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Fundamentos de Ilustração

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16 (RL) Job No:05-79196 Title:The Fundamentals of illustration(22) 06-AC32257 #175 Dtp:94 (F) Pages:17
016-047_C32257 6/3/05 5:54 PM Page 17
FUNDAMENTOS DE ILUSTRAÇÃO 17
1 COMUNICANDO IDEIAS
1. COMUNICANDO IDEIAS
p.18 A folha de papel em branco
p.20 Por que ideias?
p.24 O briefing
p.26 Investigação do assunto
p.30 Reunindo inspiração
p.34 Brainstorming
p.38 Explicando a linha visual
p.44 Longevidade
A essência de uma ilustração está no pensamento – nas ideias e nos conceitos que
formam a espinha dorsal do que uma imagem está tentando comunicar. O papel do
ilustrador é dar vida e forma visual a um texto ou a uma mensagem – os melhores na
indústria combinam pensamento analítico inteligente com habilidades práticas refinadas
para criar imagens que têm algo a dizer e que têm suas formas e meios para dizê-lo.
Zeegen_016-047 19.05.2009 16:24 Page 17 (Text plate)
(RL) Job No:05-79196 Title:The Fundamentals of illustration#175 Dtp:94 (F) Pages:18
016-047_79196 5/14/05 2:10 PM Page 18
18 FUNDAMENTOS DE ILUSTRAÇÃO
1 COMUNICANDO IDEIAS
A folha de papel em branco
Não há nada mais desconcertante do que a
rigidez de uma folha de papel em branco ou
do que o brilho ofuscante de uma tela vazia,
especialmente entre receber uma proposta
de trabalho de ilustração profissional e
deixar sua primeira marca. Essa sensação
desorientadora pode progredir rapidamente
para certo mal-estar, que chega a lembrar
os sentimentos que emergiam quando
éramos levados, ainda crianças, a esperar do
lado de fora da sala do diretor. Quando não
cuidamos deles, nossos medos se combinam
ao estresse para se transformar em pânico
total, enquanto os sintomas de náusea,
palpitações e suor frio e quente se tornam
cada vez mais visíveis. Nessas
circunstâncias, a única cura satisfatória é
uma ideia. Concretizar sua ideia levando o
lápis ao papel, ou o mouse ao monitor, é o
primeiro passo na jornada de executar uma
ilustração. Para que o trabalho de ilustrador
seja uma experiência frutífera em vez de
uma tarefa tediosa, é essencial compreender
como as ideias tomam forma, e como dar
aquela ajudinha ao processo quando elas
não fluem tão rapidamente quanto o
desejado.
1.
Zeegen_016-047 19.05.2009 16:24 Page 18 (Text plate)
on
18 (RL) Job No:05-79196 Title:The Fundamentals of illustration#175 Dtp:94 (F) Pages:19
016-047_79196 5/14/05 2:10 PM Page 19
1 A FOLHA DE PAPEL EM BRANCO 
FUNDAMENTOS DE ILUSTRAÇÃO 19
2.
1. O ponto de partida
Encarar uma folha de papel em branco no
começo de um novo projeto pode ser o
aspecto mais estressante de um trabalho
de ilustração.
2. Páginas duplas de um caderno de
esboços
Jenni Grey, 2005
Gerar ideias faz parte do papel do
ilustrador, e a maioria das pessoas começa
o processo no caderno de esboços
(sketchbook). Um relacionamento muito
especial pode se desenvolver entre o
artista/ilustrador e seus cadernos de
esboços – um lugar em que a comunicação
é mais pessoal, onde o único público é o
próprio artista, e em que a pura
experimentação com conceitos e ideias
pode começar.
Criação de ideias
Zeegen_016-047 19.05.2009 16:24 Page 19 (Text plate)
(RL) Job No:05-79196 Title:The Fundamentals of illustration#175 Dtp:94 (F) Pages:20
016-047_79196 5/14/05 2:10 PM Page 20
20 FUNDAMENTOS DE ILUSTRAÇÃO
1 COMUNICANDO IDEIAS
Por que ideias?
Um equívoco comum entre estudantes de
ilustração é achar que, uma vez que se
chega a um “estilo” ou método de trabalho,
não há muito mais a aprender sobre o ofício
da ilustração. É claro que técnica e
habilidades são absolutamente inestimáveis,
assim como ter uma abordagem que poderia
ser considerada única. Mas tão importante
quanto isso é a capacidade de criar imagens
fundamentadas em um pensamento criativo
sólido, com soluções visuais construídas a
partir de ideias coerentes.
Ilustrações ruins são apenas um
“enchimento” para as páginas. Podem ser
bonitas, mas não conseguem transmitir
qualquer conhecimento sobre o assunto que
ilustram. Boas ilustrações, por outro lado,
incentivam o espectador a pensar, a tirar
mais do texto do que a mensagem que salta
à vista e a alcançar um entendimento maior
e mais profundo do assunto. Grandes
ilustrações são como grandes histórias e
narrativas – exigem que o espectador se
envolva ativamente para que possa
compreendê-las plenamente. O conceito
pode parecer oculto em um primeiro
momento, mas é transmitido quando o
espectador permeia a imagem. A grande
ilustração é um casamento com a excelência
no ofício, a habilidade e o pensamento
criativo.
1.
No entanto, tão importante
quanto a técnica e a
habilidade é a capacidade
de criar imagens
fundamentadas em um
pensamento criativo
sólido, com soluções
visuais construídas a partir
de ideias coerentes.
Zeegen_016-047 19.05.2009 16:24 Page 20 (Text plate)
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20 (RL) Job No:05-79196 Title:The Fundamentals of illustration#175 Dtp:94 (F) Pages:21
016-047_79196 5/14/05 2:10 PM Page 21
FUNDAMENTOS DE ILUSTRAÇÃO 21
1 POR QUE IDEIAS?
Os estilos na ilustração, assim como as
tendências na moda ou na música, se
alternam entre altos e baixos. Um ilustrador
que seja reconhecido por um tipo de
trabalho específico, por exemplo, pode ser
muito requisitado durante um ano e de uma
hora para outra passar a receber poucas
propostas de trabalho à medida que seu
estilo sai de moda. Manter-se atualizado em
relação às mudanças de estilo pode ajudar
um ilustrador a estar sempre um passo à
frente da concorrência. Porém, criar
imagens que ecoem ideias criativas ajuda a
produzir um corpo de trabalho atemporal e a
não ficar à mercê dos caprichos das
tendências na moda e na ilustração.
Planejar uma carreira em ilustração não é
de modo algum uma ciência exata, e não há
garantia de longevidade. Porém, muitos dos
ilustradores que sobreviveram ao teste do
tempo, trabalhando por várias décadas,
em vez de apenas alguns anos, produziram
imagens que exigem do espectador mais
do que um simples olhar de relance.
A combinação de ideias fortes com uma
execução excelente pode garantir que o
público continue a apreciar o trabalho de um
ilustrador muito depois de os modismos e as
tendências já terem passado.
2.
• Use um caderno de esboços para
registrar ideias e pensamentos de
modo intuitivo e automático – não
se preocupe com a aparência das
ideias durante esse estágio.
• Tenha sempre consigo um
caderno de esboços e uma caneta
ou um lápis – a inspiração pode vir
nos lugares mais improváveis, por
isso, compensa estar preparado.
• Anote prontamente seus
pensamentos utilizando tanto
linguagem escrita quanto visual, o
que se adaptar melhor ao
pensamento.
• Inclua informação suficiente para
que você lembre as ideias mesmo
depois de meses ou anos.
• Coloque data e hora em suas
notas – isso irá ajudá-lo a lembrar
o contexto do que você estava
pensando naquele momento.
• Tome nota dos locais, materiais
de referência e títulos de livros,
além de citações importantes que
possam ser úteis.
A investigação das ideias
1 & 2. Páginas duplas de um caderno
de esboços
Margaret Huber, 2005
Criação de ideias (II)
Zeegen_016-047 19.05.2009 16:24 Page 21 (Text plate)
(RL) Job No:05-79196 Title:The Fundamentals of illustration(22) 06-AC32257 #175 Dtp:94 (F) Pages:22
016-047_C32257 6/3/05 8:08 PM Page 22
22 FUNDAMENTOS DE ILUSTRAÇÃO
1 COMUNICANDO IDEIAS
1.
Boas ilustrações, por outro lado,
incentivam o espectador a pensar,
a tirar mais do texto do que a
mensagem que salta à vista e a
alcançar uma compreensão maior
e mais profunda do assunto.
1 & 2. Páginas duplas de um caderno
de esboços
Gary Powell, 2005
Criação de ideias (III)
Zeegen_016-047 19.05.2009 16:24 Page 22 (Text plate)
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22 (RL) Job No:05-79196 Title:The Fundamentals of illustration(22)06-AC32257 #175 Dtp:94 (F) Pages:23
016-047_C32257 6/3/05 8:08 PM Page 23
FUNDAMENTOS DE ILUSTRAÇÃO 23
2.
1 POR QUE IDEIAS?
Zeegen_016-047 19.05.2009 16:24 Page 23 (Text plate)
(RL) Job No:05-79196 Title:The Fundamentals of illustration(22) 06-AC32257 #175 Dtp:94 (F) Pages:24
016-047_C32257 6/3/05 8:08 PM Page 24
1 COMUNICANDO IDEIAS
O briefing
Saber pensar de maneira criativa não deve
ser um mistério. Com algumas dicas
práticas, a maior parte das pessoas criativas
consegue lançar os alicerces para garantir
que estejam aptas a pensar criativamente e
a começar a ter ideias interessantes. Para o
ilustrador, o aspecto mais importante do
pensamento criativo começa com o briefing
de um novo projeto.
O briefing inicial é o momento em que as
informações básicas sobre o projeto devem
ser reunidas. É essencial conhecer e
entender o projeto. Dizer que é preciso estar
equipado com todas as informações
relevantes necessárias pode parecer uma
obviedade, mas muita gente não
compreende plenamente a importância de
alinhar os fatos corretamente no início.
Saber onde a ilustração impressa vai
aparecer, em que tamanho, e se será
colorida ou em preto-e-branco devem ser
aspectos básicos do briefing – em caso de
dúvida, não hesite em perguntar. Também é
essencial que se esteja plenamente ciente
do prazo para a apresentação da linha visual
e quanto tempo disponível se tem para
finalizar a arte. Se o trabalho for para um
cliente novo, procure entender o público-alvo
e pesquisar as cópias anteriores da
publicação; esse procedimento pode ajudá-lo
a construir um quadro geral de como seu
trabalho pode se encaixar e a gama de
estilos de ilustração que a publicação já
utilizou antes.
Sempre que possível, é recomendável
encontrar-se pessoalmente com o cliente
para receber o briefing do projeto, embora
nem sempre isso seja realista. A maioria dos
briefings é passada por telefone, email ou
por meio de agentes. A não ser em projetos
de tamanho substancial, uma reunião com
pessoas reais em tempo real é pouco
provável. Nessas raras reuniões face a face,
é indispensável garantir que todos os
aspectos do projeto sejam explicados em
detalhes. É justamente nesses estágios
embrionários do projeto que as ideias
iniciais começam a tomar forma.
1.
24 FUNDAMENTOS DE ILUSTRAÇÃO
Zeegen_016-047 19.05.2009 16:24 Page 24 (Text plate)
on
24 (RL) Job No:05-79196 Title:The Fundamentals of illustration(22) 06-AC32276 #175 Dtp:94 (F) Pages:25
016-047_C32276 6/20/05 12:47 PM Page 25
1 O BRIEFING
A possível reunião e conversa relacionada
devem agir como catalisadores para a
exploração de ideias. Para garantir o
sucesso desses catalisadores, esteja
consciente da necessidade de ouvir. Ouvir o
cliente falando sobre o projeto vai moldar a
direção de suas soluções visuais. Não tenha
medo de fazer perguntas, mas certifique-se
de escutar as respostas. Nenhuma pergunta
que você fizer será inadequada – informação
nunca é demais.
Se você perceber que o cliente está falando
sobre o projeto em uma linguagem que você
não compreende, ou usando jargões que não
fazem sentido, faça questão de pedir que ele
reformule o que está dizendo. Anote os
pontos-chave, mas não deixe sua atenção à
escrita impedir que você ouça. Esclareça
pontos necessários mais tarde, mas nesse
estágio simplesmente entenda de maneira
geral como o projeto é delineado.
Ao sair da reunião ou desligar o telefone,
comece anotando em um papel o máximo
possível de informações que você obteve.
Escreva cada detalhe, cada pensamento,
ideia e conceito – não importa o quão
aleatórios, rudimentares ou malucos eles
possam parecer no momento. Você vai ver
que essas anotações serão de grande valor
mais tarde, pois terão sido criadas a partir
dos pensamentos ainda frescos e de suas
reações instintivas na primeira etapa do
projeto.
Armar-se com fatos pode fazer uma grande
diferença – é recomendável começar a
criação de ideias com o maior número
possível de informações.
• Descubra todos os detalhes do
contexto prático; tamanho, posição,
texto e imagens adjacentes e
esquema de cores.
• Jamais comece uma ilustração
sem saber quem estará olhando
para o resultado. É essencial
entender o público leitor.
• Leia exemplares anteriores da
publicação para a qual você está
ilustrando e perceba suas reações
ao fazê-lo.
• Se você foi contratado para criar
uma imagem para uma capa de
livro, conhecer os livros anteriores
do autor e como eles foram
ilustrados pode ser útil.
• Se estiver trabalhando para a
indústria fonográfica, examine os
outros lançamentos da gravadora,
escute as músicas que seu trabalho
deverá representar e descubra do
que o músico gosta ou não gosta.
Entendendo o contexto
1. Exemplo de briefing editorial
referente a uma Iniciativa Financeira
Privada (PFI)
Comece o processo de qualquer novo
trabalho pela leitura do briefing. Este
exemplo é um texto para uma
ilustração editorial que deve
acompanhar uma matéria sobre
propostas de financiamento
governamental formando parcerias
entre empresas e Estado – a iniciativa
financeira privada. Embora não seja
um assunto de fácil visualização, os
elementos-chave do briefing foram
destacados utilizando uma caneta
marca-texto. Anotações sobre o
tamanho em que a imagem será
impressa, assim como informações de
contato e valores, foram rabiscadas
apressadamente sobre a página.
Entendendo o briefing 
A possível reunião e
conversa relacionada
devem agir como
catalisadores para a
exploração de ideias. Para
garantir o sucesso desses
catalisadores, esteja
consciente da necessidade
de escutar.
FUNDAMENTOS DE ILUSTRAÇÃO 25
Zeegen_016-047 19.05.2009 16:24 Page 25 (Text plate)
D206-56 / 4115
1st
TheFuntamentalsOfIllus 16-47_ 2/23/06 11:33 AM Page 26 UK P026N
1 COMUNICANDO IDEIAS
Investigação do assunto
É comum que o ilustrador comece um projeto
depois de receber um email ou texto do
cliente. Isso acontece principalmente em
trabalhos para jornais, revistas ou livros. Um
jornal pode precisar de ilustrações para uma
seção de TI ou saúde, ou uma revista pode
chamar ilustradores para produzir imagens
que acompanhem os textos de seus colunistas
fixos.
Qualquer que seja o tipo de trabalho, é
recomendável investigar o assunto do texto
com a maior profundidade possível.
Pesquisas na Internet, em livrarias e em
bibliotecas permitem que você obtenha mais
informações do que o texto da matéria de
revista ou jornal pode tratar. Coletar mais
dados sobre o assunto pode iluminar novos
caminhos de pensamento possíveis.
É útil construir uma visão mais abrangente,
mas não perca de vista o texto original.
Obtenha o máximo de informação possível –
obviamente, o mais importante no início de
um projeto é que você compreenda o assunto
que está ilustrando. No entanto, tome
cuidado; lembre que você está sendo
contratado para criar uma ilustração que
deve complementar o texto que será
publicado.
Quando um ilustrador está ocupado com
inúmeros trabalhos, a maior tentação é
mandar qualquer projeto novo para o “fim da
fila”, e ignorá-lo até que o prazo esteja tão
próximo que seja impossível continuar
adiando. Para muitos ilustradores freelancers,
existe uma aversão intrínseca em completar
um trabalho antes do prazo especificado, não
por preguiça, mas por medo de ficar sem
trabalho. Ser freelancer significa que há
momentos em que se está ocupado e outros
em que se está sem trabalho, ou “entre
projetos”, como os atores gostam de chamar
sua falta de emprego. O acúmulo de trabalho
ajuda a manter um senso de que se está
empregado. Porém, esse processo de
abandonar os projetos até o último momento
não conduz ao pensamento criativo.
O melhor a fazer é assumir o projeto o mais
rápido possível. É comum que as melhores
ideias surjam quando menos se espera – no
banho, no ônibus,enquanto se está
cozinhando – mas isso só acontece se o
projeto foi investigado, ou se pelo menos o
texto foi digerido, já no estágio inicial. A forma
ideal de iniciar o processo criativo é ler o
texto minuciosamente algumas vezes, em um
local tranquilo, com uma xícara de café, um
bloco e uma caneta. É muito útil imprimir
uma segunda cópia do texto e deixá-la
sempre à mão, na mochila, junto com o bloco
de notas e a caneta, para que possa servir
como material de consulta ou referência
sempre que você tiver um momento livre.
Lembre que uma boa ideia pode tomar forma
em qualquer lugar.
Começar o processo já no primeiro estágio e
coletar o máximo possível de informações
relacionadas ao assunto vai impulsionar o
processo de geração de ideias. Tente ficar
relaxado e tenha segurança para reconhecer
que as boas ideias criativas podem levar
tempo para tomarem forma. Treinar a mente
para não entrar em pânico quando o
desenvolvimento estiver lento é um aspecto-
chave no processo criativo. Em essência, não
enfrente a folha de papel ou a tela em branco
despreparado – leia o briefing, entenda seu
público-alvo, e esteja munido de suas
anotações.
Como fazer anotações 
Cada um tem uma abordagem diferente para
fazer anotações. Alguns gostam de rabiscar
palavras ou frases soltas, outros preferem
escrever suas ideias por extenso, enquanto
outros ainda criam uma combinação de
esboços pensamentos e explicações escritos
à mão. Encontre o método que melhor se
adapta aos seus propósitos – use um caderno
de esboços, folhas A4, escreva na cópia do
próprio briefing, qualquer método que pareça
adequado.
Comece pela leitura completa do briefing ou
do texto, bem como das anotações que você
fez durante a reunião de briefing, caso tenha
havido uma, sem escrever notas. Claro que,
se ideias ou pensamentos vierem à mente
durante essa primeira leitura, vale a pena
fazer anotações breves no papel, mas use
essa primeira leitura simplesmente como
uma oportunidade de ganhar um
entendimento da matéria ou artigo.
É improvável que você não saiba coisa alguma
sobre o conteúdo do texto; o diretor de arte
que contratou a ilustração terá mencionado
algo sobre o conteúdo por telefone ou email
quando perguntou se você gostaria de
assumir o projeto.
1. Texto para ilustração
2. Palavras-chave do texto
consultadas usando um dicionário de
sinônimos e a pesquisa de imagens
do Google
O segredo para desenvolver uma solução
visual de impacto é compreender o
contexto em que a ilustração vai
aparecer. Reunir informações sobre o
contexto em que seu trabalho irá
aparecer é o ponto de partida mais
produtivo – jamais comece uma
ilustração sem saber quem estará
olhando para o resultado.
O texto fornecido como briefing é em
geral a edição final; ignore erros de
digitação e frases esquisitas a não ser
que você não consiga entender o
conteúdo geral o suficiente para poder
ilustrá-lo.
1.
26 FUNDAMENTOS DE ILUSTRAÇÃO
Entendendo o contexto
➥
Private Finance Initiative (PFI)
A Private Finance Initiative (PFI) foi anunciada pelo então Chanceler
Lamont no Autumn Statement de 1992, com o objetivo de aumentar o
investimento do setor privado na provisão de serviços públicos. A PFI é
uma forma de parceria (PPP) que conjuga o programa de aquisição
pública (licitação e contratação) em que o setor público compra bens
de capital do setor privado, com uma extensão de terceirização de
serviços públicos do setor privado. A diferença entre a PFI e a
privatização é que o setor público mantém um papel substancial em
projetos de PFI, como contratante de serviços ou autoridade essencial
do projeto. A diferença entre a PFI e a terceirização é que o setor
privado fornece os ativos tanto quanto os serviços. A diferença entre a
PFI e outras parcerias é que o setor privado também financia o projeto.
Na forma mais comum de PFI, o setor privado desenha, constrói,
financia e opera a infraestrutura com base nas especificações do
produto decididas pela Administração Pública e seus departamentos. O
setor privado já constrói a maioria das instalações públicas, mas a PFI
permite também o desenho, financiamento e operação dos serviços
públicos pelo setor privado. Sob a PFI, o setor público não é o titular
de um ativo, como um hospital ou uma escola, mas paga ao setor
privado uma taxa de compromisso pelo uso da infraestrutura pelo
período contratado. Depois que o contrato expira, a titularidade do ativo
permanece com o setor privado ou com o setor público, dependendo
dos termos do contrato original. 
Zeegen_016-047 19.05.2009 16:24 Page 26 (Text plate)
D206-56 / 4115
1st
TheFuntamentalsOfIllus 16-47_ 2/23/06 11:33 AM Page 27
UK P027N
1 INVESTIGAÇÃO DO ASSUNTO
Hospitais
ambulatório, banco, clínica, consultório, dispensário,
emergência, enfermaria, hospital, hospital-escola, IML,
leprosário, plantão, policlínica, pronto-socorro, sanatório,
termas, universidade, urgência, UTI.
Educação
acompanhamento, aconselhamento, alfabetização,
aprendizado, aula, autoavaliação, boletim, carteira,
cartilha, curso, decoreba, diplomação, educação,
escolarização, estudo, imersão, instrução, orientação,
palestra, preleção, seminário, soletração.
Transporte
autoestrada, baldear, carregar, condutor, conduzir,
descarrilhar, desembarcar, desembocar, fretar, ir,
locomover-se, mudar, navegar, pavimentar, propelir,
recapear, reembarcar, solavancar, tomar, trafegar,
transitar, transportar
Prisões
algema, algemas, autuação, cadeia, carcereiro, degredo,
delator, encarceramento, enquadramento, instituição
penal, inquisição, inquisidor, masmorra, motim, pau-de-
arara, presídio, prisão, reclusão, reformatório, “ver o sol
nascer quadrado”
• Internet
A apenas um clique de distância, a
Internet já é considerada por
muitos ilustradores melhor do que
uma visita a uma biblioteca ou a um
sebo. As páginas disponíveis podem
gerar referências visuais em um
instante e fornecer informações
fatuais em poucos cliques. O tempo
de download está bem mais rápido,
graças à popularização da banda
larga, e a pesquisa visual na tela
nunca foi tão acessível ou tão
requisitada. Certifique-se de
adicionar suas páginas favoritas
aos favoritos do navegador.
• Dicionário de sinônimos
Palavras e jogos de palavras podem
oferecer pontos de partida e até
soluções para ilustradores que
querem criar uma linha visual
fundamentada na linguagem.
O bom e velho dicionário de
sinônimos na prateleira pode
funcionar tão bem quanto sua
versão online. O simples ato de
passar algum tempo investigando
as palavras e seus significados
pode levar a resultados
interessantes e desafiadores.
• Google
É a ferramenta de pesquisa mais
importante da Web, tanto para
encontrar páginas quanto para
saber onde e quantas vezes um
assunto é mencionado. A facilidade
de busca de imagens do Google é
perfeita para encontrar e descobrir
uma ampla gama de imagens
fotográficas e desenhos
relacionados à palavra-chave que
você está pesquisando.
• Diagramas teia de aranha
Diagramas em forma de teia de
aranha são especialmente úteis
quando se trabalha com um
conjunto de problemas complexo ou
com informações mais difíceis de
serem definidas visualmente.
Comece anotando toda a gama de
assuntos ou títulos que você quer
investigar, e então acrescente
anotações e pesquisa à medida que
você passa por cada um dos
tópicos. Onde enxergar relações
entre assuntos ou ideias em
potencial, crie ligações visuais que
irão ajudá-lo a definir e esclarecer
seus pensamentos, transformando-
os em conceitos mais conclusivos.
Metodologias de pesquisa
2.
FUNDAMENTOS DE ILUSTRAÇÃO 27
Zeegen_016-047 19.05.2009 16:24 Page 27 (Text plate)
(RL) Job No:05-79196 Title:The Fundamentals of illustration#175 Dtp:94 (F) Pages:28
016-047_79196 5/14/05 2:10 PM Page 28
28 FUNDAMENTOS DE ILUSTRAÇÃO
1 COMUNICANDO IDEIAS
PrivateFinance Initiative
Educação
Diretores “descomprometidos”
“Lei da liberdade de informação”
Escolas
Faculdades
Universidades
Transporte
Ciclovias
Metrô de Londres
Desvios
Hospitais
Hospital Público
Limpeza e Alimentação
Níveis de desempenho
Prisões
Casa de detenção para menores
Jovens infratores
Qualidade dos funcionários
Alto índice de ataques
Financiada pelo governo
Desde 1992
£14 Bilhões
450 Prédios Públicos
Custo-benefício
1.
Combustível
Quilometragem
Placas
Trilhos
Congestionamento
Estradas
Velocidade
Crianças
Professores
Computadores
Quadros negros
Aprendizado
Livros
Celas
Barras
Chaves – Trancas
Roupa de prisioneiro
Comida de presidiário
Guardas
Médicos
Enfermeiras
Placas de hospital
Tempo de espera
Estetoscópio
Governador
Leitura, escrita e
aritmética
Engarrafamento
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FUNDAMENTOS DE ILUSTRAÇÃO 29
1 INVESTIGAÇÃO DO ASSUNTO
• Colecione palavras – use uma lista
escrita para organizar em itens tudo o
que você consegue pensar que seja
conectado ao projeto. Use uma caneta
marca-texto para sinalizar as palavras
que parecem ter mais força e que
podem acrescentar algo ao seu modo
de pensar.
• Recorte suas listas e posicione as
palavras escolhidas em uma folha de
papel nova – cole-as com fita adesiva e
comece a traçar linhas entre as
palavras onde você enxergar possíveis
ligações. Procure por temáticas – tanto
em termos de pensamento quanto em
termos visuais. Novas palavras e novos
visuais vão começar a tomar forma;
crie-os, anote-os e adicione-os ao seu
diagrama. Siga rotas não exploradas e
veja o que acontece – seja espontâneo.
Folhas de pesquisa e de ideias
• Alguns ilustradores gostam de
começar seus projetos criando um
painel de inspiração a partir de
esboços e de uma reunião de imagens
ou objetos “achados”. Essa abordagem
é determinada pelo tipo de projeto que
foi contratado. Se o trabalho envolve
produzir um conjunto de imagens, os
painéis de inspiração podem refletir o
visual geral do trabalho.
• Os painéis de inspiração podem
representar cores, formas, tonalidades
e texturas, mas também são usados
para agrupar objetos visuais e para
“dar o tom” das ilustrações. Além
disso, podem ser pontos de referência
úteis para o ilustrador, e também
funcionam como ótimos guias visuais
para os clientes.
• Para começar seu painel de
inspiração, reúna e visualize aspectos
em potencial, colando-os com fita ou
alfinetes em folhas de papel ou em um
quadro – placas de espuma sintética
são ótimas para isso, por serem leves
e rígidas. Trabalhar em frente ao seu
painel de inspiração também pode
ajudar no processo, pois assim você
tem um ponto de referência constante.
Painéis de inspiração
• Permita-se explorar as conexões –
pode ser que aquelas palavras e
referências visuais aparentemente
não conectadas assumam um novo
significado ou iniciem uma nova
cadeia de conexões, depois de
combinadas. A simples justaposição
de dois ou três elementos pode levar
uma ideia a uma nova direção – não
tenha medo de experimentar.
Conexões
• Muitos ilustradores bem-sucedidos
utilizam metáforas com sucesso em
seu trabalho. Uma metáfora pode ser
uma palavra ou uma imagem que não
deve ser lida ou vista literalmente,
mas fazendo uma comparação. O uso
de simbolismo ou de figuras de
linguagem que não representam as
coisas como são pode ser descrito
como metáfora. O dinheiro não dá em
árvores, na realidade, mas como
metáfora, entendemos o sentido da
expressão. É essencial compreender
seu público-alvo nesse contexto; nem
todas as metáforas atingem seu
destino. Uma metáfora comum na
Europa, por exemplo, pode não ser
bem traduzida para um público
asiático e vice-versa. Se não tiver
certeza, use a esperteza.
Metáforas
1. Diagrama teia de aranha
Este exemplo investiga o assunto das PFI
(Private Finance Initiative) – dividido nas
quatro seções principais, ele mostra as
informações relevantes abaixo de cada
título.
Entendendo o contexto (II)
Certifique-se de que sua interpretação do texto está clara – ela pode divergir
do que você pensou originalmente sobre o projeto – antes de ter uma
oportunidade de ler o texto. Isso é absolutamente normal, então, é sempre
melhor adiar a tomada de quaisquer decisões sobre sua ilustração, por
menores que sejam, até que você tenha lido minuciosamente o texto.
Durante a segunda ou a terceira leitura, comece a fazer anotações. Não se
preocupe com a forma que elas terão – essas anotações não são para um
público externo, mas serão úteis como lembretes e sinalizadores quando
você olhar para elas de novo. Verifique se entende e é capaz de compreender
suas próprias anotações – você pode demorar alguns dias para voltar a elas,
e elas precisam ser de fácil consulta e uso. Use uma caneta marca-texto
para sublinhar áreas-chave do texto – é comum haver seções úteis que
resumem os pontos gerais do que o autor está dizendo. Alguns ilustradores
acham útil grampear folhas de papel em branco entre as páginas do texto
para registrar suas anotações e ideias.
O estágio de anotações serve puramente para estabelecer os pensamentos
iniciais e conexões e ideias rudimentares. Não entre em pânico se, durante a
primeira sessão, você descobrir que nada de concreto surgiu. Você vai ter
absorvido muitas informações contidas no texto, e sua mente as usará ao
longo das próximas horas ou, idealmente, dos próximos dias.
Primeira representação visual
As anotações que você criou provavelmente não passam de um monte de
palavras ou expressões soltas, ou talvez uma ou outra frase-chave. Você
pode também ter produzido uma linha visual bastante simples. É improvável
que essa linha visual seja algo além de simples rabiscos, uma forma visual
de anotação caracterizada pela simplicidade da linha – uma figura humana
representada por um boneco de palitos, um prédio representado pelo
desenho infantil de uma casinha, etc. Reconheça esses desenhos como
primeiros estágios para visualizar a linguagem escrita – eles podem não
conter a chave para a produção da ilustração final, mas funcionam como
degraus ou tijolos para a construção das ilustrações finais. Adquira o hábito
de trabalhar desse modo – para alguns, é mais fácil do que fazer anotações
– mas assim como na escrita, certifique-se de incluir detalhes o suficiente
para lembrar exatamente qual era o objetivo do desenho.
Não enfrente a folha de papel ou a tela em
branco despreparado – leia o briefing, entenda
seu público-alvo e esteja munido de suas
anotações.
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(RL) Job No:05-79196 Title:The Fundamentals of illustration#175 Dtp:94 (F) Pages:30
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30 FUNDAMENTOS DE ILUSTRAÇÃO
1 COMUNICANDO IDEIAS
Reunindo inspiração
A inspiração para os projetos e para as
ideias que movem os projetos não vem
apenas a partir da pesquisa do assunto
em questão. O ilustrador deve estar
constantemente em busca de inspiração e
de materiais e recursos de referência. A
maioria dos ilustradores cria seus próprios
arquivos de imagens e objetos, organizando
suas coleções em pastas, gavetas e caixas.
Essas coleções podem ser fontes incríveis
de inspiração.
O ato de constante observação e registro é
uma parte importante do estilo de vida do
ilustrador. A inspiração está em toda parte
– pode até ser clichê, mas é a mais pura
verdade. Encontrar tempo para mergulhar
em um sebo ou em uma barraca de livros
na rua, fotografar um momento ou uma
atmosfera, capturar uma frase dita por um
estranho que você ouviu no supermercado –
tudo isso pode ser inspirador e merece seu
espaço nos arquivos de um ilustrador.A inspiração pode ser uma simples
combinação de cores usadas em um pedaço
de embalagem, a forma como uma figura é
capturada em uma fotografia ou a textura
de um bilhete de trem que você guardou
desde a infância – existe um sexto sentido
que os ilustradores desenvolvem ao
colecionar e fazer colagens de materiais de
referência.
Fazer um arquivo de referências é um
processo agradável e, embora possa tomar
bastante tempo, é um aspecto
extremamente gratificante e útil do
processo criativo. Ter consciência de suas
influências e da estética visual à qual você
reage bem o ensina a obter inspiração e a
ter ideias a partir de seu dia-a-dia.
O caderno de esboços
O caderno de esboços é o melhor amigo do
ilustrador. Ele não serve apenas para fazer
esboços e desenhos, mas também como
companheiro constante e como o único item
no qual o ilustrador registra e documenta
suas anotações, imagens encontradas e
todo o tipo de material de inspiração.
Adquira o hábito de levá-lo com você o
tempo todo; compre um que caiba no seu
bolso ou em uma bolsa que você use
1.
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30 (RL) Job No:05-79196 Title:The Fundamentals of illustration(22) 06-AC32257 #175 Dtp:94 (F) Pages:31
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FUNDAMENTOS DE ILUSTRAÇÃO 31
1 REUNINDO INSPIRAÇÃO
sempre. Não cometa o erro de usar uma
agenda ou um organizador para substituir o
caderno de esboços – não é a mesma coisa.
Não se deve marcar hora para ser criativo,
pois isso é algo que deve ocorrer
naturalmente, e quando ocorrer, você
precisa estar preparado.
Use seu caderno de esboços para guardar
tudo o que você registra e não se preocupe
em mantê-lo especificamente para trabalhos
pessoais ou profissionais – jogue tudo ali
dentro e você verá como as duas áreas se
misturam e se combinam. Desenhe,
rabisque, escreva e faça anotações em
qualquer lugar, a qualquer hora. Recorte
achados de jornais e revistas e os cole com
fita, grampeie canhotos de ingressos e
quaisquer outros objetos que você encontrar
ou colecionar. Inclua fotos, pedaços de
fotocópias resgatados, estênceis, adesivos,
panfletos, cartões... a lista é infinita.
A pasta do projeto
Criar uma pasta para cada projeto é outro
método de armazenar todos os materiais
relacionados, ideias e inspirações, bem
como a papelada formal ligada a um projeto,
como briefing, contrato e materiais de
referência fornecidos pelo cliente. É útil criar
tanto uma pasta digital quanto uma pasta
física para o projeto. Crie uma nova pasta em
seu disco rígido para toda a
correspondência. Cópias de emails e
material de referência digital são tão
importantes quanto a versão física do
projeto. A pasta do projeto é como uma
versão expandida e mais focada do caderno
de esboços, e abrange tudo o que se
relaciona ou poderia se relacionar ao
projeto em questão.
1, 2. Victorian Delights
3. Naive Painting
Estes são alguns dos livros usados como
referência pelo ilustrador Jason Ford
durante um projeto para ilustrar o conto
My East End, de Gilda O’Neil, ambientado
na Londres Vitoriana.
2.
3.
➥
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Desenvolvimento de projeto (I)
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32 FUNDAMENTOS DE ILUSTRAÇÃO
1 COMUNICANDO IDEIAS
A maioria dos ilustradores
cria seus próprios
arquivos de imagens e
objetos, organizando suas
coleções em pastas,
gavetas e caixas. Essas
coleções podem ser
fontes incríveis de
inspiração.
1.
A pasta de projeto útil é aquela que inclui
todos os aspectos do projeto – desde páginas
relevantes que você arranca dos cadernos de
esboços até uma série de fotos de referência
e fotocópias de livros usados ou impressões
de buscas do Google. Esse é o material que
vai ajudá-lo a gerar ideias inspiradoras –
tenha todos os seus materiais de referência,
anotações e pesquisa escrita e visual
espalhados à sua frente enquanto trabalha.
A folha de papel ou a tela em branco vai
parecer menos intimidante quando cercada
do material visual que alimentou seu
pensamento.
O ambiente criativo
Trabalhar em um ambiente positivo pode
fazer maravilhas pela geração de ideias
criativas. Para a maioria das pessoas,
encontrar um espaço calmo e tranquilo para
se recolher e trabalhar é de grande ajuda.
Desligue o telefone, coloque o celular no
modo silencioso e saia do email para
garantir que seu tempo não seja
interrompido por um fluxo de comunicação
constante com o mundo exterior. Desligue o
rádio, o CD player e a TV, e se prepare para
pensar de forma criativa.
Organizar o espaço de trabalho, limpar o
desktop de seu computador e sua mesa
também ajudam a liberar metaforicamente
um espaço limpo no qual você poderá
pensar. Esvazie a lixeira do estúdio, abra
uma janela e deixe entrar ar fresco. Torne
seu ambiente mais agradável: isso vai
ajudá-lo a colher os frutos.
Algumas pessoas não apenas limpam e
arrumam, mas também reorganizam seus
espaços de trabalho antes de começar um
novo projeto. Elas reposicionam sua tela,
organizam o emaranhado caótico dos cabos
de computador e reorganizam as prateleiras.
Arquivar projetos anteriores em CD ou DVD,
ou organizar os papéis em suas pastas
relevantes, também pode ser muito bom
para ajudá-lo a produzir mentalmente uma
ideia de conclusão antes de iniciar um
projeto novo em folha.
Enquanto muitas pessoas gostam de relaxar
com uma bebida quente na hora de começar
a pensar em um novo projeto, outras acham
que a realização criativa pode ser o
resultado de sair fisicamente do ambiente
do estúdio e tomar uma bebida em uma
cafeteria próxima. Há algo especial em
sentar-se com um novo projeto na mesa, a
caneta em uma mão e um cappuccino cheio
de espuma na outra. Manter distância das
distrações normais e concentrar sua mente
no trabalho em questão pode ser
incrivelmente benéfico.
Quanto mais tempo você passar trabalhando
como ilustrador, mais você pode começar a
reconhecer e se concentrar nas formas
específicas que melhor se adaptem ao
pensamento criativo. Aprenda a capitalizar
os cenários e locais que funcionam com
maior eficácia para você. Se suas melhores
ideias acontecem à tarde, aprenda com isso
e use suas manhãs para trabalhar em outros
aspectos da ilustração – arquivamento,
emails, emissão de notas fiscais, divulgação,
etc.
Saiba reconhecer o momento de se afastar
do processo de criação de ideias – aprenda a
aceitar quando sua veia criativa não estiver
fluindo. Encontrar um buraco negro – chame
do que você quiser o bloqueio criativo – não
é divertido, mas acontece com todos nós
regularmente. Bater com a cabeça na
parede não vai ajudar – talvez tudo o que
você precise para clarear a mente e
preparar-se para outra tentativa seja dar
uma volta para respirar ar fresco, ver uma
exposição ou pegar um cineminha. Saber
quando parar é tão essencial quanto saber
como começar.
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32 (RL) Job No:05-79196 Title:The Fundamentals of illustration(116) 06-AC32257 #175 Dtp:94 (F) Pages:33
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FUNDAMENTOS DE ILUSTRAÇÃO 33
1 REUNINDO INSPIRAÇÃO
Precisão histórica pode não ser um
fator na maioria das ilustrações,
mas, sempre que um projeto requer
informações visuais detalhadas
sobre um assunto, é recomendável
realizar uma pesquisa mais
profunda. Como um assistente de
cenário e figurino no teatro, o
ilustrador deve garantir que todos
os aspectos da imagem sejam
cuidadosamente considerados e
estejam de acordo com o tempo e
o local. As imagens nesta página
mostram como o ilustrador usou
referências de tipografia e cartazes
Vitorianos. Usar informações de
especialistas garante que erros
não sejam comentidos
Pesquisa histórica
4.
2.
3.1. Cartazes de circos americanos
3. Alfabetos circenses
2 & 4. Colecionando objetos
impressos
Materiais adicionais coletados por Jason
Ford para ilustrar o conto My East End.
Zeegen_016-047 19.05.2009 16:24 Page 33 (Text plate)
Desenvolvimento de projeto (I)

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