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resumo direito civil posse

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POSSE
A – TEORIAS
1 – SUBJETIVA (Savigny)
                                P  =     C      +     A
                              (posse) (corpus)  (animus)
Para Savigny, posse é a apreensão física sobre uma coisa corpórea com a intenção de ser o dono. Esta teoria é chamada subjetiva, porque além de haver o corpus, há necessidade da demonstração doanimus. Corpus é a apreensão física sobre uma coisa corpórea. Animus é a apreensão física sobre uma coisa corpórea com a intenção de ser dono.
                            
Críticas à Teoria Subjetiva
Esta teoria é considerada falha por não conseguir justificar o desdobramento da posse (posse direta e posse indireta) nas seguintes situações: contrato locação, contrato de comodato, contrato de deposito, arrendamento, doação com usufruto etc.
Assim, diz-se que a teoria subjetiva peca no elemento subjetivo nesses contratos, bem como em outras situações similares.
A Teoria Subjetiva aparece no Código Civil em duas hipóteses: abandono e usucapião. A usucapião é um modo de aquisição de propriedade, tanto de bem imóvel quanto móvel. Há usucapião extraordinária (bem móvel) com posse prolongada (prazo de 15 anos). A Teoria da Função Social da posse existe para a redução da usucapião extraordinária. Na usucapião ordinária o prazo é menor.
2 – OBJETIVA (Ihering)
                                          P     =     C                                 
                                         (posse)   (corpus)
De acordo com esta teoria, para existir a posse basta o corpus (apreensão física - o poder de fato - sobre uma coisa corpórea). Apreensão física é ter o objeto na esfera de proteção. A posse é um dos principais institutos do nosso ordenamento jurídico porque ela é a exteriorização do principal direito subjetivo: a propriedade. Está prevista no artigo 1196 do CC e é o poder de fato (apreensão física sobre uma coisa corpórea).
3 – FUNÇÃO SOCIAL
                                P     =      C         +          D
                              (posse)     (corpus)       (destinação social)
Conforme a Teoria da Função Social, a posse é o poder de fato sobre coisa corpórea, sendo que a legitimidade do possuidor está vinculada à destinação (função social) do objeto, isto é, a utilização de determinado objeto deve respeitar a sociedade, buscando um equilíbrio social. A doutrina não define de forma expressa o conceito de função social da posse. Por isso, a adota-se a analogia para defini-la, aplicando-se a função social de propriedade (artigo 182 e 186 da CF). O proprietário cumpre a função social em relação ao imóvel urbano quando atender as diretrizes do plano diretor (sofre alterações pois é lei municipal). O proprietário real cumpre a função social quando, por exemplo, torna a área produtiva, preserva o meio ambiente, preserva as relações de trabalho (aplica-se por analogia).
APLICAÇÃO DAS TEORIAS
1 – REGRA
A teoria aplicada como regra, em nosso ordenamento jurídico, é a Teoria Objetiva (Ihering), conforme comprovado pelo artigo 1196 do CC.
2 – EXCEÇÃO
A Teoria Subjetiva (Savigny) é aplicada para os casos de usucapião (modo de aquisição da propriedade), em que é necessário o animus, pois sem a intenção de ser dono, não tem como existir usucapião; e abandono, que é uma hipótese de perda da posse (para existir o abandono deve ser observada a intenção do agente, isto é, o elemento subjetivo). É importante ressaltar, assim, que tanto para usucapião quanto para abandono, além da apreensão física sobre a coisa corpórea, deve haver a demonstração da intenção de ser dono (animus).
Além disso, a Teoria da Função Social é aplicada para a redução dos prazos na usucapião extraordinária de bem imóvel, em que a  posse prolongada de 15 anos pode ser reduzida para 10 anos, desde que demonstrada a destinação social, isto é, a função social da posse (artigo 1238, parágrafo único, CC).
É também aplicada para a redução dos prazos na aquisição da propriedade por usucapião ordinária de bem imóvel, em que é necessária a demonstração de justo título e boa fé, podendo ser o prazo reduzido de 10 para 5 anos, desde que tenha sido respeitada a função social da posse (artigo 1242, parágrafo único, CC).
Resumindo, a Função Social da Posse aparece na redução dos prazos da Usucapião extraordinária (o prazo de 15 anos é reduzido para 10 anos, se existir a função social da posse) e na Usucapião Ordinária (o prazo de 10 anos é reduzido para 5 anos, se igualmente existir a função social da posse).
Há ainda a aplicação subsidiária/complementar do disposto nos §§4º e 5º do artigo 1228 do CC, o que a doutrina chama de posse-trabalho.
CIVIL: 04 - Posse: Conceito e Classificação
B – CONCEITO
P = C + A (Teoria Subjetiva)       ou            P = C (Teoria Objetiva) ou
                         P = C + D  (Teoria da Função Social)
A Posse pode ser conceituada de acordo com a Teoria seguida. Para o nosso legislador, como regra, temos o conceito de posse baseado na Teoria Objetiva. O nosso Direito Positivo, em regra, segue a Teoria Objetiva, conforme  disposto no artigo 1196 do CC: “considera-se possuidor todo aquele que tem de fato o exercício, pleno ou não, de algum dos poderes inerentes à propriedade”.  
C – CLASSIFICAÇÃO (ESPÉCIES)
Na doutrina e no Código Civil há vários critérios de classificação (espécies) de posse. A seguir, as principais:
1) POSSE DIRETA (recebe) x POSSE INDIRETA (transfere)
Está preceituado no artigo 1197, CC, o que é posse direta e posse indireta. A diferença é basicamente que a posse direta está com quem recebe e a indireta com quem transfere.
O possuidor direto, portanto, é aquele que recebe o poder de fato sobre uma coisa corpórea, através de um vínculo jurídico obrigacional ou real.
A contrário sensu, possuidor indireto é todo aquele que transfere o poder de fato sobre uma coisa corpórea, através de um vínculo jurídico obrigacional ou real.
O examinador, ao perguntar sobre a posse direta e indireta, pode se utilizar do expressão “desdobramento da posse”. Pode ser utilizada também a expressão posse paralela, mas não é tão usual.
Exemplos: no contrato de locação, há o locador (aquele que transfere – possuidor indireto) e o locatário (que recebe – possuidor direto). Já no contrato de comodato, há o comodante (transfere – possuidor indireto) e o comodatário (recebe – possuidor direto).
*Ver também desdobramento da posse no contrato de depósito, arrendamento e doação com usufruto!
Importância
AÇÃO POSSESSÓRIA: é importante ressaltar, de acordo com o referido artigo, que a posse direta não exclui a posse indireta. Neste sentido, imagine um contrato de locação (locador – posse indireta, locatário – posse direta). Se um terceiro expulsa locatário, tanto este, que é possuidor direto, tanto locador, que tem posse indireta, podem ingressão com ação possessória de reintegração de posse com litisconsórcio facultativo. Isto quer dizer que ambos são possuidores e ambos tem legitimidade para ingressar com ação possessória. De outro lado, para saber quem tem maior interesse jurídico, é preciso entender o contrato de locação. O principal dever do locatário é a contraprestação (pagamento) e do locador é o uso pacífico do bem. Assim, diz-se que tem maior interesse jurídico(diferente de maior interesse econômico) é o locador.
USUCAPIÃO: o possuidor direto teria legitimidade, ou, seria viável ingressar com ação de usucapião? Não. Pois enquanto existir o desdobramento da posse (o vínculo), jamais existirá a usucapião, porque falta ao possuidor direto a intenção (animus) de ser proprietário, de acordo com a Teoria Subjetiva: P = C + A.
2) POSSE JUSTA x POSSE INJUSTA
Critério de exclusão (artigo 1200, CC)
Considera-se posse justa toda posse em que não existe nenhum dos 3 vícios: violência, clandestinidade e precariedade. Se a posse tiver qualquer um desses 3 vícios, será posse injusta.
Posse violenta é aquela obtida através do emprego da força física.
Posse clandestinaé aquela tida por meio da astúcia, ardil, não há imposição física, não há uso da força, mas esperteza, malandragem. É também chamada de “posse as ocultas”, “as escondidas”,  posse obtida na “calada da noite”, porque se pressupõe que a noite o grau de vigilância sobre a posse é menor, mas esta expressão é uma metáfora e não quer dizer que só ocorre a noite!
Posse precária é aquela obtido por meio do abuso de confiança.
Só vai existir usucapião quando a posse for justa, isto quer dizer que é incompatível para usucapião, a posse injusta.
CONVALIDAÇÃO DA POSSE: POSSE INJUSTA- -POSSE JUSTA
Requisitos:
       Posse violenta ou clandestina
      Cessação da violenta ou clandestina (término da resistência ou clandestinidade)  +
      Prazo de 1 ano e 1 dia
A posse precária não admite convalidação. Neste sentido, nunca se tornará posse justa e nunca poderá haver usucapião.
Obs.: Usucapião é um modo de apropriação da propriedade pelo decurso do tempo e devido à inércia do proprietário.
3) POSSE DE BOA FÉ x POSSE DE MÁ-FÉ
Considera-se possuidor de boa fé toda pessoa que ignora o vício ou obstáculo para aquisição do direito. O possuidor de boa fé é aquele que não tem consciência de que está exercendo posse sobre objeto alheio. Ex.: marcos divisórios. A contrário senso, possuidor de má fé é aquele que não ignora o vício ou obstáculo para aquisição do direito. O possuidor de má fé tem consciência de que está ofendendo patrimônio alheio. Ex.: invasões.
Importância em 3 institutos: USUCAPIÃO, BENFEITORIAS E FRUTOS
USUCAPIÃO DE BEM IMÓVEL (artigos 1238 e 1242, caput e § único, CC):
Extraordinária: prazo de 15 anos ou 10, quando existir função social da posse, independentemente de título ou boa-fé.
Ordinária: prazo de 10 anos ou 5, quando existir função social da posse. Na usucapião ordinária, o legislador exige 2 requisitos: justo título e boa fé. A posse de boa-fé gera a redução da usucapião. Desse modo, o prazo é menor, ou seja, a boa-fé beneficia o possuidor e reduz o prazo para se tornar proprietário via usucapião.
USUCAPIÃO DE BEM MÓVEL (artigos 1260 e 1261, CC):
Extraordinária: prazo de 5 anos, independentemente de título ou boa-fé.
Ordinária: prazo de 3 anos, devendo ser comprovado justo título e boa fé.
BENFEITORIAS (artigo 1219 a 1222, CC):
Necessárias: visam a conservação do bem; 
Úteis: visam a utilização do bem;
Voluptuárias: visam o embelezamento do bem.
O possuidor de boa-fé faz jus a receber indenização das benfeitorias necessárias e úteis realizadas. As benfeitorias voluptuárias podem ser retiradas. O possuidor de boa-fé também faz jus ao direito de retenção, ficar com o objeto sobre o qual está exercendo posse até o ressarcimento das benfeitorias necessárias e úteis.
Obs.: Quanto ao locatário de boa-fé que realizou benfeitorias úteis, este faz jus a ser indenizado? O contrato de locação tem lei específica – Lei nº 8245/91 (Lei do inquilinato) e tal lei diz que o locatário faz jus apenas a benfeitorias necessárias. Desse modo, o locatório de boa-fé só faz jus às benfeitorias úteis se houver autorização expressa do locador. Isto quer dizer que, neste caso, não é seguida a regra geral, mas lei específica.
Em relação ao possuidor de má-fé, o único direito que este tem é receber indenização das benfeitorias necessárias. Isto quer dizer que mesmo estando de má-fé, faz jus ao direito de receber a indenização das benfeitorias necessárias para evitar o enriquecimento sem causa, pois evitou o perecimento do bem.
FRUTOS (artigos 1214 a 1216, CC):
O possuidor de boa-fé tem direito, enquanto ela durar, aos frutos percebidos.
O possuidor de má-fé responde por todos os frutos colhidos e percebidos, bem como pelos que, por sua culpa, deixou de perceber, desde o momento em que se constituiu de má-fé; tem direito às despesas da produção e custeio.
4) COMPOSSE (artigo 1199,CC)
“Se duas ou mais pessoas possuírem coisa indivisa, poderá cada uma exercer sobre ela atos possessórios, contanto que não excluam os dos outros co-possuidores”.
Trata-se de uma espécie diferenciada de posse, em que duas ou mais pessoas exercem poder de fato sobre a mesma coisa corpórea. Como exemplos de composse, cita-se: o condomínio, quanto a área comum de que todos são coproprietários; os bens do casal, no casamento sob o regime da comunhão universal de bens, pois, como regra, os bens adquiridos na constância do casamento pertencem aos dois, isto é, ambos são coproprietários dos imóveis adquiridos; os bens deixados pelo “de cujus” a mais de um herdeiro, enquanto não ocorrer a partilha (artigo 1784, CC).
5) POSSE x DETENÇÃO
Posse: apreensão física (poder de fato) sobre uma coisa corpórea – Teoria Objetiva (Ihering):
                         
             P     =     C  
         (posse)  (corpus)
Detenção: apreensão física (poder de fato) sobre uma coisa corpórea, em nome de outrem, numa relação de subordinação e hierarquia, que não gera posse por expressa determinação legal:
       D       =       C         -          N
  (detenção)    (corpus)       (norma - lei)
obs.: sinônimos de detenção: “quase-posse”, “fâmulos de posse” ou “posse natural – possessio naturalis”.
 “Considera-se detentor aquele que, achando-se em relação de dependência para com o outro, conserva a posse em nome deste e em cumprimento de ordens ou instruções próprias. Paragrafo único: aquele que começou a comportar-se do modo como prescreve este artigo, em relação ao bem e a outra pessoa, presume-se detentor, ate que prove o contrario.” (artigo 1198)
Exemplos: o caseiro, que exerce poder de fato em nome de outrem, portanto é detentor; o policial militar, com relação às armas e à viatura, é detentor; a funcionária da biblioteca que exerce poder de fato sobre uma coisa corpórea em nome de outrem, logo também é detentora.
Por outro lado, em relação ao comodatário (contrato de comodato) e ao locatário (contrato de locação), estes exercem corpus – poder de fato sobre coisa corpórea – em nome próprio. Assim, comodatário e locatário são possuidores direitos.
Importância:
AÇÃO POSSESSÓRIA: Imagine que A invadiu uma chácara, e lá estava B, que é caseiro. B tem legitimidade para ingressar com ação possessória? Não, pois ele é detentor, não exerce a posse, exerce corpus em nome de outrem. Assim, só é parte legítima para ingressar com ação possessória aquele que é possuidor. Se um vizinho C ingressa com uma ação possessória contra o caseiro B, em virtude do marco possessório, os meios de defesa são: ilegitimidade de partes; nomeação a autoria. Nomear a autoria – forma de intervenção de terceiro, em que deve ser indicado o legítimo proprietário.
USUCAPIÃO: enquanto existir detenção jamais vai existir usucapião, porque para existir a usucapião é necessário posse (corpus + animus). Para o detentor, assim, falta a intenção de ser dono. É incompatível com a usucapião o instituto detenção!
CIVIL: 05 - Aquisição e Perda da Posse e Efeitos da Posse
AQUISIÇÃO E PERDA DA POSSE
A – AQUISIÇÃO DA POSSE
Se adquire a posse quando se tem o poder de fato sobre uma coisa corpórea, conforme Teoria Objetiva (Ihering), comprovado pelo artigo 1196, CC.
                        
             P     =     C  
         (posse)  (corpus – poder de fato sobre coisa corpórea)
Exceções
Detenção: existe o corpus, mas não existe a posse por expressa determinação legal.
Possuidor indireto: no desdobramento da posse (ou posses paralelas), o possuidor indireto não tem o corpus, mas tem a posse. Exemplo: o locador não tem o corpus, pois transfere o poder de fato sobre a coisa corpórea ao locatário, mas ele ainda tem a posse.
B – PERDA DA POSSE
Quando há ausência de corpus.
Exceções
Posse indireta: no desdobramento da posse ou posses paralelas, continua existindo a posse indireta para o possuidor que transfere o poder de fato sobre uma coisa corpórea – corpus.
Abandono: é aplicada a Teoria Subjetiva, porque no abandono não basta tero corpus, deve ser analisada a vontade do agente, isto é, o animus. Isto quer dizer que além de despojar-se da coisa, deve deixar de existir o animus do possuidor para que haja abandono.
C – TRANSFERÊNCIA DA POSSE
A transferência da posse pode ocorrer de duas formas: ato “inter vivos” e “mortis causa”.
“INTER VIVOS”: A possibilidade de disposição da posse recebe o nome de cessão da posse. A importância prática dessa transferência está na possibilidade de o novo possuidor explorar economicamente a área e adquiri-la, posteriormente, pela usucapião, aproveitando todo o prazo que o possuidor anterior exerceu. Pode ocorrer a transferência da posse independentemente de ser proprietário (artigo 1196, CC). Neste sentido, imagine que A invade um terreno  (posse de má-fé e injusta) em que B é  proprietário. Depois de 5 anos, C quer assumir a posse no lugar de A. Porque C teria interesse nisso? Por causa da usucapião extraordinária. Quando C for entrar com ação de usucapião, ele aproveita o tempo em que A ficou na posse. Economicamente ele tem interesse, pois além de explorar a área, poderá adquirir de A por um preço baixo.
“MORTIS CAUSA”
SUCESSÃO SINGULAR (legado): Na sucessão singular tem-se a aplicação do instituto legado. No legado, a pessoa que falece deixa para o beneficiário uma coisa certa e determinada. A pessoa, antes de falecer, faz um testamento indicando a divisão do patrimônio. Assim, o patrimônio não é dividido em cotas. Existindo herdeiros necessários (descendentes, ascendentes e cônjuge), a pessoa não pode dispor mais do que 50% do seu patrimônio, que é chamada de legítima dos herdeiros.
Na sucessão singular é facultado ao legatário manter a posse com as mesmas características.
Exemplo: A, antes de falecer, elabora um testamento deixando como beneficiário C. Se A falecer, C diz que é facultado ao sucessor singular aproveitar o período anterior ou não (período de 2 anos na posse). Se o novo possuidor aproveitar o período anterior, ele mantem a posse com as mesmas características, ou seja, se havia má-fé, a posse continua a ser de má-fé (usucapião extraordinária). Neste exemplo, não seria interessante aproveitar o período anterior, porque se C conseguir demonstrar que ele estava de boa-fé poderia utilizar a usucapião ordinária, que tem prazo menor (10 anos). Já se ele fosse aproveitar o período anterior, o prazo da usucapião extraordinária (de 15 anos) ainda faltariam 13 anos. Se A já tivesse na posse por 7 anos, valeria a pena aproveitar o prazo (faltaria 3 anos para usucapião ordinária e 8 anos para extraordinária). Se A tivesse na posse por 5 anos, não haveria vantagem nenhuma quanto ao prazo. Para utilizar usucapião ordinária, ele teria que demonstrar justo título e boa fé. Assim, melhor seria entrar com usucapião extraordinária. Quanto maior o período anterior, teoricamente, maior a chance de aproveitar o prazo. Quanto menor o prazo, maior probabilidade de se utilizar da usucapião ordinária (claro, desde que se demonstre justo título e boa fé). Se não tem vantagem o prazo, melhor entrar com usucapião extraordinária.
SUCESSÃO UNIVERSAL (herança): Na sucessão universal ocorre, em regra, a aplicação do instituto da herança. A responsabilidade dos herdeiros está limitada à forca da herança, isto é, aos bens que a pessoa deixou. O patrimônio da pessoa será dividido em cotas, o saldo remanescente será dividido pela quantidade de herdeiros.
Na sucessão universal, mantém-se a posse com as mesmas características.
Se é a pessoa possuidora e proprietária, ao falecer, os bens são automaticamente transferidos aos seus herdeiros. O problema surge quando a pessoa é apenas possuidora.
Exemplo: A invade o terreno de B (posse de má-fé e injusta). A morre e a posse é transferida aos seus herdeiros C e D (que serão apenas possuidores, não proprietários). C e D ocuparão o lugar de A, mas como A estava de má-fé, eles continuarão, em regra, com posse de má-fé. Se há a convalidação a posse, isto é, se a posse passa a ser justa, e o prazo para usucapião já está sendo contado antes da morte de A, este continua a ser contado com C e D (mantém a posse com as mesmas características). Se B exercer o direito de sequela e ingressar com ação acaba com o prazo de usucapião.
Qual a diferença entre ambos?
Na sucessão singular, o indivíduo que está na posse de uma área alheia (posse injusta) deixa, através de testamento, o direito de posse ao seu legatário, porém é facultativo. Deverá ser analisado cada caso concreto porque receberá com as mesmas características: má fé, prazo. E o prazo deverá ser analisado se vale a pena. Porque o legatário poderá optar em não aproveitar o tempo de uso. Se o legatário optar em usucapião ordinária ele deverá provar o justo título e boa fé, que são exigidos.
EFEITOS DA POSSE
A – INTRODUÇÃO: analisa-se as consequências jurídicas da posse. P = C (poder de fato sob uma coisa corpórea)
B – ROL - classificação da posse – os critérios de classificação são polêmicos entre os doutrinadores. O mais aceito é o doutrinador Clovis Beviláqua. De acordo com a doutrina majoritária, são 7 os efeitos da posse:
1 – INDENIZAÇÃO DAS BENFEITORIAS
Posse de boa fé: O possuidor de boa fé tem direito à indenização das benfeitorias necessárias e uteis. No caso dos benfeitorias voluptuárias não existe o direito a indenização, contudo, o possuidor de boa-fé poderá levanta-la desde que, não cause a destruição do bem. Assegura a nossa legislação civil privilegiando a boa-fé, o direito de retenção, ou seja, reter o bem até o recebimento da indenização referentes ao que foi gasto na realização de benfeitorias necessárias ou úteis.
Posse de má-fé: Na pose de má-fé assiste ao possuidor apenas o direito do recebimento de indenização referentes às benfeitorias necessárias. Para esta situação, não admite o direito a retenção.
melhoramentos no bem que visam a conservação, utilização e embelezamento do bem.
Posse de Boa-Fé: o possuidor de boa fé faz jus a receber a benfeitorias necessárias e uteis. Quanto as benfeitorias voluptuárias ele terá o direito de retirar-las desde que não cause a destruição do bem. Ele tem outro direito subjetivo que recebe o nome de retenção, ou seja, reter o objeto ate o pagamento das indenizações das benfeitorias necessárias e uteis. Por exemplo, num marco divisório, onde descobriu-se um erro quanto a divisão, A entra com uma ação contra B; o B tem a prerrogativa de não devolver enquanto não for ressarcido das benfeitorias necessárias e uteis, assim ele não devolve enquanto não for indenizado.
Art.1219: “o possuidor de boa-fé tem direito a indenização das benfeitorias necessárias e uteis, bem como, quanto as voluptuárias, se não lhe forem pagas, a levanta-las, quando o puder sem detrimento da coisa, e poderá exercer o direito de retenção pelo valor das benfeitorias necessárias e uteis.”
Posse de Má-Fé: o possuidor de má-fé tem direito a receber apenas indenização das benfeitorias necessárias pois o possuidor de má-fé evitou o perecimento do bem por isso sera ressarcido dessa modalidade de benfeitoria. O possuidor de má-fé tem consciência que esta com imóvel alheio, praticando um ilícito civil e penal. Ele não tem o direito de retenção. 
Exemplo: benfeitoria útil realizada pelo locatário e indenizado? Não aplica essa regra pois tem especifica para o contrato de locação A lei de locação diz que o locatário tem direito apenas as benfeitorias necessárias, sendo que as uteis e voluptuárias dependem de autorização do locador. A lei especial prevalece sobre a lei geral.
I)o direito de retenção e um exemplo tipico de autotutela (justiça pelas próprias mãos) admitido excepcionalmente no meio jurídico;
II)a proibição do enriquecimento ilícito e o fundamento jurídico para o possuidor de má-fé ter direito ao recebimento de indenização das benfeitorias necessárias
III)as benfeitorias compensam-se com os danos, e só obrigam ao ressarcimento se ao tempo da evicção ainda existirem. O reivindicante, obrigado a indenizar as benfeitoriasao possuidor de má-fé, tem o direito de optar entre o seu valor atual e seu custo; ao possuidor de boa-fé indenizara pelo valor atual.
2 – DIREITOS AOS FRUTOS
Posse de boa fé: Tem direitos aos frutos colhidos. O possuidor de boa-fé tem direito, enquanto durar, aos frutos percebidos. Os frutos pendentes ao tempo que cessar a boa-fé devem ser restituídos, depois de deduzidas as despesas da produção e custeio. O possuidor de boa-fé deve restituir os frutos colhidos com antecipação.
           X
Posse de má fé: tem direito ao custei da produção. O possuidor de má-fé responde por todos os frutos colhidos e percebidos, bem como pelos que, por culpa sua, deixou de perceber, desde o momento em que se constituiu de má-fé. O único direito do possuidor de má-fé é receber uma indenização correspondente ás despesas da produção e custeio.
frutos são bens acessórios que a coisa produz de forma periódica sem causar destruição.
Posse de Boa Fe: o possuidor de boa fé tem direito aos frutos colhidos.
O possuidor de boa-fé tem direito, enquanto ela durar, os frutos colhidos. Os frutos pendentes ao tempo que cessar a boa-fé devem ser restituídos, depois de deduzidas as despesas de produção e custeio. O possuidor de boa-fé deve restituir os frutos colhidos com antecipação
Posse de Ma-Fe: o possuidor de má-fé só tem direito a indenização do custeio da produção (aquilo que ele gastou para produzir). Ele não tem direito a nenhuma especie de frutos.
Ele responde por todos os frutos colhidos, bem como pelos que, por sua culpa, deixou de perceber, desde o momento em que se constitui de má-fé
Exemplo: erro no marco divisório – o B produziu frutos na área de A; se os frutos forem colhidos B terá direito a ficar com os frutos (B possuidor de boa-fé). Quanto aos frutos pendentes, o possuidor de boa-fé não terá direito a esses frutos, fara jus a receber a indenização de quanto ele gastou para a produção. Assim, os frutos pendentes ficarão com o legitimo proprietário.
O possuidor de má-fé terá que devolver os frutos colhidos e não consumidos. Já quanto aos frutos colhidos e consumidos, ele devera indenizar o respectivo valor, pois não tem como ele devolver.
Exemplo: numa posse de má-fé, tiveram frutos colhidos e consumidos, qual instituto jurídico devera ser aplicado?
Devera ser aplicado o instituto da compensação, pois ambos tem créditos e débitos recíprocos Assim ao invés do possuidor de má-fé receber o custeio da produção e depois indenizar o proprietário os frutos colhidos e consumidos, sera aplicado o instituto da compensação para se apurar créditos e débitos.
Segundo entendimento doutrinário, a boa-fé deixa de existir a partir do momento que o legitimo exercita seu direito de sequela, ou seja, ingressa com ação possessória ou petitória. Em suma, a boa-fé fica descaracterizada da data da propositura da ação e não da data da citação
3 – RESPONSABILIDADE CIVIL PELA CONSERVAÇÃO DA COISA
Posse de Boa Fe - art.1217,CC: “o possuidor de boa-fé não responde pela perda ou deterioração da coisa, a que não der causa.” Segundo o artigo, o possuidor de boa fé não responde pelo perecimento do bem, salvo se der causa. Assim, existindo boa-fé a responsabilidade civil será subjetiva
Responsabilidade civil contratual: decorre do descumprimento de um contrato.
Responsabilidade civil extracontratual: decorre da lei. No caso do art.1217, tem-se a responsabilidade civil extracontratual. A responsabilidade extracontratual e dividida em objetiva e subjetiva.
Requisitos da Responsabilidade civil extracontratual subjetiva: demonstrar ação ou omisso, dano, nexo causal, dolo ou culpa.
Requisitos responsabilidade civil extracontratual objetiva: ação ou omissão, dano, nexo causal. Ausência do dolo ou culpa.
A regra dentro do ordenamento jurídico e a responsabilidade subjetiva.
No artigo em questão deve-se comprovar a responsabilidade civil extracontratual subjetiva.
Posse de Ma Fe: art.1218,CC: “ o possuidor de má-fé responde pela perda, ou deterioração da coisa, ainda que acidentais, salvo se provar que de igual modo se teriam dado, estando ela na posse do reivindicante.”
O possuidor de má-fé responde de forma objetiva, independentemente de dolo ou culpa. Ele também responde nos casos fortuito e forca maior.
Segundo estabelece o art.1218, também existira responsabilidade civil do possuidor de má-fé por caso fortuito e forca maior. A única excludente da responsabilidade civil do possuidor de má-fé e a demonstração que o evento dano iria acontecer da mesma forma, se o objeto estivesse nas mãos do legitimo proprietário/possuidor.
Resumo:
Posse de Boa-Fe: responsabilidade civil subjetiva
Posse de Má-fé: responsabilidade civil objetiva
4 – ÔNUS DA PROVA
Cabe ao Autor provar: regra geral do CPC, o ônus da prova cabe a quem alega.
No direito das coisas vigora a regra geral do CPC.
Inversão do ônus da prova: no CDC, o próprio legislador coloca a possibilidade de inversão
Em ação possessória o ônus da prova e do autor da ação. Não comprovado o esbulho possessório ou a turbação, deve ser mantida a situação existente, mantendo-se o réu na posse do bem e sendo julgado improcedente os pedidos do autor de ação possessória. Diante dessa conclusão, uma parte da doutrina não aceita o ônus da prova como efeito da posse. Conforme explicação, para as ações possessórias e aplicada a regra geral estabelecida pelo CPC não existindo nada que justifique a inclusão do ônus da prova como efeito especifico da posse.
5 – POSIÇÃO PROCESSUAL MAIS FAVORÁVEL DO POSSUIDOR
Salvo disposição em contrario o objeto litigioso ficara durante o tramite processual sob a esfera de proteção do possuidor.
Numa demanda possessória, durante o tramite do processo o objeto ficara nas mãos do réu, em regra.
O autor entra com ação possessória para garantir seu direito de sequela. No entanto, se o autor demonstrar os requisitos da liminar (tutela antecipada de mérito), ele ficara com o objeto em suas mãos. O pedido de liminar na petição inicial visa recuperar a posse do bem o mais rápido possível sendo uma forma de equidade e justiça no processo.
Se o autor da ação possessória não conseguir demonstrar os requisitos da liminar (art.927,CPC), o juiz deve manter o réu (possuidor) na posse do bem ate conseguir ter subsídios suficientes para decidir quem e o legitimo possuidor. Esta presunção e relativa, pois o autor através da liminar (tutela antecipada de mérito) pode inverter esta situação
O art.1211,CC disciplina o assunto:” quando mais de uma pessoa se disser possuidora, manter-se-a provisoriamente a que tiver a coisa, se não estiver manifesto que a obteve de alguma das outras por modo vicioso.”
Pode-se afirmar que a possibilidade do autor logo no inicio do processo poder reaver o bem com a utilização do pedido de liminar e uma forma de se estabelecer um equilíbrio entre os direitos e deveres das partes pois a principio o objeto litigioso ficara durante toda a instrução processual sob a esfera de proteção do réu/possuidor, entretanto com o deferimento do pedido de liminar, o legislador permite que o autor retome a posse do bem e evita injustiças no caso concreto.
6 – PROTEÇÃO POSSESSÓRIA (efeito mais importante)
Direito de sequela: direito de reaver o bem de quem injustamente o detenha. O possuidor tem 4 prerrogativas: usar, fruir, dispor e reaver. (art.1196,CC). De que forma o possuidor pode proteger a sua posse? Através de 2 formas: autotutela e heterotutela.
Autotutela: justiça pelas próprias mãos, emprego da forca física. Não e a regra dentro do ordenamento jurídico. Ocorre através de 2 institutos: 
Legitima defesa da posse – a vitima esta presente no momento da ação e opõe resistência. Requisitos: perigo atual ou iminente, proteção a direito próprio ou alheio, agressão injusta, moderação, meios necessários. Os 2 últimos requisitos são chamados pela doutrina de proporcionalidade. O 6º requisito e ter consciência de que esta agindo em legitima defesa (elemento subjetivo).
Desforço imediato – o possuidornão esta presente no momento do esbulho ou turbação e opõe resistência após. Os requisitos são os mesmo da legitima defesa. O grande problema e definir o logo após; a doutrina coloca que logo após e no “calor dos acontecimentos”. O legislador, para definir o “logo apos” leva em consideração a data do esbulho ou turbação
Heterotutela: participação do Estado Juiz através das: ações possessórias
7 – USUCAPIÃO
Este efeito da posse será estudado adiante, dentro dos modos de aquisição de propriedade.
CIVIL: 06 - Ações Possessórias
AÇÕES POSSESSÓRIAS (Típicas x Atípicas)
TÍPICAS:
1 – Reintegração: se ingressará com reintegração de posse toda vez que ocorrer o esbulho possessório. O esbulho possessório é a perda total da posse.
2 – Manutenção: se ingressará com a manutenção de posse quando ocorrer a turbação, isto é, a perda parcial da posse.
3 – Interdito Proibitório: é uma ação que tem caráter preventivo, a fim de evitar o esbulho possessório e a turbação. Assim, toda vez que houver ameaça séria e concreta de esbulho ou turbação, deverá se ingressar com interdito proibitório, a fim de aplicar multa para que não seja praticado o esbulho ou turbação. Esta multa não é a multa diária - “astreintes” - da ação cominatória que consiste em uma obrigação de fazer ou não fazer, mas trata-se de uma multa global a fim de que seja evitado o esbulho ou turbação, na ação possessória, intimidando o eventual esbulhador e turbador.
Tendo em vista os movimentos sociais, o interdito proibitório, vinculado às grandes invasões, temeficácia jurídica e social? O interdito proibitório, por estar dentro de nosso ordenamento jurídico, como um dos tópicos do direito positivo, tem eficácia jurídica. Contudo, não é possível dizer que tenha eficácia social, pois, nestas situações, não se trata de uma norma apta para prevenir esbulho ou turbação nas grandes invasões.
De Força Nova x  De Força Velha
DE FORÇA VELHA: considera-se ação possessória de força velha a ação proposta após 1 ano e 1 diacontados da data que ocorreu o esbulho ou turbação.
DE FORÇA NOVA: considera-se ação possessória de força nova a ação proposta dentro de 1 ano e 1 dia contados da data que ocorreu o esbulho ou turbação.
Aspectos processuais das Ações Possessórias de Força Nova:
1) RITO ESPECIAL (artigos 920 a 933, CPC): as ações possessórias de força nova seguem rito especial.
2) COMPETÊNCIA (artigo 96, CPC): em relação a bem imóvel - a ação tem que ser proposta no local da situação do bem. Quanto bem móvel - a ação tem que ser proposta no local do domicílio do réu. A competência é absoluta.
3) VALOR DA CAUSA: quanto a bem imóvel - o valor da causa será o valor venal do imóvel (valor para efeitos de tributação). Bem móvel - o valor da causa será o valor do objeto (valor de mercado). O valor das custas iniciais é fixado no valor da causa. O valor das sucumbências é fixado no valor da condenação.
4) CARÁTER DÚPLICE: é uma ação em que o réu pode fazer um pedido na própria contestação, isto quer dizer que não é necessária a reconvenção. O autor entra com a petição inicial e o réu a contesta, sendo que na própria contestação este faz um pedido, não sendo necessária a reconvenção.
5) FUNGIBILIDADE: é uma exceção ao princípio da correlação lógica ou congruência. Deve haver uma relação de causa e efeito entre o pedido e a sentença. A fungibilidade é a possibilidade da substituição de uma ação possessória por outra, sem caracterizar julgamento extra ou ultrapetita. Imagine que A entre com uma ação de interdito probatório por causa de uma ameaça de turbação, mas no decorrer do processo, a ameaça é concretizada. Se não houvesse esse princípio, a ação teria que ser extinta. Assim, de acordo com tal  principio a ação pode ser substituída por outra, sem caracterizar julgamento fora ou além dos pedidos. O legislador pede isso para evitar a má-fé!
6) EXECUTIVAS “Lato sensu”: é a ação que independe da fase executiva e do processo de execução, ou seja, a própria decisão já é apta a produzir efeitos jurídicos imediatamente, mesmo sem a fase de execução. O Habeas corpus, Mandado de segurança e a ação de despejo também segue essa regra.
7) AUDIÊNCIA DE JUSTIFICAÇÃO PRÉVIA: a finalidade dessa audiência é formar o convencimento do juiz sobre a existência ou não dos requisitos da liminar. o réu será citado para comparecer e fiscalizar os atos praticados durante a audiência, podendo oferecer contradita e formular re-perguntas. Em suma, o objetivo é ouvir as testemunhas do autor.
8) CUMULAÇÃO DE PEDIDOS: é permitida a cumulação, num único processo, contra o mesmo réu, de vários pedidos, ainda que entre eles não haja conexão. São requisitos de admissibilidade da cumulação: I - que os pedidos sejam compatíveis entre si; II - que seja competente para conhecer deles o mesmo juízo; III - que seja adequado para todos os pedidos o tipo de procedimento. Quando cada pedido corresponder a tipo diverso de procedimento, admitir-se-á a cumulação se o autor empregar o procedimento ordinário (artigo 292, §2º, CPC). Nas ações possessórias de Força Nova (artigo 921, CPC), a cumulação de pedidos não interfere o rito dessas ações que continuam seguindo o rito especial.  Objetivou-se exatamente evitar que o autor tivesse de submeter-se ao incômodo dilema: ou opta pelo rito ordinário, renunciado às vantagens da ação de força nova, ou só em processo distinto pode propor ações intimamente relacionadas com a agressão à posse e cujo concurso com as ações possessórias é frenquente.

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