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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ – UNIOESTE CENTRO DE ENGENHARIA E CIENCIAS EXATAS – CECE ENGENHARIA QUIMICA – 4a SÉRIE BOMBEAMENTO DE LÍQUIDOS E MOVIMENTAÇÃO DE GASES TOLEDO – PR 2014 Maycon Vinícius de Senna Ribeiro BOMBEAMENTO DE LÍQUIDOS E MOVIMENTAÇÃO DE GASES Trabalho acadêmico apresentado à disciplina de Processos da Indústria Química em cumprimento parcial aos requisitos para obtenção do título de graduação em Engenharia Química na Universidade Estadual do Oeste do Paraná Campus de Toledo. Docente: Tatiana Rodrigues da Silva Baumgartner TOLEDO – PR 2014 3 1. INTRODUÇÃO Quando trata-se da indústria como um todo, o profissional responsável deve ter conhecimento do processo envolvido, de suas etapas e da correta aplicação dos equipamentos no mesmo, de fomo a facilitar, aprimorar e otimizá-lo de modo a ter o maior lucro possível. Os processos químicos são constituídos de procedimentos e etapas muito diferentes, que possuem princípios e características dependendo da matéria-prima processada. Cada uma dessas etapas deve ser investigada individualmente, entendendo o funcionamento das mesmas para a devida escolha e dimensionamento dos equipamentos envolvidos. Operações mecânicas de forma geral, são classificadas de acordo com o estado de cada substância envolvida: Operações com sólidos: Fragmentação, Transporte, Peneiramento, Mistura e Armazenamento; Operações com fluidos: Escoamento de fluidos, Bombeamento de líquidos, movimentação e compressão de gases, Mistura e Agitação de Líquidos; Operações com sólidos e fluidos: Fluidização de sólidos e separações mecânicas (sólido-sólido, líquido-sólido, sólido-gás, líquido-gás, líquido-líquido). Neste trabalho daremos foco no escoamento de fluidos, envolvendo o bombeamento de líquidos e a movimentação de gases. De uma maneira geral formularemos quais os critérios envolvidos na seleção dos equipamentos e os mais utilizados na indústria química. 2. CONCEITOS FUNDAMENTAIS Para entender o escoamento de fluidos, faremos uma breve conceituação de suas propriedades e características. A diferença fundamental de um líquido e um gás e um sólido consiste na sua estrutura molecular, de modo que as moléculas estão sujeitas a menos forças atrativas, com um certo grau de liberdade. Não entraremos nas reais definições de fluido, pois segundo a Reologia existem várias substâncias sólidas onde seu comportamento é fluidodinâmico. Aqui abordaremos apenas os líquidos e os gases (vapores). Líquido: apesar de não possuir um formato próprio, apresentam um volume próprio, isto implica que podem apresentar uma superfície livre. Gases e vapores: além de apresentarem forças de atração desprezíveis, não apresentarem formato nem volume próprio, ocupam todo o volume a eles oferecidos. Os gases e líquidos devem possuir propriedades conhecidas, para que aja o correto dimensionamento de um equipamento envolvido. Viscosidade, efeitos de temperatura, pressão, mudanças de fase são alguns exemplos. 2.1. Viscosidade A viscosidade de um líquido ou um gás é, em uma linguagem mais coloquial, a medida de quanto ele gruda. É a propriedade associada à resistência que o fluido oferece a deformação por cisalhamento. De outra maneira pode-se dizer que a viscosidade corresponde ao atrito interno nos fluidos devido basicamente a interações intermoleculares, sendo em geral função da temperatura. É comumente percebida pela “grossura”, ou resistência ao despejamento. Viscosidade descreve a resistência interna para fluir de um fluido e deve ser pensada como a medida do atrito do fluido. Assim, a água é “fina”, tendo uma baixa viscosidade, enquanto o oléo vegetal é “grosso”, tendo uma alta viscosidade. Para fluidos que se movem através de tubos, a viscosidade leva a uma força resistiva. Esta resistência pode ser imaginada como uma força de atrito agindo entre as partes de um fluido que estão se movendo a velocidades diferentes. O 5 fluido muito perto das paredes do tubo, por exemplo, se move muito mais lentamente do que o fluido no centro do mesmo. O fluido em um tubo sofre forças de atrito. Existe atrito com as paredes do tubo, e com o próprio fluido, convertendo parte da energia cinética em calor. As forças de atrito que impedem as diferentes camadas do fluido de escorregar entre si são chamadas de viscosidade. A viscosidade é uma medida da resistência de movimento do fluido. Figura 1 – Escoamento em um tubo, com pequena e grande viscosidade. É interessante compreender que a viscosidade depende da temperatura, e que para líquidos ela diminui com o aumento da temperatura e para gases aumenta. Os conceitos de lei da viscosidade de Newton são muito usados, além dos cálculos de turbulência pelo número de Reynolds. Nesse trabalho, não serão abordados profundamente. A partir daqui, serão abordados os equipamentos mais utilizados nesses tipos de escoamento na indústria química. Tubulações e equipamentos mais comuns para cada tipo de processo serão descritos a seguir. 3. BOMBEAMENTO DE LÍQUIDOS Para deslocar líquidos de um local a outro, em determinadas condições, é necessária a utilização de algum equipamento que forneça energia ao fluido para que ele alcance o local desejado em determinada vazão ou pressão. O equipamento mais conhecido para esses fins é a bomba. As bombas são máquinas geratrizes, isto é, recebem trabalho mecânico e o transformam em energia. São máquinas que realizam trabalho sobre um fluido líquido com a finalidade de deslocá-lo. Um sistema de bombeamento é um sistema de escoamento líquido incorporando uma bomba. Figura 2 – Esquema de um sistema de bombeamento. A classificação básica das bombas são dispostas nas Tabelas 1 e 2, onde resumidamente encontram-se as características das mesmas. Tabela 1 – Classificação geral de bombas. Turbobombas Centrífuga pura ou radial Axial Diagonais ou de fluxo misto Deslocamento positivo ou volumétricas Rotativas Um só rotor Palhetas Pistão rotativo Elemento flexível Parafuso Múltiplos rotores Engrenagem Lobos 7 Parafusos Alternativas Diafragma Simplex ou duplex Operado por fluido ação mecânica Pistão ou êmbolo Duplo efeito Simplex Acionada por vapor Simples efeito Simplex Duplex Triplex Multiplex Acionada por motores de combustão interna ou elétricos Dessa mesma forma as bombas também podem ser classificadas quanto: Tabela 2 – Classificação de bombas quanto às outras características. Trajetória do líquido no rotor Centrífuga pura ou radial Fluxo misto ou diagonal Hélico-centrífuga Helicoidal Axial ou propulsora Número de rotores empregados Simples estágio Múltiplo estágio Número de entradas para aspiração Aspiração simples ou entrada unilateral Aspiração dupla ou entrada bilateral Transformação da energia cinética em energia de pressão Difusor com pás guias entre o rotor e o coletor Coletor em forma de caracol ou voluta Difusor axial troncônico, com pás guias Velocidade específica Centrífugas puras De fluxo misto Axiais 3.1. Bombas de deslocamento positivo As bombas de deslocamento positivo impelem uma quantidade definida de fluidoem cada golpe ou volta do dispositivo. Uma porção de fluido é presa numa câmara, e pela ação de um pistão ou peças rotativas é impulsionado para fora. Desse modo, a energia do elemento rotativo ou pistão é transferida para o fluido. A característica principal dessa classe de bombas é que uma partícula líquida em contato com o órgão que transfere a energia tem aproximadamente a mesma trajetória que a do ponto do órgão com o qual está em contato. As bombas alternativas podem ter escoamento intermitente (alternativas) ou escoamento contínuo (rotativas). Figura 3 – Bomba rotativa de lóbulos. 3.2. Turbobombas As turbobombas são bombas caracterizadas por possuírem um órgão rotatório dotado de pás, chamado de rotor, que comunica aceleração à massa líquida, transformando a energia mecânica que recebe de uma fonte externa de energia (motor elétrico, por exemplo), em energia cinética. Essa aceleração, ao contrário do que se verifica nas bombas de deslocamento positivo, não possui a mesma direção e o mesmo sentido do movimento do líquido em contato com as pás. As turbobombas são as bombas mais usadas na indústria química, por terem um modelo simplificado, pequeno custo, manutenção barata e flexível para aplicação (ampla faixa de pressão e vazão). Possuem como vantagem sua simplicidade de projeto e construção, ocupam pouco espaço, possuem um peso 9 reduzido comparado às bombas de deslocamento positivo; possuem fácil controle de descarga e poucas partes móveis. Figura 4 – Esquema de uma bomba centrífuga. 3.3. Seleção e especificação de bombas Para a correta seleção da bomba em um sistema temos que levar em conta três fatores importantes: Vazão (quantidade de líquido a bombear): determina o tamanho e o número de bombas; Carga a ser vencida (energia necessária fornecida pela bomba para vencer o deslocamento); Natureza do fluido (viscosidade, corrosividade, presença de sólidos em suspensão). Para isso temos as seguintes tabelas: Tabela 3 – Seleção e características de bombas centrífugas. Padrão (escoamento radial) Turbina (escoamento misto) Rotor helicoidal (escoamento axial) Carga (ou pressão de descarga) Elevada; em estágio simples até 600 ft; Intermediária até 200 ft Baixa até 60 ft multiestágio até 6000 ft Capacidade (ou vazão fornecida) Baixa 100 gal/min até muito alta 200000 gal/min Intermediária até 16000 gal/min Elevada até 100000 gal/min Líquidos com que opera Sujos ou límpidos Com elevado teor de sólidos Abrasivos Capacidade de medição ou de controle de vazão Não tem Não tem Não tem Tabela 4 – Seleção e característica de bombas de deslocamento positivo. Rotativa (engrenagem ou parafuso) Alternativa (pistão ou êmbolo) Carga (ou pressão de descarga) Intermediária até 600 psi A mais alta possível até 100000 psi Capacidade (ou vazão fornecida) Baixa 1 gal/min; até intermediária 500 gal/min Intermediária até 500 gal/min Líquidos com que opera Até com viscosidade elevada; Não abrasivo Límpidos, sem sólidos Capacidade de medição ou de controle de vazão Tem Tem Um sistema de escoamento de líquidos deve possuir as corretas dimensões não apenas com a bomba correta mas com a tubulação ideal. As tubulações padrões utilizadas em sistemas de escoamento de líquidos serão comentadas ao final desse trabalho. 11 4. MOVIMENTAÇÃO DE GASES As bombas são equipamentos projetados para líquidos, de forma que não operam com gases, o que pode causar sérios danos ao equipamento (cavitação). Dessa forma, quando trata-se de gases em movimentação é necessário outro equipamento que pressurize o gás para que atinja o deslocamento necessário na indústria química. No aspecto de pressurização de gases existem três tipos de equipamentos mais utilizados: os ventiladores, os sopradores e os compressores. Os ventiladores provocam pequenos aumentos de pressão (até 0,003 atm ou 3040 Pa), os sopradores aumentos médios de pressão (até 0,3 atm ou 30400 Pa) e os compressores provocam elevados aumentos de pressão (de 0,3 atm a 4000 atm ou 30400 a 405000 Pa). Nesse trabalho daremos mais foco aos compressores. 4.1. Ventiladores e sopradores Operam a pressões suficientemente baixas, podendo-se desconsiderar a compressibilidade dos gases, isto é, os volumes de entrada e saída são praticamente iguais; são simplesmente movimentadores de gases. Eles podem deslocar grandes volumes com pequeno acréscimo de pressão e no caso de sopradores a funcionalidade é de até 95 m³/s. Figura 5 – Ventilador industrial Figura 6 – Soprador industrial. 4.2. Compressores Analogamente às bombas, os compressores são divididos em duas categorias, os de deslocamento positivo e os centrífugos. Dentre os de deslocamento positivo estão os alternativos e rotativos. Os compressores são usados em diversos processos na indústria química. Uso de ar comprimido, compressão de gases de processo, compressão de refrigeração, etc. Figura 7 – Compressor industrial de diafragma. 13 4.3. Compressores na refrigeração industrial Os compressores de refrigeração são máquinas desenvolvidas por certos fabricantes com vistas a essa aplicação. Operam com fluidos bastante específicos e em condições de sucção e descarga pouco variáveis, possibilitando a produção em série e até mesmo o fornecimento incluindo todos os demais equipamentos do sistema de refrigeração. 4.4. Ar comprimido Os compressores de ar para sistemas industriais destinam-se às centrais encarregadas do suprimento de ar em unidades industriais. Embora possam chegar a ser máquinas de grande porte e custo aquisitivo e operacional elevados, são oferecidos em padrões básicos pelos fabricantes. Isso é possível porque as condições de operação dessas máquinas costumam variar pouco de um sistema para outro, há exceção talvez da vazão. 4.5. Seleção de compressores Para a correta escolha do compressor utilizado em determinado processo, determinadas variáveis necessitam ser conhecidas, analogamente às bombas: Temperatura de entrada do gás; Máxima temperatura de saída; Variação de pressão; Vazão; Propriedades do gás (composição, temperatura e pressão críticas, peso molecular médio e fatores de compressibilidade); 5. TUBULAÇÕES INDUSTRIAIS Tubos são condutos fechados, destinados principalmente ao transporte de fluidos. Todos os tubos são de seção circular, apresentando-se como cilindros ocos. A grande maioria dos tubos funciona como condutos forçados, isto é, sem superfície livre, com o fluido tomando toda a área da seção transversal. Fazem exceção apenas as tubulações de esgoto, e às vezes as de água, que trabalham com superfície livre, como canais. Chama-se de tubulação a um conjunto de tubos e seus diversos acessórios. A necessidade de existência das tubulações decorre principalmente do fato de o ponto de geração ou de armazenamento dos fluidos estar, em geral, distante do seu ponto de utilização. Usam-se tubulações para o transporte de todos os materiais capazes de escoar, isto é, todos os fluidos conhecidos, líquidos ou gasosos, assim como materiais pastosos e fluidos com sólidos em suspensão, todos em faixa de variação de pressões e temperaturas usuais na indústria: desde o vácuo absoluto até cerca de 1000 Mpa, e desde o próximo do zero absoluto até as temperaturas de metais em fusão. A importância das tubulações na indústria é enorme,sendo dos equipamentos industriais de uso mais generalizado. O valor da tubulação representa, em média, 50 a 70% do valor de todos os equipamentos de uma indústria de processo, e 15 a 20% do custo total da instalação. Dessa forma, classificamos as tubulações para diversos tipos de escoamento, na qual citaremos aqui alguns dos mais utilizados. 5.1. Tubulações para água doce A água doce limpa, com reação neutra (pH entre 6 a 10), é um fluido de baixa corrosão, para o qual os seguintes materiais podem ser indicados: Tubulações de baixa pressão e temperaturas moderadas (até 1 Mpa e 60ºC), não enterradas: tubos de 4” de diâmetro, aço carbono galvanizado ou ferro maleável galvanizado, com extremidades rosqueadas; para ramais e redes de distribuição de pequeno diâmetro podem ser usados tubos de PVC, também rosqueados. 15 Tubulações de baixas pressão e temperatura moderada (até 1 Mpa e 60ºC), enterradas: tubos de até 2” de diâmetro de PVC com extremidades rosqueadas ou tubos de diâmetros de 3” ou maior, de ferro fundido com extremidades de ponta e bolsa; e para diâmetros de 20” ou maiores, podem ser usados tubos de concreto armado. Tubulações para pressões e temperaturas mais elevadas, não enterradas, dentro de instalações industriais, inclusive para alimentação de caldeiras: tubos de 11/2” de diâmetro, aço-carbono, com sobre- espessura para corrosão de 1,2 mm, extremidades lisas; e tubos de diâmetro de 2” ou maior, com extremidades para solda de topo. 5.2. Tubulações para hidrocarbonetos A corrosividade de dos hidrocarbonetos, e portanto a seleção de materiais para tubulações em serviços com hidrocarbonetos, depende fundamentalmente da temperatura e da presença de impurezas, principalmente de produtos sulfurosos e clorados. Os materiais mais usados estão dispostos na Tabela 5. Tabela 5 – Materiais empregados nas tubulações de hidrocarbonetos. Material Limites de temperatura e sobre-espessuras para corrosão Hidrocarbonetos com baixo enxofre (até 1%) Hidrocarbonetos com enxofre normal (1% a 3%) Hidrocarbonetos com alto enxofre (mais de 3%) Aço-carbono 400 ºC – 1,2 mm 350 ºC – 1,2 mm 300 ºC – 3 a 6 mm Aço-liga 5 Cr – ½ Mo 540 ºC – 1,2 mm 500 ºC – 1,2 mm 450 ºC – 3 a 6 mm Observações na escolha das tubulações: Os hidrocarbonetos com presença de cloretos, em temperaturas abaixo do ponto de orvalho, são altamente corrosivos devido à possibilidade de formação de HCl diluído. Recomenda-se por isso que seja adotado, para o aço-carbono, maior sobre-espessura para corrosão, 3 a 4 mm, por exemplo. Como todos os hidrocarbonetos são inflamáveis ou combustíveis, na maioria dessas tubulações existe risco de incêndio, às vezes em elevado grau. Por essa razão, não se podem admitir peças de materiais de baixo ponto de fusão (metais não-ferrosos, plásticos, etc.), exceto em pequenas tubulações auxiliares e em algumas tubulações enterradas. As tubulações para óleos viscosos têm, em geral, aquecimento e isolamento térmico, e as tubulações para óleos quentes devem ter sempre isolamento térmico. 5.3. Tubulações para ar comprimido O ar comprimido é um fluido de baixa corrosão, para o qual os seguintes materiais podem ser recomendados: Tubulações de baixa pressão (até 0,7 MPa): tubos até 4” de diâmetro, de aço-carbono galvanizado, com extremidades rosqueadas; e tubos com diâmetro de 2”, ou maior, aço-carbono, com sobre-espessura para corrosão de 1,2 mm, com extremidades de solda de topo. Tubulações de alta pressão (mais de 0,7 MPa): tubos de aço-carbono, com sobre-espessura para corrosão de 1,2 mm, com extremidades para solda de encaixe em diâmetros até 1 ½” – 2”, e para solda de topo em diâmetros maiores Em todas as tubulações de ar comprimido existe o problema da drenagem da água proveniente da umidade que se condensa pelo resfriamento do ar, ou que se forma quando o fluxo no sistema é interrompido. Por essa razão devem ser instalados separadores de água em todos os pontos baixos, antes das válvulas de bloqueio e nas extremidades de linhas. Se possível, a água condensada deve correr por gravidade para os separadores. 5.4. Tubulações para esgoto e drenagem Quase todas as tubulações de esgotos são enterradas, tanto para esgoto pluvial como para esgoto sanitário e esgoto industrial; fazem exceções apenas pequenos trechos em subsolos e subterrâneos de edifícios. A maior parte dessas tubulações funciona sem pressão, como canais, com superfície livre de líquido; 17 por essa razão devem ter um caimento constante, obedecido o mais rigorosamente possível. A corrente líquida nas tubulações de esgoto é quase sempre agressiva. Nas tubulações de esgoto industrial, além dos líquidos serem corrosivos são ainda frequentemente de natureza variável, quanto à composição química, concentração, temperatura, condições de corrosão, etc. Nas indústrias de processamento de fluidos existem quase sempre redes especiais de esgotos para fluidos residuais e também para a drenagem de emergência da instalação. Nessas tubulações os fluidos circulantes são os próprios fluidos que estão sendo processados. Por essa razão os materiais empregados são os mesmos das tubulações de processo, ou seja, tubos de aço- carbono soldados a topo, na maioria dos casos. Essas tubulações são geralmente acima do solo e trabalham com temperaturas e pressões baixas. A drenagem de emergência pode ser feita succionando-se com bombas os fluidos contidos no sistema (pump-out), ou deixando-se os fluidos serem expulsos pela própria pressão do sistema (blow down). Figura 8 – Tubulações industriais para o transporte de hidrocarbonetos. 6. CONSIDERAÇÕES FINAIS O bombeamento de líquidos e a movimentação de gases depende principalmente do material utilizado nos equipamentos e nas tubulações, da vazão necessária, da pressão e temperatura dos fluidos circulantes e de suas propriedades intrínsecas. O correto dimensionamento dos equipamentos fornece um leque amplo de equipamentos utilizados, de acordo com o processo requerido. Os sistemas de circulação de fluidos necessita de equipamentos específicos para diminuir custos com manutenção dos mesmos, e evitar possíveis perdas e diminuição no tempo de duração do material. Consumo de energia nas bombas e compressores também deve ser otimizado, de forma que as tubulações e os fluidos recebam a energia necessária para o deslocamento sem consumos extras ou outras necessidades de mudanças de vazão ou estocagem dos fluidos. Em processos industriais o conhecimento desses equipamentos é imprescindível para a correta manipulação dos diversos processos da indústria química. 19 7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Prof. Marcos Moreira – Apostila de bombas – Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE), Toledo, 2013. Nivaldo Bernardo Ferreira – Utilidades de processos – Ateneu Santista, 2010. Mc Cabe – Unit Operations of Chemical Engineering – 5th edition, Mc Graw-Hill Internation Editions, 1993. Pedro C. Silva Telles – Tubulações Industriais, materiais, projeto e desenho – 7ª edição, Livros técnicos e científicos editora, 1994.
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