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Umbanda: Origem, Linhas e Rituais

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Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais 
Umbanda 
1) ORIGEM HISTÓRICA
Fundador
Zélio Fernandino de Moraes
Este, após curar-se de uma paralisia considerada pelos médicos como irrecuperável, foi tomado por uma grande força espiritual, resolvendo a partir de então instituir o culto. O Caboclo das Sete Encruzilhadas, entidade que presidiu a primeira reunião, foi quem escolheu o nome Allabanda, que modificado posteriormente para Aumbanda, que em sânscrito significa “Deus ao nosso lado” ou “o lado de Deus”. Foi somente tempos depois, provavelmente por um erro de grafia, que o nome passou a Umbanda. Para esta religião, como em muitas outras, existe uma Santíssima Trindade, constituída por Tupã, o Criador, Oxalá, o filho de Deus e Iemanjá, a deusa do amor. Essas três entidades superiores são, respectivamente, derivadas do sincretismo indígena, católico e africano. A Umbanda trabalha com sete linhas que são faixas de vibração espiritual a qual é representada e chefiada por um orixá. Cada linha é subdividida em Falanges, que por sua vez se subdivide em subfalanges, que se dividem em bandas. As bandas se ramificam em sete legiões que se repartem em sete sublegiões e estas, por fim se subdividem em sete povos. A primeira linha é chefiada por Oxalá e também é denominada linha de Santo porque abrange os santos da Igreja Católica em geral. A segunda é a linha de Iemanjá que engloba as ondinas, caboclas do mar e outras entidades relacionadas à água. A terceira, do Oriente ou de São João Batista, é formada por médicos, sacerdotes, hindus, etc. A linha de Oxóssi é a composta de caboclos e caboclas, ou seja índios, e é comandada por São Sebastião. Na quinta linha, a de Xangô-Agodô, comandada por São Jerônimo, trabalham Santa Bárbara, caboclos e pretos-velhos. A sexta linha é a linha de Ogum ou São Jorge, que lidera caboclos, pretos-velhos e soldados romanos. Por fim, a sétima linha é a linha Africana ou de São Cipriano, onde trabalha todo o povo das Costa do Congo, de Angola e de todo povo da África. A Umbanda é uma religião de culto material, baseada na mediunidade, na magia, com seus rituais e liturgias próprias. Dentre estes destacam-se o ponto riscado e o ponto cantado. O primeiro é a utilização de um desenho riscado com giz denominado pemba pelos umbandistas, que dependendo da forma e da cor serve para chamar determinada entidade ao mundo material. Já no segundo caso, que é uma espécie de prece evocativa cantada, existem diversos tipos. Há os pontos de louvor, utilizados apenas para homenagear determinada entidade ou abrir os trabalhos, os pontos de descida, cantados para chamar os orixás para que desçam para incorporar o médium, e os pontos de subida entoados para a desincorporação. Os médiuns são também denominados “cavalos” ou “aparelhos” e os cultos são realizados em Terreiros ou Centros embora seja frequente a realização de oferendas nas florestas, praias e fontes de água. A Umbanda obedece a diversos rituais que além dos já citados incluem os banhos de ervas consideradas sagradas, defumações com incensos, o uso de velas e de bebidas alcoólicas e os famosos passes, onde o médium utiliza a fumaça de seu charuto ou cachimbo e da imposição de suas mãos nas costas, na frente no braços da pessoa, realizando movimentos de cima para baixo, no intuito de neutralizar as más influências que porventura possa estar sofrendo o indivíduo. 
LOCAL
A umbanda foi fundada no dia 15 de novembro de 1908 em uma Federação Espírita na cidade de Niterói, Rio de Janeiro.
Momentos Importantes
Alguns exemplos dessas ramificações são: Umbanda Popular – Que era praticada antes de Zélio e conhecida como Macumbas ou Candomblés de Caboclos; onde podemos encontrar um forte sincretismo – Santos Católicos associados aos Orixas Africanos; Umbanda tradicional – Oriunda de Zélio Fernandino de Moraes.
Umbanda Branca e/ou de Mesa – Nesse tipo de Umbanda, em grande parte, não encontramos elementos Africanos – Orixás -, nem o trabalho dos Exus e Pomba-giras, ou a utilização de elementos como atabaques, fumo, imagens e bebidas. Essa linha doutrinaria se prende mais ao trabalho de guias como caboclos, pretos-velhos e crianças. Também podemos encontrar a utilização de livros espíritas como fonte doutrinária.
Umbanda Omolokô – Trazida da África pelo Tatá Trancredo da Silva Pinto. Onde encontramos um misto entre o culto dos Orixás e o trabalho direcionado dos Guias.
Umbanda Traçada ou Umbandomblé – Onde existe uma diferenciação entre Umbanda e Candomblé, mas o mesmo sacerdote ora vira para a Umbanda, ora vira para o candomblé em sessões diferenciadas. Não é feito tudo ao mesmo tempo. As sessões são feitas em dias e horários diferentes.
Umbanda Esotérica – É diferenciada entre alguns segmentos oriundos de Oliveira Magno, Emanuel Zespo e o W. W. da Matta (Mestre Yapacany), em que intitulam a Umbanda como a Aumbhandan: “conjunto de leis divinas”.
Umbanda Iniciática – É derivada da Umbanda Esotérica e foi fundamentada pelo Mestre Rivas Neto (Escola de Síntese conduzida por Yamunisiddha Arhapiagha), onde há a busca de uma convergência doutrinária (sete ritos), e o alcance do Ombhandhum, o Ponto de Convergência e Síntese. Existe uma grande influência Oriental, principalmente em termos de mantras indianos e utilização do sânscrito.
Umbanda de Caboclo – influência do cultura indígena brasileira com seu foco principal nos guias conhecidos como “Caboclos”; Umbanda de pretos-velhos – influência da cultura Africana, onde podemos encontrar elementos sincréticos, o culto aos Orixás, e onde o comando e feito pelos pretos-velhos.
Brasil
A Umbanda é genuinamente brasileira. A Prática da Umbanda nada tem a ver com o Candomblé ou com a Kiumbanda. Trata-se de uma religião que trabalha diretamente com entidades do Plano Astral ou com seres da natureza (os elementais) e utiliza a mecânica da incorporação para trabalhar as necessidades emergenciais do homem, trazendo a força e a sabedoria dos mestres da Aruanda para a cura e a energização do campo astral humano, com a atuação nos centros de força dos corpos e nos campos energéticos das pessoas que “…vêm em busca de socorro, alivio e cura para suas dores morais e físicas”, e também traz muito ensinamento das verdades da espiritualidade maior.
2) SAGRADO
Uma religião não dogmática, a Umbanda é uma religião livre de dogmas, ou seja, na Umbanda não existe uma única verdade a ser seguida.
O sagrado para o Umbandista está na natureza e o zelo com a saúde mental, emocional, espiritual e física é o que distância do que é prejudicial ao nosso viver e que pode ser entendido (mas não somente) como pecado para outras instituições religiosas.
A Umbanda é uma religião monoteísta, depositamos nosso culto e reverência a apenas um Deus que pode ser chamado de nomes diferentes dependendo do terreiro, mas que sempre será representado por uma só manifestação.
LOCAIS
O ritual é o que define a unidade da Umbanda. Ele está presente em todas as Umbandas, no que chamamos de sessões ou giras, logo ao pisar em um terreiro já estamos em contato com a ritualística que envolve a religião, que podem ser concebidas de maneiras diferentes, mas que possuem fundamentos em comum.
É o ritual que irá definir o momento de rezar, de cantar, de incorporar, de saudar determinada linha, de dar consulta e de encerrar. Portanto, o Ritual de Umbanda pode agregar em si diferenciações, por exemplo, algumas casas optam pela preleção (explanação do Sacerdote) durante a gira, outras não. Isso é pertinente a particularidade de cada terreiro, mas a estrutura de atendimento e os fundamentos obedecerão a uma mesma ritualística que marca a essência da Umbanda.
 
PESSOAS
A hierarquia de um Terreiro de Umbanda é subdividida em dois comandos:
Cúpula Espiritual
Cúpula Material
CÚPULA ESPIRITUAL: a Cúpula Espiritual é formada por três Entidades congêneres, semelhantes ou afins quanto à missão terráquea. Existe entre eles uma hierarquiasingular, formando um triângulo equilátero perfeito, sendo que a Entidade do vértice superior do triângulo é o Orientador, que será substituído, em caso de necessidade, primeiro pela Entidade do angulo direito da base do triângulo e depois, na sua falta, pela Entidade do angulo esquerdo da base.
As demais Entidades incorporadas, assim como todos os participantes do terreiro, acatam e fazem cumprir as ordens emanadas da Cúpula Espiritual.
CÚPULA MATERIAL: a Cúpula Material é comandada pela Mãe Pequena.
HIERARQUIA MATERIAL
MÃE PEQUENA (ou Pai Pequeno): é o responsável material pelas ordens, quer espirituais, quer materiais, emanadas da Cúpula Espiritual. É quem controla todos os médiuns, quer na disciplina, quer na pontualidade, quer nos uniformes, quer na organização de obrigações, festividades, enfim toda a parte material dos rituais de um terreiro. É também o Cambone Especial do Guia Chefe (Orientador Espiritual ou seu substituto), tendo sempre uma IAÔ, a que tiver melhores aptidões, para substituí-la, em caso de necessidade.
Há vários outros na hierarquia material no terreiro de umbanda, cada um cumprindo seu papel.
OBJETOS
As Velas:
As velas vieram para a Umbanda por influência do Catolicismo. As velas funcionam como um transmissor rumo aos planos que se desejar atingir. A chama da vela é a conexão direta com o mundo espiritual superior, sendo que a parafina atua como a parte física da vela ou símbolo da vontade, e o pavio a direção.
IMAGENS:
As imagens são pontos de focalização, baseado no conceito de egrégora, ponto focal seria um concentrador de energia, é uma herança católica, que veio para umbanda no confuso sincretismo. Mas não basta juntar muitas imagens no congar, que podem causar confusão.
Charutos e Cachimbos:
As folhas da planta chamada " fumo" absorvem e comprimem em grande quantidade o prana vital enquanto estão em crescimento, cujo poder magnético é liberado através das golfadas de fumaça dadas pelo cachimbo ou charutos usados pelas entidades. Essa fumaça libera princípios ativos altamente benfeitores, desagregando as partículas densas do ambiente.
Guias (Colares/Rosário):
Guias NATURAIS que são guias feitos com elementos naturais, que são elementos da natureza tais como minérios, madeira, sementes, elementos animais como osso, cálcio animal, encontrados nos reinos da natureza tem um valor magnético que constitui um escudo eficaz para os médiuns.
A Pemba:
A pemba é um giz branco usado nos rituais mágicos pelas entidades para traçar sinais cabalisticos que movimentam energias e uma certa classe de espíritos, os elementares de origem africana, é um instrumento Ritualístico de alto significado. É normalmente utilizada para riscar pontos pelas Entidades e pelo médium, visando estabelecer Contatos vibratórios com as esferas espirituais.
LIVROS
A Umbanda tem bíblia?
Não faz parte do rito umbandista a crença em uma escrita sagrada, entretanto, respeitamos e temos a liberdade para estudar os livros sagrados de todas as culturas. O sagrado para a Umbanda está na Criação. A natureza é o sagrado.. os animais, as pedras, as águas, as matas, o espaço, nós somos o sagrado. É no convívio e no respeito com a criação que aprendemos o que norteia nossos princípios, porém, não temos uma cartilha descrevendo como fazer isso.
4 - MITO DA CRIAÇÃO DO UNIVERSO
A criação do universo para a religião Umbanda possui duas versões. A primeira versão é que antes da criação do universo já existia o Senhor Supremo dos nossos destinos, que têm o nome de Olodumare, mais conhecido como Olorum, o senhor do Orum, e criou o primeiro dos Orixás, o Oxalá. O mesmo tinha como missão criar o mundo, com o saco da criação dado a ele por Orum. Oxalá deveria fazer oferendar ao Orixá Exu, antes de criar o mundo, porém o mesmo esqueceu e Exu para castigá-lo fez com que ele tivesse sede. Exu retirou o saco de criação do Oxalá e entregou para outro orixá, chamado Odudua, que recebeu as ordens de Olorum para criar o mundo, e o mesmo o fez. Oxalá após falhar com sua missão recebeu do senhor de Orum a ordem de criar os homens com barro, e o mesmo fez, porém não tinham vida e mostrou para Olorum o que tinha acontecido e este com apenas um sopro deu vida à mulher e ao homem. 
Na segunda versão o universo era dois, o primeiro era Orum, espaço sagrado dos orixás, e o segundo Aiyê, que seria dos homens, feito apenas de caos e água. Olorum, o deus supremo, deu a ordem ao orixá Oduduá vir à Terra trazendo uma cabaça com ingredientes especiais, entre eles a terra escura que jogaria sobre o oceano para garantir morada e sustento aos homens. 
Podemos perceber que existem visões diferentes sobre o mito da criação.
5 – RELAÇÃO DO HOMEM COM O DIVINO
 CERIMÔNIAS, RITOS
Os ritos são um conjunto de cerimônias que constituem a base da religião Umbanda, possui manifestação esotérica, fundamentados em símbolos (Pontos Cantados e Riscados) que exprimem a essência divina e objetiva a condução da manifestação da fé e que devem ser observadas em diferentes sessões. Existem sessões esotéricas e exotéricas, internas e externas. No primeiro caso (esotéricas) podem ser internos ou externos, quando só participam iniciantes ou iniciados: obrigações em praias, cachoeiras, matas e etc. E no segundo caso (exotéricas) também podendo ser internos ou externos que se cumprem em sessões de caridade e dos mesmos participam, além do Corpo Mediúnico e dos membros da Administração, o público (incluem-se as sessões de passes e conselhos - orientação espiritual). 
A ritualística da Religião de Umbanda se desenvolve em Sessões (Trabalhos da Corrente Mediúnica), sempre sob a orientação do Diretor de Culto ou de seu Auxiliar direto, ou por ele indicado. As Sessões Solenes - Destinadas à realização de atos comemorativos ou festivos, podendo ser: religiosas, sociais ou mistas. As religiosas ocorrem quando assinalam datas alusivas aos Orixás ou Guias Espirituais da Instituição ou da Umbanda; As sociais, quando possui datas comemorativas, como fundação da Instituição ou celebrações cívicas e as mistas quando envolvem assunto religioso e social, como: casamento, batizado, ofício fúnebre etc.
O Batismo na Umbanda é quando os Filhos de Santo apresentam aos Pais de Santo, os guias de Lei, podendo estar incorporados ou não e aos orixás, com rituais de várias maneiras. O ritual tem o intuito de servir como um rito de iniciação ou passagem aos Filhos e isto significa a aceitação da religião e o início de uma vida nova, tendo consciência de que poderá reformas interiores. Cada batizando recebe as bênçãos de seus novos padrinhos, quando houver, e poderão recorrer como se fossem membros da família. A cerimônia por ser aberta é assistida por familiares, amigos e podendo ter desconhecidos.
O casamento na religião Umbanda une duas pessoas pelo sentimento, no caso, o amor, sendo este universal e puro. Desta forma é celebrado com louvores e sem preconceitos, representando a mãe Oxum e o pai Oxumaré. Os noivos escolhem os trajes, comida, flores, músicas, padrinhos, a cerimônia pode ocorrer em terreiros, na natureza e em diversos lugares. Quem celebra são os Pais de Santo e a cerimônia pode variar de terreiro para terreiro, eles dizem palavras e abençoam os noivos, estes leem os votos nupciais, trocam as alianças e assinam os termos matrimoniais. A cerimônia é assistida por amigos, familiares e pode ocorrer uma festa após.
Os funerais ocorrem para fazer uma benção aquele que não está mais viva em carne, este rito pode ser feito pelos encarnados e por desencarnados. Para a religião a morte é parte de vida, pois ocorre a manifestação de dois orixás, que são Omulu e Obaluaiê. A morte deve ser lamentada com luto solene e também contente, pelo fato da importante passagem feita pelo irmão. Nas cerimônias os Pais de Santo evocam irradiações de quatro orixás, o Oxalá, a Naña, o Omulu e o Obaluaiê, desta forma tocam e cantam em pontos especiais da ocasião, desta forma dá ao falecido um bom renascimento na espiritualidade, umbom desprendimento do corpo carnal e a devolução deste corpo ao mundo, e mostrar que o laço de união entre o mundo de cá e de lá só se fortalece com a passagem. A cerimônia é assistida por familiares e amigos.
ORAÇÃO
 Na religião Umbanda existem diversas orações, assim como na maioria das religiões existe o Pai Nosso e o Credo, porém da forma Umbandista. As orações se dividem em orações, orações para Orixás, para entidades e falanges, preces e conjurações. Para exemplificar temos a oração aos orixás, prece a Xangô, oração a Yemanjá, oração a Ogum, prece a Oxum, oração a Naña, oração a Oxóssi, oração a Omulu, oração a Iansã, salmo 23 dos umbandistas, conjuração a Exu Tiriri. 
PAI NOSSO UMBANDISTA:
Pai Nosso que estas nos céus,nos mares, nas matas 
e em todos os mundos habitados;
Santificado seja o teu nome, pelos teus filhos, pela natureza, 
pelas águas, pela luz e pelo ar que respiramos.
Que Teu reino,reino do bem,do amor e da fraternidade, 
nos una a todos e a tudo que criaste, em torno da sagrada cruz, 
aos pés do divino salvador e redentor.
Que Tua a vontade nos conduza 
para o culto do Amor e da Caridade.
Dá-nos hoje o pão do corpo,o fruto das matas e a água das fontes para o nosso sustento material e espiritual; 
e a vontade para sermos virtuosos aos nossos semelhantes.
Perdoa-nos, se merecermos,as nossas falhas 
e dá-nos o sublime sentimento do perdão para os que nos ofendem.
Não nos deixeis sucumbir ante as lutas, dissabores, ingratidões, tentações dos maus espíritos e ilusões pecaminosas da matéria.
Envia Pai, um raio da Tua divina complacência, 
luz e misericórdia,para os teus filhos pecadores que aqui habitam pelo bem da humanidade.
Assim seja, em nome de Deus Olorum,
de Oxalá e de todos os mensageiros de Luz da Umbanda.
 SACRIFÍCIO (S):
Na religião não existe nenhum tipo de sacrifício, para eles é um prazer ajudar os outros através da fé, sem cobrar algo em troca, além de atender todos sem segregação nem distinção de raça, cor, sexualidade, a Umbanda tem como características o respeito e o amor ao próximo. Muitos acreditam que esta religião mata animais em suas cerimônias, porém esta pratica é proibida por eles, já que o principio deles é pregar amor ao próximo, e os animais são próximos ao homem, portanto a prática de sacrifício animal não pode ocorrer de forma alguma, caso ocorra, o terreiro infringe o código ético que existe na Umbanda.
OFERENDAS:
Na Umbanda as oferendas são uma forma dos pedidos chegarem a Deus. As oferendas recebem o nome de épos ou trabalhos espirituais. Os Orixás as recebem e para eles é como se fosse uma receita, em que eles conhecem as energias e propriedades de cada ingrediente que o objetivo espiritual mandado possui. A oferenda pode ser uma planta, uma comida e até mesmo enfeites, que por seu composto envia as energias aos Orixás e os mesmo analisam. Um exemplo é quando se tempera uma comida de sal com algo doce, esta mistura pode dar muito certo ou muito errado. Se o material utilizado é errado como oferenda pode ocorrer de energias indesejadas ou desnecessárias serem trazidas.
7- QUESTÕES RELACIONADAS AO DIREITO 
PENA DE MORTE: a primeira obra da Codificação Espírita, intitulada “O Livro Dos Espíritos” trata da questão e esclarece que um dia será abolida da Terra, quando os homens não sentirem mais necessidade de julgar outros homens. Também fala que esse tempo será prova de um salto de qualidade nas relações humanas, nascido da evolução moral, social e legal da população terrena. Porém dizem os Espíritos que esse dia está longe de ocorrer, tendo em vista que o livro citado foi escrito em 1857 e que mesmo muita coisa mudando, ainda estamos muito atrasados.
ABORTO: O centro genésico, que é o santuário das energias criadoras do sexo e tem sua contraparte na organização per espiritual da mulher, com a prática do aborto condenável sofre desequilíbrios profundos, ainda desconhecidos da ciência terrena. O Espírito André Luiz em seu livro "Evolução em Dois Mundos" descreve os resultados no mundo psíquico da mulher que comete o aborto delituoso, O crime do aborto não é simplesmente o de destruir um corpo que está se formando, mas também o de interferir no direito do Espírito reencarnante que realmente está dando vida ao feto, pois a partir do momento da concepção, o Espírito passa a atuar profundamente no crescimento do embrião.
EUTANÁSIA: O suicídio é a ação ou efeito de suicidar-se, significa em poucas palavras, provocar voluntariamente a própria morte. Quem nos deu a vida foi OLORUM (DEUS) e não devemos desafiá-lo a tal ponto, antecipando um processo de passagem pela Terra. Como a EUTANÁSIA, que na realidade é também uma ação voluntária, de quem está autorizando a equipe médica a desligar os aparelhos que mantém viva aquela pessoa, o SUICIDIO também é voluntário. A pessoa que deseja matar-se pensou muito em fazê-lo e sabe das consequências de seu ato. Tem a ciência que o plano espiritual demorará a perdoá-lo por tal gesto. Caso cumpra esse procedimento, será severamente punido pelo plano espiritual, até ter novamente a oportunidade de reencarnar.
SUICÍDIO: A vida é uma benção concedida pelo Pai Maior, e que não temos sequer o direito de imaginar um dia ceifar essa vida, independente dos rumos que ela está tomando. Não importa os desesperos com doenças, com momentos de dificuldades econômicas, por perdas, por amores não correspondidos, ou por qualquer tipo de situação que leve o ser humano idiotamente imaginar que possa dar um fim a um suposto sofrimento tirando a própria vida. Por mais sofrimento que esteja passando nessa vida encarnada, certamente não é um décimo do sofrimento que um suicida passará após seu desencarne. Para entendimento de todos, devemos saber, crer e entender que nada é perdido dentro do universo, ao desencarnar sua matéria (corpo) retorna para as entranhas da terra, porém seu espírito não desaparece, ele vai continuar a caminhada, vivo, ativo, em busca de evolução, conforme a determinação de Deus, nosso Pai Maior. Conforme é sabido pelos espiritualistas, nosso corpo é justamente a existência de um espírito que anima a matéria, portanto, tentar ceifar sua vida acreditando que será você apagado do universo, excluído para sempre é uma grande tolice que muitos seres humanos tem em mente, porém sabemos que a matéria vai se decompor, mas sua alma, seu espírito, sua essência vai continuar existindo.
8) CURIOSIDADES 
1 – É uma mistura de várias religiões
A palavra Umbanda vem de outra palavra: m’banda, que em língua quimbundo, idioma originado de Angola, significa “sacerdote” ou “curandeiro”. A religião une elementos da filosofia espírita kardecista, das várias doutrinas afro-brasileiras, de tradições indígenas milenares, do cristianismo católico e de ensinamentos esotéricos.
2 – Seu fundador tinha apenas 17 anos
Zélio Fernandino de Moraes, considerado o Pai da Umbanda, tinha apenas 17 anos quando foi convidado para uma sessão espírita, no Rio de Janeiro, quando um espírito, mais conhecido como Caboclo das Sete Encruzilhadas incorporou nele e, proferindo as seguintes palavras, deu início à religião hoje conhecida como Umbanda:
“Venho trazer a Umbanda, uma religião que harmonizará as famílias e há de perdurar até o fim dos tempos.”
3 – Giras
Trata-se de um evento em que vários espíritos de uma determinada falange reúnem-se, através de incorporações em médiuns. Existem três tipos de gira, conhecidas como: desenvolvimento, trabalho e festivas.
4 – Termo ‘macumba’
No início do século XX, com o surgimento das giras de Umbanda, realizadas em sua maioria nas praias, elas passaram a ser conhecidas pelo termo macumba. Porém, o termo trata-se de um tipo de reco-reco usado durante as giras. E pelo fato de ser utilizado esse instrumento, as pessoas referiam-se da seguinte forma: “Estão batendo a macumba na praia”, ficando assim conhecidas as giras como macumbas. Com o tempo, tudo que envolvia algo que não se enquadrava dentro dos ensinamentos impostos por religiões tradicionaiscomo o catolicismo, cristianismo e outras, era considerado macumba. Com isso, acabou por virar um termo pejorativo. Então, verificamos que uma pessoa macumbeira nada mais é do que aquela que toca reco-reco.
5 – Exu é um demônio?
Não necessariamente. Exu é guardião e mensageiro. Os Exus trabalham na Linha de Esquerda na Umbanda. Exu é regente da vitalidade dos seres. Trata-se do mais humano dos mistérios de Umbanda, pois em si reflete a profunda natureza emotiva do seu médium, no qual ele se incorpora e manifesta.
Embora muitos digam que ele seja um punidor, na verdade, Exu atua como agente esgotador e filtro de negativismos ou como também conhecido, criador de estímulos que ativam e tratam o emocional humano. É regido pelo denominado mistério “Trono Neutro”, que não promove nem o bem nem o mal, mas sim o equilíbrio. Através do seu fator equilíbrio, Exu tanto vitaliza como desvitaliza os mistérios dos embasamentos orixás: amor, conhecimento, religiosidade, equilíbrio, ordem, evolução e geração.
6 – Hierarquias existentes dentro da religião
Umbanda Branca e/ou de Mesa– Nessa linhagem da Umbanda, em grande parte dela, não são encontrados elementos de deriva Africana – os Orixás -, nem os trabalhos de Exus e pomba giras, ou a utilização de instrumentos como atabaques, fumo, imagens e bebidas. Essa linha é mais voltada ao trabalho dos guias como caboclos, pretos-velhos e crianças. A utilização de livros espíritas é a principal fonte doutrinária desse ensino.
Omolokô – Trazida da África pelo Tatá Tancredo da Silva Pinto. Nessa linhagem, é encontrado um misto entre a devoção dos Orixás e o trabalho direcionado dos Guias.
Umbanda Traçada ou Umbandomblé– Nessa linhagem, existe uma diferença entre a Umbanda e Candomblé, porém, cabe ao mesmo sacerdote alternar as sessões de forma que não atrapalhe uma ou outra.
Umbanda Esotérica – A Umbanda Esotérica estuda alguns ensinamentos como Budismo Zen, esoterismo, ensinamentos de Jesus Cristo e o espiritismo em si. Essa linhagem é focada no desenvolvimento pessoal e espiritual do indivíduo, tendo como base o amor a si e ao próximo.
Umbanda Iniciática– Utiliza-se como fonte de conhecimento o sânscrito e deriva-se da Umbanda Esotérica, além de grande influência oriental. Fundamentada pelo Mestre Rivas Neto (Escola de Síntese conduzida por Yamunisiddha Arhapiagha), onde existe a busca por uma igualdade doutrinária (sete ritos), e o alcance do Ombhandhum, o Ponto de Convergência e Síntese.
7 – A Umbanda desconhece restrições
Não existe troca de favores ou de mercadorias na religião. A Umbanda atende a todos, sem segregação nem distinção de raça, cor, sexualidade, ou gênero. Os trabalhadores da Umbanda, ao contrário de outras doutrinas, têm o dever de atender as pessoas e membros da casa e, principalmente, aos assistidos. Respeito e amor acima de tudo são características dos seguidores dessa religião.
8 – Mediunidade
Para participar de um ritual de gira de Umbanda ou para desenvolver o dom mediúnico num terreiro, há a necessidade de se ter mediunidade para incorporação. A religião defende que todas as pessoas são médiuns, em maior ou menor grau, e que todos possuem determinado tipo de mediunidade, tenha ela se manifestado ou não em algum momento da vida. Algumas pessoas que possuem grau elevado de mediunidade, mas que não frequentam um terreiro, buscam os ensinamentos da Umbanda para desenvolvimento de grau.
9 – Utilização das velas
A utilização das velas nos rituais de Umbanda vem de influência da religião católica. No Catolicismo, a santíssima trindade é um símbolo representado pela vela, sendo que o pavio representa Jesus, a cera Deus Pai e a chama o Espírito. Na Umbanda, as cores das velas vão de acordo com a entidade a que os devotos querem invocar.  Cada cor é representada pela cor original do Orixá a que o espírito representa. Para os Exus, normalmente é oferendada a vela preta, aos que servem a entidade Oxóssi, utilizam a vela verde. Amarela aos que devotam-se a Iansã.
10 – Sobre Aruanda
Toda religião tem seu paraíso.
Através das eras, as religiões definiram, cada qual, seu “lugar de descanso” ou “paraíso”. Os cristãos anseiam ir a Glória com Jesus, os católicos esperam o paraíso com Maria, mãe de Deus.
Os islâmicos esperam por suas 40 virgens, bondade essa de Alá.
Na Umbanda, o lugar de passagem para o outro lado, uma vez que existe a crença na reencarnação de Kardec, chama-se Aruanda.
Aruanda é uma cidadela de luz etérea que orbitaria a ionosfera do planeta Terra, em uma dimensão espiritual de transição. De palavra originariamente africana, tratava-se do lugar que para o qual queria-se voltar um dia e usufruir do descanso e da luz pura de bondade desse local.
CONCLUSÃO 
A Umbanda é brasileira. A pluralidade ecumênica da Umbanda, é a sua característica singular. Assim como a população brasileira tem na diversidade sua qualidade fundamental. A Umbanda incorpora elementos de outros credos com magnanimidade, assim como historicamente a sociedade brasileira conviveu e convive bem com a questão da imigração latente. 
A Umbanda e o Brasil, integram em seu cerne elementos estrangeirso, que agregam uma matriz cultural diversa, e assim, mais tolerância e uma riqueza histórica. Vários povos convivem principalmente em terras tupiniquins, assim como no plano astral da Embanda os diversos tipos de cultos estão em plena harmonia. A visão senso comum de que a Umbanda é apenas feitiçaria ou um outro nome o Candomblé é uma das lutas pelo seu reconhecimento como uma religião independente com praticas éticas e legais. Assim como o pais luta pelo seu reconhecimento, enquanto não independente economicamente no cenário mundial, e não apenas local de samba e futebol.

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