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EQUILÍBRIO LÍQUIDO - VAPOR Tendo um líquido de composição x a T e P constantes Tendo um vapor de composição y a T e P constantes O equilíbrio termodinâmico é dado por onde tem-se que correlacionar tais dados para todos os componentes da mistura. A fugacidade da fase vapor pode ser dada por A fugacidade da fase líquida pode ser expressa como onde a é a atividade do componente i e fo é a fugacidade padrão do componente na temperatura do sistema. l i fv i f Piyi v i f 0 i fixi l i f Existem no cálculo do equilíbrio líquido-vapor, duas abordagens tradicionais: a abordagem “ - ” a fase líquida é representada por um modelo de coeficiente de atividade ( ) e a fase vapor por um modelo de coeficiente de fugacidade ( ) a abordagem “ - ” ambas as fases são representadas por um único modelo Abordagem “ - ” modelos de energia livre em excesso para os coeficientes de atividade ( ) e equações de estado ( ). Para a fase líquida, a correção da não-idealidade é feita tomando-se como referência a solução ideal, enquanto que para a fase vapor os desvios da idealidade são considerados tomando-se como base o gás ideal. Abordagem “ - ” as duas fases são calculadas usando-se uma equação de estado, cuja principal vantagem é sua aplicação para toda faixa de pressão e temperatura. Além disso, o estado de referência para a fugacidade é o mesmo para as duas fases, assumindo o gás ideal. Cálculo do Coeficiente de Atividade é um “limitante” no cálculo do ELV. Por que? A termodinâmica não fornece dados experimentais do coeficiente de atividade, mas o relaciona a outras variáveis como o volume parcial molar e a entalpia. Essas relações são ainda pouco usadas porque são difíceis de encontrar esses dados na literatura. Mas, existe uma relação, que é a equação de Gibbs-Duhem, que diz que, em uma mistura, o coeficiente de atividade dos componentes individuais não são independentes e são relacionados através de uma equação diferencial. Para uma mistura binária, PT x x PT x x ,2 2ln 2 ,1 1ln 1 a equação de Gibbs-Duhem é usada acoplada à energia livre de Gibbs em excesso. Mas o que é a energia livre de Gibbs em excesso? A energia livre de Gibbs em excesso total GE para uma solução binária, contendo n1 moles de componente 1 e n2 moles do componente 2, é definida como Aplicando a equação de Gibbs-Duhem, diversas funções matemáticas em GE podem ser aplicadas; a integração será feita acoplado-se a equação de Gibbs-Duhem; a integração levará ao aparecimento de constantes de integração; as constantes serão calculadas usando-se dados experimentais disponíveis na literatura; e por fim, calculam-se os coeficientes de atividade. 2ln21ln1 nnRT EG 2,, 1 1ln nPT n EG RT 2,, 2 2ln nPT n EG RT Passando para o caso multi-componente, Definindo energia em excesso molar, onde, Introduzindo a equação de Gibbs-Duhem, e o coeficiente de atividade pode ser calculado como N i iinRT EG ln Tn EGEg N i inTn N i idin 0ln jnPT in EG iRT ,, ln PREDIÇÃO DE COEFICIENTES DE ATIVIDADE Os coeficientes de atividade de uma mistura binária podem sempre ser estimados através de dados experimentais de equilíbrio líquido-vapor usando funções empíricas ou semi-empíricas; As funções de excesso contém um método termodinâmico consistente para interpolação e extrapolação dos limites dos dados experimentais e para estender dados binários em misturas multi-componentes; Freqüentemente, porém, muitos dados não estão disponíveis e é necessário estimar os coeficientes de atividade a partir de uma correlação; Essas teorias tem tido progresso para misturas simples contendo pequenas, esféricas e apolares moléculas, por exemplo, argônio-xenônio, mas poucas teorias são avaliadas para misturas contendo moléculas grandes, principalmente se elas são polares ou formam pontes de hidrogênio. Então as correlações avaliadas são essencialmente empíricas. Equação de Wilson (1964) a seguinte expressão para o GE de uma solução binária Os coeficientes de atividade derivados dessa expressão são dados por: A equação de Wilson tem dois parâmetros ajustáveis, onde vi é o volume molar líquido do componente puro e são as energias de interação entre as moléculas. Usual para soluções polares ou componentes associados a solventes não polares; usada para líquidos completamente miscíveis pois tem dificuldade de predizer limites de miscibilidade. 1212ln22121ln1 xxxxxx RT Eg 2121 21 2121 12 11212ln2ln 2121 21 2121 12 22121ln1ln xxxx xxx xxxx xxx RTv v RTv v 2212exp 2 1 21 1112exp 1 2 12 Equação NRTL (1968 – Renon) Essa equação de Renon, diferentemente da de Wilson, é aplicável tanto a sistemas completamente quanto parcialmente miscíveis. A equação NRTL para a energia livre de Gibbs em excesso é: O significado de gij é similar ao de ij na equação de Wilson; gij e um parâmetro de energia referente a interação i-j. O parâmetro 12 é relacionado ao estado random da mistura; quando 12 é igual a zero, a mistura fica completamente ao acaso e reduz a equação de Margules com dois parâmetros. A equação NRTL contém 3 parâmetros, mas a redução de dados experimentais para um largo número de sistemas binários indica que 12 varia de 0,20 a 0,47; quando os dados experimentais são escassos, o valor de 12 pode ser arbitrado; uma típica escolha é 0,30. Os coeficientes de atividade são assim descritos: 1212 1212 2121 2121 21 Gxx G Gxx G xx RT Eg 1212exp12G RT 22g12g 12 2112exp21G RT 11g21g 21 2 2121 2121 2 1212 12 12 2 12 ln 2 1212 1212 2 2121 21 21 2 21 ln Gxx G Gxx G x Gxx G Gxx G x Para sistemas moderados não lineares, a equação NRTL não oferece vantagem acima das equações de Van Laar e Margules. Porém, para misturas estritamente não ideais, e especialmente para sistemas parcialmente imiscíveis, a equação NRTL sempre providencia uma boa representação dos dados experimentais para obter o parâmetro ajustável. Os parâmetros (g12 - g22) e (g21 - g11) parecem ser funções lineares de temperatura, não mostrando descontinuidade na região de temperatura crítica da solução. As equações de Renon tanto quanto as de Wilson são gerais para misturas multi-componentes. Equação de Margules A partir da expressão GE = A x1 x2, onde A é uma constante empírica com unidades de energia dos componentes 1 e 2, que depende da T mas não da composição: quando ln 1 e ln 2 são plotados contra x2 ou x1, as duas curvas mostram-se iguais (imagens espelhadas). a relação é muito simples e uma equação mais complexa se faz necessária para melhor representar uma mistura binária. Equação de van Laar iRT E ig ln 2 21 ln x RT A 2 12 ln x RT A 1 2121 x B A xxAxEg 2 2 111ln x x B A ART 2 1 212ln x x A B BRT MODELO DE SCATCHARD-HILDEBRAND (TEORIA DA SOLUÇÃO REGULAR) Scatchard e Hildebrand trabalharam de forma independente e melhoraram a teoria de Van Laar; Hildeband primeiro definiu o que ele chamou de soluções regularesm como aquelas que ao acontecer as misturas de seus componentes SE = 0, desde que vE = 0, a T constante; Esse modelo é uma melhora do modelo de van Laar com a definição de um novo parâmetro c de acordo com a expressão: onde Uvap é a energia para a completa vaporização, que é a troca de energia que acompanha a vaporização isotérmica do líquido saturado ao estado de gás ideal; iV vap iUic 2 21 2 122 ln 2 21 2 211 ln VRT VRT Osparâmetros de solubilidade são funções de temperatura; Se as equações da Teoria das Soluções Regulares forem rearranjadas na mesma forma das equações de Van Laar 2 21)/2(´ 2 21)/1(´ RTvB RTvA Pela expressão, nota-se que a diferença entre os parâmetros de solubilidade entre dois compostos traduz o afastamento da idealidade. TEORIA DA SOLUÇÃO REGULAR Hildebrand e Scatchard mostraram que para misturas binárias de moléculas apolares, os coeficientes 1 e 2 podem ser expressos por: onde VLi é o volume molar do líquido puro i a temperatura T, R é a constante dos gases e é um parâmetro de solubilidade podendo ser definido como: 21122 2 21 2 122 ln 21122 2 21 2 211 ln lLVRT lLVRT 21 21 L iV iU iici SOLUÇÕES POLIMÉRICAS misturas líquidas onde os compostos tem tamanhos de moléculas muito distintos; soluções poliméricas - Hmist = 0 forças de atração entre moléculas diferentes são iguais àquelas do mesmo tipo primeira aproximação solução atérmica – seus componentes se misturam sem liberação ou desorção de calor esse comportamento é aproximado para soluções em que as moléculas são similares quimicamente mas com tamanhos que podem ser bem distintos – isso ocorre com polímeros; Flory – Huggins – preocupou-se em definir o Smist, pois Gmist = Hmist - T Smist assumiram que as moléculas de um polímero se comportam como uma corrente composta de um grande número de elos (segmentos) todos tendo o mesmo tamanho do que a molécula do solvente (monômero). TEORIA DE FLORY - HUGGINS soluções reais são não atérmicas, O parâmetro adimensional é determinado pelas energias que caracterizam as interações entre os pares dos segmentos dos polímeros, pares das moléculas dos solventes, e entre um segmento do polímero e da molécula do solvente. Para sistemas não polares, 1 – solvente 2 - polímero 2 22 1211ln1ln mmmm 2.1 2.2 2.1 11 nmn nm nmn n 2 1 12 1 11ln1ln 2ln21ln1 mm nn R Smist RT Gmist 21 1 RT v MÉTODOS DE CONTRIBUIÇÃO DE GRUPOS métodos de contribuição de grupos considera-se a molécula como um agregado de grupos funcionais; como exemplo, certas propriedades termodinâmicas de fluidos puros, por exemplo, capacidade calorífica e volume crítico, podem ser calculados pela soma das contribuições dos grupos; dois métodos para cálculo dos coeficientes de atividade, que parecem ser usuais para fazer estimativas consideráveis em misturas não-ideais cujos dados são esparsos ou isentos, ASOG e UNIFAC, são similares no princípio mas diferem em detalhes; ao assumirmos que uma propriedade física de um fluido é a soma das contribuições dos grupos funcionais das moléculas, obtemos uma possível técnica de correlação das propriedades de um número enorme de fluidos em detrimento de um pequeno número de parâmetros que caracterizam as contribuições dos grupos individuais; Qualquer método é necessariamente aproximado em virtude da contribuição de cada grupo numa molécula não ser necessariamente o mesmo em outra molécula. Método UNIFAC A idéia fundamental do modelo de solução de grupos é utilizar dados de equilíbrio de fases já existentes para predizer equilíbrios de fase de sistemas que não possuam dados experimentais. O por que? 1) Redução de dados experimentais de coeficientes de atividade para permitir o rendimento de parâmetros que caracterizam interações entre pares de grupos estruturais em sistemas não-eletrolíticos. 2) Uso desses parâmetros para predizer coeficientes de atividade para outros sistemas que não tenham sido estudados experimentalmente mas que contém os mesmos grupos funcionais. O coeficiente de atividade molecular é separado em duas partes: uma provém da contribuição ligada a diferenças no tamanho molecular e a outra de interações moleculares. A equação UNIQUAC tem uma boa representação tanto em ELL quanto em LV de misturas binárias ou multicompostas que contenham uma variedade de não-eletrólitos como hidrocarbonetos, cetonas, ésteres, água, aminas, álcoois, nitrilas, etc. Numa mistura multicomposta, a equação para um componente i é: onde xi é a fração molar, i a fração de área e i similar a fração de volume. ri e qi são parâmetros de componente puro que representam, respectivamente, o volume molecular de van der Waals e a área molecular superficial. ij e ji são encontrados a partir de dados experimentais de equilíbrio. Nenhum parâmetro adicional é necessário para sistemas que contenham 3 ou mais componentes. R i C ii lnlnln j k kjk ijj j jijiq R i jl j jx ix i il i i iq z ix iC i ln1ln ln 2 lnln No método UNIFAC, a parte combinatória dos coeficientes de atividade UNIQUAC é usada diretamente; Somente propriedades de componente puro são utilizadas nessa equação. Os parâmetros ri e qi são calculados pela soma de todos os grupos presentes ma molécula relativos aos parâmetros Rk e Qk, dados onde k representa o número de vezes em que o grupo k aparece na molécula. A parte residual do coeficiente de atividade, também pode ser escrita assim: grande vantagem desse método é sua enorme aplicação. k kQ i ki q kR k i ki r )( )( 9105.2 17.15 wkA kQ wkV kR )( lnln )( ln i kk k i k R i onde k é o coeficiente de atividade da parte residual e ki é o coeficiente de atividade residual do grupo k numa solução de referência que contém apenas moléculas do tipo i. i representa o * no método de ASOG. Esse termo i é necessário devido a normalização de i 1 quando xi 1. O grupo do coeficiente de atividade k é dado pela equação: onde Umn é a energia de interação entre os grupos m e n. parâmetro amn estimado dados experimentais de equilíbrio de fases; amn tem unidade de T (k) e amn é diferente de anm. A contribuição combinatória do coeficiente de atividade depende somente do tamanho e formas das moléculas presentes. Como o número de coordenação z aumenta, qi/ri 1 e, no limite, reduz a equação de Flory-Huggins usada no método de ASOG. m n nmn kmm m mkmkQk ln1ln n nxnQ mxmQ m T mna RT nnUmnU mn expexp CONCLUSÃO De maneira a escolher o método mais adequado para a predição dos coeficientes de atividade, primeiramente seria melhor relacionar as características de cada um deles de forma conclusiva: Equação de Wilson usual para soluções polares em solventes não polares; só pode ser usada para sistemas líquidos que estejam completamente miscíveis ou para sistemas que tenham regiões com miscibilidade parcial onde apenas uma fase líquida está presente e as energias de interação entre as moléculas devem ser conhecidas. NRTL pode ser usado tanto para sistemas completamente quanto parcialmente miscíveis; para misturas estritamente não ideais e sistemas parcialmente miscíveis, apresenta uma boa representação; as energias de interação entre as moléculas devem ser conhecidas e o pode ser arbitrado caso os dados experimentais sejam escassos. UNIQUAC aplicável a misturas líquidas não eletrolíticas contendo fluidos polares e apolares, incluindo misturas parcialmente miscíveis e depende do tamanho das moléculas, da composição e das forças intermoleculares. Modelo da Solução Regular aplicável somente para misturas binárias de moléculas apolares, podendo ser estendida para polares. UNIFAC outro método de contribuição de grupos onde os parâmetros não precisam ser estudados experimentalmente antes. Modelo de Flory-Huggins os parâmetros dependem das forças intermoleculares, assim como das energias que caracterizam as interações entre os segmentos do polímero e da molécula do solvente.Contando que a maioria dos modelos necessitam de dados experimentais e que muitas vezes esses são escassos, a melhor escolha recai sobre os métodos de contribuição de grupos. Para não acabar isolando os métodos de contribuição de grupos dos demais, uma forma de demonstrar qual o mais usual seria usar misturas já conhecidas e, então poder compará-los.
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