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Processo, Procedimento e Pressupostos Processuais

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PROCESSO
1. PROCESSO E PROCEDIMENTO
Não tenho como ter processo sem conflito prévio. Procedimento: é uma sequência de atos para chegar ao fim almejado. Procedimento é a materialização dos atos do processo, portanto não pode haver processo sem procedimento. Mas pode haver procedimento sem processo.
2. ELEMENTOS
Relação Jurídica Processual. Princípio da cooperação e forma do processo (autor réu e juiz). Essa relação não é de direito material, mas sim de direito processual, é uma norma publica processual, quando eu crio essa relação jurídica, é o primeiro passo para se ter um processo devido. 
O processo não é o papel, o papel são autos processuais, mas não dá pra tocar no processo. Você não toca numa relação jurídica, não toca no dever de pagar imposto. Essas relações são imateriais, eu toco na materialização desse processo, nas folhas que são impressas e juntadas num bloco. O processo é uma relação jurídica que não pode ser tocada fisicamente, mas existe. 
Forma do Processo. Existe relação entre autor e juiz, autor e réu, juiz e réu, eles devem se respeitar pelo princípio da cooperação, devem cooperar para a devida resolução daquele conflito. Eles não podem agir de ma fé contra o outro, não podem prejudicar o outro, muito menos se isso vá prejudicar o processo. 
A forma do processo seguindo esse quadro é uma forma triangular, porque ha relação entre todos os sujeitos. Alguns dizem que é angular porque o autor e o réu não devem se comunicar, mas eles têm que se respeitar sim. Alguns também dizem que forma do processo é linear, já que ele começa somente com o autor e o juiz e posteriormente o réu é incluído (a linha então vira o triângulo da forma do processo), inclusive é possível que o processo acabe antes mesmo da presença do réu e isso fique no âmbito linear.
Procedimento. É uma sequência de atos, um caminho que tenho que percorrer para chegar ao fim almejado. Petição inicial > admissibilidade > citação da parte ré > defesa do réu. Tudo isso está previsto no código de processo civil, é o procedimento comum. No caso de juizado especial tende a ser mais rápido, porque? O procedimento é diferente, ele é muito mais simples, o juiz decide na própria audiência e o processo acaba, continua sendo um processo, uma relação jurídica com contraditório, mas o procedimento é diferente. Não importa o tipo de procedimento, importa que ele exista. 
3. INSTRUMENTALIDADE
O processo não existe por si só, pois ele existe por causa do conflito e precisamos de uma maneira racional de desenvolver aquela solução 
4. PRESSUPOSTOS PROCESSUAIS
	A) Noção Geral
Pressupostos processuais são questões mínimas para o processo, toda questão de requisito mínimo que afete a validade ou a existência do processo. 
Os pressupostos estão relacionados ou a existência (+ grave) do processo ou a sua validade (- grave), são requisitos mínimos. Eu posso analisar quem será afetado pela ausência daqueles pressupostos, se são os sujeitos principais do processo ou se a questão é do próprio processo. Eles podem tanto afetar as partes e o juiz (subjetivos) como o próprio processo (objetivo). Pode ser visto pelo grau de profundidade (vicio).
Dependendo do processo, eu vou analisar aquele pressuposto ou não, há divergência quanto a quais seriam esses pré-requisitos. 
A consequência da ausência de um pressuposto nunca será a mesma e pode ser alterada. A ausência de um pressuposto de existência é mais grave que um de validade. Da mesma forma, estes podem afeitar os sujeitos do processo ou o próprio processo. 
Ex: 
Se uma ação for feita por um estagiário e por um juiz parcial, é muito mais grave se for o estagiário, esse ato não é nem existente porque esse estagiário não tem poderes para agir como o juiz.
Ex2: 
Da capacidade de ser parte, a pessoa que ingressa com uma ação tem que ter personalidade jurídica, um morto não pode ser autor de uma ação e nem réu, porque não tem personalidade. Um processo promovido por um morto não é existente, não se trata de invalidade, mas sim que ele nunca deveria nem ter começado.
O processo está vinculado à forma que esses atos são praticados. O problema especificamente é que pressuposto é algo muito amplo, por isso ocorrem exceções à regra:
	I) nem toda falta gera a inadmissibilidade/extinção do processo: ex. quando o juiz recebe uma causa em uma competência que não é sua (incompetência absoluta) ele não vai extinguir o processo, mas sim redistribuí-lo para uma vara competente. 
	II) nem toda falta, pode ser reconhecida de ofício: parte-se do princípio que todo vício deve ser reconhecido pelo juiz, mas nem toda vez será assim (incompetência relativa).
*citação do réu: dá ao réu conhecimento do processo, se não existe uma citação e ele aparece voluntariamente no processo, o vício da citação não gera prejuízos. A a citação é um pressuposto processual, mas o seu erro ou a falta dela não deixa de ser válida, o vicio é superado, ignorado. 
	III) nem toda falta, pode ser reconhecida a qualquer tempo: nem sempre dependendo do pressuposto ausente eu posso reconhecer a qualquer momento (incompetência relativa)
	***o didier entende que as condições da ação são pressupostos processuais (então essa parte tá em pressupostos processuais)
	
	B) PRESSUPOSTOS PROCESSUAIS SUBJETIVOS 
(quem são os sujeitos afetados - dependendo do pressuposto pode afetar o juiz ou as partes)
B.1 - Investidura - juiz - existência.
Princípio da investidura. Para um juiz ser juiz ele tem que cumprir alguns requisitos, por ex varias provas, testes e etc. A investidura são os elementos necessários para que o juiz se torne juiz, para que ele seja investido a função jurisdicional, não tem como alguém que não seja juiz dar uma sentença. Se eu tenho um ato praticado por alguém que não seja um juiz, esse ato é viciado, o vicio é tão grande que afeta o plano da existência, é como se o ato nunca tivesse existido, justamente porque só o juiz pode dar a sentença. (+ grave)
B.2 - Imparcialidade - juiz - validade. 
Se o juiz der o ato ele é existente, mas se o juiz for parcial, o ato deixa de ser válido. Estou diante de um pressuposto que é a imparcialidade, e esse pré-requisito afeta o juiz e a validade do ato. ***A forma de solucionar o problema não muda, quando o vício é corrigido não importa se foi de validade ou existência. O que importa é a resolução do problema. 
> Os três seguintes são próximos, mas são distintos. 
capacidade (atinge) ≠ personalidade jurídica (surge com o nascimento). Morto não pode ser autor e nem réu de um processo. 
B.3 - Capacidade de ser parte - parte - existência. 
A pessoa deve ter personalidade jurídica, um cachorro por ex não tem como ser parte em uma ação. Um morto não pode ingressar com uma ação pois isso nunca nem existiu. 
B.4 - Capacidade de estar em juízo - parte - existência. 
Tem uma pessoa que representa uma das partes juridicamente. Uma pessoa qualquer não tem capacidade de estar em juízo para se representar juridicamente, um menor por exemplo. Quando se ingressa com uma ação de alimentos, o autor é a criança, quem move a ação é a criança, a mãe é representante da criança. Aqui entra a questão da representação, normalmente representante do menor é o pai e a mãe. 
Exceção: casos em que o direito é do nascituro: a mãe é autora tutelando os direitos desse ser que ainda não nasceu, ele tem expectativa de direitos, o nascituro não é autor, mas sim a mãe, pois ele ainda não tem personalidade jurídica.
B.5 - Capacidade postulatória - parte - validade. 
Essa mãe não consegue entrar em juízo sem advogado, muitas vezes você precisa estar acompanhado de um advogado para dar andamento a causa. O advogado age como representante em juízo, existe a necessidade dele estar presente. Não precisa necessariamente ser um advogado, mas tem que ser uma pessoa com capacidade postulatória, por ex um procurador, defensor público etc.
OBS: nem sempre a capacidade postulatória é um requisito obrigatório, pois no juizado especial eu nem sempre preciso estar acompanhadode um advogado, nessas situações a própria lei afasta a necessidade de um advogado, pois existe um juiz postulante que resolve o problema. 
OBS: Existe uma outra forma de diferenciar que chama pressupostos processuais positivos e negativos, os positivos devem estar no processo; e os negativos não devem ocorrer, ou seja o pressuposto é a inexistência daquele elemento 
	C) PRESSUPOSTOS PROCESSUAIS OBJETIVOS EXTRÍNSECOS 
Afetam o processo. São negativos, porque na presença destas situações o processo não continua, gera o encerramento da causa. É extrínseco pois para identificar um deles, é necessário analisar um outro processo, comparar duas situações e analisá-las. Todos discutem a validade. É extrínseco porque é necessária a análise de algo exterior ao processo. Também chamados de pressupostos processuais negativos, ou seja, são aquelas situações que não devem ocorrer, o pressuposto é a inexistência do elemento, pois caso exista o processo não pode continuar.
C.1) Coisa Julgada Material 
São ações iguais mas uma delas já foi julgada, tenho o encerramento de uma causa e a repropositura da mesma ação, não para rediscuti-la. No caso de coisa julgada material, o mérito já foi analisado, então o juiz nem aceita a petição inicial, porque já foi decidido, não cabe rediscutir essa decisão. Quando a coisa julgada for formal, o núcleo do direito ainda não foi decidido, então o autor pode repropor a ação corrigindo o vício. Só não posso repropor a causa quando ela já foi decidida em seu mérito. Só pode repropor quando o juiz julgar sem aprofundamento no mérito (formal)
* Coisa julgada: é o fenômeno de imutabilidade da decisão judicial, a coisa julgada ocorre quando não tenho mais como recorrer, por perda de prazo ou porque meus recursos acabaram e a partir dai, ela se torna imutável. É por meio disso que eu alcanço segurança jurídica na decisão. Existem duas formas de coisa julgada: formal, acontece quando eu tenho vícios processuais, quando não há análise de mérito; e material, quando o mérito é analisado. Sempre se da preferência ao conteúdo em detrimento da forma, analise tem que ser do mérito, o ideal é que sempre se tenha a coisa julgada material
C.2) Litispendência 
São dois processos iguais tramitando ao mesmo tempo. Essas duas ações iguais não podem conviver, apenas uma será mantida. Isso gera a extinção de um processo, ele para de existir. 
C.3) Perempção
É uma punição processual ao autor da causa quando ele dá motivo (causa) três vezes para extinção do processo. Se eu for autor de uma ação, tenho o direito de desistir da causa quando eu quiser. Ok eu desisto da causa... ai no mês seguinte eu proponho a mesma ação, desisto de novo, no outro mês faço isso pela terceira vez. 
A perempção é essa sanção que vai ser aplicada ao autor quando ele dá causa para extinção três vezes sem motivo, na quarta vez o juiz não julga mais essa causa, o autor fica impossibilitado de rediscutir aquele direito. Isso também afeta todos os futuros processos que eu queira rediscutir aquela causa. 
	D) PRESSUPOSTOS PROCESSUAIS OBJETIVOS INTRÍNSECOS 
Não necessitam buscar um elemento exterior ao processo. Também chamados de pressupostos processuais positivos, já que são necessários para a continuidade do processo.
D.1) Demanda – Existência: significa falar de direito de ação, so há processo quando houver direito de ação pois somente ela da inicio ao processo. Se a demanda é inexistente, o processo é inexistente. Se não tem direito de ação o processo nunca existiu. 
D.2) Petição Inicial Apta – Validade: se eu tiver direito de ação e processo significa falar que ele existe? Sim ele existe. A existência do processo depende disso, mas a validade do processo depende da análise do juiz quanto a petição inicial. Não adianta ter uma petição inicial se ela estiver incompleta, só vale se ela estiver apta.
D.3) Citação Válida – Validade: a citação é o ato pelo qual eu integro o réu na relação jurídica processual, o juiz avisa o réu da causa. Sempre que isso ocorrer a citação tem que ser válida, se ela não for válida, não consigo realizar os princípios do contraditório e ampla defesa, etc. A citação do réu é essencial para que o processo seja válido. Quando o processo for extinto logo no início, o juiz nem avisa o réu, porque não vai gerar nenhum tipo de prejuízo a ele (exceção). A citação valida é essencial quando eu tiver a necessidade do réu no processo, e isso é na maioria dos processos. Eu preciso que a citação seja valida para desenvolver aquele processo 
D.4) Regularidade Forma – Validade: o processo é desenvolvido mediante um procedimento de vários atos praticados. Se a lei exige um tipo de regularidade de forma obrigatória para o ato, eu tenho que seguir este procedimento, se eu não cumprir essa forma, poderia surgir a ideia de que aquilo seria inválido, já que não estou seguindo o que a lei estipula. Seguir essa forma significa alcançar a validade do ato.
-> Princípio da instrumentalidade das formas: o processo é um instrumento para concretização do direito material, portanto o foco não é a forma, mas sim o mérito. Esse principio diz que a forma é importante sim e é importante segui-la, mas se eu e alcançar o mesmo objetivo de outra maneira sem prejudicar ninguém, é adequado anular o ato por causa da informalidade? Não. O foco é o objetivo e não a forma, se eu o alcancei seguindo forma distinta e isso não gerou prejuízo para ninguém, tudo bem. Eu considerarei válido o ato que por mais que não tenha seguido a forma prevista na lei, alcance seu objetivo sem gerar prejuízo para ninguém.

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