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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA VARA CÍVEL DA COMARCA DE QUALIFICAÇÃO, observando o procedimento previsto nos artigos 1200 e 1242 e ss. do Código Civil, vem à presença de Vossa Excelência propor a presente AÇÃO DE USUCAPIÃO em desfavor de QUALIFICAÇÃO DOS FATOS Há mais de 12 (doze) anos, desde setembro de 2005, a Requerente tem a posse, mansa, pacífica e ininterrupta, do imóvel urbano, com área de XXXX consoante planta e memorial descritivo em anexo. Conforme documentos acostados aos autos, foi efetuada em XXXX, a ligação da água pela CORSAN, em XXX ocorreu a ligação de energia elétrica pela CEEE, tendo a Autora se mudado definitivamente para o terreno, em XXXX, quando a casa que construiu ficou pronta, portanto, na ocasião da ocupação havia no local apenas o terreno, completamente abandonado, sem nenhum tipo de manutenção. Durante os doze anos ininterruptos que a Autora reside no local, jamais houve qualquer interferência do proprietário, que claramente abandonou o terreno muito antes da Usucapiente nele ingressar. Como mostra o Termo de Acordo de Débitos da Prefeitura de Cidreira em anexo, o proprietário não realizava o pagamento de IPTU pelo menos a partir de 2001 (podendo haver Imposto em aberto antes disso) portanto em 2015, a Autora assumiu o parcelamento da dívida de 14 anos de IPTU. O proprietário do referido é pessoa Jurídica, e conforme Comprovante de Inscrição e de Situação Cadastral em anexo, teve em 31/12/2008 sua empresa baixada por INAPTIDÃO, ou seja, abandonou os imóveis e a própria empresa. O referido imóvel, que foi adquirido pelo proprietário em janeiro de 1978, está registrado sob a matrícula nº XXX junto ao Cartório de Registro de Imóveis da Comarca de Tramandaí, conforme doc. em anexo. A posse da Requerente ultrapassa o lapso temporal previsto no artigo 1.238 do Código Civil e sempre foi exercida de forma mansa, pacífica e ininterrupta, o que a legitima a promover a presente ação de usucapião extraordinário. Necessitando obter o seu título de propriedade da área usucapienda, a Requerente providenciou o devido levantamento planimétrico realizado pelo Arquiteto Ramiro de Lima Souza CAU A58/83-6, conforme mapa e memorial descritivo anexo, com os devidos rumos e confrontações que estão assim descritas: “Um terreno urbano, constituído do lote XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX” DO DIREITO Incialmente, há de ser ressaltado que o ordenamento jurídico brasileiro prevê a possibilidade de Ação de Usucapião como forma de regularizar o registro imobiliário de imóvel urbano ou rural, cuja a aquisição se deu pela ocorrência de prescrição aquisitiva, fruto da posse mansa, pacífica e ininterrupta. Dentre as diversas modalidades de aquisição de propriedade originária, através da usucapião, está a espécie extraordinária, expressamente entalhada na redação do art. 1.238 do Código Civil que assim dicciona: Art. 1.238. Aquele que, por quinze anos, sem interrupção, nem oposição, possuir como seu um imóvel, adquire-lhe a propriedade, independentemente de título e boa-fé; podendo requerer ao juiz que assim o declare por sentença, a qual servirá de título para o registro no Cartório de Registro de Imóveis. Parágrafo único. O prazo estabelecido neste artigo reduzir-se-á a dez anos se o possuidor houver estabelecido no imóvel a sua moradia habitual, ou nele realizado obras ou serviços de caráter produtivo. Dessa forma, entende-se que a Requerente preenche todos os requisitos para permanecer e regularizar o terreno em questão, uma vez que a mesma encontra-se com a posse do terreno, tendo nele fixado moradia há mais de 12 anos. Cumpre destacar que durante esses 12 anos, a Requerente sempre exerceu a posse com animus domini, uma vez que mandou limpar e planar o terreno e nele construiu uma casa. Portanto, observa-se que a Requerente atende todos os requisitos mencionados acima, quais sejam, sempre exerceu publicamente a posse com animus domini, encontra-se estabilizada na área por mais de 12 anos, sem interrupção. Portanto, diante das provas demonstradas pelos Comprovantes de Conta de Energia Elétrica e Água, Termo de Acordo de Débitos da Prefeitura de Cidreira, Planta e Memorial descritivo do terreno, Relação dos confinantes e testemunhas (que serão posteriormente arroladas), não resta dúvida que tal área é de posse da requerente há 12 anos. Assim sendo, a Autora precisa da movimentação do poder judiciário, para obter a regularização do registro imóvel urbano, cuja sua aquisição se deu pela ocorrência da prescrição aquisitiva, fruto da posse mansa, pacífica e ininterrupta por mais de 12 anos. DO PEDIDO POR TODO O EXPOSTO, requer seja: Deferido o benefício da gratuidade da Justiça, nos termos do art. 98 do CPC e seguintes; Citada a parte Ré por Edital (visto não constar mais com endereço físico para citação) para, querendo, apresentar resposta no prazo legal, sob pena de sujeitar-se aos efeitos da revelia; Citados os confinantes, indicados abaixo, para que, querendo, apresentem resposta no prazo legal, sob pena de sujeitarem-se aos efeitos da revelia; Ao final, JULGADOS PROCEDENTES todos os pedidos contidos na presente demanda para ORDENAR o domínio da Requerente sobre o imóvel usucapiendo, conforme descrito na planta e no memorial descritivo anexos, nos termos e para os efeitos legais, expedindo-se o competente mandado para o Cartório de Registro de imóveis desta Comarca. Provará o que for necessário, usando de todos os meios permitidos em direito, em especial pela juntada de documentos (anexos) e oitiva de testemunhas que serão posteriormente arroladas. Nos termos do art. 319, VII do código de Processo civil, a requerente registra “que não se opõe à designação de audiência de conciliação”. Atribui-se à causa o valor de R$ 180.000,00 (cento e oitenta mil reais) Nestes termos, Pede deferimento. Capão da Canoa, 23 de maio de 2018. Advogada OAB/ �PAGE �4�
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