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Bíblia Estudo Genebra 23. Isaías (+ introdução aos profetas)

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Introdução aos 
PROFETAS 
O conceito de profecia é introduzido no Antigo Testamento 
pelo relacionamento entre Moisés e Arão. Quando Moisés se re-
cusou a falar, Arão foi designado por Deus como o porta-voz de 
Moisés (Êx 4.12-16); Arão seria a "boca" de Moisés para falar por 
ele. Mais tarde, o papel de Arão é descrito como o de "profeta" de 
Moisés (Êx 7.1-2). Da mesma forma, o profeta de Deus é aquele 
que transmite as palavras de Deus. Embora Deus não seja incapaz 
de falar - como o demonstram os episódios da sarça ardente. da 
entrega da Lei no Sinai e da voz suave ouvida por Elias - ele esco-
lheu enunciar as suas palavras ao seu povo através da voz de seres 
humanos. que são os seus agentes de revelação. 
De acordo com Hb 1.1, no período do Antigo Testamento. are-
velação se dava de "muitas maneiras''. Os fenômenos da profecia 
no Antigo Testamento ilustram esse aspecto. Há visões. êxtases. 
ações enigmáticas, compulsões interiores, sinais e maravilhas. É 
difícil resumir em poucas palavras esses aspectos duma instituição 
que abrange muitos períodos e situações, embora deva ser obser-
vado que a mensagem da profecia está nas palavras dos profetas, 
e suas ações dificilmente podem ser interpretadas de forma inde-
pendente. A profecia do Antigo Testamento não é obscura ou caó-
tica e não conduz o povo por caminhos egoístas. ocultos e 
destrutivos. Como a voz de Deus. os profetas exortavam, ameaça-
vam e encorajavam as pessoas. Ao pecado contínuo no coração 
humano, eles opunham a palavra de Deus. 
A história da profecia do Antigo Testamento é geralmente di-
vidida em três períodos principais. Os profetas que exerceram o 
seu ministério durante os primeiros anos da monarquia em Israel 
e em Judá nos são conhecidos somente pelo que deles se regis-
trou nos livros históricos. Profetas muito importantes para a histó-
ria de Israel. como Samuel, Natã, Elias e Eliseu, pertencem a esse 
período "pré-clássico" da profecia israelita. Como eles não regis-
traram suas profecias em livros separados, esses profetas são. 
em geral. lembrados mais pelos seus feitos do que por suas pala-
vras. O período "clássico" da profecia israelita, compreendido en-
tre os séculos VIII e VII a.C .. conheceu as primeiras coleções de 
oráculos registrados. Durante esse período, os profetas parecem 
agrupar-se ao redor de duas grandes crises: a queda de Israel di-
ante dos assírios (Amós e Oséias, em Israel; Isaías e Miquéias, 
em Judá) e a queda de Judá diante dos babilônios (Sofonias, 
Naum, Habacuque e Jeremias). Por último. os profetas "exílicos" 
e "pós-exílicos" proclamaram a palavra de Deus ao povo durante 
os obscuros anos do exílio na Babilônia (Ezequiel e Daniel) e du-
rante o período da restauração de Judá na Palestina (Ageu. Zaca-
fras e Ma\aw1ias\. 
O conteúdo do cânon protestante das Escrituras indica que o 
ministério profético como precursor do reino de Deus permaneceu 
em silêncio entre Malaquias e João Batista. Malaquias predisse 
que o Messias seria precedido pela vinda de Elias (MI 4.5-6). Elias 
não se reencarnou. mas a sua autoridade se fez ouvir novamente 
através de João Batista. As características e a mensagem de João 
Batista constituem uma espécie de descrição sucinta dos seus 
antecessores proféticos. João era um personagem à parte da socie-
dade. porém a sua mensagem compelia as pessoas a ouvi-lo. Ele 
se apresentou diante de reis e foi perseguido por eles. Sua mensa-
gem conclamava as pessoas a mudarem os seus caminhos e a se 
voltarem para Deus. Ele predisse a vinda e a grandeza de Jesus 
Cristo. Em todos esses aspectos, João se assemelha aos profetas 
do Antigo Testamento. 
Da mesma forma que João Batista tinha seus discípulos (Lc 
7.19; Jo 1.35-37; cf. At 19.1-5), os profetas do Antigo Testamento 
eram igualmente assistidos por servos 11 Rs 19.19-21; 2Rs 5.20) e 
acompanhados por grupos proféticos chamados de "os discípulos 
dos profetas" 12Rs 2.3-7. 15; 4.38; 6.1-3; cf. 1 Sm 10.10-12). Com 
base na evidência do relacionamento entre Baruque e Jeremias (Jr 
36.4; 14-18; 32). parece que esses grupos proféticos desempe-
nhavam papel importante no registro dos oráculos pronunciados 
pelos profetas e cuidavam da conservação dos livros que levavam 
os seus nomes. Um fato notável dos livros proféticos é que eles. 
muitas vezes, se constituem em coletâneas de passagens curtas, 
cuja conexão única advém do fato de terem sido proferidas pelo 
mesmo profeta. Há pouca narrativa ou escritos que fazem a transi-
ção no texto, e a sua referência histórica original pode ser difícil, se 
não impossível. de ser recuperada. 
Os livros proféticos foram originalmente escritos em pergami-
nhos individuais. muito antes que a produção de livros extensos 
numa única unidade física fosse possível. Não é de surpreender, 
portanto. que a ordem dos livros proféticos no cânon final das Escri-
turas apresente alguma variação. O cânon do Antigo Testamento 
aceito pelas igrejas protestantes é idêntico em conteúdo à Bíblia 
Hebraica, apesar das diferenças quanto à ordem dos livros. Em ge-
ral. como os livros do Novo Testamento. a ordem dos livros proféti-
cos é um consenso de considerações quanto à extensão, data e 
autoria dos livros. Isaías. Jeremias e Ezequiel, obviamente os "pro-
fetas maiores". são listados em ordem cronológica no início da co-
leção. Os livros relativamente curtos dos doze "profetas menores" 
(tidos, em conjunto, como um único livro na Bíblia Hebraica) se-
guem os primeiros sem uma ordem cronológica rígida. Na Bíblia 
Hebraica. Lamentações de Jeremias e Daniel (o último dos "pro-
fetas maiores" no cânon protestante) estão incluídos entre "os 
Escritos", juntamente com Já, Salmos e outros livros, especial-
mente Esdras e Neemias. que se ocupam do mesmo período his-
tórico. 
As palavras dos profetas são a mensagem de Deus ao povo 
de Deus. Embora elas contenham uma grande variedade de as-
suntos e estilos. é oportuno rever alguns dos seus temas recor-
rentes. 
1. É freqüente a figura do matrimônio. uma vez que o Senhor 
imprime em seu povo a marca da intimidade do seu relacionamen-
to com ele e o fundamenta em um solene compromisso com Israel 
(Ez 16.8-14; Os 2.14-20). 
PROFETAS 790 
2. A disputa Judicial no contexto da aliança (em hebraico, rib) é 
uma forma pela qual Deus apresenta ao seu povo a acusação deles 
terem violado a aliança existente entre ambas as partes !Os 12.3; 
Mq 6.1-3). Esse gênero é identificado pelos elementos de uma cor-
te de júri, com testemunhas e uma acusação formal. Com freqüên-
cia, os profetas criticavam a elite religiosa, rica e poderosa, por 
oprimir os pobres. Os profetas criticavam a nação como um todo 
com a acusação de que não havia "conhecimento de Deus" na ter-
ra (Os 4.1 ). O povo sabia a respeito de Deus, mas não mantinham 
um relacionamento fiel e confiável com ele. 
3. Os oráculos contra as nações são discursos que denunciam 
os inimigos do povo de Deus e condenam qualquer um que comete 
os pecados ali descritos (Jr 46-51; Ez 25-32). Israel nem sem-
pre é apresentado como mais justo que os povos vizinhos. 
4. O ensinamento moral dos profetas inclui pronunciamentos 
decisivos que desafiam a vontade dos pecadores. Os profetas con-
denam a desonestidade, a crueldade, o orgulho e a sensualidade. 
Eles denunciam a falsa religião, mas também a distorção da verda-
deira religião, especialmente qualquer ritual que esconda um cora-
ção vazio. 
5. A tensão entre a profecia verdadeira e a falsa pode gerar 
conflitos entre os profetas de Deus e os profetas dos falsos deuses 
(os profetas de Baal, 1 Rs 18.22) ou os profetas que alegam falsa-
mente falar em nome de Deus (Ananias, Jr 28). A prova de que um 
profeta é enviado por Deus e não é um impostor advém da tarefa 
profética de transmitir a palavra divina IDt 18.20-22). As profecias 
devem ser verdadeiras, inclusive aquelas que prevêem aconteci-
mentos futuros.A vida de um profeta deve ser conforme a palavra 
de Deus. Por fim, a mensagem do profeta deve ser coerente com a 
natureza e o ensinamento de Deus. 
6. Muitas profecias se referem ao Messias. No decurso da sua 
vida terrena, Jesus cumpriu numerosas predições ao seu respeito. 
Em seu conjunto, essas profecias são um testemunho convincente 
da condição única de Jesus como o foco da palavra profética. O 
Novo Testamento afirma que "o testemunho de Jesus é o espírito 
da profecia" (Ap 19.1 O) e que todas "as promessas de Deus" são, 
nele, o "sim" e o "amém" (2Co 1.20). 
Os profetas freqüentemente escrevem em versos poéticos. 
Esse fato, ao lado das referências a situações históricas remotas, 
pode tornar a tradução e a interpretação de suas palavras extrema-
mente difíceis. Em conseqüência disso, é preciso prestar particular 
atenção ao contexto or'1ginal da profecia, que provê a base correta 
para se ouvir a sua mensagem perene. Os profetas instruem e re-
preendem as pessoas de todas as classes sociais, denunciando 
todo tipo de pecado. Em termos religiosos, eles são "monoteístas 
éticos"; socialmente falando, são a inextinguível consciência do 
justo; espiritualmente, são os precursores do reino de Deus, anun-
ciando Jesus Cristo ao mundo. 
O ministério específico dos profetas do Antigo Testamento 
chegou ao final com a vinda de Jesus, o último e maior Profeta, 
como ele mesmo sugere (Lc 7.24-28) Todos os profetas que o an-
tecederam apontaram para ele. Com a chegada de Jesus, a orien-
tação da profecia para o futuro teve que passar por mudança 
permanente. No dia de Pentecostes, todo o povo de Deus rece-
beu o Espírito Santo IAt 2.17; cf. Nm 11.29), e o dom da profecia 
continuou com os "profetas" da igreja primitiva (At 21.10-11; Rm 
12.6; 1Tm 4.14; Ap 1.3). A nova autoridade e inspiração desses 
profetas devem ser distinguidas das dos profetas do Antigo Tes-
tamento. 
O ministério da Palavra foi confiado aos apóstolos e, então, à 
Igreja fundamentada sobre o seu testemunho. O evangelho já não 
é mais proclamado das "muitas maneiras" que caracterizaram os 
profetas do Antigo Testamento (Hb 1.1 ). Contudo, os profetas do 
antigo Israel permanecem como propriedade comum da Igreja de 
todos os tempos e, mesmo depois de séculos, continuam a ser a 
voz de Deus para o seu povo. 
O Livro de , 
ISAIAS 
Autor Isaías era um aristocrata de nascimento, 
: bem educado e por chamado divino tornou-se um 
proclamador dos oráculos de Deus. El,e foi o instru-
- mento escolhido por Deus em Jerusalem. 
Isaías era casado, e dois de seus filhos são mencionados em 
seu livro: Um-Resto-Volverá e Rápido-Despo10-Presa-Segura (Is 
7.3; 8.3). De acordo com a tradição, Isaías foi martirizado, tendo 
sido serrado pelo meio (cf. Hb 11.37). 
~ Data e Ocasião '"''" ""'"" o"" m'"''~ 
1 / ·" • ~ tério por um período de mais de quarenta anos, de 
: -~ 740 até depois de 701 a.C. A frase ini,cial de seu livro 
1 -~---_ 1nd1ca os reis que governaram Juda durante esse 
período: Uzias (morreu em 740 a.C.), Jotão (750-731 a.C.), Acaz 
(635-715 a.C.) e Ezequias (729-686 a.C.). Esta foi uma época de 
grande agitação política em decorrência do imperialismo assírio. 
No reinado de Jotão houve uma guerra entre Judá e os reinos 
unificados de Israel e Síria (a crise siro-efraimita de 734-732 a.C.; Is 
7-9). Nesta guerra, Acaz, rei de Judá, teve de enfrentar uma 
coalizão de forças de Peca, rei de Israel, e Rezim, rei de Arã ou Síria. 
Acaz reagiu com medo e incredulidade. Ele recusou o sinal de Deus 
(7.1 O) e tentou encontrar uma solução política. 
Durante o reinado de Ezequias, Judá e diversas outras nações 
lutaram contra a Assíria de Senaqueribe (705-681 a.C.). Este rei 
devastou os territórios de Judá e sitiou a própria Jerusalém. Mas, 
ao contrário de Acaz, Ezequias confiou no Senhor. Ele apresentou o 
seu problema diante de Deus em oração e confiou nas palavras que 
Deus proferiu através de Isaías (37.14-35). 
Durante a segunda metade do século VIII, o profeta investiu 
contra os governantes em razão de sua hipocrisia (1.10-15), 
ganância (5 8), auto-satisfação (5.11) e cinismo (5.19). Com esses 
pecados, eles estavam levando a nação à ruína moral. Deus 
levantou Isaías para anunciar o seu destino (6.11-13). Como Isaías 
havia predito, Israel foi exilado em 722 a.C., e Ezequias escapou por 
pouco da destruição imposta pelos assírios (36.1-37.37). 
O exílio de Israel na Babilônia forma o contexto do encoraja-
mento aos aflitos que caracteriza o ministério de Isaías. Em uma 
brilhante série de profecias de grande alcance, ainda que específi-
cas, /saías prediz a queda da Babilônia pagã (46.1--4 7 .15) e a sal-
vação do remanescente de Israel. Mais de cem anos antes de Ciro 
assumir o reinado da Pérsia, Isaías o anuncia pelo nome como o 
agente ungido por Deus para reconduzir o remanescente do seu 
povo de volta à terra (44.24--45.13). Isaías urge o remanescente 
a fugir da Babilônia (48.20-21 ). Ele desafia o povo a renovar a sua 
lealdade ao Senhor ao voltar para sua terra (56.1-8) e a evitar os 
atos de deslealdade do passado (57.3-13). 
Além dessa salvação imediata, Isaías ainda predisse a vinda 
de um Servo e Salvador muito maior do que Ciro. Este Servo anô-
nimo traria justiça às nações (42.1-4), estabeleceria Israel numa 
nova aliança com o Senhor (42.5-7), se tornaria uma luz para os 
gentios (49.1-7) e levaria os pecados do seu povo (52.13-
53.12). O Servo sofreria de livre vontade para conquistar essas vi-
tórias, e Deus o recompensaria e o justificaria (50.4-11 ). O Novo 
Testamento identifica este Servo com Jesus Cristo, o Senhor en-
carnado. 
Dificuldades de Interpretação Por 
mais de dois séculos, os estudiosos têm discutido 
sobre a unidade de Isaías. Dados históricos, filosófi-
- cos e lingüísticos foram levantados para comprovar 
que Isaías é o resultado de uma transmissão complexa que passou 
por diversas mãos. Em poucas palavras, eles dividem o livro em 
três seções, atribuindo-as ao Isaías de Jerusalém (caps. 1-39); a 
um profeta do tempo do exílio (Segundo ou "Dêutero-lsaías", caps. 
40-55); e a um profeta pós-exílico (o "Terceiro Isaías", caps. 
56-66) 
As variações de linguagem entre as divisões propostas para 
o livro podem ser devidas aos diferentes assuntos abordados, às 
mudanças de perspectiva ou ao amadurecimento pessoal do 
profeta. As semelhanças entre as três seções levaram muitos 
críticos a concluir que uma mão final unificou a obra. Esses ele-
mentos unificadores incluem a repetição de temas teológicos 
(Sião, a vinda de Deus, o representante davídico e a implementa-
ção do plano soberano de Deus), os nomes utilizados para Deus 
("o Santo de Israel," 1.4 e nota) e a mensagem unificada de julga-
mento e salvação. Os estudiosos conservadores defendem a 
compreensão tradicional de que o livro como um todo é obra de 
um só profeta, Isaías. A obra foi publicada sob seu nome (1.1). e o 
profeta é freqüentemente mencionado no texto (2.1; 7.3; 13.1; 
etc.). 
Outros livros do Antigo Testamento que possuem múltiplos 
autores, como Salmos e Provérbios, indicam esses autores. Nada 
do que o livro afirma sobre a sua autoria aponta para mais de um 
autor. No Novo Testamento, o apóstolo João atribui as profecias de 
Is 6.1 O e 53.1 O, supostamente provenientes do "Prato-Isaías" e do 
"Dêutero-lsaías", a um só Isaías (Jo 12.38-41 ). 
A crítica moderna assume que um profeta se dirige apenas 
aos seus contemporâneos. Assim, argumenta-se que se os caps. 
1-39 são endereçados à nação no tempo da invasão assíria (e. 
740-700 a.C.), os caps. 40-55 aos exilados na Babilônia (600-539 
a.C.) e os caps. 56-66 à comunidade dos que retornaram à terra 
(c. 539-500 a.C.). isto então mostra a voz de mais de um profeta. 
Porém os profetas freqüentemente convidam uma geração a se-
rem participantes, pela fé, em uma salvação que se encontra 
num futuro longínquo.Por exemplo, embora a prosperidade de 
Israel se encontrasse ainda muito distante, Isaías ordenou ao 
povo desanimado: "Alarga o espaço da tua tenda" (54.2). 
O Antigo Testamento entende a comunidade da aliança como 
uma unidade histórica. Cada cidadão de Israel participa da história 
passada e futura da nação. Moisés dirigiu-se à geração nascida 
l 
ISAÍAS 792 
depois que seus ancestrais tinham feito a aliança com o Senhor no 
Sinai como se esta tivesse vivido r1aquele momento (Ot 5.3). 
Os críticos assumem que a profecia miraculosa. tal como a de 
indicar o nome de Ciro com mais de um século de antecedência ou 
pred.1zer o nascimento de Jesus da virgem Maria, é impossível. Po-
rém a Bíblia reprova o naturalismo filosófico. Na verdade, Isaías re-
preende Acaz por esse tipo de descrença (7.10-13) Nos caps. 
40-55, o Senhor reafirma o seu domínio soberano sobre as na-
ções exatamente através dos poderes dos seus profetas. Os profe-
tas pagãos eram enganados por seus ídolos. Eles não podiam 
enfrentar o desafio do Senhor de demonstrar que as suas profecias 
passadas tinham se cumprido, tampouco podiam oferecer qual-
quer profecia confiável quanto ao que estava para acontecer 
(41.21-29). Em contrapartida, o Deus de Israel cumpriu as antigas 
profecias de Isaías com respeito à Assíria. Ele também predisse o 
futuro, chamando Ciro pelo nome. Isaías proclamava essas profe-
cias sobrenaturais (41.21-29; 44.24-45.8) para deixar os des-
crentes sem desculpas (48.3-5). As grandes profecias de Isaías so-
bre o sofrimento e a morte de Cristo sem dúvida respondem de 
forma decisiva à questão da profecia sobrenatural. 
'1·----1 Características e Temas Isaías serviu 
• 1 a Deus desempenhando o papel de promotor de 1usti-
\ ~ ça da aliança. A sua mensagem é constituída de 
• -- ··· acusações. condenações e julgamentos. pois ele de-
clara a maldição de Deus sobre Israel, Judá e as nações (12-31; 
13-23; 56-57; 65). O relato autobiográfico de Isaías do seu 
chamado para tornar-se um mensageiro da corte celestial de Se-
nhor encontra-se no cap. 6. Quando Isaías foi convocado a repre-
sentar a corte celeste junto à corte terrena de Jerusalém, ele 
descobriu, para a sua própria consternação, que Deus não o estava 
enviando para salvar Israel. mas para endurecer os seus corações 
impenitentes (6.9-1 O). Isaías devia apresentar ao povo a acusação 
do Senhor de que eles eram infiéis e rebeldes (1.2-3; 31.1-3; 
57 .3-1 O). O povo de Deus havia se tornado como as demais nações 
Esboço de Isaías 
1. O Senhor é o Santo de Israel (caps. 1-12) 
A. Oráculos de julgamento e esperança (caps. 1-5) 
B. O chamado profético e a revelação da santidade de 
Deus(cap.6) 
C. Oráculos de julgamento e esperança durante a guerra 
com Israel e a Síria (caps. 7-11) 
D. O hino dos redimidos (cap. 12) 
li. O Dia do Senh9r em toda a criação (caps. 13-23) 
A. Babilônia e Assíria (13.1-14.27) 
B. Fílístia (14.28~32) 
e. l\lloabe(caps. 15-16) 
D. Damasco e Etiópia (caps. 17-18) 
E. Egito (caps. 19-20) 
F. Babilônia (21.1-10) 
G. Edom (21.11-12) 
H. Arábia (21.13-17) 
1. Jerusalém (cap. 22) 
J. Tiro (cap. 23) 
Ili. O pequeno Apocalipse (caps. 24-27) 
em seu orgulho, sarcasmo e egoísmo. Eles haviam perdido a pers-
pectiva de justiça, de amor e de paz. características do reino de 
Deus, e tentaram estabelecer o seu próprio reino. O profeta tam-
bém desempenha o papel de advogado. Ele exorta os piedosos a 
buscarem o Senhor, a aguardarem pelo reino de Deus, a experi-
mentarem eles mesmos a paz de Deus e a responderem com fé 
aos novos atos divinos de redenção. A aliança do Senhor termina 
com bênçãos sobre Israel, não maldições (Dt 30.1-1 O). Ao final, um 
remanescente piedoso sobreviverá ao julgamento. 
A primeira parte do livro, caps. 1-35, enfoca o julgamento de 
Deus sobre Israel através da Assíria; a segunda, cap. 40-66, ore-
torno do remanescente do exílio na Babilônia e sua libertação final 
no futuro distante (ver nota sobre 36.1-39.8 para uma conexão 
entre essas duas partes). A segunda parte, como a primeira, ini-
cia-se com uma visão da corte celestial. Isaías ouve furtivamente 
Deus enviando mensageiros para anunciar que o castigo de Israel 
já foi pago e que terá fim (40.1-8). A visão que Isaías tem do reino 
de Deus é grandiosa. pois inclui a história da redenção desde o 
seus dias até alcançar a plenitude da salvação. Ela abarca o exílio, a 
volta dos 1udeus do exílio, a missão, o ministério e o reino de Jesus 
Cristo, a missão e a esperança da Igreja. o governo atual de Jesus 
sobre este mundo e a restauração de todas as coisas em santidade 
e justiça. 
Isaías era mestre em sua língua e utilizou imagens e vocabulá-
rio muito ricos. Muitas das palavras e expressões de que faz uso 
não são encontradas em nenhuma outra parte do Antigo Testa-
mento. As imagens retóricas do seu livro mostram que ele conhe-
cia as tragédias da guerra (631-6). as injustiças da alta sociedade 
(31-17) e os fracassos da agricultura (5.1-7). 
Isaías era um pregador de talento. Através de sua imaginação 
poética e estilo retórico, ele expôs a loucura de fiar-se nas estrutu-
ras humanas em contraste com a sabedoria de confiar no reino de 
Deus. Embora os infiéis sejam insensíveis ao Senhor (6.1 O). os orá-
culos proféticos de Isaías levam os piedosos a responderem a 
Deus com reverência e louvor. 
A. A imanência do Dia do Senhor (cap. 24) 
B. A alegria da transformação (cap. 25) 
C. O relacionamento entre Deus e seu povo 
(26.1-27.1) 
D. A transformação (27.2-13) 
IV. Julgamento e salvação (caps. 28-35) 
A. Os reinos deste mundo (caps. 28-33) 
B. O dia da vingança e da retribuição (caps. 34-35) 
V. Isaías e Ezequias (caps. 36-39) 
A. Senaqueribe e Jerusalém (caps. 36-37) 
B. A doença de Ezequias (cap. 38) 
C. A confiança de Ezequias e o futuro exílio de Judá 
(cap. 39) 
VI. O reino glorioso de Deus (caps. 40-48) 
A. A proclamação da restauração (cap. 40) 
B. O plano divino da restauração (cap. 41) 
e. o povo, testemunha da redenção divina (42.1-13) 
D. A restauração de Israel (42. 14-44.23) 
E. O Senhor se vale de Ciro (44.24-45.25) 
793 ISAÍAS 1 1 F. A queda da Babilônia (caps. 46---47) 
1 
G. Exortação para voltar para o Senhor e escapar do seu 
julgamento sobre a Babilônia (cap. 48) 
VII. O ministério da restauração (caps. 49-55) 
A. O Servo de Deus e a renovação das promessas 
(caps. 49-50) 
1 8. Encorajamento aos piedosos (51.1-52.12) 
1
1
• C. O Servo Sofredor (52.13-53.12) 
D. A renovação da aliança (caps. 54-55) 
(caps. 56-66) 
A. A busca da justiça e a promessa da presença de 
Deus(caps.56--57) 
8. Chamado ao arrependimento por causa da aliança 
com Deus (caps. 58; 59) 
C. A natureza da salvação gloriosa (cap. 60) 
D. A grandeza da benevolência do Senhor e a glória de 
Sião (61.1--63.6) 
E. A oração ao Senhor pela libertação 
(63.7--64.12) 
F. Os benefícios da salvação de Deus e a severidade do 
seu julgamento (caps. 65-66) l VIII. Responsabilidade e certeza do reino glorioso ·-------------· --------- ----
A nação pecaminosa 
1 ªVisão de Isaías, filho de Amoz, que ele teve a respeito de Judá e Jerusalém, nos bdias de Uzias, Jotão, Acaz e 
Ezequias, reis de Judá. 
2 couvi, ó céus, e dá ouvidos, ó terra, porque o SENHOR é 
quem fala: Criei filhos e os engrandeci, mas eles estão 
revoltados contra mim. J dQ boi conhece o seu possuidor, e o 
jumento, o dono da sua 1 manjedoura; mas Israel e não tem 
conhecimento, o meu povo não entende. 
4 Ai desta nação pecaminosa, povo 2 carregado de iniqüi-
dade, !raça3 de malignos, filhos corruptores; abandonaram 
o SENHOR, blasfemaram do Santo de Israel, voltaram para 
trás. 5 gPor que haveis de ainda ser feridos, visto que conti-
nuais em rebeldia? Toda a cabeça está doente, e todo o cora-
ção, enfermo. 6 Desde a planta do pé até à cabeça não há 
nele coisa sã, senão feridas, contusõese chagas inflamadas, 
umas e outras não espremidas, nem atadas, nem amolecidas 
com óleo. 7 h A vossa terra está assolada, as vossas cidades, 
consumidas pelo fogo; a vossa lavoura os estranhos devo-
ram em vossa presença; e a terra se acha devastada como 
numa subversão de estranhos. 8 A filha de Sião é deixada 
; como 4 choça na vinha, como palhoça no pepinal, i como ci-
dade sitiada. 9 1Se o SENHOR dos Exércitos não nos tivesse 
deixado alguns sobreviventes, já nos teríamos tornado 
como msodoma e semelhantes a Camorra. 
Condenado o culto hipócrita 
to Ouvi a palavra do SENHOR, vós, príncipes "de Sodoma; 
prestai ouvidos à lei do nosso Deus, vós, povo de Camorra. 
11 De que me serve a mim a multidão de vossos ºsacrifícios? -
diz o SENHOR. Estou farto dos holocaustos de carneiros e da 
gordura de animais cevados e não me agrado do sangue de 
~~~~~~~~~~~~~~ 
~ CAPÍTULO 1 1 •Nm 12.6 b2Cr 26-32 2 e Jr 2.12 3 dJr 8.7 e Jr 93,6 1 Ou cocho de comida 4/is 573-4; Mt 3.7 2Ut.pesado, 
oprimido 3 geração. semente 5 g Jr 5.3 7 h Dt 28.51-52; 2Cr 36.19 8 i Já 27.18 J Jr 4.17 4 abrigo 9 12Rs 25.11,22; Lm 3.22 m Gn 
19.24; Rm 9.29 1 O n Dt 32.32 11 o 11 Sm 15.22] 
•1.1 Visão de Isaías. D cabeçalho refere-se a todo o Livro de Isaías. "Visão" 
significa que o livro é uma revelação de Deus. 
Isaías. "O Senhor salva" {8.18). 
reis de Judá. Ver a Introdução: Data e Ocasião. 
•1.2 ó céus ... ó terra. A totalidade da criação dará testemunho contra Israel de 
que o Senhor os havia advertido de que eles seriam julgados se quebrassem a 
sua aliança com ele {Dt 30.19; 32.1). 
SENHOR. Este nome significa a revelação pessoal de Deus a Israel. bem como a 
sua solene promessa de que ele seria o Deus deles (Êx 3.15). 
filhos. Eles eram filhos por criação, por eleição e pela aliança (45.11; 49.7; 64.8; 
Dt 32.6.18; MI 2.10). 
revoltados. A revolta é uma transgressão voluntariosa contra o governo 
soberano e gracioso do Senhor fl .28; 43.27; 48.8; 59.13). 
•1.4 Ai. Esta é uma partícula enfática no original hebraico, usada em contextos 
de lamentação (1.4), porém mais freqüentemente em ameaças ("ai". 3.9.11; 
5.11, 18,20-211. O lamento em staccato censura a insensatez e a maldade dos 
filhos de Deus. 
Santo de Israel. Ao usar essa designação especial para o Senhor. Isaías chama 
a atenção para o esplendor do Senhor, ímpar e inspirador de reverência. Esta 
expressão ocorre por vinte e seis vezes em Isaías (p. ex .. 5.19.24; 41.14, 16,20; 
60.9.14). Ver também as expressões "o Santo de Jacó" (29.231. "o Santo" 
(10.17; 40 25) e "o vosso Santo" (43.15) 
•1.5 Por que. Mais prédica somente endurece os pecadores impenitentes. 
•1.5-6 feridos ... feridas. O povo de Israel estava incapacitado de recuperar-se 
do castigo de Deus. A imagem da nação sofredora tem a sua contraparte no 
Servo sofredor de Deus {53.4-51. o qual suportou o julgamento divino em seu 
próprio corpo vicariamente (ou seja, como um substituto de outros). 
•1.8 filha de Sião. Esta expressão, no hebraico. é uma personificação de 
Jerusalém. Sião foi a colina conquistada por Davi (2Sm 5. 7). mas a expressão 
freqüentemente representa a totalidade de Jerusalém ou mesmo a totalidade de 
Judá e Israel. 
choça. Um abrigo temporário (nota textual) usado pelos vigias durante a 
colheita. Ver 4.6, nota. 
•1.9 o SENHOR dos Exércitos. Esta designação de Deus apresenta-o como um 
guerreiro divino (13.4; 30.27; 40.10; 42.13,25; 59.17; 66.15-161. o comandante 
de todas as tropas. tanto as do céu quanto as da terra. A sobrevivência de Israel. 
em última análise, não se deve à fraqueza do adversário. mas ao poder soberano 
de Deus. 
alguns sobreviventes. O Senhor não derrubará a sua promessa. Mesmo em 
meio ao julgamento. ele preservará um remanescente. Paulo cita este versículo 
em Rm 9.29, apresentando a idéia de uma descendência tirada de um grupo 
maior, como uma expressão da graça eletiva de Deus. Em Rm 9.27, Paulo cita do 
ensino de Isaías sobre o remanescente. em 10.20-23. Ver também Is 4.3; 7.3 e 
nota; 11.11-12.16; 28.5; 37.31-32; 46.3. 
Sodoma ... Gomorra. O povo de Deus tinha-se tornado como os iníquos 
habitantes de Canaã, cujas cidades tinham sido destruídas (1.10; Gn 18.20-21; 
19.24-25). O destino de Sodoma e Gomorra tipifica o terrível juízo divino contra os 
reinos deste mundo (3.9; 13.19; Lc 17.28-29; 2Pe 2.6-10; Jd 7; Ap 118) 
•1.11 sacrifícios. Estas eram as observâncias centrais e visíveis da religião do 
Antigo Testamento. Embora Deus é quem tivesse ordenado que fossem 
realizados, esses sacrifícios não tinham valor sem a obediência de todo o coração 
(vs. 16-17; 1Sm 15.22-23; SI 51.16-17; Mq 6.6-8; Mt 23.23). 
não me agrado. O desgosto do Senhor pelos sacrifícios oferecidos por aqueles 
que praticam o mal (v. 16). está expresso com intensidade cada vez maior: "não 
posso suportar" (v. 13); "a minha alma as aborrece" (v. 14). 
l 
1 
1 
~ 
ISAÍAS 1, 2 794 
novilhos, nem de cordeiros, nem de bodes. 12Quando vindes 
Ppara comparecer perante mim, quem vos requereu o só pisar· 
des os meus átrios? 13 Não continueis a trazer qofertas 5vãs; o in· 
censo é para mim abominação, e também as Festas da Lua 
Nova, os sábados, e ra convocação das congregações; não posso 
suportar iniqüidade associada ao ajuntamento solene. 14 As vos-
sas Festas da 5 Lua Nova e as vossas 1solenidades, a minha alma 
as aborrece; já me são pesadas; estou cansado de as sofrer. 
15 Pelo que, uquando 6estendeis as mãos, escondo de vós os 
olhos; sim, vquando multiplicais as vossas orações, não as ouço, 
porque as vossas mãos estão cheias de 7sangue. lóxLavai-vos, 
purificai-vos, tirai a maldade de vossos atos de diante dos meus 
olhos; zcessai de fazer o mal. 17 Aprendei a fazer o bem; atendei 
à justiça, repreendei 8 ao opressor; 9 defendei o direito do órfão, 
pleiteai a causa das viúvas. 
O conl'ite da graça 
18Vinde, pois, e ªarrazoemos, diz o SENHOR; ainda que os 
vossos pecados sejam como a escarlata, beles se tomarão bran-
cos como a neve; ainda que sejam vermelhos como o carme-
sim, se tornarão como a lã. 19 Se quiserdes e me ouvirdes, 
comereis o melhor desta terra. 20 Mas, se recusardes e fordes 
rebeldes, sereis devorados à espada; e porque a boca do SENHOR 
o disse. 
cheia de justiça! Nela, habitava a retidão, mas, agora, eho-
micidas. 22 A !tua prata se tornou em escórias, o teu licor 
se misturou com água. 23 Os gteus príncipes são rebeldes e 
hcompanheiros de ladrões; 1cada um deles ama o suborno e 
corre atrás de recompensas. iNão defendem o direito do ór-
fão, e não chega perante eles a causa das viúvas. 24 Portanto, 
diz o Senhor, o SENHOR dos Exércitos, o Poderoso de Israel: 
Ah! 1Tomarei satisfações aos meus adversários e vingar-me-ei 
dos meus inimigos. 25 Voltarei contra ti a minha mão, mpuri-
ficar-te-ei2 como com potassa das tuas escórias e tirarei de ti 
todo metal impuro. 26 Restituir-te-ei os teus juízes, ncomo 
eram antigamente, os teus conselheiros, como no princípio; 
depois, ºte chamarão cidade de justiça, cidade fiel. 
27 Sião será redimida pelo direito, e os que 3 se arrependem, 
pela justiça. 28 Mas os Ptransgressores e os pecadores serão 
juntamente destruídos; e os que deixarem o SENHOR perece-
rão. 29 Porque 4vos envergonhareis dos 5carvalhos que cobi· 
çastes e sereis confundidos por causa dos jardins que 
escolhestes. 30 Porque sereis como o carvalho, cujas folhas 
murcham, e como a floresta que não tem água. 31 qO forte se 
tornará em estopa, e a sua obra, em faísca; ambos arderão jun· 
tamente, e não haverá quem os rapague. 
A glória futura do Israel espiritual 
2 Palavra que, em visão, veio a Isaías, filho de Amoz, ares· O julgamento e a redenção de Jerusalém peito de Judá e Jerusalém. 
21 d Como se fez / prostituta a cidade fiel! Ela, que estava 2 ªNos últimos dias, bacontecerá e que o monte da Casa do 
• l;-PÊx 2-;-7 13 qMt 15.9 r JI 1.14 5indignas 14 SNm 28.11 ILm 2.6 15 upy 1.28 VSI 66.18;Is 59 1-3; Mq 3.4 ô Or~is 7 d~rrama-
mentodesangue 16 xJr4.14 zRm 12.9 17 8 Algumas versões antigas ao oprimido ºvingai ao 18 ªIs 43.26; Mq 6.2 bSI 51 7; [Is 43.25]; 
Ap 7.14 20 Cls40.5; 58.14; Mq 4.4; [Tt 12] 21dls57.3-9; Jr2.20 eMq 3.1-3 /infiel 22/Jr628 2380s 915hPv29.24 iJr 
22.17 ils 10.2; Jr 5.28; Ez 22.7; Zc 7.1 O 24 IDt 28.63 25 m Is 48.1 O; Ez 22.19-22; MI 3.3 2depurar-te-ei com lixívia, um solvente feito a partir 
de sódio ou potássio 26 n Jr 33.7-11 o Is 33.5; Zc 8.3 27 3 Lit. os seus, os quais retomam 28 P Jó 31.3; SI 9 5; [Is 66.24; 2Ts 1.8-9] 
29 4,Conforme alguns mss. Hebr e T; TM, LXX e V se envergonharão 5 Locais de culto pagão 31 Hz 32.21 r Is 66.24; Mt 3.12; Me 9.43 
CAPITULO 2 2 ªGn 49.1bMq41cs168.15 
•1.16-18 órfão ... viúvas. A preocupação com os necessitados é uma demons-
tração prática da verdadeira piedade lv 23; 58.7; SI 9.18, nota; Jr 22.16; T g 1.27) 
•1.18 escarlata. Essa cor representa mãos "cheias de sangue" lv. 15) 
brancos como a neve. Deus pode tirar a mácula do pecado, sem comprometer 
a sua justiça, porque Jesus Cristo levou sobre si o castigo divino contra os peca-
dores 153.4-6; Rm 3.21-26) 
•1.19-20 O evangelho é uma espada de dois gumes: a vida eterna lv 19) ou a 
morte eterna lv. 20; 66 24) 
•1.21 fiel. A piedade é demonstrada através da perseverança, da estabilidade e 
da coerência na obediência à vontade de Deus. Através do processo purificador, o 
Senhor renovará um remanescente que constituirá, novamente, uma "cidade fiel" 
lv 26), porquanto ele é fiel 149.7; 55.3) 
prostituta. No campo da religião, uma "prostituta" é uma pessoa idólatra, al-
guém que se esqueceu de Deus para servir aos ídolos IJr 2.20; 3.1; Os 2.2; 3.1, Ez 
16.23-30). Os pecados mencionados lvs. 21-23) são todos evidências de que o 
povo de Deus o havia esquecido. 
justiça ... retidão. Justiça significa relacionamentos corretos entre o povo. Ela é 
violada por meio do assassinato, da rebeldia, do furto e do suborno lvs. 21-23). A 
verdadeira justiça defende a causa dos órfãos e das viúvas tanto quanto a causa da-
queles que podem pagar subornos e dar recompensas Os inimigos da justiça po-
dem até baixar leis que facilitem suas transgressões 110.1). Apesar de todos esses 
obstáculos, Deus promete restaurar a retidão na terra (v 26; 32.1; 33.5-6; 42.1-4). 
•1.22 prata ... licor. Estas são figuras simbólicas para os governantes injustos de 
Jerusalém (v. 23}. 
•1.23 suborno. A prática do suborno é fortemente condenada na Lei de Deus, 
visto que essa prática fomenta a injustiça e a discriminação lcf. Is 5.23; Êx 23.8; 
Dt 1619) 
•1.24 o SENHOR. Ou seja, o Proprietário. Deus, o Soberano, restaurará a 1ustiça 
removendo os seus inimigos, os líderes injustos de Jerusalém. 
•1.26 como no princípio. O novo tempo será uma restauração, trazendo a con-
tinuação miraculosa e a renovação para a comunidade da aliança. A liderança e o 
povo viverão em harmonia com a vontade de Deus 124.23; 32.1 ). 
cidade de justiça. A nova comunidade será composta de homens e mulheres 
que põem em prática a retidão e demonstrem compromisso com Deus e com ou-
tros seres humanos \1.21, nota). 
•1.27 redimida. Este termo significa "resgatada", transferida ou libertada da 
possessão para outrem. através do pagamento de um preço. D arrependido, que 
virar as costas para a idolatria e a injustiça, encontrará liberdade de Satanás, do 
pecado e da morte através da retidão de Cristo, que lhe é imputada e aplicada ao 
seu coração pelo Espírito Santo. 
•1.29 envergonhareis ... confundidos. Aquilo que o povo considera honroso 
será desmascarado como sem valor. Os pecadores verão quão errados eles to-
ram quando chegarem à perdição 126.11; 44.9, 11; 65.13; 66 5) 
carvalhos ... jardins. Ver nota textual. Eram lugares de ritos de fertilidade e de 
adoração pagã que o povo tinha escolhido, ao invés do culto a Deus 165.3, nota; 
6617) 
•1.30 que não tem água. A seca e o togo sao metáforas para indicar o julga-
mento. No Livro de Isaías. a água significa a salvaçao livre, graciosa e abundante 
111.9; 32.2; 41.18; 55.1; 58.11) A ausência de água significa separação das bên-
çãos de Deus 13.1, 50.2). 
•1.31 arderão. Ver a nota em 4.4. 
•2.2 Nos últimos dias. Essa referência aos "últimos dias" é indefinida e pode in-
cluir um longo processo de cumprimento, incluindo os reinados de Ezequias e Jo-
sias. o período de restauração após o exílio, o Primeiro Advento de nosso Senhor 
795 ISAIAS 2, 3 
SENHOR será estabelecido no cimo dos montes e se elevará so-
bre os outeiros, e para ele afluirão todos os povos. 3 Irão mui-
tas nações e dirão: dVinde, e subamos ao monte do SENHOR e 
à casa do Deus de Jacó, para que nos ensine os seus cami-
nhos, e andemos pelas suas veredas; eporque de Sião sairá a 
lei, e a palavra do SENHOR, de Jerusalém. 4 Ele julgará entre os 
povos e corrigirá muitas nações; estas converterão as suas es-
padas em relhas de arados e suas lanças, em 1 podadeiras; 
uma nação não levantará a espada contra outra nação, nem 
aprenderão mais a guerra. SVinde, ó casa de Jacó, e /ande-
mos na luz do SENHOR. 
Abatido o orgulho dos homens 
6 Pois, tu, SENHOR, desamparaste o teu povo, a casa de 
Jacó, porque os seus se encheram gda corrupção do Oriente e 
são hagoureiros como os filisteus ie 2se associam com os fi-
lhos dos estranhos. 7 A isua terra está cheia de prata e de 
ouro, e não têm conta os seus tesouros; também está cheia de 
cavalos, e os seus carros não têm fim. 8 1Também está cheia a 
sua terra de ídolos; adoram a obra das suas mãos, aquilo que 
os seus próprios dedos fizeram. 9 Com isso, a gente se abate, e 
o homem se avilta; portanto, não lhes perdoarás. to Vai, men-
tra nas rochas e esconde-te no pó, ante o terror do SENHOR e a 
glória da sua majestade. 11 Os 3 olhos altivos dos homens se-
rão nabatidos, e a sua altivez será humilhada; só o SENHOR 
será exaltado ªnaquele dia . 
12 Porque o Dia do SENHOR dos Exércitos será contra todo 
soberbo e altivo e contra todo aquele que se exalta, para que 
seja abatido; 13 contra todos os Pcedros do Líbano, altos, mui 
elevados; e contra todos os carvalhos de Basã; 14 qcontra to-
dos os montes altos e contra todos os outeiros elevados; 
15 contra toda torre alta e contra toda muralha firme; 16 r con-
tra todos os navios de Társis e contra tudo o que é belo à vista. 
11 A 4 arrogãncia do homem será abatida, e a sua altivez será 
humilhada; só o SENHOR será exaltado naquele dia. 
18 Os ídolos 5 serão de todo destruídos. 19 Então, os homens 
se meterão nas 5 cavemas das rochas e nos buracos óda terra, 
tante o terror do SENHOR e a glória da sua majestade, quando 
ele se levantar "para espantar a terra. 20 Naquele dia, os ho-
mens lançarão às toupeiras e aos morcegos os seus ídolos de 
prata e os seus ídolos de ouro, que fizeram para ante eles se 
prostrarem, 21 e meter-se-ão pelas fendas das rochas e pelas ca-
vernas das penhas, ante o terror do SENHOR e a glória da sua 
majestade, quando ele se levantar para espantar a terra. 
22 v Afastai-vos7, pois, do homem cujo xfôlego está no seu na-
riz. Pois 8em que é ele estimado? 
Julgamento de Judá e de Jerusalém 
3 Porque eis que o Senhor, o SENHOR dos Exércitos, ªtira de Jerusalém e de Judá bo 1 sustento e o apoio, todo sus-
tento de pão e todo sustento de água; 2 covalente, o guerrei-
ro e o juiz; o profeta, o adivinho e o ancião; 3 o capitão de 
• 3 d~r 50.5; [Zc 8.21-23; 14 16-21] eLc 24.47. 4 I facas de podar S /Ef 5.8 6 gNm 23.7 h Dt 18.14 iSI 106.35 2Du batem palmas, dão 
as mãos para firmar contratos com os filhos 7 iDt 17.16; Is 30.16; 31.1, Mq 5.10 8 ils 40.19-20; Jr 2.28 10 m Is 2.19,21; Ap 6.15-16 
11 n Pv 16.5; Is 5.15 o Os 2.16 3orgulhosos 13 P Is 14.8; Zc 11.1-2 14 q Is 30 25 16 r1Rs10.22; Is 23.1,14; 60.9 17 4o orgulho 
18 50u dissipados 19 sos 10.8; [Ap 9 6] 1[2Ts 1.9] us1187; Is 2.21; 1313; 24.1, 19-20; Ag 2.6-7; Hb 12.26 óLit. do pó 22 vs1146.3; Jr 
17.5 x Jó 27.3 7Ut. Cessai-vosdo homem B Lit. em que é ele para ser estimado? 
CAPÍTUL03 1 ª2Rs25.3;1s5.13;Jr37.21 bLv26.26 iTodaaajuda 2C2Rs24.14;1s9.14-15;Ez17.12-13 
e a era presente, e a gloriosa consumação IJr 23.20; 30.24; Ez 38.8, 16; Os 35) Essa 
expressão designa um novo penado que, para o profeta, jazia em um futuro desco-
nhecido. O novo período altera a história em todas as suas dimensões e é o alvo na di-
reção do qual os acontecimentos estão avançando. O apóstolo Pedro relaciona esse 
tempo com o novo tempo iniciado no dia de Pentecostes, ao usar a expressão como 
uma introdução que faz à sua citação da passagem de JI 2.28-32 IAt 2.17). 
o monte. O profeta falou sobre o monte do templo como uma metáfora para o 
Reino do Senhor, o qual será exaltado sobre todos os demais reinos lcf. 11.9; 
65.25; 66.20). O monte Sião e o templo que havia ali eram símbolos do céu e do 
santuário terrestre IHb 9.24). Essas representações terrenas já se passaram IHb 
8.13); através do sacerdócio do Senhor que subiu, a Igreja chega diretamente à 
realidade celestial IHb 12.22-24) 
no cimo dos montes. Os pagãos adoravam seus deuses em santuários edifica-
dos nos montes. O Deus de Israel, que era adorado no monte Sião, estabele-
cer-se-á aos olhos de todas as raças e nações como o único Deus verdadeiro e 
vivo, tal como ele é adorado hoje em dia. 
•2.3 subamos. As pessoas encorajam umas às outras a adorarem a Deus com 
corações regenerados IJo 3.3-8). 
de Sião. O profeta proclama aqui o novo tempo no qual judeus e gentios servirão 
ao único Rei 111.10-12; 27.13; 56.3-8; 66.19-23). Sião ou Jerusalém representa o 
trono de Deus 11.8, nota). 
•2.4 espadas em ralhas de arados. Cf. JI 3.1 O. 
•2.5 luz. A luz representa as bênçãos, a presença e a revelação de Deus 19.2; 
30.26; 42.6, 16; 60.1-3). O Senhor é a luz tanto na bênção quanto no julgamento 
110.17; 60.19-20; cf. Jo 1.4; 8.12). As pessoas que trocam a luz divina pelas tre-
vas de suas mentes corruptas (5.20; 8.20) experimentarão o castigo divino e vi-
verão nas trevas, separadas de Deus (5.30; 13.10; 59.9; cf. Jo 3.19-20). 
•2.6-9 Isaías condena o sincretismo, a mistura de religiões. Estes versículos con-
trastam a luz com todas as coisas adotadas pelo povo, derivadas das nações: a 
mágica, a ganância, a guerra e a idolatria. 
•2.6 corrupção do Oriente ... os filisteus. Isso refere-se às culturas pagãs de 
ambos os lados de Judá; a Filístia ficava no Ocidente. A Lei condena todas as for-
mas de mágica e de adivinhação llv 19.26; Dt 18.10-11 ). 
•2. 7 cavalos ... carros. Eles confiavam em suas próprias forças 130.16; 31.1,3) 
e não na força do Senhor ISI 20.7). 
•2.1 O rochas. Por ocasião do julgamento divino, as pessoas procurarão abrigo, 
mas ninguém poderá ocultar-se dele IAp 6.16). 
•2.11 naquele dia. O Dia do Senhor trará julgamento contra os ímpios, mas bên-
ção e salvação aos piedosos (JI 2.31, SI 1.7; 2.13-18). A referência de Isaías 
abrange eventos históricos la queda de Israel, da Assíria e de Judá) e a vinda do 
julgamento e da salvação 13.7; 7.18-25; 11.10-11; 24.21; 27.1 ). 
•2.13 os cedros do Libano ... os carvalhos de Basã. Eram árvores portento-
sas e impressionantes, dotadas de madeira valiosa IEz 27.5-6). Simbolizavam a 
permanência e o esplendor da natureza. Mas até essas árvores estavam sujeitas 
à condenação divina. 
•2.16 navios de Társis ... o que é belo à vista. Simbolizam o orgulho, por se-
rem os primeiros nos negócios e comércio (23.1,8). 
•2.17 naquele dia. Ver 2.11, nota. 
•2.22 homem ... fôlego. A pessoa precisa confiar em Deus, que dá o fôlego, e 
não naqueles que dependem dele. 
•3.1 pão ... água. As condições caóticas são resultantes da falta de alimentos e 
de água. Ver a nota em 1.30. 
•3.2-3 o valente ... o encantador perito. O Senhor removerá toda espécie de 
líder nos quais o povo estava confiando como garantia de sua sociedade: guerrei-
ros, sábios, mágicos e outras pessoas proeminentes. Ver 11.2, nota. 
ISAÍAS 3, 4 796 
cinqüenta, o 2 respeitável, o conselheiro, o hábil entre os artí-
fices e o encantador perito. 4 Dar-lhes-ei dmeninosJ por prín-
cipes, e crianças governarão sobre eles. 5 Entre o povo, 
oprimem uns aos outros, cada um, ao seu próximo; o menino 
se atreverá contra 4 o ancião, e o 5vil, contra o nobre. 6 Quan-
do alguém se chegar a seu irmão e lhe disser, na casa de seu 
pai: Tu tens roupa, sê nosso príncipe e toma sob ºteu governo 
esta ruína; 7 naquele dia, levantará este a sua voz, dizendo: 
Não sou médico, não há pão em minha casa, nem veste algu-
ma; não me ponhais por príncipe do povo. 
8 Porque e Jerusalém está arruinada, e Judá, caída; porquanto 
a sua língua e as suas obras são contra o SENHOR, para desafiarem 
a sua glortosa presença. 9 O aspecto do seu rosto testifica contra 
eles; e, como fSodoma, publicam o seu pecado e não o enco-
brem. Ai da sua alma! Porque fazem mal a si mesmos. 10 Dizei 
aos justos gque bem lhes irá; hporque comerão do fruto das suas 
ações. 11 Ai do perverso! íMaJ lhe irá; 7porque a sua paga será o 
que as suas próprias mãos fizeram. 12 Os opressores do meu 
povo são crtanças, e mulheres estão à testa do seu governo. Oh! 
Povo meu! iOs que te guiam 8te enganam e destroem o cami-
nho por onde deves seguir. 13 O SENHOR se dispõe 1para vpleitear 
e se apresenta para julgar os povos. 140 SENHOR entra em juízo 
contra os anciãos do seu povo e contra os seus príncipes. Vós 
sois os que / consumistes esta mvinha; o que roubastes do pobre 
está em vossa casa. 15 Que há convosco que nesmagais o meu 
povo e moeis a face dos pobres? - diz o Senhor, o SENHOR dos 
Exércitos. 
Julgamento das filhas de Sião 
16 Diz ainda mais o SENHOR: Visto que são altivas as filhas 
de Sião e andam de 2 pescoço emproado, de olhares 3 impu-
dentes, andam 4a passos curtos, fazendo tinir os ornamentos 
de seus pés, 17 o Senhor fará ºtinhosa a cabeça das filhas de 
Sião, o SENHOR Pporá a descoberto as suas vergonhas. 18 Na-
quele dia, tirará o Senhor o enfeite dos anéis dos tornozelos, e 
as stoucas, e os ornamentos em forma de qmeia-lua; 19 os 
pendentes, e os braceletes, e os véus esvoaçantes; 20 os tur-
bantes, as cadeiazinhas para os passos, as cintas, as caixinhas 
de perfumes e os amuletos; 21 os sinetes e as jóias pendentes 
do nariz; 22 os vestidos de festa, os mantos, os xales e as bol-
sas; 23 os espelhos, as camisas finíssimas, os atavios ck c.abi::<;a 
e os véus grandes. 24 Será que em lugar de perfume haverá 
podridão, e por cinta, corda; em lugar de encrespadura de ca-
belos, 'calvície; e em lugar de veste suntuosa, cilício; e llmar-
ca de fogo, em lugar de formosura. 25 Os teus homens cairão 
à espada, e os teus 7valentes, na guerra. 2ó As 5 suas portas 
chorarão e estarão de luto; Sião, desolada, se 1assentará em 
terra. 
4 Sete mulheres, ªnaquele dia, lançarão mão de um ho-mem, dizendo: Nós mesmas do nosso próprio pão nos 
bsustentaremos e do que é nosso nos vestiremos; tão-so-
mente queremos ser chamadas pelo teu nome; tira o cnosso 
opróbrio. 
O reinado do Renovo do SENHOR 
2 Naquele dia, do Renovo do SENHOR será de beleza e de 
glória; e o fruto da terra, orgulho e adorno para os de Israel 
que forem salvos. 3 Será que os restantes de Sião e os que fi-
carem em Jerusalém eserão chamados santos; todos os que 
estão /inscritos em Jerusalém, para a vida, 4 quando io Se-
nhor lavar a imundícia das filhas de Sião e limpar Jerusalém 
1 da culpa do sangue do meio dela, com o Espírito de justiça 
A 3 JHorne~;de ap~~~~ia e:nente --~ dEc~~16 J~~capri~~~sos 74oidos: 5des-::ezado, pouco estimado 6 6L1t. a tua mão 8 e2cr 
36.16-17; Mq 3.12 9/Gn 13 13; Is 1.10-15 10 g [Dt 281-14; Ec 812; Is 54 17] h SI 128.2 11 i[SI 11.6; Ec 8 12 13] 7Contra ele recairá o 
que 12 ils 9.16 Bdesencaminham 13 lls 66.16; Os 4 1; Mq 6.2 9contender, pleitear a sua causa 14 mMt 21.33 1mcendiastes15 nMq 
3.2-3 16 2 De cabeça erguida 3 sedutores, maliciosos 4 Lit. tropicam ou dão pequenos saltos 17 oDt 28.27 P Jr 13.22 18 q Jz 
8.21.,26 5 os turbantes 24 'Is 22.12; Ez 27.31, Arn 8.1 O ócicatnz de queimaduras 25 7L1t. a tua força 26 s Jr 14.2; Lrn 1.4 ILrn 2.1 O 
CAPITULO 4 1 ªIs 2.11,17 b2Ts 3.12 cLc 1.25 2 dls 12.1-6; [Jr 235]; Zc 38 3 eis 60.21/Fp43 4 &MI 32-3 / do derramamento de 
sangue 
•3.4 meninos ... crianças. A nação de Israel será governada por pessoas sem 
experiência e incapazes de governar sabiamente. 
•3.5 cada um, ao seu próximo. O colapso da civilização vem com a desordem 
social: ricos contra pobres; 1ovens contra idosos. 
•3.6 roupa. Em uma sociedade em colapso, alguém que tiver tão pouco corno 
urna troca de roupa decente parecerá próspero o suficiente para ser feito um 
governante. Mas, quando o povo tentar convocar tal pessoa, ela retrucará que suas 
riquezas são apenas ilusórias; pois ela não tem melhores soluções do que o povo. 
•3.8 Jerusalém.,, Judá, A queda de Jerusalém (586 a C.) foi um cumprimento 
parcial dessa profecia, corno foram as devastações causadas pelo cerco de 
Senaqueribe à cidade, em 701 a.C .. 
•3.9 Sodoma. Israel não tem senso de vergonha, desafiando a Deus e agindo 
corno se a aliança com o Senhor não existisse. Ver 1.9-1 O. 
•3. 12 Oh! Povo meu. Ver a nota em 40.1. Quanto à falta de liderança e suas 
conseqüências, ver 3.4-7 e notas. 
•3. 15 esmagais o meu povo. Comparar os atos desses governantes com 
aqueles atos do rei davídico ideal em 11 3-5 
•3.16 as filhas de Sião. Elas v1v1am no máximo luxo, às custas de outras 
pessoas. Os ornamentos visavam impressionar os outros, fornecer dinheiro em 
caso de urna emergência e suprir proteção mágica contra a desgraça repentina. 
Esses adornos externos refletem urna atitude interior de orgulho (1Pe 3.3-4). 
•3.24-4. 1 podridão,,, opróbrio. A penúna ameaçada pelo Dia do Senhor é 
expressa mediante palavras associadas ao derramamento de sangue, à guerra e 
ao cativeiro. 
•3.26 portas. Jerusalém é personificada e junta-se à lamentação 
•4. 1 naquele dia. Ver a nota em 2 .11 
•4.2 Renovo. Este termo tem dois sentidos possíveis: um deles é o sentido lite-
ral, correspondendo à frase paralela "fruto da terra"; e o outro é corno um título 
messiânico para Jesus Cristo, que produz fruto espiritual (11.1-5; Jr 23.5; Zc 3.8; 
Jo 15.1-8) O remanescente encontra vida nele (6.13). Visto que Jesus se humi-
lhou, ele está coroado de glória (52.13; 53.12; Fp 2 9-11) 
glória. Isso significa que ele exibe o esplendor e o brilho de Deus. A glória de 
Deus é revelada em todas as suas obras, mas especialmente no Messias (SI 
19.1, Jo 118) 
os de Israel que forem salvos. Ou seja, um remanescente (1.9, nota). 
•4.3 Sião, Ver a nota em 1.8. 
santos. Consagrados a Deus, o Santo de Israel (1.4, nota; 62.12). 
inscritos. Os seus nomes estão inscritos no "livro" da vida (Êx 32.32-33; SI 
69.28; Dn 12.1; Ap 20 12). 
•4.4 o Espírito. É possível que tenhamos aqui urna menção ao Espírito Santo, 
mas o mais provável é que se trate do processo de purificação (cf. 28.6). 
797 ISAiAS 4, 5 
e com o Espírito purificador. 5 Criará o SENHOR, sobre todo o 
monte àe Si.ãD e sobre todas as suas assembléias, huma 
nuvem de dia e fumaça e iresplendor de fogo chamejante de 
noite; porque sobre toda a glória se estenderá um 2 dossel e 
um pavilhão, 6 os quais serão para sombra contra o calor 
do dia e ipara refúgio e esconderijo contra a tempestade e a 
chuva. 
A parábola da vinha má 
5 Agora, cantarei ao meu amado o cântico do meu amado ªa respeito da sua vinha. O meu amado teve uma vinha 
1 num outeiro fertilíssimo. 2 Sachou·a, limpou·a das pedras e a 
plantou de vides escolhidas; edificou no meio dela uma torre 
e também 2 abriu um lagar. bEJe esperava que desse uvas 
boas, mas deu uvas bravas. 3 Agora, pois, ó moradores de Je-
rusalém e homens de Judá, cjulgai, vos peço, entre mim e a 
minha vinha. 4 Que mais se podia fazer ainda à minha vinha, 
que eu dJhe não tenha feito? E como, esperando eu que desse 
uvas boas, veio a produzir uvas bravas? s Agora, pois, vos fa-
rei saber o que pretendo fazer à minha vinha: etirarei a sua 
sebe, para que a vinha sirva de pasto; derribarei o seu muro, 
para que seja pisada; 6 tomá-la-ei em! deserto. Não será poda-
da, nem 3 sachada, mas crescerão nela espinheiros e gabro-
lhos; às nuvens darei ordem que não derramem chuva sobre 
ela. 7 Porque a vinha do SENHOR dos Exércitos é a casa de 
Israel, e os homens de Judá são a planta dileta do SENHOR; 
este desejou que exercessem juízo, e eis aí quebrantamento 
da lei; justiça, e eis aí 4 clamor. 
Ais contra os peTVersos 
s Ai dos que 5 ajuntam hcasa a casa, reúnem campo a cam-
po, até que não haja mais lugar, e ficam como únicos morado-
res no meio da terra! 9 A imeus ouvidos disse o SENHOR dos 
Exércitos: Em verdade, muitas casas ficarão desertas, até as 
grandes e belas, sem moradores. to E dez jeiras de vinha não 
darão mais do que um ibato6 , e um ômer cheio de semente 
não dará mais do que um 7 efa. 
11 1Ai. dos que se levantam pela manhã e 8seguem a bebedi-
ce e continuam até alta noite, até que o vinho os esquenta! 
12 mLiras e harpas, tamboris e flautas e vinho há nos seus ban-
quetes; porém nnão consideram os feitos do SENHOR, nem 
olham para as obras das suas mãos. 13 ºPortanto, o meu povo 
será levado cativo, por falta de Pentendimento; os seus nobres 
terão fome, e a sua multidão se secará de sede. 14 Por isso, a 
cova aumentou o seu apetite, abriu a sua boca desmesurada-
mente; para lá desce a glória de Jerusalém, e o seu tumulto, e o 
seu ruído, e quem nesse meio folgava. 15 Então, a gente se aba-
te, q e o homem se avilta; e os olhos dos altivos são humilhados. 
16 Mas o SENHOR dos Exércitos é 'exaltado em juízo; e Deus, o 
Santo, é santificado em justiça. 17 Então, os cordeiros pastarão 
lá como se no seu pasto; e os nômades se nutrirão dos campos 
s dos ricos 9 lá abandonados. 
18 Ai. dos que puxam para si a 1 iniqüidade com cordas de 
injustiça e o pecado, como com tirantes de carro! 19 1E di-
zem: Apresse-se Deus, leve a cabo a sua obra, para que a veja-
mos; aproxime-se, manifeste-se o conselho do Santo de Israel, 
para que o conheçamos . 
• 5 h Êx 13.21-22; Nm 9.15-23 izc 2.5 2uma abóbada 6iSI 27.5; Is 25.4 
CAPÍTULO 5 1 a SI 80.8; Jr 2.21; Mt 21.33; Me 12.1; Lc 20.9 1 Lit. num chifre, o filho de gordura 2 b Dt 32.6 2 Lit. falquejou 3 C[Rm 
3.4] 4 d2Cr36.15-16; Jr 2 5; 7.25-26; Mq 6.3; Mt 23.37 S e2Cr 36.19; SI 80.12; 89.40-41 6f2Cr 36.19-21 gls 7.19-25; Jr 25.11 3capi-
nada 7 4 pranto 8 h Jr 22.13-17; Mq 2.2; Hc 2.9-12 5 Acumulam casas 9 ils 22.14 1OiEz45.11 6 Um bato = 1/10 de ômer 7Um 
ela = 1/1 O de ômer 11 IPv 23.29-30; Ec 10.16-17; Is 5.22 8 perseguem 12 m Am 6.5 n Já 34.27; SI 28.5 13 ° 2Rs 24.14-16 P Is 1.3; 
27.11; Os 4.6 15 q Is 2.9, 11 16 ris 2.11 17 s Is 10.16 9Lit. dos gordos 18 1 vacuidade ou falsidade 19 t Jr 17.15; Am 5.18 
purificador. Esta metáfora significa julgamento 11.31; 10.17; 30.27; 42.25). 
Através do processo de fogo refinador, que consome os infiéis e purifica os fiéis, 
Deus produzirá uma Sião santa. 
•4.5 Criará. No novo ato de redenção, o Criador dos céus e da terra 140.26; 42.5; 
45.12, 18) renovará tudo por amor ao seu povo. A glória da era messiânica é dada 
por Deus e não procede do esforço ou da habilidade humanos IJn 2.9; Ef 2.4-1 O). 
nuvem ... fumaça e resplendor de fogo. Diferente do fogo do julgamento divi-
no, no v. 4, essa nuvem e esse fogo assinalam a presença protetora de Deus, 
como aconteceu no mar Vermelho IÊx 13.20-22). por cima do tabernáculo IÊx 
40.34-38) e no deserto INm 9.15-23). Aqui. a sua presença cobre um monte Sião 
restaurado e santificado 12.2, nota). 
•4.6 sombra. Ver a nota em 30.2. 
refúgio. Em contraste com as falsidades humanas 128.15, 17), o Senhor provê 
abrigo eficaz em face da tempestade 125.4; cf. SI 14.6; 46.1; 62.7; 94.22). 
•5.1-7 O proprietário e a vinha representam Deus e o seu povo. O cântico tem 
cumprimento em Jesus Cristo,o qual substitui as uvas bravas por fruto novo IMt 
21.33-44; Jo 15.1-6). 
•5.2 torre ... uvas boas. Estas figuras de linguagem reforçam a expectativa de 
uma colheita abundante. 
uvas bravas. O original hebraico significa "coisas fedorentas". 
•5.5-6 pasto ... pisada. Deus decreta a desolação. 
espinheiros e abrolhos. As ervas daninhas representam a maldição divina 
17.23-25; 32.13). ou seja, a anarquia que segue à guerra 13.4-5). Deus também 
pode fazer a maldição dar lugar à bênção, substituindo os espinheiros e os abro-
lhos por ciprestes e murta 155.13). 
•5. 7 SENHOR dos Exércitos. Ver a nota em 1.9. 
•5.8 Esta é a primeira dentre as seis exclamações de "ais", proclamando indigna-
ção de Deus com a ganância, a bebedice e outros pecados. O primeiro "ai" 
condena a ganância. 
reúnem campo a campo. A terra pertencia a Deus llv 25.23), tinha sido repar-
tida a famílias específicas como um patrimônio INm 33.54) e era a base da sub-
sistência. Privados de sua terra, os pequenos fazendeiros de Israel tornaram-se 
trabalhadores diaristas ou escravos. 
•5.9 casas. O julgamento divino tem por alvo os ricos em sua auto-indulgência. 
As mansões não servem de proteção dos olhos de Deus (24.1 O, nota). 
•5.10 bato ... ômer ... efa. O bato era uma medida para líquidos com a capacida-
de de cerca de 4 litros. Apesar de suas dimensões, a vinha produziria praticamen-
te nada. Por semelhante modo, um ômer de sementes plantadas produziria 
apenas um efa. Seis medidas de semente produziriam cerca de meia medida na 
colheita. A terra estaria amaldiçoada IDt 28.38-39). 
•5.11 vinho. O segundo "ai" condena a bebedice. Ver a nota em 24.11. O beber 
em demasia é uma característica da corrupção social e da frouxidão moral lcaps. 
22; 28; Am 4.1-3; 6.6-7). 
•5.13 o meu povo. Ver a nota em 40.1. 
cativo. O exílio, com todas as suas desgraças, é ameaçado como um julgamento 
contra o povo, que não tinha demonstrado qualquer conhecimento sobre a ma-
neira certa de conduzir-se. 
•5.14 a cova. No original hebraico, a palavra hebraica é sheol, usada quase ex-
clusivamente na linguagem poética. Ver Pv 9.18 e notas. Isaías retrata a morte 
como uma fera terrível que devora a qualquer um, sem importar a classe social, 
incluindo tanto os "nobres" quanto a "multidão" lv. 13). 
•5.16 justiça. Ver 1.21, nota. 
•5.18 O terceiro "ai" condena aqueles que zombam de Deus quando pecam. 
•5. 19 Santo de Israel. Ver 1.4, nota. 
ISAÍAS 5, 6 798 
20 Ai dos que ao mal chamam bem e ao bem, mal; que fa-
zem da escuridade luz e da luz, escuridade; põem o amargo 
por doce e o doce, por amargo! 
21 Ai dos que são "sábios a seus próprios olhos e prudentes 
em seu próprio conceito! 
22 Ai dos que são heróis para beber vinho e valentes para 
misturar bebida forte, 23 os quais por suborno vjustificam o 
perverso e ao justo negam justiça! 
24 Pelo que, xcomo a língua de fogo consome o restolho, e a 
lias a correia. 28 As isuas flechas são agudas, e todos os seus 
arcos, retesados; as unhas dos seus cavalos dizem·se de 2 pe· 
derneira, e as rodas dos seus carros, um redemoinho. 29 O 
seu rugido é como o do leão; rugem como filhos de leão, e, 
rosnando, arrebatam a presa, e a levam, e não há quem a li· 
vre. 30 Bramam contra eles naquele dia, como o bramido do 
mar; se alguém iolhar para a terra, eis que só há trevas e 3 an-
gústia, e a luz se escurece em densas nuvens. 
erva seca se desfaz pela chama, assim será a zsua raiz como po- A visão de Isaías e o seu chamamento 
dridão, e a sua flor se esvaecerá como pó; porquanto rejeitaram Ó No ano da morte do ªrei Uzias, eu bvi o Senhor assenta-
ª lei do SENHOR dos Exércitos e desprezaram a palavra do Santo do sobre um alto e sublime trono, e as abas de suas vestes 
de Israel. 25 ªPor isso, se acende a ira do SENHOR contra o seu enchiam o templo. 2 Serafins estavam por cima dele; cada um 
povo, povo contra o qual estende a mão e o fere, de modo que tinha seis asas: com duas cobria o rosto, "com duas cobria os 
btremem os montes e os seus cadáveres são como monturo no seus pés e com duas voava. 3 E clamavam uns para os outros, 
meio das ruas. rcom tudo isto não se aplaca a sua ira, mas ain- dizendo: d Santo, santo, santo é o SENHOR dos Exércitos; 
da está estendida a sua mão. e toda a terra está cheia da sua glória. 4 As bases do limiar se 
26 dEJe arvorará o estandarte para as nações distantes e moveram à voz do que clamava, e a casa se encheu de fuma-
lhes e assobiará para que venham Idas extremidades da terra; ça. s Então, disse eu: ai de mim! Estou / perdido! Porque sou 
e gvêm apressadamente. 27 Não há entre elas cansado, nem homem de !lábios impuros, habito no meio de um povo de 
quem tropece; ninguém tosqueneja, nem dorme; hnão se lhe impuros lábios, e os meus olhos viram o Rei, o SENHOR dos 
desata o cinto dos seus lombos, nem se lhe rompe das sandá- Exércitos! 
• 21 uf'113 r~m ;~2~12 ;~, [1Co 3-~~20]~;3 v~~23 8; ~~7 15~1s~ 23; ;;3 11,~-;- 2.;-XÊx 1~7 ;Jó-1~16 -;~- ª2R~ 13, 17~ 
66.15 bSI 18.7; Is 643; Jr 4.24; Na 1.5 eis 9.12,17; Jr 4.8; Dn 9 16 26 dls 11.10,12 eis 7.18; Zc 108/MI 1.11 g JI 27 27 h Dn 5 6 
28 i ~r 5.16 2 serão considerados como Pedra dura com que produz faíscas 30 ils 8.22; Jr 4.23-28; JI 2.10; Lc 21.25-26 3 trist~za 
CAPITULO& 1 ª2Rs15.7;2Cr26.23;1s1.1 bJo12.41,Ap4.2-3,2011 2cEz1.11 3dAp48eNm14.21;Sl72.19 5/Ex612,30 
1 destruído, cortado fora 
•5.20 O quarto "ai" condena a corrupção moral. 
escuridade luz. Ver notas em 2.5; 5.30. 
•5.21 O quinto "ai" condena o orgulho e a auto1ustificação. 
sábios a seus próprios olhos. Esta é uma expressão para designar uma 
autonomia irracional e arrogante. A revelaçao de Deus. o único que sabe de todas 
as coisas, é o único alicerce firme do conhecimento. 
•5.22 O sexto "ai" condena aqueles que pervertem a justiça. 
valentes para misturar bebida. Isso refere-se ao vinho e à cerve1a, com a adi-
ção de especiarias Uma vez mais, tal como em 5.11, Isaías fala sobre a indulgên-
cia excessiva. 
•5.23 suborno. Ver a nota em 1.23. O suborno envolve injustiça e ganãncia, tal 
como em 5.8. 
•5.24 fogo. Ver a nota sobre "purificador" em 4 .4 
•5.25 tremem os montes. Diante da revelação da ira de Deus, a natureza estre-
mece (2.19; 13.13; 24.18-19; Ez 32 6-8, nota) Quanto a uma figura contrastante 
da redençao, ver 54.10. 
ruas. Ver a nota em 24.11 
não se aplaca a sua ira. Deus não se reconcilia, e sua ira pende sobre os 
desobedientes (9.12, 17.21; 10.4; 31.3) 
•5.26-30 Esta descrição do exército assírio segue bem de perto os relevos 
assírios antigos; talvez o poeta tenha visto as tropas assírias com seus próprios 
olhos. 
•5.26 o estandarte. Trata-se da bandeira de s1na1s ( 11.1O,12; 18.3; 49.22; 
62.10). Como um comandante durante uma batalha, o Senhor convoca as nações 
para executarem o seu juízo (10.5). 
as nações distantes. Essas nações seriam a Síria, a Assíria, a Babilônia. etc. O 
exército imperial assírio compunha-se de mercenários contratados de todo o 
império. 
•5.30 naquele dia. Ver a nota em 2.11. 
trevas. Esta metáfora que indica depressão, alienação e julgamento (822; 42.7; 
47.5; 60.2) ensina que todos quantos torcem a justiça, por preferirem viver nas 
trevas (5.20; 29. 15), experimentarão as trevas do juízo divino. Em contrapartida, a 
luz de Deus raiará sobre os necessitados (9.2; 29.18; 42.7; 49.9; 58.1 O; 60.1-2). 
O Senhor é soberano sobre as trevas e sobre a luz (45.7). 
angústia. A palavra hebraica correspondente significa "estreiteza", "aperto" 
Deus livra os seus de tal prisão (25.4; 639) 
•6, 1 Uzias. Ele morreu ern 740 a.C., tendo sofrido de lepra (2Cr 26.16-21) 
eu vi. Isaías descreve aqui uma "teofania", urna rnanifestaçao visível de Deus. A 
vinda de Deus é, com freqüência, acompanhada por fenômenos como terremo-
tos, fumaça, fogo e relâmpagos (13.3. nota; 29.6; 30.27-31; Êx 19.18-19; SI 
18.7-15; 50.3; 97.2; Mq 1.3-4; Na 1.3-8; Hc 33-15) 
o Senhor. No hebraico, Adonai, que significa"Soberano" 
trono. O Senhor, no seu trono, governa os céus e a terra. O coro dos serafins (6.2, 
nota) e o esplendor da santidade de Deus inspiraram o profeta durante todo o seu 
ministério. 
o templo. Ern sua visão, Isaías nao viu o templo de Jerusalém, mas o templo ce-
lestial (cf Ap 4 1-8). 
•6.2 Serafins. Esta é uma palavra hebraica que, provavelmente, signifique 
"abrasadores" (cf as serpentes de fogo em Nm 21.6). Representações de criatu-
ras angelicais com seis asas têm sido descobertas no Oriente Próximo pelos ar-
queólogos. 
cobria o rosto. Os serafins não têm glória que se compare corn a glória de Deus 
e não podem olhar diretamente para ele. 
cobria os seus pés. Isso pode ser uma indicação de modéstia. 
voava. Os serafins fazem a vontade do Soberano. Aqui, eles o louvam. 
•6.3 Santo, santo, santo. Uma tríplice repetição é a forma mais forte de super-
lativo. Coisa alguma é tão santa como Deus. Ver a nota em 1.4. 
SENHOR dos Exércitos. Ver a nota em 1.9. 
toda a terra. Esta proclamação explica a perspectiva cósmica do profeta. Deus é 
o Rei do mundo, e sua salvação e seu julgamento estendem-se a todas as nações 
(11.4,9,12; 42.1.4-5; 65.17; 66.1; cf. Lc 2.14). 
glória. Ver a nota em 4.2. 
•6.5 ai de mim. Isaías ficou espantado diante da glória de Deus; à semelhança 
de Pedro. ele ficou com medo (Lc 5.8). Ele pronuncia uma rnaldiçao oracular con-
tra si mesmo. 
799 ISAÍAS 6, 7 
6 Então, um dos serafins voou para mim, trazendo na mão 
uma brasa viva, que tirara gdo altar com uma tenaz; 7 com a 
brasa htocou a minha boca e disse: Eis que ela tocou os teus 
lábios; a tua iniqüidade foi tirada, e 2 perdoado, o teu pecado. 
8 Depois disto, ouvi a voz do Senhor, que dizia: A quem 
enviarei, e quem há de ir por inós? Disse eu: eis-me aqui, en-
via-me a mim. 9Então, disse ele: Vai e idize a este povo: 
Ouvi, ouvi e não entendais; vede, vede, mas não percebais. 
10 Torna 'insensível o coração deste povo, endurece-lhe os 
ouvidos e fecha-lhe os olhos, mpara que não venha ele a ver 
com os olhos, a ouvir com os ouvidos e a entender com oco-
ração, e se converta, e seja salvo. 11 Então, disse eu: até quan-
do, Senhor? Ele respondeu: n Até que sejam desoladas as 
cidades e fiquem sem habitantes, as casas fiquem sem mora-
dores, e a terra seja de todo assolada, 12 ºe o SENHOR afaste 
dela os homens, e no meio da terra seja grande o desamparo. 
13 Mas, se ainda ficar a décima parte dela, tornará a ser des-
truída. Como terebinto e como carvalho, dos quais, depois de 
derribados, ainda fica o toco, assim Pa santa semente é o seu 
toco. 
Profecia contra Israel e a Síria 
7 Sucedeu nos dias deª Acaz, filho de Jotão, filho de Uzias, rei de Judá, que Rezim, rei da Síria, e Peca, filho de Re-
malias, rei de Israel, subiram a Jerusalém, para pelejarem con-
tra bela, porém não 'prevaleceram contra ela. 2 Deu-se aviso 
à casa de Davi: A Síria está aliada com Efraim. Então, ficou 
agitado o coração de Acaz e o coração do seu povo, como se 
agitam as árvores do bosque com o vento. 
3 Disse o SENHOR a Isaías: Agora, sai tu com teu filho, que se 
chama 2Um-Resto-Volverá, ao encontro de Acaz, que está na 
outra extremidade do aqueduto do açude superior, junto ao 
caminho do campo do lavadeira, 4 e dize-lhe: Acautela-te e 
e aquieta-te; não temas, nem se desanime o teu coração por cau-
sa destes dois tacos de tições fumegantes; por causa do ardor da 
ira de Rezim, e da Síria, e do filho de Remalias. s Porquanto a Sí-
ria resolveu fazer-te mal, bem como Efraim e o filho de Remalias, 
dizendo: 6 Subamos contra Judá, e 3 amedrontemo-lo, e o con-
quistemos para nós, e façamos reinar no meio dele o filho de Ta-
beal. 7 Assim diz o SENHOR Deus: disto não subsistirá, nem 
tampouco acontecerá. 8 e Mas a capital da Síria será Damasco, e 
o cabeça de Damasco, Rezim, e dentro de sessenta e cinco anos 
Efraim será 4 destnúdo e deixará de ser povo. 9 Entretanto, a ca-
pital de Efraim será Samaria, e o cabeça de Samaria, o filho de 
Remalias; !se o não crerdes, certamente, não permanecereis. 
A promessa a respeito de Emanuel 
10 E continuou o SENHOR a falar com Acaz, dizendo: 
11 8Pede ao SENHOR, teu Deus, um sinal, quer seja 5embaixo, 
nas profundezas, ou em cima, nas alturas. 12 Acaz, porém, disse: 
Não o pedirei, nem tentarei ao SENHOR. 13 Então, disse o profe-
ta: Ouvi, agora, ó casa de Davi: acaso, não vos basta fatigardes 
os homens, mas ainda fatigais também ao meu Deus? 14 Por-
tanto, o Senhor mesmo vos dará um sinal: heis que a virgem 
• ~ g A~3-; ~-r ~.9;Dn 10.16 2expia~ 875~~26 9 ils 43.8; Mt 13.14; Me 4.12; Lc 8.10; Jo 12.40; At 28.26; Rm 11.8 10 ISI 
119.70; Me 6.1-6; At 7.51; Rm 10.1-4 mJr 5.21 11nMq3 12 12 º2Rs 25 21, Is 5 9 13 PDt 7 6, Ed 9 2 
CAPÍTULO 7 t a 2Cr 28 b 2Rs 16.5,9 1 a conqwstaram 3 2 Hebr Shear-Jashub 4 e Êx 14 13, Is 30 15, Lm 3 26 6 3 causemos um 
pavor repulsivo 7 d2Rs 16.5; Is 8.10; At 4.25-26 8 e2Sm 8.6; 2Rs 17.6 4Lit. despedaçado 9 f2Cr 20.20, Is 5.24 11 8Mt 12.38 5Lit. 
faze o pedido profundo ou faze-o alto acima 14 h Mt 1 . 23; Lc 1.31 ; J o 1. 45; Ap 1 2. 5 
•6.6 altar. O altar de onde a brasa viva foi tirada não é descrito. É salientada a 
idéia da purificação necessária para se aproximar de Deus. O altar simboliza a pu-
rificação pelo sangue, e o fogo simboliza a purificação pelo Espírito O sangue de 
Cristo e o ministério do Espírito Santo santificam os crentes atualmente. 
•6. 7 a minha boca ... os teus lábios. A purificação torna o profeta aceitável 
como ministro das palavras de Deus IJr 1 9) 
•6.8 quem há de ir por nós. O Senhor convidou Isaías a ouvrr nas reuniões da 
corte real dos céus. Daquele instante em diante, Isaías tornou-se um servo da 
corte de Deus e proclamador da mensagem de Deus a reis e ao povo igualmente 
lcf 1 Rs 22.19-20; Jr 23.18,22) 
•6.9 Vai. A missão de Isaías era paradoxal em seus efeitos, tal como o é a 
proclamação da palavra de Deus IMt 13.13-15; Rm 11.7-10,25). A palavra profética 
cerra o caminho de Deus para os rebeldes, orgulhosos e hrpócritas 129.13-16; 
65 1-7), mas o abre para os surdos, os cegos, os humildes e os pobres 129.18-19). 
•6.13 a décima parte. A terra tornar-se-ia um ermo, mas um remanescente 
será salvo e purificado 11.9, nota). 
o toco. O terebinto e o carvalho do Oriente Médio podem produzir novos 
rebentos mesmo quando parecem ter sido decepados ou danificados acima de 
toda a esperança de recuperação. 
•7 .1-11.16 Estes oráculos de juízo e esperança estão associados à guerra en-
tre Judá e uma coligação de Israel e da Síria 1734-732 a.C.). Acaz, rei de Judá, foi 
seriamente ameaçado pela aliança de Peca, rei de Israel. com Rezim, rei da Síria 
(2Rs 16 5-18; 2Cr 28 16-21) Eles ameaçaram invadir Judá se Acaz não os 
ajudasse contra a Assíria. 
•7.2 casa de Davi. Esta expressão srgnifica o cabeça de então da casa de Davi, 
Acaz. Ela relembra a aliança do Senhor com Davi, concedendo-lhe uma 
descendência e um reino eternos 12Sm 7.12-16). A tentativa de substituir a 
dinastia de Davi por outra l"o filho de Tabeal", v. 6) não poderia mesmo ser bem 
sucedida, porque as promessas de Deus, estavam em jogo. 
ficou agitado. Acaz, o rei orgulhoso, foi incapaz de acalmar o seu povo. A reação 
do líder lançou pânico entre o seu povo 122.3, nota). 
•7.3 Um-Resto-Volverá. No hebraico. Shear-Jashub 110 20-22). Esta foi uma 
promessa de salvação e vida para os fiéis, diante da condenação iminente que 
Judá infiel sofreria; mas um remanescente permaneceria. 
• 7 .4 dois tocos. Dois reinos estavam prestes a serem destruídos: Damasco, em 
732 a C . por Tiglate-Pileser Ili, e Samaria. em 722 a.C., por Sargão li. 
•7.7 o SENHOR Deus. Ver a nota em 25.8. O Senhor esvazra o conselho dos reis 
18.9-10; 4023; SI 33.10-11) 
•7.8 sessenta e cinco anos. Deus cumpriria as suas promessas após a morte 
de Acaz 12Rs 1724-41). 
•7.9 se o não crerdes ... não permanecereis. Temos aqui um jogo de palavras 
de diferentes significadosde uma mesma palavra hebraica. A fé significa 
conhecer a promessa de Deus, concordar com ela intelectualmente e confiar em 
Deus de que ele cumprirá a sua promessa. 
• 7 .11 um sinal. Um sinal autenticaria a mensagem profética concernente ao futuro. 
embaixo ... em cima. Coisa alguma está fora da soberania do Senhor {Dt 10.14; 
SI 139.8; Rm 8.39). 
•7.13 casa de Davi. Ver a nota em 7.2. 
•7.14 virgem. Esta palavra hebraica ocorre sete vezes no Antigo Testamento. 
Significa uma mulher jovem, em idade de casar-se, normalmente uma virgem IGn 
2443) A Septuaginta !Antigo Testamento grego, feito cerca de 150 a.C ). tradu-
ziu essa palavra hebraica por uma palavra que significa "virgem", mais especifica-
mente. O Novo Testamento compreende que Isaías estivesse fazendo uma 
designação da virgem Maria IMt 1 23). Ver "O Nascimento Virginal de Jesus", 
em Lc 1.27. 
l 
j 
ISAÍAS 7, 8 800 
conceberá e dará à luz i um filho e lhe chamará iEmanuel ô. 
ts Ele comerá manteiga e mel quando souber desprezar o mal 
e escolher o bem. 16 Na verdade, 1 antes que este menino saiba 
desprezar o mal e escolher o bem, será desamparada a terra 
ante cujos mdois reis tu tremes de medo. 
Males sobre Jerusalém 
17 Mas no SENHOR fará vir sobre ti, sobre o teu povo e so-
bre a casa de teu pai, por intermédio do rei da Assíria, dias 
tais, quais nunca vieram, desde o dia em que ºEfraim se se-
parou de Judá. 18 Porque há de acontecer que, naquele dia, 
Passobiará o SENHOR às moscas que há no extremo dos rios 
do Egito e às abelhas que andam na terra da Assíria; 19 elas 
virão e pousarão todas nos vales profundos, qnas fendas das 
rochas, em todos os espinhos e em todos os pastios. 
20 Naquele dia, rapar-te-á o Senhor com uma rnavalha 5 alu-
gada doutro lado 7 do rio, a saber, por meio do rei da Assíria, a 
cabeça e os cabelos das vergonhas e tirará também a barba. 
21 Naquele dia, sucederá que um homem manterá apenas uma 
vaca nova e duas ovelhas, 22 e será tal a abundância de leite 
que elas lhe darão, que comerá manteiga; manteiga e mel co-
merá todo o restante no meio da terra. 23 Também, naquele 
dia, todo lugar em que houver mil vides, do valor de mil sidos 
de prata, 1 será para espinheiros e abrolhos. 24 Com flechas e 
arco se entrará af, porque os espinheiros e abrolhos cobrirão 
toda a terra. zs Quanto a todos os montes, que os homens 
costumam sachar, para ali não irás por temeres os espinhos e 
abrolhos; serão para pasto de bois e para serem pisados de 
ovelhas. 
A invasão dos assírios 
8 Disse-me também o SENHOR: Toma uma ardósia gran-de e ªescreve nela de maneira inteligível: 1Rápido-Des-
pojo-Presa-Segura. 2 Tomei para isto comigo testemunhas 
fidedignas, a bUrias, sacerdote, e a Zacarias, filho de Jebe-
requias. 
J Fui ter com a profetisa; ela concebeu e deu à luz um fi-
lho. Então, me disse o SENHOR: Põe-lhe o nome de Rápido-
Despojo-Presa-Segura. 4 cporque antes que o menino saiba 
dizer meu pai ou minha mãe, serão levadas das riquezas de 
Damasco e os 2 despojos de Samaria, diante do rei da Assíria. 
s Falou-me ainda o SENHOR, dizendo: 6 Em vista de este 
povo ter desprezado as águas de esiloé, que correm branda-
mente, e se estar derretendo de medo diante Ide Rezim e do 
• i[ls 9.6) ils 8.8, 1 O ô Lit. Deus-Conosco 16 ils 84 m 2Rs 15.30 17 n 2Cr 28.19-20; Is 8.7-8; 10.5-6 o 1 As 12.16 18 P Is 5.26 19 q Is 
2.19;,Jr 16.16 20 '2Rs 16.7; 2Cr 28.20 s1s 10.5,15 7Do Eufrates 23 tis 5.6 
CAPITULO 8 1 a Is 30.8; Hc 2.2 1 Hebr. Maher-Shalal-Hash-Baz 2 b 2Rs 16.1 O 4 c2Rs 17.6; Is 7.16 d2Rs 15.29 2 espól!O ou sangue 
6eJo9.7fls7.1-2 
Emanuel. "Deus Conosco". Este nome transmite a promessa divina de salvar, 
abençoar e proteger os filhos de Deus. A identidade da virgem e de seu filho 
tem sido assunto de consideráveis discussões. Três opiniões principais têm 
sido propostas. Primeiramente, alguns, especialmente judeus do século li d.C., 
entenderam essa profecia como sendo a esposa de Acaz e seu filho, Ezequias 
(2Rs 18.2). Mas conforme Jerônimo (cerca de 400 d.C.) salientou, Ezequias já 
havia nascido. Em segundo lugar, outros identificam a mulher como sendo a es-
posa de Isaías ou como uma mulher que seria sua noiva (8.3). O filho, pois, seria 
o filho de Isaías, Maher-Shalal-Hash-Baz. Essa interpretação é questionável. O 
termo hebraico aqui traduzido por "virgem" normalmente não seria usado para 
uma mulher que já fosse mãe Ide Shear-Jashub, 73). Se alguém que estivesse 
noiva do profeta está em foco, torna-se mister supor que sua primeira esposa 
tivesse morrido. Além disso, a interpretação requer que o filho tivesse tido no-
mes contraditórios: Deus Conosco (Emanuel) e Rápido-Despojo-Presa-Segura 
(Maher-Shalal-Hash-Baz) Embora isso não seja impossível, parece improvável. 
Finalmente, a alimentação do menino de "manteiga e mel" sugere que ele cres-
ceria após a destruição de Judá (v. 15, nota). A tradição sugere uma terceira in-
terpretação, identificando o menino com o Messias, uma personagem divina 
cujo nascimento foi contrário à natureza. Essa interpretação equipara o Menino 
chamado "Emanuel" com a criança que possuía títulos divinos, em 9.6, e com o 
Rebento do capítulo 11. De acordo com Mateus, a virgem é Maria, e o Menino é 
Jesus Cristo (Mt 1.22-23). No v. 16, o nascimento, não obstante, parece imi-
nente. Talvez a profecia tenha um cumprimento parcial no nascimento do filho 
de Isaías, Rápido-Despojo-Presa-Segura (8.1-3), enquanto que o cumprimento 
definitivo esperava pelo nascimento de Jesus Cristo, que ficaria com o trono de 
Deus para sempre. 
•7.15 manteiga e mel. Não temos aqui uma alimentação típica das criancinhas, 
mas aponta para um tempo quando as pessoas sobreviveriam de campos não 
lavrados (v. 22). O Menino é identificado com o remanescente. 
quando souber desprezar o mal. A auto-indulgência tornou a liderança 
fracassada de Israel insensível para com os valores sociais e espirituais (5.11-23). 
mas essa alimentação sensibilizaria Cristo para a obra do Senhor (42.1-4). 
•7, 16 antes que. Este versículo parece significar que, antes do tempo requerido 
para a criança tornar-se responsável - aos doze anos-, Peca e Rema/ias 
seriam ambos derrotados. De acordo com essa interpretação, o "Menino" 
apontava, primariamente, para o filho de Isaías e, em segundo lugar, para Cristo. 
•7,18 naquele dia, Ver a nota ern 2.11 A queda de Damasco, a queda de Sa-
maria e a devastação de Judá são prenúncios dos eventos do Juízo Final. 
às moscas ... às abelhas. Esses insetos formam enxames de grande número, 
como as hordas de exércitos invasores. 
•7, 19 vales profundos ... fendas das rochas. Os lugares tradicionais de 
esconderijo não proveriam escape (2.19). 
•7.20 navalha alugada. Rapar a cabeça era sinal de lamentação (15.2) e uma 
maneira de humilhar inimigos vencidos 12Sm 10.4-5). Acaz tinha contratado a 
Assíria para ajudá-lo contra a Síria e Samaria, mas o Senhor usaria a Assíria para, 
em lugar disso, humilhar Israel (v. 17). 
•7 .22 abundância. A terra perderá de tal maneira a sua população, que o 
alimento limitado parecerá abundante. 
manteiga e mel. Ver a nota no v. 15. O remanescente terá alguma coisa para 
comer. 
•7.23-25 naquele dia. A terra cultivada será entregue à erva daninha e dificil-
mente servirá como pastagem. 
•8.1 ardósia. Provavelmente, um pedaço polido de madeira, como se fosse 
uma tabuinha de escrever. O significado do nome é dado na nota textual e expli-
cado no v. 4. 
•8.2 testemunhas. O rei apóstata, Acaz, foi forçado a fazer parte do sinal do nasci-
mento de Emanuel (7.10-14). Agora, um sacerdote apóstata, Urias l2Rs 16.10-11) 
e, presumivelmente, um profeta falso, Zacarias, são forçados a tomarem parte 
nessa profecia. 
•8.3 profetisa. Isaías refere-se à sua esposa dessa maneira, talvez por causa da 
associação dela com ele como um profeta ou, talvez, porque ela fosse mesmo 
uma profetisa (Jz 4.4; 2Rs 22.14). 
Rápido-Despojo-Presa-Segura.

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