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Unidade II Missão diplomatica

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CURSO SUPERIOR DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS
Discipplina: Diplomacia e Negociação Internacional I
Docente: Msc. João Manuel Pedro
Ano: 3º
Tipo: Semestral/Anual
Carga: Horária: 4 horas semanais
UNIDADE II – ORIGEM DA MISSÃO DIPLOMÁTICA
Origem das Missões Diplomáticas Permanentes.
O Tratado de Westfália e seus princípios mais importantes.
O Congresso de Viena (1 de Outubro de 1814 e 9 de Outubro de 1815) conferência entre embaixadores das grandes potências europeias.
Convenções de Viena sobre Relações Diplomáticas e Relações Consulares.
Breves considerações sobre a diplomacia no Reino do Congo.
ORIGEM DAS MISSÕES DIPLOMÁTICAS PERMANENTES
As exigências de contactos frequentes requeridos pelas diversas unidades políticas italianas levou à criação de Embaixador residente.
Enquanto na antiguidade e no período medieval as embaixadas possuíam um carácter temporário, mesmo quando se prolongava por algum tempo, a intensa e continuada actividade diplomática dos Estados italianos no início da Idade Moderna fez surgir a necessidade de representações diplomáticas de carácter permanente.
Antes do final do século XV, os embaixadores residentes, desconhecidos em toda Europa passaram a ser uma instituição corrente em toda a Itália.
Iniciou o sistema de embaixadores residentes o senhor de Milão Giangaleazo Visconti que, durante mais de sete anos, ou seja de Maio de 1425 à Julho de 1432 manteve um embaixador residente junto da Corte de Segismundo (1368-1437), rei da Hungria e imperador do Santo Império Romano.
Durante quase esse todo tempo o rei Segismundo manteve igualmente um embaixador residente em Milão. É possível que Veneza tenha mantido também um embaixador residente em Milão de 1415 à 1425, quando a República Adriática procurava negociar a paz com Milão.
Em 1431, Veneza, Florença e o Papado juntaram-se contra Milão a fim de entre outros objectivos, recuperarem as duas cidades papais de que os milaneses haviam apoderado. 
Antes de Abril de 1435, Veneza envia a Roma, como Embaixador residente, um diplomata experiente, Zacarias Bembo.
A partir de 1448 Veneza e Florença trocaram embaixadores permanentes.
Em 1457, Napoles mantinha um embaixador residente em Veneza, outro em Milão em Dezembro de 1448.
A Santa Sé começou a receber embaixadores residentes antes de os enviar junto das diversas cortes italianas.
Durante todo século XV os Papas receberam embaixadores mas não enviaram nenhum. Alexandre VI (1492-1503) manteve um nuntius e orator na corte do Imperador Maximiliano (1459-1519) durante quatro anos.
Por volta de 1500 o mesmo Papa enviou representantes permanentes para Espanha, França e Veneza.
Em 1506 Júlio César (1503-1513), renovou a representação em Espanha.
A expansão decisiva do sistema papal de representação diplomática permanente só veio a dar-se nos pontificados de Leão X (1513-1521) e Clemente VII (1523-1534) e a nova instituição assumiu uma forma precisa a partir do pontificado de Gregório XIII (1572-1585) atingindo o seu pleno desenvolvimento no começo do século XVII.
Da Itália o sistema dos embaixadores residentes transmitiu-se ao resto da Europa embora não de forma uniforme e simultânea. 
Para Portugal, o primeiro embaixador residente em Roma foi designado em 1512, desempenhado pelo Dr. João de Faria até 1514.
SINTESE
As ciências sociais não podem produzir à sua vontade os factos sobre os quais constroem as suas teorias, mas pode recorrendo à história, estudar a génese e evolução dos factos que mais interessa. Por isso se diz que a história, é o laboratório experimental das ciências sociais.
O estudo feito sobre a evolução da instituição diplomática permiti extrair dele algumas conclusões que consideramos importantes para a elaboração do conceito e da teoria geral da diplomacia. Essas conclusões são:
A utilização de intermediários entre detentores de poder político de duas nações ou grupos políticos diferentes existiu sempre, desde os tempos em que as sociedades se organizaram politicamente.
Em todas as civilizações da Antiguidade se recorreu ao uso de intermediários ou diplomatas nas relações entre os povos diferentes.
A instituição diplomática constitui um elemento importante e constante da organização do estado nas civilizações grega e romana.
Na época medieval, prevaleceu o uso de intermediários para as negociações.
Negociações tentadas de forma directa acabaram por fracassar e raras vezes foram bem sucedidas.
No desenvolvimento de uma tendência que vinha da Idade Moderna consagrou o princípio das representações diplomáticas permanentes ou dos embaixadores residentes.
Na época moderna foi consagrado o sistema da diplomacia multilateral, mas, com carácter eventual para resolver importantes problemas que interessavam a um grupo de países.
No princípio da era contemporânea foram estabelecidas as primeiras regras convencionais definindo as categorias e as precedências dos agentes diplomáticos. Foi criado o estatuto internacional do agente diplomático, na Conferência de Viena sobre Relações Diplomáticas de 1961.
Na era contemporânea foi igualmente institucionalizada a diplomacia multilateral com a criação de diversas organizações internacionais de tipo regional ou universal.
Ainda na era contemporânea se desenvolveu grandemente os contactos directos entre detentores do poder político de diversos Estados devido ao extraordinário progresso dos meios de comunicação.
A constância da instituição diplomática através de alguns milhares de anos e em todas as civilizações conhecidas demonstra tratar-se de uma instituição inerente à própria vida internacional. Que poderá sofrer transformações ou ser utilizada com mais ou menos intensidade, mas que não pode ser dispensada.
AO TRATADO DE WESTFALIA (1648) PARA A DIPLOMACIA MODERNA
A paz de Westfália é geralmente apontada como o marco da diplomacia moderna, pois ela deu início ao sistema moderno do Estado nação – a primeira vez que se reconheceu a soberania de cada um dos Estados envolvidos.
As guerras surgidas após o acordo não mais tiveram como causa principal a religião, mas giravam em torno de questões de Estado. Isto permitiu que as potências católicas e protestantes pudessem se aliar, provocando grandes inflexões no alinhamento dos países europeus.
O Tratado de paz de Westfália fortaleceu as divisões internas da Alemanha, impedindo-a de formar um Estado-nação unido, facto que perdurou até final do século XIX.
Outro resultado importante do Tratado foi, ter colocado por terra a ideia de que o Sacro Império Romano pudesse dominar secularmente o Mundo Cristão por inteiro.
A afirmação da soberania Estado-nação inviabilizou a pretensão de que o Sacro Império Romano teria primazia sobre a Cristandade. 
A Paz de Westfália (Vestfália) foi negociada durante três anos pelo representantes dos católicos e protestantes. As conversações de paz iniciadas em 1644 em Munster e Osnabruck, envolviam o fim da guerra de oitenta anos entre a Espanha e Países baixos e da guerra dos trinta anos na Alemanha.
O Tratado de paz (Tratado Hispano-Holandês) entre a Espanha e Países Baixos foi assinado em 30 de Janeiro de 1648 e em 24 de Outubro de 1648 foi assinado o Tratado de Paz de Westfália, entre o Sacro Império Romano-Germânico, os outros príncipes, a França e a Suécia.
Os Tratados concluídos nessas duas cidade da Westfália foram depois reunidos no Acto de Westfália em Munster em 24 de Outubro de 1648.
Pelo tratado, o mapa da Europa não sofreu qualquer alteração, uma vez que a conversão dos soberanos não acarretaria mudanças religiosas nos respectivos domínios, ao mesmo tempo, não só o equilíbrio de poderes no continente europeu se viu alterado, com a Espanha a ceder a posição dominante a França. Alguma fronteiras foram redefinidas.
O Tratado dos Pirinéus (1659), que encerrou a guerra entre França e Espanha também é considerado parte da Paz de Westfália.
Este conjunto de diplomas inaugurou o moderno Sistema Internacional ao aceitar consensualmente noções e princípios, como a soberania estatal e o Estado nação.
Emboraas circunstâncias da paz tenha surgido em decorrência de longas séries de conflitos, trouxe consigo a noção embrionária de que a paz duradoura deriva de um equilíbrio de poder.
A Paz de Westfália, significou a dissolução da antiga ordem imperial, permitiu o crescimento de novas potências. Como fundamento da constituição alemã, o tratado formou a base de todos os acordos seguintes até o desaparecimento definitivo do império em 1806.
Essa noção de aprofundou com o Congresso de Viena (1815) e o Tratado de Versalhes (1919). Por essa razão o Tratado de paz de Westfália é considerado o marco inicial no currículo dos estudos de Relações internacionais.
As negociações de paz foram realizadas nas cidades de Munster e Osnabruck, como alternativa oferecidas pela Suécia, enquanto que Hamburgo e Colonia alternativas oferecidas pela França. 
A razão da escolha das duas cidades era devido ao conflito existente entre os líderes católicos e protestantes. Os protestantes ficaram em Osnabruck e os católicos em Munster. 
RESULTADOS
O Tratado teve resultados abrangentes.
Os países baixos, tornaram-se independentes da Espanha.
Fim da guerra dos oitentas anos.
A Suécia ficou com Pomerânia, Wismar e Werden.
O poder dos Sacro-Imperadores ficou abalado.
Os governantes dos estados germânicos voltaram a gozar da prorrogativa de determinar a religião oficial dos seus territórios.
O tratado deu reconhecimento legal aos calvinistas.
Três grandes potências emergiram: a Suécia, Província unidas e a França.
OS PRINCIPIOS MAIS IMPORTANTE DA PAZ DE WESTFALIA
Os princípios mais importantes da Paz de Westfália são:
A Paz de Praga, foi incorporada à paz de Westfália (que por sua vez incorporava a paz de Augsburgo).
O calvinistas foram reconhecidos internacionalmente e o Édito da Restituição foi de novo, rescindido.
A primeira Dieta de Speyer foi aceite internacionalmente.
Procederam-se aos seguintes ajustes de território:
França recebeu as dioceses de Metz, Toul, Verdun e toda a Alsácia, excepto Estrasburgo e Mulhouse. Também ganhou o direito à voto na Dieta Imperial alemã (Reischstag).
A Suécia recebeu a Pomerânia Ocidental e as dioceses de Bermen e Stettin. Ganhou o controle da desembocadura dos rios Oder, Elba e Weser, bem como o direito de voto na Dieta Imperial alemã.
A Baviera recebeu o direito de voto no Conselho Imperial de eleitores (selecionado pelo Sacro Imperador).
Brandemburgo recebeu a Pomerânia Oriental e as dioceses de Magdeburgo e Halberstadt, cujo primeiro governante secular foi o representante do eleitor de Brandemburgo, Joachim Friedrich von Blumenthal.
Reconheceu-se a completa independência da Suíça ( a Suíça não é signatária da paz de Westfália).
Reconheceu-se a independência da República das sete Províncias Unidas dos Países Baixos
Os diversos estados alemãs independentes (cerca de 360), receberam o direito de conduzir a sua política externa, mas era vedada cometer actos de guerra contra o Sacro Imperador.O Império como um todo, reservava o direito de fazer a guerra e celebrar tratados.
A eleição de Sacro Imperadores vivente imperatore, foi proibida. 
O Palatinado foi dividido entre o Eleitor Palatino Carlos Luís e o Eleitor Duque Maximiliano da Baviera ou seja entre protestantes e católicos, ficando Carlos com a porção ocidental, próximo ao Reno e Maximiliano manteve o Alto Palatino, no que hoje é Baviera.
A maior parte do Tratado de Westfália, pode ser atribuída ao trabalho do Cardeal Mazarino, que era na época o governante de facto da França. A França, saiu da guerra numa posição muito melhor do que as outras potências, sendo capaz de ditar boa parte do Tratado do Estado
O TRATADO DE ULTREQUE
TIPO DE TRATADO: Tratado de Paz
ASSINADO: 11.04.1713
LOCAL: Utrecht – Províncias Unidas
SIGNATÁRIOS: Luís XIV de França
 Filipe V de Espanha
 Ana da Grã Bretanha
 João V de Portugal
 Victor Amadeu II de Saboja
PARTES: França e Espanha
Línguas: Francês/Espanhol/Inglês
Tratado de Utrecht define uma série de acordos diplomáticos assinados na cidade de Utrecht, na Holanda, e que puseram fim à Guerra da Sucessão da Espanha. Na mesma cesta de acertos diplomáticos foram assinados os tratados de Rastatt, Barden e Amberes.
O primeiro Tratado de Utrecht foi assinado em 11 de abril de 1713 entre a França de Luís XIV e Portugal de Dom João V, tendo estabelecido os limites entre o Brasil e a Guiana Francesa. Por meio desse acordo foi definida a posse sobre o Amapá, na região do Oiapoque. O segundo Tratado de Utrecht foi assinado em 6 de Fevereiro de 1715, desta vez entre Portugal e Espanha, e restabeleceu a posse da Colónia de Sacramento a Portugal.
Causas
Ambos os tratados puseram fim à Guerra da Sucessão Espanhola, que durou de 1702 a 1714 e foi deflagrada por conta da morte do Rei Carlos II de Espanha, que faleceu de maneira prematura e não deixou herdeiros. O monarca era casado com a francesa Maria Luísa d’Orleães.
 A nacionalidade da rainha impôs a disputa, que também envolveu Portugal, Grã-Bretanha, República Holandesa, Prússia e Casa de Varsóvia – a chamada Grande Aliança que apoiou a França. O trono espanhol era uma aspiração de Filipe de Anjou, que era neto d\e Luís XIV, mas também estava nos desejos de Carlos, da Casa da Áustria.
A polarização da disputa contra a França, tendo do outro lado a Áustria, fez com que a Grande Aliança perdesse força. Isso ocorreu porque Carlos foi eleito imperador do Sacro Império Romano-Germânico e recebeu o nome de Carlos VI da Germânia. Aos britânicos, principalmente, não era conveniente tanto poder concentrado nas mãos de um monarca austríaco. Assim, foi aprovada a proposta de um congresso em Utrecht em que os representantes da Áustria não participaram.
O Congresso de Ultrecht ocorreu em 1712 e foi marcado por negociações polarizadas, na verdade, bilaterais entre a Grã-Bretanha e a França. As discussões diplomáticas permitiram a assinatura no ano seguinte dos acordos de paz entre a Grã-Bretanha, a Prússia e o ducado de Sabóia. Carlos VI aceitou os termos do acordo estabelecidos entre a França e seus aliados.
Consequências
As principais consequências do fim do conflito e da assinatura dos Tratados de Utrecht remodelaram a Europa. Filipe V conservou a coroa espanhola e suas respectivas colónias. O monarca, contudo, renunciou ao trono da França, do qual era herdeiro. Desta maneira foi mantida a integridade do território francês e a Inglaterra recebeu as bases marítimas de Gibraltar, Minorca, Terra Nova e da Acádia.
Exploração da mão-de-obra escrava
Os ingleses ainda ganharam da França a baía de Hudson e Sant Kitts e o reconhecimento da sucessão de Hannover. A Inglaterra ainda foi premiada por privilégios comerciais no abastecimento das colónias da América Espanhola com negros retirados da África. Mais tarde, coube a intelectuais ingleses iniciar o processo de interrupção do transporte de negros da África para a América, fator que deu início ao fim do uso da mão-de-obra escrava nos países latino-americanos. As conquistas da Inglaterra a colocaram como nação de preponderância nos campos da exploração naval, comercial e colonial.
Mudanças no Território Europeu
Por meio dos acordos celebrados em Utrecht, as regiões compostas pelo sul da Holanda, Milão e Nápoles foram incorporadas pela Áustria. Savóia recebeu a Sicília, ao norte da Itália. Esses pontos diplomáticos foram assinados em 1714, nos chamados tratados de Rastatt, Barden e Amberes. Os tratados que restabeleceram os domínios sobre a América Espanhola e Portuguesa foram assinados em 1713 e 1715, respectivamente. 
O CONGRESSO DE VIENA (1 DE OUTUBRO DE 1814 E 9 DE JUNHO DE 1815, CONFERÊNCIA ENTRE EMBAIXADORES DAS GRANDES POTÊNCIAS EUROPEIAS
O Congresso de Viena foi uma conferência entre embaixadores das grandes potências europeias que teve lugar na capital da Áustria, entre 1 de Outubro de 1814 a 9 de Junho de 1815, cuja intenção era a de redesenhar o mapa político docontinente europeu após a derrota da França napoleónica na primavera anterior, bem como restaurar os respectivos tronos às famílias reais derrotadas pelas tropas de Napoleão Bonaparte e firmar uma aliança entre os signatários.
Os termos de paz foram estabelecidos com a assinatura do Tratado de Paris (30.05.1814), na qual se estabeleciam as indemnizações a pagar pela França aos Países vencedores. Mesmo diante do regresso ex. imperador Napoleão I do exílio, tendo reassumido o poder em França em Março de 1815, as discussões prosseguiriam, concentradas em determinar a forma de toda a Europa depois das guerras napoleónicas. O acto final do Congresso foi assinado a 9 de Junto de 1815, nove dias antes da derrota final de Napoleão na batalha de Waterloo.
Objectivo
As potências europeias tinham como objectivo principal delimitar novas fronteiras para as nações europeias, que foram destruídas pelas campanhas Napoleónicas.
Princípios
Dois princípios básicos nortearam as discussões do Congresso de Viena:
O princípio da legitimidade, definido sobretudo por Talleyrand a partir do qual se consideravam legítimos os governos e 
As fronteiras que vigoravam antes da Revolução francesa. 
Atendia os interesses dos Estados vencedores na guerra contra Napoleão Bonaparte, mas, ao mesmo tempo, buscava salvaguardar a França de perdas territoriais, assim como da intervenção estrangeira. Os representantes dos governos mais reaccionários acreditavam que poderiam, assim, restaurar o Antigo Regime e bloquear o avanço liberal. Contudo, o acesso não foi respeitado, porque as quatro potências do Congresso trataram de obter algumas vantagens na hora de desenhar a nova organização geopolítica da Europa. 
O princípio de restauração, que era a grande preocupação das monarquias absolutistas, uma vez que se tratava de recolocar a Europa na mesma situação política em que se encontrava antes da Revolução Francesa, que guilhotinou ao rei absolutista e criou um regime República, que acabou com os privilégios reais e instituiu o direito legítimo de propriedade aos burgueses. Os governos absolutistas defendiam a intervenção militar nos reinos em que houvesse ameaça de revoltas liberais.
O momento de reacção conservadora na Europa, articulado na presença de representantes dos diversos países vencedores de Napoleão, o objectivo declarado deste fórum era o de solucionar os problemas suscitados no continente desde a Revolução Francesa (1789) e as conquista napoleónica. Temia-se uma nova revolução.
Equilíbrio de Poder e Fronteiras Geográficas
Outra decisão importante das grandes potências reunidas em Viena, foi a consagração da ideia de balança do poder. Segundo essa perspectiva, considerava-se que só fora possível o fenómeno Napoleão na Europa porque ele havia juntado uma tal soma de recursos materiais e humanos que, aliados à sua capacidade política e militar, provocaram todo aquele período de guerras.
As grandes potências decidiram então dividir as recursos materiais e humanos da Europa, de tal maneira que uma potência não pudesse ser poderosa que a outra (balança e equilíbrio de poder); sendo assim, nenhum outro Napoleão se atreveria a desafiar seu vizinho, sabedor de que este contaria com os mesmos recursos. 
Sendo este critério estabelecido, trataram de pô-lo em prática, resultando num mapa europeu em que as etnias e as nacionalidades não foram levadas em consideração, tal como aconteceu com a partilha da Polónia.
Uma vez estabelecida a paz, haveria a necessidade de manutenção de exércitos? Os estadistas reunidos em Viena foram unânimes em responder afirmativamente. Tratava-se de manter forças armadas exactamente para preservar a paz alcançada. A garantia da paz residia a partir de então na preservação das fronteiras geográficas estabelecidas justamente para evitar que qualquer potência viesse a romper o equilíbrio, anexando recursos de seus vizinhos e pondo em risco todo o sistema de estados europeus. O princípio geopolítico das “fronteiras geográficas” perdurou até o término da Segunda Guerra Mundial, quando esse conceito foi substituído pelo conceito de “fronteiras ideológicas”, no contexto da Guerra Fria.
O Congresso alicerçou-se em dois grandes princípios:
Legitimidade – propunha a restauração das dinastias que governaram antes de eclodir a Revolução Francesa. Era a restauração das monarquias.
Equilíbrio de forças – visava ao restabelecimento das fronteiras, divisão do território europeu e das colónias pelo mundo.
DIRECTRIZES E CONSEQUÊNCIAS DO CONGRESSO
Directrizes
As directrizes fundamentais do Congresso de Viena foram:
O princípio da legitimidade,
A restauração,
O equilíbrio do poder,
A consagração do conceito de “fronteiras geográficas”
Essas directrizes estabeleciam que deveriam voltar ao trono (restauração), os legítimos governantes (legitimidade) que estavam no poder antes da Revolução. As antigas dinastias reinantes retornam ao poder. Essa posição foi defendida pelo representante francês, Talleyrand garantindo, com isso, que os Bourbons retornassem ao poder com a anuência dos vencedores. Talleyrand usou também o conceito de legitimidade para evitar que a França derrotada perdesse territórios para seus vizinhos, isto é, conseguiu restaurar as antigas fronteiras, anteriores à 1790.
Consequências do Congresso
Reconstruir as monarquias absolutas.
A Rússia anexou parte da Polónia, Finlândia e a Bessarábia.
A Áustria anexou a região dos Balcãs.
A Inglaterra ficou com a estratégica Ilha de Malta, O Ceilão e a Colónia do Cabo. O que garantiu o controlo das rotas marítimas.
O Império Otomano manteve o controlo dos povos cristãos do Sudoeste da Europa.
A Suécia e a Noruega, uniram-se.
A Prússia ficou com parte da saxónia, Westfália, da Polónia e com as Províncias do Reno.
A Bélgica industrializada, foi obrigada a unir-se aos Países Baixos, formando o Reino dos Países Baixos.
Os Principados Alemãs formaram a Confederação Alemã com 38 Estados, a Prússia e a Áustria praticavam dessa Confederação.
Restabelecimento dos Estados Pontifícios.
A Espanha e Portugal não foram recompensados com ganhos territoriais, mas tiveram restauradas as suas dinastias.
No encerramento do Congresso de Viena, pelo Artº 105 do acto final, o direito português ao território de Olivença foi reconhecido. Apesar de sua inicial resistência a esta disposição, a Espanha terminaria por ratificar o tratado mais tarde, em 7 de Maio de 1817, nunca havendo entretanto cumprido esta disposição ou restituído o território oliventino a Portugal.
O Congresso de Viena logrou garantir a paz na Europa. Além das disposições políticas territoriais, estabeleceu-se:
O princípio da livre navegação do Reno e do Meuse.
A condenação do tráfico de escravos, determinando sua proibição ao norte da linha do Equador.
Medidas favoráveis para melhorias das condições dos Judeus.
E de suma importância, um regulamento sobre a prática das actividades diplomáticas entre os países.
A CONVENÇÃO DE VIENA SOBRE RELAÇÕES DIPLOMÁTICAS 
A Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas (CVRD), é um tratado adoptado em 18 de Abril de 1961, pela Conferência das Nações Unidas sobre Relações e Imunidades diplomáticas. 
A reunião foi realizada no Palácio Imperial de Holburg, em Viena, Áustria de 2 de Março à 14 de Abril do mesmo ano.
Esse encontro representa um esforço bem sucedido na codificação do ramo do Direito internacional relativo aos direitos e deveres dos Estados na condução das relações diplomáticas entre si, regulado inclusive, os privilégios e imunidades de que gozam os funcionários das missões diplomáticas.
Foi criado um Estatuto da Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas (CVRD), que entrou em vigor em 24 de Abril de 1964, nos termos do seu artigo 51º.
CONVENÇÃO DE VIENA SOBRE RELAÇÕES CONSULARES
Considerando que, desde tempos remotos se estabeleceram relações consulares entre os povos, conscientes do propósito e princípios da Carta das Nações Unidas relativas à igualdade soberana dos Estados, à manutenção da paz e segurança internacionale ao desenvolvimento das relações de amizade entre as nações, persuadidos de que uma convenção internacional sobre as relações privilégios e imunidades consulares contribuiria também para o desenvolvimento de relações amistosas entre os países independentemente de seus regimes constitucionais e sociais a finalidade dos privilégios e imunidades não é beneficiar indivíduos, mas assegurar o eficaz desempenho das funções das repartições e consulares, em nome de seus respectivos Estados.
A Convenção de Viena sobre Relações Consulares (CVRC), é um tratado internacional celebrado em 24 de Abril de 1963, que codifica as práticas consulares que se desenvolveram por meio do direito internacional consuetidinário, de diversos tratados bilaterais e de alguns tratados regionais.
A Convenção relaciona entre direitos e deveres básicos dos Estados signatários os seguintes:
O estabelecimento e condução de relações consulares por consentimento mútuo e,
Os privilégios e imunidades dos funcionários consulares e da repartição consular em face das leis do “Estado que recebe” (o País onde se encontra a repartição consular estrangeira).
Em particular, o artigo 36º da Convenção determina que:
As autoridades locais devem, sem demora, notificar à repartição consular estrangeira a prisão ou detenção de indivíduo de nacionalidade desta última, a pedido do indivíduo;
as autoridades locais são obrigadas a informar o estrangeiro preso ou detido do direito acima mencionado;
os funcionários consulares têm o direito de visitar um seu nacional que esteja preso ou detido e com ele conversar e se corresponder.
O estatuto da Convenção de Viena sobre Relações Consulares entrou em vigor em 19 de Março de 1967.
BREVES CONSIDERAÇÕES SOBRE A DIPLOMACIA NO REINO DO CONGO
CARACTERISTICAS
Wene wa Kongo ou Kongo dya Ntotil - Reino do Congo
Reino Soberano: 1390 – 1857
Reino Vassalo do Reino de Portugal: 1857 -1914 
Período de existência: 1390 – 1914
Duração: 524 anos
Continente: África
Região: África Central
Países: Angola, República do Congo, República Democrática do Congo e Gabão
Capital: Mbanza Congo (Angola)
Língua oficial: Kikongo e Português
Religião: Tradicionais africanas e cristianismo
Governo: Monarquia
Manicongo: 1390 – Lukeni Lua Nimi (primeiro)
 1911-1914 – Manuel III (último)
Legislatura: Conselho Real composto por 12 membros
História: 1390 - Conquista da Kabunga
 29.10.1665 – Guerra civil do Congo
 00.02.1709 – Reunificação do Congo
 1857 – Congo torna-se vassalo de Portugal
 1914 – Dissolução pela autoridade portuguesa
Área: 1650: 129.400 Km2 
População: 1650: 509.250 hab.
Den. Pop: 3,9 hab/Km2
Moeda: Nzimbu (conchas) e pano de ráfia
REINO DO CONGO
O chamado Reino do Congo ou Império do Congo foi uma região africana localizada no Sudoeste da África no território que hoje corresponde ao noroeste de Angola, República do Congo, à parte Ocidental da República Democrática do Congo e à parte centro-sul do Gabão. Na sua máxima dimensão, estendia-se desde o oceano Atlântico, a oeste, até ao rio Cuango, a leste, e do Rio Ogoué  no actual Gabão, a norte, até ao rio Cuanza, a sul. O reino do Congo foi fundado por Ntinu Wene no século XIII (Anónimo, 1972). 
O Reino do Congo tem suas origens nos agricultores falantes de língua banto que habitavam a parte ocidental do continente africano instalados próximos a foz do rio Zaire desde, aproximadamente, 400 a.C. Por volta do século II e V da Era Cristã a região assiste a chegada de outros povos falantes de língua banto, criadores de gado, vindos do oriente. Daí as organizações sociopolíticas tornaram-se mais complexas, e chefias formaram-se entre o oceano e o rio Zaire (OGOT, 2012). A etnia congo é formado por outros seis grupos: Kishicongo-muxicongo, Sosso, Pombo, Sorongo e Zombo que se caracterizam por falarem o idioma Quicongo. Os maiores grupos étnicos eram os Kishicongo-muxicongo que por volta do século XIV formavam a maior parte da população do Reino (WHEELER; PÉLISSIER, 2012).
A região era governada por um líder chamado Rei pelos Europeus, o manicongo. Ela consistia de nove províncias e três regiões (Ngoio, Cacongo e Loango), mas a sua área de influência estendia-se também aos Estados limítrofes, tais como Ndongo, Matamba, Cassange e Quissama. A capital era Mbanza Congo (literalmente, Cidade do Congo), rebaptizada São Salvador do Congo após os primeiros contactos com os portugueses e a conversão do manicongo ao catolicismo no século XVI, e renomeada de volta para M'Banza Kongo em 1975.[1: Mbanza-Kongo passou a chamar-se São Salvador do Congo depois do século XVI; sendo, baptizada novamente para Mbanza-Kongo em 1975, depois da revolução em Portugal do dia 25 de Abril de 1974.]
De acordo com a tradição do congo, a origem do Reino encontra-se em Mpemba Kasi, Região que era localizada ao sul da moderna Matadi, na República Democrática do Congo. A dinastia de governantes desse país construiu seu governo ao longo do vale do Cuilo e foi enterrada em Nsi Kwilu, sua capital. Tradições do século XVII fazem alusão a este solo sagrado de enterro. De acordo com o missionário Girolamo da Montesarchio, um capuchinho italiano que visitou a área em 1650-1652, o local era considerado tão santo que olhar para ele era considerado mortal.
Tradições verbais sobre o início da história da Região foram escritas pela primeira vez no final do século XVI, e os mais completos foram registadas em meados do século XVII, incluindo aqueles escritos pelo missionário capuchinho italiano Giovanni Cavazzi da Montecuccolo. Uma pesquisa mais detalhada sobre as tradições orais modernas inicialmente conduzida no início do século XX por missionários redentoristas como Jean Cuvelier e Joseph de Munck não parece se relacionar com o período inicial da história do reino.
OS PRIMEIROS CONTATOS
Os primeiros contactos entre os congoleses e portugueses ocorreram no século XV, em meio à busca por rotas marítimas para o Oriente. Em 1482 os lusitanos da expedição de Diogo Cão estabeleceram relações com os congoleses que habitavam a região da foz do Rio Zaire e são calorosamente recebidos (BOXER,1988). Os reis da Casa dos Aviz não se precipitaram, neste primeiro momento, a conquistar o reino africano. Todavia, pretendiam fazê-los aliados e cristãos As lideranças e grande parte da população se converteram ao catolicismo romano. O manicongo Zinga Nkwuo recebe o baptismo e ganha o nome de João I e os líderes locais passam a utilizar os títulos nobiliários europeus - duques, marqueses e barões, entre outros. Jovens de famílias nobres congolesas são levadas à Lisboa para receberem instrução religiosa e os exércitos do rei ganharam armamento e tecnologia militar em troca da adesão e apoio aos lusos (BOXER,1988). 
Por detrás deste aparente processo de transculturação3 as elites congolesas enxergaram uma oportunidade de transformar seu país com a ajuda dos brancos europeus no sentido de reposicioná-lo quanto ao cenário político dos povos da região e ainda transcender sua área de actuação levando-os a fazerem parte do conjunto dos países cristãos europeus (PINTO; CARREIRA, 1979). O comércio entre congoleses e portugueses conhece dias de prosperidade: produtos como marfins, tecidos de ráfia e especialmente o tráfico de escravos cresce exponencialmente na região (VANSINA, 2010). 
O ambiente favorável que envolveu lusitanos e os congoleses porém sofreu profundas transformações já no século XVI. Mudanças económicas aconteciam em Portugal. Com o declínio do comércio das Índias teve início da colonização e exploração económica efectiva das suas posses na América. Somando a isto o aumento da produção de açúcar assim como as demandas por força de trabalho na própria metrópole fizeram com que a busca por escravos se intensificassem (PINTO; CARREIRA, 1979). 
As armas de fogo presenteadas pelos portugueses fizeram com que o manicongo expandisse as fronteiras e aumentasse a influência estrangeira nas decisões internas. Isso fez com que os congoleses,de aliados e recém-convertidos, se tornassem primeiramente fornecedores e posteriormente vítimas do tráfico de escravos (BOXER,1988). Assim, o momento em que o Reino do Congo abria suas portas para a influência ocidental coincidiu com o aumento da demanda por cativos. O tráfico se intensifica e foge do controle central do Rei dos Congoleses e enriquece a vassalos e traficantes não autorizados. O mesmo ocorre com a autoridade lusitana sobre o tráfico nas regiões centrais africanas, posteriormente (PINTO; CARREIRA, 1979). 
As esperanças do Manicongo de dar a seu povo um acesso a habilidades e tecnologias europeias de modo a levá-los para fora de seu isolamento foram cruelmente traídos. Os portugueses iniciam-se buscas por minas de metais preciosos, especiarias e produtos de origem animal ou vegetal de algum valor na Europa, porém sem sucesso. Sem outros artigos exportáveis a primeira vista, o país ficou a mercê das flutuações do comércio de escravos para suprir tanta as necessidades internas quanto as externas. Isso cria instabilidade política interna e atritos entre europeus e congoleses passam a ser recorrentes (PINTO; CARREIRA, 1979).
O clima de agitação interna levou a quebra do equilíbrio de forças entre os povos da região, com isto houve e gradativo enfraquecido, o poder central congolês gerando tensões políticas e sociais. Diante deste cenário de incertezas, o reino é invadido por grupos vindos do oriente – os jagas4. As defesas congolesas caíram, sua capital foi invadida. O número de prisioneiros de guerra é alto, entre eles encontram-se grande quantidade de membros da elite congolesa. Inúmeros destes refugiados de guerra são vendidos como escravos para os traficantes luso-africanos do arquipélago de São Tomé e Príncipe, que os vendem para as lavouras das próprias ilhas ou para as colónias na América (VANSINA, 2010). 
Os conflitos impactaram fortemente o tráfico de escravos nas margens da foz do Zaire e na área de litoral próximo. Com a guerra, ocorrera diminuição da população, o que fez com que o tráfico se voltasse para outras áreas (PINTO; CARREIRA, 1979). Com o decréscimo no povoamento da região e o clima de beligerância vivenciado pelo Reino do Congo, os portugueses e os luso-africanos do arquipélago de São Tomé e Príncipe envolvidos com o tráfico de almas se dirigem para regiões mais ao sul, nas fronteiras setentrionais do Reino do Congo. 
Neste movimento foi ocupada a ilha de Luanda, próxima ao litoral e que pertencia ao Reino dos Ndongos. Estes haviam sido tributários dos congoleses, contudo, buscavam desvencilhar-se. A aproximação dos portugueses deu-lhes acesso a armamento e favoreceu o comércio com armas e favorecendo comercialmente. Daí, este povo rival dos congoleses se fortaleceram, em especial o Reino Ndongo. Esse crescimento se dava principalmente pelo tráfico de escravos em elevação (VANSINA, 2010). 
Diante da situação calamitosa da monarquia congolesa, eles reaproximam-se de Portugal e recorrem aos compromissos anteriormente pactuados entre os reis de Lisboa e Mbanza Congo. Apelam para a ajuda à D. Sebastião, rei de Portugal, e em 1571 uma força expedicionário portuguesa chega para auxiliar o aos congoleses, expulsão os invasores jaga e estes recuperam seu território entre 1571 e 1573. Contudo, o auxílio luso custou ao reino a permanência das tropas europeias, controlando a região até por volta de 1575 (VANSINA, 2010). 
Após a retirada das tropas portuguesas, o país se encontrava alijado de boa parte de sua antiga nobreza. Novos quadros agora formam sua elite, a administração reorganiza-se, reforçam-se as forças militares. O rei dos congoleses abandona as pretensões sobre seus antigo tributário sulista os Ndongo, agora sob protecção portuguesa. Assim sobra ao Reino do Congo iniciar sua expansão para regiões ao leste, isso por volta de 1622. Com o reino parcialmente reorganizado, os congoleses se lançam a fazer frente às tentativas de hegemonia portuguesas na região (VANSINA, 2010).
DIPLOMACIA COMO ARTE DE RELACIONAMENTO
 A sociedade tradicional Congo, do século XVI, já concebia a diplomacia como a arte de conduzir as relações de Estado a Estado ( antropólogo angolano, Manzambi Vuvu Fernando). Neste século XVI  existia já o conceito de “diplomacia” antes do estabelecimento de relações diplomáticas entre o reino do Congo e o velho continente (Europa). 
Por intermédio do rei do Congo, Nzinga Nkuwu, baptizado com o nome de Dom João I, estabeleceram-se as primeiras relações diplomáticas com Europa, de onde vieram sacerdotes, missionários e professores para o reforço da evangelização no reino e para cooperar na instrução dos nativos. No âmbito desta cooperação, foram também enviados os primeiros bolseiros Congueses a Portugal, para se formarem no domínio da língua e em outros ramos do saber (antropólogo angolano, Manzambi Vuvu Fernando).
Neste âmbito, o rei Dom Álvaro II, (1587 -1614) enviou junto do Vaticano o primeiro embaixador africano na Santa Sé, Dom António Manuel Nevunda, em 1604. Inconformado com o facto, Portugal retardou, durante três anos, a chegada a Roma do primeiro embaixador, Dom António Manuel Nevunda, tendo-o mantido em espécie de"cativeiro" em Lisboa, sem meios de subsistência.
Dom Nevunda apenas pode chegar a Roma a 03 de Janeiro de 1608, debilitado físicamente, e três dias depois apresentou as suas cartas credenciais às autoridades do Vaticano, tendo falecido momentos depois, frisou Manzambi Fernando. 
Portanto objectivo de Dom Nevunda havia sido alcançado, por ter sido possível apresentar as suas cartas credenciais junto do Papa e transmitido a mensagem do rei Dom Álvaro II à sua santidade, o que simbolizou a presença do primeiro embaixador do continente negro junto do Vaticano. Este acto marcante da história do Reino do Congo permitiu também o incremento das relações diplomáticas com a Santa Sé, assim como a reafirmação do poderio do Reino do Congo no contexto do mundo.
NSAKU NE VUNDA, O PRIMEIRO EMBAIXADOR NEGRO NO VATICANO, EM 1608
A abertura de uma embaixada foi solicitada pelos portugueses depois da criação da Diocese do Congo em 20 de Maio de1596. Mas a execução da decisão foi sujeita a muitos entraves, causados por aqueles que não queriam ver a soberania afirmada do Reino Congo. O impasse continuou até a morte do primeiro Bispo (português) de São Salvador (em 10 de Maio de 1602).
Seguindo as recomendações do novo rei de Portugal, Álvaro II, obedecendo ao Papa, o embaixador do Congo no Vaticano deveria negociar a designação de um novo Bispo em Mbanza Congo e outras questões importantes.
Há 410 anos, isto em 6 de Fevereiro de 1608, morria em Roma, o primeiro embaixador negro africano acreditado no Vaticano. Chamava-se António Manuel Nsaku NE VUNDA, e representava o Reino do Congo (os manicongo). 
O envio de um embaixador a Roma era no contexto dos esforços do Rei do Congo, de se passar de patronagem português em questões de envangelização. O reino queria entrar em contacto directo com o que actualmente chamamos de Santo Pontífice.
Com efeito, foi pelo reconhecimento de patronagem que os diferentes Papas no Século XV haviam acordado em Portugal e Espanha; o privilegio exclusivo de “expandir” a fé Cristã nas terras por eles “descobertas e conquistadas”.
Olivier de Bouveignes sustentara que a falta de patronagem privaria o Reino do Congo, dos missionários que ele precisava. Como é do conhecimento, a religião foi utilizada como um modelo dinâmico no Reino do Congo. Importante recordar, que quando os Portugueses embarcaram na Foz do rio Congo, (encabeçado por Diogo Cão), o reino já estava poderosamente estabelecido, De acordo com os documentos históricos, o reino era dirigido por um soberano residindo na capital Mbanza ya Congo. Embora as fronteiras serem supostamente flutuantes, as partes importantes do reino eram consideradas relativamente estáveis compostas das localidades:
Soyo, Mpangu, Mpemba, Mbata, Mbamba e Nsundi, nomes que sofrem alterações dependendo das escrituras portuguesas ou Inglesas, para representar o mais correctopossível, a pronunciação dos nomes de ancestrais do reino do Congo.
Paradoxalmente, o Tutor português, se dedica ao mesmo tempo, nos interesses prosaicos: como o comercio de escravos, do ouro e do marfim. Os missionários converteram-se na sua maioria, em comerciantes e políticos.
 
BIBLIOGRAFIA
José Calvet de Magalhães, “ A diplomacia pura” Editorial Bizancio – Lisboa 2005, Pag.31-77.
Anónimo,  “Histoire du royaume du Congo, 1624”, traduzido para o francês e editado por François Bontick em Études d'Histoire africaine, IV, 1972
David Dj. Dasic, “Istorija Diplomatije” Altera – Beograd – Pag. 41-53
Estatuto da Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas de 18.04.1961
Estatuto da Convenção de Viena sobre Relações Consulares de 14 de Abril de 1963.
www.diplomacia.com

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