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2. PARTE GERAL EMPRESARIAL APOSTILA

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CIÊNCIAS CONTÁBEIS. DIREITO EMPRESARIAL. PROF. JOÃO PAULO CAVALCANTI Página 1 
 
 
BACHARELADO EM DIREITO 
DIREITO EMPRESARIAL 
PROFESSOR: JOÃO PAULO LIMA CAVALCANTI 
 
 
DIREITO EMPRESARIAL – PARTE GERAL 
 
1. DIREITO EMPRESARIAL: conjunto de normas jurídicas que disciplinam as 
atividades empresárias. Adota-se na lei brasileira a teoria da empresa, onde empresa 
é sinônimo de atividade econômica organizada e exercida por empresário (pessoa 
física/natural ou sociedade empresária). 
 
 
2. FONTES DO DIREITO EMPRESARIAL 
 
FONTES PRIMÁRIAS: FONTES LEGAIS (leis). 
- Código Civil de 2002 (CC, matéria); 
- Legislações Esparsas (matérias específicas): 
 - Direito Falimentar (Lei 11. 101/2005); 
 - Direito Societário (Lei 6.404/1976); 
 - Direito Cambiário (Lei Uniforme de Genebra, que regula as letras de Câmbio 
e as notas promissórias); 
 - Lei 7.357/1985, que regula os cheques; 
 - etc. 
 
FONTES SECUNDÁRIAS: USOS E COSTUMES MERCANTIS 
Para que os usos e costumes sejam reconhecidos, exige-se que a prática seja: 
- uniforme; 
- constante; 
- observada por certo período de tempo; 
- exercida de boa-fé; 
- não seja contrária à lei. 
 
3. EMPRESÁRIO 
 
Não se fala mais em comerciante como sendo aquele que habitualmente pratica atos 
de comércio. Fala-se, agora, em empresário, que é aquele que exerce 
profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou circulação de 
bens e serviços. 
 
 
CC, Art. 966. Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade 
econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços. 
 
 
Como indicado pelo referido artigo, empresário é aquele que exerce 
profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a 
circulação de bens ou de serviços. 
- pessoalidade (“quem exerce”): aquele que pratica a atividade empresarial. Pode ser 
pessoa física ou jurídica. 
- profissionalmente: só será empresário aquele que exercer determinada atividade 
econômica de forma profissional, ou seja, que fizer do exercício daquela atividade a 
sua profissão habitual. Aquele que exercer atividade econômica de maneira 
esporádica, por exemplo, não será considerado empresário. 
CIÊNCIAS CONTÁBEIS. DIREITO EMPRESARIAL. PROF. JOÃO PAULO CAVALCANTI Página 2 
 
- atividade econômica: a expressão atividade econômica enfatiza que empresa é uma 
atividade exercida buscando o lucro. 
- organizada: significa que o empresário é aquele que articula fatores de produção 
(capital, mão de obra, insumos e tecnologia). 
- produção ou circulação de bens e serviços: expressão que demonstra a abrangência 
da teoria da empresa, em contraposição à antiga teoria dos atos de comércio, a qual 
restringia o âmbito de incidência do regime jurídico comercial a determinadas 
atividades econômicas elencadas na lei. 
 
O empresário pode ser um empresário individual (pessoa física) ou uma sociedade 
empresária (pessoa jurídica). 
 
Quando se fala em empresário pessoa jurídica (sociedade empresária) deve-se 
entender que os seus sócios não são empresários: o empresário é a própria sociedade 
empresária, que possui patrimônio próprio, distinto do patrimônio dos sócios que a 
integram. 
 
OBS. Pessoa jurídica é nomenclatura utilizada no Direito para designar uma entidade 
que pode ser detentora de direitos e obrigações e à qual se atribui personalidade 
jurídica. 
 
4. EMPRESA: empresa é uma atividade econômica organizada com a finalidade 
de fazer circular ou produzir bens e serviços. 
 
Empresa é, portanto, atividade, algo abstrato. Empresário, por sua vez, é quem exerce 
empresa. Assim, a empresa não é sujeito de direitos. 
 
Exemplo: a empresa faliu; a empresa importou mercadorias. Termo empregado 
erroneamente. Quem fale ou importa é o sujeito de direito que explora a atividade 
empresária, ou seja, o empresário. 
 
EMPRESÁRIO/ 
SOCIEDADE EMPRESÁRIA 
EMPRESA 
Sujeito de direito que pratica a atividade 
de empresa 
Atividade econômica organizada 
 
Quem é sujeito de direito é o titular da empresa, ou seja, o sujeito de direitos é o 
empresário (que pode ser pessoa física ou jurídica). Não se deve confundir empresa 
com sociedade empresária/empresário. Este, na verdade, é aquele que exerce 
profissionalmente uma atividade econômica organizada. Empresa e empresário são 
noções que se relacionam, porém não se confundem. 
 
Também não se deve confundir empresa com estabelecimento empresarial. Este é o 
complexo de bens que o empresário usa para exercer uma empresa, isto é, exercer 
uma atividade econômica organizada. 
 
Exemplo: a empresa está pegando fogo; a empresa foi reformada. Termo empregado 
erroneamente. Quem pega fogo ou é reformada não é a empresa, que é uma atividade 
econômica, mas o estabelecimento comercial. 
 
 
ESTABELECIMENTO EMPRESARIAL 
 
EMPRESA 
Complexo de bens utilizados pelo 
empresário para a prática da empresa 
Atividade econômica organizada 
CIÊNCIAS CONTÁBEIS. DIREITO EMPRESARIAL. PROF. JOÃO PAULO CAVALCANTI Página 3 
 
5. NOME EMPRESARIAL 
Assim como as pessoas físicas/naturais possuem um nome civil, o qual nos identifica 
nas relações jurídicas de que participamos cotidianamente, os empresários – 
empresário individual ou sociedade empresária – também devem possuir um nome 
empresarial. 
 
O direito ao nome empresarial, segundo a doutrina majoritária, é um direito 
personalíssimo. 
 
Nome empresarial consiste na expressão que identifica o empresário nas relações 
jurídicas que eles formalizam em decorrência do exercício da atividade empresária. O 
nome é um sinal distintivo que identifica o empresário no exercício de sua atividade. 
 
O nome empresarial possui duas funções relevantes, uma de ordem subjetiva e outra 
de ordem objetiva. Subjetiva: individualizar e identificar o sujeito de direitos exercente 
da atividade empresarial. Objetiva: de lhe garantir reconhecimento, fama, renome etc. 
 
Ressalta-se a importância em distinguir o nome empresarial e outros elementos de 
identificação do empresário (marca, nome de fantasia, nome de domínio e sinais de 
propaganda. 
 
Marca: é sinal distintivo que identifica produtos ou serviços do empresário (art. 122 da 
Lei 9.279/1996). Sua disciplina é tratada no âmbito da propriedade industrial. 
 
Nome de fantasia: expressão que identifica o título de estabelecimento. 
 
Nome de domínio: é o endereço eletrônico dos sites dos empresários na internet. 
 
Exemplo: um empresário poderia se cadastrar na Junta Comercial como o nome Paulo 
Cavalcanti Comércio e Distribuição de Livros (nome empresarial). Contudo, para 
identificar o meu negócio adotaria o nome Livraria Veneza Brasileira (nome de 
fantasia). Caso o suposto empresário resolvesse identificar os livros por ele editados 
poderia criar uma marca chamada Veneza Brasileira, que identificaria seus próprios 
produtos e livros por ele editados (marca, pois identificaria seus produtos e que 
deveria ser registrada no INPI – Instituto Nacional de Propriedade Industrial). 
 
Por fim, ele poderia criar um site na internet (nome de domínio): 
www.livrariavenezabrasileira.com.br. 
 
O direito contempla duas espécies de nome empresarial: 
 
FIRMA: só pode ter por base o nome civil, do empresário individual ou dos sócios da 
sociedade empresária de pessoas (de responsabilidade ilimitada). Sempre conterá um 
ou mais nomes civis (de pessoa natural/física). Pode vir com ou sem referencia a 
atividade econômica. Serve como assinatura e pode ser social ou individual. 
 
A firma serve como assinatura, seja ela individual ou social, do empesário ou da 
sociedade, respectivamente 
 
Exemplo: Antônio Silva Pereira é empresário individual. A firma pode ser: Silva 
Pereira, Livros Técnicos ou simplesmente Silva Pereira. 
 
DENOMINAÇÃO: deve designar o objeto da empresa e pode adotar o nome civil (de 
pessoa natural/física) ou outraexpressão lingüística. Atentar para a necessidade de 
referência ao ramo da atividade econômica. É usada em regra pelas sociedades em 
CIÊNCIAS CONTÁBEIS. DIREITO EMPRESARIAL. PROF. JOÃO PAULO CAVALCANTI Página 4 
 
que todos os sócios respondem de forma limitada (sociedade limitada e sociedade 
anônima). Não serve como assinatura, apenas como elemento identificador. Apenas 
pode ser social. 
 
Exemplo: A. Silva & Pereira Cosméticos Ltda. (denominação baseada em nomes 
civis); 
 Alvorada Cosméticos Ltda. (denominação baseada em elemento fantasia). 
 
A firma é privativa de empresários individuais e sociedades, enquanto a denominação 
é privativa de sociedades. 
 
Como diferenciar firma de denominação? Se não houver referência ao ramo da 
atividade econômica não pode ser denominação; se fundado em expressão diversa do 
nome civil, não pode ser firma. 
 
Observação: nome de fantasia identifica o título do estabelecimento. A grosso modo 
está para o nome empresarial assim como o apelido está para o nome civil. Exemplo: 
ARTHUR LUNDGREN TECIDOS S/A, cujo nome fantasia é CASAS 
PERNAMBUCANAS. O nome fantasia é protegido pelo direito nacional. 
 
De acordo com o tipo societário utilizado pela sociedade empresária (LTDA, AS, N/C, 
C/A etc) o nome empresarial usado variará conforme a espécie e até mesmo conforme 
a estrutura da sociedade constituída. O tema será melhor abordado no assunto 
sociedade empresárias. Por hora um pequeno resumo: 
 
Firma: 
Empresário Individual 
Sociedade em Nome Coletivo 
Sociedade em Comandita Simples 
 
Denominação: 
Sociedade Anônima 
 
Firma ou Denominação: 
Sociedade Limitada 
Sociedade em Comandita por Ações 
 
DA FORMAÇÃO DO NOME EMPRESARIAL 
 
O nome empresarial deve obedecer aos princípios da veracidade e da novidade, 
segundo o art. 34 da Lei 8.934/1994. 
 
Princípio da veracidade: o nome empresarial não poderá conter nenhuma 
informação falsa. Sendo a expressão que identifica o empresário em suas relações 
como tal, é imprescindível que o nome empresarial só forneça dados verdadeiros 
àquele que negocia com o empresário. 
 
Por obediência ao princípio da veracidade, pode ser que em alguns casos seja 
obrigatória a alteração do nome empresarial. Exemplos: quando se provar, após o 
registro, a coexistência do nome registrado com outro já constante da Junta 
Comercial; quando ocorrer a morte ou a saída de sócio cujo nome conste na firma da 
sociedade; quando houver transformação, incorporação, fusão ou cisão da sociedade. 
 
Princípio da novidade: consiste na proibição de se registrar um nome empresarial 
igual ou muito parecido com um já registrado. 
CIÊNCIAS CONTÁBEIS. DIREITO EMPRESARIAL. PROF. JOÃO PAULO CAVALCANTI Página 5 
 
 
Art. 1.163, CC: 
 
Art. 1.163. O nome de empresário deve distinguir-se de qualquer outro já inscrito 
no mesmo registro. 
 
Parágrafo único. Se o empresário tiver nome idêntico ao de outros já inscritos, 
deverá acrescentar designação que o distinga. 
 
 
PROTEÇÃO AO NOME EMPRESARIAL 
 
Cabe à Junta Comercial em que o empresário ou a sociedade empresária requereu o 
arquivamento de seus atos constitutivos proceder à análise da eventual colidência 
entre nome empresarial levado a registro e outro nome empresarial já registrado, 
consultando seus assentamentos. 
 
Salienta-se que a proteção ao nome empresarial quanto ao princípio da novidade se 
inicia automaticamente a partir do registro e é restrita ao território do Estado da Junta 
Comercial em que o empresário se registrou (art. 1.166, CC). 
 
Art. 1.166. A inscrição do empresário, ou dos atos constitutivos das pessoas 
jurídicas, ou as respectivas averbações, no registro próprio, asseguram o uso 
exclusivo do nome nos limites do respectivo Estado. 
 
Parágrafo único. O uso previsto neste artigo estender-se-á a todo o território 
nacional, se registrado na forma da lei especial. 
 
Importante, também, é o ar. 11 da IN/DNRC (Instrução Normativa - Departamento 
Nacional de Registro do Comércio): 
 
Art. 11. A proteção ao nome empresarial decorre, automaticamente, do ato de 
inscrição de empresário ou do arquivamento de ato constitutivo de sociedade 
empresária, bem como de sua alteração nesse sentido, e circunscreve-se à unidade 
federativa de jurisdição da Junta Comercial que o tiver procedido. 
 
Ou seja, nada impede que um empresário na Bahia registre um nome empresarial 
idêntico ao de um empresário, mais antigo, com atuação em Pernambuco, salvo se 
este obteve o direito de usar exclusivamente seu nome empresarial em todo o território 
nacional (parágrafo único do art. 1.166, CC). 
 
OBS. Para a proteção do nome em âmbito nacional, deve-se proceder o registro da 
“marca” junto ao INPI (Instituto Nacional de Propriedade Industrial), ou terá que 
registrar o nome na Junta Comercial de cada Estado em que pretenda atuar. 
 
O CC dispõe em seu art. 1.167, CC que: 
 
Art. 1.167. Cabe ao prejudicado, a qualquer tempo, ação para anular a inscrição 
do nome empresarial feita com violação da lei ou do contrato. 
 
Por fim, aduz o art. 1.164, CC: 
 
Art. 1.164. O nome empresarial não pode ser objeto de alienação. 
 
Parágrafo único. O adquirente de estabelecimento, por ato entre vivos, pode, se o 
contrato o permitir, usar o nome do alienante, precedido do seu próprio, com a 
qualificação de sucessor. 
CIÊNCIAS CONTÁBEIS. DIREITO EMPRESARIAL. PROF. JOÃO PAULO CAVALCANTI Página 6 
 
 
Ressalta-se que em muitas situações o deferimento, por parte das Juntas Comerciais, 
do arquivamento dos atos constitutivos de determinados empresários (PN ou PJ) é 
levado à apreciação do DNRC (Departamento Nacional de Registro do Comércio), 
órgão que possui funções de orientação, coordenação, supervisão e normatização no 
âmbito do SINREM (Sistema Nacional de Registros de Empresas Mercantis) acerca de 
como proceder no caso de registros de nomes empresariais idênticos ou semelhantes 
a outros já registrados. 
 
Destaque para a Instrução Normativa 104/2007. 
 
Exemplo de caso apreciado pelo DNRC: já decidiu que não há colidência entre as 
denominações sociais Logística Ambiental de São Paulo S.A. – LOGA e LOGAJ 
Transportes e Logística LTDA., por não serem essas expressões iguais nem 
semelhantes, já que não são homógrafas (mesma grafia), nem homófonas (mesma 
pronúncia). 
 
Exemplo: decidiu que o uso de expressões originárias dos nomes dos sócios, de forma 
completa ou abreviada, sendo permitido por lei, não pode ensejar a colidência entre 
nomes empresariais. Portanto entendeu o DNRC que podiam coexistir normalmente 
os nomes empresariais Supermercados Bergamini LTDA. E Bergamini Comércio 
Virtual LTDA., já que a expressão Bergamini não pode ser objeto da alegada 
colidência. 
 
Ressalte-se também que os empresários individuais ou sociedades empresárias que 
se enquadrarem como microempresas ou empresas de pequeno porte deverão 
acrescentar aos seus respectivos nomes empresarias as terminações ME ou EPP, 
conforme o caso. Exemplo: Rafael Lima Cursos Contábeis – ME; JP Calçados LTDA – 
EPP). 
 
INFORMAÇÃO IMPORTANTE. CRITÉRIOS DE CLASSIFICAÇÃO DE EMPRESAS: 
MEI - ME - EPP 
 
01.Quanto à Receita Bruta Anual 
 
- MIcroempreendedor Individual - MEI - Lei 123/06, art. 18-A - Até R$ 60.000,00 
- Microempresa - ME - Lei 123/06 - Até R$ 360.000,00 
- Empresa de Pequeno Porte - EPP - Lei 123/06 - De R$ 360.000,01 até R$ 
3.600.000,00 
 
02. Quanto ao número de Empregados 
 
O SEBRAE utiliza o critério por número de empregados do IBGE como critério de 
classificação do porte das empresas, para fins bancários, ações de tecnologia, 
exportação e outros. 
 
Indústria: 
 
Micro: com até 19 empregados 
Pequena: de 20 a 99 empregados 
Média: 100 a 499 empregados 
Grande: mais de 500 empregados 
 
Comércio e Serviços 
 
CIÊNCIAS CONTÁBEIS. DIREITO EMPRESARIAL. PROF. JOÃO PAULOCAVALCANTI Página 7 
 
Micro : até 9 empregados 
Pequena: de 10 a 49 empregados 
Média: de 50 a 99 empregados 
Grande: mais de 100 empregados 
 
Obs.: - O presente critério não possui fundamentação legal, para fins legais, vale o 
previsto na legislação do Simples (Lei 123 de 15 de dezembro de 2006). 
 
(fonte; SEBRAE) 
 
 
6. ESTABELECIMENTO EMPRESARIAL. O complexo de bens reunidos pelo 
empresário (pessoa física ou jurídica) para o desenvolvimento de sua atividade 
econômica organizada (empresa) é o estabelecimento empresarial. 
 
O estabelecimento empresarial é a reunião dos bens necessários ao desenvolvimento 
da atividade econômica. Quando o empresário reúne bens de variada natureza, como 
as mercadorias, máquinas, instalações, tecnologia, prédio, etc., em função do 
exercício de uma atividade, ele agrega a esse conjunto de bens uma organização 
racional que importará em aumento do seu valor enquanto continuarem reunidos. 
Alguns autores usam a expressão “aviamento” para referir a esse valor acrescido, a 
esta aptidão do estabelecimento em gerar lucros. 
 
Exemplo: uma fábrica com toda sua aparelhagem possui maior valor comercial que o 
preço de suas máquinas e prédio vendidos separadamente. 
 
O estabelecimento empresarial é composto de bens corpóreos (mercadorias, 
instalações, equipamentos, utensílios, veículos etc. – e por bens incorpóreos – tal 
como marcas, ponto comercial, título de estabelecimento etc. 
 
ESTABELECIMENTO EMPRESARIAL 
 Bens Corpóreos Mercadorias 
 Instalações 
 Veículos 
 Etc 
 
 Bens Incorpóreos Marcas 
 Patentes 
 Direitos 
 Ponto Comercial 
 
 
NATUREZA JURÍDICA DO ESTABELECIMENTO EMPRESARIAL 
 
As teorias adotadas pela doutrina são oriundas de Oscar Barreto Filho, chamadas de 
Teorias Universalistas. 
 
Universalidade, segundo a doutrina, é um conjunto de elementos que, quando 
reunidos, podem ser concebidos como coisa unitária, ou seja, algo novo e distinto que 
não representa a mera junção dos elementos componentes. 
 
No caso do estabelecimento empresarial, existe uma universalidade de fato, que 
corresponde àquela decorrente da vontade do empresário em reunir as coisas que a 
compõem. Diversamente da universalidade de direito que decorre, não da vontade, 
mas da lei (massa falida, espólio). 
CIÊNCIAS CONTÁBEIS. DIREITO EMPRESARIAL. PROF. JOÃO PAULO CAVALCANTI Página 8 
 
 
PONTO COMERCIAL. Dentre os elementos do estabelecimento empresarial, figura o 
chamado “ponto”, que compreende o local específico em que ele se encontra. Em 
função do ramo de atividade explorado pelo empresário, a localização do 
estabelecimento empresarial pode importar acréscimo, por vezes substantivo, no seu 
valor. Atualmente o ponto pode ter existência física ou virtual (site). 
 
 
PROTEÇÃO AO PONTO COMERCIAL (PONTO DE NEGÓCIO) 
 
A importância do ponto de negócio é caracterizada, basicamente, pela possibilidade 
de o empresário locatário permanecer no imóvel locado mesmo contra a vontade do 
locador. É o chamado direito à renovação compulsória de aluguel. 
 
A Lei que garante tal direito é a Lei 8.245/1991 (Lei do Inquilinato). 
 
 
Art. 51. Nas locações de imóveis destinados ao comércio, o locatário terá direito a 
renovação do contrato, por igual prazo, desde que, cumulativamente: 
 
I - o contrato a renovar tenha sido celebrado por escrito e com prazo determinado; 
(requisito formal – contrato escrito) 
 
II - o prazo mínimo do contrato a renovar ou a soma dos prazos ininterruptos dos 
contratos escritos seja de cinco anos; (requisito temporal) 
 
Um ou mais de um contrato, desde a soma dos contratos seja ao menos de 05 
anos e que não tenha havido interrupção entre eles. 
 
III - o locatário esteja explorando seu comércio, no mesmo ramo, pelo prazo 
mínimo e ininterrupto de três anos. (requisito material) 
 
A Lei estende a proteção ao cessionário ou sucessor (trespasse) que o precedeu na 
locação: 
 
§ 1º O direito assegurado neste artigo poderá ser exercido pelos cessionários ou 
sucessores da locação; no caso de sublocação total do imóvel, o direito a 
renovação somente poderá ser exercido pelo sublocatário. 
 
Prazo para a renovação é dado pelo §5º: 
 
§ 5º Do direito a renovação decai aquele que não propuser a ação no interregno 
de um ano, no máximo, até seis meses, no mínimo, anteriores à data da 
finalização do prazo do contrato em vigor. 
 
Os requisitos procedimentais são trazidos pelo art. 71 da referida lei: 
 
Art. 71. Além dos demais requisitos exigidos no art. 282 do Código de Processo 
Civil, a petição inicial da ação renovatória deverá ser instruída com: 
 
I - prova do preenchimento dos requisitos dos incisos I, II e III do art. 51; 
 
II - prova do exato cumprimento do contrato em curso; 
 
III - prova da quitação dos impostos e taxas que incidiram sobre o imóvel e cujo 
pagamento lhe incumbia; 
 
CIÊNCIAS CONTÁBEIS. DIREITO EMPRESARIAL. PROF. JOÃO PAULO CAVALCANTI Página 9 
 
IV - indicação clara e precisa das condições oferecidas para a renovação da 
locação; 
 
V - indicação de fiador quando houver no contrato a renovar e, quando não for o 
mesmo, com indicação do nome ou denominação completa, número de sua 
inscrição no Ministério da Economia, Fazenda e Planejamento, endereço e, 
tratando-se de pessoa natural, a nacionalidade, o estado civil, a profissão e o 
número da carteira de identidade, comprovando, em qualquer caso e desde logo, 
a idoneidade financeira; 
 
V – indicação do fiador quando houver no contrato a renovar e, quando não for o 
mesmo, com indicação do nome ou denominação completa, número de sua 
inscrição no Ministério da Fazenda, endereço e, tratando-se de pessoa natural, a 
nacionalidade, o estado civil, a profissão e o número da carteira de identidade, 
comprovando, desde logo, mesmo que não haja alteração do fiador, a atual 
idoneidade financeira; (Redação dada pela Lei nº 12.112, de 2009) 
 
VI - prova de que o fiador do contrato ou o que o substituir na renovação aceita os 
encargos da fiança, autorizado por seu cônjuge, se casado for; 
 
VII - prova, quando for o caso, de ser cessionário ou sucessor, em virtude de título 
oponível ao proprietário. 
 
Deve-se verificar que o direito à renovação compulsória do aluguel não é um direito 
absoluto, pois choca-se com o direito à propriedade do dono do imóvel (art. 5º, XXI, 
CF/88). Por essa razão, a Lei 8.245/1991 traz hipóteses legais em que o proprietário 
do imóvel poderá retomá-lo: 
 
Art. 52. O locador não estará obrigado a renovar o contrato se: 
 
 I - por determinação do Poder Público, tiver que realizar no imóvel obras que 
importarem na sua radical transformação; ou para fazer modificações de tal 
natureza que aumente o valor do negócio ou da propriedade; 
 
II - o imóvel vier a ser utilizado por ele próprio ou para transferência de fundo de 
comércio existente há mais de um ano, sendo detentor da maioria do capital o 
locador, seu cônjuge, ascendente ou descendente. 
 
Art. 72. A contestação do locador, além da defesa de direito que possa caber, 
ficará adstrita, quanto à matéria de fato, ao seguinte: 
 
I - não preencher o autor os requisitos estabelecidos nesta lei; 
 
II- não atender, a proposta do locatário, o valor locativo real do imóvel na época 
da renovação, excluída a valorização trazida por aquele ao ponto ou lugar; 
 
III - ter proposta de terceiro para a locação, em condições melhores; 
 
IV - não estar obrigado a renovar a locação (incisos I e II do art. 52). 
 
 
TRESPASSE (COMPRA E VENDA DE ESTABELECIMENTO EMPRESARIAL) 
 
O contrato de compra e venda de estabelecimento empresarial é denominado de 
contrato de trespasse. Atualmente, a alienação do estabelecimento possui regras 
próprias, prescritas pelo Código Civil nos artigos 1.142 a 1.149. 
 
CIÊNCIAS CONTÁBEIS. DIREITO EMPRESARIAL. PROF. JOÃO PAULO CAVALCANTI Página 10 
 
É importante destacar que o contrato de trespasse não pode ser confundido ou 
equiparado com a alienação de quotas de sociedade empresária ou de ações de uma 
sociedade anônima, sendo importante a seguinte ponderação: 
 
No trespasse, o estabelecimento empresarial deixa de integrar o patrimônio de um 
empresário (alienante) e passa para o de outro (adquirente). O objeto da venda é 
o complexo de bens corpóreos e incorpóreos envolvidos com a exploração de uma 
atividade empresarial. Já na cessão de quotas sociais de sociedade limitada ou na 
alienação de controle de sociedade anônima, o estabelecimento empresarial não 
muda de titular. Tanto antes como após a transação, ele pertencia e continua a 
pertencer à sociedade empresária. Essa, contudo, tem a sua composição de 
sócios alterada. Na cessão de quotas ou alienação de controle, o objeto da venda 
é a participação societária. (COELHO, Fábio Ulhôa) 
 
O valor do estabelecimento, em geral, é avaliado segundo a sua capacidade de gerar 
lucro e atrair a clientela, ou seja, pelo aviamento, e naturalmente é superior ao valor 
dos elementos que o compõe, razão pela qual é mais vantajoso se promover a 
alienação do estabelecimento empresarial, como uma universalidade de bens, do que 
promover a cessão individual dos bens corpóreos e incorpóreos que o integra. 
 
O art. 1143, CC, aduz que o estabelecimento pode ser negociado como um todo 
unitário (universalidade de fato): 
 
Art. 1.143. Pode o estabelecimento ser objeto unitário de direitos e de negócios 
jurídicos, translativos ou constitutivos, que sejam compatíveis com a sua natureza. 
 
Quando o estabelecimento empresarial é objeto de negociação (todo o 
estabelecimento de forma unitária) estaremos diante de um contrato de trespasse. 
Deve-se ressaltar que há no trespasse, igualmente, a transmissão da funcionalidade 
do estabelecimento. 
 
Pela leitura do art. 1.144, CC verifica-se que a condição de eficácia perante terceiros 
dá-se com o registro do contrato de trespasse na Junta Comercial e sua posterior 
publicação: 
 
Art. 1.144. O contrato que tenha por objeto a alienação, o usufruto ou 
arrendamento do estabelecimento, só produzirá efeitos quanto a terceiros depois 
de averbado à margem da inscrição do empresário, ou da sociedade empresária, 
no Registro Público de Empresas Mercantis, e de publicado na imprensa oficial. 
 
O art. 1.145. CC aduz que o empresário que visa à venda o estabelecimento 
empresarial tem que conservar bens suficientes para pagar as suas dívidas perante os 
credores ou, antes da venda, obter o consentimento deles para concretizar o contrato 
de trespasse. Os credores notificados deverão se manifestar em 30 dias, ou darão o 
consentimento tácito. 
 
Art. 1.145. Se ao alienante não restarem bens suficientes para solver o seu 
passivo, a eficácia da alienação do estabelecimento depende do pagamento de 
todos os credores, ou do consentimento destes, de modo expresso ou tácito, em 
trinta dias a partir de sua notificação. 
 
Deve-se frisar que a alienação irregular do trespasse é considerada ato de falência. 
 
 
SUCESSÃO EMPRESARIAL (TRESPASSE) 
 
CIÊNCIAS CONTÁBEIS. DIREITO EMPRESARIAL. PROF. JOÃO PAULO CAVALCANTI Página 11 
 
O adquirente do estabelecimento empresarial obtido com o contrato de trespasse 
responde pelas dívidas existentes – contraídas pelo alienante – desde que 
regularmente contabilizadas. 
 
Deve-se frisar que embora o adquirente assuma todas as dívidas contabilizadas, o 
alienante fica solidariamente responsável por elas durante o prazo de 01 ano. Dívida 
já vencida: o prazo de 01 ano começa a contar da publicação do contrato de trespasse 
(art. 1.144, CC). Dívida a vencer (vincenda): o prazo é contado do dia do vencimento. 
 
Solidariedade passiva: quando um dos vários devedores (adquirente ou alienante, no 
caso) deva pagar tudo, como se fosse o único devedor. 
 
É necessário esclarecer que as dívidas objeto da sucessão empresarial são 
aquelas exclusivamente decorrentes da atividade empresária do alienante. As 
dívidas tributárias ou mesmo trabalhistas não contam para a sucessão empresarial 
(art. 1.146, CC). 
 
Falência e recuperação judicial: a alienação de estabelecimento empresarial em 
processo de falência ou recuperação judicial não acarreta para o adquirente do 
estabelecimento nenhum ônus, seja obrigacional (decorrente da atividade empresária), 
tributário ou trabalhista. 
 
 
CLÁUSULA DE NÃO CONCORRÊNCIA (TRESPASSE) 
 
Trazida pelo art. 1.147, CC: 
 
 
Art. 1.147. Não havendo autorização expressa, o alienante do estabelecimento 
não pode fazer concorrência ao adquirente, nos cinco anos subseqüentes à 
transferência. 
 
Parágrafo único. No caso de arrendamento ou usufruto do estabelecimento, a 
proibição prevista neste artigo persistirá durante o prazo do contrato. 
 
 
Solidifica o entendimento que mesmo na ausência de cláusula contratual expressa, o 
alienante tem a obrigação contratual implícita de não fazer concorrência ao adquirente 
do estabelecimento empresarial. 
 
O prazo de 05 anos visa evitar o desvio da clientela em detrimento do empresário 
adquirente do estabelecimento empresarial. Frisa-se que nada impede as partes de 
decidirem que o alienante pode se estabelecer a qualquer tempo (sem referência a 
qualquer prazo mínimo) ou estipular prazo diverso do trazido na lei (prazo maior ou 
menor). 
 
Qual o âmbito territorial de aplicação da cláusula de não concorrência? Não há espaço 
geográfico pré-definido. Caberá o estudo caso a caso pelo julgador. Deverá o julgador 
analisar se o restabelecimento do alienante configura concorrência ao adquirente e 
mesmo se essa concorrência provoca o desvio de clientela prejudicial. 
 
 
 
 
 
 
CIÊNCIAS CONTÁBEIS. DIREITO EMPRESARIAL. PROF. JOÃO PAULO CAVALCANTI Página 12 
 
CLÁUSULAS IMPORTANTES NO CONTRATO DE TRESPASSE 
 
Art. 1.148, CC: 
 
 
Art. 1.148. Salvo disposição em contrário, a transferência importa a sub-rogação 
(transferência) do adquirente nos contratos estipulados para exploração do 
estabelecimento, se não tiverem caráter pessoal, podendo os terceiros 
rescindir o contrato em noventa dias a contar da publicação da transferência, se 
ocorrer justa causa, ressalvada, neste caso, a responsabilidade do alienante. 
 
 
Como funcionaria o contrato de locação, nessa temática? Na Primeira Jornada de 
Direito Empresarial, foi decidido em seu Enunciado 08 que “A sub-rogação do 
adquirente nos contratos de exploração atinentes ao estabelecimento adquirido, 
desde que não possuam caráter pessoal, é a regra geral, incluindo o contrato de 
locação.”. 
 
Contudo, parte da doutrina entende não estar o contrato de locação aí abarcado por 
tratar-se de contrato de caráter pessoal (intuitu personae). A recomendação a cerca do 
assunto é de que se comunique ao locador sobre o trespasse e se obtenha dele 
concordância prévia, a fim de evitar inconvenientes. 
 
Devem ser inclusos nesse raciocínio os contratos de prestação de serviços, tal como o 
firmado com advogado ou contabilista, já que, em ambos os casos, os contratos 
possuem caráter pessoal, não se transmitindo automaticamente com o trespasse. 
 
Por último,verifica-se que o adquirente, ao mesmo tempo em que adquire as dívidas 
contabilizadas do alienante (art. 1.146, CC), obtêm, igualmente, todo o ativo 
contabilizado (art. 1.044, CC).. 
 
 
TÍTULO DO ESTABELECIMENTO (NOME FANTASIA). O elemento de identificação 
do estabelecimento empresarial não se confunde com o nome empresarial, que 
identifica o sujeito de direito empresário (pessoa física ou jurídica), nem com a marca, 
identidade do produto. 
 
Nome empresarial se difere de nome fantasia na medida em que ao primeiro cabe 
identificar o empresário que exerce a atividade empresarial e o segundo se refere 
apenas ao local onde é executada a atividade empresarial. Deste modo, um mesmo 
empresário pode desempenhar sua atividade em diversos locais mantendo um único 
nome empresarial, mas possuindo vários nomes fantasias referentes aos diferentes 
locais onde sua atividade empresarial é praticada. 
 
O nome de fantasia pode ser nominativo (expressões lingüísticas), figurativo 
(representações gráficas – também chamado insígnia) e misto (expressões lingüísticas 
grafadas de modo peculiar). Ele tem a função de diferenciar o empresário da 
concorrência (desta forma, não bastam apenas “expressões genéricas’’ como “café, 
restaurante, hotel”) e fazer publicidade de forma a atrair a clientela, além de ser 
importante para o próprio consumidor ter a oportunidade de optar qual o local prefere 
para que suas atividades sejam realizadas, decidindo de acordo com o nome fantasia 
onde se efetuarão suas compras. 
 
CIÊNCIAS CONTÁBEIS. DIREITO EMPRESARIAL. PROF. JOÃO PAULO CAVALCANTI Página 13 
 
Exemplo: uma sociedade empresária (pessoa jurídica) pode chamar-se “Comércio e 
Indústria Antônio Silva Ltda”, ser titular da marca (nome do produto vendido) “Sabão 
Alvorada” e seu estabelecimento empresarial denominar-se “Loja da Esquina”. 
 
O ordenamento jurídico brasileiro reserva proteção específica ao nome de fantasia 
(título de estabelecimento). A Lei 9.279/1996 (Lei da Propriedade Industrial) em seus 
arts. 191, 194, 195, inciso V tratam do tema: 
 
Art. 191. Reproduzir ou imitar, de modo que possa induzir em erro ou confusão, 
armas, brasões ou distintivos oficiais nacionais, estrangeiros ou internacionais, 
sem a necessária autorização, no todo ou em parte, em marca, título de 
estabelecimento, nome comercial, insígnia ou sinal de propaganda, ou usar essas 
reproduções ou imitações com fins econômicos. 
 
Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) meses, ou multa. 
 
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem vende ou expõe ou oferece à 
venda produtos assinalados com essas marcas. 
 
Art. 194. Usar marca, nome comercial, título de estabelecimento, insígnia, 
expressão ou sinal de propaganda ou qualquer outra forma que indique 
procedência que não a verdadeira, ou vender ou expor à venda produto com 
esses sinais. 
 
Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) meses, ou multa. 
 
Art. 195. Comete crime de concorrência desleal quem: V - usa, indevidamente, 
nome comercial, título de estabelecimento ou insígnia alheios ou vende, expõe ou 
oferece à venda ou tem em estoque produto com essas referências; 
 
Conforme leciona Fábio Ulhôa Coelho, "a proteção do título de estabelecimento se faz, 
atualmente, por regras de responsabilidade civil e penal, na medida em que 
caracteriza concorrência desleal (Lei de Propriedade Industrial, arts. 195, inciso V, e 
209). O empresário que imitar ou utilizar o título de estabelecimento que outro havia 
adotado anteriormente deve indenizar este último pelo desvio eficaz de clientela". 
 
A prova no processo é, evidentemente, difícil. Não há um registro que demonstre 
quem foi o criador do título. Mesmo que se consiga comprovar quem o criou, não é 
nada fácil demonstrar a intenção do demandado de desviar a clientela. 
 
Deve se considerar, ainda, a possibilidade de ter ocorrido uma simples coincidência. 
 
COMÉRCIO ELETRÔNICO (NOME DE DOMÍNIO). A rede mundial de computadores 
(internet) tem sido largamente utilizada para a realização de negócios. Em razão disto, 
criou-se um novo tipo de estabelecimento, o estabelecimento virtual. Distingue-se do 
estabelecimento empresarial físico, em razão do meio de acesso. 
 
Nome de domínio: é o endereço eletrônico dos sites dos empresários na internet. Hoje 
é muito utilizado em virtude do desenvolvimento do chamado comércio eletrônico (e-
commerce). Ressalta-se que, segundo o enunciado 7 da I jornada de Direito Comercial 
do CJF, o nome de domínio integra o estabelecimento empresarial como bem 
incorpóreo para todos os fins do direito. 
 
 
Os estabelecimentos virtuais possuem endereço eletrônico, que é seu nome de 
domínio. Exemplo: o nome de domínio da Livraria Saraiva é o www.saraiva.com.br. 
 
CIÊNCIAS CONTÁBEIS. DIREITO EMPRESARIAL. PROF. JOÃO PAULO CAVALCANTI Página 14 
 
7. AUXILIARES E COLABORADORES DE EMPRESÁRIO (PREPOSTOS) 
 
 
O empresário (pessoa física ou jurídica), como organizador de atividade empresarial 
deve necessariamente contratar mão de obra, que é um dos fatores de produção. 
Estes trabalhadores, sejam empregados ou prestadores de serviços, são chamados 
de prepostos. Exemplo: contabilista; gerente, funcionário. 
 
Uma regra importante diz respeito à proibição dos prepostos de fazerem concorrência 
com o empresário (art. 1.170, CC). Tal hipótese pode ainda configurar concorrência 
desleal (art. 195 da Lei de Propriedade Industrial – Lei 9.279/1996). 
 
O CC ainda estabelece que: 
 
Art. 1.178. Os preponentes são responsáveis pelos atos de quaisquer prepostos, 
praticados nos seus estabelecimentos e relativos à atividade da empresa, ainda 
que não autorizados por escrito. 
 
Parágrafo único. Quando tais atos forem praticados fora do estabelecimento, 
somente obrigarão o preponente nos limites dos poderes conferidos por escrito, 
cujo instrumento pode ser suprido pela certidão ou cópia autêntica do seu teor. 
 
Art. 1.177, Parágrafo único. No exercício de suas funções, os prepostos são 
pessoalmente responsáveis, perante os preponentes, pelos atos culposos; e, 
perante terceiros, solidariamente com o preponente, pelos atos dolosos. 
 
 
Quando os atos contábeis forem praticados pelo preposto nos estabelecimentos dos 
preponentes, quem ficará responsável pelas conseqüências relativas à empresa será 
o próprio preponente, quando forem realizados fora de seu estabelecimento, ou seja, 
no escritório particular do preposto, este será responsável pelas conseqüências. 
 
É também responsável o contabilista que age de forma voluntária, conivente e dolosa 
junto com o preponente ou empresário. Isto reforça a posição de que o profissional 
deverá atuar com zelo, diligência e observância às normas legais, contábeis e de 
forma ética. 
 
O novo código civil enquadrou o contador e o técnico em contabilidade, que nas suas 
relações com seus clientes ou como empregado, são considerados prepostos, ficando 
assim, submetidos às determinações expressas do código e da legislação 
extravagante. O código trata a palavra contabilista em substituição a contador (inclui-
se no art. o técnico em contabilidade). O preposto fica solidariamente responsável ao 
preponente, perante terceiros, quando pratica um ato doloso, risco de dano assumido, 
de forma intencional. 
 
Desta forma, se faz indispensável o contrato de prestação de serviços contábeis por 
escrito, devidamente assinando pelas partes e subscrito por duas testemunhas. Neste 
instrumento deverão constar de forma inequívoca os direitos e obrigações das partes. 
 
É importante também para a preservação da integridade profissional, moral, penal e 
patrimonial do contabilista, que se este for agir em nome do seu cliente ou preponente, 
exija sempre um instrumento procuratório, pois somente com uma procuração ou carta 
de preposição, poderá praticar os atos necessários, observando os limites dos 
poderes contidos no respectivoinstrumento de mandato. 
 
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OBS: O termo caixa dois refere-se a recursos financeiros não contabilizados e não 
declarados aos órgãos de fiscalização competentes. Caixa dois é um dos instrumentos 
utilizados para sonegação fiscal. 
 
Quanto ao contabilista, só se pode dispensar seu auxílio se na localidade não houver 
nenhum. (art. 1.1182, CC). 
 
Quanto à escrituração do empresário: 
 
Art. 1.177. Os assentos lançados nos livros ou fichas do preponente, por qualquer 
dos prepostos encarregados de sua escrituração, produzem, salvo se houver 
procedido de má-fé, os mesmos efeitos como se o fossem por aquele. 
 
Lembrar da regra sobre responsabilidade solidária do art. 1.177, § único, no caso de 
conduta dolosa. Ou seja, um contador que crie, em suas funções, o chamado caixa 
dois, falsificando a escrituração do seu empresário de forma dolosa deve responder 
diante de terceiros. 
 
ESCRITURAÇÃO DO EMPRESÁRIO 
 
Uma das obrigações impostas ao empresário é a necessidade de seguir um sistema 
de contabilidade, mecanizado ou não, com base na escrituração uniforme de seus 
livros, em correspondência com a documentação respectiva, e a levantar anualmente 
o balanço patrimonial e o resultado econômico, segundo o art. 1.179, CC. 
 
Entende-se, portanto, que os empresários devem manter um sistema de escrituração 
contábil periódico, além de levantar, todo ano, dois balanços financeiros: o patrimonial 
e o de resultado econômico. A obrigação é tão importante que a legislação falimentar 
considera crime a escrituração irregular, caso a falência do empresário seja decretada 
(arts. 178 e 180 da Lei 11.101/2005). Ademais, pela importância que ostentam, os 
livros comerciais são equiparados a documentos públicos para fins penais, sendo 
tipificada como crime a falsificação, no todo ou em parte, da escrituração comercial 
(art. 297, §2º, Código Penal). 
 
Embora fale apenas em “livros”, os instrumentos de escrituração são: livros; conjunto 
de fichas e folhas soltas; conjunto de folhas contínuas; microfichas extraídas a partir 
de microfilmagem por computador. 
 
A escrituração do empresário é tarefa que a lei incumbe a profissional específico: o 
contabilista, o qual deve ser legalmente habilitado, ou seja, estar devidamente inscrito 
no órgão regulamentador de sua profissão (at. 1.182, CC). Ressalta, contudo, esse 
dispositivo que nos casos em que não exista contabilista habilitado na localidade, 
quando a tarefa de escrituração do empresário poderá ser exercida por outro 
profissional ou mesmo pelo próprio empresário. 
 
A doutrina aponta que, atualmente, o único livro obrigatório comum a todo e qualquer 
empresário é o livro diário que pode ser substituído por fichas no caso de adotada 
escrituração mecanizada ou eletrônica: 
 
Art. 1.180, CC. Além dos demais livros exigidos por lei, é indispensável o Diário, 
que pode ser substituído por fichas no caso de escrituração mecanizada ou 
eletrônica. 
 
Sendo o Diário o único livro obrigatório comum, são facultativos: os livros Caixa, no 
qual se controlam as entradas e saídas de dinheiro; o livro Estoque, Razão, que 
CIÊNCIAS CONTÁBEIS. DIREITO EMPRESARIAL. PROF. JOÃO PAULO CAVALCANTI Página 16 
 
classifica o movimento das mercadorias; Borrador, que funciona como um rascunho do 
Diário e o Conta Corrente, que é usado cara as contas individualizadas de 
fornecedores e clientes. 
 
Outros livros também poderão ser exigidos do empresário, por força de legislação 
fiscal, trabalhista ou previdenciária. Todavia, eles não podem ser considerados livros 
empresariais. Só recebem essa qualificação os livros que o empresário escritura em 
razão do disposto na legislação empresarial. 
 
No livro Diário devem ser lançadas “com individualização, clareza e caracterização do 
documento respectivo, dia a dia, por escrita direta ou reprodução, todas as operações 
relativas ao exercício da empresa”, podendo ser escriturado de forma resumida, 
conforme o disposto no art. 1.184 caput e §1º, CC. Também “serão lançados no Diário 
o balanço patrimonial e o de resultado econômico, devendo ambos ser assinados por 
técnico em Ciências Contábeis legalmente habilitado e pelo empresário ou sociedade 
empresária” (art. 1.184, §2º, CC). 
 
Alguns livros específicos, porém, são exigidos a certos empresários. É o caso, por 
exemplo, do livro de Registro de Duplicatas, exigido dos empresários que trabalhem 
com a emissão de duplicatas mercantis. É o caso, igualmente, das sociedades 
anônimas, que são obrigadas pela Lei 6.404/1976. A escriturar uma série de livros 
específicos, como o livro de Registros de transferência de ações nominadas, o livro de 
Registro da atas de assembléia, entre ouros (art. 100, Lei 6.404/1976). 
 
Também existem livros obrigatórios especiais, que são exigidos em virtude do 
exercício de alguma profissão. É o caso, exemplificando, dos livros impostos pela 
legislação comercial aos leiloeiros e aos donos de armazéns-gerais. Com efeito, o art. 
7º, caput, do decreto 1.102/1903, que obriga o dono de armazém-geral a escriturar 
livro de entrada e saída de mercadorias. 
 
Fora esses livros obrigatórios, o empresário poderá escriturar outros, a seu critério 
(art. 1.179, §1º, CC). 
 
 
SITUAÇÃO ESPECIAL DO MICROEMPRESÁRIO E EMPRESÁRIO DE PEQUENO 
PORTE 
 
Art. 1.179, §2º, CC, dispensa ao pequeno empresário manter um sistema de 
escrituração e de levantar anualmente balanços: 
 
Art. 1.179. O empresário e a sociedade empresária são obrigados a seguir 
um sistema de contabilidade, mecanizado ou não, com base na 
escrituração uniforme de seus livros, em correspondência com a 
documentação respectiva, e a levantar anualmente o balanço patrimonial e 
o de resultado econômico. 
 
§ 2º É dispensado das exigências deste artigo o pequeno empresário a 
que se refere o art. 970. 
 
Art. 970. A lei assegurará tratamento favorecido, diferenciado e 
simplificado ao empresário rural e ao pequeno empresário, quanto à 
inscrição e aos efeitos daí decorrentes. 
 
CIÊNCIAS CONTÁBEIS. DIREITO EMPRESARIAL. PROF. JOÃO PAULO CAVALCANTI Página 17 
 
O comando normativo contido no art. 970 abarca em sua expressão “pequeno 
empresário” o microempresário (ME) e o empresário de pequeno porte (EPP), tal 
como aduzido pelo Enunciado 235 do CJF e art. 68 da LC 123/2006:: 
 
 
235 – Art. 1.179: O pequeno empresário, dispensado da escrituração, é aquele 
previsto na Lei n. 9.841/99. 
 
Art. 68. Considera-se pequeno empresário, para efeito de aplicação do disposto 
nos arts. 970 e 1.179 da Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil), o 
empresário individual caracterizado como microempresa na forma desta Lei 
Complementar que aufira receita bruta anual até o limite previsto no § 1º do art. 
18-A (60.000,00, sessenta mil reais). 
 
 
SIGILO PROFISSIONAL 
 
Os livros empresariais são protegidos pelo sigilo, conforme determinação contida no 
art. 1.190, CC: 
Art. 1.190. Ressalvados os casos previstos em lei, nenhuma autoridade, juiz ou 
tribunal, sob qualquer pretexto, poderá fazer ou ordenar diligência para verificar se 
o empresário ou a sociedade empresária observam, ou não, em seus livros e 
fichas, as formalidades prescritas em lei. 
 
Observe-se que o dispositivo acima referenciado ressalva, de forma clara os casos 
previstos em lei, ou seja, a legislação poderá prever situações excepcionais em que o 
sigilo empresarial que protege os livros empresariais não seja oponível. 
 
O próprio Código estabelece uma dessas situações: 
 
Art. 1.193. As restrições estabelecidas neste Capítulo ao exame da escrituração, 
em parte ou por inteiro, não se aplicam às autoridades fazendárias, no exercício 
da fiscalização do pagamento de impostos, nos termos estritos das respectivas 
leis especiais (exercício de fiscalização tributária).O STF, ponderando o direito a sigilo empresarial dos empresários e o direito à 
fiscalização tributária das autoridades fazendárias, entende que o exame dos livros e 
documentos constantes na escrituração deve ater-se ao objeto da fiscalização. 
Súmula 439, STF: 
 
STF Súmula nº 439 
 
Fiscalização Tributária ou Previdenciária - Livros Comerciais - Objeto da 
Investigação 
 
Estão sujeitos a fiscalização tributária ou previdenciária quaisquer livros 
comerciais, limitado o exame aos pontos objeto da investigação. 
 
O sigilo que protege os livros empresariais também pode ser “quebrado! Por ordem 
judicial. A exibição dos livros empresariais, em obediência à ordem judicial pode ser 
total ou parcial, havendo tratamento distinto para ambos os casos. 
 
Art. 1.191, CC. O juiz só poderá autorizar a exibição integral dos livros e papéis de 
escrituração quando necessária para resolver questões relativas a sucessão, 
comunhão ou sociedade, administração ou gestão à conta de outrem, ou em caso 
de falência. 
 
CIÊNCIAS CONTÁBEIS. DIREITO EMPRESARIAL. PROF. JOÃO PAULO CAVALCANTI Página 18 
 
Art. 381, Código de Processo Civil (CPC). O juiz pode ordenar, a requerimento da 
parte, a exibição integral dos livros comerciais e dos documentos do arquivo: 
 
I - na liquidação de sociedade; 
 
II - na sucessão por morte de sócio; 
 
III - quando e como determinar a lei. 
 
Conclui-se, pela interpretação harmônica dos dois dispositivos que a exibição integral 
dos livros só pode ser determinada a requerimento da parte e somente nos casos 
expressamente previstos em lei. (liquidação, sucessão por morte de sócio, 
administração ou gestão à conta de outrem, falência ou outros casos previstos em lei). 
 
No caso de S/A, sua lei específica (Lei 6.404/1976), em seu art. 105 um caso 
particular: 
 
Art. 105. A exibição por inteiro dos livros da companhia pode ser ordenada 
judicialmente sempre que, a requerimento de acionistas que representem, pelo 
menos, 5% (cinco por cento) do capital social, sejam apontados atos violadores da 
lei ou do estatuto, ou haja fundada suspeita de graves irregularidades praticadas 
por qualquer dos órgãos da companhia. 
 
Exibição parcial do livro: 
 
Art. 382, CPC. O juiz pode, de ofício, ordenar à parte a exibição parcial dos livros 
e documentos, extraindo-se deles a suma que interessar ao litígio, bem como 
reproduções autenticadas. 
 
Art. 1.191, § 1º O juiz ou tribunal que conhecer de medida cautelar ou de ação 
pode, a requerimento ou de ofício, ordenar que os livros de qualquer das partes, ou 
de ambas, sejam examinados na presença do empresário ou da sociedade 
empresária a que pertencerem, ou de pessoas por estes nomeadas, para deles se 
extrair o que interessar à questão. 
 
A conjugação desses dois dispositivos leva a conclusão que a exibição parcial dos 
livros empresariais pode ser determinada pelo juiz, a requerimento ou até de ofício, em 
qualquer processo. Essa exibição parcial não atinge os livros que não são obrigatórios, 
por sua existência não ser presumida. Contudo, se o requerente conseguir provar a 
existência desse livro não obrigatório e que ele representa-se indispensável para a 
prova de determinado fato, a exibição poderá se determinada. 
 
 
EFICÁCIA PROBATÓIA DOS LIVROS EMPRESARIAIS 
 
Os livros empresariais são documentos que possuem força probatória, sendo, muitas 
vezes, fundamentais para a solução de determinado litígio. No exame de livros pode-
se verificar a existência de relações contratuais, o seu respectivo adimplemento ou 
inadimplemento, uma fraude contábil, entre outras coisas. Por essa razão que a lei 
determina que devem os livros comerciais serem guardados até ocorrer prescrição ou 
decadência no tocante aos atos nele designados (art. 1.194, CC) 
 
Art. 378, CPC: 
 
Art. 378, CPC. Os livros comerciais provam contra o seu autor. É lícito ao 
comerciante, todavia, demonstrar, por todos os meios permitidos em direito, que 
os lançamentos não correspondem à verdade dos fatos. 
CIÊNCIAS CONTÁBEIS. DIREITO EMPRESARIAL. PROF. JOÃO PAULO CAVALCANTI Página 19 
 
 
Ao mesmo tempo, os livros empresariais também provam a favor de seu autor: 
 
Art. 379, CPC. Os livros comerciais, que preencham os requisitos exigidos por lei, 
provam também a favor do seu autor no litígio entre comerciantes. 
 
 
 
8. LIVROS COMERCIAIS 
 
Os empresários estão sujeitos a algumas obrigações que são comuns a todos tais 
como: 
 
1. ter o seu registro regularizado no Registro de Empresas antes do inicio de suas 
atividades na forma disciplinado pelo (art. 967. CC); 
2. manter a escrituração regular dos livros obrigatórios 
3. levantar balanço patrimonial e de resultado econômico a cada ano (art. 1.179, CC). 
 
O fato da não escrituração das obrigações citadas acima, não exclui o empresário do 
regime jurídico-empresarial, contudo estas não observâncias importam outras 
conseqüências, que embora não tenham o condão de punir, mas o de estimular o 
comprimento destas obrigações, impedindo, por exemplo, que o empresário usufrua 
de benefícios como o de pedir falência ou entrar em licitações. 
 
Não quer dizer que tais conseqüências não tenham o caráter punitivo, já que em 
certos casos a não escrituração é considerada crime (irregularidade na escrituração, 
no caso de falência fraudulenta, por exemplo). 
 
Há apenas uma categoria de empresários que se encontra dispensada de escriturar os 
livros obrigatórios: os Microempreendedores Individuais (MEIs). A dispensa está 
prevista no Código Civil (art. 970 e 1.179,§ 2º). 
 
Microempresários e Empresários de Pequeno Porte ficam sujeitos a um regime de 
escrituração contábil específico, em que o único livro obrigatório é o Livro-Caixa (Lei 
Complementar 123/2006, art. 26, §2º). 
 
Os livros empresariais são de duas espécies: obrigatórios ou facultativos. Obrigatórios 
são o que sua escrituração é imposta ao empresário e que a sua ausência traz 
conseqüências sancionadoras. O único livro realmente obrigatório é o Livro Diário. 
 
Os obrigatórios também se subdividem em duas categorias: comuns e especiais. 
Como comuns temos os livros cuja escrituração é imposta a todos os empresários 
indistintamente (livro diário). Quanto aos especiais são aqueles cuja a escrituração é 
imposta apenas a uma determinada categoria de exercentes da atividade empresarial. 
 
São livros obrigatórios: 
 
a) diários (único unanimemente obrigatório), onde devem ser lançados todas as 
operações do comerciante além de títulos de crédito que emitir, aceitar ou endossar, 
fianças dadas; 
b) registro de duplicatas, se o comerciante as emitir (lei 5754/68), no caso de vendas a 
prazo superior a 30 dias; 
c) registro de empregados (CLT); 
d) livro de registro de inventário e 
e) Registro de compras ou entrada de mercadorias. 
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São livros obrigatórios especiais ou específicos: Tratam-se dos livros obrigatórios para 
empresários de atividades específicas. Vejamos: 
 
- Registro de duplicatas, imposto a todos os empresários que emitem duplicatas. 
- S/A: Registro de ações nominativas; Transferência de ações nominativas; Registro 
de debêntures; Registro de partes beneficiárias nominativas; Transferência de partes 
beneficiárias nominativas; Presença de acionistas; Atas de reunião do CA e da 
diretoria; Atas e pareceres do conselho fiscal 
- Leiloeiros: Diário de entrada de mercadorias; Diário de saída de mercadorias; 
Contas-correntes; Livro-protocolo; Diário de leilões; Livro talão 
- Armazéns gerais: Registro de entrada de mercadorias; Registro de saída de 
mercadorias. 
 
Já os facultativos são os livros que tem para o empresário uma função de controle de 
seus negócios e de que a sua falta não importa nenhuma sanção. São facultativos ou 
auxiliares: o razão, caixa, contas/corrente,o Borrador e o Copiador de cartas/faturas. 
 
No direito comercial brasileiro há apenas um livro comercial obrigatório a todos, 
que é o livro "Diário", por força do art. 1.180 do Código Civil (CC). 
 
 
8. FREGUESIA E CLIENTELA 
 
 
Freguesia: é um conjunto de pessoas que adquire produtos ou serviços de 
determinado estabelecimento, por razões subjetivas de conveniência, tais como: 
localização, vizinhança, horário de funcionamento. 
 
Clientela: é o conjunto de pessoas que adquire produtos ou serviços de determinado 
estabelecimento, por razões subjetivas referentes à qualidade da empresa ou de seu 
titular, tais como: atendimento personalizado, produtos exclusivos. 
 
 
9. IMPEDIMENTOS LEGAIS AO EXERCÍCIO DA ATIVIDADE EMPRESÁRIA 
 
 
1. os que não estão em pleno gozo da capacidade civil; 
2. condenados a pena que vede, ainda que temporariamente, o acesso a cargos 
públicos; ou por crime falimentar, de prevaricação, peita ou suborno, concussão, 
peculato; ou contra a economia popular, contra o sistema financeiro nacional, contra 
as normas de defesa da concorrência, contra as relações de consumo, a fé pública ou 
a propriedade, enquanto perdurarem os efeitos da condenação (Art. 1.011, § 1o, CC); 
3. os servidores públicos federais (art. 117, X, Lei 8.112/1990); 
4. magistrados (art. 36, I, da LC 35/1979); 
5. membros do Ministério Público (art. 44, Lei 8.625/1993); 
6. militares (art. 29, Lei 6.880/1980). 
 
O impedimento é para exercício de empresa, não sendo proibido que alguns 
impedidos sejam sócios de sociedades empresárias, mas nunca empresários 
individuais. 
 
A pessoa legalmente impedida de exercer atividade própria de empresário, se a 
exercer, responderá pelas obrigações contraídas. A responsabilização será pessoal e 
atingirá o patrimônio particular do impedido. 
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10. ATIVIDADES ECONÔMICAS CIVIS 
 
São quatro hipóteses de atividades econômicas civis excluídas da disciplina 
empresarial, pois não se encaixam no critério material de atividade empresária, 
previsto no art. 966, CC. 
 
Isso significa que o conceito de empresário previsto no art. 966, CC não é tão 
abrangente assim, já que não engloba toda atividade econômica organizada. Assim, 
existem agentes que mesmo praticando atividade econômica remunerada não são 
considerados empresários pelo legislador. 
 
1. PROFISSIONAL INTELECTUAL (PROFISSIONAL LIBERAL). Não se considera 
empresário por força do parágrafo único do artigo 966 do Código Civil. 
 
Parágrafo único. Não se considera empresário quem exerce profissão 
intelectual, de natureza científica, literária ou artística, ainda com o 
concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da 
profissão constituir elemento de empresa. 
 
 
O CC determina que enquanto o profissional intelectual exercer sua atividade 
intelectual, ainda que com o intuito de lucro e mesmo contratando alguns auxiliares, 
ele não é considerado empresário, para os efeitos legais. 
 
A exceção ocorre quando o exercício da profissão constitui elemento de empresa. 
Exemplo: médico recém-formado atendendo seus pacientes no consultório: não é 
empresário. Com o passar do tempo, a clientela cresce e o consultório amplia-se para 
um hospital, com muitos atendentes, contador, advogado, administrador e outros 
médicos contratados. O médico passou, então, a ser o organizador dos fatores de 
produção, tornando-se empresário. 
 
Esta Exceção ocorre, via de regra, quando há a impessoalização de sua atuação, 
passando a ostentar mais a característica de organizador da atividade envolvida do 
que aquele profissional intelectual que atua diretamente. Passa a dar,portanto, caráter 
empresarial ao exercício de suas atividades. 
 
Enunciados 193, 194 e 195 do Conselho de Justiça Federal (CJF): 
 
193 – Art. 966: O exercício das atividades de natureza exclusivamente 
intelectual está excluído do conceito de empresa. 
 
194 – Art. 966: Os profissionais liberais não são considerados 
empresários, salvo se a organização dos fatores da produção for mais 
importante que a atividade pessoal desenvolvida. 
 
195 – Art. 966: A expressão “elemento de empresa” demanda 
interpretação econômica, devendo ser analisada sob a égide da absorção 
da atividade intelectual, de natureza científica, literária ou artística, como 
um dos fatores da organização empresarial. 
 
Salienta-se que, com regra, os profissionais intelectuais (liberais) não são 
considerados empresários, portanto não precisam se registrar nas Juntas Comerciais 
para que possam exercer suas atividades. No entanto, muitas das profissões 
intelectuais são regulamentadas, o que exige muitas vezes que os profissionais 
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liberais se registrem nos órgãos regulamentadores de suas respectivas profissões, 
caso do contabilista e do advogado, por exemplo. 
 
2. AS SOCIEDADES SIMPLES 
 
A regra do parágrafo único do artigo 966 vale também para as sociedades 
uniprofissionais, formada por profissionais intelectuais que exploram suas respectivas 
profissões. A sociedade simples é a sociedade que tem por objeto o exercício de 
atividade econômica não empresarial. 
 
A sociedade simples pode ser organizada de várias formas, conforme preceitua o art. 
983, CC: 
 
Art. 983. A sociedade empresária deve constituir-se segundo um dos tipos 
regulados nos arts. 1.039 a 1.092; a sociedade simples pode constituir-se de 
conformidade com um desses tipos, e, não o fazendo, subordina-se às normas 
que lhe são próprias. 
 
Ressalta-se que os modelos da sociedade anônima e da sociedade em comandita por 
ações jamais poderão ser utilizados pela sociedade simples, tendo em vista 
regramento trazido no art. 982, CC (sociedades de ações sempre são empresárias): 
 
Art. 982. Salvo as exceções expressas, considera-se empresária a sociedade que 
tem por objeto o exercício de atividade própria de empresário sujeito a registro 
(art. 967); e, simples, as demais. 
 
Parágrafo único. Independentemente de seu objeto, considera-se empresária a 
sociedade por ações; e, simples, a cooperativa. 
 
Logo, a sociedade simples pode adotar, além da forma básica (responsabilidade 
ilimitada dos sócios correspondente a sociedade simples pura), o tipo de sociedade 
limitada, em nome coletivo ou uma em comandita simples. 
 
A sociedade simples pura é contratual, ou seja, seu ato constitutivo é oriundo de 
contrato social. Há a necessidade de contrato por escrito: 
 
Art. 997. A sociedade constitui-se mediante contrato escrito, particular ou público, 
que, além de cláusulas estipuladas pelas partes, mencionará: 
 
I - nome, nacionalidade, estado civil, profissão e residência dos sócios, se pessoas 
naturais, e a firma ou a denominação, nacionalidade e sede dos sócios, se 
jurídicas; 
 
III - capital da sociedade, expresso em moeda corrente, podendo compreender 
qualquer espécie de bens, suscetíveis de avaliação pecuniária; 
 
IV - a quota de cada sócio no capital social, e o modo de realizá-la; 
 
V - as prestações a que se obriga o sócio, cuja contribuição consista em serviços; 
 
VI - as pessoas naturais incumbidas da administração da sociedade, e seus 
poderes e atribuições; 
 
VII - a participação de cada sócio nos lucros e nas perdas; 
 
VIII - se os sócios respondem, ou não, subsidiariamente, pelas obrigações sociais. 
 
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Parágrafo único. É ineficaz em relação a terceiros qualquer pacto separado, 
contrário ao disposto no instrumento do contrato. 
 
 
Contudo, frisa-se que esse rol não é exaustivo, conforme Enunciado 214, CNJ: “Arts. 
997 e 1054: As indicações contidas no art. 997 não são exaustivas, aplicando-se 
outras exigências contidas na legislação pertinentepara fins de registro.”. 
 
Devem ser registradas no Cartório de pessoas jurídicas: 
 
 
Art. 998. Nos trinta dias subseqüentes à sua constituição, a sociedade deverá 
requerer a inscrição do contrato social no Registro Civil das Pessoas Jurídicas do 
local de sua sede. 
 
Art. 1.150. O empresário e a sociedade empresária vinculam-se ao Registro 
Público de Empresas Mercantis a cargo das Juntas Comerciais, e a sociedade 
simples ao Registro Civil das Pessoas Jurídicas, o qual deverá obedecer às 
normas fixadas para aquele registro, se a sociedade simples adotar um dos tipos 
de sociedade empresária. 
 
Quanto ao nome, pode ser firma ou denominação: 
 
Art. 997. A sociedade constitui-se mediante contrato escrito, particular ou público, 
que, além de cláusulas estipuladas pelas partes, mencionará: II - denominação, 
objeto, sede e prazo da sociedade; 
 
Enunciado 213, CNJ – Art. 997: O art. 997, inc. II, não exclui a possibilidade de 
sociedade simples utilizar firma ou razão social. 
 
 
É importante observar que as sociedades sejam Simples Puras ou Simples Limitadas, 
não são passíveis de falência e não têm a obrigatoriedade de se adequar às novas 
realidades contábeis (art.1179 a 1195), próprias das sociedades empresárias, e que 
terão repercussões fiscais, pois modificam conceitos como depreciação e controle de 
estoque, que irão afetar as escriturações e apuração de resultados. 
 
A sociedade simples (Pura ou Limitada) tem seus atos (constituição, alteração e 
extinção) registrados no Cartório de Registro Civil das Pessoas Jurídicas. Na 
sociedade simples pura os sócios respondem ilimitadamente pelas dívidas contraídas 
pela empresa, pode haver sócio que participe apenas com serviço, o nome 
empresarial não prescinde de parte do objeto social, não há necessidade de lavratura 
de atas de reuniões de sócios, dentre outros. 
 
Já na sociedade simples limitada, os sócios respondem limitadamente ao valor do 
capital social, desde que totalmente integralizado, o nome empresarial prescinde de 
que conste parte do objeto social, não pode ter sócio que participe apenas com 
serviço, tem que lavrar ata de reuniões de sócios, principalmente se tiver mais de 10 
(dez) sócios, entre outros. 
 
Exemplo: sociedade formada por médicos para a prestação de serviços médicos; por 
professores para a prestação de serviços de ensino; por engenheiros, para a 
prestação de serviços de engenharia. 
 
3. EMPRESÁRIO RURAL. 
 
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Ressalta-se que todo empresário, antes de iniciar o exercício da atividade empresarial, 
tem que se registrar na Junta Comercial, seja empresário individual ou sociedade 
empresária. Para aqueles que exercem atividade econômica rural, contudo, o CC 
concedeu a faculdade de se registrar ou não perante a Junta Comercial de seu 
Estado. 
 
O Código Civil concedeu a faculdade de se registrar, ou não, perante a Junta 
Comercial da unidade federativa do empresário rural. 
 
Logo, se aquele que exerce atividade econômica rural e não se registrar na Junta, não 
será considerado empresário para os efeitos legais (por exemplo, não se submeterá 
ao regime jurídico da Lei 11.101/2005, que trata da falência e da recuperação judicial). 
Em contrapartida, se optar por se registrar, será considerado empresário para todos os 
efeitos legais. 
 
Art. 971, CC. O empresário, cuja atividade rural constitua sua principal profissão, 
pode, observadas as formalidades de que tratam o art. 968 e seus parágrafos, 
requerer inscrição no Registro Público de Empresas Mercantis da respectiva sede, 
caso em que, depois de inscrito, ficará equiparado, para todos os efeitos, ao 
empresário sujeito a registro. 
 
Deve-se acrescentar que pode configurar sociedade simples, cujo objeto constitui o 
exercício de atividade econômica rural, desde que seus sócios optem pelo registro do 
Cartórios de pessoas jurídicas e não na Junta Comercial. 
 
 
4. COOPERATIVAS. Apesar de dedicarem-se às mesmas atividades dos empresários, 
não se submetem ao regime jurídico empresarial por expressa disposição legal. 
Porque, simplesmente, a lei assim determinou. Disciplina legal encontrada na lei nº 
5.764/71 e nos artigos 1093 a 1096 do CC e seu estudo cabe ao Direito Civil. 
 
OBS. A empresa cooperativa é uma sociedade de pessoas cujo objetivo principal 
consiste na prestação de serviços ou desenvolvimento de produtos. 
 
A sua finalidade é colocar os produtos e serviços de seus cooperados no mercado em 
condições mais vantajosas do que eles teriam isoladamente. Desse modo, a 
cooperativa pode ser entendida como uma “empresa” que presta serviços aos seus 
cooperados. 
 
O associacionismo cooperativista tem por fundamento o progresso social da 
cooperação e do auxílio mútuo segundo o qual aqueles que se encontram na mesma 
situação desvantajosa de competição conseguem, pela soma de esforços, garantir a 
sobrevivência. Como fato econômico, o cooperativismo atua no sentido de reduzir os 
custos de produção, obter melhores condições de prazo e preço, edificar instalações 
de uso comum, enfim, interferir no sistema em vigor à procura de alternativas a seus 
métodos e soluções. 
 
A cooperativa pode ser dirigida e controlada pelos próprios associados, que participam 
do planejamento e obtém vantagens na obtenção de crédito, com menor custo 
operacional em relação aos bancos.

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