa l1Rs 1518-20). O segundo. Ben-Hadade li, foi as-
sassinado pelo usurpador Hazael 12Rs 8 14-15). O filho de Hazael. Ben-Hadade Ili, 
foi contemporâneo de Jeoacaz, de Israel (2Rs 13 25). Foi ele quem fez o exército 
de Israel como "o pó, trilhando-os" 12Rs 13.7). 
•1.5 eliminarei. Esse verbo é, com freqüência, usado para indicar o aniquila-
mento mediante a guerra IJs 23.4; Is 107). 
o morador. Lit, "aquele que se assenta", provavelmente o rei. A palavra hebraica 
é usada para indicar Deus sentado ou entronizado como rei, em SI 2 4; 22.3 ("en-
tronizado"); 29.1 O. 
Biqueate-Áven. Lit "vale da Iniquidade"_ É possível que se refira à antiga Helió-
polis da Síria, atualmente chamada Baalbeque, no vale do Becá do líbano. Ao que 
tudo indica, era um centro da adoração ao sol. 
Bete-Éden. Provavelmente, fosse um distrito a cerca de 320 km a nordeste de 
Damasco !não deve ser confundido com o jardim do Éden, Gn 2 8. nota) e era go-
vernado por um rei vassalo sírio. O objetivo do paralelismo entre o Biqueate-Áven 
e Bete-Éden é indicar que não somente Damasco. mas também seus territórios. 
serão destruídos. 
Síria ... Quir. O território original dos sírios 197), Ou1r, se tornará o lugar do exílio 
deles. 
•1.6 Gaza. A cidade mais ao sul das cinco cidades reais dos lilisteus. AsQue\\lrn, 
Asdode, Ecrom. Gate e Gaza. Localizada entre o Egito e Canaã. Gaza era um cen-
tro comercial natural. 
em cativeiro todo o povo. Ou seja, um grupo inteiro de exilados !ver também o 
v. 9). O comércio dos filisteus incluía escravos. Os prisioneiros de guerra normal-
mente tornavam-se escravos, mas aqui uma população inteira foi vendida à es-
cravidão. A referência aparente é à captura e venda de israelitas durante o 
reinado de Jeorão 12Cr 21.16-17; JI 3.3,6). 
ÃMÓS 1, 2 1028 
todo o povo, para o entregarem a Edom. 7 ºPor isso, meterei 
fogo aos muros de Gaza, fogo que consumirá os seus castelos. 
8 Eliminarei o morador Pde Asdode e o que tem o cetro de 
Asquelom e qvolverei a mão contra Ecrom; e r o resto dos filis· 
teus perecerá, diz o SENHOR. 
9 Assim diz o SENHOR: Por três transgressões de 5 Tiro e por 
quatro, não sustarei o castigo, porque entregaram todos os ca-
tivos a Edom e não se lembraram da aliança de irmãos. to Por 
isso, meterei fogo aos muros de Tiro, fogo que consumirá os 
seus castelos. 
11 Assim diz o SENHOR: Por três transgressões de 1Edom e 
por quatro, não sustarei o castigo, porque perseguiu o seu "ir· 
mão à espada e baniu toda a misericórdia; e a sua ira não ces· 
sou de despedaçar, e reteve a sua indignação para sempre. 
12 Por isso, vmeterei fogo a Temã, fogo que consumirá os cas· 
telas de Bozra. 
13 Assim diz o SENHOR: Por três transgressões dos X filhos de 
Amam e por quatro, não sustarei o castigo, porque rasgaram o 
ventre às grávidas de Gileade, para dilatarem os seus próprios 
limites. 14 Por isso, meterei fogo aos muros de zRabá, fogo que 
consumirá os seus castelos, ªcom alarido no dia da batalha, 
com turbilhão no dia da tempestade. 15 bO seu rei irá para oca-
tiveiro, ele e os seus príncipes juntamente, diz o SENHOR. 
2 Assim diz o SENHOR: ªPor três transgressões de Moabe e por quatro, não sustarei o castigo, porque bqueimou os 
ossos do rei de Edom, até os reduzir a cal. 2 Por isso, meterei 
fogo a Moabe, fogo que consumirá os castelos de coueriote; 
Moabe morrerá entre grande estrondo, alarido e som de 
trombeta. 3 Eliminarei do juiz do meio dele e a todos os seus 
príncipes com ele matarei, diz o SENHOR. 
Ameaças contra Judá 
4 Assim diz o SENHOR: Por três transgressões de •Judá e 
por quatro, não sustarei o castigo, /porque rejeitaram a lei do 
.~ 7 o Jr 47.1 8 P Jr 475; Sf2.4 qs1 81.14 'Is 14.29-31; Jr 47.1-7; Ez 25.16; JI 3.4-8; SI 2.4-7; Zc 95-7 9 5 Is 23.1-18; Jr 25.22; Ez 26.2-4; JI 
3.4-8 11 lls2111;Jr49.8;Ez2512-14;Ml1.2-5uNm20.14-21,2Cr28.17;0b10-12 12 VJr49.7,20;0b9-10 lJXJr49.1;Ez25.2; 
Sf 2.8-9 14 zDt 3.11, 1Cr 20.1; Jr 49.2 ªEz 21.22; Am 2 2 15 bJr 49.3 
CAPÍTULO 2 1 a Is 15.1-16; Jr 25.21; Ez 25.8-11, SI 2.8-11 b 2Rs 3.26-27 2 e Jr 48.24.41 3 dNm 24.17; Jr 48.7 4 e 2Rs 17.19; Os 
12.2; Am 3.2 /Lv 26.14 
Edom. Esse antigo irmão de Israel (Gn 25.30) recebeu israelitas como escravos 
da parte dos filisteus. Por causa de seu papel nesse pecado entre irmãos, Gaza, 
que representa a Filístia como um todo, era agora sentenciada. 
•1.8 Asdode. Uma forte e próspera cidade da Filístia, localizada a 29 km a nor-
deste de Gaza. 
Asquelom. A terceira cidade real da Filístia ficava a meio caminho entre Gaza e 
Asdode, na costa do Mediterrâneo 
Ecrom. A localização exata dessa cidade real da Filístia é incerta; vários locais a 
nordeste de Asdode têm sido sugeridos. Gate, a quinta cidade real, não é mencio-
nada porque ela já havia sido derrotada por Hazael (2Rs 12.17) e, novamente, por 
Sargão li (722-705 a CJ A Assíria foi o instrumento primário dejulgamento divino 
contra todas essas cidades, e todas as quatro foram subseqüentemente mencio-
nadas nos anais da Assíria como vassalos de Esar-Hadom (681-669) e Assur-
banípal (668-627). 
•1.9 Tiro. Uma das duas principais cidades fenícias (a outra é Sidom) menciona-
da nas cartas cananéias de Tell-el-Amarna (século XIVa.C.). O nome Tiro significa 
"pederneira". Tiro foi construída em uma grande rocha no mar e era considerada 
praticamente inexpugnável até o século IV a.C., quando Alexandre, o Grande, 
conquistou a cidade construindo um caminho elevado até ela. 
entregaram todos os cativos. Ver notas no v. 6. 
não se lembraram da aliança. Essa frase denota a observância das obrigações 
da aliança e é uma frase padrão nas antigas alianças ou tratados internacionais 
(cf. Gn 9.15; Êx 2.24; Lv 26.42) Tiro não manteve seus tratados com Israel. 
de irmãos. No antigo Oriente Próximo, os reis que se compactuavam por trata· 
dos chamavam-se "irmãos" Foi por isso que Hirão, de Tiro, chamou Salomão de 
"meu irmão" (1Rs 9.13; cf. 1Rs 5.12), dentro do contexto das relações de tratado 
com Davi (2Sm 5.11). Mais tarde, Acabe continuou a relação de amizade com a 
Fenícia casando-se com Jezabel, filha de Etbaal, o rei de Sidom (1 Rs 16.31 ). 
•1.11 perseguiu o seu irmão à espada. Ver nota no v. 6. Esses eventos do rei-
nado de Jeorão incluem a revolta de Edom e a aliança com os filisteus e os ára-
bes, que atacaram Judá e entraram em Jerusalém, saqueando o palácio real e 
deportando a família real (2Cr 21 .16-17; Ob 1O-14). 
•1.12 Temã. Temã foi um neto de Esaú (Gn 36.11, 15) O clã que dele descendia 
deu seu nome à região ao sul de Edom, bem como a uma aldeia a cerca de 24 km 
de Petra. Aqui, está em pauta a região de Temã. Seus habitantes eram famosos 
por sua sabedoria (Já 2.11; Jr 49.7). 
Bozra. Essa era a cidade mais ao norte de Edom, a cerca de 56 km de Petra. Ao 
mencionar suas regiões nos extremos norte e sul, Amós designa Edom inteiro à 
destruição. 
•1.13 filhos de Amom. Os amonitas descendiam de Ben-Ami, que era filho do 
truque e incesto da filha mais jovem de Ló (Gn 19.34-38). Eles viviam entre Harã e 
Moabe. 
rasgaram o ventre às grávidas. Essa atrocidade em particular também foi pra-
ticada por outros, incluindo Hazael, da Síria (2Rs 8.12). Menaém, de Israel (2Rs 
15 16) e pela Assíria (Os 13.16). O propósito aparente foi aniquilar descendentes 
que poderiam tentar reivindicar o território. 
dilatarem os seus próprios limites. Os reis do antigo Oriente Próximo e Médio 
orgulhavam-se, tipicamente, de que tinham estendido as fronteiras de suas ter-
ras. Ao assim fazerem, imaginavam que estavam efetuando o desejo de seus 
deuses. 
•1.14 Rabá. Uma forma abreviada da referênc·1a inteira: "Rabá dos filhos de 
Amam" (Dt 3.11; 2Sm 12.26). Sua localização é a moderna cidade de Amã, na 
Jordânia. 
turbilhão ... tempestade. Nas Escrituras, a figura de uma tempestade violenta e 
destruidora é, com freqüência, usada para indicar o tumulto da batalha, bem 
como para indicar a ira de Deus, ou, de fato, para ambas as coisas ao mesmo 
tempo (SI 83.15; Is 5.28; 17.13; 29.6; 66.15; Jr 4.13; 23.19; 25.32) 
•1.15 ele e os seus príncipes juntamente. Conforme a prática assíria regular, 
um rei vencido, sua casa e seus oficiais seriam levados juntamente para o exílio. 
Sob Salmaneser Ili (858-824 a C.). a Assíria conquistou Amam, tornando esse 
país um vassalo assírio. 
•2.1 queimou os ossos do rei de Edom. De acordo com a tradição hebraica, 
eram os ossos do rei moabita, Mesa. Tal queima indicava um desprezo especial, e 
era concebida como algo que privava o morto de paz no além. Josias queimou os 
ossos de falsos sacerdotes no altar de Betel (2Rs 23.15-16). 
•2.2 llueriote. Provavelmente, fosse o nome de uma das grandes cidades dos 
moabitas, que também era um centro religioso (Jr 48.41 ). O local exato da mes-
ma é incerto. A palavra hebraica também poderia ser entendida com o sentido de 
"cidades", conforme os tradutores da Septuaginta (Antigo Testamento Grego) a 
entenderam. 
trombeta. Essa trombeta (hebr. shophar) era feita de um chifre de carneiro, e 
transmitia sinais de ordem nas guerras antigas. 
•2.3 Eliminarei. Ver nota em 1.5. 
•2.4 Judá. Estavam concluídos os cinco oráculos contra nações pagãs, e o reino 
do Sul, Judá, agora era ameaçado. O 1ulgamento divino aproximava-se cada vez 
mais do reino do Norte, Israel, onde o próprio Amós profetizava (v. 6). 
rejeitaram a lei ... estatutos. Por terem rejeitado a lei da aliança revelada por 
Deus, e, portanto, o próprio Deus, eles tinham-se tornado particularmente mere-
cedores do juízo divino (Êx 15.26; Dt 4.39-40). Os privilégios da aliança de Judá 
implicavam em maior responsabilidade lcf. Lc 12.48). 
ÃMÓS 2, 3 1029 
SENHOR e não guardaram os seus estatutos; antes, gas suas 
próprias mentiras os enganaram, e hapós elas andaram seus 
pais. s iPor isso, meterei fogo a Judá, fogo que consumirá os 
zes por baixo. lOTambém vvos fiz subir da terra do Egito e 
xquarenta anos vos conduzi no deserto, para que possuísseis a 
terra do amorreu. 11 Dentre os vossos filhos, suscitei zprofetas 
e, dentre os vossos jovens, ªnazireus. Não é isto assim, filhos 
de Israel? - diz o SENHOR. 12 Mas vós aos nazireus destes a be-
ber vinho e aos profetas ordenastes, bdizendo: Não profetizeis. 
castelos de Jerusalém. 
Ameaças contra Israel 
6 Assim diz o SENHOR: Por três transgressões de !Israel e por 
quatro, não sustarei o castigo, porque 1os juízes vendem o justo 
por dinheiro e mcondenam o necessitado por causa de um par 
de sandálias. 7 1 Suspiram pelo pó da terra sobre a cabeça dos 
pobres e npervertem o caminho dos mansos; ºum homem e 
seu pai coabitam com a mesma jovem e, assim, Pprofanam o 
meu santo nome. 8 E se deitam 0ao pé de qualquer altar sobre 
roupas rempenhadas e, na casa do seu deus, bebem o vinho 
13 e Eis que 3 farei oscilar a terra debaixo de vós, como 4 os-
cila um carro carregado de feixes. 14 dDe nada valerá 5 a fuga 
ao ágil, o forte não usará a sua força, e nem o valente salvará a 
sua 6vida. ts O que maneja o arco não resistirá, nem o ligeiro 
de pés se 7!ivrará, nem tampouco o que vai montado a cavalo 
salvará a sua vida. 16 E o mais 8corajoso entre os valentes fu· 
girá nu naquele dia, disse o SENHOR. 
zdos que foram multados. 9Todavia, eu destruí diante deles so O castigo contra a maldade de Israel 
amorreu, cuja 1altura era como a dos cedros, e que era forte 3 Ouvi a palavra que o SENHOR fala contra vós outros, fi· 
como os carvalhos; e "destruí o seu fruto por cima e as suas raí- lhos de Israel, contra toda a família que ele fez subir da 
·---~ ~~~~~~ ~-~~~ --~~-~- ~~~~~- .. . ··~ 
gls 9 15-16; 28.15; Jr 16.19; Hc 2.18 h Jr 9 14; 16.11-12; Ez 20.13.16, 18 5 i Jr 17.27; Os 8.14 6 J Jz 2.17-20; 2Rs 17.7-18; 18.12; Ez 
22 1-13,23-29 /is 29.21 m JI 3.3; Am 4.1; 5.11; 8.6; Mq 2.2; 3.3 7 n Am 5.12 o Lv 18.6-8; Ez 22.11 P Lv 20.3; Ez 36.20-22 1 Ou Pisam sobre 
8q1Co 8.10 rÊx 22.26 20u dos condenados 9 sGn 15.16; Nm 21.25; Dt 231; Js 10.12 IEz 31.3 u1s 5.24; Ez 17.9; [MI 4.1] 10 VÊx 
12 51; Am 3.1; 9.7XDt 2.7 11zNm12.6 a Nm 6.2-3; Jz 13.5 12 b Is 30 10; Jr 11.21; Am 7.13.16; Mq 2.6 13 e Is 1.14 3 Ou sou 
pesado por vós 4 Ou é pesado 14 d Jr 46.6 e SI 33.16; Jr 9.23 5 Ou o lugar de refúgio 6 Ou alma 15 7Du salvará 16 B Lit. forte de 
coração 
após elas andaram seus pais. A antiga expressão idiomática do Oriente Próxi-
mo "andar após" significa seguir em obediência como um vassalo ou servo. Judá 
estava seguindo mentiras, servindo de vassalo de deuses falsos ou demônios (Dt 
32.17; Rm 6.16; 1Co 1020). 
•2.5 meterei fogo. Ver nota em 1.4. 
Jerusalém. Jerusalém significa "cidade da paz". A palavra hebraica para "paz" 
(shalom) denota não somente a ausência de guerra, mas também prosperidade e 
bem-estar. Visto que Judá não havia procurado integridade no Senhor, eles veriam 
a destruição. e não a paz. Essa profecia foi cumpridamais de cento e cinqüenta 
anos mais tarde, quando Nabucodonosor li conquistou Jerusalém e incendiou 
cada edifício notável, incluindo a casa real l2Rs 25 8-1 O). 
•2.6 Israel. Começa aqui a acusação do reino do Norte - Israel é culpado de in-
justiça social. imoralidade sexual e abusos religiosos (vs 6-8). 
vendem o justo por dinheiro. Temos aqui uma referência ao sistema 1udicial 
corrupto. Os juízes dispunham-se a condenar os inocentes mediante o pagamen-
to de um suborno. 
o necessitado. O Senhor tinha a preocupação especial de que os direitos do po-
bre sejam protegidos (Êx 23.6; Jr 5 28), mas eles estavam sendo vendidos à es-
cravidão, mesmo por dívidas insignificantes (aqui simbolizadas por um par de 
sandálias\. A escravidão indigente em Israel era legal, mas foi cuidadosamente li· 
mitada pela lei de Moisés (Êx 21.2; Dt 15.12; 1 Pe 2.18 e notas) 
•2. 7 coabitam com a mesma jovem. Amós denuncia aqui a paixão sexual 
descontrolada. Tal conduta era contra a intenção original de Deus (Gn 2.21-24; Mt 
19.4-6). além de profanar o santo nome de Deus (Lv 18.24). A lei mosaica proibia 
a união sexual entre pessoas relacionadas por parentesco próximo de sangue (Lv 
\ 8 5-\ 8\; e embora a legislação mosaica não mencione essa situação específica 
(compartilhar de uma prostituta em comum). o princípio básico deveria ainda ser 
aplicado. 
•2.8 se deitam ... sobre roupas. Eles se entregavam ao culto de prostituição da 
fertilidade, ao lado dos altares. profanando assim o nome do Senhor. Havia muitos 
altares em Israel, incluindo aqueles de Betel 13 141. Dã 18.14) e Gilgal (Os 12.11 ). 
Seus pecados de licenciosidade sexual e idolatria somavam-se ao fato de dormi-
rem sobre roupas tomadas como garantia para empréstimos, por ~arte dos po-
bres. Tais vestes não deveriam ser retidas durante a noite (Ex 22.26; Dt 
24.12-13). 
o vinho dos que foram multados. Vinho tomado dos pobres como pagamento 
por multas injustamente impostas. Talvez a bebedeira acompanhasse a indulgên-
cia sexual que acaba de ser mencionada. 
•2.9 eu destruí ... o amorreu. Fiel às suas promessas da aliança com Israel (Gn 
15.16-21). o Senhor tinha expulsado os cananeus (simplesmente chamados aqui 
de "amorreus") da Terra Prometida. Ver nota em Gn 10.16. 
como a dos cedros. Essa descrição relembra o relatório dado pelos doze espias 
(Nm 1332-33). mas também a ira de Deus contra tudo que é altivo e orgulhoso 
(Is 2 12-18) 
fruto por cima ... raízes por baixo. Uma expressão poética que indica destrui-
ção completa. 
•2.10 da terra do Egito. Ao lembrar-lhes de sua fidelidade à aliança (cf. Gn 
50 24; Êx 3.8). o Senhor firma sua causa contra a infidelidade de Israel. 
•2.11 suscitei profetas. Soberanamente, o Senhor levantou profetas (Dt 
18.15-22), juízes IJz 2.18). sacerdotes 11 Sm 2.35) e reis 12Sm 7.12). Os profetas 
serviam como mensageiros do processo legal, enviados por Deus para conclamar 
o povo de Deus à obediência. 
nazireus. Ver nota em Nm 6.1-21. O Antigo Testamento cita Sansão como um 
nazireu (Jz 13 4-5) É provável que Samuel também tenha sido um nazireu l1Sm 
111, nota) 
•2.12 Mas vós. Em contraste com a fidelidade do Senhor. Israel procurava frus-
trar os propósitos de Deus, ordenando aos mensageiros de Deus que não profeti-
zassem, e fazendo os nazireus beberem vinho (uma violação de seus votos). 
Mostravam o seu desprezo tanto pelo Senhor como pela sua lei. 
•2.13 farei oscilar a terra debaixo de vós. O original hebraico deste versículo 
é difícil de traduzir. Talvez devesse ser traduzido como: "Eu vos pressionarei para 
baixo". Assim como uma carruagem atola pela pressão de seu conteúdo, tornando-
se imóvel, assim também Israel será incapaz de fugir lv 14) 
•2.14 ao ágil. o forte. Um quadro vívido de impotência: os de pés ligeiros não 
conseguirão escapar, e os fortes não permanecerão de pé. 
•2.15 arco ... pés ... cavalo. Todas as unidades do exército falharão perante a ira 
de Deus. 
•2.16 fugirá nu. Até os mais bravos guerreiros não somente se desfarão de sua 
armadura e de suas armas. mas também de todo o empecilho. incluindo as ves-
tes. no pânico de sua fuga inútil. Essa fuga despida é uma total humilhação. 
naquele dia. A frase com freqüência indica o Oia do Juízo do Senhor \Sf 1 . 7, 
nota). Aqui, refere-se ao dia da conquista de Israel pelos assírios. que Já se aproxi-
mava. 
•3.1-15 Deus aciona um processo contra Israel através de seu servo. Amós. 
•3.1 Ouvi a palavra. Esse mandamento solene ocorre de novo em 4.1 e 5.\ e 
reflete mandamentos para ouvir e obedecer ao Senhor, existentes nos documen-
tos da aliança original (Dt 4.1; 5.1; 6.3). Ele também ocorre regularmente nas 
ações judiciais da aliança (Jr 2.4; Os 4.1 ). 
AMós3 1030 
terra do Egito, dizendo: 2 ªDe todas as famílias da terra, so-
mente a vós outros vos escolhi; bportanto, eu vos punirei por 
todas as vossas iniqüidades. 
J Andarão dois juntos, se não houver entre eles acordo? 
4 Rugirá o leão no bosque, sem que tenha presa? 1 Levantará 
o leãozinho no covil a sua voz, se nada tiver apanhado? s Cai-
rá a ave no laço em terra, se não houver 2armadilha para ela? 
Levantar-se-á o laço da terra, sem que tenha apanhado algu-
ma coisa? 6 Tocar-se-á 3 a trombeta na cidade, sem que o povo 
se estremeça? csucederá algum mal à cidade, sem que o 
SENHOR o tenha feito? 7 Certamente, o SENHOR Deus não fará 
coisa alguma, sem primeiro drevelar o seu segredo aos seus 
servos, os profetas. B Rugiu o leão, quem não temerá? Falou o 
SENHOR Deus, e quem não profetizará? 
9 Fazei ouvir isto nos castelos de 4 Asdode e nos castelos da 
terra do Egito e dizei: Ajuntai-vos sobre os montes de Samaria 
e vede que grandes tumultos há nela e que 5opressões há no 
meio dela. 10 Porque IsraeJ/não sabe fazer o que é reto, diz o 
SENHOR, e entesoura nos seus castelos a violência e 6a devas-
tação. 11 Portanto, assim diz o SENHOR Deus: Um inimigo cer-
cará a tua terra, derribará a tua fortaleza, e os teus castelos 
serão saqueados. 12 Assim diz o SENHOR: Como o pastor 7 ii-
vra da boca do leão as duas pernas ou um pedacinho da ore-
lha, assim serão salvos os filhos de Israel que habitam em 
Samaria com apenas o canto da cama e 8parte do leito. 
13 Ouvi e protestai contra a casa de Jacó, diz o SENHOR 
Deus, o Deus dos Exércitos: 14 No dia em que eu punir Israel, 
por causa das suas transgressões, visitarei também os altares 
de BBetel; e as pontas do altar serão cortadas e cairão por ter-
ra. 15 9Derribarei ha casa de inverno com ia casa de verão; ias 
casas de marfim perecerão, e as grandes casas serão destruí-
das, diz o SENHOR. 
....... ~ 
~ CAPÍTULO 3 2 a [Gn 18.19; Êx 19.5-6; Dt 7 6; SI 147.19] bJr 14.1 O; Ez 20.36; Dn 9.12; Mt 11.22; [Rm 2.9] 4 1 Lit Dará 5 2Qu isca ou 
ceva 6 e Is 45.7 3 o chifre de carneiro 7 dGn 6.13; 18.17; [Jr 2322]; Dn 9 22; [Jo 1515] 8 e Jr 20 9; [Mq 3 8]; At 4.20; 1 Co 9.16 
9 4 Confonme TM; LXXAssíria 5Qu oprimidos 10/SI 14.4; Jr 4.22; Am 5.7; 6.12 ô Ou pilhagens 12 70u arranca BHebr. incerto, possivel-
mente no canto de uma cama e sobre a coberta de um leito 14 gzRs 23.15; Os 10.5-8, 14-15; Am 4.4 15 h Jr 36.22 i Jz 3.20 i1 Rs 22.39; 
SI 45.8 9 Lit Ferirei 
-----~~~~ 
•3.2 somente a vós outros vos escolhi. Em adição ao conhecimento IGn 4 91, 
a palavra hebraica para "escolhi" tem uma vasta gama de significados, incluindo o 
sentido de relações sexuais IGn 4.1 ). Aqui o termo denota a eleição ou escolha 
soberana da parte de Deus de Israel como o objeto de seu cuidado amoroso IGn 
18.19; cf. Dt 7.7-8) 
portanto. As graças da aliança do Senhor incluem a punição pelos pecados, pre-
cisamente por que ele ama o seu povo demais para permitir que o pecado passe 
sem disciplina (Pv 311-12) 
•3.3-6 Amós apresenta uma série de questões para as quais a resposta, em 
cada caso, é perfeitamente clara. O propósito dessas perguntas é enfatizar que a 
sua mensagem vem da parte de Deus. 
•3,3 Andarão. "Andar junto" com alguém,neste caso, significa concordar com o 
destino e rota. Implicitamente, o profeta "anda" com o Senhor. 
•3.4 Rugirá. Sendo um caçador silencioso, o leão ruge somente depois que a 
sorte de sua presa está selada. Tal como há uma razão para o rugido do leão, as-
sim também deve haver uma causa por detrás das declarações do profeta. 
•3,5 armadilha. Ver nota textual. Nenhuma ave seria apanhada em uma arapu-
ca sem qualquer isca. 
•3.6 trombeta. Ver nota em 2.2. No mundo antigo, o cerco de uma cidade era 
uma possibilidade terrível, pois freqüentemente resultava em inanição da popula-
ção, seguidas de todos os horrores da conquista: estupros, pilhagem, assassinato 
e incêndios. 
mal. O Antigo Testamento ensina que o Senhor é o Criador da paz e da calamida-
de lls 45. 7) Isso não quer dizer que Deus seja o autor do mal, mas que, soberana-
mente, ele envia desastres ou adversidades sobre os indivíduos e nações, como 
uma justa punição. As maldições proferidas em Gn 3.14-19 mostram que o Se-
nhor é quem envia tais punições. 
•3.7 o SENHOR,,, não fará coisa alguma, sem primeiro revelar. O Senhor 
que age dessa maneira também revela-se e interpreta seus atos aos profetas e 
através deles. Deus revelou os seus planos acerca de Sodoma e Gomorra a 
Abraão, o primeiro "profeta" designado assim nas Escrituras IGn 18.17; 20.7) 
seus servos, os profetas. Moisés, o supremo profeta do Antigo Testamento, 
foi chamado de "servo do SENHOR" IDt 34.5). Profetas subseqüentes foram carac-
terizados pela frase similar: "Meus servos, os profetas" IJr 7.25; Ez 38.17; cf. Dn 
910). 
•3.8 quem não profetizará. Da mesma maneira que o rugido do leão evoca o 
medo, assim também a voz do Senhor compelia os profetas a proclamarem a sua 
palavra (Dt 18.18; cf. 1Co 9.16). 
•3.9 Fazei ouvir isto. Este mandato está no plural e, aparentemente, é dirigido 
aos servos do Senhor, os profetas. 
Asdode ... Egito. Poeticamente, Amós convocou a nobreza pagã para considerar 
a injustiça que reinava em Samaria. Israel (o reino do Norte) deveria ser mais justo 
que seus vizinhos pagãos, e não menos; e é irônico que estes pagãos fossem 
chamados como testemunhas da má conduta de Israel. 
os montes de Samaria. A cidade de Samaria estava cercada por montes, de 
onde os espectadores são solicitados a contemplá-la. 
tumultos. Ou "perturbações", conforme a palavra foi traduzida em 2Cr 15.5. Tais 
condições eram resultantes do pecado, e eram o contrário de "paz" (hebr. sha-
lom) 
•3.1 O a violência e a devastação. Os bens mal adquiridos com seu comporta-
mento violento e destrutivo. Os ricos haviam saqueado e pilhado os pobres. 
•3.11 inimigo. A Assíria. O pensamento contido neste versículo reflete a subs-
tância da maldição da aliança pela desobediência (Dt 28.52). 
•3.12 o pastor livra.,, um pedacinho. De acordo com as leis antigas, os pasto-
res deveriam demonstrar sua diligência ao resgatar uma porção de uma ovelha, 
apanhada por alguma besta fera (cf Gn 31.39 e nota) A ovelha de Israel só será 
salva em uma condição mutilada - de fato, a nação seria destruída. 
parte do leito. Os ricos reclinavam-se preguiçosamente em divãs baixos (como 
os romanos faziam mais tarde em seus banquetes), desfrutando do luxo que ex-
torquiam dos pobres (64) 
•3.13 Ouvi e protestai. O mandamento aqui lno plural) pode ter sido dirigido 
aos pagãos que tinham sido convocados como testemunhas, ou aos mensagei-
ros do Senhor, que receberam ordens de convocar as testemunhas pagãs (v. 9, 
nota). 
•3.14 No dia ... por causa das suas transgressões. O fraseado aqui usado 
nos faz relembrar os documentos originais da aliança (Êx 32.34). 
altares de Betel. Jeroboão 1 tinha feito um bezerro de ouro para Israel adorar em 
Betel, no Norte, como alternativa para desestimular a adoração em Jerusalém, 
no Sul, e tinha instalado ali um altar (1 Rs 12.25-33) Tanto o altar quanto o santuá-
rio foram mais tarde destruídos por Josias (2Rs 23.15) 
pontas do altar. Um fugitivo podia abrigar-se no templo segurando os chifres 
do altar 11Rs1.49-51 ), embora esse privilégio nem sempre tenha sido observa-
do 11Rs2.28-35) Até esse último recurso para um Israel pecaminoso seria cor-
tado. 
•3.15 a casa de inverno ... a casa de verão. A possessão tanto de uma casa 
de inverno quanto de uma casa de verão era um grande luxo, que somente os reis 
ou os muito ricos podiam sustentar. O Senhor destruiria essas casas múltiplas e 
mansões decoradas. A Assíria, o instrumento de julgamento de Deus (Is 105-6), 
era hábil em tal destruição e saque, como as vastas riquezas de Nínive testificam 
amplamente INa 2.9). 
1031 AMÓS4 
Ameaças contra as mulheres de Samaria 
4 Ouvi esta palavra, ªvacas de Basã, que estais no monte de Samaria, oprimis bos pobres, esmagais os necessitados 
e dizeis a 1 vosso marido: Dá cá, e cbebamos. 2 dJurou o 
SENHOR Deus, pela sua santidade, que dias estão para vir so-
bre vós, em que vos levarão e com anzóis e as vossas restantes 
com fisga de pesca. 3/Saireis cada uma em frente de si pelas 
brechas e 2 vos lançareis para Hermom, disse o SENHOR. 
A cegueira espiritual de Israel 
4 gVinde a Betel e transgredi, a h Gilgal, e multiplicai as 
transgressões; ; e, cada manhã, trazei os vossos sacrifícios i e, 
de três em três 3 dias, os vossos dízimos; s / e oferecei sacrifício 
de louvores do que é levedado, e apregoai mofertas voluntári-
as, e publicai-as, porque disso gostais, ó filhos de Israel, disse 
o SENHOR Deus. 
6 Também vos deixei de dentes 41impos em todas as vos-
sas cidades e com falta de pão em todos os vossos lugares; 
ncontudo, não vos convertestes a mim, disse o SENHOR. 
7 Além disso, retive de vós a chuva, três meses ainda antes da 
ceifa; e fiz chover sobre uma cidade e sobre a outra, não; um 
campo teve chuva, mas o outro, que ficou sem chuva, se se-
cou. 8 Andaram duas ou três cidades, indo a outra cidade 
para beberem água, mas não se saciaram; contudo, não vos 
convertestes a mim, disse o SENHOR. 9 ° Feri-vos com o cresta-
mento e a ferrugem; a multidão das vossas hortas, e das vos-
sas vinhas, e das vossas figueiras, e das vossas oliveiras, 
Pdevorou-a o gafanhoto; contudo, não vos convertestes a 
mim, disse o SENHOR. 10 Enviei a peste contra vós outros qà 
maneira do Egito; os vossos jovens, matei-os à espada, e os 
vossos cavalos, deixei-os levar presos, e o mau cheiro dos vos-
sos arraiais fiz subir aos vossos narizes; contudo, não vos con-
vertestes a mim, disse o SENHOR. 11 Subverti alguns dentre 
vós, como Deus subverteu a 'Sodoma e Gomorra, e vós fostes 
como um tição arrebatado da fogueira; contudo, não vos con-
vertestes a mim, disse o SENHOR. 
12 Portanto, assim te farei, ó Israel! E, porque isso te farei, 
5 prepara-te, ó Israel, para te encontrares com o teu Deus. 
13 Porque é ele quem forma os montes, e cria o 5vento, 1e de-
clara ao homem qual é o 6seu pensamento; e faz da manhã 
• ~PÍTUL04 1 ªSI 22 12;~~.6 cpy 23-; i Litseusmestresa~seussenhoresousenhoresdelas 2 dS\ 89.35 eJr16.16; Ez 
29.4; Hb 1.15 3/Ez 12.5 20u vós os lançareis 4gEz 20.39; Am 3.14 hOs 4.15 iNm 28.3; Am 5.21-22iDt 14.28 30uanos, Dt 14.~8 
S iLv 7.13 mLv22.18; Dt 12.6 6 n2Cr28.22; Is 26.11;Jr5.3; Ag 217 4Famintos 9 ªDt28.22; Ag 2.17 PJ\ 1.4,7; Am 7.1-2 10 qEx 
9.3,6; Lv 26 25; Dt 28 27,60; SI 78.50 11 'Gn 19.24-25; Dt 29.23; Is 13.19; Jr 49.18; Lm 4.6 12 5 Jr 5.22 13 tS\ 139 2; Dn 2.28 5 Ou 
espírito ô do homem ou de Deus 
•4.1-13 Através de seu servo Amós, Deus iniciou um segundo processo pactuai 
contra Israel. 
•4.1 Ouvi esta palavra. Ver 3.1 e nota. 
vacas de Basã. As mulheres ricas de Samaria, que tinham sido criadas e cuidadas 
como o melhor gado de Basã, uma área fértil a leste do rio Jordão (Dt 3.1, nota). 
•4.2 Jurou ... pela sua santidade. Essa mesma frase ocorre uma vez mais em 
outro lugar. no SI 89.35. Nenhum outro juramento pode ser maior ou mais definiti-
vo (Hb 613-14) 
anzóis. Freqüentemente, os assírios conduziam seus prisioneirospor meio de 
cordas que estavam presas a argolas ou anzóis postos em seus narizes ou lábios. 
•4.3 e vos lançareis para Hermom. A localização é atualmente desconhecida. 
•4.4 Betel ... Gilgal. Esses eram locais importantes na história antiga de Israel; 
Betel fora um santuário durante o período dos juízes, e Samuel julgava tanto ali 
como em Gilgal (1 Sm 7.16). Eram, igualmente, centros de adoração sincretista 
durante o período do reino dividido (5 5). 
de três em três dias. Embora a palavra hebraica traduzida por "dia" aqui signifi-
que um ano (nota textual), ou mesmo um período não especificado porém mais 
longo (Gn 1.5, nota), parece que aqui estão em pauta três dias literais. As obser-
vâncias religiosas de Israel ultrapassavam aquilo que a lei requeriam. Embora en-
tusiasmados sobre questões rituais, os israelitas não gozavam de um 
relacionamento vivo com Deus. 
•4.5 sacrifício ... do que é levedado. A lei da aliança deixava claro que não de-
veriam queimar pão levedado como um sacrifício (Lv 2.11, 6.17; 7 .12) Sarcasti-
camente, Amós os exortou a continuarem em sua desobediência. 
porque disso gostais. No antigo Oriente Próximo, o termo para "gostar" ou 
"amar" tinha um significado especial nas alianças: o "amor" de um vassalo pelo 
seu soberano impunha obediência (Dt 6.5; cf. Jo 14.15). A desobediência da na-
ção deixava claro que Israel amava os ritos e a idolatria, e não o Senhor. 
•4.6-11 Esta seção revisa o que o Senhor fez ao castigar o seu povo, a fim de ad-
vert·1-\os e chamar a atenção deles de volta a ele. A frase enfática .. também vos 
deixei" indica a mudança de assunto. Todos os desastres aqui mencionados fo-
ram ameaçados na aliança (Dt 28). Israel deveria ter compreendido isso e se arre-
pendido. Porém. conforme o refrão repete: "Contudo, não vos convertestes a 
mim, disse o SENHOR" (4.6,8-11). 
•4.6 vos deixei de dentes limpos. Os dentes deles estavam limpos porque 
nada tinham para comer. A aliança tinha ameaçado com fome e carências, como 
penalidade por causa da desobediência (Dt 28.47-48). 
•4.7-8 a chuva. As chuvas de inverno, que caíam entre outubro e fevereiro, 
eram essenciais para que os plantios começassem a crescer. As chuvas da pri-
mavera. ou últimas chuvas, que caíam em março e abril, proviam o crescimento 
maduro (Jr 5.24). O Senhor havia prometido essas chuvas. se Israel obedecesse 
seus mandamentos (Lv 26.34), mas também havia advertido que ele as reteria, 
se fosse desobediente (Lv 26.18-19; Ot 28 23-24). 
•4.9 o crestamento e a ferrugem. O Senhor havia ameaçado com essas pra-
gas na lei da aliança (Dt 28.22; cf. Ag 2.17) 
gafanhoto. A palavra hebraica que indica esse inseto destruidor deriva-se, pro-
vavelmente, do verbo que significa "cortar" (cf. JI 1.4; 2 25). Ironicamente, a pu-
nição aqui descrita é exatamente o que o Senhor tinha infligido ao Egito (SI 
105 34-35), cujo Faraó rebelara-se contra Deus. A rebelde nação de Israel rece-
beu a mesma punição e, tal como Faraó, não se arrependeu. 
•4.1 O peste ... Egito. O Senhor havia ameaçado com uma praga na aliança com 
Israel (Dt 28.21 ), juntamente com todas as enfermidades do Egito (Dt 
28 21,60-61) 
matei-os à espada. Essa foi outra maldição da aliança que foi cumprida (Êx 
22.24). 
•4.11 subverteu a Sodoma e Gomorra. Frases similares ou idênticas foram 
usadas em profecias contra a Babilônia (Is 13.19; Jr 5040) e Edom (Jr 49 18). A 
devastação de Sodoma e Gomorra proveu um símbolo do 1uízo de Deus contra o 
pecado (Gn 19 24-25; Dt 29.23, nota); aqui Deus promete destruir Israel comple-
tamente, da mesma maneira. 
tição arrebatado da fogueira. Apesar da repetida misericórdia que Deus havia 
demonstrado pelo seu povo (p. ex., 2Rs 13.3-5; cf. Zc 3 2). eles permaneceram 
ingratos e sem arrependimento. 
•4.12 Portanto, assim te farei. Ou então: '"Porque isso é o que tenho feito a ti". 
O hebraico é ambíguo. Ou lança uma advertência acerca do futuro. ou cita o pas-
sado como uma razão para temer. 
prepara-te ... Deus. Essa trase deriva-se de Êx 19.15-17, onde, após três dias de 
santificação, o povo encontrou-se com o Senhor, no Sinai. Então encontraram 
com um Deus que estava graciosamente fazendo uma aliança com eles. Agora, 
entretanto, eles se encontrariam com um Deus que estava vindo para julgar a de-
sobediência deles à aliança. 
•4.13 quem forma ... declara ... faz ... pisa. Este versículo tem a forma de um 
título real ou divino do antigo Oriente Próximo: uma série de títulos ou epítetos 
usados para descrever os feitos ou poderes de uma divindade ou de um rei. Aqui 
AMóS5 1032 
trevas u e pisa os altos da terra; vSENHOR, Deus dos Exércitos, 
é o seu nome. 
densa treva em manhã, ie muda o dia em noite; o que 1chama 
as águas do mar e as derrama sobre a terra; mSENHOR é o seu 
nome. 9 É ele que faz vir súbita destruição sobre o forte e 
Buscai a Deus e vivei ruína contra a fortaleza. 
5 Ouvi esta palavra que ªlevanto como lamentação sobre 10 n Aborreceis na porta ao que vos repreende e 0 abo-vós, 6 casa de Israel: 2 Caiu a virgem de Israel, nunca minais o que fala sinceramente. 11 PPortanto, visto que 
mais tomará a levantar-se; estendida está na sua terra, e não 1 pisais o pobre e dele exigis 2 tributo de trigo, não habitareis 
há quem a levante. 3 Porque assim diz o SENHOR Deus: A nas casas de pedras lavradas 0que tendes edificado; nem 
cidade da qual saem mil conservará cem, e aquela da qual bebereis do vinho das vides desejáveis que tendes plantado. 
saem cem conservará dez à casa de Israel. 12 Porque rsei serem muitas as vossas transgressões e graves 
4 Pois assim diz o SENHOR à casa de Israel: bBuscai-me ce os vossos pecados; 5afligis o justo, tomais suborno e 1rejeitais 
vivei. s Porém não busqueis a dBetel, nem venhais a Gilgal, os necessitados na porta. 13 Portanto, "o que for prudente 
nem passeis a eBerseba, porque Gilgal, certamente, será guardará, então, silêncio, porque é tempo mau. 
levada cativa, e fBetel será desfeita em nada. 6 gBuscai ao 14 Buscai o bem e não o mal, para que vivais; e, assim, o 
SENHOR e vivei, para que não irrompa na casa de José como SENHOR, o Deus dos Exércitos, estará convosco, vcomo 
um fogo que a consuma, e não haja em Betel quem o apague. dizeis. IS x Aborrecei o mal, e amai o bem, e estabelecei na 
7Vós que hconverteis o juízo em alosna e deitais por terra a porta o juízo; ztalvez o SENHOR, o Deus dos Exércitos, se 
justiça, 8 procurai o que faz o 1Sete-estrelo e o Órion, e torna a compadeça do restante de José. 
-~~~-~-~ --~~~-~~~~- -~-~-~ - ~~~-~~ ~ -- ~ -_ ~~--~ ~~~ 
uMq_ 1.3 Vis 47.4; Jr 10.16 
CAPITULO 5 1 ª Jr 7.29; 910,17; Ez 19.1 4 b [Dt 4.29; 2Cr 15.2; Jr 29 13] C[ls 55 3] 5d1 Rs 12 28-29; Am 4.4 e Gn 21.31-33; Am 
8.14/0s 4.15 6 g[ls 55.3,6-7; Am 5 14] 7 h Am 6.12 8 i Jó 9 9; 38.31 iSI 104.20 1 Jó 38.34 m [Am 4 13] 1OnIs29.21; 66.5; Am 
5.15 o 1 Rs 22.8; Is 59.15; Jr 17.16-18 11 P Am 2.6 o Dt 28.30,38-39; Mq 6.15; Sf 1.13; Ag 1.6 1 esmagais com os pés 2 Ou impostos ou taxas 
12ros5.3Sls1.23;5.23;Am2.611s29.21 1JuAm6.10 14vMq3.11 1sxs19710;Rm129ZJl2.14 16ª2Cr35.25;Jr9.17 
eles descrevem o grande Rei, o qual é abundantemente capaz de cumprir as 
maldições com as quais ele originalmente ameaçou na aliança (cf Is 44.24-28) 
SENHOR, Deus dos Exércitos, Ver nota em Zc 1.3. 
•5, 1 Ouvi esta palavra. Ver 3.1 e nota. 
lamentação. Como se estivesse de luto por um morto, Amós derrama uma 
lamentação por Israel. Esse artifício literário é freqüentemente usado nas 
profecias do Antigo Testamento (p. ex, Jr 7.29; Ez 19.1; 26.17; 27.2; 32.2). 
•5.2 Caiu, Esse termo é usado em outras lamentações (p. ex, 2Sm 1.19,25,27; 
3.34; Lm 2.21) 
virgem de Israel. Esse tipo de personificação é usado acera de Israel (cf. Jr 
18.13; 2Rs 19.21 ), bem como de outras nações, tais como a Babilônia (Is 47.1) e 
o Egito (Jr 46.11) 
•5.3 mil ... dez. Os drásticos reversos militares descritos aqui talvez ecoem a 
profecia de tais desgraças na aliança, asquais o Senhor advertiu que viriam por 
causa da idolatria (Dt 32 15-18,28-30) 
•5.4 Buscai-me e vivei. O Senhor prometeu sair ao encontro daqueles que 
buscassem por ele, mesmo no exílio (Dt 4.29; cf. Lm 3.25). Tragicamente, o 
próprio povo do Senhor não buscou a ele (Is 9.13; Jr 10.21) 
•5.5 Betel ... Gilgal. Ver nota em 4.4. 
Berseba. Esse antigo lugar santo (Gn 21.31-33; 26.23-25; 46 1-5) estava 
localizado a 80 km a su-sudoeste de Jerusalém. Pessoas do reino do Norte iam 
até ali, em peregrinação (8.14). No século VII a.e , Josias destruiu os lugares altos 
"desde Geba a Berseba", durante as suas reformas (2Rs 23.8). 
Gilgal ... cativa. Essas palavras formam um jogo de palavras aliterativo no 
hebraico. 
•5.6 casa de José. Efraim e Manassés, as tribos que descendiam de José (Gn 
48.15, nota). cujos territórios tribais continham Betel (Efraim) e Gilgal 
(Manassés]. Esses santuários do Norte seriam destruídos Berseba, no reino do 
Sul, escaparia ao fogo do julgamento que varreria o reino do Norte. 
fogo. Ver nota em 1.4. 
quem o apague. O fogo do julgamento divino não poderia ser apagado (Is 1.31; 
Jr 4.4; Mt 3.12). 
•5.7 o jufzo ... a justiça. Essas palavras com freqüência aparecem juntas no 
Antigo Testamento, como qualidades de vida que o Senhor deseja (v. 24; Is 5. 7) 
•5.8 faz ... toma ... derrama. Ver nota em 4.13. Essa majestosa descrição do 
Senhor faz um tremendo contraste com o versículo anterior. 
Sete-estrelo. Um grupo de estrelas na constelação de Taurus, com seis ou sete 
estrelas bem visíveis a olho nu. 
Órion. Na mitologia clássica, a con~telação de Órion é "o Caçador" No Livro de 
Jó, igualmente, o Sete-estrelo e o Orion são citados juntos como evidências do 
poder e da sabedoria incomparáveis de Deus (Jó 9.9; 38.31 ). 
•5.1 O na porta. Grande parte dos negócios legais de uma cidade era efetuada 
em sua porta, uma larga passagem com salas laterais. 
ao que vos repreende ... o que fala sinceramente. Temos aqui uma 
referência àqueles que reprovam a falsidade no tribunal e lá dão testemunhos 
verídicos. Israel tinha chegado a odiar tais pessoas, presumivelmente porque 
ameaçavam práticas corruptas e ganho desonesto (2.6 e nota). 
•5.11 não habitareis ... nem bebereis. A mald1çáo da futilidade (o náo 
desfrutar do fruto do próprio trabalho) tinha caído sobre os cananeus, quando Is-
rael os expulsou de suas cidades (Dt 6.10-11 ). Agora Israel sofrerá sorte idêntica, 
em conformidade com as palavras de Dt 25.30 (cf Is 65.21-23; 1Co 15.58). 
casas de pedras lavradas. Essas casas de pedras eram construções caras, em 
contraste com as casas de tijolos de barro, nas quais vivia a maioria das pessoas 
(cf. Is 9 10) 
•5.12 Porque sei. Israel precisava perceber que o Senhor sabe o que eles talvez 
imaginassem que ele não saiba lcf. SI 73 .11, Jó 22 13-14) 
suborno. O termo hebraico pode significar desde um suborno comum 11 Sm 
12.3) até um resgate por uma vida (Êx 21.30) Aqui pode se tratar do recebimento 
de um resgate pela vida de um assassino, o que era contrário à lei (Nm 35.31) 
•5.13 tempo mau. Essa frase explica porque os prudentes guardarão silêncio; 
os tempos serão tão maus que a verdade não será tolerada. 
•5.14 Buscai o bem e não o mal. Quanto a esse pensamento de 
arrependimento eficaz, ver Is 1.16-17. Em 5.4, eles foram convidados: 
"Buscai-me". Somente Deus é bom (Mt 19.17). 
para que vivais. A obediência ao Senhor traria aos israelitas segurança e 
prosperidade (Dt 28.1-14); mas este versículo indica uma verdade mais profunda: 
conhecer a Deus é receber a própria vida (Jo 17.3) 
Deus ... estará convosco. Essa é a mais profunda necessidade do povo de 
Deus, expressa profeticamente no nome Emanuel ("Deus conosco", Is 7.14; cf 
Mtl.23) 
como dizeis. Israel alegava presunçosamente que o Senhor estava com eles, 
apesar da rebeldia deles, simplesmente porque Deus tinha entrado em aliança 
com eles (cf. Mt 3.9). 
•5.15 na porta o juízo. Ver nota no v. 1 O. 
restante de José. O reino do Norte, Israel, era dominado pela tribo de Efraim. 
descendentes de um dos filhos de José (Dt 33.17, nota)_ Embora Israel fosse rela-
1033 AMÓS 5, 6 
16 Portanto, assim diz o Senhor, o SENHOR, Deus dos Exér-
citos: Em todas as praças haverá pranto; e em todas as ruas di-
rão: Ai! Ai! E ao lavrador chamarão para o pranto e, para o 
choro, ªos que sabem prantear. 17 Em todas as vinhas haverá 
pranto, porque bpassarei pelo meio de ti, diz o SENHOR. 
18 e Ai de vós que desejais o Dia do SENHOR! Para que dese-
jais vós do Dia do SENHOR? É dia de trevas e não de luz. 
19 e como se um homem fugisse de diante do leão, e se encon-
trasse com ele o urso; ou como se, entrando em casa, encos-
tando a mão à parede, fosse mordido de uma cobra. 20 Não 
será, pois, o Dia do SENHOR trevas e não luz? Não será com-
pleta escuridão, sem nenhuma claridade? 
cas de vossos animais cevados. 23 Afasta de mim o estrépito 
dos teus cânticos, porque não ouvirei as melodias das tuas li-
ras. 24 i Antes, corra o juízo como as águas; e a justiça, como 
ribeiro perene. 25 !Apresentastes-me, vós, sacrifícios e ofertas 
de manjares no deserto por quarenta anos, ó casa de Israel? 
26 Sim, levastes 3Sicute4 , 1vosso rei, 40uium, vossa imagem, 
e o vosso deus-estrela, que fizestes para vós mesmos. 27 Por 
isso, vos desterrarei mpara além de Damasco, diz o SENHOR, 
ncujo nome é Deus dos Exércitos. 
A corrupção e a destruição de Israel 
6 ªAi dos que andam bà vontade em Sião e e dos que vivem sem receio no monte de Samaria, homens notáveis dda 
Deus exige justiça e não sacri.ficios principal das nações, aos quais vem a casa de Israel! 2 e Passai 
21 f Aborreço, desprezo as vossas festas e g com as vossas a fCalné e vede; e, dali, ide gà grande Hamate; depois, descei 
assembléias solenes não tenho nenhum prazer. 22 E, hainda a Gate dos filisteus; hsois melhores que estes reinos? Ou será 
que me ofereçais holocaustos e vossas ofertas de manjares, maior o seu território do que o vosso território? 3 Vós que 
não me agradarei deles, nem atentarei para as ofertas pacífi- iimaginais estar longe io dia mau 1e fazeis chegar mo trono 
6 17 bÊx 12.12 18 Cfs 5.19; Jr 1715; JI 1.15; 2.1,11,31 dls 5.30; JI 2.2 -~ eJÓ 20.2U-24.17-18, Jr4;~~4 21fls1.11-16; Am 4.4-5; 
8.1O8Lv 26.31; Jr 14.12; Os 5.6 22 h Is 66.3; Mq 6 6-7 24 i Jr 22.3; Ez 45.9; Os 6.6; Mq 6.8 25 iDt 32.17; Js 24.14; Ne 9.18-21; At 
7.42-,43 26 11Rs 11.33 3 LXX e V tabernáculo de Moloque 4 Uma divindad.e pagã 27 m 2Rs 17.6; Am 7.11, 17; Mq 4.1 O n Am 4.13 
CAPITULO 6 1 ªLc 6.24bSI123.4; Is 32.9-11; SI 1.12 c1s 31.1; Jr49.4 dEx 19.5; Am 3.2 2 eJr2.10fGn 10.10; Is 10.9 81Rs 8.65; 2Rs 
18.34 h Na 3.8 3 ils 56.12; Ez 12.27; Am 910; Mt 24.37-39 i Am 5.18 i Am 5.12 m SI 94.20 
tivamente próspero e forte, essa frase antecipa o futuro, depois do castigo divino, 
quando, graciosamente, ele restauraria um remanescente do povo. 
•5.17 todas as vinhas. As lamentações por causa de Israel ressoarão em todas 
as partes da nação, visto que cada uma de suas regiões seria punida 
passarei pelo meio. O mesmo verbo ocorre em Êx 12.12, onde o Senhor fala de 
seu iminente julgamento do Egito. Ironicamente, porque Israel tornara-se tão pa-
gão quanto o Egito, Deus agora também "passaria pelo meio" de Israel em julga-
mento (7.2, nota). 
•5.18-27 Esta segunda porção do quinto capítulo trata do Dia do Senhor e de sua 
rejeição a Israel. 
•5.18 o Dia do SENHOR. Em última análise. esse é o grande e terrível "Dia do 
SENHOR", quando ele vier para julgar (cf. Is 2.12; 13.6-13; Ob 15; SI 1.7, 14). Cada 
julgamento do Antigo Testamento era. igualmente, um "Dia do SENHOR", anteci-
pando aquele dia final. Joel descreveu esse dia como dia de terríveis julgamentos 
e de destruição (JI 1.15-20; 2.11), embora o mesmo também seria acompanhado 
por um derramamento redentor do Espírito de Deus (JI 2.28-32) 
de trevas, e não de luz. Somente o Senhor tem o poder de fazer o dia ser tão 
escuro comoa noite, tanto literal quanto figuradamente no seu juízo (v. 8). 
•5.19 leão ... urso. Amós retrata vividamente a inutilidade de tentar escapar ao 
\ll\l<J \'i\'l\Wõ \\~ 'IA.17-18). 
•5.20 claridade. Além de denotar a luz física, a palavra hebraica para "clarida-
de" é associada com o Senhor (SI 18.12; Is 4.5) e com os justos (Pv 4.18-19; Is 
60.3; 62.1 ). Na terra não haverá a luz da retidão, e nem o brilho do rosto favorável 
do Senhor. O julgamento será negro e total, engo~ando a terra inteira. 
•5.21-24 Quanto a uma condenação similar de rituais e sacrifícios vazios e sem 
arrependimento. ver Mq 6.6-8 (cf. Mt 5.23-24; 1 Co 13.3). 
•5.21 Aborreço, desprezo. Duas palavras hebraicas combinam-se aqui para 
exprimir com mais ênfase a atitude do que qualquer uma delas poderia transmitir 
por si mesma. O resultado dessa combinação poderia ser: "Rejeito com ódio 
completo" 
não tenho nenhum prazer. Essa linguagem refere-se a holocaustos. De acordo 
com a aliança mosaica, o Senhor declara que, se o seu povo fosse desobediente, 
ele não aspiraria o aroma agradável de suas ofertas (Lv 26.31 ). 
•5.24 o juízo ... a justiça. Ver nota no v. 7. 
ribeiro perene. Os ribeiros ou "wadis" do Oriente Médio são cursos de água que 
correm sobre leitos pedregosos através dos quais as torrentes se precipitam nas 
estações chuvosas, mas que se ressecam em outras épocas. O Senhor deseja 
uma retidão que seja como a dele, isto é, forte e na qual se pode confiar. 
•5.25 Apresentastes-me. Oferendas tinham sido apresentadas ao Senhor du-
rante as peregrinações no deserto (Êx 18.12; Lv 9.8-24). A pergunta enfatiza que 
tais oferendas não eram de importância primária para o Senhor. Pelo contrário, 
ele quer adoração em espírito e em verdade, acompanhada pelo verdadeiro arre-
pendimento. 
•5.26 levastes Sicute ... Quium. Sicute (ou Sakute) era uma divindade assíria 
associada ao planeta Saturno, enquanto que Ouium (ou Kaiwan) era um termo 
babilônico para Saturno. Amós refere-se aqui a ídolos associados a divindades 
astrais, que eram carregados em procissões cúlticas. A Septuaginta (Antigo Tes-
tamento Grego) traduz a expressão hebraica "Sicute, vosso rei" como "taberná-
culo de Moloque" (as consoantes hebraicas são as mesmas), um texto citado por 
Estêvão, em At 7.43. 
que fizestes para vós mesmos. Os ataques do Antigo Testamento contra a 
idolatria com frequência concentram a sua atenção sobre a natureza dos ídolos 
como artefatos humanos (Is 44.9-20; Jr 10.1-5 e Mq 5_13). 
•5.27 para além de Damasco. O banimento para além de Damasco, na Síria, 
implicava em exílio para a Assíria, conforme o público alvo do profeta entenderia 
bem. O exílio para longe da pátria era uma das maldições originais da aliança (Dt 
2836,64) 
•6. 1 Sião ... monte de Samaria. Sião (Jerusalém) e Samaria eram as capitais 
de Judá e de Israel, respectivamente. Tal como seus contemporâneos Oséias, 
Isaías e Miquéias, Amós recebeu profecias dirigidas tanto ao reino do Norte quan-
to ao reino do Sul (Os 6.4-11; Mq 1.5). 
principal das nações. A mesma frase irõnica ocorre também em Nm 24.20 (re-
ferindo-se a Amaleque). Israel tinha-se tornado uma nação poderosa e próspera, 
sob Jeroboão li, e poderia imaginar-se a primeira entre as nações. 
•6.2 Calné. A identidade dessa cidade é incerta, mas pode ser a Calno mencio-
nada em Is 10.9, que foi conquistada por Sargão 11, rei da Assíria. em 71 O a C. 
grande Hamate. Localizada ao norte de Dã, no rio Orontes, na Síria, foi restaura-
da ao controle israelita por Jeroboão li (2Rs 14.23-25). 
Gata. Gate era uma das cinco principais cidades da Filístia 11.6, nota). Uzias, de 
Judá, tinha recapturado Gate do controle sírio (2Rs 12.17; 2Cr 26.6). 
sois melhores ... será maior o seu território. O contexto histórico e significa-
do exatos deste versículo tem sido debatido. Alguns sugerem que Calné, Hamate 
e Gate tinham sido conquistadas, e que Israel, portanto, também não deveria es-
perar escapar à conquista. Outros argumentam que Amós mencionou outras ca-
pitais florescentes da região para mostrar que Israel era tão grande quanto elas, 
talvez dando a entender que o território de Israel não era tão pequeno que os 
agressores o desconsiderariam e atacariam aquelas outras capitais. 
•6.3 trono da violência. Israel havia entronizado a violência, como a extorsão e 
AMÓS 6, 7 1034 
da violência; 4 que dormis em camas de marfim, e vos espre-
guiçais sobre o vosso leito, e comeis os cordeiros do rebanho 
e os bezerros do cevadouro; s nque cantais à toa ao som da 
lira e inventais, ºcomo Davi, Pinstrumentos músicos para vós 
mesmos; 6 que qbebeis vinho em taças e vos ungis com o 
mais excelente óleo, 'mas não vos afligis com a ruína de José. 
7 Portanto, agora, ireis em s cativeiro entre os primeiros que 
forem levados cativos, e cessarão as pãndegas dos espreguiça-
dores. 
8 1Jurou o SENHOR Deus por si mesmo, o SENHOR, Deus 
dos Exércitos, e disse: Abomino "a soberba de Jacó e odeio 
na, e ªserá destroçada em ruínas a casa grande, e a pequena, 
feita em pedaços. 
12 Poderão correr cavalos na rocha? E lavrá-la com bois? 
No entanto, ºhaveis tornado o juízo em veneno e o fruto da 
justiça, em alosna. 13 Vós vos alegrais com 3Lo-Debar e dize-
is: Não é assim que, por nossas próprias forças, nos apodera-
mos de 4 Carnaim? 14 Pois eis que C\evantarei sobre vós, ó 
casa de Israel, uma nação, diz o SENHOR, Deus dos Exércitos, 
a qual vos oprimirá, desde da entrada de Hamate até ao ribei-
ro da Arabá. 
os seus castelos; e abandonarei a cidade e tudo o que nela A Yisão do gafanhoto, do fogo e do prumo 
há. 9 Se numa casa ficarem dez homens, também esses mor- 7 Isto me fez ver o SENHOR Deus: eis que ele formava gafa-
rerão. to Se, porém, 1 um parente chegado, o qual os há de nhotos ao surgir o 1 rebento da erva serôdia; e era a erva 
queimar, toma os 2 cadáveres para os levar fora da casa e diz serôdia depois de findas as ceifas do rei. 2 Tendo eles comido 
ao que estiver no seu mais interior: Haverá outro contigo? E de todo a erva da terra, disse eu: SENHOR Deus, perdoa, ro-
este responder: Não há; então, lhe dirá: vcala-te, xnão men- go-te; ªcomo subsistirá Jacó? Pois ele é pequeno. 3 Então, ºo 
ciones o nome do SENHOR. 11 Pois eis que zo SENHOR orde- SENHOR se arrependeu disso. Não acontecerá, disse o SENHOR . 
• 5 n Is 51;:-~-;-5:;; o U:r~3:5 ;;C~~-16; 1~~ ó~~m-; ;4-1 'Gn 37.25 7 s Am 5.27 8 tGn 2216; Jr 5114; Am 42; 87; Hb 
6.13-17 u SI 47.4; Ez 24.21, Am 8.7 10 v Am 5.13 x Am 8.3 / Lit. um amado ou tio dele 2 Lit. ossos 11 Zls 55.11 ª 2Rs 25.9; Am 3.15 
12b1Rs 21.7-13; Is 59.13-14; Os 10.4; Am 5.7. 11-12 13 3 Lit. Nada 4 Lit. Chifres. um símbolo de força 14 e Jr 5.15 dNm 34.7-8; 1Rs 
8.65,)Rs 14.25 
CAPITULO 7 1 1 Litinícioda germinação das últimas colheitas 2 ªIs 51.19 3 ºDt3236; Jr 26.19; Os 11.8; Am 5.15; Jn 3.10; [Tg 5 16] 
o abuso dos pobres. como um meio de vida, ao mesmo tempo em que negava 
que o Dia do Juízo estava chegando. 
•6.4 marfim. Um símbolo de riquezas e do luxo (3.15; 1Rs 1 O 22) 
cordeiros ... bezerros. Cordeiros escolhidos eram guardados em estábulos, 
onde eram engordados para ocasiões especiais. Tal era o alimento normal dos ri-
cos em Samaria. 
•6.5 como Davi. Uma comparação irônica com os interesses musicais de Davi. 
Mas diferente dos esforços frívolos deles, Davi compôs muitos salmos para a gló-
ria do Senhor (2Sm 23.1) 
•6.6 em taças. Ou seja, em taças grandes ou bacias. A mesma palavra hebraica 
é usada para as bacias grandes perante o altar, no templo (Nm 7.13; Zc 14 20). A 
hipérbole usada pelo profeta retrata vividamente os excessos da cidade. 
José. Ver nota em 5.6. 
•6. 7 em cativeiro entre os primeiros. Essa frase é um jogo de palavras no he-
braico sobre a frase anterior, "principal das nações" (v. 1 ). Israel se imaginava a 
principal das nações, mas estaria entre os primeiros exilados. 
•6.8-14 Uma série de pronunciamentos de julgamento segue as acusações divi-nas dos vs. 1-7. 
•6.8 Jurou ... por si mesmo. De maneira semelhante ao que se vê em Gn 
22.16; Êx 32.13; Is 45.23, indicando aqui que a sentença judicial era inalterável 
(Hb 6.13, nota). 
a soberba de Jacó. Refere-se tanto ao orgulho de Israel como àquilo de que se 
orgulhava - sua força militar. A palavra traduzida por "castelos" tem o sentido 
de "palácios fortificados" ou "fortaleza". 
•6.9 Se numa casa ficarem dez homens. O significado parece ser que peque-
nos remanescentes que esperavam escapar serão achados e mortos. 
•6.10 um parente chegado ... os há de queimar. Lit.. "o parente de um ho-
mem e seu queimador", provavelmente o mesmo indivíduo. O temor à epidemia 
pode ter requerido cremação, em lugar de sepultamento. Ou a queima menciona-
da pode ser um fogo aceso em respeito aoo mortos (Jr 34.5). 
não menciones o nome do SENHOR. Anteriormente, uma pessoa poderia men-
cionar ou invocar o nome do Senhor, pedindo ajuda, visto ser ele o Deus da aliança 
com Israel. Mas no Dia do Juízo uma pessoa não podia fazer isso, porquanto o 
Deus da aliança estaria chegando para executar sua sentença (cf Is 48.1). 
•6.11 ordena. O Senhor estava despertando a Assíria, seu instrumento de juízo, 
para marchar contra Israel (cf. Is 105-6) 
casa grande, e a pequena. Ambas as casas grandes dos ricos e as casas peque-
nas dos pobres serão esmagadas pelo julgamento vindouro. Aqui, como freqüente-
mente em Hebreus, a palavra para "casa" pode também significar"família". 
•6.12 Poderão correr cavalos na rocha. Obviamente não. Ninguém faz correr 
um cavalo num chão tão traiçoeiro. Nem também iria alguém lavrar nas rochas. 
Mas a injustiça de Israel é igualmente absurda. Uma leitura sugerida da segunda 
pergunta, "lavrar-se-á ela com bois", requer uma divisão diferente de palavras no 
hebraico, e não é atestada por nenhuma versão antiga. É melhor tomanmos "rocha" 
como subentendido, embora não explicitamente declarado, na segunda pergunta. 
•6.13 Lo-Debar ... Carnaim. Lo-Debar era uma cidade de fronteira em Gileade. 
Carnaim, uma cidade na planície de Basã, no caminho de Damasco. Ambas foram 
aparentemente retomadas de Hazael por Jeoás (2Rs 10.32-33; 13.25). porém 
mais tarde conquistadas pela Assíria (2Rs 15.29). Os nomes significam, respecti-
vamente, "nada" e "um par de chifres". Um trocadilho é pretendido, pelo qual 
Amós diz que Israel se alegra na conquista de nada (a conquista de Lo-Debar, que 
logo será tomada pela Assíria, teve vida curta); e se gloria em haver tomado "um 
par de chifres" (símbolos de força militar no antigo Oriente Próximo). por sua pró-
pria força. Suas conquistas deram em nada, e sua força se desvanecerá diante do 
julgamento do Senhor. 
•6.14 uma nação. A Assíria. 
Hamate até ao ribeiro da Arabá. As fronteiras norte e sul do reino restaurado 
por Jeroboão li (2Rs 14.25) 
•7.1-8.3 Esta longa seção contém quatro visões (7 1-3; 7.4-6; 7.7-9; 8.1-3) e 
uma seção autobiográfica relacionada com a terceira visão (7 .10-17\. As primei-
ras duas visões têm esta estrutura: (a) o Senhor dá a visão; (b) Amós intercede; 
(c) o Senhor volta atrás. A conversação entre o Senhor e seu profeta é uma parte 
integral da experiência visionária. 
•7.1 gafanhotos. A palavra hebraica, que ocorre somente aqui e em Na 3.17, 
denota gafanhotos recém-formados, em grupos. 
erva serôdia ... ceifas do rei. Este verso parece indicar que a primeira colheita 
(as "ceifas do rei") representava a parte do rei (cf. 5.11; 1Rs 12.4), enquanto o la-
zendeiro e sua família dependiam da segunda colheita para sobreviver. A destrui-
ção desta segunda colheita pelos gafanhotos colocava a população em risco de 
passar fome. 
•7.2 comido de toda a erva da terra. A palavra hebraica para erva é geral; 
toda vegetação foi destruída, não somente as colheitas. Em hebraico. a frase 
completa faz eco à descrição da praga dos gafanhotos em Êx 10.12, 15 ("toda a 
erva da terra"). O Senhor puniria Israel. assim como ele puniu o Egito antes do 
êxodo. 
•7.3 se arrependeu. Movido pelo apelo intercessório, o Senhor está querendo 
~udar sua mente ou arrepender-se, no que diz respeito à punição pretendida (cf. 
Ex 32.12, 14; JI 2.13; Jn 3.10; Jr 18.8). Ver nota em Gn 6.6. 
1035 AMóS7 
4 Isto me mostrou o SENHOR Deus: eis que o SENHOR Deus 
2 chamou o fogo para exercer a sua justiça; este consumiu o 
grande abismo e devorava a 3herança do SENHOR. s Então, 
disse eu: SENHOR Deus, cessa agora; e como subsistirá Jacó? 
Pois ele é pequeno. ó E o SENHOR se arrependeu disso. Tam-
bém não acontecerá, disse o SENHOR Deus. 
7 Mostrou-me também isto: eis que o Senhor estava sobre 
um muro levantado a prumo; e tinha um prumo na mão. 8 O 
SENHOR me disse: Que vês tu, Arnós? Respondi: Um prumo. 
Então, me disse o Senhor: Eis que deu porei o prumo no meio 
do meu povo de Israel; 'e jamais passarei por ele. 9!Mas os 
4 ai tos de !saque serão assolados, e destruídos, os 5 santuários 
de Israel; ge levantar-me-ei com a espada contra a casa de Je-
roboão. 
Amós acusado como conspirador 
10 Então, Arnazias, ho sacerdote de iBetel, mandou dizer 
a jJ eroboão, rei de Israel: Arnós tem conspirado contra ti, no 
meio da casa de Israel; a terra não pode 6sofrer todas as suas 
palavras. 11 Porque assim diz Amós: Jeroboão morrerá à es-
pada, e Israel, certamente, será levado para fora de sua terra, 
tem cativeiro. 12 Então, Arnazias disse a Arnós: Vai-te, ó vi-
dente, foge para a terra de Judá, e ali come o teu pão, e ali 
profetiza; 13 mas mem Betel, daqui por diante, já não profeti-
zarás, nporque é o 7santuário do rei e 80 templo do reino. 
14 Respondeu Arnós e disse a Arnazias: Eu não sou profe-
ta, nem ºdiscípulo de profeta, mas Pboieiro e colhedor de si-
cômoros. IS Mas o SENHOR me tirou de após o gado e o 
SENHOR me disse: Vai e qprofetiza ao meu povo de Israel. 
ló Ora, pois, ouve a palavra do SENHOR. Tu dizes: Não profe-
tizarás contra Israel, 'nem 9falarás contra a casa de !saque. 
17 5 Portanto, assim diz o SENHOR: tTua mulher se prostituirá 
na cidade, e teus filhos e tuas filhas cairão à espada, e a tua 
terra será repartida a cordel, e tu morrerás na "terra imun-
da, e Israel, certamente, será levado cativo para fora da sua 
terra . 
• 4 2Castigou por meio do fogo, lit. convocou para contender por meio do fogo 3Ut.porção 5 e Am 7.2-3 8 d2Rs 21.13; Is 28.17; 34.11; Lm 2.8 e Mq 7.18 9 /Gn 46.1; Os 10.8; Mq 1.5 nRs 15.8-10; Am 7.11 4 Lugares de culto pagão 5 Ou lugares santos 1 O h 1 Rs 12.31-32; 13.33 i1Rs13.32; Am 4.4 j2Rs 14.23 ó Ou suportar 11 IAm 5 27; 6.7 13 mAm 212; At4.18n1Rs 12.29,32; Am 7.9 7Qu/ugarsanto BLit. 
a casa 14 º1Rs 20.35; 2Rs 2.5; 2Cr 19.2 P2Rs 3.4; Am 1.1; Zc 13.5 15 QAm 3.8 16 'Dt 32.2; Ez 21.2; Mq 2.6 9Ut.gotejarás 17 sJr 
28.12; 29.21,32 lls 13.16; Lm 5.11, Os 4.13; Zc 14.2 u2Rs 17.6; Ez 4.13; Os 9.3 
•7 .4 chamou o fogo. Ver nota em 1.4; Is 66.15-16. 
o grande abismo. O "grande abismo" poderia ser o mar Mediterrâneo, embora a 
mesma frase seja também usada para as caóticas águas subterrâneas (Gn 7 .11, 
nota) e para o mar Vermelho. no cruzamento de Israel lls 51.10). A perspectiva de 
um fogo que vai devorar mar e terra faz eco com a advertência de julgamento da 
aliança, em Dt 32.22. A ling~agem excede o que aconteceu no Novo Testamento, 
mas sugere de antemão o Ultimo Julgamento (cf. 2Pe 3.1 O; Ap 21.1). do qual to-
dos os julgamentos prévios não são senão tipos. 
•7.7 Mostrou-me. Esta e a quarta visão (8.1-3) têm a mesma estrutura: (a) o 
Senhor dá visão; (b) o Senhor questiona Amós; (b) Amós replica; (d) O Senhor ex-
plica e julga. Experiências visionárias similarmente estruturadas são registradas 
em Jr 1.11-12, 13-16. 
um muro levantado a prumo. Muitos interpretam esta imagem como sendo 
Israel sendo julgado para ver se correspondia ao padrão de Deus. Outros, seguin-
do outra análise de palavras, preferem "muro de lata". O mesmo simbolismo do 
"muro". na literatura egípcia, é usado para capacidademilitar (cf. "muro de bron-
ze", Jr 15.20 e "muro de ferro", Ez 4.3) O uso de uma palavra acádia (assíria) para 
o metal indica a fonte do poder militar que o Senhor vai usar para julgar Israel. 
tinha um prumo na mão. Ver nota acima. Muitos interpretam esta frase como 
uma relerência à lei da aliança de Deus, seu padrão para julgamento. Outros tra-
duzem esta frase como "com lata em sua mão", uma provável referência ao po-
der assírio, antecipando que ele porá "lata" (ou seja, poder assírio) no meio de seu 
povo (v. 8). 
•7.8 jamais passarei por ale. Não mais o Senhor passará por cima de suas 
transgressões (Mq 7.18). 
•7.9 os altos ... os santuários. Estes altos lugares eram locais de adoração idó-
latra cananéia (Dt 12.12; 2Rs 17.10-12). Os santuários eram para adoração idóla-
tra ou sincretista. 
espada ... casa de Jeroboão. O próprio Jeroboão poderia não morrer à espada, 
mas sua casa ou família poderia ser afetada. Embora Jeroboão aparentemente te-
nha morrido de morte natural (2Rs 14.29). seu filho Zacarias foi morto (2Rs 15.10). 
•7.10-17 A seção autobiográfica aparentemente relaciona-se à terceira visão, 
contando a reação de Amazias às profecias de Amós. 
•7 .10 o sacerdote de Betal. Amazias foi, provavelmente, o sumo sacerdote do 
templo de BeteL 
Amós tem conspirado. As implicações políticas da pregação do profeta são 
aparentes. Jeremias também foi erradamente considerado um traidor por causa 
de suas profecias contra Judá IJr 26.11; 37.11-13; 38.1-6). 
•7 .11 Jeroboão morrerá à espada. Provavelmente, uma alusão à profecia, no 
v. 9. Amazias distorce a citação de Amós, para fazer com que Jeroboão se sinta 
pessoalmente mais ameaçado. 
•7.12 ali come teu pão ... profetiza. Provavelmente, isto signifique "ganha a 
tua vida profetizando ali em Judá". Embora fosse apropriado que um profeta fosse 
pago por seu trabalho (1 Sm 9.6-8; mas cf. Mq 3.5, 11 ), Amazias acusa Amós de 
ser meramente um profeta de aluguel. As ordens de Amazias aqui são um exem-
plo do pecado de ordenar aos profetas que não profetizem 12.12). 
•7 .13 santuário do rei ... templo do reino. Desde o tempo em que Jeroboão 1 
estabeleceu a idolatria em Betel (3.14. nota). os reis de Israel tinham uma grande 
inftuência no culto. Amazias está preocupado com o santuário de seu reino terre-
no, em vez do santuário do grande Rei, o Senhor. Ironicamente, Amazias é o oficial 
religioso empenhado em proteger os interesses terrenos - a mesma acusação 
que ele trouxe contra Amós lv. 12). Uma futura geração de sacerdotes iria. da 
mesma maneira, levar à morte Jesus. o maior dos profetas, por causa da preocu-
pação errada de proteger seu próprio reino e templo (Jo 11.48). 
•7.14 não sou profeta, nem discípulo de profeta. Amós não era originalmen-
te um profeta, nem um dos chamados "filhos de profeta" (ou seja, discípulos de 
profetas: 1Rs 20.35; 2Rs 2.3,5.7,15). Ele não era um profeta profissional pago. 
boieiro. Ver nota em 1.1. 
colhedor de sicômoros. Alguém que tratava a fruta com corte especial, para 
garantir uma doçura maior, quando a fruta estava madura. Amós era talentoso 
em mais de um negócio l 1.1). 
•7.15 o SENHOR me tirou ... mau povo Israel. Amós rejeita completamente a 
acusação de Amazias (7 .12) e destaca seu divino chamado para profetizar. O 
mesmo fraseado é usado para a escolha que o Senhor fez de Davi para rei de 
Israel (2Sm 7.8) A alusão do profeta ao chamado de Davi indica que o Senhor 
tem o direito soberano de escolher tanto reis como profetas - e que seus profe-
tas têm todo direito de profetizar na residência oficial do rei (v. 13). 
•7.16 Não profetizarás. Ver 2.2 e nota; 7.12-13. 
• 7 .17 mulher se prostituirá. Ou sendo violentada na queda da cidade. ou por 
desespero. depois da perda da família e da riqueza (Dt 28.30). 
teus filhos a tuas filhas. filhos e filhas eram freqüentemente punidos junto 
com os pais pelas transgressões da aliança (Dt 28.32,53; Jr 5.17; Ez 24.21 ); mor-
te violenta era uma punição típica da aliança (Is 3.25; Jr 39 18) 
morrerás na terra imunda. O exílio seria extremamente desgostoso para o sa-
cerdote Amazias; vivendo numa terra pagã, ele se tornaria ritualmente imundo. 
Ver nota em Lv 11-16. 
Israel ... terra. Amós sarcasticamente cita as próprias palavras de Amazias do v. 
11, devolvendo-as a ele. 
AMÓS 8, 9 1036 
A visão de um cesto de frutos 
8 O SENHOR Deus me fez ver isto: eis aqui um cesto de fru-tos de verão. 2 E perguntou: Que vês, Amós? E eu res-
pondi: Um cesto de frutos de verão. Então, o SENHOR me 
disse: ªChegou o fim para o meu povo de Israel; be jamais 
passarei por ele. 3 Mas cos cânticos do templo, naquele dia, 
serão uivos, diz o SENHOR Deus; multiplicar-se-ão os cadáve-
res; em todos os lugares, dserão lançados fora. Silêncio! 
A ruína de Israel está perto 
4 Ouvi isto, vós que 1 tendes gana contra o necessitado e 
destruís os miseráveis da terra, s dizendo: Quando passará a 
Festa da Lua Nova, para vendermos os cereais? E eo sábado, 
para 2 abrirmos os celeiros de trigo, /diminuindo o ela, e au-
mentando o sido, e procedendo dolosamente gcom balanças 
enganadoras, ó para comprarmos os pobres hpor dinheiro e os 
quele dia, diz o SENHOR Deus, nfarei que o sol se ponha ao me-
io-dia e entenebrecerei a terra em 4 dia claro. 10 Converterei as 
vossas festas ºem luto Pe todos os vossos cânticos em lamenta-
ções; qporei pano de saco sobre todos os lombos e calva sobre 
toda cabeça; e farei que isso seja como luto por filho único, luto 
cujo fim será como dia de amarguras. 
11 Eis que vêm dias, diz o SENHOR Deus, em que enviarei 
fome sobre a terra, não de pão, nem sede de água, mas rde 
ouvir as palavras do SENHOR. 12 Andarão de mar a mar e do 
Norte até ao Oriente; correrão por toda parte, procurando a 
palavra do SENHOR, e 5não a acharão. 13 Naquele dia, as vir-
gens formosas e os jovens desmaiarão de sede, 14 os que, ago-
ra, 1juram "pelo 5ídolo de Samaria e dizem: Como é certo 
viver o teu deus, ó Dã! E: Como é certo viver o culto de vBer-
seba! Esses mesmos cairão e não se levantarão jamais. 
necessitados por um par de sandálias e vendermos o refugo do Os juízos de Deus são inevitáveis 
trigo? 7 Jurou o SENHOR ipela glória de Jacó: !Eu não me esque- 9 Vi o Senhor, que estava em pé junto ao altar; e me disse: 
cerei de todas as suas obras, para sempre! 8 Por causa disto, Fere os capitéis, e estremecerão os umbrais, e ªfaze tudo 
1não estremecerá a terra? E não se enlutará todo aquele que em pedaços sobre a cabeça de todos eles; matarei à espada até 
habita nela? Certamente, levantar-se-á toda como 3 o Nilo, será ao último deles; bnenhum deles fugirá, e nenhum escapará. 
agitada e abaixará mcomo o rio do Egito. 9 Sucederá que, na- 2 e Ainda que desçam ao 1 mais profundo abismo, a minha 
• CAPÍTULO~ 2 ª~z 7 2 bA~ ;-8 3 CA~~;; ~Am 69-~0 ~~:pisaissobr~, Am 2 7 5-eÊx 3113-17; Ne 13-1~f~q 610-11 gl~-~ 
19.35-36; Dt 25.13-15 2Lit. abrirmos o trigo 6 hAm 2.6 7 iDt 33 26,29; SI 6834; Am 68 /SI 10.11; Os 7.2; 8.13 8 IOs 4.3 mJr 46.7-8; 
Am 9.5 3 Alguns mss. Hebr., LXX, T, Se V o rio, !compare com 9 5); TM a luz 9 nJó 5.14; Is 13.10; 59.9-1 O; Jr 15.9; \Mq 3.6]; Mt 27.45; Me 
15.32; lc 23.44 4Lit. um dia de luz 10 o Lm 5.15; Ez 7 18 P Is 15.2-3; Jr 48.37; Ez 27.31 q Jr 6.26; [Zc 12 1 O] 11 r1sm 31; 2Cr 15.3; SI 
74.9;,Ez 7.26; Mq 3.6 12 s Os 5.6 14 tOs 4.15 u Dt 9.21 v Am 5.5 5 Ou Ashima, uma deusa síria 
CAPITULO 9 1ªSI68.21; Hc 3.13 bAm 2.14 2 cs1139.8; Jr 23.24 1 Hebr. Sheol 
•8.2 frutos de verão. As palavras hebraicas para "fruto de verão" e "fim" são 
parecidas, e são inteligentemente trazidas juntas aqui, para fazer efeito. A visão 
dos frutos de verão indica que "chegou o fim" para Israel. 
passarei por eles. Ver nota em 7.8 
•8.3 cânticos ... uivos. O Senhor não mais toleraria o barulho dos cânticos do 
templo 15.23), que se tornariam em uivos de infortúnio quando o Senhor viesse 
em julgamento. 
naquele dia. Ver nota em 5.18.

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