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26. Judas

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Epístola de 
JUDAS 
Autor O autor desta epístola se identifica como 
sendo ':Judas. servo de Jesus Cristo e irmão de Tia-
go" (v: 1 ). O nom~ ':Judá" (grego Judas) era comum 
entre Judeus do seculo 1, e pelo menos Oito pessoas 
com este nome são mencionadas no Novo Testamento. incluindo 
dois dos discípulos de Jesus (Lc 6.16). O autor não pode, então. ser 
identificado com base exclusiva em seu nome. 
A melhor pista para sabermos a sua identidade é a descrição 
"irmão de Tiago" (v. 1 ). O único Tiago conhecido na igreja primitiva 
a ponto de poder ser mencionado desta maneira incondicional é 
Tiago, o destacado líder da igreja (At 12.17; 15.13). autor da epís-
tola que tem o seu nome e meio-irmão de Jesus (Mt 13.55; Me 6.3; 
GI 1.19). Se esta identificação de Tiago estiver correta, o autor desta 
epístola deve ser então Judas. o meio-irmão de Jesus (Mt 13.55; 
Me 6.3). que. assim como os seus outros irmãos, não creu em Jesus 
senão após a sua ressurreição (Me 3.21,31; Jo 7.5; At 1.14). 
Judas pode ter sido uma daquelas pessoas mencionados em 
outro lugar no Novo Testamento, na referência de Paulo ao ministé-
rio ambulante dos irmãos do Senhor e de suas esposas (1 Co 9.5). 
Provavelmente seja a humildade de Judas que explica porque ele 
não mencionou que era parente de Jesus (ver atitude semelhante 
emTg 1.1). 
Várias objeções à autenticidade de Judas têm sido levanta-
das, mas todas se baseiam em suposições ou exegeses questio-
náveis. A maioria está relacionada com a proposta de uma data 
que é muito posterior ao período de existência possível para Judas 
("Data e Ocasião", abaixo). Alguns argumentam que a qualidade 
do grego usado nesta epístola é melhor do que a que seria de se 
esperar de um galileu. Entretanto a Galiléia era bilíngüe (grego e 
aramaico) no século 1, e sabe-se muito pouco sobre o grego de Ju-
das para se concluir que ele não poderia ter escrito esta carta. Po-
demos aceitar que o autor é Judas. o irmão de Jesus. 
Apesar de sua brevidade. esta epístola foi amplamente usada 
na igreja primitiva por causa da sua óbvia ortodoxia e valor. Questio-
namentos sobre a sua posição canônica surgiram por causa do seu 
uso da literatura apócrifa (vs. 9, 14-15 e notas; "Dificuldades de 
Interpretação", abaixo). Além de possíveis menções nos escritos 
dos chamados "Pais Apostólicos" (p. ex .. Clemente de Roma. o 
Pastor de Hermas, a Epístola de Barnabé, todos datados antes de 
150 d.C.), Judas é relacionada no Cânon Muratoriano (e. 200) e foi 
aceita como sendo autêntica por Clemente de Alexandria (e. 
150-c. 215), Tertuliano (e. 160-c. 225). Orígenes (e. 185-c. 253). e 
Atanásio (e. 296-373). 
Data e Ocasião Praticamente a única evi-
dência que temos para a data de Judas é o que pode 
ser inferido sobre a época de vida do seu autor e da 
·~~ heresia que combate. Se Judas era mais novo do que 
Jesus e Tiago, como sugere a sua posição na lista de irmãos em Mt 
13.55 e Me 6.3, ele poderia ter sobrevivido até o último quarto do 
século 1. Pressupondo que Pedro tenha escrito 2Pedro, e. em har-
monia com a maioria dos estudiosos. que 2Pedro tenha utilizado a 
carta de Judas (Introdução a 2Pedro: Dificuldades de Interpreta-
ção). a carta de Judas teria sido escrita antes de 65-67 d.C .. a data 
provável para 2Pedro. 
Alguns apresentam argumentos para uma data no século li, 
baseando-se na alegação de que Judas está combatendo o gnosti-
cismo. Ainda que os ensinamentos que Judas combate possam ter 
sido precursores do gnosticismo, não podem ser identificados com 
as heresias gnósticas plenamente desenvolvidas do século li 
(Introdução a 2Pedro: Características e Temas). 
Não existe indício, na carta, do seu local de escrita ou de seu 
destinatário. Alguns acreditam que o uso que Judas faz do Antigo 
Testamento e da literatura apócrifa judaica demonstra que a carta 
foi direcionada a uma audiência cristã judaica, mas as citações re-
velam mais sobre o histórico pessoal do autor do que sobre o dos 
leitores. É possível que Judas tenha escrito esta carta como uma 
carta circular para várias igrejas cujas condições ele conhecia por 
ter um ministério itinerante entre elas (cf. 1 Co 9.5). 
Características e Temas 
1. O caráter judaico cristão da epís-
tola. Esta carta reflete fortemente o meio social do 
cristianismo judaico do século 1, como era de se es-
perar de um autor como Judas. Entre as evidências para a origem 
judaica do autor temos as suas muitas referências ao Antigo Testa-
mento (mesmo que não o cite diretamente). a sua familiaridade 
com a tradição apócrifa judaica. e a sua forte preocupação ética. 
2. Denúncia dos falsos mestres. Judas enfrenta 
uma ameaça semelhante à que é combatida em 2Pedro: falsos 
mestres que estavam usando a liberdade cristã e a livre graça de 
Deus como licença para a imoralidade (v. 4; cf. 2Pe 2.1-3). A maior 
parte da epístola (vs. 4-19) se dedica à severa denúncia dos falsos 
mestres com a finalidade de impressionar os leitores com a serie-
dade desta ameaça. Mas a estratégia de Judas é mais do que so-
mente uma oposição negativa. Ele exorta aos seus leitores para 
que cresçam no conhecimento da verdade cristã (v. 20), para que 
tenham um testemunho firme pela verdade (v. 3) e para que procu-
rem resgatar aqueles cuja fé estava hesitante (vs. 22-23). Esta re-
ceita para confrontar erros espirituais é tão eficaz hoje quanto o era 
quando foi escrita. 
Dificuldades de Interpretação 
1. O relacionamento entre os livros 
de Judas e 2Pedro. Ver "Introdução a 2Pe-
dro: Dificuldades de Interpretação". 
2. O uso de materiais apócrifos e extrabíbli-
cos. Como foi mencionado acima, o uso de materiais judaicos 
1521 JUDAS 
apócrifos por Judas foi o maior obstáculo à aceitação da epístola 
no cânon do Novo Testamento. 
Referências ou citações de materiais extrabíblicos são raros 
no Novo Testamento. Mas devido à circulação de obras religiosas 
apócrifas durante o período e ao desejo dos autores do Novo Testa-
mento de comunicarem o evangelho em termos conhecidos pelos 
seus leitores, não é surpreendente encontrarmos alguma utilização 
eventual. Temos exemplos disso em 2T m 3.8, que usa tradições ju-
!
-Esboço de Judas 
1. Saudação (vs. 1-2) 
, li. Propósito da carta (vs. 3-4) 
! Ili. Denúncia dos falsos mestres (vs. 5-19) 
1
, A. Três exemplos de julgamento divino sobre os ímpios 
(vs. 5-7) 
1 8. A arrogância dos falsos mestres (vs. 8-1 O) 
] C. Três exemplos daqueles que levaram outros a pecar 
daicas sobre Êx 7.11; a citação de poetas pagãos em At 17.28; 
1Co 15.33; e Tt 1.12. 
A inclusão de tais citações no cânon inspirado, como ilustra-
ção ou como um apelo à sabedoria popular, não significa que os 
documentos apócrifos ou extrabíblicos em si fossem inspirados. 
nem que tudo o que está contido neles é aprovado pela Bíblia. É o 
uso da citação específica que é inspirado, e não a fonte dessa ci-
tação. 
D. A depravação e o perigo dos falsos mestres 
(vs. 12-13) 
E. A profecia de Enoque sobre o julgamento (vs. 14-15) 
F. Palavras orgulhosas dos falsos mestres (v. 16) 
G. Profecias apostólicas sobre os escarnecedores 
(vs. 17-19) 
IV. Exortações positivas (vs. 20-23) 
V. Doxologia final (vs. 24-25) L __ (v. 111 . 
------
Prefácio e saudação 
t Judas, servo de Jesus Cristo e ªirmão de Tiago, aos bcha-
mados, 1 amados em Deus Pai e e guardados em Jesus Cristo, 
2 a misericórdia, a d paz e o amor vos sejam multiplicados. 
mente pronunciados para esta condenação, homens ímpios, 
que transformam em libertinagem a graça de nosso Deus e 
negam o nosso único Soberano 2 e Senhor, Jesus Cristo. 
Exemplos da punição dos ímpios 
É dever cristão pelejar pela fé 5 Quero, pois, lembrar-vos, embora já estejais cientes de 
3 Amados, quando empregava toda a diligência em escre- tudo uma vez por todas, que 80 Senhor, tendo libertado um 
ver-vos e acerca da nossa comum salvação,foi que me senti povo, tirando-o da terra do Egito, destruiu, depois, os que não 
obrigado a corresponder-me convosco, exortando-vos a/bata- creram; 6e a anjos, os que não guardaram o seu estado 3 origi-
lhardes, diligentemente, pela fé que uma vez por todas foi en- na!, mas abandonaram o seu próprio domicílio, ele tem guarda-
tregue aos santos. 4 Pois certos indivíduos se introduziram do sob trevas, em algemas eternas, para o juízo do grande Dia; 
com dissimulação, os quais, desde muito, foram antecipada- 7 como hSodoma, e Gomorra, e as cidades circunvizinhas, 
·-~ª;t 1.13 bRm 1.JCJo 17.11-12 l Cf. NU; TR e MsantificadosporDeus 2 d1Pe 1.2; 2Pe 12 3 en 1.4/Fp 127 4 2Cf. NU; TR e M 
acrescentam Deus; NU omite 5 8Êx 12.51; 1Co 10.5-10; Hb 3.16 6 3 próprio 7 h Gn 19.24; 2Pe 2.6 
•1 Judas ... irmão de Tiago. Ver Introdução: Autor. 
chamados. A expressão da iniciativa soberana e graciosa de Deus em convocar 
eficazmente à salvação aqueles a quem escolheu. 
guardados em Jesus Cristo. D grego pode ser traduzido também por "guarda-
dos para Jesus Cristo" Os eleitos perseverarão na fé porque Deus os preserva lv. 
24; Jo 10.27-30; 1Pe 1.5). 
•Z a misericórdia, a paz e o amor. Judas confere um significado profunda-
mente cristão a uma tradicional saudação judaica !"misericórdia e paz") pelo 
acréscimo de "amor". A misericórdia de Deus para com pecadores indignos e a 
conseqüente paz estão baseadas em seu amor manifestado em Jesus Cristo (Jo 
316) 
•3 foi que me senti obrigado. Em lugar do tratado doutrinário que havia plane-
jado escrever. Judas sente-se obrigado a lidar com o problema dos falsos mes-
tres lv. 4). Não temos conhecimento se o seu objetivo original foi posteriormente 
alcançado. 
a batalhardes, diligentemente, pela fé. Aqui, "fé" designa o conteúdo da men-
sagem ensinada pelos apóstolos e professada por todos cristãos. não o exercício 
pessoal da confiança por parte de um crente. O cristianismo possui um corpo auto-
rizado de fé, que foi dado por Deus à Igreja através dos apóstolos (1Co15.3-8). Jun-
tamente com o Antigo Testamento IEf 2.20). esse testemunho apostólico, como se 
encontra no Novo Testamento, é o padrão para a Igreja 12Jo 9-1 O). 
•4 certos indivíduos se introduziram com dissimulação. Os perturbadores 
aparentemente tinham vindo de fora da igreja à qual Judas estava escrevendo, 
apresentando-se talvez como profetas ou mestres itinerantes l2Jo 10-11 ). 
pronunciados para esta condenação. Esta frase difícil refere-se. provavel-
mente, a várias profecias sobre a vinda e a condenação de homens ímpios. como 
os falsos mestres. incluindo, talvez, a profecia de Enoque nos vs. 14-15 e as pro-
fecias apostólicas nos vs. 17-18. Ou, menos provavelmente, pode referir-se à sor-
te dos ímpios como estando escrita nos livros celestiais IJr 22.30; Ap 17.8). 
transformam em libertinagem a graça de nosso Deus. Os oponentes de Ju-
das eram culpados de antinomismo - a convicção de que os cristãos não têm 
obrigação alguma de seguir a lei moral como regra de vida. Tal ensino foi um pro-
blema permanente na Igreja Primitiva IRm 3.8; 6.15; 1 Co 6.12-15; GI 5.13). espe-
cialmente onde a ênfase de Paulo sobre a justificação pela graça mediante a fé 
era mal entendida e pervertida. 
negam o nosso único Soberano e Senhor, Jesus Cristo. Por sua conduta 
ímpia e imoral, os falsos mestres negam a Cristo. A designação de Cristo como 
"Senhor" reconhece a divindade de Cristo. 
•5 destruiu, depois, os que não creram. Deus puniu a Israel com quarenta 
anos de peregrinação no deserto por incredulidade quando eles recusaram-se a 
entrar em Canaã após o relato dos espias INm 14.27-34; Hb 3.16-19). Assim 
como o juízo sobreveio aos israelitas apóstatas. também sobrevirá aos membros 
apostatados da Igreja IHb 4 1-2). 
•6 anjos. Ver nota em 2Pe 2.4. 
não guardaram o seu estado original, mas abandonaram o seu próprio d1>-
micílio. Tais anjos rebelaram-se contra as responsabilidades que lhes haviam sido 
conferidas por Deus e abandonaram suas áreas de ministério ou residência. Alguns 
interpretam isto como dizendo que eles deixaram o céu e desceram à terra. 
o juízo do grande Dia. O dia do julgamento por ocasião da segunda vinda de 
Cristo. 
JUDAS 1522 
que, havendo-se entregado à prostituição como aqueles, se-
guindo após outra carne, são postas para exemplo do fogo 
eterno, sofrendo 4punição. 
B iQra, estes, da mesma sorte, quais sonhadores alucina-
dos, não só contaminam a carne, como também rejeitam go-
verno e idifamam 5 autoridades superiores. 9 Contudo, o 
arcanjo Miguel, quando 6contendia com o diabo e disputava 
a respeito do corpo de Moisés, não se atreveu a proferir juízo 
infamatório contra ele; pelo contrário, disse: 10 Senhor te re-
preenda! 10 m Estes, porém, quanto a tudo o que não enten-
dem, difamam; e, quanto a tudo o que compreendem por 
instinto natural, como brutos sem razão, até nessas coisas se 
corrompem. 11 Ai deles! Porque prosseguiram pelo caminho 
nde Caim, e, movidos de ganância, ºse precipitaram no erro 
de Balaão, e pereceram Pna revolta de Corá. 12 Estes homens 
são como 7rochas submersas, em vossas festas de fraternida-
de, banqueteando-se juntos sem qualquer recato, pastores 
que a si mesmos se apascentam; nuvens sem água impelidas 
ªpelos ventos; árvores em plena estação dos frutos, destes 
desprovidas, duplamente mortas, desarraigadas; 13 qondas 
bravias do mar, 'que espumam as suas próprias sujidades; es-
trelas errantes, spara as quais tem sido guardada a negridão 
das trevas, para sempre. 
14 Quanto a estes foi que também profetizou Enoque, o sé-
timo depois de Adão, dizendo: Eis que veio o Senhor entre 
suas santas miríades, 15 para exercer juízo contra todos e para 
fazer convictos todos os ímpios, acerca de todas as obras ímpias 
que impiamente praticaram e acerca de todas as 1palavras inso· 
lentes que ímpios pecadores proferiram contra ele. 16 Os tais 
são murmuradores, são descontentes, andando segundo as 
suas paixões. A sua "boca vive propalando grandes arrogân-
cias; vsão aduladores dos outros, por motivos interesseiros . •. ~~~~~~~~~~~ 
4vingança 8 i2Pe 2.10iÊx22.285algunshonrados, lit.honras 9izc 3.2 ô discutia 10 m2Pe 2.12 11 nGn4.3-8; Hb 11.4; 1Jo 
3.12 ° Nm 31.16; 2Pe 2.15; Ap 2.14 PNm 16.1-3,31-35 12 7Qu mácula BNU e Mao longo dos 13 q Is 57.20 '[Fp 3.19] s2Pe 2.17 
1511Sm2.3 16U2Pe2.18VPv28.21 
•1 como aqueles. Sodoma, Gomorra e as outras cidades assemelhavam-se a 
esses anjos do v. 6 na imoralidade e perversidade da sua transgressão sexual. A 
comparação também poderia referir-se à impudência e ao orgulho com que aban-
donaram seu próprio lugar. 
prostituição ... seguindo após outra carne. A "outra carne" refere-se, no 
caso, ao homossexualismo descrito em Gn 19.4-5. 
exemplo do fogo eterno, sofrendo punição. A destruição, pelo fogo, de So-
doma, Gomorra e as cidades vizinhas em Gn 19 presta-se, em toda a Escritura, 
como um modelo do julgamento de Deus contra o pecado (Dt 29.23; Is 1.9; Jr 
49.17-18; Rm 9.29). 
•8 sonhadores. Provavelmente, uma referência às alegações dos falsos mes-
tres de receberem revelações divinas por meio de experiências visionárias, alega-
ções que eles podiam usar como justificativa para as três ações mencionadas em 
seguida. 
contaminam a carne. Imoralidade sexual (v. 4 e nota), talvez até homossexua-
lismo (v. 7; Rm 1.26-27). 
rejeitam governo. Embora alguns o associem com autoridades humanas ou an-
gelicais, é mais provável que seja uma referência ao senhorio e à autoridade de 
Jesus Cristo. 
difamam autoridades superiores. Ver nota em 2Pe 2.1 O 
•9 Há evidências de que este incidente esteja baseado em A Assunção de Moi-
sés, uma obra judaica apócrifa (da qual restaram apenas fragmentos) que expan-
de a narrativa do sepultamento de Moisés em Dt 34.5-6 (Introdução: Dificuldades 
de Interpretação). O episódio diz respeito ao confronto entre o arcanjo Miguel e o 
diabo pela posse do corpo de Moisés.Conforme geralmente se interpreta, o argu-
mento de Judas é de que a linguagem áspera dos falsos mestres contrasta com a 
linguagem temperada de Miguel (2Pe 2.1 O e nota). Outros entendem que Judas 
apresenta o apelo de Miguel à autoridade de Deus em oposição à reivindicação 
dos falsos mestres de possulrem autoridade espiritual própria. 
o arcanjo Miguel. Conforme Dn 10.13,21; 12.1, Miguel é um dos principais an-
jos e o guardião especial de Israel. Em Ap 12. 7, Miguel lidera a hoste de anjos na 
guerra contra o diabo e seus anjos. Ver "Anjos", em Zc 1.9. 
•11 caminho de Caim. Ver Gn 4.1-15; Hb 11.4; 1Jo 3.12. De acordo com a tra-
dição judaica, à qual Judas pode estar se referindo, Caim foi o pecador arquetípi-
co e o instrutor de outros no pecado. 
erro de Balaão. Ver nota em 2Pe 2.15. 
revolta de Corá. Corá, juntamente com Datã e Abirão, liderou 250 homens na 
rebelião contra a autoridade de Moisés e de Arão (Nm 16). A revolta de Corá e o 
castigo divino resultante permitem uma comparação apropriada com o desprezo 
dos falsos mestres à autoridade eclesiástica e a capacidade perigosa dos falsos 
mestres de fazer outras pessoas se desviarem, bem como fornecem um exemplo 
do julgamento divino reservado aos falsos mestres (ver Nm 16.31-33). 
•12 rochas submersas. Esses "recifes submersos", conforme a palavra grega 
pode ser traduzida, constituem-se num perigo para a navegação. Se Judas está 
fazendo um jogo de palavras, o que ele quer dizer é que aqueles falsos mestres 
eram "perigosos recifes submersos" em águas supostamente tranqüilas. 
festas de fraternidade. Ver nota em 2Pe 2.13; cf. 1 Co 11.20-34. 
banqueteando-se juntos sem qualquer recato. Os falsos mestres podem ter 
feito das festas de fraternidade ocasiões de gritante imoralidade. Mesmo não 
sendo esse o caso, sua presença nas refeições fraternais teria sido motivo de pre-
ocupação para Judas. Visto que dava-se instrução nas festas de fraternidade (At 
20.7, 11 ), havia oportunidade para que os falsos mestres apresentassem suas 
idéias. 
nuvens sem água. Uma metáfora para uma forma de hipocrisia que deixa de 
produzir aquilo que está prometido (2Pe 2.17, nota). 
dos frutos ... desprovidas, duplamente mortas, desarraigadas. Como árvo-
res que não davam frutos no tempo da colheita, as vidas daquelas pessoas eram 
estéreis e estavam sujeitas ao juízo de Deus (Mt 7.16-20; Lc 13.6-9). 
•13 estrelas errantes. Estrelas cadentes, cometas ou, mais provavelmente, 
planetas. O ensino dos oponentes tem vida breve (como a luz emitida por uma es-
trela cadente) ou é indigno de atenção e inútil (como quando um corpo celestial 
de movimento imprevisível é usado como guia na navegação). 
•14 profetizou. Ao afirmar que Enoque "profetizou sobre esses homens", Judas 
não confirma tampouco nega a atribuição popular desse texto apócrifo ao Enoque 
bíblico. A citação extraída de 1 Enoque, em concordância com uma hoste de pro-
fecias do Antigo Testamento (p. ex., Dn 7.9-1 O; Zc 14.3-5), ensina que Deus virá 
com seus exércitos celestiais para julgar os ímpios, estando Judas, dessa forma, 
justificado por aplicar essa idéia bíblica à sua situação específica. 
Enoque, o sétimo depois de Adão. O Enoque de Gn 5.24 é o sétimo depois de 
Adão se Adão for contado como o primeiro. Nos vs. 14-15, Judas faz uma citação 
quase literal de uma obra apócrifa popular chamada Livro de Enoque ou 1 Enoque. 
Com isso, Judas não subentende que 1 Enoque seja obra divinamente inspirada 
ou que fosse escrita pelo próprio Enoque (ver Gn 5.24). A fonte que ele usa era fa. 
miliar a seus leitores e seria útil para confirmar seu tema do vindouro julgamento 
divino contra os ímpios (Introdução: Dificuldades de Interpretação/. 
santas miríades. Provavelmente, uma referência à hoste de anjos que acompa-
nhará o Senhor Jesus por ocasião de seu segundo advento (Zc 14.5; Mt 25.31 ). 
•15 ímpios ... ímpias. A repetição desse vocábulo é importante; a mesma pala-
vra grega aparece também nos vs. 4, 18. Rebelião de falsos mestres é, primeiro e 
antes de tudo, contra Deus e a sua autoridade e enfrentará o indubitável julga-
mento de Deus (v. 4, nota). 
• 16 são murmuradores, são descontentes. A exemplo de Israel no deserto 
(v. 5; 1 Co 10.1 O), os falsos mestres resistem à vontade de Deus, queixando-se, 
talvez, das restrições da lei sobre o comportamento deles. 
grandes arrogâncias. Ou, "palavras arrogantes". Podem ter sido alegações 
quanto a terem experiências visionárias (v 8), liberdade da lei (vs. 4,8) ou posses-
são do Espírito Santo (vs. 18-19/. 
aduladores dos outros, por motivos interesseiros. Eles demonstram predi-
leção para com os membros ricos da igreja (Tg 2.1-4) ao ponto de, talvez, até 
1523 JUDAS 
A profecia apostólica. Exortações 
17 xvós, porém, amados, lembrai-vos das palavras anteri-
ormente proferidas pelos apóstolos de nosso Senhor Jesus 
Cristo, 18 os quais vos diziam: No último tempo, 2 haverá es-
carnecedores, andando segundo as suas ímpias paixões. 
19 São estes os que promovem divisões, 9sensuais, que não 
têm o Espírito. 20Vós, porém, amados, ªedificando-vos na 
vossa fé santíssima, borando no Espírito Santo, 21 guar-
dai-vos no amor de Deus, e esperando a misericórdia de nos-
so Senhor Jesus Cristo, para a vida eterna. 22 E compadecei-
vos de alguns que / estão na dúvida; 23 dsaivai-os,2 earreba-
tando-os do fogo; 3 quanto a outros, sede também compassi-
vos em temor, detestando até la roupa contaminada pela 
carne. 
A doxologia 
24 gora, àquele que é poderoso para 4vos guardar de 
tropeços e para hvos apresentar com exultação, imacula-
dos diante da sua glória, 25 5 ao único Deus, nosso Salvador, 
6mediante Jesus Cristo, Senhor nosso, glória, majestade, im-
pério e soberania, 7 antes de todas as eras, e agora, e por todos 
os séculos. Amém! 
~~~~~~~~~~ 
~ 17X2Pe3.2 18Z[1Tm4.1] 19 9naturaisoumundanos 20•Cl2.7 b[Rm8.26] 21 CTt2.13 22 ICf.NUqueestãoduvidandoou 
fazendo distinções; TR e M fazendo uma distinção 23 d Rm 11.14 e Am 4.11 /[Zc 3.4-5] 2 Cf. NU; TR e M acrescentam com temor; NU 
omite 3Cf. NU; TR e M omitem quanto a outros, sede também compassivos em amor 24 g[Ef 3.20] hCI 1.22 4M os 25 5Cf. NU; TR e Mao 
único Deus sábio ó Cf. NU; TR e M nosso Salvador, seja glória 7 Cf. NU; TR e M omitem antes de todas as eras 
mesmo adaptarem seu ensino para agradar os de maior influência entre seus ou-
vintes. 
•18 No último tempo. Vernota em 1Pe 1.20. 
escarnecedores. Eles zombam especialmente da lei moral de Deus e da certeza 
do castigo divino aos desobedientes !SI 1.1; 35.16; Pv 14.9; 2Pe 33-4). 
•19 promovem divisões. A divisão na igreja era o resultado inevitável da arro-
gância dos falsos mestres lv. 16) e de sua alegação, contra os líderes da igreja e 
cristãos comuns, de possuírem o Espírito. Os falsos mestres podem ter classifica-
do as pessoas, como os gnósticos mais tarde fizeram, entre "espirituais" !eles 
mesmos) e "naturais" !cristãos comuns). 
sensuais, que não têm o Espírito. Contra as alegações de seus oponentes, 
Judas argumenta que eles mesmos, os falsos mestres, são os que vivem inteira-
mente no nível da vida natural, terrena lv. 10). 
•20-23 Judas passa agora da denúncia aos falsos mestres a uma exortação po-
sitiva aos seus leitores. Lutar pela fé quando se está sob ataque significa mais do 
que opor-se aos falsos mestres por meio de palavras. Implica em uma vida de 
fato fiel ao evangelho. A forma trinitariana da exortação de Judas deve ser obser-
vada !"Espírito Santo ... Deus ... nosso Senhor Jesus Cristo"). 
•20 edificando-vos ... fé santíssima. Judas, da mesma forma que Pedro 11 Pe 
2.5) e Paulo (1Co 3.16-17), compara a Igreja a um edifício. Assim como no v. 3, 
"fé" refere-se à mensagem fundamental dos apóstolos e profetas IEf 2.20-22). 
orando no Espírito Santo. Ao contrário dos falsos mestres, as orações dos lei-
tores de Judas são dirigidas pelo Espirita de Deus. como de fato suas vidas de-
vem ser porcompleto IGI 5.16-18; Ef 6.18). 
•22-23 O texto grego exato destes versículos é objeto de debate, sendo difícil 
afirmar se se tratam de dois ou três os grupos de pecadores lv. 23, nota textual). 
Qualquer que seja a solução para o texto, Judas claramente reconhece que de-
ve-se empregar estratégias pastorais diferentes com pessoas diferentes. Algu-
mas pessoas podem beneficiar-se com um aconselhamento gentil IGI 6.1 ). Com 
outras, será preciso haver confrontação ou ação de alguma forma para que sejam 
puxadas para fora "do fogo". 
•23 salvai-os ... em temor. Ver GI 6.1. 
roupa contaminada pela carne. Uma metáfora vívida para a influência conta-
minadora dos falsos mestres, essa locução ressalta a precaução que os leitores 
de Judas precisam exercer em seu contato com os mestres falsos e com aqueles 
sob sua influência 11 Co 5.11; 2Jo 10-11 ). Sobre a metáfora, ver Is 64.6; Zc 3.1-5; 
Mt 22.12; Ap 3.4-5, 18; 19.8. 
•24-25 À semelhança de Rm 16.25-27, a conclusão de Judas é uma doxologia 
que expressa confiança no poder de Deus para preservar o seu povo até o fim e 
que reconhece a eterna grandeza de Deus em sua "glória, majestade, domínio e 
poder". 
	JUDAS
	Capítulo Único

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