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tcc tema O uso dos contos de fada na educação infantil

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UNIVERSIDADE ANHANGUERA- UNIDERP
PEDAGOGIA
PROJETO INTEGRADOR- PEDL
O uso dos contos de fada na educação infantil
Josileide de Oliveira Santos – RA 1299140732
Maria Elenilda Souza Moreira – RA 1299140620
Patrícia Aparecida Souza – RA 1299140932
Rita Venâncio Rodrigues – RA 1299140729
Silvia Aparecida Nogueira Alves – RA 1299140863
Tutora Presencial: Juliana Rodrigues Siqueira
Tutora a distância: Cinthia Muniz
Santo André, abril de 2017
Dedicatória
Ao meu amado esposo pela a paciência e compreensão com minha ausência.
Agradecimentos
A Deus todo poderoso pela a paciência e sabedoria que ele mim deu pra chegar à final desses três anos e meio.
“Contos de fada não dizem às crianças que dragões existem. Crianças já sabem que dragões existem. Contos de fada dizem às crianças que dragões podem ser mortos.” Gilbert Chesterton
Resumo
O presente projeto tem como objetivo apresentar a importância do uso dos contos de fada no processo de ensino-aprendizagem e na formação ética-moral das crianças. Primeiramente, se faz necessário contextualizar as diversas origens históricas do gênero contos de fada, para que se torne possível explanar acerca da influência das narrativas fantásticas na constituição do individuo em sociedade, tal como a crença e perpetuação de preceitos morais (leis, regras, religiões, cultura e superstições).
Palavras-chave: Contos de fada, ética, moral, literatura infantil.
Abstract
The present project aims to present the importance of the use of fairy tales in the teaching-learning process and the ethical-moral formation of children. First, it is necessary to contextualize the various historical origins of the genus fairy tales, so that it becomes possible to explain the influence of fantastic narratives on the constitution of the individual in society, such as the belief and perpetuation of moral precepts (laws, rules, religions, Culture and superstitions).
Key-Words: Fairy tales, ethical, moral, children's literature
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ..........................................................................................................5
2 AS ORIGENS DOS CONTOS DE FADA.................................................................6
2.1 O uso dos contos de fada na Idade Média e Moderna ...........................................7
3 A formação ético-social da criança através dos contos de fada segundo a perspectiva filosófica de Chersterton...........................................................................................................10
4 Considerações Finais.....................................................................................12
5 Referências Bibliográficas ....................................................................13
Introdução
Qual a importância do uso dos contos de fada na educação infantil?
Desde os primórdios da humanidade, a oralidade acompanhou intrinsecamente os homens, desde os relatos míticos de cosmogonia (mitos de criação do mundo) até escritos considerados sagrados que ditaram e ditam regras morais. Por meio da narrativa fantástica, nosso imaginário cultural foi alimentado por séculos, nos apresentando as primeiras lições de ordem moral e ética. Dessa forma, se faz urgente e necessário um breve apontamento acerca da importância da literatura infantil ao longo do processo de ensino- aprendizagem na pré- alfabetização da criança, tratando especificamente do gênero contos de fada, uma vez que é de fácil acesso, possui uma linguagem conotativa e de fácil identificação e interpretação.
 O presente projeto é a tentativa de explicitar a importância do gênero contos de fada na educação infantil por conta de sua influência na formação ética e moral da criança e também no desenvolvimento sócio-afetivo, pois apresenta recursos facilitadores, tais como: encantamento, interpretação e fácil acesso. Além disso, o gênero contos de fada é, em sua maioria, o primeiro contato literário que uma criança faz com o conhecimento formal.
Antes de adentrarmos no tema propriamente dito, se faz necessário entendermos o surgimento dos contos de fada como instrumento de formação ético-moral.
 Capítulo 2- As origens dos contos de fada
Estima-se que o surgimento dos primeiros contos de fada remete-se à cultura céltica em meados II a.C. Assim como os mitos gregos, as anedotas célticas tinham como intuito solucionar / esclarecer os mistérios advindos da natureza desconhecida através da oralidade fantástica.
Em um primeiro momento, os contos de fadas não eram destinados ao público infantil, muito menos para a formação de regras morais e nem relatavam ações inocentes, tal como nós os concebemos hoje. Mas sim, retratavam histórias com conteúdo temático ricamente adulto, tais como sexo, abusos, estupros e violência. 
O estudioso Sheldon Cashdan (2000) afirma:
 Originalmente concebidos como entretenimento para adultos, os
 contos de fadas eram contados em reuniões sociais, nas salas de
 fiar, nos campos e em outros ambientes onde os adultos se reuniam
 e não nas creches (CASHDAN, 2000 p.20).
Segundo Coelho (1987), os contos de fada só foram alterados e devidamente destinados para as crianças quase por acaso na França, por meio do trabalho de Charles Perroult no século XVII. Por outro lado, Cashdan assegura que a transformação dos contos de fada em literatura infantil ocorreu no século XIX, por conta dos denominados “mascates”, que exerciam a função de vendedores ambulantes levando de cidade a cidade pequenos volumes baratos que continham o conteúdo dos contos de fadas mais simplificados e que omitiam as partes mais fortes das histórias, tornando os contos de fadas mais acessíveis ao público em geral.
Capítulo 2.1- O uso dos contos de fada na Idade Média e Moderna 
Como já fora dito anteriormente, os contos de fada não pertenciam à educação burguesa tampouco eram destinados às crianças. Na era medieval, a perspectiva de vida das crianças era efêmera e baixa, por isso as histórias fantásticas eram um tipo de “ferramenta reconfortante” para diminuir as mazelas diárias e cultivar a esperança de um futuro melhor que está (ou não) por vir.
A partir do XVI, constrói-se a ideia de “infância”, um conceito novo, pois a criança passa a ser o centro das atenções da família e com isso a escola surge como uma instituição orientadora da criança, que a levará ao esclarecimento kantiano (Aufklärung). Logo, literaturas específicas para as crianças surgem para auxiliar essa nova visão de mundo, entre as literaturas infantis está o gênero dos contos de fada, que tem por objetivo integrar a criança ao mundo.
Capítulo 3- O uso do gênero contos de fada na educação infantil 
A inserção da criança no universo literário é de extrema importância, uma vez que o contato precoce com livros e outras formas de materiais escritos proporcionam experiências prazerosas e inesquecíveis, a possibilidade de auxiliar na descoberta do autoconhecimento e do mundo em que está circunscrito.
De acordo com Saraiva (2001), o ato de ler é um acontecimento muito peremptório na vida da criança, que influencia na forma como ela compreenderá a escola e a aprendizagem em geral. Nada obstante, o empenho que a criança emprega o reconhecimento de letras e palavras, necessita demonstrar a certeza de que será compensado pela leitura de textos que instiguem o imaginário e desperte o encanto pela leitura, como afirma Bettelheim:
Quando a aprendizagem da leitura é experienciada não apenas como o melhor caminho, mas como o único para sermos transportados para dentro de um mundo previamente desconhecido, então a fascinação inconsciente da criança em relação aos acontecimentos imaginários e seu poder mágico, apoiará os seus esforços conscientes na decodificação, difícil tarefa de aprender a ler. (BETTELHEIM, 1984, p.49 apud Saraiva, 2001, p.80).
Os contos de fadasultrapassaram séculos encantando e ensinando inúmeras gerações em todo o mundo. Através do enriquecimento do imaginário com o uso da fantasia, crianças de todas as partes do mundo tiveram os primeiros ensinamentos morais por meio das narrativas fantasiosas. Desde pequenos, somos habituados a ouvirmos relatos fantásticos de pais, mães ou avós, embora, como já foi dito anteriormente, o gênero dos contos de fadas não foi escrito, em um primeiro momento, para o público infantil.
Os contos de fada conduzem a criança para a descoberta de sua própria identidade e também sugerem as experiências que são necessárias para desenvolver ainda mais o seu caráter. De acordo com Silveira :
Eles alimentam a imaginação e estimulam as fantasias, pois nem todos os nossos desejos podem ser satisfeitos através da realidade. Daí a importância da fantasia como recurso adaptativo. Na seleção de histórias para serem oferecidas na hora do conto, é importante incluir contos de fadas. (SILVEIRA, 1996,p.73)
A captação do pequeno leitor se dá por meio da relação de afinidade e identificação com o livro infantil, onde sonho, fantasia e imaginação se convergem numa realidade única, e o levam a vivenciar as emoções conjuntamente com os personagens da história, introduzindo de tal modo situações da realidade. É ouvindo histórias que se pode sentir (também) emoções importantes, como a tristeza, a raiva, a irritação, o bem-estar, o medo, a alegria, o pavor, a insegurança, a tranquilidade, e tantas outras mais, e viver profundamente tudo o que as narrativas provocam em quem as ouve - com toda a amplitude, significância e verdade que cada uma delas fez (ou não) brotar. “Pois é ouvir, sentir e enxergar com os olhos do imaginário!” (ABRAMOVICH,1995,p.17). De acordo com Dohme (2000) as histórias são excelentes ferramentas de trabalho na empreitada de educar, uma vez que as crianças gostam muito e se envolvem com a narração.(p. 97). Do mesmo modo, existe uma diversidade de temas que, para aplicá-las não necessitam recursos materiais ínvios.
Os contos de fadas contribuem de forma satisfatória para a educação, pois possui uma linguagem fascinante, que fala adequadamente ao público infantil,atingindo o interior de sua alma. Segundo Saraiva (2011), o modo como os contos de fadas são estruturados, de maneira simples, contribui para seu sucesso junto ao público infantil. E a respeito disso ela acrescenta que:
A narrativa inicia com uma situação de equilíbrio, que alterada pela manifestação de carência ou conflito por parte do herói. A seguir são apresentadas as peripécias vividas pela personagem, que, com a ajuda de seres ou objetos mágicos, vence os obstáculos e emerge vitoriosa no final. Então, a situação de harmonia inicial é novamente instaurada. (Saraiva, 2001, p.47).
A aplicação dos contos de fadas na educação infantil se desenvolve através da perspectiva da introdução da criança no mundo da leitura e da escrita desde a primeira infância, momento em que estes iniciam seu processo de alfabetização muitas vezes de forma indireta, porquanto ao participarem de situações variadas abrangendo a leitura as crianças estão inseridas em uma atmosfera prazerosa e significativa para elas. 
Segundo Ressurreição :
A fantasia dos contos de fada é marcante para o desenvolvimento da criança. Há significados mais profundos nos contos de fada que se contam na infância do que a própria vida adulta ensina. São por meio dos contos infantis que a criança desenvolve seus sentimentos, emoções e aprende a lidar com essas sensações. ( RESSUIRREIÇÃO, 2005, p. 139)
Pode-se observar a influência dos contos de fada na formação ético-moral das crianças no momento em que elas escutam e compreendem a história e passam utilizá-la como referência de bom ou mau comportamento. Mostrando, então que:
Histórias como: Chapeuzinho Vermelho, Rapunzel, Cinderela, o Lobo Mau e todos os seus companheiros continuam sendo os antídotos mais eficientes contra as angústias e temores infantis. Quando essas histórias são apresentadas às crianças, os personagens podem ajudá-las a se tornar mais sensíveis, esperançosas, otimistas e confiantes na vida. A fantasia é fundamental para o desenvolvimento emocional da criança. Nessas histórias, a criança se identifica mais facilmente com os problemas dos personagens. Ao mergulhar com prazer no faz-de-conta, as crianças dão vazão às próprias emoções. (RESSUREIÇÃO, 2005, p.81).
Percebe-se a grandeza da importância das histórias, não só do gênero contos de fada, na educação infantil, no momento em que a criança sente-se parte dessas e fortalecendo suas relações com o meio em que está inserida, desenvolvendo fantasia e imaginação. Como nos diz Bettelheim:
Os contos de fada nos consentem a navegar para outro mundo, porém não menos real do que o nosso, ampliando a fantasia e a imaginação enquanto estimula-se a mente. Proporciona o encontro com sonhos e anseios – através da identificação com os personagens – e, meios de proporcionar a busca de soluções dos problemas que habitam na mente da criança. (BETTELHEIM, 1979, p.247)
Capítulo 4- A formação ético-social da criança através dos contos de fada segundo a perspectiva filosófica de Chersterton 
Gilbert Keith Chesterton, conhecido como G. K. Chesterton nasceu na cidade de Londres, no dia 29 de maio de 1874 e faleceu no dia 14 de junho de 1936, no distrito inglês de Beaconsfield foi um escritor, poeta, narrador, ensaísta, jornalista, historiador, biógrafo, teólogo, filósofo, desenhista e conferencista britânico. 
Chesterton foi um dos maiores defensores do uso do gênero contos de fada na formação ético-social das crianças, uma vez que segundo o pensador os contos de fada estimulam a imaginação infantil, que por sua vez é vista muitas vezes pela ótica adulta, como algo inferior, fantasioso. Contudo, de acordo com Chesterton as histórias fantásticas narradas pelos contos de fada são primordiais na construção do sujeito ético e moral. Cotidianamente os pais reprimem os filhos por lerem ou verem histórias muito fantasiosas, por receio de que a criança “não viva nesse mundo” ou que “não vá saber enfrentar os problemas reais”. Mal sabem esses pais que os contos de fadas trazem mais benefícios que frustrações na vida de uma criança.
Em sua obra “Ortodoxia”, mais precisamente no capítulo “A ética da terra dos elfos”, Chesterton se propõe revelar a importância dessas histórias e equivocadamente denomina-las de surreais, irracionais e até ilógicas. Chesterton demonstra que não há nada de incoerente ou de insano em contos de fadas. Inicialmente, faz-se necessário lembrar que histórias dos contos de fadas pertencem a uma tradição e, deste modo, participa do imaginário e do pensamento de inúmeras pessoas, muitas vezes são até consideradas como prosaicas. Deste modo, para Chesterton, a democracia era instituída da seguinte forma: “as coisas comuns a todos os homens são mais importantes do que aquelas que são peculiares apenas a alguns.”, isto é, “as coisas ordinárias têm mais valor que as extraordinárias” (Ortodoxia, p. 76). Em seguida, compreende-se que, de certa maneira, democracia e tradição peregrinam conjuntamente, sendo que a tradição reforça a ideia de democracia.
Uma vez que o conto de fadas é considerado uma tradição, também se pode fazer entender que ele é democrático não apenas para aqueles que estão vivos, contudo também participa da “democracia dos mortos”, como afirma Chesterton. A partir daí, pode-se concluir que a “fé democrática” nos leva a acreditar que as questões mais importantes a serem debatidas ou feitas, devem sê-las por homens comuns. Posteriormente, o pensador faz uma importante constatação:
O homem que cita um historiador alemão em oposição à tradição da Igreja Católica, por exemplo, está apelando implicitamente para a aristocracia, pois apela para a superioridade de um perito contra a extraordinária autoridade de uma multidão. [...] A lenda é, geralmente, criada pela maioria das pessoas sãs da cidade, ao passo que o livro é, geralmente, escrito pelo único homem loucodessa mesma cidade. […] Se damos tanta importância à opinião dos homens comuns quando se trata de assuntos cotidianos não podemos desprezar essa mesma opinião quando se trata da história ou de fábula. (CHESTERTON; Ortodoxia p.77-78).
Percebe-se então, a legitimidade de histórias de fadas a partir da tradição e, que se alguém a considerá-los ignorantes, ou insensatas, está sendo, de certa maneira, contra a legitimidade, ou sanidade de seu próprio povo.
Chesterton ainda afirma que a produção mental advinda da imaginação é intensamente alimentada por meio dos contos de fada. Sendo assim, os contos de fada são instrumentos eficazes na construção de preceitos morais. 
Os preceitos morais dos contos de fada podem ser observados na eterna luta entre “bem” e “mal”. Segundo Coutinho:
há em tudo uma ordem humana, ensinando o bem, condenando o mal, socorrendo os desgraçados, exaltando os tenazes, fortalecendo a confiança no esforço ou mesmo na própria sorte, como no caso de A gata borralheira, exemplo de fé e esperança no destino (Coutinho, 1997,p.205)
 Através das personagens pode-se educar as crianças para o que é “certo” e o que é considerado “errado” na sociedade, fazendo-as refletir acerca do bem e do mal, sendo assim as obras de literatura infantil, além de despertar na criança o gosto pela leitura, estimula e facilita os conteúdos educacionais dirigidos para as crianças.
Por meio do uso dos contos de fada, crianças aprendem sobre questões intrínsecas dos seres humanos e suas possíveis soluções e também é através deles que a herança cultural é transmitida para as crianças, tendo uma grande contribuição para sua educação moral. 
Os contos de fadas podem ser incisivos para a formação da criança em relação a si mesma e ao mundo em que está circunscrita. A forma de julgamento que classifica as personagens em boas ou más, belas e feias, fortes ou fracas, auxiliam as crianças na compreensão dos princípios e os prováveis comportamentos humanos para melhor convivência em sociedade.
Considerações Finais
Ao longo do processo de pesquisa e escrita do presente artigo, foi corroborada a hipótese de que os contos de fada são instrumentos éticos-morais eficazes na construção dos preceitos morais para crianças, por conta da fácil assimilação e identificação dos mesmos perante as narrativas fantásticas. Inicialmente, os contos de fadas não eram destinados ao público infantil, pois eram histórias carregadas de conteúdos violentos e pornográficos, contudo após as modificações de Charles Perrault por volta do século XVII, os contos de fada se transformaram em históricas denominadas de “literatura infantil”, todavia essa mudança de paradigma aconteceu em toda sociedade moderna, uma vez que as crianças deixaram de ser marginalizadas e foram reconhecidas como “pessoas”, acarretando assim, a construção de saberes destinado especificamente às crianças.
As narrativas fantásticas podem ser encontradas em todas as culturas existentes, todos os povos possuem histórias que ensinam preceitos morais, que respondem questões misteriosas ao seres humanos (morte, nascimento, criação do universo, fenômenos naturais) e que de certa forma, confortam e alimenta a esperança para dias melhores, e os contos de fadas presta essa função de maneira eficaz. Além disso, estimula a imaginação das crianças, auxiliando e facilitando os processos educativos de aprendizagem. 
Portanto, o uso dos contos de fada em qualquer fase da educação é extremamente funcional, uma vez que as histórias fantásticas podem estimular a imaginação das crianças, despertar o gosto pela leitura, apresentar preceitos morais de forma lúdica e auxiliar a inserção da criança no convívio em sociedade.
 
Referências bibliográficas
ABRAMOVICH, Fanny. Literatura Infantil: gostosuras e bobices. 4.ed. São Paulo: Scipione, 1997.
BETTELHEIM, Bruno. A Psicanálise dos Contos de Fadas. Trad. Arlene Caetano. 17.ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2003. 
CASHDAN, Sheldon. Os sete pecados capitais dos contos de fadas: Como os contos de fadas influenciam as nossas vidas. Rio de Janeiro: Campus, 2000. 
CHESTERTON, Gilbert Keith. Ortodoxia. 1 ed. Campinas – SP: ECCLESIAE, 2013.
COELHO, Nelly Novaes. Literatura Infantil: Teoria, Análise, Didática. 7.ed. São Paulo: Moderna, 2000.
COUTINHO, Afrânio. A Literatura no Brasil. 4. ed. ver. e atual. São Paulo: Global, 1997.
DOHME, V. D. Técnicas de contar histórias. 4. ed. São Paulo: Informal, 2000.
RESSURREIÇÃO, J.B.da. A importância dos contos de fadas no desenvolvimento da imaginação. 2005. 
Disponível em:<http://www.facos.edu.br/old/galeria/129102010020851.pdf>. Acesso em: 22 fev. 2017.
SILVEIRA, C. R. G. da; Conta de novo:a professora-narradora na educação infantil. 2005.Caçador, 2005. 
TOLKIEN, John Ronald Reuel. Sobre Histórias de Fadas. 2 ed. SP: Conrad, 2010.

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