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Universidade Estadual do Ceará – UECE Centro de Estudos Sociais Aplicados – CESA Curso de Administração Disciplina: Comércio Exterior I Regimes Aduaneiros Introdução Aduaneiro = aduana = alfândega = Relativo a Receita Federal no que diz respeito aos trâmites de mercadoria na importação ou exportação Despacho aduaneiro Desembaraço aduaneiro Despachante aduaneiro A principal função do despachante aduaneiro é a formulação da declaração aduaneira de importação ou de exportação - proposição da destinação a ser dada aos bens submetidos ao controle aduaneiro, indicando o regime aduaneiro a aplicar às mercadorias e comunicando os elementos exigidos pela Aduana para aplicação desse regime. Comum Especial Devido à dinâmica do comércio exterior e para atender algumas peculiaridades, o governo criou mecanismos que permitem a entrada ou a saída de mercadorias do território aduaneiro com peculiaridades Regimes Aduaneiros Especiais Regimes Aduaneiros Aplicados em Áreas Especiais Não há benefícios específicos Tributos são pagos sem nenhuma diferenciação Possui características próprias: Suspensão de crédito Permanência no regime por prazo determinado REGIMES ADUANEIROS ESPECIAIS Exceções à regra geral dos procedimentos de importação e exportação, pois o crédito tributário decorrente das operações ficará suspenso até o advento de uma condição resolutiva. Trânsito Aduaneiro Exportação Temporária Entreposto Aduaneiro Drawback REGIMES ADUANEIROS APLICADOS EM ÁREAS ESPECIAIS Criados para atender a determinadas situações econômicas peculiares de certos setores ligados ao comércio exterior. Zona Franca de Manaus –ZFM Zona de Processamento de Exportação - ZPE Regime especial de trânsito aduaneiro Permite o transporte de mercadorias, sob controle aduaneiro, de um ponto a outro do território aduaneiro, com suspensão de tributos. Exportação Temporária Saída do País de mercadoria nacional ou nacionalizada, condicionando à reimportação em prazo determinado, no mesmo estado ou após submetida a processo de conserto. Entreposto Aduaneiro (export / import) Permite o depósito de mercadorias, em local determinado, com suspensão do pagamento de tributos e sob controle fiscal. (Base operacional unidade de entreposto de uso público ou de uso privado, onde as mercadorias ficarão depositadas) Regime de drawback Propiciar ao exportador a possibilidade de adquirir, a preços internacionais e desonerados de impostos, os insumos incorporados ou utilizados na fabricação do produto exportável. O Drawback foi criado em 1966 (desonerar os tributos sobre bens importados utilizados na industrialização de produtos de exportação) Modificações na legislação - modelo atualmente vigente A partir das Leis nº 11.945, de 2009, e 12.350, de 2010, foi criado o Drawback integrado (Insumos importados quanto adquiridos no mercado interno) Em geral, podem ser importados sob o regime de drawback: a) matérias-primas, produtos semielaborados ou acabados utilizados na fabricação do produto de exportação; b) partes, peças e dispositivos que são incorporados ao produto de exportação; e c) materiais destinados à embalagem de produtos destinados ao mercado externo A legislação prevê três modalidades de aplicação do Drawback: Suspensão, Isenção e Restituição Suspensão - Suspensão dos tributos incidentes na importação de insumos a serem utilizados na fabricação do produto a ser exportado. O drawback integrado permite a suspensão de tributos incidentes sobre as importações e compras no mercado interno de insumos a serem utilizados na produção de bem a ser exportado. Isenção - Após concluir a operação de exportação, o fabricante importa os insumos, sem encargos tributários, para recompor seus estoques Ocorre a isenção dos tributos que incidiriam sobre a importação ou aquisição interna de insumos equivalentes aos utilizados na fabricação de produto já exportado. Restituição - O exportador solicita a restituição dos encargos tributários pagos com relação aos insumos utilizados na fabricação de produto cuja exportação já foi efetivada. Vantagens: FISCAL: redução dos encargos fiscais, por meio da suspensão do(a): - Imposto de Importação (II); - Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI ); - Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins; - Contribuição para o PIS/Pasep-Importação; - Cofins-Importação; PREÇO E QUALIDADE: possibilidade de melhor escolha de fornecedores, com acesso a mais alternativas de preços e qualidade. Exemplo: Operação hipotética de importação e de aquisição no mercado interno no valor de R$ 100,00 para cada mercadoria listada (PIS/COFINS – MP/2015 = 2,1 e 9,75%, com diferenças em alguns produtos) O uso do drawback pode implicar em redução de até 71,6% sobre o valor da operação de importação e de 36,60% sobre a aquisição da mesma mercadoria no mercado interno 1. Drawback suspensão Regime é aplicado na aquisição no mercado interno ou importação, de forma combinada ou não. Produtos abrangidos: emprego na produção, reparo, criação, cultivo ou atividade extrativista de produto a ser exportado Além disso, o drawback: Não discrimina segmentos econômicos; Não faz distinção da qualificação do beneficiário; Não faz restrição quanto à destinação do produto final Como funciona: Abrangência do regime e modalidades: Os insumos importados ou adquiridos no mercado interno sob amparo do regime, deverão ser submetidos ao menos um desses processos de industrialização: Transformação: de matéria-prima ou produto intermediário. Ex.: tecido em camiseta; Beneficiamento: modifica ou aperfeiçoa o funcionamento. Ex.: de tecido cru para tecido tinto; Montagem: peças ou partes que resulte em novo produto. Ex.: peças em automóvel Renovação ou recondicionamento: de produto usado Ex.: recondicionamento de máquinas industriais; Modalidades: Drawback do tipo comum: Empresa beneficiária – compra / importa - industrializa - exporta o produto final. Ex.: borracha, tecidos, couros para fabricação e exportação de calçados Drawback do tipo intermediário: Empresa beneficiária - importa ou compra - produto intermediário – industrializa - outra empresa - novo processo industrial - exportará o produto final. Ex.: borracha para fabricação de solados injetados. Repassado para o fabricante de calçados (exportará). Habilitação: 1. As empresas interessadas em utilizar o drawback deverão estar habilitadas pela Receita Federal do Brasil operar no SISCOMEX 2. O Ato Concessório de Drawback deverá ser solicitado à SECEX via SISCOMEX DRAWBACK WEB 3. A maior parte dos pedidos é efetivada instantaneamente, após registro no SISCOMEX. Para a concessão do regime, serão avaliados: 1) A relação entre o insumo a ser importado ou adquirido no mercado interno e o produto destinado à exportação; 2) O histórico da empresa exportadora em termos de regularidade no cumprimento do regime (se já usufruir do mesmo); 3) A agregação de valor e resultado da operação (o total das exportações deduzido dos insumos adquiridos deve ser positivo). Liquidação do compromisso: Ocorrerá mediante a exportação efetiva do produto previsto no Ato Concessório na quantidade, valor e prazo fixados O prazo para efetuar a exportação é de um ano, prorrogável por mais um ano No caso de importação de insumo destinado à fabricação de bens de capital de longo ciclo de produção, o prazo de validade do ato concessório de drawback poderá ser prorrogado até cincoanos Caso a empresa não consiga exportar, deverá adotar uma das providências a seguir, em até 30 dias, contados a partir do fim da validade do Ato Concessório: 1) Devolução ao exterior do insumo importado não utilizado; 2) Destruição do insumo, sob controle aduaneiro; 3) Nacionalização com recolhimento dos tributos suspensos da parte importada dos insumos; 4) Recolhimento dos tributos, destruição, sinistro ou devolução do insumo adquirido no mercado interno, observada a legislação de cada tributo envolvido. Essas providências deverão ser informadas no SISCOMEX Drawback WEB, na comprovação do Ato Concessório 2. Drawback isenção Permite a reposição de estoques tanto dos insumos importados, quanto daqueles adquiridos no mercado interno e utilizados na industrialização de produto final já exportado. (forma combinada ou não) – regulamentado em 2011 A isenção de tributos é concedida para aquisição de insumos na quantidade e qualidade equivalentes aos utilizados no produto exportado. Produtos abrangidos: mercadorias equivalentes as empregadas na produção, reparo, criação, cultivo ou atividade extrativista de produto a ser exportado Como funciona: O drawback integrado isenção poderá ser solicitado sucessivamente, respeitado o limite de dois anos (contados a partir da data de aquisição ou importação dos insumos com recolhimento de tributos) O prazo de validade do Ato Concessório de Drawback Integrado Isenção é de 01 (um) ano contado a partir da data de sua emissão pela SECEX. Reposição de estoque Poderá ser solicitada uma única prorrogação do prazo de validade (devidamente justificado e examinadas as peculiaridades), respeitado o limite de 2 (dois) anos da data de emissão do respectivo Ato Concessório A exemplo do drawback integrado suspensão, o regime na modalidade Isenção permite a reposição de insumos para produtos intermediários. Habilitação: 1. Ocorre por meio de Ato Concessório concedido pela SECEX (formulários especificados na “Consolidação das Portarias SECEX”, disponível no site do MDIC) 2. No processo de habilitação, somente pode ser utilizada Declaração de Importação (DI) e/ou Nota Fiscal (NF) com data de registro ou emissão, conforme o caso, não anterior a dois anos da data de apresentação do respectivo pedido de Ato Concessório 3. Drawback Restituição Esta modalidade refere-se à restituição, total ou parcial, dos tributos pagos na importação de mercadoria exportada após beneficiamento, ou utilizada na fabricação, complementação ou acondicionamento de outra exportada. O regime compreende: restituição do II, do IPI, do PIS/PASEP e da COFINS. Deve-se ressaltar que a restituição dos tributos é concedida sob a forma de Crédito Fiscal à Importação no valor recolhido através da Declaração de Importação
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