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A FIGURA COMPLEXA DE REY.pdf

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MIP em Psicologia / Clínica / Métodos de Diagnóstico e Orientação em Psicologia I 1 
2007 / 2008 Mestre Ana Pina Martins 
A FIGURA COMPLEXA DE REY - OSTERRIETH 
DESCRIÇÃO 
Este teste, que permite havaliar as capacidades de organização visuo-espacial 
(percepção) e o planeamento e desenvolvimento de estratégias relacionadas, foi criado 
por Rey em 1941 e desenvolvido por Osterrrieth em 1944. O objectivo consiste em 
compreender se a existência de transtornos mnésicos se deve a uma desorganização 
perceptiva, por isso, antes de se pedir a reprodução da figura, comprova-se se o 
paciente chegou a captar a sua organização gráfica de forma inteligível. 
André Rey, apresentou uma prova que visa essencialmente avaliar a 
organização mental bem como a percepção e memoria visuais de indivíduos a partir 
dos 4 anos. 
A prova apresentada consiste em copiar um desenho com ausência de 
significado evidente (repetindo-se depois o processo por memória), fácil realização 
gráfica e estrutura de conjunto suficientemente complicada de forma a implicar uma 
actividade perceptiva analítica e organizadora, e posterior reprodução. Na prova, 
valoriza-se o nível de organização, a exactidão, e o tempo empregue ne execução da 
cópia. 
Consoante a pontuação obtida na copia e reprodução de memoria, pode-se 
analisar o tipo de copia do individuo, o seu percentil relativamente a população 
portuguesa por exemplo; verificar qualquer dificuldade de memoria ou algum desvio da 
norma, etc. 
Avalia a capacidade de organização perceptivo-motora, a atenção e a memória 
visual. É uma prova bastante utilizada em contexto clínico, mais propriamente na 
avaliação da estrutura espacial e da organicidade dos défices manifestados. 
Apresenta duas figuras, A e B, das quais a figura B deve ser aplicada a crianças 
com idades compreendidas entre os 4 e os 8 anos, ou adultos com suspeita grave de 
MIP em Psicologia / Clínica / Métodos de Diagnóstico e Orientação em Psicologia I 2 
2007 / 2008 Mestre Ana Pina Martins 
degradação mental, e a figura A que deve ser aplicada a indivíduos com idades 
superiores a 5 anos. 
 
Figura A 
 
 
Figura B 
Assim, a Figura Complexa de Rey é uma figura geométrica complexa composta 
por um retângulo grande, com sectores horizontais e verticais, duas diagonais, e 
detalhes geométricos adicionais, dentro e fora do retângulo grande. 
MIP em Psicologia / Clínica / Métodos de Diagnóstico e Orientação em Psicologia I 3 
2007 / 2008 Mestre Ana Pina Martins 
A aplicação do teste é simples, mas a avaliação e a interpretação de resultados 
é um pouco mais complexa. 
TEMPO DE APLICAÇÃO 
Mais ou menos 10 minutos. 
MATERIAL 
Deve-se dispor de: 
• Alguns lápis de cores diferentes (lápis de minas bem afiadas, meia dúzia 
bastam); 
• Duas folhas de papel branco A5 (das quais uma não deve estar visível); 
• Folha do Modelo da Figura (que se encontra na última página deste 
documento); 
• Folha de Cotação da Figura (que se encontra na penúltima página deste 
documento); 
• Manual (para proceder às cotações e cálculo dos percentis); 
• Cronómetro para medir os tempos de execução. 
É preferível utilizar os lápis de cor em vez de canetas de pontas de feltro, já que 
estes premitem ainda conhecer aspectos como a tonicidade e a tensão corporal postas 
no movimento ao realizar o traçado. 
 
 
MIP em Psicologia / Clínica / Métodos de Diagnóstico e Orientação em Psicologia I 4 
2007 / 2008 Mestre Ana Pina Martins 
PROCEDIMENTO 
Reprodução por Cópia 
O modelo da figura a apresentar ao sujeito examinado está impresso numa folha 
de papel de formato A5, que deve ser colocada horizontalmente, sobre a mesa, em 
frente do sujeito. Dá-se-lhe uma folha de papel branco de dimensões iguais. O sujeito 
poderá, caso queira, mover a sua folha de papel, mas não pode mover a folha do 
modelo (contido isto não deve ser dito para não induzir esse comportamento). 
Pede-se ao examinando para copiar a figura, o melhor e o mais depressa que 
puder. Ao mesmo tempo que isto se pede, entrega-se um dos lápis de cor ao sujeito. 
Assim que ele começa a desenhar começa-se a contar o tempo. 
Muda-se o lápis cada vez que o sujeito desenha cada uma das estruturas 
gráficas que compõem a figura. Faz-se isto estendendo-lhe o novo lápis e retirando 
activamente o anterior, e evita-se qualquer tipo de conversa pois o tempo está a ser 
cronometrado. 
Cada vez que se retira um lápis, deve colocar-se à parte, conservando a ordem 
pela qual foram retirados. Cada lápis usado não se volta a dar ao sujeito. O objectivo 
disto é o de se puder identificar a sequência de cores usadas, ou seja, por onde este 
começou o seu desenho, o que desenhou primeiro, a seguir, etc, para podermos 
depois caracterizar o Tipo de Execução. 
Se, usados os lápis de que se dispõem, o examinado ainda não tiver concluido a 
figura, não se retira o último lápis, premitindo-se que conclua o seu desenho com essa 
mesma cor. 
Escreve-se nessa folha a palavra ‘Cópia’, para se poder diferençar da execução 
seguinte. Anota-se também o nome do sujeito e a idade (é útil que a data de 
nascimento seja já um dado conhecido aquando da realização das entrevistas iniciais). 
Coloca-se a data em que a prova está a ser realizada. 
MIP em Psicologia / Clínica / Métodos de Diagnóstico e Orientação em Psicologia I 5 
2007 / 2008 Mestre Ana Pina Martins 
Tempo de intervalo 
Quando este acaba de desenhar desliga-se o cronómetro e vê-se o Tempo de 
Execução, que deve ser anotado na folha em que o sujeito desenhou. 
Retiram-se imediatamente da frente do sujeito o modelo e a folha, tendo o 
cuidado de os guardar não deixando a figura à vista. 
Ao mesmo tempo conta-se discretamente 3 minutos pelo relógio (o objectivo é 
iniciar ao fim desse tempo a reprodução por memória). Com os lápis que estão de lado, 
sempre respeitando a ordem pela qual foram retirados, faz-se um pequeno risco com 
cada um num dos cantos dessa folha (para mais tarde se saber a ordem em que foram 
usados). 
Incia-se então com o sujeito uma pequena conversa adequada ao 
preenchimento dos 3 minutos que entretanto estão a ser contados. Muitas vezes esta 
faz algum comentário sobre o desenho que realizou, ou sobre as suas capacidades 
para o desenho. Deve ter-se em conta que o tipo de conversa a manter nesse 
momento não deve prejudicar a interrupção que dali a momentos se vai ter de fazer, 
evitando por isso algum assunto mais implicativo. 
Reprodução por Memória Imediata 
Ao fim dos 3 minutos interrompe-se a conversa, e sem aviso prévio, coloca-se 
rapidamente sobre a mesa uma nova folha brancoa formato A5 (esta deve também ser 
posta horizontalmente à frente do sujeito). 
Pede-se-lhe agora que desenhe a figura que desenhou há pouco, o melhor que 
souber e o mais depressa que puder. Se o sujeito comentar que não se lembra ou não 
sabe diz-se que faça o melhor que puder. Não se alimentam conversas de forma a não 
prolongar mais o tempo de intervalo. 
Proce-se enão como da primeira vez, a diferença é que agora a folhado modelo 
já não é mostrada ao sujeito e ele deve reproduzir a figura conforme se lembrar. 
MIP em Psicologia / Clínica / Métodos de Diagnóstico e Orientação em Psicologia I 6 
2007 / 2008 Mestre Ana Pina Martins 
Ao entregar os lápis a ordem pela qual se vão dando as cores não deve ser a 
mesma que se usou da primeira vez, para evitar que isso possa auxiliar a 
memorização. 
Anotam-se também na folha o Tempo de Execução e a ordem pela qual as cores 
foram usadas. Escreve-se a palavra ‘Memória’, o nome do sujeito e a idade. Coloca-se 
também a data em que a prova está a ser realizada. 
Reprodução por Memória Tardia 
Quando a memória tardia também é avaliada, solicita-se ao examinando que 
reproduza a figura novamente após 30 minutos. Neste caso o examinador deve estar 
atento para não utilizar outros testes com memorização de figuras no intervalo entre a 
aplicação da memória imediata e da memória tardia. 
O procedimento é idêntico ao anterior, escrevendo-se agora na folha ‘Memória 
Tardia’. 
COTAÇÃO (Pontos) 
Utiliza-se a Folha de Cotação da Figura (que se encontra na última página deste 
documento). 
A cotação dos Pontos faz-se de acordo com as instruções do Manual, e a 
atribuição de pontos tem a ver com a correcção da execução, tal que: 
• A um elemento da figura que está correcta e completamente desenhado e 
que se encontra no sítio certo atribui-se o maior número de pontos; 
• A um elemento da figura que está correcta e completamente desenhado 
mas que se encontra no sítio errado, bem como a um elemento que está 
incorrecta ou incompletamente desenhado mas que se encontra no sítio 
certo, atribui-se um menor número de pontos; 
MIP em Psicologia / Clínica / Métodos de Diagnóstico e Orientação em Psicologia I 7 
2007 / 2008 Mestre Ana Pina Martins 
• A um elemento que está ausente da figura atribui-se 0. 
Assim, atribuiem-se pontos conforme os seguintes casos: 
• Figura correcta: 
o Bem colocada – 2 pontos 
o Mal colocada – 1 ponto 
• Distorcida ou incompleta, mas reconhecível: 
o Bem colocada – 1 ponto 
o Mal colocada – ½ ponto 
• Ausente ou irreconhecível – 0 pontos 
Desta forma, para o total dos 18 elementos que compõem a figura, o número 
mínimo de pontos que se pode obter é 0, e o número máximo é 36. 
A atribuição dos pontos, de forma a cotar segundo os elementos da figura se 
encontram correcta ou incorrectamente reproduzidos, bem ou mal colocados, faz-se 
tendo em atenção os elementos que compõem a figura e que estão assinalados (a 
cores) na tabela abaixo. 
Elementos que Compõem a Figura Complexa de Rey 
1 2 3 
4 5 6 
MIP em Psicologia / Clínica / Métodos de Diagnóstico e Orientação em Psicologia I 8 
2007 / 2008 Mestre Ana Pina Martins 
7 8 9 
10 11 12 
13 14 15 
16 17 18
 
 
ANÁLISE 
 
A análise da Figura Complexa de Rey resulta da síntese integrada de todos 
estes aspectos. 
1. Verbalizações, Corporalidade e Comportamentos (aspectos qualitativos do 
comportamento do examinado durante a situação de prova); 
MIP em Psicologia / Clínica / Métodos de Diagnóstico e Orientação em Psicologia I 9 
2007 / 2008 Mestre Ana Pina Martins 
2. Qualidade da Reprodução - Através da análise percentílica dos Pontos (Cópia 
e Memória). Este aspecto deve sempre ser apreciado em conjunto com o seguinte, 
reflectindo a clareza de análise e síntese espaço-perceptivas, associadas à capacidade 
gráfica de execução motora fina; 
3. Rapidez de Reprodução - Através da análise percentílica dos Tempos de 
Execução (Cópia e Memória). Tal como o anterior, este aspecto deve sempre ser 
apreciado em conjunto com esse, sendo sensível a aspectos comportamentais tais 
como situações de impulsividade, meticulusidade ou perciosismo; 
4. Relação entre a Qualidade e a Rapidez da Reprodução - Entre os percentis 
dos Pontos e dos Tempos - (Cópia e Memória)), como compreensão da adequação aos 
padrões do desenvolvimento grafo-perceptivo relativos às várias faixas etárias; 
5. Relação entre a Cópia e a Memória – Entre os parâmetros acima 
mencionados, nas figuras executadas nas duas partes do teste. Detecta factores tais 
como capacidades de atenção atenção, análise,, e estruturação perceptiva, e perdas 
do rendimento mnésico de cariz patológico; 
6. Estratégias de Organização da Informação Perceptiva (Função Executiva) - 
Através dos Tipos de Reprodução, como formas perceptivas de aceder à adequação 
do desenvolvimento genético-evolutivo; 
7. Projecção Corporal - Através da organização do desenho na folha de papel 
com implicação das coordenadas espaciais que estruturam o corpo próprio, tendo em 
atenção os aspectos ligados à organização dos elementos: esquerda/direita, 
interior/exterior, em cima/em baixo, como formas de aceder à projecção de uma 
delimitação corporal, do espaço, e da lateralidade; 
8. Tipo de Erros de Execução – Através das deformações primitivas, como 
formas de detecção de organicidade ou psicopatologia. 
 
MIP em Psicologia / Clínica / Métodos de Diagnóstico e Orientação em Psicologia I 
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2007 / 2008 Mestre Ana Pina Martins 
1 . Verbalizações, Corporalidade e Comportamentos 
Aspectos do comportamento do sujeito, no decorrer da prova, que se analisam 
em conjunto com os restantes resultados. Assim, entre outros aspectos, deve-se 
prestar atenção aos seguintes elementos: 
• Comentários, exclamaçóes, perguntas, e outras verbalizações; 
• Postura física (mais ou menos propícia à facilitação dos movimentos ao 
desenhar); 
• Tensão muscular (mais ou menos facilitadora e que informa sobre a 
facilitação dos movimentos ao desenhar); 
• Coordenação motora fina (grau de habilidade na coordenação inter-
digital que influencia o processo de escrita); 
• Lateralidade (que informa sobre a mão dominante na escrita – 
lateralidade de uso); 
• Presença de sincinéias de imitação (movimentos contra-laterais 
parasitas que se apresentam durante a escrita e estão associados a 
imaturidade psicomotora); 
• Outros comportamentos (podem informar sobre aspectos emocionais ou 
projectivos, e devem ser examinados em relação aos restantes elementos 
concomitantes com o momento em que estes se manifestaram). 
 
2 . Qualidade da Reprodução (Cópia e Memória) 
Faz-se através da observação dos percentis (que se encontram por observação 
da tabela constante do Manual, e que estão construidos em relação às diversas idades 
– a partir dos 4 anos). Assim: 
MIP em Psicologia / Clínica / Métodos de Diagnóstico e Orientação em Psicologia I 
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2007 / 2008 Mestre Ana Pina Martins 
• Um percentil igual a 50 corresponde à média. Um resultado a que 
corresponda o percentil 50 é um resultado de qualidade média; 
• Um percentil inferior a 50 corresponde a um resultado inferior à média, 
portanto, um resultado de qualidade inferior; 
• Um percentil superior a 50 corresponde a um resultado superior à 
média, portanto, um resultado de qualidade superior. 
3. Rapidez da Reprodução(Cópia e Memória) 
Faz-se faz-se também através da observação dos percentis (que se encontram 
também por observação da tabela respectiva, constante do Manual, e que estão 
construidos em relação às diversas idades – a partir dos 4 anos). Assim: 
• Um percentil igual a 50 corresponde à média. Um tempo a que 
corresponda o percentil 50 é um resultado que se encontra dentro da 
média; 
• Um percentil inferior a 50 corresponde a um resultado inferior à média, 
portanto, o sujeito demorou-se muito tempo a executar a figura, foi muito 
lento; 
• Um percentil superior a 50 corresponde a um resultado superior à 
média, portanto, o sujeito demorou-se pouco tempo a executar a figura, 
foi muito rápido. 
4. Relação entre a Qualidade e a Rapidez da Reprodução (Cópia e 
Memória) 
Faz-se através da comparação dos percentis (anteriormente encontrados e 
analisados). Assim, pode acontecer: 
MIP em Psicologia / Clínica / Métodos de Diagnóstico e Orientação em Psicologia I 
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2007 / 2008 Mestre Ana Pina Martins 
• Boa Qualidade e Rapidez de Execução – São os resultados de melhor 
nível; 
• Boa Qualidade e Lentidão de Execução – Pode ser devida a 
meticulosidade, perfeccionismo e/ou a aspectos defensivos de carácter 
rígido; 
• Má Qualidade e Rapidez de Execução – Pode ser devida a 
impulsividade, impaciência, dispersão da atenção, ou dificuldade de 
concentração. 
• Má Qualidade e Lentidão da Execução – Pode ser devida a dificuldades 
perceptivas ou de execução perceptiva. 
 
 5. Relação entre a Cópia e a Memória 
Cópia e Memória de boa qualidade – A situação mais desejável, nos 
paraâmetros da normalidade, tanto melhor quanto melhor for a qualidade e a rapidez 
da execução. 
Cópia melhor que a Memória – Indica dificuldades de memorização que devem 
ser integradas em conjunto com os outros aspectos já analisados, devendo ser 
prestada uma atenção especial à capacidade de atenção e concentração do sujeito. 
Assim, a elaboração perceptiva pode ser insuficiente por falta de conhecimentos 
e de métodos podendo destinguir-se, entre os sujeitos carentes de instrução, os que 
apresentam perturbações precoces do desenvolvimento intelectual, e aqueles em que 
se pode supor uma diminuição da capacidade de elaboração perceptiva, já que 
anteriormente eram capazes de um nível de actividade normal. Noutros casos, é 
especificamente a reprodução de memória que está alterada, podendo aí falar-se em 
déficit mnésico. 
MIP em Psicologia / Clínica / Métodos de Diagnóstico e Orientação em Psicologia I 
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2007 / 2008 Mestre Ana Pina Martins 
 
6. Estratégias de Organização Perceptiva (Função Executiva) - 
Tipo de Reprodução 
Osterrieth analisou os desenhos de acordo com o método utilizado pelo paciente 
para desenhar, bem como erros de cópia específicos. Considerando a rapidez da cópia 
e a precisão dos resultados, identificou 7 tipos diferentes de formas do sujeito realizar a 
figura: 
 
 
 
1) Tipo I - Construção sobre a Estrutura - O sujeito começa pelo retângulo 
principal e os detalhes são adicionados em relação a este; 
 
Exemplo 1 – Construção sobre a Estrutura 
 
 
 
 
MIP em Psicologia / Clínica / Métodos de Diagnóstico e Orientação em Psicologia I 
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2007 / 2008 Mestre Ana Pina Martins 
 
 
2) Tipo II - Detalhes englobados na Estrutura (Tipo Intermédio) - O sujeito 
inicia com um detalhe ligado ao retângulo principal, ou faz o retângulo incluindo nele 
um outro detalhe e depois termina a reprodução do retângulo; 
 
Exemplo 2 – Detalhes Englobados na Estrutura 
 
 
3) Tipo III - Contorno Geral da Figura - O sujeito começa com o contorno geral 
da figura, sem diferenciar o retângulo central e então adiciona os detalhes internos; 
 
Exemplo 3 – Contorno Geral da Figura 
 
MIP em Psicologia / Clínica / Métodos de Diagnóstico e Orientação em Psicologia I 
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2007 / 2008 Mestre Ana Pina Martins 
 
 
4) Tipo IV - Justaposição de Detalhes - O sujeito realiza justaposição de 
detalhes um a um, sem uma estrutura organizada; 
 
Exemplo 4 – Justaposição de Detalhes 
 
 
 
5) Tipo V - Detalhes sobre Fundo Confuso - O sujeito copia partes do desenho 
sem nenhuma organização; 
 
Exemplo 5 – Detalhes sobre Fundo Confuso 
 
MIP em Psicologia / Clínica / Métodos de Diagnóstico e Orientação em Psicologia I 
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2007 / 2008 Mestre Ana Pina Martins 
 
 
 
6) Tipo VI - Redução a um Esquema Familiar - O sujeito substitui o desenho 
por um objeto semelhante, tal como um barco ou uma casa, ou uma figura humana; 
 
Exemplo 6 – Redução a um Esquema Familiar 
 
 
7) Tipo VII - Reprodução Irreconhecível / Garatuja - O desenho é uma 
garatuja, na qual não se reconhecem os elementos do modelo. 
 
Exemplo 7 – Reprodução Irreconhecível / Garatuja 
 
MIP em Psicologia / Clínica / Métodos de Diagnóstico e Orientação em Psicologia I 
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2007 / 2008 Mestre Ana Pina Martins 
 
Tipos de Reprodução por Idades: 
Os Tipos de Reprodução evoluem, segundo Osterrieth, ao largo de três etapas: 
• Na primeira etapa, aos 4 anos, domina o tipo V, aparecendo o IV como 
secundário. A percepção é global e sintética; 
• Na segunda etapa, entre os 5 e os 11 anos, domina o tipo IV, 
acompanhado de elementos infantis, tais como deformações por 
interpretação, desestruturação, repetições, confusões, simplificações, 
insuficiente execução gráfica, e outras manifestações infantis. Até aos 7 
anos, aparece como secundário tipo III, e, a partir daí, o I e o II; 
• A terceira etapa, a partir dos 10, 12 anos, aparecem apenas como 
dominantes reproduções do tipo I e II, surgindo o tipo IV como secundário. 
 
 
Adultos - Na amostra de Osterrieth, 83% dos sujeitos do grupo controle de 
adultos seguiram os procedimentos do Tipo I e II, 15% o Tipo IV e nenhum usou o Tipo 
III. 
 
Crianças - Acima dos 7 anos, nenhuma criança utilizou os Tipos V, VI e VII, e a 
partir dos 13 anos, mais da metade das crianças seguiram os Tipos I e II. Nenhuma 
criança ou adulto produziu o tipo VII. 
 
 
MIP em Psicologia / Clínica / Métodos de Diagnóstico e Orientação em Psicologia I 
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2007 / 2008 Mestre Ana Pina Martins 
 
7. Projecção Corporal 
A organização do desenho sobre a folha de papel implica a utilização das 
coordenadas espaciais que estruturam o corpo próprio. 
Assim, ter-se-á atenção às organizações que implicam estas coordenadas: 
 
 
• Esquerda / Direita – Implicam a lateralidade do sujeito: 
o Em relação a si próprio – Observar a correcção da 
correspondência entre os elementos da figura que se encontram à 
esquerda e à direita, no modelo e na reprodução; Observar a 
ordem da reprodução (através da ordem das cores utilizadas) dos 
diversos elementos – da esquerda para a direita, ou dadireita para 
a esquerda; 
 
o Em relação ao outro – Observar se a reprodução da figura é 
executada correctamente ou em espelho. A esta característica – 
Reprodução em Espelho – está geralmente associada a 
reprodução do tipo IV, a Justaposição de Detalhes. Nestes casos, 
muitas vezes, o sujeito desenha também os elementos da figura, 
da direita para a esquerda. 
MIP em Psicologia / Clínica / Métodos de Diagnóstico e Orientação em Psicologia I 
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2007 / 2008 Mestre Ana Pina Martins 
 
 
Exemplo de Reprodução em Espelho 
 
• Interior / Exterior – Existência de delimitação entre o interno e o externo. 
Importância das reproduções com ou sem contornos fechados, e à 
organização dos elementos da figura que pode chegar a apresentar-se 
caótica, reflectindo estes aspectos características associadas às da 
integridade ou dispersão/fragmentação da imagem corporal. 
• Em cima / em baixo – Associada às características da reprodução em 
espelho. 
 
MIP em Psicologia / Clínica / Métodos de Diagnóstico e Orientação em Psicologia I 
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2007 / 2008 Mestre Ana Pina Martins 
 
8. Tipo de Erros de Execução 
Devem ser analisadas as formas pelas quais o sujeito errou na reprodução da 
figura, tendo em conta categorias mais frequentes de erro verificadas na execução da 
prova, normais na infância mas com características patológicas numa progressão 
etária, conhecidas como deformações primitivas. 
É importante relacionar as deformações com os restantes aspectos da análise 
da figura, com o propósito de aferir do seu grau de normatividade, psicopatologia, ou 
organicidade (possíveis danos neurológicos). 
O critério mais lato é o da normalidade do aparecimento de deformações nos 
traçados de crianças pequenas, variando a severidade da patologia em função directa 
da desestruturação da figura, com associação de características psicopatológicas à 
multiplicidade de elementos interpretativos associados; aspectos instrumentais 
relacionados com imaturidade gráfica ou dificuldades de lateralização; aspectos de 
déficit cognitivo relacionados com simplificações; e características de organicidade 
associadas a rotações ou perseveração de elementos, traçados trémulos ou 
inacabados, ou dispersão de elementos sofrivelmente reproduzidos enquanto formas 
individuais mas caoticamente dispostos no conjunto do traçado. 
 
Deformações Primitivas: 
1. Deformação por interpretação – Detalhes da figura completados 
conforme a interpretação do sujeito; 
2. Deformação por ausência de estruturação – Acumulação caótica de 
formas vagas, que podem contudo apresentar-se dentro de uma linha fechada, 
podendo alguns detalhes estar situados fora da figura; 
MIP em Psicologia / Clínica / Métodos de Diagnóstico e Orientação em Psicologia I 
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2007 / 2008 Mestre Ana Pina Martins 
3. Deformação por repetição – Repetição estereotipada de um elemento 
da figura; 
4. Deformação por faltas de atenção – Confusão total ou parcial de uns 
elementos da figura com outros, elementos colocados de forma invertida, rotação de 
elementos, zonas parciais de elementos da figura que se intersectam simplificando e 
confundindo o todo; 
5. Deformação por simplificação – Execução reducionista do desenho que 
é reduzido a uma figura simples, com escamoteação, alteração ou ausência de alguns 
dos seus elementos; 
6. Deformação por falta de competência gráfica – Aspecto distorcido da 
figura provocado por tentativas de correcção da forma ou das posições relativas dos 
elementos da figura que executou. 
7. Deformação por tendência para a simetria – Distorção, repeticção ou 
escamoteação de elementos da figura, devida a uma alteração do traçado geral 
conducente à simetria do conjunto. 
__________________ 
NOTA – A síntese de todos os elementos avaliativos desta prova não deve ser 
esquecida, pois é a sua integração que permite a correcta contribuição para o 
diagnóstico do paciente, bem como para o prognóstico final. 
Assim, por exemplo, no caso de uma criança de 12 anos, em que a correcção da 
reprodução por cópia seja abaixo da média (percentil 40), e a da memória se situe num 
nível ainda inferior (percentil 15), se o tipo de reprodução empregue for de um nível 
mais elevado em termos de organização grafo-perceptiva (tipo III), este último facto 
permite um prognóstico mais favorável, mesmo em face dos elementos anteriores. Não 
MIP em Psicologia / Clínica / Métodos de Diagnóstico e Orientação em Psicologia I 
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2007 / 2008 Mestre Ana Pina Martins 
esquecer, no entanto, que os dados que esta prova fornece para a avaliação devem 
ser também, por sua vez, integrados na restante avaliação a que se houver procedido, 
e que esta ganha sentido como resposta às hipóteses diagnósticas formuladas perante 
a história do paciente até aí elaborada. 
MIP em Psicologia / Clínica / Métodos de Diagnóstico e Orientação em Psicologia I 
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2007 / 2008 Mestre Ana Pina Martins 
Figura Complexa de Rey 
Folha de Cotação 
Nome: 
__________________________________________________________________ 
Data do Nascimento: ___ / ___ / ___ Data do Exame: ___ / ___ / ___ Idade: _____ 
CÓPIA MEMÓRIA 
Pontos: 
Total : _________ 
Percentil: _______ 
Tempo: 
Total : _________ 
Percentil: _______ 
Pontos: 
Total : _________ 
Percentil: _______ 
Tempo: 
Total : _________ 
Percentil: _______ 
Tipo de Reprodução: _______________________ Tipo de Reprodução: _______________________ 
 
 
 
 
 
Pontos Cópia Pontos Memória 
1 1 
2 2 
3 3 
4 4 
5 5 
6 6 
7 7 
8 8 
9 9 
10 10 
11 11 
12 12 
13 13 
14 14 
15 15 
16 16 
17 17 
18 18 
Total Total 
MIP em Psicologia / Clínica / Métodos de Diagnóstico e Orientação em Psicologia I 
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2007 / 2008 Mestre Ana Pina Martins

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