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Prótese e Órtese – NP1 Aula 1 – Conceitos de Prótese e Órtese e Materiais Órteses: alinha, previne ou corrige deformidades. Próteses: substitui um membro, órgão ou parte dele. Madeira: misturada com borracha tem maior flexibilidade e economia. Uso: calçados, bengalas e muletas. Couro: boa resistência e estética, não é tóxico, reveste estruturas metálicas. Uso: correias e calçados. Metais: aço tem seu custo baixo, porém trata-se de um metal rígido e pesado. Ele é opaco na transparência por radiação. Alumínio tem médio custo, é mais maleável que o aço, e radiotransparente. O titânio tem alto custo, extremamente leve, também radiotransparente. Uso: muletas e pinos. Termoplásticos: materiais sintéticos moldáveis ao aquecimento. Os de baixa temperatura/baixa densidade são moldados diretamente no membro do paciente, podendo ser reaquecido e remodelado, mas pouco resistentes. Os de alta temperatura/alta densidade são trabalhados em moldes de gesso, tem baixo custo e alta resistência química e mecânica. Termoestáveis são raramente alterados, e podem causar alergias (poliéster). Uso: acrílico, polietileno, polipropileno, PVC, gesso. Fibra de carbono: é leve, durável, não-corrosivo, também podendo auxiliar as órteses termoplásticas. Uso: próteses propulsivas de corredores. Espumas: polímeros de plástico, são interfaces de proteção do contato entre a pele e órtese. Uso: revestimento interno de próteses e órteses. Plastazote e Evazote: evita a absorção de líquidos como suor e urina, sendo estes flexíveis e resistentes, leves. Uso: palmilhas ortopédicas. Resina: soluções que secam após aplicadas, ganhando rigidez. Uso: encaixe de próteses. Silicone: fácil manipulação, tendo sua forma sólida ou viscosa. É resistente à água e atóxico. Uso: próteses estéticas. Borracha: tem características de elasticidade, absorção de impactos e resistência. Uso: solas de calçados, faixas. Tecido: retém a transpiração, como algodão e lã. Uso: velcros. Aula 2 – Órteses – Objetivos e Classificação Repouso: limitar movimentação excessiva ou indesejada. Imobilização: mantém o segmento livre da força que leve a movimentos indesejados. Proteção: evita traumatismos repetitivos e previne risco de lesões. Correção: reverter desvios estruturais ou impedir progressão de encurtamentos musculares. Propriocepção: realização de atividades com menos risco de recidivas ou a manutenção postural. Transferência de carga: transferir carga de uma parte do corpo a outra. Assistência ao movimento: oferecer apoio mecânico a músculos fracos. As órteses visam melhorar a função de um segmento. O conforto é requisito, porque se a órtese incomodar o paciente não irá utilizar. Ao exercer força na articulação, a mesma cede à força passiva. Se este processo não ocorrer, a deformidade vai se adaptar ao desalinhamento. Se a alteração pode ser corrigida passivamente ao aplicar força com a mão, então a prescrição de uma órtese será útil. Nomenclatura ortótica antiga: baseada em seus inventores, local de origem ou local de comprometimento. Nomenclatura ortótica atual: baseada na anatomia, em seu objetivo ou correlação funcional (órtese abdutora com controle de rotação. AFO: tornozelo e pé. KAFO: joelho, tornozelo e pé. HKAFO: quadril, joelho, tornozelo e pé. THAFO: tronco, quadril, joelho, tornozelo e pé. Órteses estáticas/passivas: imobilizam ou limitam atividade das articulações, auxiliam no posicionamento e alinhamento, prevenção do aparecimento de deformidades, proteção e estabilização de segmentos corporais. Órteses dinâmicas: neutralizam progressão de força em desequilíbrio muscular, estimula a musculatura fraca, correção de deformidades causadas por desequilíbrio muscular. Podem ser classificadas ainda em pré-fabricadas (universais, sem alterações individuais), pré-fabricadas ajustáveis (que permitem a manutenção de algumas características) e confeccionadas sob medida. Aula 3 – Prótese – Objetivos e Classificação Próteses provisórias: temporárias, até a fabricação de uma definitiva (pilão gessado). Próteses definitivas: convencionais e modulares. Convencionais ou exoesqueléticas: ocas, rígidas, fabricadas em madeira ou plástico. Modulares ou endoesqueléticas: estrutura interna de sustentação, formada por componentes mecânicos, recobertas de revestimento de espuma. Utiliza materiais leves como titânio e fibra de carbono. Geralmente usadas para amputações em todos os níveis, sendo estas superiores em funcionalidade e estética. Próteses ativas: podem ser categorizadas em mecânicas (acionadas pelo paciente através de tirantes), mioelétricas (utilizam fonte de energia externa e tem seu controle feito por potenciais elétricos na superfície do coto) e híbridas. Próteses passivas: função somente estética. Prescrição geral de órteses: Definir os segmentos envolvidos. Descrever os controles biomecânicos desejados. Especificar o material a ser utilizado. Definir o tempo de uso da órtese. Fazer a avaliação de déficit funcional, integridade neuromuscular, força muscular, presença de contratura muscular, e do prognóstico da doença. Papeis do fisioterapeuta: Prescrever a órtese. Realizar uma avaliação antes do uso da órtese. Facilitar a aceitação da órtese. Treinar e orientar a colocação e remoção da órtese. Acompanhar a evolução do tratamento com a utilização da órtese. Confeccionar! Conhecer a anatomia e função muscular. Conhecer os déficits funcionais e biomecânicos presentes. Conhecer as dificuldades do paciente: dor, atividades de vida diária. Aula 4 – Amputações Definição: perda total ou parcial de um ou mais membros, tendo sua retirada usualmente cirúrgica, com patologias. Indicações: perda irreparável do aporte sanguíneo de um membro doente ou lesionado, infecção incontrolável, tumores. Causas: tumorais, infecciosas, traumáticas, vasculares, congênitas. Amputações de pé: Falangectomia: remoção da primeira falange ou de segundas falanges. Transmetatársica: remoção da diáfise do metatarso, restando fragmentos dos mesmos. Lisfranc: desarticulação do metatarso e tarso. Ocorre a perda dos extensores, ocorre maior tendência a pé equino/varo, impulso na região distal do tarso. Chopart: desarticulação de retro pé e médio pé de maneira geral. Amputação de Pirogoff: corte abaixo dos maléolos, remoção de todos os ossos do pé exceto a parte arredondada do calcâneo, reiterado à tíbia. Amputação de Boyd: corte abaixo dos maléolos, remoção de todos os ossos do pé, mas o calcâneo é cortado verticalmente e reiterado à tíbia. É aconselhado para descarga de peso. Vantagens: menor sensação de perda do membro, tendo a possibilidade de que o paciente tenha marcha sem a prótese. Desvantagens: ocorre maior chance de desalinhamento articular, e também de lesões. A falta de proteção tecidual também pode acarretar traumas e lesões, e a circulação prejudicada também. Amputações de membro inferior: Syme: desarticulação de tornozelo com corte abaixo dos maléolos. Transtibial: abaixo do joelho. Desarticulação do joelho: através do joelho. Transfemoral: acima do joelho. Desarticulação do quadril: através do quadril. Pés SACH (Solid Ankle Cushion Heel): não articulados, com calcanhar macio de espuma. Pés dinâmico: com tornozelo rígido e antepé flexível. Pés articulados (monoaxial): movimentos planos sagitais, apenas flexão plantar. Pés multiaxiais: movimentos em todos os planos, facilita a deambulação em terrenos acidentados. Pés de resposta dinâmica: utilizado por corredores. Pés computadorizados: possuem revestimento estético. Joelhos mecânicos: controle a fase de apoio e de balanço por fricção ou por elásticos com travamento automático na extensão. Joelhos hidráulicos: controla a fase de apoio e balanço por óleo. Joelhos computadorizados: controlado por microprocessador, com fases de apoio e balanço, oferecendo estabilidade e confiança. Encaixe de próteses transtibiais: PTB (Patellar Tendon Bearing): modelo ultrapassado. PTS (Protease Tibiale Supracondylienne): utilizada em pacientescom coto curto. Esteticamente pior que a KBM, pois a borda da patela fica extremamente saliente com joelho flexionado. KBM (Kondylen Bettung Munster): é o mais utilizado, com patela livre sem saliências. Encaixe de próteses para desarticulação do joelho: deve ser feito em um cartucho em polifórmio com suspensão supracondilar. Encaixe de próteses transfemorais: Encaixe quadrilateral: é a forma mais antiga, ainda utilizada em pacientes com musculatura flácida ou em cotos curtos, descarregando o peso em grande pressão sobre o ísquio. Encaixe CAT-CAM: indicação majoritária para pacientes, descarregando o peso sob o ísquio e também sob a musculatura glútea. Permite maior conforto e melhor função. Sistema ACS (Air Contact System): temporário, para atividades esportivas. São próteses encaixadas com pressão, através de uma válvula de sucção. Edemas: a colocação de drenos no momento pós-operatório é feita com o intuito de minimizar o acúmulo de líquidos e a formação de hematomas. Os hematomas podem retardar a cicatrização da ferida, servindo como meio de cultura para bactérias. O uso de enfaixamentos compressivos também é indicado para minimizar o aparecimento de hematomas. Infecções: atribuídas a qualquer procedimento cirúrgico, mais frequentes em doenças vasculares. Necrose: pode ocorrer nas bordas da pele, retardando a cicatrização do tecido. Contraturas: podem ser evitadas através de um bom posicionamento do coto. Neuromas: ocorrência constante na extremidade de um nervo que foi seccionado. Os neuromas algésicos podem causar retardo na adaptação da prótese. Dor fantasma: a sensação da presença do membro amputado, podendo ser perturbadora ou dolorosa, e desaparecendo com o uso constante da prótese. Na maioria das vezes a dor pode ser aliviada com a excisão dos neuromas do coto, através do TENS e de processos de dessensibilização pelo profissional fisioterapeuta. Um bom coto deve apresentar um bom nível, uma boa força muscular, uma boa amplitude de movimento, ter a presença de um bom coxim, a pele estar em bom estado, não haver neuromas nem espículas, uma boa circulação e um bom sistema de cicatrização. Pós-operatório das amputações: Posicionamento: previne problemas secundários como contraturas musculares de articulações adjacentes. Podem surgir do desequilíbrio muscular, resultado de uma posição inadequada. Orientações no leito: evitar o posicionamento inadequado no leito de flexão, abdução, rotação externa de coxa e flexão de joelho, quando amputação Transtibial. É também importante manter o membro alinhado. Não se pode colocar o travesseiro abaixo do coto, nem entre as pernas, por causar risco de contratura. Evitar fletir o coto na cama. Não apoiar o coto sob a muleta. Evitar flexionar o joelho quando sentado, em amputações transtibiais. Exame físico: O fisioterapeuta deve medir e registrar os atributos físicos do paciente, como amplitude de movimento ativa e passiva de membros. Observar as contraturas que podem comprometer o alinhamento e o aspecto protético. A cicatriz cirúrgica deve ser observada: se possui aderência, se é terminal, posterior, anterior, aberta, fechada. Atentar para a presença de neuromas que se manifestam através de formigamentos ou pontadas no coto. Dessensibilização: estímulos sensitivos progressivos realizados no coto, saturando os receptores e das vias aferentes sensitivas, reestabelecendo a sensibilidade normal. É importante para a adaptação suportável da prótese. Algodão Esponja de face fina Esponja de face grossa Lixa fina Lixa grossa Calor superficial Fortalecimento: a cinesioterapia deve ser intensificada progressivamente para potencializar a musculatura, para reeducação durante a marcha com prótese. Visa melhorar força, resistência, coordenação motora, equilíbrio, respiração, fortalecimento abdominal, quadrado lombar, membros superiores para utilização de muletas. Importância do fisioterapeuta: Fase pré-operatória: deve-se prestar orientações ao paciente, como informações sobre a cirurgia, posicionamento no leito e prognóstico. Alongamentos, fortalecimentos e fisioterapia respiratória devem ser aplicados. Fase pós-operatória: deve-se prestar orientações ao paciente, como posicionamento no leito, informações sobre prótese e prognóstico. Alongamentos, fortalecimentos, dessensibilização, amadurecimento do coto, redução do volume pós-cirúrgico. Deve-se observar o nível da amputação, as complicações do coto, complicações associadas, componentes da prótese, a confecção da mesma, a estrutura disponível, o estado psicológico do paciente e seu nível cultural. Preparação do coto (enfaixamento, fortalecimento, alongamento, posicionamento, sensibilidade) Treino de marcha (coordenação e equilíbrio) Capacidade cardiorrespiratória Amplitude de movimento e força muscular
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