Viroses: Hepatites Virais - Microbiologia Básica

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MICROBIOLOGIA BÁSICA E TEÓRICA
Aula 3 – Viroses: Hepatites Virais
* Viroses: Hepatites Virais– AULA 3
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Objetivos desta aula
Ao final desta aula, você será capaz de:
Identificar algumas das viroses mais importantes ;
 Reconhecer características próprias de infecções virais;
Relacionar os diferentes mecanismos de contágio existentes para os variados tipos de hepatites virais.
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Introdução
As viroses são assunto de destaque hoje em dia, principalmente pela situação de saúde e saneamento que vivemos, além de num mundo superpovoado e em contínua transformação.
Elas são as grandes vilãs de nosso dia a dia, impedindo muitas de nossas atividades e até fazendo que não possemos ficar mais vivos.
No homem, inúmeras doenças são causadas por esses seres acelulares.
 Praticamente todos os tecidos e órgãos humanos são afetados por alguma infecção viral.
Que tal conhecermos um pouco mais sobre esse assunto para nos prevenirmos?
 
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Os vírus que causam patologias na espécie humana estão divididos em grupos, conforme seja o tipo de seu material genético (DNA ou RNA) e presença ou ausência da estrutura denominada envelope viral.  
 São os vírus de: 
I – DNA envelopado: Nesse grupo encontramos os Herpesvírus (HSV1, HSV2, VZV, EBV), o vírus da Hepatite B (HBV), e os Poxvírus (varíola e molusco contagioso). 
II – DNA não envelopado: Nesse grupo encontramos os Adenovírus (infecções respiratórias do trato superior e inferior), Papilomavírus (HPV), Parvovírus.  
Grupos de vírus nas patologias humanas
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III – RNA envelopado: Nesse grupo encontramos vários vírus associados a infecções de trato respiratório como: vírus Influenza (A e B), os vírus Parainfluenza, vírus Sincicial Respiratório (RSV), além dos vírus do sarampo, da caxumba, da rubéola, da raiva, vírus da Hepatite C (HCV), e o HIV (imunodeficiência adquirida ou AIDS).
IV – RNA não envelopado: Nesse grupo encontramos os Enterovírus (como o poliovírus causador da poliomielite), Rinovírus, causa mais comum de resfriados,  e o vírus da Hepatite A (HAV).
Grupos de vírus nas patologias humanas
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No grupo dos herpesvírus, temos vírus bastante conhecidos como HSV1 (Herpes simples tipo I) e HSV2 (Herpes simples tipo II).
Esses vírus promovem as lesões com vesículas nos casos de herpes labial e herpes genital.  
Normalmente, o herpes labial é causado por HSV1 e o genital por HSV2, porém o inverso também pode ocorrer. 
Após as lesões com vesículas que podem provocar ulcerações (infecções líticas), esses vírus ficam latentes em gânglios nervosos e, em determinadas situações, como estresse emocional ou fisiológico, podem reativar, ou seja, migrar novamente para epitélio e mucosas e promover novas lesões.
Herpesvirus
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Por isso dizemos que essas “feridas” são recorrentes ou reincidentes, que significa que elas podem “voltar a aparecer” em determinadas situações.
Herpesvirus
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kk
Ainda nesse grupo temos o vírus que causa a Varicela, ou catapora, doença de infância bastante conhecida, altamente contagiosa, que provoca erupções cutâneas vesiculares disseminadas por toda a superfície corporal, com intenso prurido (coceira).
O vírus da varicela (VZV) é transmitido por aerossóis e ou contato com o exsudato das lesões.  
Esses vírus, além de atingir as células epiteliais (epitélio queratinizado ou mucosas), migram para  células nervosas onde ficam latentes e podem reaparecer após muitas décadas de vida, retornando para células epiteliais e provocando lesões cutâneas mais localizadas.
Herpesvirus
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Essas lesões são mais frequentes em determinadas regiões do corpo associadas a trajetos de nervos, como: dorso, ventre e face. 
Esse “reaparecimento” denominado Herpes Zoster , recebe o nome popular de “cobreiro” e é acompanhado de dor intensa.
 A varicela ou catapora pode desencadear complicações como pneumonias, encefalite e meningite.
Herpesvirus
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O tratamento das lesões herpéticas em geral pode ser realizado empregando-se o Aciclovir que age inibindo a enzima DNA polimerase, necessária à replicação do material genético viral. 
Herpesvirus
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O Vírus Epstein-Barr (EBV) é o agente da Mononucleose Infecciosa, doença que acomete principalmente jovens e adolescentes e foi popularmente denominada “doença do beijo”.
 Uma vez contraído o vírus, ele se dissemina pelo organismo e apresenta um desenvolvimento lento que leva, após um a três meses a um quadro que inclui:
dores no corpo;
linfadenopatia (com tumefação dos gânglios cervicais);
Tonsilite;
Hepatoesplenomegalia (inchaço de fígado e baço). 
Herpesvirus
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O Citomegalovírus está associado a infecções congênitas nas quais pode promover retardo mental, surdez e microcefalia.
Praticamente todos os vírus desse grupo apresentam um ou mais tipos de células-alvo e outros tipos celulares nas quais podem ficar armazenados em forma latente, isto é, com o genoma viral inserido no DNA da célula, porém sem replicar novos vírus (na fase de latência ou lisogênica).
Herpesvirus
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Incluem os sítios anatômicos: nariz, faringe e estruturas associadas, como a orelha média e tubas auditivas.
São o tipo mais comum de infecção.
As infecções do Sistema  Respiratório Superior são:
Faringite
Laringite
Tonsilite
Sinusite
Epiglotite
Podem ser causadas por bactérias e vírus, muitas vezes combinados.
Doenças virais do trato respiratório superior
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As principais infecções virais do trato respiratório inferior são:
Pneumonia Viral
Gripe (Influenza)
Atingem principalmente os pulmões (brônquios e alvéolos pulmonares) e, embora também possam ser causadas por bactérias ou por vírus, abordaremos aqui somente as virais.
Doenças virais do trato respiratório inferior
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Muitos vírus podem provocar a pneumonia como complicação de infecções como a gripe. 
O VSR (Virus Sincicial Respiratório) é a causa mais comum de pneumonia em lactentes.
Os vírus Influenza apresentam espículas de hemaglutinina (H) e neuraminidase (N) projetando-se a partir da camada dupla lipídica externa do vírus.  
Linhagens virais são identificadas a partir das diferenças antigênicas nas espículas H e N e também por diferenças entre suas capas de proteínas (A, B e C).
Pneumonia Viral e Influenza
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Influenza
A gripe é causada pelo Influenzavírus e é caracterizada por:
 Calafrios;
 Febre;
 cefaléia;
Dores musculares gerais.
Os óbitos durante uma epidemia de gripe ocorrem geralmente por infecções bacterianas secundárias.
Vacinas multivalentes estão disponíveis para proteger a população de risco.
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 As Hepatites Virais são um grupo de patologias ocasionadas por diferentes tipos de vírus, que apresentam em comum: TROPISMO PELOS HEPATÓCITOS.
 As lesões no órgão-alvo (fígado) são causadas pela resposta do sistema imune do indivíduo, que destrói as células infectadas com os vírus (resposta  celular ou citotóxica).
O fígado é um órgão multifuncional, portanto sua disfunção leva a vários sintomas que caracterizamos quadros de hepatites virais.
Os principais tipos de Hepatites virais são:
A – RNA não envelopado - HAV
C – RNA envelopado - HCV
B – DNA envelopado - HBV
Hepatites Virais
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Portanto, três tipos de vírus diferentes cujo ponto comum é o tropismo pelos hepatócitos, ou seja, eles encontram nos hepatócitos, receptores de superfície, que são moléculas da superfície celular que permitem a ligação inicial ou ADSORÇÃO das partículas virais.
Hepatites Virais
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É também conhecida como Hepatite Infecciosa. 
 Causada por um vírus cuja sigla é HAV, um vírus de RNA não envelopado da Família Picornavírus .
 É um Enterovírus, o que já se diz que atinge o trato entérico, adquirido pela mucosa oral e eliminado pelas fezes. 
A transmissão é orofecal e os vírus permanecem como partículas viáveis (infectantes) em água, alimentos contaminados, frutos do mar, ambientes poluídos.
Apresenta um período de incubação considerado curto (15 a 40 dias). 
Na infecção aguda ocorre a viremia (presença de partículas virais no sangue) e, 15 dias após o contágio, a pessoa começa a eliminar vírus nas fezes, quando os sintomas da doença ainda não apareceram.
Hepatite A
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A hepatite A não gera cronicidade.  O diagnóstico pode ser feito através de:
I - Sinais Clínicos:Fraqueza; Falta de apetite; Náusea; Febre; Dor abdominal; Icterícia; Urina escura.
II - Provas Bioquímicas: Níveis elevados de transaminases; Bilirrubina; Lactatodesidrogenase (LD).
III - Marcadores sorológicos IgM anti-HAV, IgG anti-HAV, Ag HAV. 
Obs.: IgM e IgG são anticorpos, sendo o primeiro mais precoce e o segundo de efeito protetor mais eficiente,  Ag significa antígeno e nesse caso é molécula presente na superfície (capsídeo) do vírus HAV  e está detectando a presença do próprio vírus no sangue.
Hepatite A
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Prevenção e controle através de: 
Controle de contaminação da água;
Saneamento básico;
Tratamento de esgoto.
Imunização:
I - Imunização Ativa: Através da vacina Havrix só contra hepatite A e Twinrix (HAV e HBV) = conjugada contra hepatite A e hepatite B.
II - Imunização Passiva: Através da administração de imunoglobulinas para indivíduos que não possam fazer a vacinação (imunossupressão, imunodeprimidos).
Hepatite A
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Hepatite B
A Hepatite B é causada pelo vírus HBV, um vírus de DNA (circular de fita dupla parcial) e envelopado da Família Hepdnavirus.  
Apresenta nucleocapsídeo icosaédrico (simetria) e antígenos de superfície conhecidos principalmente no envelope viral, inclusive o HBsAg ou antígeno HBs que significa de superfície (envelope) de vírus da Hepatite B.
A transmissão da Hepatite B ocorre por via sexual, parenteral (sangue) ou perinatal (vertical).
O período de incubação é considerado longo: de 45 a  180 dias.
Há indivíduos que são totalmente assintomáticos até os que apresentam como sintomas iniciais: Artralgias , Artrites, Glomerulonefrite e quadros de vasculite (devidas principalmente às reações antígeno x anticorpo).
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Atenção: Parte dos indivíduos acometidos pela Hepatite B pode se tornar portador crônico (quando se acham partículas virais – detectadas pela presença dos antígenos virais HBsAgHbe – até seis meses ou mais após o contágio).   A cronicidade pode evoluir para o desenvolvimento de sequelas, que vão da cirrose ao carcinoma hepatocelular.
Na infecção neonatal (perinatal), cerca de 90% dos neonatos infectados evoluem para se tornar portadores crônicos, com grande prejuízo da qualidade de vida e, geralmente, com necessidade de transplante hepático.
O diagnóstico é realizado por:
I - Sinais Clínicos: Fraqueza; Falta de apetite; Náusea; Febre; Dor abdominal; Icterícia; Urina escura (obs.: às vezes ausentes – infecção assintomática).
Hepatite B
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II - Provas Bioquímicas: Níveis elevados de transaminases; Bilirrubina; Lactatodesidrogenase (LD).
III – Marcadores sorológicos - Anticorpos: anti-HBs, anti-HBe e anti-HBc  -  Antígenos virais: Ag HBs e  Ag Hbe
A prevenção da Hepatite B é realizada através da vacinação (imunização ativa) com a vacina Engerix B, uma vacina segura obtida através da tecnologia do DNA recombinante. A vacinação é realizada com três doses, sendo a primeira, atualmente, administrada já na maternidade. 
 Todos os profissionais da área de Saúde devem necessariamente proceder a imunização e a verificação de sua eficiência através da Sorologia para Hepatite B.
Hepatite B
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Hepatite C
A Hepatite C é causada pelo vírus HCV, que é um vírus constituído de RNA de fita simples, sendo um vírus envelopado. 
O nucleocapsídeo apresenta simetria icosaédrica e esse vírus pertence à Família Flavivírus (família à qual pertence também o vírus do dengue).  
O vírus HCV é detectado em provas sorológicas por antígenos presentes no envelope viral, denominados E1 e E2.
A transmissão da Hepatite C ocorre por: via sexual, parenteral (sangue) ou vertical (perinatal).
O período de incubação é considerado longo: de 60 a  120 dias.
A maioria dos casos de infecção por HCV é inicialmente assintomática o que nos leva a sugerir fortemente a utilização de preservativos nos contatos sexuais e o máximo cuidado no manuseio de equipamentos perfurocortantes, uma vez que eles podem ser veículo de contaminação por sangue. 
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O índice de cronicidade é alto (persistência dos antígenos virais após seis meses ou mais depois do contágio), chegando a 50%. 
A cronicidade pode evoluir para o desenvolvimento de sequelas, que vão da cirrose ao carcinoma hepatocelular.
A hepatite C apresenta uma distribuição mundial: parte dos afetados foi contaminada em bancos de sangue devido ao fato de, antes de 1992 o vírus HCV não era conhecido e portanto, era veiculado através de transfusões de sangue.  
 Outra parcela dos afetados se contaminou por pertencer a um determinado grupo de risco: usuários de drogas injetáveis que compartilhavam seringas e agulhas
Devemos ressaltar para os Profissionais de Saúde a importância da necessidade de elevar ao padrão máximo o cuidado com os acidentes com perfurocortantes, pois ainda não há imunização (vacinação) disponível.
Hepatite C
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Conclusão da aula:
Percebe-se hoje que todas as doenças, transmitidas por vírus ou por qualquer outro tipo de organismo, está relacionada a falta de higiene e com o mínimo de saneamento. 
Aqui incluímos a relação sexual como um potencial fator contaminante, por isso use sempre preservativo!
Quem vê cara, não vê vírus.....
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 Algumas das viroses mais importantes;
 As características próprias de infecções virais;
 Os diferentes mecanismos de contágio existentes para os variados tipos de hepatites virais.
Nesta aula vimos:
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