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Universidade Estadual do Ceará – UECE Centro de Estudos Sociais Aplicados – CESA Curso de Administração Disciplina: Comércio Exterior I Políticas Comerciais Ideia da aula passada: Comércio foi se desenvolvendo a medida que contexto político econômico mudava Práticas comerciais – Lex mercatoria (uso e costumes) Teorias – buscavam explicar o fundamento das trocas internacionais, determinando o porquê dos países comercializarem bens e serviços entre si. Introdução: Dicotomia gerada pelo comercio exterior (filósofos gregos) Se por um lado traz benefícios, por outro, a industria domestica sofre com a concorrência externa! Ideias protecionistas nasceram praticamente juntos do próprio comércio Ao longo da história * Visões puramente livre cambistas * Adoção de práticas protecionistas questionáveis Nesse cenário globalizado: os Governos buscam solucionar esse dilema – tarefa mais árdua dos formuladores das políticas de comércio exterior As relações econômicas internacionais influenciam decisivamente no crescimento dos Estados –qual nível de liberalização comercial deve ser permitida? POLÍTICAS COMERCIAIS O que é política comercial? Qual importância ela tem para um país? Quais são as principais políticas comerciais? Ciência Econômica Macroeconomia (grandes agregados) Política fiscal Política Monetária Política cambial Política Comercial Microeconomia Consumidor Produtor Mercado Definição: a política comercial pode ser entendida como um conjunto de medidas governamentais que influencia as transações comerciais que um país tem com os outros A forma como é conduzida = determina o grau de abertura econômica de um país. Em tempos de globalização, há uma forte tendência de interconexão das economias e de aprofundamento do comércio exterior. Todavia, nem sempre foi assim! Políticas Comerciais Protecionismo Liberalismo (livre cambismo) Contraposição às idéias liberalistas Ideias apregoadas pelas teorias do comércio internacional Possibilidade de coexistência entre os modelos Determinados por momentos históricos e necessidades específicas, sendo quase impossível que um dos dois extremos seja utilizado integralmente Os protecionistas enxergam o livre comércio como algo perigoso aos interesses nacionais e pregam pela proteção à indústria nacional = política comercial protecionista é a que impõe restrições à livre circulação de mercadorias e serviços. Características do protecionismo: Controle governamental das operações de Comercio Internacional Aspecto regulatório / próprio governo ser o agente econômico Defesa do mercado interno Utilização indiscriminada de barreiras tarifária e não tarifárias Proteção das indústrias estratégicas Modernamente: ênfase nas barreiras não tarifárias e procedimentos administrativos Remete ao mercantilismo - Quanto mais um país exportasse e menos importasse, mais riqueza teria ele no seu território. Para isso, os Estados adotavam práticas de protecionismo alfandegário Surge o livre cambismo - os mercados possuem a capacidade de se autorregularem e que um comércio internacional livre de barreiras seria fundamental para o crescimento e desenvolvimento econômico. O livre cambismo apregoado por Adam Smith pregava a remoção dos obstáculos legais ao comércio internacional Características do livre cambismo Ausência de barreiras legais Reconhecimento das trocas livres, sem interferência estatal Especialização da produção Aplicado em economias maduras Desafios do livre cambismo 1. Desequilíbrio causado pelos Termos de trocas – especialmente entre países desenvolvidos e em desenvolvimento Designa a relação entre o valor das importações e o valor das exportações de um país em determinado período Tecnologia (desenvolvidos) versus produtos primarios (em desenvolvimento) No caso dos produtos primários: Limitação do fator Risco inerente a propria atividade Baixo valor agragado Concorrencia horizontal A diferença qualitativa na alocação de recursos financeiros e tecnológicos confere ao produto industrializado margem de retorno bastante superior – a industria cada vez mais moderna e eficiente possui capacidade de produção quase ilimitada Ex: Brasil – soja EUA – processadores 2. Mercados com pouca regulamentação já se mostram incapazes de atender aos interesses nacionais O capital sempre busca direcionar investimentos para obtenção de lucros 3. Jamais poderá existir comércio internacional totalmente livre se as forças econômicas que o impulsionam forem desiguais existência de falhas de mercado Incentivos a industria local Produtos similares, produzidos em países diversos não garante o mesmo resultado econômico Será a solução o protecionismo? Incompatível nos moldes atuais – o contexto mundial exige um grau crescente de participação dos países no comercio internacional Tarifárias Medidas protecionistas = Barreiras Não Tarifárias 1. Tarifárias O período entre a Primeira e a Segunda Guerra Mundiais (quebra da Bolsa de Nova York em 1929) - os países recrudesceram fortemente as práticas protecionistas A medida que foi ocorrendo a regulamentação do Comércio – foram diminuindo Encargos tributários exigidos na importação de produtos em determinado país Imposto de importação – tributo por excelência do comercio internacional. Origem antiga / Novidade – elemento de regulamentação de balanças comerciais e controle das contas externas (após a segunda guerra) Modernamente a função do imposto é servir de equalizador dos mercados internacionais, capaz de nivelar o valor de um bem fabricado em condições mais favoráveis com aquele praticado pela industria local, de forma a tornar a concorrência entre ambos mais próxima do conceito de livre mercado Desigualdades nas condições de produção: Tecnologia Liberdade do capital Economia de escala Estado O imposto de importação como mecanismo de proteção dos interesses nacionais foi perdendo espaço a partir da década de 80: Processos de integração econômica - a partir de afinidades políticas e econômicas e algumas vezes pelo posicionamento geográfico Liberdade de capital (globalização do capital) - Estratégias de aquisições, fusões – supremacia das empresas multinacionais = pode levar a cartelização de alguns mercados = exatamente o contrario do que se apregoava no inicio da globalização Barreiras tarifarias se tornam inconsistentes / sem eficácia Essas constatações levaram os países a reduzirem suas barreiras tributárias + nova mentalidade sobre a necessidade de regulamentar o comercio internacional Começou a ganhar expressão uma nova forma de protecionismo: barreiras não-tarifárias. Se no passado as tarifas eram muito elevadas - impedindo o comércio - e agora elas haviam sido rebaixadas, como proteger as indústrias nacionais? Os países não podiam voltar atrás em relação às suas concessões tarifárias! Logo, eles precisavam proteger sua indústria com o uso de barreiras não tarifárias 2. Barreiras não tarifárias São todas as restrições ao comércio internacional que não são impostas por meio de tarifas aduaneiras. Ex: regulamentação técnica - requisitos de segurança para brinquedos / medidas sanitária e fitossanitária Criação da OMC – fator importante na reorganização do uso de praticas protecionistas As regras do sistema multilateral inibem a utilização de práticas protecionistas, na medida em que regulamentam como estas podem serusadas. 1. Sistemas de Cotas Restrições quantitativas as importações Não tarifarias – consiste em um limite quantitativo além do qual o Governo não autoriza a entrada do produto no país Em situações excepcionais. Ex: para conter restrições no Balanço de Pagamentos ou, ainda, frente a um surto de importações Tarifarias – consiste em um limite quantitativo além do qual, embora o Governo autorize a entrada do produto no País, a alíquota do II é superior As cotas não tarifária, é dentre todos os mecanismos protecionistas, o que causa maiores distorções ao fluxo do comércio internacional 2. Subsídios contribuição financeira concedida pelo Governo no intuito de proporcionar uma vantagem a um setor especifico da economia Subsídios a exportação Ex: Para cada kg de soja exportada o produtor receberá US$ 3,00 Subsídio de ajuda interna Ex: Para cada kg de soja produzido o produtor receberá US$ 3,00 Representam distorções ao comércio internacional, uma vez que modificam as escolhas dos agentes econômicos. Os subsídios não são uma prática incentivada pela Organização Mundial do Comércio (OMC) em virtude de não serem dotados de transparência. Mas, a princípio, é o instrumento protecionista que causa menores distorções ao comércio internacional. E por quê? Porque eles não afetam diretamente o preço dos produtos importados, apenas reduzindo o preço dos produtos nacionais. 3. Licenças de Importação Representam a autorização governamental para a realização de uma importação, sendo concedidas, normalmente, antes do embarque da mercadoria no exterior. Quanto utilizadas de forma arbitrária, tornam-se uma grave restrição às importações. 4.Taxas Múltiplas de Câmbio Consiste em adotar taxas de câmbio diferenciadas conforme o produto objeto da importação. Proteção a determinada indústria - uma taxa cambial elevada para as importações de bens por ela produzidos. 5. Regulamentações Técnicas Medidas impostas pelos países como forma de garantir que os produtos cumpram requisitos mínimos de qualidade/desempenho. - observar isonomia entre nacionais e importados Ex: brinquedos, que devem cumprir normas de segurança a fim de se evitar acidentes envolvendo crianças. 6. Medidas sanitárias e fitossanitárias Medidas impostas pelo governo como forma de proteger a saúde e a vida das pessoas e animais e preservar os vegetais. Ex: restrições que a União Européia impõe sobre as exportações brasileiras de carne bovina 7. Requisitos de Conteúdo Nacional Medidas adotadas pelo governo que condicionam a concessão de vantagens e benefícios a uma preferência por produtos nacionais. Ex: a vinculação de linhas de crédito mais favorecidas a empresas que utilizem em seu processo produtivo mais de 60% de insumos nacionais
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