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AULA 12: CIRURGIAS GASTRODUODENAIS E SÍNDROMES PÓS-OPERATÓRIAS Fisiopatologia da nutrição e dietoterapia I FISIOPATOLOGIA DA NUTRIÇÃO E DIETOTERAPIA I Aula 12: Cirurgias gastroduodenais e síndromes pós-operatórias AULA 12: CIRURGIAS GASTRODUODENAIS E SÍNDROMES PÓS-OPERATÓRIAS Fisiopatologia da nutrição e dietoterapia I Cirurgias gastroduodenais (BEYER, 2010) Indicações • Úlcera Péptica Complicada; • Perfuração; • Obstrução - estenose pilórica; • Hemorragia; • Intratabilidade; • Câncer Gástrico. Fonte: http://www.fisioterapiaparatodos.com Fonte: http://www.halstedsurgery.org AULA 12: CIRURGIAS GASTRODUODENAIS E SÍNDROMES PÓS-OPERATÓRIAS Fisiopatologia da nutrição e dietoterapia I Cirurgias gastroduodenais (BEYER, 2010) Ocorrência de cirurgia com menor frequência: eficácia dos tratamentos medicamentosos e dos novos conhecimentos sobre o Helicobacter pylori. Denervação vagal com o objetivo de diminuir a secreção ácida; • Diminui o estímulo das células parietais; • Reduz a resposta celular a gastrina. Vagotomia Fonte: Cirurgia Geral AULA 12: CIRURGIAS GASTRODUODENAIS E SÍNDROMES PÓS-OPERATÓRIAS Fisiopatologia da nutrição e dietoterapia I Cirurgias gastroduodenais (BEYER, 2010) Tipos de Vagotomia • Preserva a irrigação vagal do antro e do piloro, cortando somente as pequenas ramificações que irrigam o fundo e o corpo gástrico; • Praticamente isenta de distúrbios funcionais e das sequelas clínicas. Células Parietais Fonte: Cirurgia Geral AULA 12: CIRURGIAS GASTRODUODENAIS E SÍNDROMES PÓS-OPERATÓRIAS Fisiopatologia da nutrição e dietoterapia I Cirurgias gastroduodenais (BEYER, 2010) Tipos de Vagotomia • Denervação vagal da porção distal do esôfago e proximal do estômago. Troncular Fonte: Aula Manejo Quirurgico de la Hemorragia Digestiva Alta- Sérgio Cervera Bonilla Aumento do Esfíncter Pilórico Reconstrução a Billroth I AULA 12: CIRURGIAS GASTRODUODENAIS E SÍNDROMES PÓS-OPERATÓRIAS Fisiopatologia da nutrição e dietoterapia I Cirurgias gastroduodenais (BEYER, 2010) Tipos de Vagotomia • Estase gástrica; • Esvaziamento rápido do estômago e o refluxo gástrico esofágico. Consequências da Vagotomia Troncular AULA 12: CIRURGIAS GASTRODUODENAIS E SÍNDROMES PÓS-OPERATÓRIAS Fisiopatologia da nutrição e dietoterapia I Cirurgias gastroduodenais (BEYER, 2010) Gastrectomia Subtotal - Tumores de terço distal Gastrectomia Subtotal Billroth I Billroth II Y de Roux AULA 12: CIRURGIAS GASTRODUODENAIS E SÍNDROMES PÓS-OPERATÓRIAS Fisiopatologia da nutrição e dietoterapia I Cirurgias gastroduodenais (BEYER, 2010) Gastrectomia Subtotal Billroth I - anastomose gastroduodenal termino-terminal Fonte: Atlas of Abdominal Surgery, 1991 AULA 12: CIRURGIAS GASTRODUODENAIS E SÍNDROMES PÓS-OPERATÓRIAS Fisiopatologia da nutrição e dietoterapia I Cirurgias gastroduodenais (BEYER, 2010) Gastrectomia Subtotal Billroth II - encerramento do coto duodenal com anastomose gastrojejunal Fonte: http://www.halstedsurgery.org AULA 12: CIRURGIAS GASTRODUODENAIS E SÍNDROMES PÓS-OPERATÓRIAS Fisiopatologia da nutrição e dietoterapia I Cirurgias gastroduodenais (BEYER, 2010) Gastrectomia Subtotal Y de Roux - anastomose gastrojejunal + duodeno jejunal (duodeno excluído do trânsito) Fonte: http://www.halstedsurgery.org AULA 12: CIRURGIAS GASTRODUODENAIS E SÍNDROMES PÓS-OPERATÓRIAS Fisiopatologia da nutrição e dietoterapia I Cirurgias gastroduodenais (BEYER, 2010) Gastrectomia Total Gastrectomia Total Tumores de terço médio Tumores de fundo gástrico e cárdia Fonte: http://www.halstedsurgery.org AULA 12: CIRURGIAS GASTRODUODENAIS E SÍNDROMES PÓS-OPERATÓRIAS Fisiopatologia da nutrição e dietoterapia I Cirurgias gastroduodenais (BEYER, 2010) Gastrectomia Total - reconstrução através de esôfago-jejunostomia término-lateral em Y de Roux Fonte: http://www.halstedsurgery.org AULA 12: CIRURGIAS GASTRODUODENAIS E SÍNDROMES PÓS-OPERATÓRIAS Fisiopatologia da nutrição e dietoterapia I Cirurgias gastroduodenais (BEYER, 2010) Linfadenectomia • D1: Menos radical. Ressecção de linfonodos Peri gástricos; • D2: Envolve a ressecção do baço e pâncreas distal. Fonte: http://www.halstedsurgery.org AULA 12: CIRURGIAS GASTRODUODENAIS E SÍNDROMES PÓS-OPERATÓRIAS Fisiopatologia da nutrição e dietoterapia I Terapia nutricional no pós-operatório (CHEMIM, 2007) Terapia Nutricional Precoce- 24h após cirurgia • Enteral - Jejunostomia • Adotada no ato cirúrgico para permitir a nutrição; • Preservar a função intestinal; • Favorecer a cicatrização; • Preferir fórmulas oligoméricas e administrar por bomba infusora. Velocidade inicial: 20 mL/h; • Após adaptação intestinal progressão para fórmulas concentradas (DC= 1,5 a 2,0 Kcal/mL); • Parenteral • Indicada na impossibilidade de via oral ou enteral por complicações no pós-operatório; • Oral • Indicada nas gastrectomias subtotais. AULA 12: CIRURGIAS GASTRODUODENAIS E SÍNDROMES PÓS-OPERATÓRIAS Fisiopatologia da nutrição e dietoterapia I Terapia nutricional no pós-operatório (BRICARELLO et al., 2007) Gastrectomia Subtotal • Zero VO por 4 - 5 dias (liberação do cirurgião); • Progressão VO - líquida prova (fracionada com pequeno volume) até consistência normal. Gastrectomia total • Zero VO por 7- 10 dias (liberação do cirurgião); • Sonda nasoentérica ou jejunostomia intraoperatória- nutrição precoce; • Progressão da VO (fracionada com pequeno volume) e desmame da dieta enteral; • Administração de vit. B12- intramuscular, a partir de 2 e 3 mês de pós-operatório. VO- via oral AULA 12: CIRURGIAS GASTRODUODENAIS E SÍNDROMES PÓS-OPERATÓRIAS Fisiopatologia da nutrição e dietoterapia I Terapia nutricional no pós-operatório (BRICARELLO et al., 2007) Realimentação por VO • Dieta fracionada com pequeno volume; • Restrição de alimentos com alto teor de fermentação e HC simples; • Evoluir a consistência da dieta conforme tolerância. Branda- 15 a 30 dias após a fase inicial; • Hipercalórica, hiperproteica (20%), normolipídica (25 a 30%), normoglicídica (restrição de HC simples); • Avaliar suplementos hipercalóricos orais; • Líquidos 30 a 60 minutos após as refeições. Não exceder 100 a 200 mL/vez; • Comer devagar e mastigar bem os alimentos. VO- via oral; HC- hidrato de carbono AULA 12: CIRURGIAS GASTRODUODENAIS E SÍNDROMES PÓS-OPERATÓRIAS Fisiopatologia da nutrição e dietoterapia I Síndromes pós-operatória (CRISTALLO et al., 1986) Síndrome de Dumping • Passagem rápida do alimento pelo TGI = precoce (10 a 30 minutos após a refeição) e tardia ( 2 a 3 horas após); • Comum: naqueles que tiveram 2/3 ou mais do estômago removido ou que o procedimento inclua uma vagotomia; • Sinais e sintomas que surgem após as refeições (sintomas gástricos e vasomotores); • Sintomas de desconforto pós-prandial ocorrido semanas após a cirurgia - SINTOMA TARDIO. TGI- trato gastrointestinal AULA 12: CIRURGIAS GASTRODUODENAIS E SÍNDROMES PÓS-OPERATÓRIAS Fisiopatologia da nutrição e dietoterapia I Síndromes pós-operatória (CRISTALLO et al., 1986) Síndrome de Dumping AULA 12: CIRURGIAS GASTRODUODENAIS E SÍNDROMES PÓS-OPERATÓRIAS Fisiopatologia da nutrição e dietoterapia I Síndromes pós-operatória (WAITZBERG, 2009) Síndrome de Dumping - Recomendação Nutricional • Rica em calorias- 35 a 45 kcal/kg PI; • Rica em proteínas (20% VET)- 1,5 a 2,0 g/kg PI; • Normoglicídica- pobre em HC simples. HC complexos pode ser incluído se tolerado; • Moderada em gorduras (30-40% VET). Esteatorreia-TCM; • Pobre em fibras insolúveis; • Deitar-se após às refeições; • Evitar tomar líquidos com a refeição; • Pequenas refeições- 6 a 8/dia. PI- peso ideal; HC- hidrato de carbono; VET- valor energético total; TCM- triglicerídeo de cadeia média Hipoglicemia Alimentar- Recomendação Nutricional • Ingerirdoces concentrados e hipertônicos; fazer pequenas refeições. AULA 12: CIRURGIAS GASTRODUODENAIS E SÍNDROMES PÓS-OPERATÓRIAS Fisiopatologia da nutrição e dietoterapia I Síndromes pós-operatória (BEYER, 2010) Síndrome de Dumping- Tratamento Médico • Análogos de Somatostatina • Retarda o esvaziamento gástrico; • Administração por via subcutânea (três vezes ao dia) para síndrome precoce ou intramuscular (a cada duas ou quatro semanas), como forma de liberação lenta, para síndrome tardia. • Acarbose (inibidor de alfaglucosidase intestinal) • Fármaco utilizado como redutor de glicemia; • Inibe a digestão e a absorção de amido, sacarose e maltose. Fonte: Pharmaceutical Pellets AULA 12: CIRURGIAS GASTRODUODENAIS E SÍNDROMES PÓS-OPERATÓRIAS Fisiopatologia da nutrição e dietoterapia I Síndromes pós-operatória (PAPINI-BERTO & BURINI, 2002; GARRIDO et al., 2010) • Diarreia • Rápido esvaziamento gástrico, que leva à alteração da função da vesícula biliar com aumento da excreção de sais biliares; • Má absorção secundária ao supercrescimento bacteriano; • Insuficiência pancreática exócrina. • Úlcera de Boca Anastomótica • Secreção cloridropéptica da bolsa gástrica; • Isquemia; • Efeito de corpo estranho dos materiais de sutura; • Uso de anti-inflamatórios não esteroides. AULA 12: CIRURGIAS GASTRODUODENAIS E SÍNDROMES PÓS-OPERATÓRIAS Fisiopatologia da nutrição e dietoterapia I Síndromes pós-operatória (WAITZBERG, 2009) Disfagia Pós-Vagotomia - disfagia, associada ou não odinofagia que pode ocorrer após vagotomia troncular. Etiologia • Denervação do esfíncter esofágico inferior e edema; • Hematoma; • Fibrose periesofágica. Tratamento • Geralmente transitória e desaparece espontaneamente; • Em alguns casos, é necessário uma ou duas dilatações esofágicas AULA 12: CIRURGIAS GASTRODUODENAIS E SÍNDROMES PÓS-OPERATÓRIAS Fisiopatologia da nutrição e dietoterapia I Síndromes pós-operatória (WAITZBERG, 2009) Gastrite Alcalina - refluxo de conteúdo intestinal para o estômago, principalmente de bile que é lesivo para a mucosa deste órgão. Etiologia • Perda da função do piloro. Sintomas • Dor abdominal em queimação e vômitos biliosos. Tratamento • Gastrojejunostomia em Y de Roux. AULA 12: CIRURGIAS GASTRODUODENAIS E SÍNDROMES PÓS-OPERATÓRIAS Fisiopatologia da nutrição e dietoterapia I Síndromes pós-operatória (WAITZBERG, 2009) Síndrome da Alça Cega ou Aferente - complicação incomum encontrada após gastrectomia com reconstrução a Billroth II. Etiologia • Aderências, torção da anastomose, obstrução de gastrojejunoanastomose por recidiva tumoral ou ulcerosa. Sintomas • Dor abdominal difusa, náusea e vômitos biliares. Podem ocorrer de semanas a anos depois da cirurgia. AULA 12: CIRURGIAS GASTRODUODENAIS E SÍNDROMES PÓS-OPERATÓRIAS Fisiopatologia da nutrição e dietoterapia I Síndromes pós-operatória (WAITZBERG, 2009) Fístulas Gásricas - comunicação anormal entre vísceras ocas (fístulas internas) ou entre estas e a pele (fístulas externas); • Fístulas da anastomose gastrojejunal; • Fístulas de coto duodenal. A opção pelo tipo de tratamento nutricional (parenteral ou enteral) deve levar em conta a localização e o débito da fístula, ainda que numa fase inicial, quase sempre, se deva optar pela administração de nutrição parenteral AULA 12: CIRURGIAS GASTRODUODENAIS E SÍNDROMES PÓS-OPERATÓRIAS Fisiopatologia da nutrição e dietoterapia I Alterações nutricionais (PAPINI-BERTO & BURINI, 2002) Anorexia - relacionada ao temor de comer, como meio de evitar os sintomas pós-prandiais. • Plenitude e Distensão Gástrica- diminuição da capacidade de armazenamento; • Diarreia; • Dor abdominal; • Sudorese; • Taquicardia; • Hipoglicemia. Perda de Peso - expressão direta do déficit energético; • Relacionado diretamente à redução da ingestão alimentar, à má absorção de nutrientes e como consequência da doença de base. AULA 12: CIRURGIAS GASTRODUODENAIS E SÍNDROMES PÓS-OPERATÓRIAS Fisiopatologia da nutrição e dietoterapia I Alterações nutricionais (PAPINI-BERTO & BURINI, 2002) Anemia Ferropriva • Diminuição da produção de ácido clorídrico (responsável por favorecer a absorção de ferro); • Gastrectomia Billroth II (o ferro é absorvido no duodeno); • Diminuição da ingestão alimentar (diminuição da ingestão de ferro). Megaloblástica • Retirada da mucosa gástrica (menor produção de fator intrínseco); • Crescimento bacteriano excessivo (quando da reconstrução do trânsito, através de anastomose com o jejuno, também a alça cega, formada pelo duodeno). Osteomalácia e Osteoporose • Distúrbios no metabolismo do cálcio e da vitamina D são frequentes após cirurgias gástricas. AULA 12: CIRURGIAS GASTRODUODENAIS E SÍNDROMES PÓS-OPERATÓRIAS Fisiopatologia da nutrição e dietoterapia I • Pela importância das funções mecânica e química do estômago no trato digestório, são esperadas consequências nutricionais; • As consequências nutricionais são previsíveis e em intensidades dependentes do tempo de pós-operatório e do volume gástrico remanescente; • O tratamento nutricional torna-se viável e, portanto, mandatório, o que no entanto, nem sempre é lembrado, prescrito, ou cumprido integralmente, permitindo a instalação ou agravamento da desnutrição iatrogênica desses pacientes. Considerações finais AULA 12: CIRURGIAS GASTRODUODENAIS E SÍNDROMES PÓS-OPERATÓRIAS Fisiopatologia da nutrição e dietoterapia I CHEMIN, S. M.; MURA, J. D. P. Tratado de Alimentação, Nutrição & Dietoterapia. São Paulo: Roca, 2010. Capítulo: 46 (págs.: 802-805). GARRIDO JR., Arthur Belarmino et al . Early Marginal Ulcer Following Roux-en-Y Gastric Bypass Under Proton Pump Inhibitor Treatment: prospective multicentric study. Arq. Gastroenterol., São Paulo, v. 47, n. 2, p. 130-134, June 2010. MAHAN, L. Kathleen; ESCOTT-STUMP, Sylvia. Krause - Alimentos, Nutrição e Dietoterapia. 12. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010. Cap.: 26 (págs.: 665-669). PAPINI-BERTO, Sílvia Justina; BURINI, Roberto Carlos. Causas da Desnutrição Pós-Gastrectomia. Arq. Gastroenterol., São Paulo, v. 38, n. 4, p. 272-275, Oct. 2001. WAITZBERG, D. L. Nutrição Oral, Enteral e Parenteral na Prática Clínica. Rio de Janeiro: Editora Atheneu, 2009. Bibliografia complementar AVANCE PARA FINALIZAR A APRESENTAÇÃO. Assuntos da PRÓXIMA AULA Efeito da Nutrição Sobre o Sistema Imune; Anatomia do Intestino Delgado; Fluxograma da Digestão Química e da Absorção dos Nutrientes; Diarreia.
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