Aula 03 Evolução da Habitação Popular

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Evolução da Habitação Popular
Projeto Especial: Habitação de Interesse Social 
Prof. Alexandre Lopes
Contexto Histórico
A questão da habitação já permeia o mundo a muito tempo, no entanto, seu agravamento ocorre de maneira significativa após a revolução industrial. Isso porque, nesse período se intensifica o processo de urbanização no mundo.
Com a migração do homem do campo para as cidades, fica latente que a fórmula composta por baixos salários + número maior de trabalhadores que as vagas de mercado + dinâmicas de mercado = constituição de um quadro de grande precariedade das condições habitacionais.
Esse processo de urbanização acelerado cria o fenômeno de habitações subnormais, mais conhecidas posteriormente como favelas, cortiços, etc...
Contexto Histórico
O século XIX assistiu ao aparecimento das primeiras intervenções de reforma da situação habitacional. No âmbito não-governamental, podem-se listar as vilas e cidades operárias, as ações filantrópicas e as experiências das associações de mutuários. 
Em 1825, por exemplo, um grupo de industriais ingleses criou um conjunto de vilas operárias na região das cidades de Bradford, Halifax e Leeds. Outro exemplo é o da cidade de Berlim, que foi palco de experiências de promoção habitacional em bases cooperativas desde 1847.
Paris – Final do séc. XIX
Contexto Histórico
A evolução dos sistemas de transporte possibilitou novas alternativas habitacionais. Nas grandes cidades americanas e inglesas, foram principalmente as classes médias e as mais abastadas que se suburbanizaram, adotando soluções extensivas e de baixa densidade. 
Nova York – Final do séc. XIX
Cartaz publicitário americano, veículo da ideologia do subúrbio-jardim e da casa unifamiliar isolada como requisitos para a felicidade
Contexto Histórico
Em Berlim, o crescimento fez-se, nessa época, seguindo os mesmos padrões urbanísticos então existentes. Os Mietkasernen são blocos de apartamentos, de cinco pavimentos, organizados em torno de exíguas áreas internas aos quarteirões. Os novos bairros resultavam da transformação direta de áreas de uso rural em densos bairros populares
Berlin – segunda metade do séc. XIX
Contexto Histórico
Em Paris, o encarecimento dos valores imobiliários tornara difíceis as alternativas habitacionais para a população de mais baixa renda. 
Uma parte dela passou a ocupar imóveis subdivididos nos bairros mais antigos. Ocupações ilegais (bidonvilles) ocuparam terrenos vazios, principalmente nas áreas periféricas antigamente ocupadas pelas fortificações. 
As áreas mais afastadas foram ocupadas por um grande número de loteamentos precários desprovidos de infra-estrutura e de serviços. No caso de Paris nas últimas décadas do século XIX e primeiras do século XX, são bastante evidentes as similaridades com os cortiços, favelas e loteamentos periféricos atualmente existentes nas grandes cidades brasileiras.
As primeiras ações governamentais
Com o crescimento do número de favelas e cortiços, o estado começa a “olhar” para a questão da habitação de forma mais efetiva. No entanto, as primeiras ações governamentais são na realidade ações “anti-habitacionais” por assim dizer, já que consistia mais na retirada de favelas e cortiços em nome da estética e das condições sanitárias.
Essa atitude cria nas cidades um número absurdo de desalojados e desabrigados que passaram a perambular pelas cidades.
Nos Estados Unidos, as intervenções aconteceram muito mais no âmbito da regulamentação da produção rentista. O que a grosso modo quer dizer que o país passou mais a criar regulamentações permitindo que a produção habitacional ficasse nas mãos da iniciativa privada.
As primeiras ações governamentais
À medida que nos aproximamos do final do século XIX, evoluía a idéia da necessidade da produção de moradias para a população carente. Mas o desenvolvimento dos acontecimentos assumiu contextos bastante díspares dependendo do país em questão.
Enquanto a reforma urbana europeia esteve diretamente ligada às tentativas de resolução da questão da moradia, o planejamento das cidades americanas continuou a se centrar na implantação de áreas verdes públicas, nas ações de embelezamento e finalmente na promoção da eficiência.
No cenário europeu, a existência de um forte movimento operário aliado a uma burocracia estatal de tradição intervencionista fizeram com que o movimento pela reforma social e o planejamento urbano incorporassem a questão habitacional no cerne de suas preocupações. 
As primeiras ações governamentais
Na Europa do norte (aí incluídas a Inglaterra e a Alemanha), foi principalmente depois da primeira guerra mundial que as autoridades públicas se sentiram realmente pressionadas e caminharam em direção a um novo modelo de políticas sociais. Era vergonhoso que ex-combatentes não possuíssem moradia decente.
Já em 1919, entrou em vigor a Lei de Habitação e do Planejamento Urbano que estabeleceu a incumbência das administrações locais em conhecer a realidade habitacional e executar programas setoriais, não mais restritos apenas à derrubada de cortiços. Essa lei garantiu também a provisão de subsídios para tal.
Entre 1919 e 1933/34, em toda a Grã-Bretanha, as autoridades locais foram responsáveis pela produção de 763.000 moradias, estando por essa data cerca de 30% delas concluídas.
As primeiras ações governamentais
Enquanto que no âmbito geral, os arquitetos começavam a pensar na cidade do futuro, seus projetos deslumbrava grandes edifícios que serviriam de moradia para a população urbana mundial.
Projeto de "Contrução para uma metrópole moderna" de Mario Chiattone, 1914
As primeiras ações governamentais
 
Estudo para "A cidade futurista" (projeto para aeroporto e estação ferroviária em Milão), de Antonio Sant’Elia, 1914. 
Projeto de "Avenida das casas-torre" de Auguste Perret, ligando Paris a Saint-Germain-en-Laye, 1922.
As primeiras ações governamentais
Se pararmos para pensar, na realidade, a grande mola impulsora do desenvolvimento das politicas Habitacionais no mundo foram os resultados pós-guerra que obrigou aos governos tomar medidas nesse âmbito.
Projetos pelo mundo
Conjunto Habitacional Park Hill
 Jack Lynn Womersley e Ivor Smith
	No extremo leste de Sheffield, no Reino Unido, o Conjunto Habitacional Park Hill examina a cidade pós-industrial.
	Embora hoje divida opiniões, após sua conclusão em 1961 foi aclamado como um modelo exemplar para habitação social. 
	O Park Hill foi parte da estratégia de Womersley para introduzir mais habitações de altas densidades para Sheffield, que ele acreditava que promoveriam um senso de comunidade mais forte do que os modelos habitacionais da época. 
Projetos pelo mundo
Conjunto Habitacional Park Hill
Projetos pelo mundo
Conjunto Habitacional Park Hill
Projetos pelo mundo
Habitação Social Cascina Merlata
 B22
	 O edifício está localizado na área de Cascina Merlata, na cidade de Milão, perto do pólo da Feira Rho-Pero e da Expo 2015. Faz parte do núcleo residencial Villaggio Expo, um novo empreendimento construído no âmbito de um masterplan desenhado por Antonio Citterio & Partners e Caputo Partnership, com o objetivo de acolher temporariamente os representantes dos 97 países participantes da Exposição Universal 2015 durante todo o evento.
	O edifício possui 56 apartamentos variados que se estendem desde 45 até 100 metros quadrados, distribuídos em 14 pavimentos. O térreo foi concebido para acolher atividades e eventos específicos durante a Exposição Universal. Uma série de soluções tecnológicas e de design foram introduzidas desde o início do processo projetual, a fim de otimizar a eficiência energética no edifício.
Projetos pelo mundo
Habitação Social Cascina Merlata
Projetos pelo mundo
Habitação Social Cascina Merlata
Projetos pelo mundo
Boston Road 
Alexander Gorlin Architects
	 Os painéis de metal colorido na fachada animam sua superfície e servem para lembrar a história local. O edifício encontra-se no bairro de Morrisania, na propriedadedo sítio de James Morris, que foi um dos declaradores da Independência. Morris ofereceu o local para um novo governo como futura capital dos Estados Unidos, no entanto Washington DC ganhou.	
	O edifício foi projetado para ganhar a qualificação Energy Star. Elementos de conservação de energia incluem um teto verde e um sistema de gestão que regula a rede elétrica, de refrigeração e de iluminação. Acabamentos de baixo ou nenhum conteúdo de VOC foram utilizados em todo o interior para proporcionar um ambiente saudável para os inquilinos.
Projetos pelo mundo
Boston Road
Projetos pelo mundo
Boston Road
Projetos pelo mundo
Boston Road
Projetos pelo mundo
Wohnhaus Schlesisches Tor (Bonjour Tristesse) 
Álvaro Siza Vieira + Peter Brinkert
	 Bonjour Tristesse é um projeto de habitação social do arquiteto português Álvaro Siza Vieira. Localizado em Berlim, foi sua primeira obra construída fora de seu país natal. O projeto oferece um precedente significativo na densificação urbana, demonstrando um equilíbrio delicado entre a consciência contextual, liberdade criativa e visão progressista.
	O projeto habitacional de Siza situa-se no bairro de Kreuzberg, na esquina de uma quadra do século 19. Como o edifício de esquina original foi destruído na guerra, um grande vazio foi deixado entre os edifícios de cada lado. Após a guerra, algumas lojas térreas foram construídas, mas esta solução não coincidia com as alturas dos edifícios circundantes e não provia nenhuma residência, o que era extremamente necessário. Em 1980, as lojas foram demolidas, a fim de abrir caminho para o novo Bonjour Tristesse.
Projetos pelo mundo
Bonjour Tristesse
Projetos pelo mundo
Bonjour Tristesse
Projetos pelo mundo
Bonjour Tristesse
Projetos pelo mundo
Casa Coberta 
Comunidade Vivex
	  Casa Coberta é a segunda habitação social desenvolvida com a metodologia do projeto de Arquitetura Social da equipe do Comunidad Vivex, cujo principal objetivo é trazer a arquitetura e processos de planejamento, concepção, desenvolvimento e execução às famílias mexicanas com poucos recursos e de comunidades marginalizadas, além de fornecer infraestruturas básicas para as instituições.
	A casa foi planejada como uma caixa que promove o melhor uso do terreno de 7×15 metros, localizado na periferia norte da cidade de Monterrey. O plano era construir a casa gradualmente, que pode mudar com o passar do tempo, para uma casa com melhores condições espaciais, iluminação e ventilação, enquanto gera um patrimônio para a família. s de apoio.
Projetos pelo mundo
Casa Coberta
Projetos pelo mundo
Casa Coberta
Projetos pelo mundo
Casa Coberta
Projetos pelo mundo
Casa Coberta
Projetos pelo mundo
Casa Coberta
HABITAT 67
A Expo 67 deveria acontecer em Moscou com o intuito de comemorar os 50 anos pós-Revolução Russa, mas por diversas razões a Rússia cancelou a realização do evento em seu território, passando ao Canadá o direito de sediar a exposição. Os canadenses não acreditavam que a exposição pudesse ser realizada em suas terras devido ao curto prazo. Foi necessário que o prefeito de Montreal e outros influentes trabalhassem arduamente para concretizar o feito.
Os movimentos de liberdade e a globalização tomavam conta desse período. Assim, o tema escolhido para a Exposição foi “O Homem e seu mundo”, sendo a habitação um dos enfoques principais
Estudos de Caso Internacional 01
HABITAT 67
HABITAT 67
Junto com a decisão de realizar a Expo 67 em Montreal foi realizado um aterro que resultou na península aonde parte da exposição aconteceu. A península somada aos investimentos que iriam ocorrer em toda cidade resultavam na oportunidade perfeita para a construção de algo tão experimental.
HABITAT 67
Localizado numa península criada que leva o nome de Cite Du Havre, o Habitat 67, projetado por Moshe Safdie em parceria com a McGill University, se tornou rapidamente um pavilhão invadido e admirado por milhares de pessoas de todo o mundo, mesmo este sendo então a residência temporária de algumas pessoas.
HABITAT 67
Esse complexo residencial se tornou um lugar para 148 famílias, que fizeram dos cubos pré-moldados seus lares. Essa comunidade ficou conhecida em todo o Canadá por seu estilo e qualidade de vida.
HABITAT 67
HABITAT 67
HABITAT 67
HABITAT 67
Estudos de Caso Internacional 02
Habitação Villa Verde 
Do arquiteto. Arauco é uma empresa florestal que nos chamou em 2009 para desenvolver um plano para apoiar os seus trabalhadores no processo para estes terem acesso a sua casa própria. Fomos convidados a desenvolver um conjunto de tipologias dentro da política habitacional atual para o Fondo Solidario de Vivienda I (FSV I, unidades de até 600 UF ou 25 mil dólares americanos, sem dívida) e para FSV II (unidades até 1000 UF ou 40.000 dólares EUA com um empréstimo bancário). Estes projetos seriam uma contribuição da empresa para os seus trabalhadores, uma espécie de subvenção, a fim de que as comissões de habitação pudessem usá-los quando da aplicação para o sistema regular de fundos públicos.
Habitação Villa Verde 
Localização
Constitução, Região do Maule, Chile
Ano do projeto
2010
 Se desenvolveu uma tipologia inovadora e competitiva, queríamos ampliar nossa possível contribuição para a habitação social. 
Essas inovações foram possíveis por causa do financiamento direto da Arauco, mas também porque o volume da demanda potencial era grande o suficiente para absorver os custos de tal pesquisa. O plano estima um total de 9.000 unidades em trinta cidades diferentes.
Habitação Villa Verde 
Habitação Villa Verde 
Habitação Villa Verde 
Habitação Villa Verde 
Habitação Villa Verde 
Habitação Villa Verde 
Habitação Villa Verde 
Habitação Villa Verde 
Habitação Villa Verde 
Habitação Villa Verde 
Habitação Villa Verde