Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
3 Introdução O Rio de Janeiro passou por vários processos de aterramento, dos quais originaram os atuais contornos da cidade. A Zona Sul carioca foi uma das paisagens mais modificadas pelo homem por essas atividades, que visava um maior lucro turístico a cidade. Motivos que variam principalmente da estética ao planejamento urbano de atividades de lazer. Gerando impactos sociais, como por exemplo a "criação" e elitização da Zona Sul; e, ambientais, pois toda transformação causa efeito de menor a maior grau ao habitat, como por exemplo a extinção de algumas das praias que existiam no Rio. Esses processos foram altamente apoiados pela sociedade que habitava tais espaços, houve portanto, campanhas, das mais variadas, que incentivavam o banho de mar. Pois, eram uma forma de valorizar e fazer com que tal área fosse turisticamente atrativa, tanto nacionalmente como internacionalmente. 4 O que são processos de aterramento? Embora existam variados processos de aterramento, como: aterro sanitário; aterro controlado; aterramento elétrico; e aterramento de espaços úmidos. Todos baseiam-se na retirada de terra ou areia de um determinado local e a recolocação dele em outro. No aterramento de espaços úmidos, o processo de colocação de terras ou areias onde antes havia mar ou água, obtendo novos solos a partir de canais dos rios ou do mar, utilizáveis fundamentalmente na criação de novos assentamentos urbanos. Grande parte da orla da Zona Sul da cidade do Rio de Janeiro foi construída usando este procedimento. Praias aterradas da Zona Sul carioca Embora nem toda orla tenha sido construída através de aterramento, a parte que sofreu com a realização desta atividade, tiveram fatores diferentes para que houvesse a concretização de tais processos. A intenção era que o Rio fosse transformado em cidade balneário e deixasse de ser vista como cidade portuária, uma vez que a sua proximidade com o mar fazia dela um grande atrativo para embarcações. Essa ideia surgiu após a propagação europeias de que banho de mar era algo dito como "chique". E fazia com que pessoas se movimentassem de suas localidades para esses espaços, gerando pólos de divertimento e socialização, movimentando assim a atividade turística local. Glória Marina da Glória O bairro foi aterrado ao longo das décadas. Quando as avenidas começaram 5 a ser construídas, os edifícios eram claramente inspirados na cidade de Paris, na França. Devido a esses processos de aterramento, as águas foram ficando cada vez mais distantes da encosta. A Enseada da Glória possui águas calmas devido ao quebra mar projetado para evitar as ressacas que avançavam sobre a cidade em tempos passados. Onde fica a Marina da Glória, que é um porto náutico do Rio de Janeiro, totalmente integrado à cidade e ao Parque do Flamengo, próximo do Centro e ao lado do Aeroporto Santos Dumont. Praia do Russel Praia do Russel era uma praia onde hoje se encontra o Hotel Glória. Anteriormente, chamava-se Praia D. Pedro I. Mudou de nome em 1869 com o início das operações da Rio de Janeiro City Improvements Limited, a primeira empresa responsável pelo tratamento de esgotos na cidade. A "City", como era popularmente conhecida, pertencia a um banco Inglês, que adquiriu a concessão para explorar os serviços de tratamento de esgotos no Rio de Janeiro, do engenheiro, filho de ingleses João Frederico Russel, que originariamente havia ganho a concessão do Governo Imperial, mas em dez anos não foi capaz de formar o capital para montar a empresa. Russel, morava numa casa que foi demolida em 1920 para a construção do Hotel Glória. A Praia do Russel era uma continuação da Praia do Flamengo e desapareceu com a criação do Aterro do Flamengo na década de 1960 (aterro do bairro) assim como diversas outras praias da região e ficava onde hoje é o Hotel Glória. Antes 6 Depois As imagens que se alternam os anos, mostram a Igreja e o bairro da Glória vistos em diferentes épocas. Na primeira foto, na pintura de 1790 ainda existia a Praia do Russel e o mar em frente ao outeiro ainda não havia sofrido aterros sucessivos. Na outra imagem de 2010, a Igreja da Glória é vista de uma foto tirada próximo ao Relógio da Glória, na Rua da Glória. Esta foto de 2010 está um pouco à direita do ponto de vista de Leandro Joaquim que pintou o quadro em 1790. O ponto de vista imaginário de Leandro Joaquim passaria por sobre um local aproximado e próximo à atual Praça Paris como foi dito mais acima. Entretanto, para evidenciar as transformações ocorridas, esta comparação atende os objetivos de forma aproximada. Praia do Flamengo Praia do flamengo no ano de 1878 Localizada no Bairro do Flamengo, com 1.500 metros de extensão, desde o Morro da Viúva até o Largo da Glória, e faixa de areia variável de 50 a 90 m, a praia, 7 tombada pelo IPHAN, exigiu a retirada de 1.500.000 m³ de areia da Baía de Guanabara. Dívida em duas partes em seu projeto original, a Prainha, situada próxima à Marina da Glória, é separada por um quebra-mar de pedras de 120 m (o espigão de defesa da praia), usado como área de pescaria. Além das praias, a faixa de 100 m mar adentro, em todo o contorno do parque, está incluída no perímetro de tombamento. A praia do Flamengo é a primeira das praias das encostas da Baía de Guanabara, sendo seguida pelas praias de Botafogo e da Urca. Em um bairro residencial de classe média alta, sendo a praia caracterizada principalmente pela sua orla, o Aterro do Flamengo, e pelos diversos prédios históricos e de luxo que podem ser encontrados na região. A praia é banhada com o mar da Baía da Guanabara (a qual está em processo de despoluição), e por isso nem sempre apropriada para banho. Para a execução dos estudos necessários à construção da Praia do Flamengo, a SURSAN consultou quatro laboratórios especializados e escolheu o Laboratório Nacional de Engenharia de Lisboa – LNEC, por ter apresentado o menor preço, Cr$ 7 milhões de cruzeiros. Os estudos do Laboratório reproduziram todos os fenômenos influentes na estabilidade das praias a serem construídas, tais como ondas, marés, correntes de maré, ventos e outros estudos experimentais de detalhes que se fizeram necessários e indispensáveis à execução da obra. A draga Ster I, construída nos Estados Unidos para trabalhar na abertura do Canal do Panamá, a mesma que participou da construção das praias de Botafogo e Ramos, foi usada no trabalho de retirada de areia do fundo da baía. Com 90 m de comprimento, 15 m de largura e 4 m de calado, a draga de 3.500 toneladas tinha uma bomba centrífuga de 2.500 cavalos-vapor, lança que alcançava até 25 metros de profundidade e capacidade de remover 15.000 m³ de areia do mar, por dia. Era iluminada por cerca de 1.500 lâmpadas e operada em três turnos, com 40 homens em cada um. Segundo Marcos Tito Tamoyo, diretor do Departamento de Urbanização da SURSAN, em 1963, a obra de construção da Praia do Flamengo estava orçada em Cr$ 600 milhões de cruzeiros, sendo Cr$ 280 milhões a serem gastos no enrocamento e os outros Cr$ 320. A qualidade da areia da Praia do Flamengo, segundo a classificação da Secretaria do Meio Ambiente, é uma das melhores de todas as praias da cidade. O 8 índice usado para a análise classifica a areia como não recomendada, regular, boa e ótima. A do Flamengo é classificada como boa. Praia do flamengo em 2016 Motivos de aterros na praia do flamengo APraia do Flamengo sofreu aterros sucessivos. No início do século 19 existiu o primeiro aterro para a construção da Av. Beira Mar, terminada em 1907 que seguia do centro da cidade até Botafogo, mas não contornava Morro da Viúva e posteriormente o mar ficou mais afastado com a construção do aterro ou Parque do Flamengo. O objetivo dos aterros sofridos pela praia do flamengo foi criar vias de tráfego mais amplas e de alta velocidade, e também afastar a invasão de águas do mar quando em dias de "ressaca" ou mar bravio. É a partir do séc. XIX, que o bairro do Flamengo começa a ganhar mais importância, principalmente a partir de 1905, com a abertura da Av. Beira Mar, ligando os bairros do Centro e de Botafogo. A Praia do Flamengo era, até os anos 1950, uma pequena faixa de areia, próxima à antiga foz do rio Carioca, situada entre as ruas Paissandu e Barão do Flamengo. Essa configuração começou a ser modificada em 15 de julho de 1964, quando a draga Ster I começou a lançar a areia da nova praia artificial no enrocamento de proteção construído para esse fim. 9 Aterro do Flamengo Vista aérea do Parque do Flamengo O Aterro do Flamengo é um complexo de lazer da cidade do Rio de Janeiro, no Brasil. Foi construído sobre aterros sucessivos na Baía de Guanabara. O parque estende-se do Aeroporto Santos-Dumont, no bairro do centro, ao início da Praia de Botafogo, na Zona Sul, possuindo duas áreas distintas: a primeira, no bairro da Glória, sedia o Museu de Arte Moderna (MAM), o Monumento aos Mortos na Segunda Guerra Mundial, a Marina da Glória, o Memorial Getúlio Vargas, o Cine Glória, o Monumento a Estácio de Sá, a casa de shows Vivo Rio, a Avenida Infante D. Henrique, um restaurante e a pequena Praia da Glória, essa região é chamada Parque Brigadeiro Eduardo Gomes, o qual é o nome oficial do complexo. A segunda, separada da primeira por um pequeno quebra-mar localiza-se no bairro do Flamengo, e possui quadras destinadas à prática de esportes, o Museu Carmen Miranda, a Avenida das Nações Unidas e a Praia do Flamengo, sendo chamada propriamente de Parque do Flamengo. Em sua configuração atual, o parque foi inaugurado em 1965, com 1 200 000 metros quadrados. Situa-se o Parque do Flamengo, é uma área aterrada, uma parte do Rio criada artificialmente. Para tal, foi usada a terra proveniente do desmonte e demolição parcial do morro de Santo Antonio, no centro de Rio de Janeiro. A área serviu para o despejo do entulho retirado no desmonte do Morro de Santo Antônio, derrubado para dar lugar à Avenida Chile, que abriga as sedes de Petrobras e BNDES Embora uma das belezas criadas pela natureza tenha sido destruída para a construção desta área, o aterro do flamengo se integrou à paisagem do Rio, se tornando também uma de suas atrações. 10 O descampado chamou a atenção de Lotta Macedo Soares, que convenceu o então governador Carlos Lacerda a abandonar a ideia de fazer uma via expressa à beira-mar, com quatro pistas e uma mureta, e construir ali uma versão carioca do Central Park. Foram dois anos para criar o conceito do parque e outros três na infraestrutura, que incluiu a construção de um emissário submarino e o aterramento com entulho da obra do Túnel Rebouças e areia do fundo da Baía de Guanabara (dragada com uma máquina semelhante à usada na abertura do Canal do Panamá). No fim das contas, o Rio ganhou uma área de lazer de 1,2 milhão de metros quadrados com quadras polivalentes, campos de futebol, playground, anfiteatro, pistas de skate e de aeromodelismo, restaurante e marina. Sem falar nas 11.600 árvores, de 190 espécies diferentes. Assinando isso tudo, uma espécie de who is who da arquitetura, urbanismo e paisagismo verde e amarelos: Afonso Reidy, Ethel Bauzer Medeiros, Jorge Moreira, Carlos Werneck de Carvalho, Sérgio Bernardes, Luiz Emygdio de Mello Filho e Hélio Mamede formaram o time inicial do Grupo de Trabalho para a Urbanização do Aterrado Glória-Flamengo. O ajardinamento foi encomendado a ninguém menos que Roberto Burle Marx. Curiosamente, cerca de 40% do projeto tombado não estão prontos até hoje. A área do parque, que hoje se estende até o início da Praia de Botafogo, teria, por exemplo, duas bibliotecas, que nunca foram construídas. E a atual Marina da Glória seria apenas um atracadouro. A inauguração aconteceria em 1965. Um dos eventos comemorativos da abertura do parque foi no dia 17 de outubro daquele ano. Oficialmente, são dois parques: o Brigadeiro Eduardo Gomes (do Aeroporto Santos Dumont até o Monumento aos Pracinhas) e o Carlos Lacerda (do monumento ao Túnel do Pasmado). Motivos para a criação ou construção do Aterro do Flamengo Tendo o nome oficial de Parque Brigadeiro Eduardo Gomes, a obra do aterro do Flamengo teve também como objetivo criar vias de tráfego mais amplas e de alta velocidade, e também afastar a invasão de águas do mar quando em dias de "ressaca" ou mar bravio. Além destes motivos, facilitou a viabilidade prática de sua construção o fato de dar vazão à terra retirada do desmonte parcial do Morro de Santo Antônio, assunto este que é abordado mais abaixo. E da mesma forma que a faixa de areia da Praia do Flamengo foi jogada para 11 dentro em direção ao mar, a praia de Botafogo também jogada para a frente, igualmente em direção ao mar. A característica mais marcante do Parque Eduardo Gomes é a diversidade de sua flora, formada, principalmente, por espécies nativas selecionadas por Burle Marx. A riqueza vegetal atrai muitas aves. Para a travessia dos banhistas em direção à Praia do Flamengo, foram construídas passarelas com curvaturas suaves sobre as pistas expressas e passagens subterrâneas sob as mesmas. As pistas são fechadas ao tráfego nos domingos e feriados das sete às dezoito horas para permitir seu uso pelos frequentadores do parque. Ocasionalmente, as pistas são usadas para competições de atletismo e ciclismo. O local também é usado ocasionalmente para shows de grande público. Diante da oposição dos vizinhos, que temem a incapacidade dos transportes e a depredação do parque, esses eventos têm se tornado menos frequentes. Enseada de Botafogo Antes e depois da enseada de Botafogo Foi aterrada em duas fases, em 1948, para a passagem da Avenida Beira-Mar. E em 1963, para a construção da via expressa quando tomou a forma de meia-lua, em termos básicos o seu contorno continua muito semelhante ao que era. A enseada de Botafogo contou também com um trabalho de paisagismo e projeto urbano, quando no início do século 20, a praia foi aterrada para construção de jardins e vias de rodagem, ficando um pouco mais afastada do local onde situava-se originalmente. 12 Praia Vermelha (Urca) Com pequenas dimensões e paisagem envolvente, é localizada ao lado da praça de onde parte o bondinho para o Pão de Açúcar, entre o Morro da Urca e o Morro da Babilônia, possuindo uma bela vista de um dos principais cartões postais da cidade. No pequeno calçadão (orla) encontram-se quiosques com mesinhas. A Praia Vermelha possui um pouco mais de 200 metros de extensão e uma área totalmente arborizada, possui uma área de preservação ambiental perto da orla. Sempre foi muito frequentada por moradores da Urca e agora recebe visitantes de outros bairros, municípios fluminenses, estados e países. Por ter sofrido aterro esta praia não tem areia muito extensa, seu arredor é composto por um calçadão que se estende por toda orla. Em 2015, ela figurou como “ótima” na classificação do Instituto Estadual de Ambiente (Inea),só ficando atrás da Prainha e do Recreio. Apesar de ficar na entrada da poluída Baía de Guanabara, sua localização próxima ao oceano favorece a qualidade da água. O fato de a Praia Vermelha apresentar ótimas condições para o banho tem uma explicação, segundo o gerente de qualidade da água do Inea, Leonardo Daemon: “A praia não tem extravasamento ativo de esgoto em suas águas, nem desaguamento de rios e canais. Sua balneabilidade é afetada somente nos casos de chuvas intensas, quando ocorre escoamento de águas pluviais para o mar. Além disso, está localizada numa região de grande profundidade, o que favorece a renovação e a passagem de correntes.” Surgimento da Praia Vermelha Antes 13 A praia vermelha só passou a existir depois do aterro que conectou o Pão de Açúcar / Urca ao continente, e posteriormente foi feito o mencionado porto com o nome homenageando Martin Afonso. O morro cara de cão e o pão de açúcar com a praia de fora eram uma ilha, cujo nome era ILHA DA TRINDADE. Somente no século XVII (em 1697) é que se fez o aterro que ligou a ilha ao continente. Existem duas fortalezas - a antiga fortaleza dos franceses (expulsos) na Ilha de Villegaignon, onde fica atualmente a Escola Naval e a fortaleza portuguesa onde começou a cidade do Rio de Janeiro (Cidade velha) transferida para o Morro do Castelo por falta de espaço onde era a ilha do Pão de açúcar (na época ilha da Trindade). A área em torno do Pão de Açúcar: não existiam a Praia Vermelha nem o terreno da Praça General Tibúrcio, que estavam cobertos pelo mar. O Oceano Atlântico comunicava-se diretamente com as praias da Saudade e de Botafogo. O Morro da Urca, o Pão de Açúcar e o Cara-de-Cão formavam um conjunto rochoso separado do continente - a Ilha da Trindade. Somente em 1697 é que se fez o aterro que ligou a ilha ao continente. A descoberta deste fato sanou a dúvida de o porquê Estácio de Sá teria escolhido um local tão vulnerável para se fixar e fundar a cidade. Pois separado do continente, o conjunto do Morro Cara-de-Cão dificultava o ataque dos tamoios e dos franceses por terra. Depois 14 Praia de Copacabana / Leme Antes do alargamento e habitação de Copacabana Copacabana foi integrada ao sistema defensivo da cidade, para evitar a entrada de embarcações ''inimigas", devido as dificuldades de se chegar a essa localidade, por muito tempo só foi vista assim. Com fortes localizados nas suas duas extremidades, um na ponta correspondente a Copacabana e outro na ponta correspondente ao Leme. Após um interesse da elite carioca, abriu-se um túnel que faria o acesso à Copacabana mais fácil Na década de 1970 iniciam-se importantes obras em Copacabana/Leme para a construção do interceptor oceânico, obra de saneamento de grande porte para atender a toda a Zona Sul, o alargamento da Avenida Atlântica para deter as constantes ressacas, tornando a faixa de areia maior e com novas pistas para movimentação urbana. Transformação da praia natural de Copacabana em praia aterrada e artificial. Projetada para ser apenas uma rua de serviço, num bairro de meia dúzia de casas, a Avenida Atlântica foi inaugurada, no início do século XX, com apenas quatro metros de largura. Servia ao trânsito de pedestres - em toda a cidade, circulavam pouco mais de 150 carros. No início da década de 10, com a popularização do automóvel e o modismo do banho de mar, a avenida passou por sua primeira ampliação, para 19 metros de largura. Em 1924, destruída por uma ressaca, foi alvo de nova reforma, desta vez com a construção dos primeiros postos de salvamento. Depois da grande duplicação, a Av. Atlântica ainda passaria por outras reformas. Em 1975, foram erguidos novos postos de salvamento. Anos depois, o 15 estacionamento foi proibido e a prefeitura construiu a ciclovia. É importante ressaltar que independentemente da duplicação da Avenida Atlântica, o aterramento de espelhos d'água aconteceria, pois a construção do interceptor oceânico demandava tal procedimento. Foi um dos primeiros alargamentos feitos do mundo, e por isso talvez tenha tantos defeitos, como a vala criada que acabou com a alegria dos surfistas e, a cor da areia colocada, que foi a areia da enseada de Botafogo, que pode ter granulação semelhante da areia original, mas é muito mais escura e cheia de sedimentos, somando-se ainda a virulência do aterro, em muitos lugares, afastando o mar 80 metros de sua zona de arrebentação original, ou seja, a areia nunca é lavada pelo mar em determinadas áreas. O aterro foi feito com várias dragas equipadas com potentes motores que sugavam a areia do fundo da enseada, uma parte era depositada em dragas com fundo basculante, que iriam despejar o conteúdo perto da arrebentação, no mar. A outra parte da areia era bombeada, junto com a água através de tubulações que se dirigiam rumo à Copacabana, lá elas eram direcionadas para onde era necessário o carreamento da areia, saindo com pressão e na forma de uma lama, com fortes agravantes, pois como era puxada do fundo de uma enseada que se caracteriza pela ausência de correntes marítimas e estagnação de suas águas, se dirigiam rumo a Copacabana além da areia vários sedimentos como cascalho e conchas, o que ajudou a areia ficar ainda mais escura e nisso a praia ia sendo aterrada, ou dessa maneira direta, ou pela areia jogada pero da zona de arrebentação, onde as correntes faziam o resto. Depois do alargamento da faixa de areia 16 Impactos ambientais sob um aspecto geral O aterro de espelhos d'água causa danos significativos ao meio ambiente, agravado pelo fator de interligação sinergética global. Ou seja, o mínimo de impacto gerado em determinado local, gera uma reação em cadeia de danos ao ecossistema. Um exemplo disso é a extinção por aterramento da praia do Russel, onde houve uma mudança severa de um espaço que era constante e altamente úmido para seco. Esgotando-se assim, com vários biomas que ali existiam. Em Copacabana, não há a renovação das areias da praia, decorrente do largo afastamento que existe entre os grãos totais e a zona de arrebentação, agravados pela notável diferença entre a areia original e a de aterramento, oriunda do fundo da enseada de Botafogo. Onde, por mais que possuam semelhantes granulometrias, há a presença de diferentes materiais de composição. Gera-se assim uma quebra do equilíbrio natural, por um artificial. No Flamengo, com o sucessivo aterro, houve deterioração do espaço e da biodiversidade local, suas águas são impróprias para banho, pois são oriundas da Baía de Guanabara, extremamente poluída. Suas areias de aterramento são de fundo de Baía, ou seja, uma areia que não condiz com o espaço original, desequilibrando o espaço. Houveram tentativas de recuperação do espaço, com a criação de parques arborizados, mas os danos ambientais são irreparáveis. 17 Anexos Hotel Glória O banho na praia do flamengo em 1918. 18 Vista noturna da praia do Flamengo Na foto, vemos o Largo da Glória e Praia do Russel Arredores da Praia Vermelha 19 Conclusão A percepção adquirida ao realizar-se esta pesquisa, é obtida ao fato de que o Rio de Janeiro conhecido mundialmente como desenhado com traços naturalmente belos, possui o homem como co-autor dessa obra. A partir de constantes processos de aterramento modificaram a paisagem carioca, criando praias, extinguindo outras. A Zona Sul do Rio foi diretamentee indiretamente influenciada por esses procedimentos aliados ainda aos ideais europeus em alta na época. Como vias amplas; estruturas fomentadas pela Belle Èpoque; elitização do espaço devido às dificuldades de acesso (melhorado posteriormente); utilização da área como lazer. Indo de encontro ao desenvolvimento carioca, existem os impactos ambientais que essas transformações causaram, como por exemplo, destruição de biomas por modificações em larga escala, devido aos aterros de espelhos d'água. Consequentemente, causando diminuição do mesmo, ou até a redução significativa, considerado extinção, de tal espaço. Há a necessidade de observação da correlação entre desenvolvimento social e modificações ambientais irreversíveis. Ou seja, adquirir a percepção de que a sociedade deve evoluir, mas aliando-se aos processos naturais vigentes, sem danificar a sinergia ambiental, a fim de que preserve-se a natureza como um todo, e não apenas como uma parcela dos interesses públicos de exploração. 20 Webgrafia <https://www.google.com.br/search?q=pista+de+Cooper+Cl%C3%A1udio+Coutinho& rlz=1C1AWUA_enBR779BR783&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=0ahUKEwi7vN n5-dDaAhUBQZAKHeqUDi4Q_AUICygC&biw=1600&bih=794#imgrc=LdpbiJ7lpdRM YM:> (- Acesso dia 18/04/2018 ás 23h57) <https://www.google.com.br/search?rlz=1C1AWUA_enBR779BR783&biw=1600&bih =794&tbm=isch&sa=1&ei=8B3eWsafDYyKwgS81J8I&q=pista+de+Cooper+Cláudio+ Coutinho+natureza&oq=pista+de+Cooper+Cláudio+Coutinho+natureza&gs_l=psy-ab. 3...924498.926492.0.926922.9.9.0.0.0.0.311.1074.2-3j1.4.0....0...1c.1.64.psy-ab..5.0. 0....0.rU3ZPxrjQcE#imgrc=gchFgSzm0I85IM:> (- Acesso dia 19/04/2018 ás 00h10) <https://www.google.com.br/search?biw=1600&bih=745&tbm=isch&sa=1&ei=8ifeWq KfOYiiwgT08J-oBQ&q=praia+de+russsel&oq=praia+de+russsel&gs_l=psy-ab.3...137 9157.1385708.0.1385941.19.18.0.0.0.0.330.1711.2-4j2.7.0....0...1c.1.64.psy-ab..12.5. 1378.0..0j0i67k1.285.lxNv2hmA204#imgdii=aFUNk8uD4KBP5M:&imgrc=mPkYO2cmj r5oWM:> (- Acesso dia 19/04/2018 ás 00h28) <https://www.google.com.br/search?biw=1600&bih=745&tbm=isch&sa=1&ei=8ifeWq KfOYiiwgT08J-oBQ&q=praia+de+russsel&oq=praia+de+russsel&gs_l=psy-ab.3...137 9157.1385708.0.1385941.19.18.0.0.0.0.330.1711.2-4j2.7.0....0...1c.1.64.psy-ab..12.5. 1378.0..0j0i67k1.285.lxNv2hmA204#imgdii=3ZjRJ4LafuHxhM:&imgrc=89TRSwwGrra BLM:> (- Acesso dia 19/04/2018 ás 00h36) <https://www.google.com.br/search?biw=1600&bih=794&tbm=isch&sa=1&ei=SCXeW rXZM8T7wQTOp7jABQ&q=praia+do+flamengo+atualmente+rj&oq=praia+do+flamen go+atualmente+rj&gs_l=psy-ab.3...35230.36158.0.36741.3.3.0.0.0.0.258.738.2-3.3.0. ...0...1c.1.64.psy-ab..0.0.0....0.tnxLl9s54Cc#imgdii=t1jq1Y-pE5nAvM:&imgrc=KjCm2f W5-O6AvM:> (- Acesso dia 19/04/2018 ás 00h47) <https://www.google.com.br/search?q=fotos+antigas+da+praia+do+flamengo&source =lnms&tbm=isch&sa=X&ved=0ahUKEwja6sCV84LYAhVEON8KHSTsB3gQ_AUICigB &biw=1600&bih=783#imgdii=uh4vsTaMSwnpKM:&imgrc=gxj32xMYdkcQnM:> (- Acesso dia 19/04/2018 ás 00h55) <https://ama2345decopacabana.wordpress.com/planejamento-urbano/a-historia-do-e sgotamento-de-esgoto-no-rio-de-janeiro/> (- Acesso dia 18/04/2018 ás 22h40) 21 <https://seaerj.org.br/2016/08/25/interceptor-de-esgotos-nao-existiria-sem-o-alargam ento-da-praia-de-copacabana/> (- Acesso dia 18/04/2018 ás 23h30) <https://revista.zapimoveis.com.br/conheca-a-historia-de-copacabana/> (- Acesso dia 18/04/2018 ás 23h48) <http://acervo.oglobo.globo.com/rio-de-historias/nos-anos-70-avenida-atlantica-duplic ada-ganha-novo-visual-8901666 > (- Acesso dia 20/04/2018 ás 00h13) <https://www.google.com.br/search?q=projeto+rio+orla+1990&sa=X&biw=1366&bih= 662&tbm=isch&tbo=u&source=univ&ved=0ahUKEwiv36Skl8raAhUCiJAKHf1ABz8Qs AQIMQ#imgrc=_> (- Acesso dia 20/04/2018 ás 20h35) <http://www.skyscrapercity.com/showthread.php?t=1501951> (- Acesso dia 21/04/2018 ás 21h20) <https://revista.zapimoveis.com.br/gloria-bairro-e-uma-volta-ao-passado/> (- Acesso dia 22/04/2018 ás 23h57) <http://acervo.oglobo.globo.com/rio-de-historias/entre-centro-a-zona-sul-comeca-surg ir-aterro-do-flamengo-8891834> (- Acesso dia 22/04/2018 ás 22h33) <http://www.rio.rj.gov.br/web/secpar/marina-da-gloria> (- Acesso dia 22/04/2018 ás 21h) <http://www.parquedoflamengo.com.br/equipamentos/a-nova-marina-da-gloria/> (- Acesso dia 19/04/2018 ás 18h40) <http://www.riodejaneiroaqui.com/pt/enseadas.html> (- Acesso dia 19/04/2018 ás 19h30) <http://portalgeo.rio.rj.gov.br/estudoscariocas/download/2418_O%20Rio%20de%20J aneiro%20e%20sua%20orla.pdf> (- Acesso dia 19/04/2018 ás 22h47) <http://blog.leetelemensagem.com.br/2010/03/23/as-7-maravilhas-do-rio-de-janeiro/> (- Acesso dia 19/04/2018 ás 23h) <http://www.casaruibarbosa.gov.br/escritos/numero07/escritos%207_09_as%20praia s%20cariocas.pdf> (- Acesso dia 20/04/2018 ás 22h50) <https://ama2345decopacabana.wordpress.com/planejamento-urbano/processo-de-u rbanizacao-em-copacabana/> (- Acesso dia 18/04/2018 ás 19h30) <http://www.riodejaneiroaqui.com/portugues/gloria-1790.html#> (- Acesso dia 18/04/2018 ás 20h16) <https://m.oglobo.globo.com/rio/bairros/dez-lugares-do-rio-que-nao-existem-mais-141 04346> (- Acesso dia 18/04/2018 ás 21h16) <http://www.urca.net/historia.htm> (- Acesso dia 17/04/2018 ás 20h10) <http://www.praias-360.com.br/rio-de-janeiro/rio-de-janeiro/praia-vermelha> (- Acesso dia 17/04/2018 ás 20h40) 22 <http://visit.rio/que_fazer/praia-vermelha/#topbar> (- Acesso dia 17/04/2018 ás 21h22) <http://www.praias-360.com.br/rio-de-janeiro/niteroi/praia-vermelha> (- Acesso dia 17/04/2018 ás 21h50) <http://www.praias.com.br/estado-rio-de-janeiro/praias-do-rio-de-janeiro/31-praia-do-fl amengo.html> (- Acesso dia 17/04/2018 ás 23h30) <http://memoria.bn.br/DocReader/Hotpage/HotpageBN.aspx?bib=089842_07&pagfis =27653&url=http://memoria.bn.br/docreader#> (- Acesso dia 18/04/2018 ás 02h05) <http://memoria.bn.br/DocReader/Hotpage/HotpageBN.aspx?bib=089842_07&pagfis =43855&url=http://memoria.bn.br/docreader#> (- Acesso dia 18/04/2018 ás 01h10) <http://www.tz.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/12.136/4048> (- Acesso dia 18/04/2018 ás 00h25) <http://www.praias-360.com.br/rio-de-janeiro/rio-de-janeiro/praia-do-flamengo> (- Acesso dia 18/04/2018 ás 00h45) <http://loucosporpraia.com.br/flamengo-rio-de-janeiro-rj/> (- Acesso dia 18/04/2018 ás 00h15) <http://www.riodejaneiroaqui.com/portugues/fl-historia.html> (- Acesso dia 18/04/2018 ás 01h10) <https://www.slideshare.net/daniel_accioly/o-rio-antigo-de-guta-carlos-gustavo-82623 11/20?smtNoRedir=1> (- Acesso dia 20/04/2018 ás 02h24) <https://encrypted-tbn0.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcT4jfw2YHAE_SxQKtbOXr LY7nYXZ_GoJ3abSHuQ6laR9N8r4ZkCdQ> (foto) (- Acesso dia 20/04/2018 ás 22h31) <http://www.rioquepassou.com.br/2004/06/05/2017/> (- Acesso dia 20/04/2018 ás 00h27) <https://encrypted-tbn0.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcS9LH6enfP5GdwMH93_5 P-FkwRZn6TVss-KuTr_vUfWQiuJ4RVA8A> (foto) (- Acesso dia 17/04/2018 ás 23h27) <http://g1.globo.com/rio-de-janeiro/rio-450-anos/noticia/2015/02/rio-ha-450-anos-ima gens-comparam-paisagens-antes-e-apos-civilizacao.html> (- Acesso dia 18/04/2018 ás 01h26)
Compartilhar