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Prévia do material em texto

Prof. Frederico César do Carmo 1
 
 
MANUAL DO ENTREVISTADOR 1 
 
 
I. Introdução 
 
1. De que trata este estudo? Qual é a sua finalidade? 
 
É essencial que você dê ao entrevistado uma explicação breve e correta sobre a finalidade da pesquisa. 
Lembre-se que esta é a primeira coisa que você vai dizer a ele, ao solicitar a entrevista. É possível que a 
maioria das pessoas concorde em conceder a entrevista sem maiores preocupações quanto a quem a 
patrocina ou quanto a sua finalidade. Muitas, porém, desejarão ter tal informação antes de concedê-la. 
Algumas inclusive, terão de ser persuadidas, e para isso você irá lançar mão dessa informação inicial e 
básica (sem cometer impertinências, obviamente: algumas pessoas se recusarão, pura e simplesmente. 
Nesse caso, agradeça a atenção de maneira séria e cordial, e passe adiante). 
 
A finalidade do estudo é puramente científica. Os resultados serão apresentados de maneira geral, sem 
referência a qualquer entrevista específica. As respostas do entrevistado serão confidenciais. Não 
haverá identificação dele no questionário. 
 
Compreendemos que a entrevista irá tomar algum tempo do entrevistado, e agradecemos sua 
colaboração. Há casos em que a pessoa sorteada expressa certo desconforto em relação à entrevista, 
não porque não deseje concedê-la, mas simplesmente porque imagina não saber as respostas “certas”. 
Explique-lhe que não há questão de certo ou errado nesta pesquisa: que desejamos saber como ele 
pensa, se tem ou não interesse em determinados assuntos, e assim por diante. Há também casos em 
que a pessoa concede rapidamente a entrevista imaginando tratar-se de alguns sorteio do tipo “baú da 
felicidade”. Diga-lhe também, quando for o caso, que não se trata disso. 
 
2. Algumas Observações Gerais e Absolutamente Básicas 
 
Nenhuma pesquisa pode ser boa se a coleta dos dados for inadequada ou pouco cuidadosa. Não 
adianta ter excelentes idéias e hipóteses, se os dados são ruins, se sua demonstração é feita com base 
em informações coletadas de qualquer maneira, em informações distorcidas ou simplesmente erradas. 
Para um estudo como este que estamos fazendo, o trabalho do entrevistador é crucial. 
 
Existem dois grandes tipos de erro em pesquisas por entrevista. 
 
O primeiro tipo de erro surge quando o entrevistador não segue fielmente as instruções para a seleção 
de pessoas a serem entrevistadas. A lista de setores do município e os procedimentos para a seleção 
foram elaborados tendo em vista garantir a representatividade da amostra, ou seja, garantir a validade 
da afirmação de que tudo o que é observado na amostra é verdadeiro para a população adulta como um 
todo. É evidente que essa afirmação não será válida se o entrevistador começar a substituir os sorteios 
por pessoas “mais acessíveis”, seja qual for a razão dessa acessibilidade. 
 
O segundo tipo de erro tem origem no próprio trabalho do entrevistador. Lembre-se que a entrevista só é 
possível na medida que se estabelece uma relação especial entre entrevistador e entrevistado. O 
entrevistado concede a entrevista, deixa que lhe tomemos certo tempo, permite que lhe façamos uma 
série de perguntas que ele não necessariamente está a fim de responder, e ainda por cima numa ordem 
predeterminada. 
 
Para que a entrevista seja realizada e seja de boa qualidade, a relação mencionada deve pautar-se por 
dois critérios principais: a confidencialidade e a objetividade. 
 
1 Do original da profa. Maria Cláudia de Azevedo Leite do Departamento de Ciências Sociais da UFJf e hoje 
colaboradora da Universidade de Michigan nos EEUU. 
 Prof. Frederico César do Carmo 2
 
 
a) Confidencialidade tem a ver com o fato de que o entrevistado irá relatar uma série de coisas a uma 
pessoa que ele não conhece. É óbvio que ele só o fará de maneira sincera se estiver razoavelmente 
convencido de que está lidando com pessoas e instituições sérias, decentes, confiáveis e responsáveis. 
Você lhe dirá que as respostas serão tratadas de maneira absolutamente confidencial, sem qualquer 
referência a pessoas específicas. Contudo, ele aceitará ou não essa garantia dependendo da impressão 
inicial que lhe dê o entrevistador. É portanto essencial que você saiba estabelecer desde o início uma 
relação adequada, baseada na cordialidade de tratamento, no respeito mútuo, e até mesmo na simpatia. 
Não se esqueça, porém, de que a simpatia pode interferir com o segundo critério, que é o da 
objetividade. 
 
b)Objetividade significa fundamentalmente que o entrevistador não deve influenciar, por quaisquer 
meios, as respostas do entrevistado. Você não pode comentá-las, nem negá-las, nem confirmá-las, e 
nem pré-direcioná-las. Não deve sequer “adivinhá-las”, isto é, mesmo que as considere mais ou menos 
previsíveis, não deve fazer a pergunta displicentemente, “só para confirmar”, por que na maioria dos 
casos você poderá estar realmente pré-direcionando o que o entrevistado vai dizer. 
 
Em outras palavras, o entrevistador, embora mantendo uma relação cordial e mesmo simpática, deve 
ser um agente neutro que registra com a máxima fidelidade e o máximo de detalhe o que o entrevistado 
diz (mantidas, naturalmente, a estrutura e a seqüência do questionário). 
 
Vamos insistir um pouco mais no assunto. A influência do entrevistador sobre as respostas do 
entrevistado pode manifestar-se de várias maneiras. Por exemplo: sugerindo uma resposta que você, 
entrevistador, considere mais correta ou mais desejável. Um caso deste tipo de influência, sutil porém 
muitíssimo freqüente, é a sugestão de uma resposta que você, entrevistador onisciente, acha mais 
adequada para a pessoa que está entrevistando. Compenetre-se de que isso prejudica enormemente a 
pesquisa e deve ser evitado a todo custo. 
 
Há outras maneiras, também muito sutis, de influenciar o conteúdo da entrevista. Todos os 
entrevistadores terão obviamente um nível educacional muito superior à média da população. Ao 
entrevistar uma pessoa analfabeta, por exemplo, haverá quase sempre uma forte tendência a que se 
estabeleça uma relação de deferência. Se você não tiver consciência disso e entrar no jogo, toda a 
entrevista será prejudicada. Na presença de uma pessoa de nível universitário, a pessoa entrevistada 
poderá, num caso como o mencionado, responder “sim” a tudo que lhe for perguntado, ou dar aquelas 
respostas que ela considera sejam as que você quer ouvir. Boa entrevista é portanto aquela em que o 
entrevistador mantém um equilíbrio adequado entre cordialidade e simpatia, de um lado, e neutralidade, 
de outro. A seção como entrevistar lhe dará mais algumas instruções sobre como conseguir entrevistas 
de alta qualidade. 
 
Finalmente, é preciso insistir num aspecto talvez óbvio: o entrevistador pode influenciar, e portanto 
prejudicar seriamente a entrevista, pelo simples fato de não estar inteiramente familiarizado com o 
questionário e com os demais instrumentos da pesquisa. Quando o entrevistador não conhece bem o 
questionário, ele fatalmente transmitirá ao entrevistado as suas dúvidas, incentivando respostas erradas 
ou ambíguas. Por esta razão, você deverá estudar atentamente o questionário, juntamente com as 
instruções específicas sobre algumas perguntas (ver adiante instruções específicas). Todas as dúvidas 
que você tiver deverão ser resolvidas durante o treinamento. 
 
 
II. Como Entrevistar 
 
A. Comportamento do entrevistador 
 
1. O Entrevistador deve ser: 
 
1.1- Totalmente objetivo em sua maneira de fazer as perguntas. 
1.2- Fiel e neutro ao registrar as respostas. 
1.3- Preparado para escrever as respostas inteira e legivelmente. 
1.4- Capaz de inspirar confiança às pessoas e fazê-las sentirem-se à vontade. 
 
 
2. Deve assegurar-se de:Prof. Frederico César do Carmo 3
 
2.1- Estudar todas as questões até saber o que elas significam e familiarizar-se com elas a fim de que 
possa realmente fazer as perguntas em vez de lê-las cegamente. 
2.2- Entrevistar-se, respondendo cada pergunta mentalmente. Então, entrevistar alguém mais, para 
praticar. 
2.3- Reler as instruções antes de cada entrevista: você pode encontrar pontos que esqueceu antes, ou 
corrigir erros que começou a fazer. 
 
 
3. O Entrevistador deve ter uma atitude: 
 
3.1- Neutra 
Como entrevistador você meramente colhe informações sem fazer comentários. Sua tarefa é registrar a 
informação, independente de achá-la boa, má, indiferente, aborrecida ou excitante. 
 
Não indique por palavras, ação ou gesto, nenhum sinal de surpresa, prazer ou desaprovação a qualquer 
resposta. Mesmo um pequeno gesto pode insinuar ao entrevistado que houve reação à sua resposta. 
 
Não tente influenciar respostas em nenhum sentido. O que interessa é o que a pessoa realmente pensa 
ou sente sobre o assunto. Portanto: 
 
a) Nunca sugira uma resposta. Não dê suas opiniões. A pesquisa é de opinião dos entrevistados, não do 
entrevistador. 
 
b) Pela mesma razão as perguntas devem ser feitas como estão escritas e sempre na mesma ordem. 
Cada entrevista deve ser feita do mesmo modo para assegurar uniformidade e resultados dignos de 
confiança. 
 
3.2- Imparcial 
Qualquer coisa que você pensa sobre um indivíduo, guarde para si próprio. Cada entrevista a ser feita e, 
portanto, cada pessoa com a qual você fala, é igualmente importante. Você deve ser adaptável a cada 
um e simpático para todos. O importante é inspirar confiança a cada entrevistado, sem levar em conta o 
sexo, idade, residência, renda, filiação política, ou o que seja. 
 
3.3- Casual 
Você não é um espião numa missão secreta. Se você mantiver uma atitude séria demais o entrevistado 
é forçado a defender-se e não vai dizer honestamente o que pensa. A entrevista não é um exame ou 
testo de inteligência. O entrevistado não dirá nada se achar que você está buscando erros ou 
conduzindo um exame. Seja casual. Apresente a entrevista de modo agradável e deixe que o 
entrevistado se sinta à vontade ao respondê-la. Suponha que ele queira expressar a sua opinião e 
queira ser entrevistado. Você está simplesmente dando-lhe a chance de expressar-se em assuntos que 
podem ser importantes para ele. 
 
3.4- Coloquial 
Use uma maneira informal e natural de falar, com o intuito de pôr o indivíduo à vontade. Saiba as 
questões tão bem para não dar a impressão de lê-las formalmente. Apesar de coloquial, nunca perca o 
controle da entrevista. Esteja preparado para perguntas “tolas” (perguntas extras, de curiosidade, etc.). 
Responda-as num tom de voz espontâneo, sem preparação, como se você já tivesse ouvido a objeção 
umas cem vezes e prossiga com as perguntas. 
 
3.5- Amigável 
O objetivo principal é pôr o entrevistado à vontade. Se isto não for feito, você não conseguirá fazer uma 
boa entrevista. O entrevistado não deve ser levado a sentir-se envergonhado de sua falta de informação. 
A atitude do entrevistador deve ser empática e compreensiva. Enfatize que não há respostas corretas e 
faça-o entender que o que realmente conta é o que ele pensa. 
 Prof. Frederico César do Carmo 4
 
 
Se o entrevistado é forçado a responder “não sei”, a uma série de questões de informação, ele pode 
ficar embaraçado e começar a dar qualquer resposta. Uma boa formulação na pergunta fornece 
alternativa como “O senhor não teve oportunidade de ler sobre isso”. Um entrevistador empático fará 
estas alternativas parecerem naturais às questões, em vez de fazê-las soar como “O senhor também 
não sabe esta?” ou algo igualmente desmoralizante. 
 
Se o indivíduo parece confuso com uma pergunta, mesmo após repetição, registre a resposta dada, seja 
ela qual for. Em caso de dúvida sobre como enquadrá-la no código, anote por extenso. 
 
Lembre-se: o objetivo da pesquisa é conseguir a opinião honesta e sem influência de cada indivíduo 
entrevistado. Você é meramente um meio através do qual a opinião é transmitida. Nada seu deve 
constar nos resultados da entrevista. 
 
 
B. Táticas de entrevista 
 
1. Não registre a resposta “não sei” muito depressa. As pessoas dizem “não sei” enquanto arrumam 
suas idéias. A frase pode simplesmente ser uma introdução a um comentário significativo. Assim, dê ao 
entrevistado um pouco de tempo para pensar. 
 
2. Quando respostas diretas, como “sim” ou “não”, são acompanhadas por qualificações tais como “sim, 
se...” ou “sim, mas não...” registre os comentários, sem levar em conta o espaço existente, pois mais 
tarde eles podem revelar algo importante sobre a questão, e que não foi antecipado. 
 
3. Registre os comentários ou observações como são dados. As palavras exatas usadas pelas pessoas 
para descrever seus sentimentos são importantes. Inclua o “sabor” da linguagem usada ao invés de 
resumir os comentários em suas próprias palavras. Claro, se o comentário é longo e você não consegue 
escrever todas as palavras, use anotações que dêem o sentido e o estilo do comentário. Use 
abreviações compreensíveis para que possa, ao revisar a entrevista, preencher o espaço de resposta. 
 
4. Obtenha comentários específicos, não vagos, ou generalidades insignificantes, como “gosto disso 
porque é bom” ou “porque é interessante”. Pergunte “por que” em tais casos. 
 
5. Continue falando à medida em que escreve. Pergunte a segunda questão enquanto registra a 
resposta da primeira. Assim, o entrevistado já começa a pensar sobre ela. Se você deixar um longo 
silêncio, ele terá mais oportunidades de distrair-se, aborrecer-se etc. 
 
6. Focalize a atenção do entrevistado nas questões. Se ele quiser falar sobre assuntos pessoais, ou 
coisas semelhantes, faça-o voltar, delicada mas firmemente, às questões. Diga: “Isto é interessante... 
agora, o que diria o senhor sobre a seguinte questão...?” 
 
7. Registre você mesmo todas as respostas. Nunca deixe o entrevistado fazê-lo. Ele não deve ver as 
perguntas em nenhuma circunstância, pois se souber o que vem a seguir, pode antecipar uma resposta. 
. 
8 . Obtenha toda informação pedida. Isto é, faça todas as perguntas (exceto naturalmente, as que não 
se aplique em determinado caso) e registre todas as respostas no lugar exato. Verifique o questionário 
no fim de cada entrevista. Você não pode colocar respostas depois de sair. Diga: “Agora vamos ver se 
fizemos tudo” para permitir que você verifique se está tudo respondido e registrado corretamente. 
 
C. Precauções 
 
1. Nunca leve um amigo ou qualquer outra pessoa junto quando vai entrevistar. Vá sozinho. Os 
entrevistados ficarão mais inibidos na presença de outras pessoas. 
 Prof. Frederico César do Carmo 5
 
 
2. Nunca revela os detalhes de seu trabalho ou as entrevistas específicas para outros. A informação que 
você obtém é confidencial e você deve respeitar isso. 
 
3. Nunca corrija erros a conselhos de outros. Antes, fale ao supervisor sobre as sua dificuldades. 
 
Faça sempre o seguinte: 
 
a) Siga as instruções cuidadosamente 
b) Estude o questionário até familiarizar-se com todas as perguntas 
c) Seja sempre neutro, informal e conscencioso 
d) Leia as questões como estão escritas 
e) Pergunte todas as questões 
f) Pergunte sempre na ordem que as questões aparecem no questionário 
g) Registre sempre os comentários literalmente 
h) Entreviste somente a pessoa designada 
i) Verifique cada questionário para assegurar-se de ter completado todos os itens. 
 
 
D. Respostas às perguntas dos entrevistados 
 
1. Se o entrevistado perguntar: 
Quem está fazendo a pesquisa? responder: “Esta pesquisa está sendo feita pela Urbandata“. 
 
2. Se ele pressiona por uma resposta mais explícita acrescentar: “Bem, sou estudanteda Universidade e 
as pessoas encarregadas dessa pesquisa trabalham na Urbandata”. Ofereça ao entrevistado a carta de 
apresentação. 
 
3. Se o entrevistado tiver curiosidade em saber por que está sendo entrevistado ou se sugerir alguma 
outra pessoa: 
“O Senhor foi escolhido por sorteio, de acordo com uma lista de endereços. Portanto, a entrevista deve 
ser feita com o Sr. e não com outros”. 
 
4. Se ele alega não ter tempo para ser entrevistado: 
“Qual seria a melhor hora para eu voltar? Posso marcar um horário que seja mais convincente para o 
Senhor”. 
 
5. Se ele diz que não sabe o suficiente para dar boas respostas: 
“Nesta pesquisa o que conta é a sua opinião e não o que o senhor sabe”. 
 
6. Se ele está com medo de responder alguma questão, ou se pergunta: “O que você vai fazer com 
estas respostas” ou “por que quer saber isso?” 
“Estas perguntas estão sendo feitas para muitas pessoas e o que o Senhor diz é confidencial. Estamos 
interessados em saber o que as pessoas, de maneira geral, pensam sobre os diversos assuntos”. 
 
7. Se ele se mostra incomodado com algumas perguntas: 
“As perguntas foram formuladas por uma equipe e fui instruído para ler cada uma como está escrito”. 
 
8. Se ele está aborrecido e simplesmente se recusa a responder uma pergunta: 
“Claro, o Senhor não é obrigado a responder uma pergunta que não queira. Estou somente tentado 
conseguir sua opinião porque assim o nosso estudo ficará mais completo”. 
Se a pessoa ainda assim se recusar, não insista mais. Escreva “recusou” (NR) e faça a próxima 
pergunta. 
 Prof. Frederico César do Carmo 6
 
 
III - COMO FAZER AS PERGUNTAS E ANOTAR AS RESPOSTAS 
 
1. Opções de Respostas que Podem / Devem / Não-Podem Ser Lidas 
 
 Em muitos casos a leitura ou não das opções de respostas já impressas no questionário pode 
influenciar ou alterar profundamente as respostas do entrevistado. Por isso, a maioria das perguntas 
contem instruções específicas quanto a este ponto, escritas no próprio questionário, sempre em letras 
maiúsculas e entre parênteses, logo após a pergunta. São instruções do tipo: “(NÃO LEIA AS 
OPÇÕES)”, ou “(LEIA AS PRIMEIRAS 3 OPÇÕES)”, etc. Estas instruções devem ser sempre seguidas 
rigorosamente por todos os entrevistadores. Às vezes a leitura das respostas é parte integrante da 
pergunta, o que aparece indicado através do uso de reticências (“...”) em frases do tipo “Você diria 
que...”. Note que algumas opções de resposta—do tipo “NS/NÃO SABE”, ou “NA/NÃO APLICÁVEL”, 
etc.—aparecem sempre escritas com letras maiúsculas e nunca devem ser lidas. 
 
 Nas perguntas em que não há instrução específica, a leitura ou não das respostas é opcional, e 
depende das circunstâncias da entrevista. Na maioria dos casos, uma vez enunciada a pergunta, o 
entrevistado dará uma resposta suficientemente clara e precisa para ser enquadrada na opção 
adequada, sem necessidade do entrevistador enunciar as alternativas (nestes casos, portanto, não leia 
as opções, para não gastar um tempo desnecessário). Em uns poucos casos, o entrevistado parecerá 
indeciso ou parecerá não ter compreendido suficientemente a pergunta para responder. Nestes casos, 
você poderá reler a pergunta e /ou ler as opções de respostas. Em qualquer circunstância, ao ler ou 
reler a pergunta ou as opções de respostas faça-o sempre de forma integral, lendo toda a pergunta 
novamente e todas as opções de respostas permitidas para leitura. A leitura apenas parcial das 
perguntas ou opções de respostas pode alterar ou deturpar o que está sendo perguntado. 
 
 Os ‘comandos de desvios’ aparecem sempre em letras maiúsculas, em frases do tipo “PASSE À 
PERGUNTA NÚMERO 10”, por exemplo. Obviamente, estes comandos nunca devem ser lidos, mas 
devem sempre ser seguidos rigorosamente pelo entrevistador, para evitar que se gaste um tempo 
desnecessário e que se prejudique a entrevista fazendo perguntas que não tem cabimento ou não são 
aplicáveis no caso daquele entrevistado em particular. Para garantir a boa fluência e a qualidade da 
entrevista é imprescindível que o entrevistador entenda a lógica do questionário e conheça esses 
comandos de cor e salteado. 
 
2. Formas de Anotar as Respostas no Questionário 
 
a) Perguntas Fechadas, do tipo ‘múltipla escolha’: fazer um círculo em torno do código (número) que 
corresponde à resposta dada pelo entrevistado. 
b) Perguntas Abertas, para as quais não há opções de respostas já previstas: a resposta dada pelo 
entrevistado deverá ser anotada por extenso, de forma clara (com letra legível!) e literal (quer dizer, 
com as mesmas palavras usadas pelo entrevistado) 
c) Perguntas Mistas, com algumas opções de respostas já previstas e pelo menos uma opção aberta 
(do tipo “6 - OUTRA RESPOSTA/ANOTE:_______”): faça um círculo em torno do código (o número 
6, no exemplo citado) da opção de resposta, e depois anote a resposta por extenso, no espaço 
previsto, seguindo o mesmo critério usado para as pergunta abertas. 
d) Perguntas de Anotar Número (exemplo: “ Em que ano você nasceu? 19_ _ ” ): anote o(s) número(s) 
nos quadradinhos ou espaços previstos. 
e) Use sempre caneta de cor preta ou azul (a cor vermelha é reservada para a Supervisão), e nunca 
apague nada (nem use líquido corretivo). Qualquer correção que se faça necessária deverá ser feita 
da seguinte maneira: faça um risco naquilo que é incorreto e indique com uma seta qual é a 
anotação correta. 
 Exemplo para correção: 1 - Pouco 
 2 - Muito 
 Prof. Frederico César do Carmo 7
 
3. Procedimentos Padronizados e Frases ‘Neutras’ 
 
 Há diversos procedimentos (exemplo: repetir toda a pergunta) e frases ou expressões (exemplo: 
“Un-Huh/Um-hmm”) que as vezes se fazem necessários durante a aplicação do questionário e que são 
considerados como relativamente ‘neutros’. Os entrevistadores podem usar estes recursos sempre que 
necessário ou útil para uma boa condução da entrevista. 
 
4. Procedimento para a Verificação dos Questionários 
 
a) A ser feito pelo entrevistador na presença do entrevistado (logo após a última pergunta do 
questionário): verifique se o questionário está completo; se você inadvertidamente ‘pulou’ alguma 
pergunta que deveria ter sido perguntada, pergunte-a agora ao entrevistado, anote a resposta, e 
escreva ao lado da pergunta a abreviatura DTE (a qual indica para a Supervisão que a pergunta foi 
feita ‘Depois de Terminada a Entrevista’—mais tarde a Supervisão decidirá se a pergunta poderá ou 
não ser aproveitada). Em seguida, agradeça e encerre a entrevista. 
b) A ser feito pelo entrevistador logo após deixar o local da entrevista: verifique se tudo o mais está 
legível; circule o código de NA (8, 98, etc.) nas perguntas que, corretamente, não foram perguntadas, 
devido à existência de um comando de desvio; se, por erro, você perguntou pergunta que não 
deveria ter sido perguntada (devido à existência de um comando de desvio), corrija o código (na 
forma padronizada para correção: riscando o incorreto e usando seta para indicar o código correto) 
passando-o para o código de NA (8, 98, etc.) se necessário, anote seus comentários sobre a 
entrevista no espaço reservado para tal no questionário. 
 LEMBRE-SE: ESTUDE O QUESTIONÁRIO ANTES DE APLICÁ-LO! É mais fácil e eficiente 
aplicar corretamente o questionário (anotando tudo de forma completa e legível da primeira vez, 
seguindo os comandos de desvio, etc.) do que ter que gastar muito tempo durante a verificação 
após a entrevista. Depois que você terminar a verificação do questionário, entregue-o à 
Supervisão. A Supervisão fará a verificação no final do questionário.

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