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CURSO SUPERIOR DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS
Disciplina: Diplomacia e Negociação Internacional I
Docente: Msc. João Manuel Pedro
UNIDADE I – INTRODUÇÃO
Introdução
Conceito de diplomacia
Definição de diplomacia
Estabelecimento de ruptura de Relações Diplomáticas.
Estabelecimento de Relações Diplomáticas.
Estabelecimento de Missões Diplomáticas.
Ruptura de Relações Diplomáticas.
Ruptura de Missões Diplomáticas
Métodos da diplomacia
INTRODUÇÃO
A palavra “diplomacia” tem vários significados. Em primeiro lugar, significa actividade da política externa de um Estado em relação a outro sujeito do direito internacional e relações internacionais - Estado.
Diplomacia como uma actividade é um conceito muito mais amplo do que a diplomacia como uma organização, porque inclui muitos círculos de assuntos, não apenas o serviço diplomático e as missões diplomáticas e consulares.
Convém distinguir entre diplomacia e política externa: a primeira é a dimensão da segunda. A política externa é definida em última análise pela chefia do Governo de um País ou pela alta autoridade política de um sujeito de direito internacional; já a diplomacia pode ser entendida como uma ferramenta dedicada a planejar e executar a política externa, por meio da actuação dos diplomatas.
Também, “diplomacia” é a arte da negociação e realização das relações internacionais. Ela é a arte simultânea e profissional, com natureza específica do trabalho, método de trabalho e tem suas próprias regras. “Diplomacia” é um instrumento da política externa, para o estabelecimento e desenvolvimento dos contactos pacíficos entre os governos de diferentes Estados, pelo emprego de intermediários, mutuamente reconhecidos pelas respectivas partes.
Pode-se dizer também, que a “diplomacia” é muitas vezes o código para o comportamento humano que pode se caracterizar por evitar confrontos com a verdade, realidade e esforço para com etiqueta e palavras gentis alcançar indivíduo, grupo ou interesses de Estado. É uma actividade muito antiga. Alguns argumentam que ela originou nos tempos antigos, quando os nossos antepassados ​​aceitaram ser importante auscultar o fiador das tribos vizinhas do que menospreza-lo (como era a norma até então).
Às vezes, a “diplomacia” significava exclusivamente: tanto em termos das tarefas básicas (apresentação de um tribunal relativa governante para outro), e em termos de personalidade da aristocracia, o povo de "sangue nobre", das classes superiores, que na época única podiam representar seu monarca. 
O que, afinal continua a ser a principal tarefa de interesse da diplomacia? 
Estabelecer e manter o contactos directo com governos de outros Estados/Países.
Representar o seu país e 
Proteger os interesses do seu País nos Estados Receptor, Organizações Internacionais e em Conferências Internacionais. 
Ao contrário da guerra, o objectivo da diplomacia não é a victória em combate. Na diplomacia não há vencidos nem vencedores, pós um dos seus principais objectivos é alcançar a estabilidade nas relações entre os Estados, sem revanchismo que é efeito colateral de todas as vitórias e derrotas. Portanto, o principal instrumento da diplomacia, bem como nas relações comerciais, é o cumprimento do acordo/compromisso entre as duas ou mais partes. Portanto, na diplomacia o necessário não é somente conhecer o seu interesse, mas, também o interesse dos parceiros com quem negoceia, para chegar-se a um acordo/compromisso. 
	Geralmente, a Diplomacia, é empreendida por intermédio de diplomatas de carreira e envolve assuntos de guerra e paz, comercio exterior, promoção cultural, coordenação em organizações internacionais e outras organizações.
Portanto, a arte da diplomacia não é sempre justo e correcto, embora seja este um dos papeis, manter transparência e fazer com que após discussões ou negociações, nenhum dos lados deve sentir-se derrotado e o outro vencedor (relativa posição).
	As relações diplomáticas são definidas no plano do direito internacional pela Convenção de Viena sobre as Relações Diplomáticas (CVRD), de 1961.
	Figurativamente, chama-se diplomacia ao uso de delicadeza ou os bons modos, ou, ainda a astúcias para tratar qualquer negócio.
CONCEITO DE DIPLOMACIA
As inúmeras definições dadas por diversos autores ou apresentadas pelas enciclopédias ou dicionários no âmbito da diplomacia mostram regras e definições imprecisas ou incompletas. 
O conceito de diplomacia é muito vasto e difícil, se não impossível, de ser definido, resumi sucintamente o caminho, porque tem vários significados que, pela sua natureza, são o uso de várias camadas, multidimensional, que estão simplesmente entre as definições correntes.
O termo é registado em português a partir de 1836 e advém do grego díplóma, matos, “objecto duplo, tablete de papel dobrado em dois", através do latim diploma, "papel dobrado, carta de recomendação, carta de licença ou privilégio" e do franes diplomatie (1790), “ciência dos diplomas”ou “relativo às relações políticas entre Estados ou referente aos diplomatas”.	
Etimologicamente, a palavra “diplomacia” origina da palavra grega “diploma”, que literalmente significa acto emitido pelo soberano dobrado duas vezes. Na antiga Grécia “diploma” como documento indicado, serviu como prova na conclusão dos estudos, à característica de dobra dupla.
Na época do Império Romano a palavra “diploma”, foi usada para marcar os documentos oficiais de viagem, tais como passaporte e visto para estradas imperiais.
Mais tarde, a palavra “diploma”, começou a ter significados mais amplos tal como documento oficial (Ex. um acordo de fretamento, contracto, etc.) que, eventualmente, prevaleceram entre os representantes de dois Estados (Ex. representante do Governador/Imperador, e Reis) que transmitiam aos seus Estados a maneira solene como sinal de conclusão bem sucedida nas operações inter-estadual.
Frequentemente os participantes nas negociações são chamados “diplomatas” que delas demonstram eficiência, arte e eficácia.
Considera-se que o adjectivo “diplomata”, foi usado pela primeira vez pelo filósofo alemão, como apresentado pelo diplomata “Leibniz” (Gottfried Wilhelm von Leibniz, 1646-1716) na sua famosa obra “Codex iuris gentium diplomaticus – Codex do Diplomata”, publicado em 1693, em Hanover.
O termo “diplomacia” em 1796, foi usado pela primeira vez pelo estadista turco e filósofo Edmund Burke (Edmund Burke, 1729-1797). As actividades especiais como a recolha de informação, explicação sobre a intenção de ganhar a lealdade era chamada “diplomacia comum”; tais actividades vigoram até aos nossos dias e tendem a negociar ou fazer negociação contínua (négociation continuelle), nas palavras do Cardeal francês Berridge (G. R. Berridge, “Diplomacy and Practice”, Thrid Edition. Palgrave, Londres, Nova York, de 2005, 1.)
Em teorias política e jurídica não existe uma única definição que de forma geral aceita diplomacia, porque a sua determinação conceitual escapa das outras definições. Assim, por exemplo, a “diplomacia” poderia ser definido como um conjunto sistemático de conhecimentos, talentos, habilidades e arte na realização de debates e negociações sobre questões de assuntos políticos, económicos, segurança e estrangeiros, do direito internacional, e, portanto, como dirigir actividades no desenvolvimento das relações internacionais (David Dj. Dasic, “Savremena Diplomacija-Diplomacia Moderna” centro Multidisciplinar para a promoção do processo de integração e harmonização do direito orientador / Económica, Belgrado, 2008, 13-19).
Naturalmente, a “diplomacia” nunca foi considerada como uma arte toda poderosa, nem a sua solução sempre foi a mais justa e equitativa. A diplomacia nos dias actuais representa um exercício com influência e poder na gestão dos assuntos do mundo. Nos países em conflito, ele permite que a população receba alimentação, e protege-las da morte. Entre os extremos de fazer política os costumes das potências mundiais, também permite que as populações sejam fornecidas tendas, cobertores ou uma refeiçãopor dia - Jelica Stefanovic, “Diplomatija u Medjunarodnim odnosima - Diplomacia em Relações Internacionais”, Faculdade de Ciência Política / Cigoja Belgrado, 2008, XXXIV.
DEFINIÇÃO DE DIPLOMACIA
F. de Cussy em sua obra “Dicionnaire du Diplomate et du Consul – Dicionário do Diplomata e do Consul” diz: “Diplomacia, é um conjunto de conhecimentos e princípios que necessários para a boa condução dos assuntos públicos entre Estados.
Sir Ernest Satow, na sua obra “Satow’s Guide to Diplomatic Practice – Guia de Satow à Prática Diplomatica”, define: Diplomacia, é a aplicação da inteligência e tacto na condução das relações oficiais entre os governos dos Estados independentes.
F. de Szillaszy no seu livro “Traité pratique de diplomatie moderne - Prática Tratado da diplomacia moderna” menciona: Diplomacia, são habilidades para liderar em assuntos externos e representam o interesse de seu país. Na verdade, é uma habilidade e não ciência, é a criação e elaboração de relatórios de trabalho.
G. D. Beridge, em seu livro “Diplomacy, Theory and Practice – Teoria e Prática”, afirma: Diplomacia, é condução das relações internacionais, negociações mas pela força, propaganda ou a aplicação da lei.
Pavle Karovic, em seu livro “Diplomacija – Diplomacia” afirma: Diplomacia, é uma ciência, porque pertence ao direito internacional que é um dos ramos mais importantes. A diplomacia é também uma habilidade, porque ele assume a capacidade de edição, gestão e acompanhamento das actividades políticas no exterior com base nas tradições, as formalidades alfandegárias, hábitos e interesses particulares. Aplicação da diplomacia e do seu uso, depende da arte e habilidades daquele que o dirige.
Prof. Dr. Branimir, em seu livro “Diplomacija savremeni sistem – Diplomacia sistema moderno”, afirma: Diplomacia, falando é o grosso modo, a conducta de politicas estrangeiras de um País ou vários países.
Dr. Boris Krivokapic, na sua obra “Leksikonu medjunarodnog prava – Lexicom do direito internacional” afirma: Diplomacia, é o meio de comunicação entre os sujeitos de direito internacional, que envolve o uso de direito internacional, as práticas e métodos diplomáticos aceites.
OBJECTOS E DISICIPLINA AFINS
Pode-se considerar objectos tradicionais da diplomacia as tarefas:
 
Negociar, 
Informar, 
Representar
A tarefa de negociar consiste em manter relações com o objectivo de concluir um acordo. O diplomata negoceia em nome e por conta do Estado que representa com a finalidade de defender os interesses daquele estado. Essas negociações podem ser bilateral ou multilateral. As negociações multilateral procedem-se com o envolvimento de mais de duas partes e ocorre no âmbito de conferências ou de organizações internacionais.
A função de informar define-se como o dever e a prorrogativa de diplomata no sentido de inteirar-se por todos os meios das condições existentes e da evolução dos acontecimentos de um determinado Estado e comunica-las ao governo do seu estado. Geralmente essa função é desempenhada por diplomatas acreditados junto ao governo do Estado do qual informam.
A função de representar inclui a tarefa de fazer patente a presença do Estado representado, em eventos internacionais. Inclui também a recepção de poderes do Estado representado para em nome e por conta deste, praticar actos de interesse do Estado. 
	Nos tempos modernos, inclui-se entre as funções da diplomacia, as de promover o comércio externo (promoção comercial) e a imagem do Estado representado (diplomacia pública)
Disciplinas afins da diplomacia são aquelas relacionadas com a cadeiras das ciências sociais, tais como: Sociologia, Relações internacionais, Psicologia, Direito internacional, História, Organizações internacionais, Estratégia, Geopolítica, Antropologia, Protocolo e etiqueta, etc…
ESTABELECIMENTO E RUPTURA DE RELAÇÕES DIPLOMÁTICAS
Estabelecimento de Relações Diplomáticas
	
Os múltiplos interesses que ligam os Estados entre si, como membros da comunidade internacional leva-os a estabelecer relações oficiais ou relações de Estado, a que se chama relações diplomáticas.
Estabelecer relações diplomáticas e enviar e receber missões diplomáticas são, no entanto coisas distintas, pois dois Estados podem estabelecer relações diplomáticas sem que, por isso, tenham necessariamente de trocar entre si missões diplomáticas.
O artigo 2º da “Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas”, de 1961, estabelece o princípio geral de que “o estabelecimento de relações diplomáticas entre Estados e o envio de Missões Diplomáticas Permanentes efectuam-se por consentimento mútuo”. Nesse contexto faz-se uma distinção entre o estabelecimento de relações diplomáticas e o estabelecimento de missões diplomáticas.
Ao direito de que os estados têm de enviar e receber missões diplomáticas, chamam os internacionalistas de direito de legação, que se desdobra em direito de receber missões diplomáticas (direito de legação passiva) e direito de enviar missões diplomáticas (direito de legação activo).
O anúncio do acordo a que dois Estados chegaram para estabelecerem entre si relações diplomáticas, é feito em regra através de um comunicado conjunto publicado simultaneamente nas capitais desses Estados. Embora a Convenção de Viena, ajuda apenas a Estados, entende-se que sob esta designação se incluem certas entidades que embora não sejam consideradas rigorosamente como estados pelo Direito Internacional possuem direito de legação como é o caso da Santa Sé e da Ordem Soberana Militar de Malta.
No que se refere a Santa Sé a Convenção de Viena refere-se expressamente entre as categorias dos chefes de missão da Santa Sé. 
No caso dos domínios britânicos a generalidade dos internacionalistas considera-os como verdadeiros Estados e a referencia no artigo 14º da “Convenção de Viena de 1961 a outros chefes de missão de categoria equivalentes aos embaixadores foi introduzida precisamente para abranger os altos comissários, forma por que são designados os chefes de missão diplomática dos Domínios junto do Governo britânico.
Estabelecimento de Missões Diplomáticas
Foi dito que, o estabelecimento de relações diplomáticas entre dois Estados não implica necessariamente o estabelecimento de missões diplomáticas permanentes nesses estados. Para isso, é imprescindível que exista o acordo entre os respectivos estados, conforme determina o artigo 2º da Convenção de Viena de 1961, acordo esse que pode ou não ser dado simultaneamente com o acordo de relações diplomáticas.
Embora as relações entre estados se baseiam no princípio da reciprocidade, implícito no artigo 47º da mesma Convenção de Viena no que respeita a aplicação das suas disposições, dado que o estabelecimento de representações diplomáticas depende do acordo entre os estados. Esse acordo determinará que um desses Estados terá a faculdade de manter uma missão diplomática no outro Estado sem que haja reciprocidade. Esses casos, embora restritos, ocorrem na vida internacional.
Quando dois Estados estabelecem relações diplomáticas e não trocam entre si missões diplomáticas permanentes, ou apenas um deles estabelece uma missão diplomática permanente junto do outro, os interesses do Estado, os interesses do Estado que não se acha representado no outro pode ficar a cargo de um terceiro Estado, desde que para isso acha um acordo daquele no outro Estado, conforme determina a artigo 46º da Convenção de Viena de 1961. É o caso das relações diplomáticas entre Angola e a Roménia, entre Angola e a Hungria.
Porém, é necessário distinguir os casos de estabelecimento de uma missão diplomática permanente num determinado Estado e o da existência ou não de um chefe de missão residente. No caso, a Convenção de Viena de 1961 no seu artigo 5º permite que um Estado possa acreditar um chefe de missão residente num determinado Estado, como chefe de missão junto do outro ou de outros Estados mediante o consentimento destes Estados. Trata-se neste caso de um “acreditamento múltiplo”.
No entanto, um mesmo chefe de missão poderá representardois ou mais estados junto de um mesmo Estado desde que esse assim o consinta, conforme previsto no artigo 6º da Convenção de Viena de 1961 (caso da Grécia na Sérvia, que representa a África do Sul). Esses caso são raro, mas que podem ocorrer em relação a estados que tenham entre si vínculos políticos muito estreitos.
Quanto as representações junto dos Organismos Internacionais há que distinguir dois aspectos diferentes:
A existência junto de uma Organização Internacional de missões permanentes dos seus respectivos países membros
A possibilidade de uma Organização Internacional receber missões permanentes de países não membros.
No primeiro caso está-se em presença da representação dos próprios membros que constituem a Organização, uma consequência directa da própria orgânica da instituição. O facto destas missões desfrutarem de um estatuto diplomático reconhecido pelo Estado hospedeiro da Organização não altera em nada a situação. O princípio geral aplicável a esta matéria está estabelecido no artigo 5º da Convenção de Viena, sobre a representação dos estados nas Organizações Internacionais de carácter universal de 1975, que determina que “os Estados membros podem, se as regras da Organização o permitirem, estabelecer missões permanentes para a realização das funções que vêm enumeradas no artigo 6º da mesma Convenção”. 
No que diz respeito as representações dos terceiros Estados junto das Organizações Internacionais, o artigo 5º, determina que “os Estados não membros podem, se as regras da Organização o permitirem, estabelecer missões permanentes de observação para a realização das funções visadas no artigo 7º”.
No que se refere aos Organismos Internacionais de integração, supranacionais ou de tendência supranacional, a situação é diferente. Estão no caso as chamadas comunidades e em particular as Comunidades europeias, ou União Europeia.
Ruptura de Relações Diplomáticas
Enquanto o estabelecimento de relações diplomáticas entre dois Estados exige o acordo de ambos, a ruptura de relações diplomáticas pode ser feita unilateralmente. Por outro lado, esta ruptura implica necessariamente a retirada da missão diplomática que um dos Estados mantenha no outro. 
De acordo o artigo 45º da Convenção de Viena de 1961, no caso de ruptura de relações diplomáticas e consequente retirada de missões diplomáticas permanentes, quando existam, aplicam-se as seguintes regras: 
O Estado receptor fica obrigado a respeitar e a proteger, mesmo em caso de conflito armado, os locais, bens e arquivos da missão;
O Estado que retira a missão poderá confiar a guarda dos locais, bens e
Arquivos da missão, a um terceiro Estado, com o acordo do Estado receptor;
O Estado que retira a missão poderá confiar a protecção dos seus interesses e dos seus nacionais a um terceiro Estado, com o acordo do Estado receptor.
A primeira regra define as obrigações do Estado receptor, no caso da sua retirada, qualquer que seja o motivo dessa retirada, incluindo o próprio conflito armado entre esse Estado e o Estado acreditante. O Estado donde a missão é retirada fica obrigado a respeitar e proteger os locais, bens e arquivos da missão retirada.
As outras duas regras definem as medidas a que Estado que retira a missão poderá recorrer para proteger os locais, bens e arquivos da missão e, bem assim, os seus interesses de ordem geral como os dos seus nacionais. Essas medidas consistem na entrega à protecção de um terceiro Estado desses bens e interesses, com o consentimento do Estado receptor.
Retirada de Missões Diplomáticas
Assim como o estabelecimento de relações diplomáticas entre Estados não implica necessariamente o estabelecimento de missões diplomáticas permanentes, a retirada definitiva ou temporária de uma missão diplomática não implica necessariamente a ruptura de relações diplomáticas entre o Estado que retira a missão e o Estado ou os Estados donde a missão ou as missões são retiradas. 
Tal como se viu um Estado no caso de não manter uma missão diplomática permanente noutro Estado com quem mantém relações diplomáticas, poderá encarregar um terceiro Estado de representar os seus interesses nesse Estado, nos termos do artigo 46º. da referida Convenção de Viena de 1961. Razões de economia, escassez de pessoal ou outras poderão levar um Estado a suprimir uma missão diplomática permanente noutro Estado recorrendo ao processo previsto no artigo 46º.
O artigo 45º da Convenção de Viena de 1961, trata em conjunto os casos de ruptura de relações diplomáticas e a retirada de missão diplomática, mas essas duas hipóteses são diferentes, embora as regras estabelecidas nas alíneas a) e b) do mesmo artigo se apliquem a ambas. No tocante a alínea c) ela tem significado quando aplicada ao caso da ruptura de relações diplomáticas, pós quanto ao caso de retirada da missão diplomática a disposição do artigo 46º seria aplicável.
Quanto as Organizações Internacionais a Convenção de Viena de 1975 estabelece no seu artigo 41º, as seguintes regras aplicáveis à protecção dos locais dos bens e dos arquivos das missões que forem retiradas: 
“Quando uma missão é retirada definitiva ou temporariamente, o Estado hospedeiro deve respeitar os locais, os bens e os arquivos da missão. O Estado de envio deve tomar todas as medidas apropriadas para libertar o Estado hospedeiro dessa obrigação especial logo que possível. Poderá confiar a guarda dos locais, dos bens e dos arquivos à Organização, se ela nisso consentir, ou a um Estado terceiro aceitável ao Estado hospedeiro”.
“O Estado hospedeiro, a pedido do Estado de envio, concede a este último facilidades para o transporte dos bens e dos arquivos da missão para fora do seu território”.
•
MÉTODO DA DIPLOMACIA
Existe um elevado número de métodos e instrumentos usados no âmbito da diplomacia pública. Nicholas J. Cull divide a prática em cinco elementos: 
Audição, 
Defesa argumentativa, 
Diplomacia cultural, 
Diplomacia de intercâmbio e 
Radiotelevisão internacional. 
Métodos como o contacto pessoal, emissoras rádio televisivas como a “The Voice of America“, “Radio Free Europe” e “Radio Liberty”, programas de intercâmbio como o Fulbright e o International Visitor Leadership program, artes e apresentações no estrangeiro e o uso da Internet são instrumentos para praticar diplomacia pública, dependendo da mensagem que se pretende emitir e do público com o qual se pretende comunicar. 
Meios pacíficos de solucionar conflitos internacionais
A ocorrência de conflitos internacionais traz a necessidade de se estabelecer instrumentos regulados pelo Direito Internacional para uma solução pacifica, a fim de que os países envolvidos não recorram a artimanhas ilegítimas para tal. Existem, diversos modos de disciplinar pacificamente às relações entre os envolvidos em controvérsias no cenário mundial, são estes: 
Os modos jurisdicionais, e 
Os não jurisdicionais. 
Não há hierarquia entre eles e cabem as partes escolhê-los, segundo os seus critérios de avaliação e a situação de facto e de direito envolvida. 
Dentre os modos não jurisdicionais de solução pacifica de conflitos encontram-se os Meios Diplomáticos e Políticos, nestes falta a norma jurídica cogente a ser aplicada. Portanto, cabe aplicar-lhes maneiras de satisfazer a lacuna existe, através da analogia e equidade.  
Meios diplomáticos
Pelos meios Diplomáticos resolvem-se os desacordos mediante negociação directa entre as partes ou intervenção de terceiros, sem o escopo de obrigar as partes ao seu parecer. 
Dentro dos meios diplomáticos, encontramos as Negociações Diplomáticas, que nada mais são que acordos bilaterais ou multilaterais entre as partes em litígio, aonde é necessário que haja a equivalência entre as partes, e não ocorra a interferência de terceiros. Utiliza-se para tal a comunicação diplomática que pode ser tácita ou expressa. Quando tácita, ela desenvolve-se de forma oral. Quando expressa, por meio de documentos acordados entre funcionários dos Estados partes, destinados para exercerem tal função. Comoexemplo contemporâneo de negociação diplomática feita com êxito indica-se o “Protocolo de Cartagena sobre Biossegurança”.  Aonde os países chegaram a uma posição de consenso que deve desbloquear o processo de implementação das regras para a identificação de carregamentos contendo Organismos Vivos Geneticamente Modificados (OVMs), mais conhecidos como transgênicos. Outro meio Diplomático são os Bons Ofícios, neste existe um terceiro que de forma amigável, tende a fazer a aproximação entre as partes. 
Isso ocorre, quando as partes em litígio não têm condições de negociarem devido a desentendimentos e desconfianças mútuas. O terceiro, vem a fim de criar um clima amigável. Porém, ele sequer toma conhecimento do fato em litígio. Ele sabe da ocorrência de uma desavença, mas não se envolve directamente. As partes podem requisitar a um terceiro a sua actuação, ou o próprio pode se oferecer. Tanto as partes, quanto o terceiro, quando solicitado podem se opor a interferir. Deixando assim de ocorrer os Bons Ofícios.   . 
É importante ressaltar que os Bons ofícios não podem se confundir com a Mediação, que é outro meio Diplomático de solução pacífica de conflitos. Nela também há a presença de um terceiro, no entanto, na mediação, este além de conhecer a matéria de fato e de direito que motiva as controvérsias, propõe uma solução, que vem em forma de parecer. Apesar de que este parecer não tem efeito vinculante, ou seja, não obriga as partes a acatarem-no. 
Existe ainda, a Conciliação, aonde uma comissão integrada tanto por membros dos Estados litigantes, quanto por membros neutros, irão analisar o caso concreto e apresentar uma solução, que, no entanto, é facultativa de ser acatada. Ela se parece em muito com a mediação, a diferença se encontra, no fato de enquanto uma o parecer vem de apenas um terceiro, na outra existe uma comissão que irá fazer o juízo de valor. 
Existe outro meio Diplomático, que vem mais como uma prevenção de litígios, já que não chega a ocorrer a desavença. È o Sistema de Consultas, onde as partes previamente combinam de se consultarem periodicamente, para tratarem de um assunto determinado. Normalmente esta combinação ocorre por tratados. Nos encontros periódicos, as partes irão levantar questões que ocorreram dentro do prazo determinado e as deixaram descontentes, e assim irão propor soluções para solucioná-las. 
Meios políticos
Os meios Políticos são aqueles exercidos quando existe litígio de certa gravidade, desconforto no cenário internacional que se encontra na eminência de uma guerra entre os Estados envolvidos.  Portanto, os órgãos políticos ou organizações tomam para si a solução do conflito. Eles podem agir mesmo à controvérsia de uma das partes, quando a outra manifesta interesse, ou mesmo à controvérsia de ambas as partes, quando o secretário geral da organização ou terceiro Estado integrante da organização se manifeste , trazendo a existência do conflito para debate entre os membros desta. 
Cabe a Assembleia Geral e o Conselho de Segurança, das Nações Unidas intervirem como instâncias políticas de solução dos conflitos. Comummente o Conselho de Segurança é o mais utilizado, por estar mais disponível e mesmo por contar com meios eficazes de coação quando da eminência de uma guerra. Neste caso, ele precisa investigar, discutir e expedir recomendações para a solução do litígio. A solução em geral é provisória. Devido a não obediência a uma recomendação do Conselho de Segurança ou Assembleia Geral, não configurar ato ilícito, e o fato dos Estados serem soberanos, podendo agir conforme o seu entendimento, muitas vezes, de nada adianta a intervenção das instâncias políticas. 
Além dos órgãos da ONU, existem os Esquemas Regionais Especializados, que são organizações que tem alcance regional, A Organização dos Estados Americanos e a Liga dos Países Árabes. Elas funcionam da mesma forma que os órgãos da ONU. As partes da mesma maneira, não são obrigadas a acatarem suas decisões, excepto se foram ambas as partes que requisitaram sua interferência, e mesmo assim se não atingir a soberania do Estado. 
Meios jurisdicionais
Os meios jurisdicionais diferem dos antecedentes, pois neles há um compromisso de fato, ou seja, as decisões são obrigatórias, qualquer forma de resistir, intentando não seguir a sentença, configura um ilícito internacional, a busca da solução do conflito se faz conforme o direito vigente. Pelos meios Jurisdicionais encontramos a Arbitragem e as cortes permanentes. Apesar de ambas buscarem uma solução firmada no direito, elas distinguem-se na estrutura e no processo. 
A arbitragem tem como julgador um árbitro a ser escolhido pelas partes litigantes, diferentemente das cortes permanentes, que consta com um juiz profissional e permanente. Na arbitragem, cabem as partes escolherem o árbitro, que normalmente é seleccionado segundo as suas capacitações, na Corte Permanente de Arbitragem, que é na verdade é uma lista de pessoas qualificadas para actuarem como árbitros, a indicação é feita pelos Estados que mantêm a Corte. Cada Estado pode indicar até quatro nomes. As partes ainda devem descrever a matéria que ensejou o litígio, assim como, delimitar o direito a ser aplicado, determinando desde já os prazos e regras a serem seguidos.
Para que a arbitragem tenha eficácia, é preciso que antes de tudo, os paises em litígio celebrem um compromisso arbitral, que nada mais é que um contrato bilateral, aonde as partes se obrigam a cumprir todas as determinações necessárias para o bom andamento do processo, e acima de tudo, acatar a sentença proferida, que tem carácter definitivo. 
Portanto, a garantia que as partes têm quando da ocorrência da arbitragem, é exactamente o pacto celebrado, antes do seu procedimento. Esse compromisso pode ser assumido, mesmo antes de se configurar um conflito. Neste caso, ao ser celebrado um tratado, as partes estipulam que na ocorrência de uma desavença, a solução virá por uma sentença arbitral, é a chamada cláusula arbitral. Existe ainda, o tratado geral de arbitragem, onde os Estados parte escolhem esta como a via de solução de conflitos, caso estes ocorram no futuro. O próprio tratado se regula, estabelecendo as suas regras e prazos. Devido à sentença arbitral ter carácter definitivo, ela é irrecorrível. 
Existem somente duas hipóteses de se questionar a sua eficácia, quando ocorre obscuridade, omissão, contradição ou ambiguidade, pelo árbitro, a parte pode fazer um pedido de interpretação da sentença, a fim de obter esclarecimentos e se necessário uma reforma na sentença.   Outro caso, é quando o árbitro comete uma falta grave, agiu com dolo, prejudicando uma das partes em beneficio da outra. Quando isso ocorre, a solução é alegar nulidade a sentença arbitral, assim à parte exime-se de cumpri-la. 
A solução Judiciária tem alcance mundial, ela atinge Estados, empresas e entidades de direito público e até indivíduos particulares, e assim como a arbitragem, precisa ser requisitada pelas partes. O que faz com que a sentença tenha carácter definitivo e obrigatório, é exactamente esta sujeição das partes perante as cortes permanentes, o pacta sunt servanda. Sem este requisito, a sentença não tem validade, pois nenhum Estado soberano é obrigado a se obrigar a uma decisão contra a sua  vontade, devendo assim existir a sua pré-aceitação. Esta aceitação prévia pode ser por meio de tratados bilaterais, quando as partes entram em um acordo para se submeterem ao julgamento da corte, dirigindo-se assim em conjunto até ela, ou ainda, dentro deste caso, combinam que quando da ocorrência do litígio qualquer uma pode procurar pela corte. Outro caso de submissão à corte, ocorre quando a parte entra com a inicial, demonstrando assim o seu interesse. Se a parte contrária contestar o mérito, já configurou a sua aceitação.  
A solução judiciária é exercida pelas cortes internacionais, permanentes. O grande marco da jurisdição internacional, é a Corte Internacional da Haia, que é actualmente o maior tribunal internacional, com alcance mundial. Integramo seu corpo quinze juízes, juristas que tem renome internacional, e são conhecidos pelo seu alto grau de conhecimento jurídico. Eles provem das mais diversas culturas, fazendo assim, que a Corte de Haia seja a grande Torre de Babel do mundo do jurídico. Isto ocorre, para que se tenha neutralidade na aplicação do direito. Por isso mesmo, não se pode ter mais de um juiz de cada nação. Os juízes são escolhidos, pelos membros da Assembleia Geral e o Conselho de Segurança da ONU. O mandato é de nove anos, podendo ser reelegíveis. A renovação se faz pelo terço a cada três anos.
O grande problema encontrado nos meios jurisdicionais de solução de conflitos está na carência de executoriedade, pois apesar da sentença ser legitima eficaz e até mesmo obrigatória, cabe a boa-fé das partes cumprirem-na. Pois mesmo, configurando um ilícito internacional o não cumprimento da sentença, cada Estado é soberano, e como tal tem a escolha em suas mãos, cabe somente a eles decidirem o que fazer, e não existe poder coercitivo que o obrigue a seguir o que ele não deseja.  Existe, no processo de solução judiciária, um meio de tornar a sentença executória em carácter excepcional, por meio da força, quando o conselho de Segurança da ONU, em tese usaria da sua força como meio coercitivo de fazer o Estado parte cumprir a sua obrigação, provinda do acórdão da corte. Dissemos em tese, pois isto de fato nunca ocorreu. 
Aqui se esgotam os meios pacíficos de solução de conflitos internacionais, restando entrar em outro meio de solução de conflitos, que na verdade não tem nada de meio e sim fim. A Guerra, nada mais traz do que um adicionar de motivos para se continuar em conflito. 
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www.diplomacia.com
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