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Monografia Impactos e lincenciamentos ambientais em centrais de energia eólica

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1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
GEÓRGIA CANOBRE GARCIA 
INGRID RIBEIRO DE CASTRO 
LUANA DOS REIS OLIVEIRA 
MICHAEL HENRIQUE DE SOUZA 
TATIANA CARDOSO DA CRUZ 
 
 
 
 
IMPACTOS E LICENCIAMENTOS AMBIENTAIS EM CENTRAIS DE 
ENERGIA EÓLICA 
 
 
 
 
 
 
 
INCONFIDENTES-MG 
2018 
2 
 
GEÓRGIA CANOBRE GARCIA 
INGRID RIBEIRO DE CASTRO 
LUANA DOS REIS OLIVEIRA 
MICHAEL HENRIQUE DE SOUZA 
TATIANA CARDOSO DA CRUZ 
 
 
 
 
 
IMPACTOS E LICENCIAMENTOS AMBIENTAIS EM CENTRAIS DE 
ENERGIA EÓLICA 
 
 
 
 
Monografia apresentada como pré-requisito 
avaliativo à disciplina de Gerenciamento 
Ambiental, do curso de Graduação 
Tecnológica em Gestão Ambiental no 
Instituto Federal de Educação, Ciência e 
Tecnologia do Sul de Minas Gerais – Campus 
Inconfidentes. 
 
Professora: Ângela Simone Freitas Lima 
 
 
 
 
 
 
INCONFIDENTES-MG 
2018 
3 
 
SUMÁRIO 
 
LISTA DE ABREVEAÇÕES ________________________________________________ 4 
LISTA DE ILUSTRAÇÕES _________________________________________________ 5 
LISTA DE TABELAS ______________________________________________________ 6 
1 INTRODUÇÃO ________________________________________________________ 7 
2 METODOLOGIA ______________________________________________________ 8 
3 REFERENCIAL TEÓRICO _____________________________________________ 9 
3.1 FATORES AMBIENTAIS E SOCIAIS _______________________________________ 9 
3.2 IMPACTOS AMBIENTAIS DE CENTRAIS DE ENERGIA EÓLICA ____________ 10 
3.2.1 Impactos sobre o meio biótico ____________________________________________________ 10 
3.2.2 Impactos sobre o meio físico _____________________________________________________ 12 
3.2.3 Impactos sobre o meio socioeconômico ____________________________________________ 13 
3.3 LICENCIAMENTO AMBIENTAL DE CENTRAIS DE ENERGIA EÓLICA NO 
BRASIL ______________________________________________________________________ 18 
3.3.1 Licenciamento ambiental e Licenças _______________________________________________ 18 
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS ____________________________________________ 22 
5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ____________________________________ 23 
 
 
 
 
 
4 
 
LISTA DE ABREVEAÇÕES 
 
ABNT Associacao Brasileira de Normas Técnicas 
ADEME Agência de o Ambiente e Gestão de Energia (Agence de l'Environnement et de la 
Maîtrise de l'Energie) 
CO2 Dióxido de carbono 
CONAMA Conselho Nacional do Meio Ambiente 
dB Decibel 
EIA Estudo de Impacto Ambiental 
FEAM Fundação Estadual do Meio Ambiente 
GCE Gestão da Crise de Energia Elétrica 
Hz Hertz 
IBAMA Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis 
Km Quilômetros 
LI Licença de Instalação 
LO Licença de Operação 
LP Licencia Prévia 
M Metros 
MW Megawatt 
OEMA Órgão Estadual de Meio Ambiente 
PCA Programa de Controle Ambiental 
R$ Real – moeda brasileira 
RAS Relatório Ambiental Simplificado 
RBF Ruído de baixa frequência 
RDAE Relatório de Desempenho Ambiental do Empreendimento 
RDPA Relatório de Detalhamento dos Programas Ambientais 
RIMA Relatório de Impacto Ambiental 
SIN Sistema Interligado Nacional 
SMCQ Secretaria de Mudanças Climáticas e Qualidade Ambiental 
USA Estados Unidos da América (United States of America) 
 
 
5 
 
LISTA DE ILUSTRAÇÕES 
 
Figura 1 - Aerogerador Chinês _______________________________________________________ 11 
Figura 2 - Convívio de animais com aerogeradores. ______________________________________ 12 
Figura 3 - Degradação na área de uma central de energia eólica _____________________________ 12 
Figura 4 - Aerogeradores na cidade de Caeté, Bahia ______________________________________ 14 
Figura 5 - Impacto visual em Centro de Energia Eólica ___________________________________ 16 
Figura 6 - Aerogeradores com Interferências ____________________________________________ 17 
 
 
 
6 
 
LISTA DE TABELAS 
 
Tabela 1 - Distância da Torre para as Residências/Política Adotada __________________________ 14 
Tabela 2 - Custos estimados para elaboração de estudos ambientais __________________________ 20 
 
 
7 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
Durante praticamente toda a existência do homo sapiens na Terra, os seres humanos têm presente 
a ideia de que a natureza está a sua disposição para satisfazer suas necessidades e vontades. No princípio, 
a relação do homem com a natureza era de subsistência. Mas, com o passar do tempo, à medida em que 
foram evoluindo, sua forma de relacionamento com a natureza foi, de forma crescente, deixando de ser 
apenas de subsistência, o que produziu muitos danos à natureza, à biodiversidade, entre outros. 
Por séculos, não se questionou o limite do uso da natureza pelo homem. Foi, principalmente, a 
partir dos anos 1970 que se passou a questionar que a capacidade de suporte do planeta é limitada, que 
a utilização desenfreada e desordenada dos recursos naturais, sejam eles renováveis ou não renováveis, 
decorrente de um estilo de vida baseado no consumo e, a poluição, como consequência desse uso, podem 
causar danos irreversíveis ao meio ambiente. 
Tem-se entendido que a energia elétrica é item essencial à vida e, portanto, deve enquadrar-se nas 
questões ambientais alvo da preservação para as gerações atuais e futuras. Entretanto, algumas, além do 
impacto esperado, geram também um dano, por vezes irreparável, irreversível e incomensurável. 
A energia elétrica produzida pela ação dos ventos, a partir da década de 70, voltou a ser avaliada e 
testada mais objetivamente, principalmente nos USA e na Alemanha com o desenvolvimento de novos 
projetos de turbinas especiais para captação da energia dos ventos e torná-la economicamente viável e, 
assim a utilização de recursos renováveis. Denomina-se energia eólica a energia cinética contida nas 
massas de ar em movimento (vento). Seu aproveitamento ocorre por meio da conversão da energia 
cinética de translação em energia cinética de rotação, com o emprego de turbinas eólicas, também 
denominadas aerogeradores, para a geração de eletricidade. Assim como a energia hidráulica, a energia 
eólica é utilizada há milhares de anos com as mesmas finalidades, a saber: bombeamento de água, 
moagem de grãos e outras aplicações que envolvem energia mecânica. A primeira turbina eólica 
comercial ligada à rede elétrica pública foi instalada em 1976, na Dinamarca e atualmente, existem mais 
de 30 mil turbinas eólicas em operação no mundo. 
No nordeste brasileiro, principalmente no Ceara, iniciaram os primeiros programas de 
levantamento e instalações de potencial eólico através de medidas de vento com modernos anemógrafos 
computadorizados. Porém, não somente a costa do Nordeste tem áreas de grande potencial eólico, em 
Minas Gerais, uma central eólica está em funcionamento, desde 1994, em uma região afastada mais de 
1000 km da costa marítima com excelentes condições de vento. A capacidade instalada no Brasil é de 
aproximadamente 20,3 MW, com turbinas eólicas de médios e grandes portes conectadas à rede elétrica. 
 O objetivo deste trabalho é ressaltar os impactos ambientais, bem como os licenciamentos 
necessários para a construção, implantação e funcionamento de centrais de energia eólica. 
 
 
8 
 
2 METODOLOGIA 
 
Este trabalho foi realizado a partir de um levantamento bibliográfico dentro do que há disponível 
na literatura sobre o tema proposto. 
Desta forma, diversos artigos, livros e revistas foram consultados para tratar sobre os impactos 
e licenciamentos ambientais em centrais de energia eólica. 
 
9 
 
3 REFERENCIAL TEÓRICO 
3.1 FATORESAMBIENTAIS E SOCIAIS 
 
A energia dos ventos é uma abundante fonte de energia renovável, limpa e disponível em todos 
os lugares. A utilização desta fonte energética para a geração de eletricidade, em escala comercial, teve 
início há pouco mais de 30 anos. No início da década de 70, com a crise mundial do petróleo, houve um 
grande interesse de países europeus e dos Estados Unidos em desenvolver equipamentos para produção 
de eletricidade que ajudassem a diminuir a dependência do petróleo e do carvão que não são renováveis 
e agridem o meio ambiente. Uma grande quantidade de novos empregos foi criada e uma sólida indústria 
desenvolvida. Atualmente, a indústria de turbinas eólicas vem acumulando crescimentos anuais acima 
de 30% e movimentando cerca de 2 bilhões de dólares em vendas por ano. 
A geração de energia elétrica através turbinas eólicas é uma alternativa para uma gama diversa 
de níveis de demanda. Pequenas centrais podem suprir pequenas localidades distantes das redes, 
contribuindo para o processo de melhoria da qualidade de vida. Quanto às centrais de grande porte, estas 
têm potencial para atender uma significativa parcela do Sistema Interligado Nacional (SIN) com 
importantes ganhos ambientais tais como: contribuindo para a redução da emissão de poluentes pelas 
usinas térmicas na atmosfera; diminuindo a necessidade da construção de grandes reservatórios; e 
reduzindo o risco gerado pela sazonalidade hidrológica. 
Os custos de um sistema eólico estão fortemente ligados às características do vento no local de 
sua instalação sendo diretamente proporcional à sua intensidade, quanto maior a velocidade e as 
quantidades anuais de vento menor o custo. Também irá influenciar no custo do sistema a irregularidade 
do terreno com suas dificuldades de instalação. O sistema eólico está se tornando vantajoso, quando há 
disponibilidade de ventos constantes, tanto no aspecto econômico como no ambiental. 
Com relação ao impacto ambiental, pode-se dizer que somente dois elementos são os que atuam 
com mais intensidade e que merecem maior cuidado, um é a emissão de ruídos dos aerogeradores devido 
ao funcionamento mecânico e ao efeito aerodinâmico. 
O ruído emitido pelos aerogeradores decresce de 50 dB junto aos aerogeradores para 35 dB a 
uma distância de 450 m das torres. Os efeitos fisiológicos sobre o sistema auditivo somente começam a 
agir a partir dos 65 dB. No entanto, valores mais altos que 40 dB podem provocar efeitos psíquicos sobre 
o homem sendo o nível de ruído recomendável inferior a 40 dB. O ruído de 40 dB corresponde a uma 
distância dos aerogeradores de 200 m. 
Um segundo elemento são as ondas eletromagnéticas refletidas pelos aerogeradores. Isso 
implica que podem interferir e perturbar sistemas de telecomunicações. Estas interferências não são 
significativas. No entanto, é necessário efetuar estudos mais detalhados quando o parque se situa junto 
de aeroportos ou de sistemas de retransmissões. 
 
10 
 
Entre os principais impactos socioambientais negativos das usinas eólicas destacam-se os 
sonoros e os visuais. Os impactos sonoros são devidos ao ruído dos rotores e variam de acordo com as 
especificações dos equipamentos (ARAUJO, 1996). Os impactos visuais são decorrentes do 
agrupamento de torres e aerogeradores, principalmente no caso de centrais eólicas com um número 
considerável de turbinas. Os impactos variam muito de acordo com o local das instalações, o arranjo das 
torres e as especificações das turbinas. Apesar de efeitos negativos, como alterações na paisagem 
natural, esses impactos tendem a atrair turistas, gerando renda, emprego, arrecadações e promovendo o 
desenvolvimento regional. 
Outro impacto negativo das centrais eólicas é a possível interferência nas rotas de aves, que 
deve ser devidamente considerada nos estudos e relatórios de impactos ambientais. 
 
3.2 IMPACTOS AMBIENTAIS DE CENTRAIS DE ENERGIA EÓLICA 
 
A energia eólica é hoje considerada uma das mais promissoras fontes naturais de energia, 
principalmente porque é renovável, ou seja, não se esgota. Além disso, não polui durante sua operação, 
portanto é vista como uma contribuição para a redução de emissão de gases de efeito estufa e na redução 
da concentração de CO2. 
Estas inquestionáveis vantagens não impedem que se tenham feito estudos sobre todo o tipo de 
impactos que ela possa constituir. Sendo os mais importantes referidos e analisados em seguida. 
 
3.2.1 Impactos sobre o meio biótico 
 
3.2.1.1 Supressão da vegetação 
As usinas eólicas podem provocar impactos na fauna e na flora local durante a fase de construção 
e durante a permanência do empreendimento ou sua exploração, os impactos recorrentes são supressão 
da vegetação, remoção de terra e compactação do terreno por maquinas. 
O desmatamento promove a supressão de ambiente com fauna e flora e a fragmentação local 
dos ecossistemas relacionados. Estudos demonstram que essas atividades geralmente são realizadas em 
um sistema ambiental de preservação permanente podendo gerar a extinção de setores fixados pela 
vegetação, bem como a supressão de ecossistemas antes ocupados por fauna e flora específicas 
(MEIRELES, 2009). 
 
3.2.1.2 Fauna 
Entre os impactos na fauna, a implantação de uma usina eólica pode gerar de forma direta e 
indireta danos sobre as aves como risco de colisão com os aerogeradores; colisão com as linhas de 
11 
 
transporte de energia; alteração do sucesso reprodutor; perturbação na migração; perda de habitat de 
reprodução e alimentação; alteração dos padrões de movimentação e utilização do habitat devido à 
perturbação associada à presença das turbinas. De acordo com Tolmasquim (2004), empreendimentos 
eólicos fora de rotas de imigração não perturbam os pássaros, e que eles tendem a mudar sua rota de voo 
entre 100 a 200 metros, passando acima ou ao redor da turbina. 
As turbinas de vento para geração de energia eólica representam uma grande ameaça para as 
populações de morcegos. A rotação das turbinas causa uma queda da pressão atmosférica na região 
próxima à extremidade das lâminas, e quando um morcego passa por essa zona de baixa pressão seus 
pulmões sofrem uma expansão repentina, o que resulta no rompimento dos vasos capilares do órgão 
causando hemorragia interna. As aves, por sua vez, são menos impactadas que os morcegos, pois, graças 
ao seu sistema respiratório mais robusto, não sofrem com o problema de despressurização. (MIGRANE, 
2004). Pintar as pás em cores mais visíveis pode aumentar a sua visibilidade, reduzindo o número de 
colisões. Mas em termos de mortalidade de aves, a localização da usina eólica, é sem dúvida o mais 
importante. 
 
Figura 1 - Aerogerador Chinês 
 
A correta localização de empreendimentos eólicos pode reduzir os efeitos negativos no meio 
ambiente em alguns grupos faunísticos. Entretanto, os estudos com foco nesses impactos ainda são 
recentes. A implantação da usina eólica pode implicar na interferência da fauna terrestre, primeiro por 
atingir seus habitats, e, segundo, pelo aumento da movimentação e ruído na fase de implantação, que 
tende a afugentar a fauna para outras localidades, podendo esta, sofrer atropelamentos nas rodovias. 
Porém nota-se o retorno da fauna terrestre quando do término das obras. Visitas técnicas realizadas em 
áreas fundiárias que receberam a construção de usinas eólicas evidenciam o bom convívio de animais 
com as torres. 
12 
 
 
Figura 2 - Convívio de animais com aerogeradores. 
 
3.2.2 Impactos sobre o meio físico 
 
3.2.2.1 Degradação da área afetada 
As usinas eólicas quando em operação ou em processo de instalação podem degradar 
consideravelmente a área ocupada, devido ao processo de desmatamento, detopografia, e de 
terraplenagem, pois é necessária a criação e manutenção de uma rede de vias de acesso para os 
aerogeradores. Os impactos gerados pela terraplanagem estão relacionados com atividades de retirada e 
soterramento da cobertura vegetal, abertura de cortes transversais e longitudinais e aterros, para a 
abertura de vias de acesso, área de manobra para caminhões, e a preparação do terreno para a instalação 
do canteiro de obras. Outro impacto é o da introdução de material sedimentar para impermeabilização e 
compactação do solo, quando da etapa do processo de implantação. 
 
Figura 3 - Degradação na área de uma central de energia eólica 
 
13 
 
3.2.2.2 Alteração do nível hidrostático do lençol freático 
As atividades de terraplanagem podem alterar o nível hidrostático do lençol freático, 
influenciando no fluxo de água subterrânea, visto que os cortes e aterros possivelmente serão submetidos 
a obras de engenharia para a estabilidade dos taludes e as vias compactadas para possibilitar o tráfego 
de caminhões. O conjunto de impactos ambientais poderá interferir no controle da erosão, dinâmica 
hidrostática e disponibilidade de água doce, supressão de habitats e alterações da paisagem vinculadas 
aos aspectos cênicos e de lazer. 
 
3.2.3 Impactos sobre o meio socioeconômico 
 
3.2.3.1 Emissão de ruído 
As turbinas eólicas produzem dois tipos de ruído: o ruído mecânico de engrenagens e geradores, 
e ruído aerodinâmico das pás. Os ruídos mecânicos têm sido praticamente eliminados através de 
materiais de isolamento. O ruído aerodinâmico é produzido pela rotação das pás gerando um som 
sibilante que é uma função da velocidade de ponta. Os projetos modernos de usinas eólicas estão sendo 
otimizados com escopo de reduzir o ruído aerodinâmico. 
O aumento das emissões de som das turbinas eólicas está relacionado com aumento da 
velocidade do vento. No entanto, o ruído de fundo que normalmente aumenta mais rápido que o som da 
turbina, tende a mascarar o ruído das mesmas com o crescimento da velocidade do vento (NOISE 
ASSOCIATION, 2002). 
Níveis de ruído diminuem à medida que aumenta a distância entre turbinas eólicas e são mais 
comumente expressos em dB (A), decibéis medidos na escala A, por ser esta a escala que mais se 
aproxima da percepção humana do ruído. 
Quando há pessoas que vivem perto de uma usina eólica, os cuidados devem ser tomados para 
garantir que o som das turbinas de vento seja em um nível razoável em relação ao nível de som ambiente 
na área. Devido à grande variação dos níveis de tolerância individual ao ruído, não há nenhuma maneira 
completamente satisfatória para se medir os seus efeitos subjetivos, ou as reações correspondentes de 
aborrecimento e insatisfação (NOISE ASSOCIATION, 2002). 
O aborrecimento individual para o ruído é um tema muito complexo, mas estudos demonstraram 
uma correlação entre o ruído incômodo com a interferência visual e a presença de características de som 
intrusivo. (WINDS ENERGY, 2012). 
As emissões de ruídos são reguladas por normas técnicas da ABNT nº 10.151 e 10.152. Vários 
estudos têm demonstrado os perigos deste tipo de decibéis à saúde humana. Decibéis do tipo B e C, 
chamados de infrassom, embora inaudíveis são sentidos como uma vibração no corpo, mesmo dentro 
das casas, sendo prejudiciais à saúde tanto quanto ou mais do que o tipo A que podem causar falta de 
sono, náuseas, tonturas, dores de cabeça, aumento de pressão arterial, agressividade e outros. Os 
14 
 
impactos do ruído dependem de vários fatores: direção e força do vento, altura e tipo de vento, 
topografia, pressão do ar, obstáculos e fenômenos físicos específicos (NOISE ASSOCIATION, 2002). 
 
 
Figura 4 - Aerogeradores na cidade de Caeté, Bahia 
Vários estudos registraram um conjunto comum de efeitos adversos à saúde de pessoas que 
vivem próximas aos aerogeradores. Esses sintomas começaram após o funcionamento das usinas 
eólicas, e incluem: 
• dor de cabeça; 
• distúrbios do sono; 
• zumbido e/ou pressão nos ouvidos; 
• náuseas; 
• tonturas; 
• taquicardia; 
• problemas de concentração e memória; 
• episódios de pânico com sensação de pulsação interna ou trêmula. 
 
Esses distúrbios têm sua principal causa o efeito da baixa frequência do ruído de turbinas eólicas 
nos órgãos do ouvido interno. Na Tabela 1, consta um resumo das pesquisas realizadas sobre a distância 
a ser definida entre a torre de eólica e residências próximas. 
 
Tabela 1 - Distância da Torre para as Residências/Política Adotada 
PAÍS DISTÂNCIA DA TORRE PARA AS RESIDÊNCIAS 
Bélgica 150 a 500 m 
República Checa 400 a 800 m 
Dinamarca 4 vezes a altura da torre 
França 250 a 500 m, conforme ADEME 
15 
 
Romênia 
3 vezes a altura da torre, podendo ser menor conforme decisão em 
audiência publica 
Itália 
Calabria e Molise: 5 vezes a altura da torre 
Basilicata: 2.000 m 
Campania: 10 vezes a altura da torre 
Irlanda do Norte Mínimo de 500 m 
Fonte: Adaptado de FEAM, 2013 
Apesar da ausência de estudos conclusivos, o princípio da precaução justifica a cessação do 
funcionamento de qualquer usina eólica em zonas habitadas, mesmo que a comunidade local o tenha 
aceito. 
 
3.2.3.2 Impacto visual 
Os modernos aerogeradores, com alturas das torres superiores a 100 m e comprimento das pás 
de acima de 30 m, constituem obviamente uma alteração visual da paisagem. Os estudos de impacto 
ambientais devem identificar, descrever e avaliar os efeitos diretos e indiretos do projeto sobre a 
paisagem. 
Nota-se que o impacto visual diminui com a distância. As zonas de visibilidade teórica podem 
ser definidas como (UNIVERSITY OF NEWCASTLE, 2002, apud WINDS ENERGY, 2012): 
• Zona I - Visualmente dominante: as turbinas são percebidas como de grande porte e o 
movimento das lâminas é óbvio. A paisagem imediata é alterada. Distância de até 2 km. 
• Zona II - visualmente intrusivas: as turbinas são elementos importantes na paisagem e são 
claramente percebidas. O movimento das lâminas é claramente visível e pode atrair os olhos. 
As turbinas não são necessariamente os pontos dominantes na visão. Distância entre 1 e 4,5 km, 
em condições de boa visibilidade. 
• Zona III - Notável: as turbinas são claramente visíveis, mas não intrusivas. A usina eólica é 
perceptível como um elemento na paisagem. O movimento das lâminas é visível em boas 
condições de visibilidade, mas as turbinas parecem pequenas no panorama global. Distância 
entre 2 e 8 km, dependendo das condições meteorológicas. 
• Zona IV - Elemento na paisagem distante: o tamanho aparente das turbinas é muito pequeno. 
As turbinas são como qualquer outro elemento na paisagem. O movimento de lâminas 
geralmente é imperceptível. Distância de mais de 7 km. 
16 
 
 
Figura 5 - Impacto visual em Centro de Energia Eólica 
 
Embora o impacto visual seja muito específico para o local, em uma usina eólica em particular, 
algumas características no design e implantação podem ser identificadas para minimizar o seu impacto 
potencial visual: 
• O tamanho e tipo similares de turbinas em uma usina eólica ou de várias adjacentes. 
• A seleção de design de turbinas eólicas (torre, cor) de acordo com as características da paisagem. 
• Seleção de cor neutra e pintura antirreflexo para torres e pás. 
• Pintura de camuflagem próxima a instalações militares, para evitar que os aerogeradores 
constituam pontos de referência. 
• O panorama visual melhora com a distribuição de turbinas em linha. 
 
3.2.3.3 Interferências eletromagnéticas 
Os aerogeradores podem refletir as ondas eletromagnéticas. Isso implica que podem interferir e 
perturbar sistemas de telecomunicações, podendoafetar a qualidade de rádio e telecomunicações, bem 
como comunicações de micro-ondas, celular, internet e transmissão via satélite. A avaliação de impacto 
deve abordar o problema, mas nem sempre pode garantir a segurança da distribuição ótima do campo 
magnético. A interferência eletromagnética com a comunicação aeronáutica não será um problema 
criado pela usina eólica, desde que o projeto contemple uma distância mínima do aeroporto e, ainda, 
uma área de servidão radioelétrica de ação da torre de eólica em relação à rota de navegação da aeronave. 
 
17 
 
 
Figura 6 - Aerogeradores com Interferências 
 
3.2.3.4 Efeito estroboscópio dos aerogeradores 
O efeito estroboscópico é devido à passagem das lâminas antes do sol que ocorre no início ou 
no final do dia quando o sol está mais baixo no céu. O grau de sombreamento intermitente depende da 
distância da torre, da latitude do local, do período do dia e do ano. Torna-se mais relevante quanto menor 
for a distância das pás e o receptor, bem como o fato de estar em uma mesma altitude. 
Segundo pesquisas, o sombreamento intermitente pode causar incômodo e prejudicar pessoas 
que sofrem de epilepsia, além de náuseas e dores de cabeça nos moradores afetados. É o chamado efeito 
estrosbocópico (PIRES, 2010). O efeito é sentido em uma distância até dez vezes o diâmetro das pás e 
depende da direção das turbinas eólicas de residências. O efeito é bem documentado em diversos países 
do mundo, porém mal regulado. 
 
3.2.3.5 Interferências locais 
Para a população situada no entorno da área de influência direta, os impactos mais significativos 
gerados pela execução das obras de construção da usina eólica se relacionam com as interferências locais 
e as expectativas geradas em razão da efetivação do empreendimento. 
A implantação causa alguns desconfortos temporários à população residente próxima as obras, 
bem como pode interferir no cotidiano da comunidade local: aumento de fluxo de veículos, poluição 
sonora, insegurança no trânsito, aumento temporário da densidade demográfica local, geração de 
emprego, dinamização das atividades econômicas e aumento da especulação imobiliária. 
Para diminuir os transtornos, a empresa responsável pela execução da obra deve elaborar um 
plano detalhado dos procedimentos relacionados à movimentação de veículos, estabelecendo um 
cronograma que oriente o fluxo destes de forma racional, como a sinalização das obras, o isolamento 
necessário, instalações de dispositivos de segurança e ainda a divulgação junto às comunidades das 
atividades que eventualmente interfiram no tráfego. 
Para utilização parcial ou total das estradas e acessos existentes, além de um plano de logística 
de transporte e suporte de pavimento, devem ser avaliadas as melhorias para que as estradas e acessos 
possam garantir o caráter permanente de tráfego, incluindo alterações e novas construções na estrutura 
18 
 
viária. Essas melhorias podem ser um legado do empreendimento à população local, visto que podem 
facilitar o escoamento de mercadorias e o acesso às propriedades. Para tanto, é necessário a execução 
de um plano de medidas a ser implementado pela empresa responsável pelas obras e a prefeitura local, 
visando amenizar esses problemas, conscientizar a população e os empregados e garantir prioridade de 
emprego para a população local. 
Outro impacto a ser gerenciado pela empresa responsável pela execução das obras é referente 
aos resíduos provenientes de suas atividades. Os resíduos sólidos devem ser manejados adequadamente 
de acordo com as suas características, ou seja, diferenciando-se os resíduos perigosos, os resíduos não 
inertes e os resíduos inertes. Para mitigar este impacto deverá ser implantado o Programa de Gestão 
Ambiental dos Resíduos Sólidos e Efluentes Líquidos, o qual abrangerá o projeto e construção de 
sistemas de tratamentos de efluentes líquidos e a realização de contrato de prestação de serviço com 
empresa licenciada para o recolhimento dos resíduos gerados na implantação da usina eólica. 
Com relação aos resíduos provenientes da construção civil deverá ser seguido às instruções 
normativas referentes ao acondicionamento, transporte e destinação final dos diferentes tipos de resíduos 
gerados durante as obras, em especial a Resolução CONAMA nº 307/2002. 
 
3.3 LICENCIAMENTO AMBIENTAL DE CENTRAIS DE ENERGIA EÓLICA NO 
BRASIL 
 
3.3.1 Licenciamento ambiental e Licenças 
O Licenciamento Ambiental é o instrumento pelo o qual o Governo, em suas instâncias, 
promove o controle das atividades econômicas potencial ou efetivamente degradadoras do meio 
ambiente. O conceito legal de Licenciamento Ambiental foi cunhado no inciso I do art. 1° da Resolução 
CONAMA nº 237/97: 
“Procedimento administrativo pelo qual o órgão ambiental 
competente licencia a localização, instalação, ampliação e a operação 
de empreendimentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais, 
consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras ou daquelas que, 
sob qualquer forma, possam causar degradação ambiental, 
considerando as disposições legais e regulamentares e as normas 
técnicas aplicadas ao caso”. 
 
Assim o Licenciamento Ambiental constitui-se como o mais importante mecanismo de defesa 
e preservação do meio ambiente. É através deste mecanismo que o Poder Público impõe suas condições 
e seus limites para regular as ações de setores econômicos na natureza valendo-se, assim, da boa prática 
da gestão ambiental. 
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A Licença ambiental formaliza o ato final de uma etapa do processo de Licenciamento 
Ambiental, ou seja, se o proponente da atividade cumpriu integralmente todos os requisitos 
determinados pela Legislação Ambiental e pela Administração Pública. 
Como visto, o processo de licenciamento ambiental é finalizado pela concessão, ou não, com a 
devida licença ambiental, de acordo com a fase específica em que encontra o empreendimento ou 
atividade, tal como regulamentado no art. 19 do Decreto n° 99.274/90. Este Decreto dispõe o processo 
de licenciamento em três etapas: 
1. Fase inicial ou de planejamento e concepção do empreendimento, que procede com obtenção 
da Licença Prévia (LP); 
2. Execuções do projeto do empreendimento, que procede com a obtenção da Licença de 
Instalação (LI) e 
3. Operações ou funcionamento do empreendimento, que procede com a obtenção da Licença de 
Operação (LO). 
 
3.3.1.1 Custos 
O requerimento de abertura de processo de licenciamento ambiental federal gera custos 
econômicos aos empreendedores e ao setor público (REGANHAN, 2011). 
Reganham (2011) divide os custos econômicos do empreendedor, no licenciamento, em dois 
tipos: custos econômicos diretos e custos econômicos indiretos. Os custos econômicos diretos referem-
se às despesas com os estudos ambientais exigidos no decorrer do processo de licenciamento, como o 
Relatório Ambiental Simplificado (RAS) e demais estudos ambientais oriundos da necessidade de 
implantação de programas sociais e ambientais. 
Os estudos ambientais exigidos nesta categoria são: 
• Relatório Ambiental Simplificado – RAS 
• Relatório de Detalhamento dos Programas Ambientais - RDPA 
• Relatório de Implantação dos Programas Ambientais – RIPA 
• Programa de Controle Ambiental – PCA 
• Relatório de Desempenho Ambiental do Empreendimento – RDAE 
Os custos econômicos indiretos referem-se às despesas decorrentes da tramitação da requisição 
das licenças ambientais, pois, ocorrem quando a cobrança é efetuada pelo Órgão licenciador pelos 
serviços de análise conjuntamente ao valor de cada licença em cada fase do processo de licenciamento 
ambiental (REGANHAN, 2011). Destaca-se que estes custos somente serão cobrados caso o 
empreendimentoseja licenciado, pois, caso contrário, os custos iniciais até a LP são absorvidos pelo 
IBAMA (REGANHAN, 2011). Os boletos bancários, dos custos das licenças são emitidos juntamente 
com sua respectiva licença: LP, LI e LO. 
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Os custos econômicos diretos ligados ao processo de licenciamento ambiental federal junto ao 
IBAMA referem-se aos gastos com os estudos ambientais exigidos. Nestes gastos contempla-se a 
contratação de profissionais especializados, viagens, hospedagens, trabalhos de campo, equipamentos e 
gastos diversos. Bezerra et. al. (2013) em seu estudo sobre o licenciamento de parques eólicos no Rio 
Grande do Norte demonstrou, através da aplicação de questionário com gestores de empresas de 
consultoria ambiental, os custos econômicos diretos estimados para realização dos estudos ambientais, 
apresentado na tabela 2 abaixo: 
 
Tabela 2 - Custos estimados para elaboração de estudos ambientais 
LICENÇAS ESTUDOS AMBIENTAIS CUSTOS ESTIMADOS 
LP RAS R$ 100.000,00 
LI RDPA/PCA R$ 200.000,00 
LO RIPA R$ 300.000,00 
Fonte: Bezerra et. al. (2013) 
 
Os valores apresentados foram extraídos por uma média dos valores apresentados por Bezerra 
et. al. (2013) com o intuito de poder quantificar os custos diretos ao longo do processo de licenciamento 
ambiental federal. É importante ressaltar que tais valores não são exatos, apenas representativos. Um 
parque eólico, para ser construído, pode ter um custo total na ordem de milhões de R$, sendo assim, um 
gasto de 600.000 R$ pode representar pouco percentualmente em relação ao gasto total. 
A Câmara de Gestão da Crise de Energia Elétrica (GCE) determinou que empreendimentos 
prioritários considerados como de pequeno potencial de impacto ambiental, sendo os empreendimentos 
eólicos pertencentes a esta determinação, enquadram-se aos procedimentos da Resolução CONAMA nº 
279/2001, que considera a necessidade de estabelecer processo simplificado para o licenciamento 
ambiental de empreendimentos de baixo impacto ambiental. 
 
3.3.1.2 Tempo 
A Resolução n. º 279/2001 especifica quais são os empreendimentos necessários ao aumento da 
oferta de energia elétrica determinados pela GCE que possuem baixo potencial de impacto ambiental e 
que pela importância estratégica no atendimento da demanda crescente de energia elétrica no país 
estabeleceu prazos específicos para os trâmites burocráticos do licenciamento ambiental simplificado 
federal. Os empreendimentos eólicos enquadram-se nesta resolução que estabelece os seguintes prazos 
para a obtenção de licenças: 
• LP: cumprida todas as exigências de documentação e relatórios – 60 dias contados a partir da 
data do protocolo do requerimento da licença; 
21 
 
• LI: cumprida todas as exigências de documentação e relatórios e condicionantes da LP – 60 dias 
contados a partir da data do protocolo do requerimento da licença; 
• LO: cumprida todas as exigências de documentação e relatórios e condicionantes da LI – 60 
dias contados a partir da data do protocolo do requerimento da licença. 
A que se atentar para o tempo de vigência de cada uma das licenças segundo a Resolução 
CONAMA nº 279/2001, a saber: 
• LP - Deverá ser no mínimo o estabelecido pelo cronograma de elaboração dos programas e 
planos relativos ao empreendimento não podendo ultrapassar a marca de 5 anos; 
• LI - Deverá ser no mínimo o do cronograma de instalação do empreendimento não sendo 
superior a 6 anos; 
• LO - Deverá considerar os PCA sendo de no mínimo 4 anos e no máximo de 10 anos. 
 
3.3.1.3 Complexibilidade 
A avaliação da complexidade do licenciamento ambiental federal, neste caso considera-se o 
licenciamento simplificado pela Resolução CONAMA nº 279/2001, pondera duas categorias: custo e 
tempo. Também é possível perceber que para cada fase do licenciamento há custos diferenciados para 
cada estudo ambiental exigido, via de regra, os valores aumentam a cada fase. Com isso afirma-se que 
os custos econômicos diretos podem variar significativamente, pois, há elementos que influenciam 
diretamente esta condição, como: 
• Tipo de estudo ambiental exigido pelo órgão licenciador; 
• O porte do empreendimento eólico; 
• Distância do empreendimento à sede municipal mais próxima; 
• Dificuldades com a comunidade local; 
• Negociação acerca do impacto ambiental, social e econômico na região. 
 
Tais dificuldades com a população local, além da negociação acerca dos impactos possíveis, 
podem incrementar a categoria custo, pois estes problemas representam a exigência, por parte do órgão 
licenciador, de novos estudos como o de viabilidade do empreendimento e a realização de audiências 
públicas, além daquelas já previstas nas resoluções do CONAMA. 
Para a categoria tempo destacou-se um trâmite processual mínimo de 6 meses entre a abertura 
de processo na requisição da LP até a concessão da LO. Porém é importante frisar que mesmo com a 
determinação da GCE e da Resolução CONAMA nº 279/2001 fixando os prazos mínimos, tal situação 
só acontecerá caso o empreendedor/investidor atenda, em cada uma das fases de licenciamento, com 
todas as exigências legais, assim como o órgão licenciador consiga analisar em tempo hábil todas as 
documentações recebidas. 
 
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4 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
A geração de eletricidade a partir da energia eólica tem se mostrado crescentemente atrativa, seja 
por constituir o aproveitamento de uma fonte renovável, por não apresentar a magnitude dos impactos 
ambientais geralmente associados as demais formas de aproveitamento energético. 
Entretanto, os impactos ambientais decorrentes da implantação e da operação de uma usina eólica 
não podem ser negligenciados, ficando explicita a necessidade da localização da usina e a distribuição 
dos aerogeradores, que a compõem serem definidas com base em um complexo estudo ambiental. 
Após a etapa de construção há uma tendência natural de recuperação de vegetação, onde favorece 
o retorno da fauna em seu habitat. 
Outro ponto a ser observado são os projetos de educação ambiental e de monitoramento da área da 
usina. 
Há que se salientar, que o retorno econômico gerado pela locação e o uso de áreas dentro de 
fazendas é altamente atrativo e não necessariamente impede que cesse a exploração de agricultura, de 
pecuária, ou outras já existentes. Várias fazendas têm buscado incorporar-se as usinas eólicas, no intuito 
de aumentar a segurança em seu entorno. 
 
 
 
 
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5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
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